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METODOLOGIA
DO TRABALHO
CIENTÍFICO
• Procedimentos Básicos
33 EDIÇÃO
SÃO PAULO
EDITORA ATLAS S A - 1991
2
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
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forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita Sua finalidade é colo
car o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado
assunto, com o objetivo de permitir ao cientista “o reforço paralelo na análise de suas
pesquisas ou manipulação de suas informações” (Trujillo, 1974: 230). A bibliografia per
tinente “oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos,
como também explorar novas áreas, onde os problemas ainda não se cristalizaram su
ficientemente" (Manzo, 1971:32).
A descrição do que é e para que serve a pesquisa bibliográfica permite compreen
der que, se de um lado a resolução de um problema pode ser obtida através dela, por
outro, tanto a pesquisa de laboratório quanto a de campo (documentação direta) exi
gem, como premissa, o levantamento do estudo da questão que se propõe a analisar e
solucionar. A pesquisa bibliográfica pode, portanto, ser considerada também como o
primeiro passo de toda a pesquisa científica.
a) escolha do tema;
b) elaboração do plano de trabalho;
c) identificação;
d) localização;
e) compilação;
f) fichamento
g) análise e interpretação;
h) redação.
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c) encontrar um objeto que mereça ser investigado Gientificamente e tenha
condições de ser formulado e delimitado ém função da pesquisa
Os externos requerem:
Além disso, não há necessidade de duplicação"de estudos, uma vez que há uma
vasta gama de temas a serem pesquisados. Devem-se evitar assuntos sobre os quais
recentemente foram feitos estudos, o que torna difícil uma nova abordagem.
Embora a escolha do tema possa ser determinada ou sugerida pelo professor ou
orientador, quando se trata de um principiante, o mais freqüente é a opção livre.
As fontes para a escolha do assunto podem originar-se da experiência pessoal ou
profissional, de estudos e leituras, da observação, da descoberta de discrepâncias entre
trabalhos ou da analogia com temas de estudo de outras disciplinas ou áreas científi
cas.
Após a escolha do assunto, o passo seguinte é a sua delimitação. É necessário
evitar a eleição de temas muito amplos que ou são inviáveis como objeto de pesquisa
aprofundada ou conduzem a divagações, discussões intermináveis, repetições de luga-
res-comuns ou “descobertas" já superadas.
Para Salvador (1980:46-48), a delimitação do assunto implica
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objeto. Ao contrário, pelos adjetivos rpgfitjyng, inHiram-gf» gs qualida
des. condições ou estados acidentais do suieito ou obieta O adjetivo
explicativo é um desdobramento das partes constituintes de um ser, ao
passo que o adjetivo restritivo ou acidental é um acréscimo arbitrário.’’
Exemplo:
- adjetivo explicativo: Organização social do trabalho.
- adjetivo restritiva Organização atual do trabalho.
b) Complementos nominais de especificação. “São pessoas ou coisas que,
acrescentadas a substantivos ou adjetivos, especificam a açáo ou sen
timentos que os mesmos substantivos ou adjetivos designam.”
Exemplo: Organização social do trabalho de produção artesanal.
c) Determinação das circunstâncias. "Às vezes, pode ser necessário deter
minar as circunstâncias que limitam mais ainda a extensão do assunto,
especialmente as circunstâncias de tempo e espaço."
Exemplo:
Organização social do trabalho de produção artesanal durante a Idade
Média na Europa Ocidental.
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O Catálogo Coletivo Nacional, situado no Instituto Brasileiro de Bibliografia e Do
cumentação, atende a consultas, realizadas por carta ou telefone, sobre trabalhos exis
tentes em diferentes bibliotecas do País. Também possui um Banco de Tese, cujos
trabalhos podem ser consultados ou mesmo reproduzidos com a anuência do autor. A
relação das teses consta de um catálogo encontrado, em geral, nas bibliotecas de fa
culdades.
2.2.5 Compilação
ím
b) crítica da autenticidade. Determina o autor, o tempo, o lugar e as cir
cunstâncias da composição;
c) crítica da proveniência. Investiga a proveniência do texto. Varia conforme a
ciência que a Utiliza. Em História tem particular importância o estudo de on
de provieram os documentos; em Filosofia, interessa m uito mais discernir
até que ponto uma obra foi mais ou menos decalcada sobre outra
Quando se trata de traduções, o importante é verificar a fidelidade do texto
examinado em relação ao original.
Exemplo:
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• as relações baseiam-se no processo produtivo ou
• na estrutura e valores da organização?
a) permite a classificação, uma vez que um elemento particular pode ser in
cluído no geral;
b) evidencia novas questões, dado que, uma vez percebido o caráter geral de
uma questão, pode-se fragmentá-la em outras tantas questões particulares,
mais simples e concretas; por outro lado, dessas questões particulares, por
intermédio da associação, semelhança e analogia obtém-se uma geral que,
novamente, permite sua divisão, e assim por diante.
Exemplo:
- a mecanização da produção,
- divisão do trabalho em tarefas simples e repetitivas,
- a exigência da padronização da produção,
levam o homem a um processo de robotização?
A quarta fase exige uma análise crítica, utilizando instrumental e processos sis
temáticos e controláveis. A objetividade, a explicação e a justificativa são três elemen
tos importantes para se chegar à sua validade.
Nesse processo utiliza-se o método indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo ou
dialético. Para maiores detalhes, ver Metodologia científica, das mesmas autoras
(Atlas, 1982, Capítulo 2).
Finalmente, a interpretação exige a comprovação ou refutação das hipóteses.
Ambas só podem ocorrer com base nos dados coletados. Deve-se levar em conside
ração que os dados por si só nada dizem, é preciso que o cientista os interprete, isto é,
seja capaz de expor seu verdadeiro significado e compreender as ilações m as amplas
que podem conter.
22.8 Redação
2.3 FICHAS
a) identificar as obras;
b) conhecer seu conteúdo;
c) fazer citações;
d) analisar o material;
e) elaborar críticas.
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administrativos, e nas bibliotecas, onde, para consulta do público, existem fichas de au
tores, de títulos, de séries e de assuntos, todas em ordem alfabética.
É desejável que se dê uma atenção especial ao aspecto físico das fichas, uma
vez que todo trabalho científico requer a utilização de um grande número delas e sua
preparação pode estender-se por muitos anos. Dado o seu contínuo emprego, é mais
viável ao estudioso a opção por um tamanho único de fichas, mesmo que utilize vários
fichários.
Os tamanhos mais comuns de fichas são:
Tipo grande 12,5 cm x 20,5 cm
Tipo médio 10,5 cm x 15,5 cm
Tipo pequeno (internacional) 7,5 cm x 12,5 cm
Sendo as fichas utilizadas tanto para indicação bibliográfica quanto para resumo,
entre outras formas, é conveniente que a escolha do tamanho seja baseada em carac
terísticas individuais, ou seja, quem tem letra pequena não necessita, obviamente, de
muito espaço para escrever, ao contrário dos que possuem letra grande; para pessoas
mais sintéticas o ideal é a ficha pequena, o mesmo não ocorrendo com as muito proli
xas, que devem escolher fichas médias ou grandes.
Precisando-se utilizar o reverso das fichas, para continuar as anotações, será
mais adequado fazer coincidir a última linha do anverso com a primeira do reverso, de
forma que a ficha possa ser girada sobre si mesma Essa prática tem a vantagem de
permitir a leitura do verso sem retirar a ficha do seu lugar. Quando as anotações de
uma ficha precisam, continuar ém uma segunda ou mais fichas, é imprescindível que
se repita o cabeçalho com a indicação, em letras maiúsculas, da seqüência como se
verá mais adiante.
A estrutura das fichas, de qualquer tipo, compreende três partes principais: cabe
çalho, referência bibliográfica e corpo ou texto. As outras, optativas, são, em ordem de
seqüência, principalmente nas fichas bibliográficas, a indicação da obra (quem, princi
palmente, deve lê-la) e o local em que ela pode ser encontrada (qual biblioteca).
23.2.1 CABEÇALHO
6 Conclusões
1)
Introdução 1
C53>
2)
Ocupações Marginais no Nordeste Paulista
3)
4)
5)
6)
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difica, passando a ser o do segundo item da segunda parte, Características das.. .0 tí
tulo específico é agora Características Econômicas, primeira subdivisão do segundo
item da segunda parte, portanto, com o seguinte número de classificação: 2.2.1.
É evidente que cada autor consultado para cada parte, item e subitens do traba
lho terá uma ficha separada, conservando-se o mesmo cabeçalho, com o mesmo título
genérico remoto, o mesmo título genérico próximo, o mesmo título específico e o mes
mo número de classificação. Assim, as fichas distinguir-se-ão uma das outras pelas re
ferências bibliográficas que se seguem ao cabeçalho.
Por sua vez, quando o corpo ou o texto não couber em uma só ficha, necessitan-
do-se de duas ou mais, para que as seguintes não se percam, deve-se colocar letras
maiúsculas indicativas da seqüência, logo após o número de classificação da ficha,
como o ilustram os exemplos 5 e 6.
Quando não se tem, de antemão, um plano elaborado ou se deseja fazê-lo de
pois das consultas bibliográficas, a única coisa que é preenchida no cabeçalho é o títu
lo genérico remoto, deixando-se em branco o restante, que será completado depois do
planejamento do trabalho.
Exemplo:
Artesanato
* 0 conteúdo das fichas varia segundo o tipo das mesmas, como se verá a seguir.