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Seguramente o pesquisador tem liberdade de construir seu texto dessa ou da

maneira que lhe parecer mais significativa ao seu público-leitor; no entanto,


disponibilizamos aqui um caminho possível para iniciar e desenvolver tal escrita.

 Conceituar Estado do Conhecimento, destacando a relevância desse tipo de


pesquisa;
 Apresentar a temática a ser pesquisada e descrever passo a passo como foi
realizada a busca pelas publicações, informando Repositório (Scielo, BDTD
etc), Descritores (palavras-chave), Tipo de busca (Comum ou Avançada),
Campos de busca (Título, Resumo, Assunto etc), Tipo de documento (artigo,
tese, dissertação etc), Recorte temporal (quando for o caso), justificando a
escolha desse período;
 Descrever o quantitativo de publicações encontrado, explicitando critérios de
inclusão/exclusão dos trabalhos. Assim, define-se o corpus de análise, ou seja, o
conjunto de trabalhos que fará parte do Estado do Conhecimento;
 Apresentar a primeira etapa de uma pesquisa de Estado do Conhecimento
(Bibliografia Anotada), explicitando como foi realizada;
 Apresentar a segunda etapa (Bibliografia Sistematizada), informando os tópicos
dessa tabela e incluindo, a partir da tabulação dos resultados, os primeiros
gráficos, quadros e tabelas no texto, os quais poderão apresentar os dados
organizados por Ano de publicação, Instituição/Periódico de origem da
publicação, Região/Estado/País onde foi publicado, Tipo de publicação (tese,
artigo, dissertação), Área do conhecimento, Abordagem/Método/Instrumentos
metodológicos utilizados na pesquisa, entre outros;
 Comentar, analisar e problematizar tais resultados assim que for apresentando
cada gráfico/quadro/tabela que compõe esse panorama das pesquisas sobre a
temática, concluindo, assim, a primeira etapa da Análise de Conteúdo, ou seja, a
Organização da Análise;
 Destacar as recorrências (o que mais se repete, o que mais aparece) nos textos
dos demais tópicos da Bibliografia Sistematizada (Objetivos. Resultados e
Conclusões) a partir de um processo de Codificação. Esses códigos devem ser
inventados pelo pesquisador e destacados com a opção realce, com fontes de
diferentes cores do programa Excel, com canetas marca-textos coloridas caso
seja impressa essa tabela. Nesse momento, estará sendo feita a Codificação para
construção de Categorias, finalizando, assim, a segunda etapa da Análise de
Conteúdo: a Codificação;
 Buscar, a partir de uma leitura flutuante, tais recorrências com o objetivo de
montar Categorias, ou seja, organizar grupos de sentido comuns a grupos de
publicações. Essa etapa é necessária para que, como dito, não se descreva um
por um os trabalhos e para que se apresente essas pesquisas a partir do que
possuem de semelhanças;
 Identificar tendências e padrões relevantes e recorrentes para construir as
Categorias. Para tal, durante a leitura dos resumos das publicações, pode-se
pensar em algumas perguntas: Sobre o que mais falam essas pesquisas quando
tratam dessa temática? Quais as abordagens mais frequentes quando se referem a
esse assunto? Há uma tendência quando discutem esse tema? Essas questões
podem contribuir para pensar a divisão das publicações em Categorias;
 Apresentar ao leitor as Categorias (sugere-se que sejam poucas Categorias),
podendo, também nesse momento, apresentá-las em formato de gráficos que
contabilizem quantitativo de pesquisas em cada Categoria. A seguir, começar a
escrever um texto analítico para cada Categoria como forma de apresentar “o
que dizem” as publicações encontradas na pesquisa de Estado do Conhecimento.
Dessa forma, será possível mostrar um panorama das tendências e das
abordagens adotadas pelos pesquisadores quando investigam tal temática.
Ressalta-se que essa divisão por Categorias é um processo extremamente
autoral, uma vez que cada pesquisador pode organizá-las de diferentes formas
diante do mesmo corpus de análise;
 Construir os textos analíticos das categorias a partir de um processo de
Triangulação, ou seja, escrever buscando “alinhavar”, “costurar”, entrelaçar,
aproximar, cruzar três fontes de informações: (1) dados empíricos (aqui
entendidos como os resultados encontrados nas publicações selecionados para o
Estado do Conhecimento), (2) autores que estudam a temática (Referencial
teórico) e (3) próprio pesquisador. Com esse propósito, podem ser incluídas
nesses textos citações curtas, longas, diretas, indiretas, paráfrases tanto dos
autores presentes no Estado do Conhecimento quanto dos autores do aporte
teórico da pesquisa. Importante destacar aqui também o aspecto autoral dessa
seção do Estado do Conhecimento, pois cada sujeito que escreve carrega em si
diferentes vivências e pontos de vista sobre o mesmo assunto;
 Aproximar ou distanciar as publicações do Estado do Conhecimento com o que
se pretende investigar, explicitando, por fim, os aspectos que se assemelham e se
distanciam entre os trabalhos encontrados e a pesquisa que se pretende realizar.
Para esse fim, pode-se “encaixar” o estudo em uma das Categorias, comparar
abordagens teóricas e metodológicas, entre outras, com o objetivo de demonstrar
em que medida o estudo acompanha ou avança em relação ao que já foi (e ainda
está) sendo dito por outros pesquisadores sobre o assunto, destacando, assim,
seu caráter inovador na produção do conhecimento. Ao final, a grande questão
que se coloca aqui é que “é preciso que o pesquisador vá além, ultrapasse a mera
descrição, buscando realmente acrescentar algo à discussão já existente sobre o
assunto focalizado” (LÜDKE; ANDRÉ, 2012, P. 49).

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