Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/268389926
CITATION READS
1 669
2 authors, including:
Glaucio Aranha
Federal University of Rio de Janeiro
49 PUBLICATIONS 98 CITATIONS
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Glaucio Aranha on 17 November 2014.
Ficha catalográfica elaborada pelo Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP
CDD 306.766
Direitos reservados à
Parte X
Homocultura e Masculinidade Gay
13
Do Bishônen aos Bears: Diálogos de Estética e
Recepção nos Mangás
G LÁUCIO A RANHA e
J OSÉ M ARIA P UGAS -F ILHO 1
991
Gláucio Aranha e José M. Pugas-Filho
2. Trata-se de uma produção textual, que na representação do romance entre “dois homens”,
tenta driblar a hierarquia social marcada pelo machismo, dando voz a uma fala feminina
heterossexual abafada (ver: Aranha, 2006).
3. Verificamos que no Brasil a comunidade de leitores se divide entre heterossexuais (masculinos
e femininos) e homossexuais (masculinos), sendo que entre este último segmento observamos,
nas entrevistas, a prevalência de discursos que revelam haver uma identificação com as questões
do discurso feminino oriental e apropriação de tais discursos na formação identitária destes
leitores (ver: Aranha e Pugas-Filho, 2008).
4. Curiosamente, o termo japonês yaoi ganhou maior notoriedade fora do Japão, enquanto em
seu país de origem foi substituído pelo uso da expressão inglesa “boy’s love” (bôizu rabu).
992
Do Bishônen aos Bears: Diálogos de Estética e Recepção nos Mangás
5. Normalmente, nas comunidades virtuais de yaoi é possível verificar que a circulação de textos
se dá em mão dupla, ou seja, as narrativas são produzidas e consumidas pelos membros da
própria comunidade.
993
Gláucio Aranha e José M. Pugas-Filho
6. Cabe ressaltar que na sociedade japonesa a questão da pedofilia passa por perspectivas
culturais distintas, cuja complexidade escapa ao escopo do presente trabalho.
994
Do Bishônen aos Bears: Diálogos de Estética e Recepção nos Mangás
995
Gláucio Aranha e José M. Pugas-Filho
996
Do Bishônen aos Bears: Diálogos de Estética e Recepção nos Mangás
997
Gláucio Aranha e José M. Pugas-Filho
BEAR is a gay and bisexual men’s magazine which embodies the ideals
7. “We learn that bears emerged as a gay subculture in the early 1980s with a variety of forms
of cultural expression, including bear bars, “clean and sober” social clubs, party weekends,
conventions, and camping trips” (Wright, 2001, p. 328).
998
Do Bishônen aos Bears: Diálogos de Estética e Recepção nos Mangás
Bears tend to have hairy bodies and facial hair; some are heavy-set;
some project an image of working-class masculinity in their grooming
and appearance, though none of these are requirements or unique
indicators. Some bears place importance on presenting a hyper-
masculine image and may shun interaction with, and even disdain, men
who exhibit effeminacy. The bear concept can function as an identity, an
affiliation, and an ideal to live up to, and there is ongoing debate in bear
communities about what constitutes a bear. There is also, anecdotally,
more acceptance of tattoos and body piercing in the bear community.
999
Gláucio Aranha e José M. Pugas-Filho
1000
Do Bishônen aos Bears: Diálogos de Estética e Recepção nos Mangás
1001
Gláucio Aranha e José M. Pugas-Filho
primeiro e segundo planos, os yaoi bear investem no uso de uma arte mais
crua, pouco floreada, no qual prevalece o foco no primeiro plano, muitas vezes
deixando de aplicar um fundo (figura 2). É possível observar, nitidamente, a
distinção entre uma escrita de “mulheres para mulheres”, que valoriza, por
exemplo, a ornamentação do ambiente e o detalhamento de cabelos e olhares,
para uma narrativa de “homens para homens”, na qual os corpos ocupam mui-
tas vezes o ponto central, os traços são mais crus e objetivos e o ornamento é
tratado como supérfluo, sendo a representação do cenário reduzida ao mínimo
possível, quando não abolindo o segundo plano.
1002
Do Bishônen aos Bears: Diálogos de Estética e Recepção nos Mangás
Referências bibliográficas
1003
Gláucio Aranha e José M. Pugas-Filho
McHARRY, Mark. “Yaoi: Redrawing Male Love”. The Guide, nov. 2003.
MONAGHAN, Lee. “Big Handsome Men, Bears and Others: Virtual Constructions of “Fat
Male Embodiment”. Body & Society, vol. 11, n. 2, 2005, pp. 81-111.
NELSON, Chris. The Bear Cult: Photographs by Chris Nelson. London, Gay Men’s Press,
1992.
NOH, Sueen. (1998). Reading Yaoi Comics: Na Analysis of Korean Girls’s Fandom.
Conference of Korean Society for Journalism and Communication Studies. Dis-
ponível em: http://moongsil.com/study/yaoi_eng.pdf. Acesso em 8 jul. 2008.
PHARR, Susan J. Political Women in Japan: The Search for a Place in Political Life.
Berkeley/Los Angeles/London, University of California Press, 1981.
ROWLEY, Gillian Gaye. “In the Beginning, Woman was the Sun: The Autobiography of
a Japanese Feminist. Monumenta Nipponica, vol. 62, n. 3, 2007, pp. 369-371.
SAKURAI, Célia. Os Japoneses. São Paulo, Contexto, 2007.
SCHALOW, Paul G. “Male Lovein Early Modern Japan: A Literary Depivtion of the
Youth”. Hidden from History: Reclaiming the Gay and Lesbian Past. New York,
New American Library, 1989, pp. 118-128.
. “Saikaku, Ihara”. In: GLBTQ: An Encyclopedia of Gay, Lesbian, Bisexual,
Transgender, and Queer Culture. Chicago, West Adams, 2002. Disponível em
www.glbtq.com/literature/saikaku_i.html. Acesso em 12 mar. 2007.
SURESHA, Ron. Bears on Bears: Interviews & Discussions.
THORN, Matt. “Adolescent Liminality in the Manga of HAGIO Moto”. Apresentação no
Seventh Annual Association of Teachers of Japanese Seminar, Washinton DC,
mar. 1989. Disponível em: www.matt-thorn.com.
VICENT, Keith. “Envisioning the Homosexual in Yaoi”. Presentation, Conceptualising
Gender in Different Cultural Context, The School of Oriental and African
Studies, University of London, 2-3 maio 2002.
WRIGHT, Les K. The Bear Book II: Further Readings in the History and Evolution of a
Gay Male Subculture. New York, Haworth Press, 2001.
1004