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Acção
Liberdade na acção
Para Kant “O valor moral da acção não está no efeito que dela se
espera, mas sim no motivo”, pelo que, para Kant, uma acção que respeite as
normas é sem dúvida uma acção boa, contudo existem diferentes razões para
praticar essa boa acção, logo o motivo que desencadeia a acção é que vai
determinar o seu teor, como se exemplifica nos seguintes casos:
- Quando um rapaz vê uma pessoa a afogar-se e vai salvá-la, porque
ouviu dizer que se trata de uma milionária, esse rapaz só pratica essa boa
acção (acção conforme ao dever), pois espera ganhar uma recompensa, logo
realiza uma acção não por dever, mas sim por interesse. Esse rapaz teve em
consideração as consequências resultantes do seu acto, tendo em conta o
motivo que o levou a praticá-lo, pelo que embora a acção seja boa, conforme
ao dever, essa acção não tem qualquer moralidade.
- Quando uma pessoa vê outra a afogar-se e decide salvá-la apenas
porque acha que isso é que está correcto, então nesse caso agiu inteiramente
por dever, já que não esperava ganhar nada com o salvamento. Fez o que
deve só pelo respeito exigido pelo dever moral, ou seja, realizou aquele acto
sem se preocupar com as consequências que a realização de uma acção por
dever tinham para a sua felicidade.
Aristóteles
Para Aristóteles, cada pequeno acto tende sempre a um fim que é bom
e esse fim último ou bem supremo, a que todos os seres humanos aspiram, de
um modo natural, é a felicidade (eudaimonia). Cada acção humana tem um
fim que é uma porta para um fim superior, ou seja, um fim supremo de que
dependem todos os outros, isto porque a felicidade para pessoas diferentes
implica coisas diferentes, sendo assim tem que existir um fim supremo comum
a todas as pessoas, que aperfeiçoe o Homem, realizando-o completamente,
independentemente dos “caminhos” que se percorrem para atingi-lo. Para
que uma pessoa se realize como tal é necessário que adquira as
características propriamente humanas e não as características comuns a todos
os seres. Ao procurar essas características, Aristóteles apercebeu-se que a
actividade que é própria e natural do Homem e que o distingue de todos os
outros seres é a actividade racional, pelo que a felicidade deverá consistir no
exercício desta actividade intelectual ao longo da vida, ponderando
acertadamente no que, em cada momento, é mais razoável fazer. Em suma: a
vida mais adequada ao Homem é a vida teorética, ou seja, a vida em que o
Homem desenvolve plenamente as suas características humanas intelectuais,
que lhe permitem distinguir-se dos demais seres.
A Religião e a Ética