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(1) Sócrates tinha uma visão na qual o homem deveria usar a razão para encontrar o que

é justo. O pensamento socrático tinha uma base ética consistente, para ele, quando um
homem alcançava o conhecimento, o mesmo se tornava virtuoso. Com tal conhecimento,
o homem obedecia a lei. Sócrates era tão fiel ao seu pensamento que, quando condenado
pelos Dikastas, não renegou suas ideias e obedeceu a lei ingerindo cicuta e morrendo na
prisão. Fazendo isso, o filósofo ensinou o que a submissão à lei, pois acatou a decisão dos
Dikastas mesmo não concordando com ela. Ao fazer isso, Sócrates ensinou o princípio
da anulação, mostrando que "o mal deve ser combatido com o bem, e que um ato de
injustiça pode ser anulado por um ato de justiça." (CASTILHO, 2021, p.89).

Platão, seu principal aluno, deu seguimento as ideias de seu professor, popularizando a
filosofia socrática. O aluno dedicado de Sócrates foi o primeiro a refletir sobre o direito
e o justo, Platão dizia que existia a justiça divina, e que esta seria diferente da justiça
praticada pelos homens. Para ele, a justiça só seria eficiente e coesa caso existisse um
pacto de cooperação entre os próprios homens, estabelecendo a hierarquia de quem
mandaria e quem obedeceria. Sua obra A República, traz essa ideia e a de que o Estado
tem a responsalidade de educar a “Alma”, "provendo educação pública e gratuita, para
formar cidadãos que trabalhem pelo bem da polis e dos outros cidadãos." (CASTILHO,
2021, p.94).

Aristóteles, também aluno de Sócrates e amigo de Platão, acreditava, assim como seu
amigo, que a alma existia antes do nascimento, tendo independência e era imortal. Ele
acreditava na existência de algo que movia todas as coisas, mas que não é movido por
nada (Teoria do Motor Imóvel) esse algo é aquilo que origina todas as coisas. Em uma de
suas obras chamada de Ética a Nicômato, Aristóteles discute sobre a Justiça e o Direito.
O filósofo define a justiça como “uma virtude completa, porém não em absoluto e sim
em relação ao nosso próximo. Por isso a justiça é muitas vezes considerada a maior das
virtudes” (ARISTÓTELES, 1991, p.96). Aristóteles também a relacionava com uma
igualdade proporcional "dever-se-ia tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os
desiguais, na medida e na proporção de suas desigualdades." (CASTILHO, 2021, p.98),
tipificou duas formas de justiça, sendo elas a geral, que ocorre quando uma conduta está
em consonância com a lei, e a particular que se dividia em dois: Justiça Distributiva e
Justiça Corretiva. A justiça distributiva estaria relacionada a distribuição dos bens e dos
direitos de forma igualitária entre todos; a justiça corretiva visava um equilíbrio entre as
relações penais e contratuais, com uma igualdade entre dano e reparação. "A justiça
corretiva pressuporia, portanto, igualdade absoluta (um dano corresponderia a uma
indenização)." (CASTILHO, 2021, p.99).

(2) Cícero é considerado o mais importante dos estoicos, que tinham como filosofia a
busca pela virtude, mesmo que para isso fosse preciso suportar desconforto e sofrimento
"Desse modo, a recomendação era de que a vida devia ser uma constante prática virtuosa,
o que incluía despir-se de preocupações com a riqueza, a morte, a fome, o cansaço. Tudo
isso deveria ser aturado em nome de alcançar-se a sabedoria, o único valor efetivo da
humanidade. Portanto, o objetivo maior era a virtude." (CASTILHO, 2021, p.109). Cícero
era um grande advogado, pois tinha uma excelente eloquência e oratória, contudo buscou
na filosofia um meio de compreender o direito e a justiça, tendo contato com o
Estoicismo. O filósofo escreveu três grandes obras, Da República, Das Leis e Dos
Deveres, para ele a Justiça era como a virtude de dar para cada um o que é seu, porém
essa ideia de virtude está ligada a liberdade. “Assim, para desenvolver a justiça – que em
essência é social – é necessária uma forma de governo onde haja liberdade.” (TAVARES,
2012, p.95).

REFERENCIAS:

- CASTILHO, R. Filosofia geral e jurídica. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. E-book.

-REPOSITORIO PUCSP Teses e Dissertações dos Programas de Pós-Graduação da


PUC-SP Programa de Estudos Pós-Graduados em Direito:
https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/6092

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