Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(CÍCERO, Marco Túlio. Da república. 3. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985, p. 346. - Coleção Os
Pensadores).
Natureza do Direito e natureza do
homem
“Para que se possa iniciar um estudo acerca
das leis, ter-se-á, então, que iniciar um estudo
sobre a natureza e as leis naturais,…”
“Temos de explicar a natureza do Direito e
buscaremos a explicação no estudo da natureza
do homem.”
(…) a lei é a razão suprema da
natureza, que ordena o que se deve fazer e
proíbe o contrário.
Lei, natureza e razão
“… para falar de Direito devemos começar pela
lei; e a lei é a força da Natureza, é o espírito
e a razão do homem dotado de sabedoria
prática, é o critério do justo e do injusto.” 140
“A razão é o que há de ligação, (…), entre os
homens e os deuses.” 140
A razão justa é a lei, outro vínculo entre os
homens e os deuses. Logo, devemos considerar
que o nosso universo é uma só
comunidade, constituída pelos deuses e pelos
homens.
Felicidade constituição e República
“Em suma, não há felicidade sem uma boa
constituição política; não há paz, não há
felicidade possível, sem uma sábia e bem
organizada República”. 141
“…a natureza nos criou para que
participássemos todos do Direito e o
possuíssemos em comum.”
A lei natural e eterna é a fonte do Direito.
141
O Bem e a razão divina
“… a noção intuitiva de bem, de acordo com a
razão eterna e divina, precede a qualquer
convenção humana e a qualquer ato
legislador.”
“Por isso a lei verdadeira e essencial, a que
manda e proíbe legitimamente, é a razão do
grande Júpiter.”
“Assim como a mente divina é a lei suprema, do
mesmo modo a razão é a lei quando atinge no
homem seu mais completo desenvolvimento;
mas este desenvolvimento só se encontra na
mente do sábio.” 142
República, Direito, leis naturais e
Deus
“A república pressupõe Direito, e o
Direito pressupõe leis, e as leis
pressupõem leis naturais, e as leis
naturais pressupõem Deus. Assim, a
investigação ciceroniana em torno do
problema da justiça, da virtude e do
Direito se entrelaça com razões
cósmicas, com razões naturais…” 145-146
Obrigações da justiça
“A primeira obrigação da justiça é não fazer
mal a ninguém, sem que se seja provocado por
qualquer injúria; e a segunda, usar dos bens
comuns como comuns, e como próprios dos
nossos em particular.” 146
Numa profunda ordenação cósmico-natural
se pode encontrar o fundamento de toda
ética e de todo conceito de justiça na teoria
ciceroniana.
Virtudes, sociabilidade e realização
humana
“As virtudes são estimuladas pela lei natural, e
os vícios são repreendidos por ela. ”
“É a sociabilidade condição natural
humana, de modo que a organização do
Estado, das leis, da justiça são condições
para a realização da própria natureza
humana.”
Tem-se uma ética do dever, na base da lei
natural, cuja finalidade é governar o todo. “É
com a república que surge a felicidade humana.”
147