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Assim, depois que o formando mergulhou no empenho de adquirir certa maturidade e descobriu o carisma
franciscano, atinge aquele período da "iniciação integral", do aprofundamento do discipulado e do
discernimento.
O noviço, após ter iniciado o caminho vocacional no postulantado, é chamado a aprofundar sua escolha a
exemplo de São Francisco. Consequentemente deverá tender para os seguintes objetivos:
Na medida em que o noviciado favorecer o silêncio interior, o discípulo franciscano poderá reencontrar a si
mesmo e experimentar um diálogo com o Senhor presente na Sagrada Escritura, especialmente no
Evangelho e na Eucaristia, como fazia Francisco. Para esse fim, seja ajudado a crescer no espírito da santa
oração por meio de particulares instruções, jornadas de reflexão e de deserto, mas, sobretudo, a encontrar
no curso do dia um espaço para a oração pessoal. Esse espírito de oração lhe permitirá participar
ativamente da celebração da Liturgia das Horas e da Liturgia Eucarística, cultivando também a música e o
canto litúrgico. O noviço é introduzido também nas devoções especialmente franciscanas. Nessa caminhada
interior, tem valor imprescindível a direção espiritual pessoal e a confissão periódica.
Uma ulterior conseqüência do seu encontro com o Senhor será a conversão de toda a sua pessoa a Ele e
uma vida radicalmente cristã. A partir de leitura aprofundada dos documentos da Igreja e dos Escritos e
biografias de Francisco, o noviço, com a ajuda de seus formadores, chegará a entender seu papel profético
no âmbito da comunidade cristã. Em seguida, completará o quando das instruções uma explanação
específica sobre a vida consagrada, sobre a Regra e Constituições da Ordem e sobre a história do
movimento franciscano destacando especialmente o aspecto conventual e seu espírito mariano até os
nossos dias.
Em sua busca por Deus, Francisco encontrou-se entre os irmãos, que acolheu como um dom, e com eles
formou uma autêntica fraternidade. Por isso, o viver a vida fraterna em todas as suas dimensões, desde a
fidelidade ao ritmo cotidiano aos serviços mais humildes, ao trabalho manual, em relações simples e
profundas, torna-se uma condição irrenunciável da vida do noviço.
Francisco descobriu Cristo também no leproso, no pobre, no sofredor. Por isso, o programa do noviciado
deveria dar a possibilidade de uma semelhante experiência, com a finalidade de suscitar no noviço aquela
predileção do franciscano pelos mais necessitados. Tais experiências, porém, sejam integradas com os
demais objetivos do noviciado.
Por meio do diálogo pessoal com o mestre dos noviços, que é o acompanhante espiritual chamado para
esse fim pra todos e cada um dos noviços, o noviço será ajudado na tarefa de assimilação e de integração
das várias dimensões do caminho de formação. Esse itinerário, se feito com compromisso e fidelidade, o
conduzirá a um crescimento e amadurecimento, tanto humano como espiritual, isto é, a um conhecimento
mais profundo e serena aceitação de si; a uma maior abertura aos outros, que se manifesta num amor
oblativo e na capacidade de trabalhar em solidariedade e co-responsabilidade.
Ao final do noviciado, o frade e os seus formadores façam uma primeira declaração formal sobre uma
possível vocação ao ministério ordenado, tendo presente que a vocação para a vida consagrada, em
particular para a "fraternidade evangélica" é o fundamento da nossa Ordem franciscana.
O ano de noviciado, como ano de prova, exige movimentos de avaliação pessoal e comunitário. Vivendo a
vida franciscana nos seus vários aspectos, o noviço já pode aprofundar e avaliar o chamamento e a sua
disponibilidade para segui-la. A comunidade, por sua parte, ajudará mais tarde nesse esclarecimento. Mas é
indispensável que os noviços, se vivem numa comunidade maior, tenham sua autonomia como grupo e
como lugar, para facilitar o próprio caminho de formação sob a orientação do responsável direto.
Ao término do ano de noviciado, o mestre dos noviços faça um relatório por meio do qual recomenda a
admissão à profissão temporária ou aconselha o noviço a deixar a experiência empreendida, levando em
conta os seguintes critérios de orientação:
a. disponibilidade para participar ativamente e com empenho de toda proposta do noviciado (oração
pessoal e comunitária, estudo, vida fraterna, trabalho, etc.);
b. abertura ao diálogo e facilidade de assimilar o processo de formação com toda a comunidade e,
particularmente, com o mestre dos noviços;
c. capacidade de manter autênticas relações fraternas;
d. certo nível de interiorização dos valores evangélicos que lhe são propostos, com um correspondente
grau de amadurecimento humano-afetivo para se comprometer pelos votos.
A admissão à primeira profissão regulada pelo Direito Canônico e por nossas Constituições, pressupõe
prévio colóquio com o superior maior.
No noviciado há noviços de nossa Província e da Delegação São Boaventura que tem sede no
Maranhão.