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Vivemos o Natal, cujo Tempo Litúrgico termina hoje com a Festa do Baptismo do
Senhor, mas foi grande o ruído da Leopoldina, Popota e outras personagens que
animaram as campanhas publicitárias das cadeias de supermercados. Em
detrimento do Presépio, ganham relevância pública outras personagens,
imaginadas, criadas e propostas apenas com o objectivo de induzir a comprar. E
com a agressividade suficiente para atingir o imaginário das crianças, moldar
comportamentos e criar novas necessidades.
As três mensagens de Ano Novo que aqui abordamos têm um ponto comum: a
exigência da educação dos agentes de hoje e das novas gerações.
O Presidente diz muito claramente que não quer esconder a realidade difícil dos
portugueses e alerta-nos que “devemos apostar em políticas públicas que
promovam uma educação exigente e uma formação profissional de qualidade,
que fomentem a inovação”.
Como pais sabemos que é difícil incutir nos filhos o espírito de exigência, rigor e
perfeição. Porém, esta “educação exigente” faz-se desde a primeira hora, não
tolerando erros graves e corrigindo todas as atitudes de “falta de educação”. Um
exemplo positivo é o sentido de ecologia (respeito pelo ambiente) na separação dos
lixos domésticos, onde os mais novos participam com entusiasmo. Mas temos de
ser exigentes connosco e com os nossos, para não ficarmos nos últimos lugares em
cidadania e desenvolvimento: “De acordo com os indicadores mais recentes,
Portugal já baixou para a 19ª posição, estando apenas à frente de oito países da
Europa de Leste que aderiram há poucos anos à União. Tempos difíceis são tempos
de maior exigência e de elevada responsabilidade”, alerta o Presidente.
Como seria expectável, a mensagem de Ano Novo de Bento XVI não poderia deixar
de fazer referência à sua recente encíclica Caritas in Veritate, que é um texto
importantíssimo, sobre o qual todos devemos reflectir (ver caixa). Na sua
mensagem, o Papa diz-nos que a acção irresponsável do homem tem contribuído
para “a desertificação, a deterioração e a perda de produtividade de vastas áreas
agrícolas, a poluição dos rios e dos lençóis de água, a perda da biodiversidade, o
aumento de calamidades naturais, o desflorestamento das áreas equatoriais e
tropicais, poluições e lixo, novas doenças, poder destruidor absoluto – mas é o
próprio contexto humano que o homem não consegue dominar, criando assim para
o dia de amanhã um ambiente global que se lhe poderá tornar insuportável.
Problema social de grande envergadura, que diz respeito a toda a família humana.”
Atenção pais, avós e padrinhos com responsabilidade na educação cristã dos mais
novos. O Papa dirige-se a nós como “herdeiros das gerações passadas e
beneficiários do trabalho dos nossos contemporâneos”, alertando-nos que “temos
obrigações para com todos, e não podemos desinteressar-nos dos que virão depois
de nós aumentar o círculo da família humana. A solidariedade universal é para nós
não só um facto e um benefício, mas também um dever.Trata-se de uma
responsabilidade que as gerações presentes têm em relação às futuras.”
A Mensagem do Cardeal-Patriarca
Conclusão
Informação complementar:
Caritas in Veritate
Neste texto o Papa põe em realce que o desenvolvimento humano integral está
intimamente ligado com os deveres que nascem da relação do homem com o
ambiente natural, considerado como uma dádiva de Deus para todos, cuja
utilização comporta uma responsabilidade comum para com a humanidade inteira,
especialmente para com os pobres e as gerações futuras.
É importante perceber que o Papa alerta ainda, neste texto, para que se adopte um
modelo de desenvolvimento fundado na centralidade do ser humano, na promoção
e partilha do bem comum, na responsabilidade, na consciência da necessidade de
mudar os estilos de vida e na prudência, virtude que indica as acções que se devem
realizar hoje na previsão do que poderá suceder amanhã.