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Mar!

Tinhas um nome que ningum temia:


Eras um campo macio de lavrar
Ou qualquer sugesto que apetecia...
Mar!
Tinhas um choro de quem sofre tanto
Que no pode calar-se, nem gritar,
Nem aumentar nem sufocar o pranto...
Mar!
Fomos ento a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro, a soluar,
Afogava o arado e o lavrador!
Mar!
Enganosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traste!
Mar!
E quando ter fim o sofrimento!
E quando deixar de nos tentar
O teu encantamento!

In Poemas Ibricos, Miguel Torga


Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem.

4. Identifica duas palavras diferentes, uma na primeira estrofe e a outra na


ltima estrofe, que evidenciem a presena de um tu no poema.

5. Explicita dois motivos que podem ter contribudo para a deciso expressa
em Fomos ento a ti cheios de amor! (verso 10), considerando a primeira
e a segunda estrofes.

6. Explica o sentido dos versos 11 e 12, referindo o que podem representar


o fingido lameiro, o arado e o lavrador, no contexto em que ocorrem.

7. Indica a razo pela qual a expresso Enganosa sereia (verso 14) pode
ser considerada metfora de Mar.

8. L os ltimos versos do poema Mar Portugus, de Fernando Pessoa,


apresentados abaixo, e o comentrio que se lhes segue.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,


Mas nele que espelhou o cu.
Fernando Pessoa, Mensagem, edio de Fernando Cabral Martins, Lisboa,
Assrio & Alvim, 1997

8.1 Tanto nestes versos de Mar Portugus como no poema de Miguel


Torga, possvel identificar-se um contraste no modo como o mar
apresentado.

Defende este comentrio, explicitando o contraste referido.

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