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A reforma Psiquiatrica e ° cotidiano NOS servicos residenciaj 3 formagao dos Profissionais da 2 ade mental em questao* Luis Antonio Baptista™* Mariana Dias Zvarg Rodrigo Moraes “Entrando em um manic6mio de qualquer parte do mund: e do mundo encon- tramos sempre 0 paciente perguntando seaek a0 médico: Doutor 4 casa? é aa eu volto pra casa? E 0 médico responde: amanha.” means Franco Basaglia sepigrafe algo mais € ilustrado ao lado da indiferenga médica. Por deste emblematico didlogo. meio anco Basaglia ressalta a violéncia incrusta- ja naracionalidade da 1dgica manicomial, em que o tempo e o espago se desvi- talizam pelo esvaziamento da cotidianeidade. Nestes espagos. 0 pertencimento scandigo humana é subtraido quando se dissipa a casa ~ lugar do abrigo. dos contatos, da cons rucao de fronteiras indicativas da presenga de alteridades ~ samanha, dimensao do tempo que corre ao lado do desejo e da meméria casa e sem amanha algo mais € dissipado: a histéri Sem Nos pequenos gestos e atividades do cotidiano nos deparamos com repetigoes tediosas, astticias nos faendo escapar da rotina, surpresas, mintisculos embates. com narragdes de modos de existir indissocidveis do mundo que aparentemente se encontra do outro lado dos limites do dia-a-dia. Na cotidianeidade a histéria se faz atenta a experiéncia do sujeito definido nao por sua individualidade ausente de mundo, ou pela soberania da consciéncia, mas por presengas de outras narrativas de ‘periéncias, por gestos e agdes inconclusas compondo um coletivo heterogé- wegmethanga de uma obra aberta. Através do cotidiano a histéria marca @ orca, decompondo significados compactos e abstratos. 0 morador do ma- So ste te ‘ a Cag” € UM Versio modificada do projeto de pesquisa “A Reforma Psiquiithe rs 8 Servigos Residenciais: a formagdo dos profissionais da sade mental em “fang lado em marco de 2000 na UFF, coordenado pelo Prof. Luis Antonio Bapusts "? ae Pelo CNPq , ww “'S80F titula . nos de tt 40 Departamento de Psicologia da UFF. —_ lo Op, B'@duagao do cur: i FF e bolsistas de iniciagao cient NP, so de Psicologia da UI IA, PSICOLOGIA, cycit€ PARADIGMAS ~ HISTORIOGRAFIA, PS 1 SUBIETIVIDADES Cuio-Psvcn! 226 gem aman, ou sem lugar e tempo, € traduzido em vulto, nicdmio sem casas SEM TN Gricizada, A epfgrafe de Basaglia nos adverte para a muda € tev trapassam a burocratizagio terapéutica ou a exclusig os efeitos politicos NY i glogo desprovido de tempo € espaco pode-se presen. Se feces da Reforma Psiquidtrica, / se aitamos que o reerido desafio no caminha exclusivamente em diregao a objetivagto da loucura ou A reificagao do sofrimento psiquico. A légica mani aevial ramando opaco ¢ amortecido o cotidiano produz a desistorizagio dos sa- beres, das intervengGes terapéuticas, assim como a do profissional que 0s aciona, No didlogo transcrito todos so vultos, do paciente ao médico. A critica a repeti- Gio monétona e indiferente da resposta sobre 0 retorno A casa diferencia-se de tm alerta moralistico a falta de consciéncia do profissional. Alguns humanismos possivelmente dariam a mesma resposta. A légica desta indiferenga mantém-see acumula energias no uso de um modelo médico ou psicoterdpico alheio as inter- pelagdes inedmodas da cotidianeidade. No di em presen -dia traduzido em campo de for- gas de mintisculos e intensos embates, estranhamentos, reprodugées tediosas e de astiicias, os modelos nfo se sustentam na sua pretensa eternidade e universalida- de; serdio sempre inacabados e provisérios se remetidos a este campo de forgas. A impermeabilidade dos modelos alimenta-se da auséncia de lugar, tempo, sujei- tos, ¢ fundamentalmente da incomoda presenga da histéria. A luz destas introdut6rias reflexdes deduzimos que os profissionais da rea da satide mental, assim como seus projetos de trabalho, poderaio ser objetivados 0u reificados. A boa consciéncia ou a competéncia nao encontrarao Alibi se con” frontadas ao desejo e A meméria feitos e refeitos nas praticas sociais. A auséncia de casa e de amanha reproduz em série trabalhadores amorfos, desatentos #08 apelos da contemporaneidade. O uso de modelos fixados a duras identidades alheias ao cotidiano poderd fomentar, até mesmo nos profissionais empenhades na consolidagio da Reforma Psiquiétrica, equfvocos politicos que poderdo tradl- ira luta contra a \6gica manicomial em um superficial deslocamento deter’ io, isto é uma transposigdo do manicémio para outros espagos destituides muros ¢ de exclusio, A epigrafe citada nao é a tinica fonte detonadora das andlises até a4¥" be Cionadas. Nos inspiramos também nos dados referentes a pesquisa anteriou" realizada! que tinha como objeto de andilise a vida social dos EXPT yy Hospital Osservanza de Imola apés o efetivo cumprimento da lei 180.40: Mento dos manicOmios em todo territério italiano. Esta pesquisa Nh" gyo Posta detectar as intervengoes sobre a diversidade (presente 0 XPT adi 2 vivendo fora dos muros do hospital) tecidas no espaco urbane: SU ays pre Bla-Se a0 estudo das sociabilidades, do estabelecimento de redes S°°" _ a pSIQUIATRICA FO COND A REFORMA PSIQ OTDIANO Nos steViCOs 6 RESIDE NCIANs 227 sicay de enclusito € FesiStEMCIay travadas no dia ste processo investigative, enfatizar a vi atizaar a vi gerd, NE asta fundamental vinculads 1 socral das grandes cidades como que aos postula speprodugdes € infervengdes sobre o diverso no capitalism dh poe ch alismo do mundo globali © trabalho de campo constituiu-se na observagio das estrutura cgbsidiadas pelo sistema de satide local para substituira long ee ido pela Reforma, Nas casas 0 pesquisador ndo s6 conheceu « ain ca manicomial, como também 0 enfrentamento da equi fios. As novas residéncias anunciavam a daqqueles atores soctars. Pr as. Pre inspirs gao da ruptura com a l6gi los profissionais com singulares des autoritaria e vazia do espago sem presente ¢ sem amanha, ¢ simul- terpelagdes aos profissionais de satide ago- Jade do modelo asilar. A cida- io de novas relagdes € moradores. sabe- saida da rotina taneamente a entrada de singulares int ra destituidos da protegao iluséria e da dura identid de, entrando no lugar de convivéncia, de experimentag: temporalidades levava com ela interrogagdes fecundas a todo: poderes eram desacomodados frente a este desalto, Os moradores jam pela primeira vez, apds longos anos de internagao, a cha- uisa direcionava-se para a observayao da ‘otagonistas de experiéncias singulares & res, técnicos & neste momento tinh; sa. Os técnicos também. A pesq' ve de ca dificil tarefa de saberem usé-la como pr de produgao de novas territorialidades. Divulgando e discutindo em universidades € instituigdes de satide no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras as conclusées provisérias da pesqurss realizada na Itdlia, nos deparamos com uma grande receptividade Nestes encontros, concluimos que a diffcil implantayso da Reforma Psiquiitrica em nosso pais, atualmente em processo, requer no a importagaio de modelos ov a ctitica genérica a reificagao do sofrimento psiquice. 7 ‘as um proceso investt= gativo que recorte como objeto de anise as inquelaches © propestas nascrdas 40 cotidiano dos profissionais da Area di rave soba es par Visiveis e invisfveis para as Noss ads gue ee es talvez seja o inicio. Das interloc 10 Rig ee de realizar uma pesquisa “gandy og anelro. Desse modo, em margo de ico “adores emy eitos do rompimento da logics 0 Mt oot Plantadas, = nhados na desinstitucionaliZits ee ror 608 3 form, 1a Reforma como uma maquina P' Fa Masao psi. ona ttMentada nas deliberagoes ®iOnAL e my la nas deliberagoes COS” unicipal e nos principios UCe" praiticas € 0S r « produidhas pot eS ¢ mesmas #nqu ste trabalho inves a dos traba i retagdes: norteada pels 2000 iniciamos © al no dial adi stidiano das casas im- issoras imterpela- 0, te rodut al em ambi- je ment i ticas ntos da saudi « teiam as ct 5 movie! dos que nor politicos Cuo-Psvent PawapiGMas — HISTORIOGRAFTA, FSICOLOGIA, SUBtEryin _ ADS 228 al, é criada a primes unidade assistencial em satide mental g manicomial: Pras, como local de moradia vinculada ao Pode, oder logics neay eae janeiro cm dezemnre 8 Toeal de morac Rio de Janet" ‘ paulo Barreto 79", no bairre de Botafogo, concretizagag q Aco, A casa “Pa > - Pine!” Be-se ¢ Puilico, A a aac Philippe: Panel", propvie-se Como local d 0 as. Lar Abrigad ntagao ¢ produga 1, expernme! ; as as unternagoes excludentes mental. Frente o de conhecimento para a ria Projeto criagao de formas ¢ burocratizantes das praticas tradicig ta Mais a0 pioneirismo do Lar Abrigado do Ins i sisténel alternatts s relevancia & m sintonia com O atual momento de reestruturagao das poli. Jem nosso pais, propomos, por meio da pesquisa em curso, fo nao s6 com as instituigdes académicas mas também ‘os setores socials engajados com a proposta da Reforma Psiquidtrica no Brasil. Esta proposta de interlocugao justifica-se na possibilidade de criarmos oe iniversidade € 0 servigo pablico de saiide. Entendemos que aria exclusivamente uma estratégia formativa (orienta- go, subsidios tericos, etc.) aos profissionals externos aos limites académicos, mas problematizar nossas categorias e instrumentos de andlise por meio da rele- vante experiéncia das equipes ¢ dos projetos inovadores da rede publica. Deseja- mos. através desta ponte de mao dupla, comprometer a universidade na politizagio da produgao do seu conhecimento, politizagao possivel quando este saber é con- frontado com a realidade do dia-a-dia dos usuarios e técnicos das instituicdes de em saude F tuto Philippe Pinel. € ticas de satide mental fomentar uma interlOcug com out uma ponte entre esta aproximagao nao vis satide. Tendo como referéncia os postulados da desinstitucionalizacao italiana € dos seus efeitos nos movimentos da Luta Antimanicomial no Brasil, deduzimos que seja fundamental investigar as singulares questoes suscitadas pelo cotidian® dos servigos substitutivos ao modelo manicomial no intuito de elaborarmos dite- trizes. baseadas em eixos temiticos extrafdos da experiéncia, para que a form Gio do profissional da satide mental possa conectar-se aos prine/pios da Re as que cae da casa, os vinculos estabelecidos com ve cst? pares a div Hs 6 ov conitos gerndos pelo trabalho inovador, 2 ae asi" imran nda nse de a oat Imterpelagoes da realidad bra a construgiio de uma formagio cl asileira. ica ante” es cater? desin® No que diz iz. respeito a fi Fespcito a fundamentagio tedrica, propomes tr mpo: aes trais para a and Vi pela pes ara 4 andlise dos da nalizagao, ¢ $s dados levantados pela pesquisa de cH aes Otidiano © formagiio, ni uso da categoria ; ‘AO Pi fi ri cerhimento de ee desinstitucionalizagéio poderd nos | q ct forma Psiguis, ‘Aveis equivoc: ori aC) ae ce Psiquidt quiVocos teéricos na caracteriZage “4 col " efetuada dos u sig? 0 str mental ra rica. Dentre e: nlre esses equivocos destacamos a justaP™ lermos desospi SO: x i SPitalizacio e desinstitucionalizaga- i gaa PSIQUIATRICA EO COTIDIANO NOS SERVICOS RESIDENCIAIS | o Anel 229 “a desinstitucionalizagao, portanto, entendida e Ioxpitalizayto, produzit o abandono de parcel eso Ki ' poiquitrica © também uma transistitucionalizagio (passagem para case di gem para casa de man aberes Pa ANCIBOS, Cronicirios “nA psiquistricas’, ee Je intervengao.” (Rotelli, 1990; 21) reic.)enovas Praticada como jas relevantes da Populagao, | formas | Desta forma, Rotelli nos alerta para as politicas de satide que entendem a peor Psiquidtrica como mero esvaziamento ou superagao dos estabelecimen- yos de assisténcia. Este autor entende a desinstitucionalizagio sugerida pela Re- forma Psiquiditrica como um processo de desnaturalizagao das l6gicas manicomiais es nos diferenciados estabelecimentos de cuidados, em paradigmas, inter- s relagGes sociais mais insuspeitas. | present des clinicas € ni Seguindo os passos tragados por este autor utilizamos a categoria desinstitu- conalizagdo da seguinte forma: veng! (...) um trabalho pratico de transformagio que, a comegar pelo manicé- mio, desmonta a solugao institucional existente para demonstrar (remontar) o problema. Concretamente se transformam os modos nos quais as pessoas sio tratadas para transformar o seu sofrimento, porque a terapia nao é mais entendida como persegui¢do da solugdo-cura, mas como em conjunto com- plexo, e também cotidiano e elementar, de estratégias indiretas e mediatas que enfrentam o problema em questao através de um percurso critico sobre 0s modos de ser do préprio tratamento.” Ressaltando o percurso de critica ao modelo manicomial, o autor langa em ’ a imprescindfvel participagéio dos profissionais da satide neste processo: s envolvidos no sistema de desinstitucionali- interior das institut s regras do jogo meiros, ‘A desinstitucionalizagdo mobiliza todos os atore: de 4¢d0 institucional. Os principais atores do processo ‘G40 so antes de tudo os técnicos que trabalham no S 8 quais transformam a organizagao, as relagoes eas enter ‘itando ativamente o seu papel terapéutico de Pages etal ativam PricGlogas ete, (...) Em outras palayras, 0S técnicos da satide mental a Nida a -jo institucional € f “amizam as eo a i SSeS, aS as cic» 24M as competéncias, os poderes, os intere ‘Rotelli, 1990; 31) 9 elaborada " Obre a definigac 5 b 60 cotid sate a e : fa dues 1. dane utilizamos, entre Outre ed instrumento fecundo ‘ Mati £ Goff (1986: 80. irtude de propiciar . a : a aang : em virtude visiveis, a ft Shap 2% ) liticas nem sempre Vi lise dag nrg MMadag j, 88 Prdticas sociais das lutas Po! “las menores: 230 Cuio-Psveon SHOWA a. seo perseramos atentamente, Fevela-se como ados da Jutas sociais (...) tal Como 0 realismo, na li veri owratia da reatidade, mas uma gretha da ap nao € wine Togo mundo e da sociedade, a histéria do eotigen rete historia global, ni medida em que atribui a cada qu a realidade historical um papel no funcionamento dose realidade.” Siste- 4M dos teratura resenta. +...) 0 cotidian lugares privile uma vis de abordage! 1 elemento di cada mas, que permite n diferenciar ¢ ‘Femos também nas reflexdes de Monica Arroyo, baseadas no gesgrato yy 1 Santos (1996: 60), pistas para entendermos 0 cotidiano como um eg tor i promissoras: é impo conflitual produtor de conhecimento ¢ insurgéncia “0 conflito 6 criador, ndio a homogeneidade. Nao € acordo que é criador, criador € 0 contlito, que permite a exibigao da diferenga e, as vezes, a.com. preensio da razio dessa diferenga. Esse conflito que faz com que as pessoas juntas nesse processo de cooperagio e de luta, sejam de um lado levadasa uma negociagio permanente (...) 0 teatro de um cotidiano conforme, mas nao obrigatoriamente conformista ¢, simultaneamente, o lugar de cegueira e da descoberta, da complacéncia e da revolta.” As perspectivas dos autores citados vém ao encontro das reflexdes expostas na introdugiio deste texto na medida em que entendem a cotidianeidade nio sv Mente como o lugar do automatismo, da reprodugio, mas também como cam de produgiio de sentidos, experimentagées e criagdo de enfrentamentos politicos singulares. Gastio Wagner de Souza Santos (1997: 67) resume nas reflexo de sua pesquisa sobre as equipes de satide nas instituigdes publicas 2° observagao, que se aproxima ao que foi afirmado pelos autores citados atl! ment es que den? seguil “G..) a luta pela transformagio das instituigées em Particular, s alcangara sucesso a partir da valoriza¢ luta e implicara na hips é possivel REVOLUCION® |” ost pOtese de que é possive stud ia) DIANO (€ aqui ja 14 vai uma outra categoria a ser melhor © 7 ‘rabalhar com o pressuposto de que os mecanismos de dom 0. £20 ~ os micropoderes — podem ser questionados & 1° ae em tados durante a organizagao ordindria e comum di dicatos, Partidos, instituigdes (...) De que 0 viver aaa am stte® Sbrigatoriamente ser aquele da repetigao, da rentneia yao mia € ao desejo (...) Deslocar a luz da andlise pare © neidade pode ser uma estratégia eficaz nao 6 Par ° foe meee 231 A wErUNee criticas sobre o geral e o Particular, mas centralment le ‘onstituir-se como reditam no novo.” gio de consciénci jjuda cada homem dominado a superar seus limites, a ¢ sujeito € a apostar na construgao de outros que como ele ac Anteriormente delimitamos nosso objeto de investigagao como a anillise d cotidiano dos profissionais de satide que trabalham em uma moradia destinada a ex-pacientes psiquidtricos, com vistas a ressaltar as questées concernentes ao impacto derivado do corte ou ruptura com o modelo do manicémio. Informamos (0 de indicadores de andlise que 0 objetivo especifico desta investigagao € a cria para 0 aprofundamento e critica da formagio destes profissionais. Entendemos que a palavra formagao, se nao a remetermos a um contexto te6rico, podera per- s implicagées politicas que a acompanham. der a heterogeneidade de sentidos ¢ Sobre a formagao a luz da Reforma Psiquiatrica, Rotelli (1990: 44-45) nos esclarece o teor especifico desta categoria conectada aos pressupostos filos6ficos € politicos da desinstitucionalizagao: ico que emergem enriquecimento “As caracteristicas da organizagio e do trabalho terapéuti de decisaio dos do processo de desconstrugao do manicémio trouxeram um dos compéndios profissionais e dos espagos de autonomia operadores e transformaram tanto a modalidade da formagao profissional quanto os critérios para avalid-la. O crescimento da profissionalidade nao ® entretanto uma aquisigdo estética, uma vez que a partir da desconstrugao P manicémio os operadores, acima de tudo, aprenderam a apren der Co e¢ no trabalho cotidiano que se requerem a aquisigao de novas nee (-.)a profissionalidade de cada operador em particular nao © os 7 Fdamente, mas no interior do trabalho operative Sees Ce Esta avaliagao interna, retudo a capacidade de da operador.” "sponsabilidade de auto-avaliagao que ela deseo Ea desencadeiam tenses ¢ dinamicos conflitos). saetmente entrelagada ao trabalho, refere-se sob Otransformagdo e aprendizado da equipe © de ca »squisan ao 96), pesd das institui Luigi Fabris; "iden € Fabrizio De Luca e Lucilla Frattura (19 erent Cae tOS alternativos 20 ae a dissolu- Nels nn ‘als inspiradas na Reforma, afirmam que oo ais inseridos NOS goes frente Psiquia Mitte, Manian 8S desencadei cm; ‘Sencadeia nos profission 5 ten do e singulares 1" uados. Segun ide sedimentados, 7 ido 6, Omi : So dg, 122° €emor da perda de identida e Se i Bates das relagdes de poder anteriormente Se f Piles "ES, a crise favorecida pela auséncia de UT mobilizas oo nego! Fiquecedora para 0 trabalhador, FAVOTEETE ger pres cs X05 5 ‘ cars ride ype S@dimentados ou naturalizados nas Fe! mopilid 2 86 ar Fatizan ong; olida identidade profissional. Enfati’ yopos Ss; a ses da nov! Fente as ambigiiidades © tensors do as estruturas goes IGM as ~ HISTORIOGRAFIA, PSICOLOG ig, HA, Suny Tin, cuo-Psvet PARAD! Jo da formagdo como um proce. ES80 amo send srradigoes do cotidiane do trabayy 9 ATG & pos indica mder” com as CoD pdissocidveis entre SUeItO & Ojeqg gh ‘4 thy, » Frauure a ape Jorma trans Luca & nye ap luz de nrende formagoes IP pro refletindo sobre os efeitos da Reforn na ae Ho 1s indagagGes anteriormen, a (1999), dangit . rrlizabete M. Ferre! . seffetinde a ocupacional, aproxim’ apeut ho do ter Mte x, ba posts so esteredtipo de que este Ou aquele profissional profissional, quando em realidade estamog “Muitas vezes SC colo sri poder ou sual id es, de reler na de compreensao que poderiamos chamar de perde Jentidade saindo de instiluigor enciais tedricos & de instrumentos de agao colocados dentro de extremamente simplifica ossibilidade uma forn idora, para construgoes complexas, ‘Todo esse pro cosso significa ap de ampliagao das diversas competéncias pro- s — referenciais tedricos. Ao entre profissionais € usuarios ~ inclusive formas de agao © sobretudo uma nova fissionai configuragao ética nessa relag da Terapia Ocupacional.” Pretendemos portanto, 4 luz da pesquisa em curso, detectar as singulares atée! entiva Cn , estratégias inventivas dos profissionais no enfrentamento a I6gica manicomial la na conclusividade, no especialismo © na solide identitéria. Tendo como AMentas VigOrosas GUE Pos- cal parceiro 0 cotidiano, talvez possamos encontrar fer sam atirmar 0 inacabamento ¢ 0 proceso intermindvel da formagao ¢ da desins- as chaves das casts, titucionaliza Técnic tuoi 0. Técnicos ¢ moradores, possuindo agor: ero se deparar com a tensa pre conte mn a m m a tensa presenga da alteridade, dissipando o tempo ¢° sa wnicdmio, Abrindo e fechando portas ¢ janelas nada estard ou repousando na eternidade : Nota 'P ‘esquisa int itulada “A Cj desinstitucion, ita 1997, ntribuigdes J ista de 19954 de Roma, ade e as Intervengss clonalizagao tatiana” 48 Intervengdes sobre 6 Diverso: as co fn Servigo de Sade realizada pelo professor Luis Antonio Bapt Pela CAPES / enn, Mma de Imola e a Universidade La Sapienza ‘4. nivel de pis-doutorado. Referencias bi ARROy O.M,« ao A trama de u m0" Ine Cal ™M pensa Ming CARLOS, a. g pPetSAMento complexo: espago banal, UE N |. A. 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