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GUIMARÃES-MLS-Nação e Civilização Nos Trópicos PDF
GUIMARÃES-MLS-Nação e Civilização Nos Trópicos PDF
nos Trpicos:
o Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro
e o Projeto de uma Histria Nacional
qual convm muito ao pas e ao trono des lois qui onl servi la cause de
que a opinio se no extravie, com I'humanit, quel esl le caraclere
idias que acabam por ser subversi de celles qui en onl combaltu le
vas" 19, a literatura veicula a imagem progres ., 21
.
leira. Pode-se mesmo pensar no Ins cional, resultado final, para que
tituto Histrico como o [oeus privile devem convergir todos os seus tra
giado, naquele momento, a partir de balhos. .s
onde se " fala" sobre o Brasil. Mais
interessante , contudo, a constatao A histria , assim, o meio indis
de que esse papel legitimado no in pensvel para forjar a nacionalidade.
terior da elite letrada imperial, o que J pela adjetivao presente em seu
contribuir para uma progressiva difu nome Histrico e Geogrfico, fica
so e homogeneizao do "projeto na claro o projeto da instituio de tra
cional" no seio deste grupo social. As balhar com o instrumentrio da his
sim se expressava o jornal Minerva tria e da geografia. Na verdade, ca
Brasiliense em sua edio de novem da uma dessas matrias forneceria os
bro de 1843: dados imprescindveis para a defini
o do quadro nacional em vias de
"Estranhas umas s outras, falta eshoo; histria e geografia enquanto
s nossas provncias a fora do dois momentos de um mesmo pro
lao moral, o nexo da nacionali cess , ao final do qual o quadrp da
dade espontnea que poderia Naao, na sua integralidade, em seus
prender estreitameDte os habitado aspectos fsicos e sociais, estaria deli
res desta imensa pea, que a natu neado.
reza abarcou com os dois maic:r Ao longo deste artigo j nos refe
res rios do universo. A histria do rimos diversas vezes presena da
pas ou depositada em antigos e tradio historiogrfica iluminista Da
fastidiosos volumes e geralmente cCDcepo de histria do IHGB ,.,
ignorada, ou escrita at certo pon tanto pelo tratamento linear dado ao
to por mos menos aptas, por es desenvolvimento da histria, quanto
trangeiros que, como Beauchamp, por sua instrumentalizao como
trataram s de compor um roman " mestra d vi a". e a tradio par
.
ce, que excitasse a curiosidade de ttcular do Ilummismo portugus, mar
seus leitores na Europa, no pode ca?am nte catlico e conservador, que
despertar no esprito de Dossa ju deIxara suas marcas na gerao fun
ventude o nobre sentimento de dadora do Instituto Histrico. J o
amor de ptria, que torna o cida nmero de laDamento da "Revista do
do capaz dos maiores sacrifcios, IHGB traz luz um artigo do pri
e o eleva acima dos clculos mes meiro presidente da instituio, Jos
quinhos do interesse individual." Feliciano Fernandes Pinheiro, viscon
( .). .
de de So Leopoldo, definindo-a como
presa tradio iluminista, retoman
" Uma histria geral e completa do
Brasil resta a compor, e se at do lima linha de continuidade em re
aqui nem nos era permitido a es lao ao sculo XVIII e s academias
perana de que to cedo fosse iluministas criadas no Brasil quela
satisfeito este desideratum, hoje altura.' O mesmo artigo explicita ain
assim no acontece, depois da fun da com clareza o papel reservado ao
dao do Instituto Histrico, cujas Brasil como Nao no quadro geral
.mportanttss.mas pesqUIsas na
das Naes em formao, papel este
nosso passado deixam esperar, que estar subjacente leitura da his
que esta ilustre corporao se d tria hrasileira a ser empreendida
tarefa de escrever a histria na- pelo IHGB.
NAO E CIVILIZAO NOS TRPICOS 15
" . . . tudo enfim pressagia que o seguir, os escolhos que deve evi
Brasil destinado a ser, no aci tar, e o seguro porto, a que uma
dentalmente, mas de necessidade, slida manobra pode Celizmente
11m centro de luzes e de civiliza Cazer chegar a nau do Estado. ,.
o, e o rbitro da poltica do
Novo Mundo .'1 Outra no era alis a prtica de mui
tos daqueles intelectuais que iro se
Herdeiro de uma concepo antiga ocupar do trabalho historiogrfico no
de histria, lana-se o Instituto His Brasil, como por exemplo Varnhagen,
trico tarefa de escrever a gnese que no se furtava a prestar consultas
da Nao brasileira, preocupao, e a elaborar pareceres para rgos do
neste sentido, moderna da historia Estado Imperial, na qualidade de his
grafia europia do sculo XIX. Mo toriador. O conhecimento da hist6ria
mento mesmo de passagem, esta histo adquiriu um sentido garantidor e le
riografia abriga aspectos de uma vi gitimador para decises de natureza
so antiga e de uma viso moderna poltica, mormente aquelas ligadas s
de se pensar a histria. Utilizando-se questes de limites e fronteiras, vale
categorias prprias da histria ilumi dizer, aquelas ligadas identidade e
nista, vai-se tentar dar conta da espe singularidade fsica da Nao em
cificidade nacional brasileira em ter construo. O domnio de um saber
mos da sua identidade e do papel que especfico parece neste caso estar in
lhe caber no conjunto de Naes. timamente ligado viabilizao de 11m
Projeto no s ideolgico, mas tam certo poder em vias de definio.
bm poltico, este encaminhado pelo A Revista do IHGB, penetrada da
IHGB na sua tarefa de contribuir concepo exemplar da histria, abre
para a construo da Nao brasi uma rubrica em seu interior dedica
leira. Da histria, enquanto palco de da s biografias, capazes de Cornece
experincias passadas, poderiam ser rem exemplos s geraes vindouras,
filtrados exemplos e modelos para o contribuindo desta forma tambm pa
presente e o futuro, e sobre ela d... ra a construo da galeria dos heris
veriam os polticos se debrua;' como nacionais. Mas no apenas uma vi
forma de melhor desempenharem suas so pragmtica e exemplar da hist
Cunes. A histria percebida, por ria que se abriga no projeto historio
tanto, enquanto marcha linear e pro grfico do IHGB. A concepo de
gressiva que articula futuro, presente histria partilhada pela instituio
e passado; s partilhando uma tal guarda um ntido sentido teleol6gico,
concepo, como nos indica Kosel conferindo ao historiador, atravs de
leck ", pode-se pretender aprender seu oCcio, um papel central na con
com a histria, dando-Ihe um carter duo dos rumos deste fim ltimo da
pragmtico. J no segundo nmero da histria. A este respeito exprimia-se
Revista, J anurio da Cunha Barbosa a Revista em seu nmero de abril a
afirmava a importncia da histria junho de 1847:
para o homem de Estado;