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PREPARATÓRIO PARA

EXAME DE CERTIFICAÇÃO

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO

INSTRUTORES

Luiz Felipe Amaral Calabro, Gra-


duado e m Direito, Gerente Jurídico
da B M & F B O V E S P A Supervisão de
M e r c a d o s - B S M , Especialista e
Mestre e m Processo Civil, Doutor
e m Direito Comercial e Professor.

Marcos Crivei aro, Engenheiro,


Doutore Pós-Doutorem Engenharia
e Professor.

Roberto Paulino Sevalli


E c o n o m i s t a , c o m Especialização
nas Á r e a s d e R e n d a Fixa e
Derivativos, Executivo Financeiro
e Professor.

Rogério Marques,
Economista c o m MBA e m
Finanças, Coordenador de índices
de Ações da BM&FBOVESPA.

Realização

Apoio

Coordenação

MAC
Consultores Associados S/S Ltda.

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PLANO DE AULAS
De 2 8 / 0 1 à 17/03/ 2012

28/01 - Sábado das 8h30às 18h30

• A Atividade do Agente Autónomo de Investimento

• Ética Profissional e Aspectos Comportamentais


•Lei n° 9613/98; Circular BACEN n° 3461/09 e
Instrução CVM n° 301/99

Professora: Luiz Felipe Calabro

04/02 - Sábado das8h30às18h30

Matemática Financeira

Professor: Marcos Crivelaro

11/02-Sábado das8h30 às 18h30

Mercado Financeiro - Produtos, Modalidades Operacionais,


Liquidação

Professor: Roberto Paulino Sevalli

25/02 - Sábado das8h30às18h30

Mercado Derivativos - Produtos, Modalidades Operacionais,


Liquidação

Professor: Roberto Paulino Sevalli

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PLANO DE AULAS

03/03 - Sábado das8h30 às18h30

Economia

Sistema Financeiro Nacional

Instituições elntermediadores Financeiro

Professor: Rogério Marques

10/03 - Sábado das8h30às18h30

Administração de Risco

Mercado de Capitais, Produtos, Modalidades Operacinais,


Liquidação

Professor: Rogério Marques

17/03 - Sábado das 8h30as 18h30

Mercado de Capitais, Produtos, Modalidades Operacionais,


Liquidação (continuação)

Fundos de Investimentos

Outros Fundos de Investimento Regulados pela CVM

Securitização de Recebíveis

Clubes de Investimento

Professor: Rogério Marques

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ÍNDICE

1. ATIVIDADE DO A G E N T E AUTÓNOMO D E INVESTIMENTO 1

A Atividade do Agente Autónomo 1


Diferenciação da Atividade de AAI das atividades de Administração,
Análise e Consultoria de Valores Mobiliários 1
Concessão da Autorização para Exercício da Atividade 3
Suspensão e Cancelamento da Autorização para Exercício da
Atividade 4
Contrato de Agenciamento e Remuneração 6
Práticas Vedadas 6
Penalidades e Multa Cominatória 7

2. CÓDIGO DE CONDUTA DO A G E N T E AUTÓNOMO 8

Normas de Conduta 8

Responsabilidades dos AAI's e das Instituições Contratantes 8

Princípios Éticos 10

Ética 10

Valores Éticos 11

Ética Normativa 11

3. LEI 9613/98, C I R C U L A R B A C E N 3461/09, INSTRUÇÃO CVM 301/9913

Conceito de Crime de Lavagem 13

Tipificação 18

Responsabilidades 18

Ações Preventivas 19

PPE (Pessoa Politicamente Exposta) 20

Cadastro de Clientes e Acompanhamento das Operações 21

Instrução CVM 506 - 27/11/2011 23

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ÍNDICE

4. MATEMÁTICA FINANCEIRA 27

Introdução 27
Regimes de Capitalização 29
Equivalência de Taxas 32

Taxa Over 40

Taxa de Desconto 45
Fluxo de Caixa 49
Valor Presente Líquido - VPL 53
Taxa Intrna de Retorno-TIR 55

Valor de Recompra 58

5. MERCADO FINANCEIRO - P R O D U T O S - MODALIDADES


OPERACIONAIS - LIQUIDAÇÃO 60

Títulos de Renda Fixa 60


Títulos Públicos 60
A Negociação dos Títulos Públicos Federais 62
Leilões 62
LTN-Letras do Tesouro Nacional 68
LFT - Letras Financeiras do Tesouro 70
NTN - Nota do Tesouro Nacional 72
Títulos Privados 78
CDB - Certificado de Depósito Bancário 78
RDB - Recibo de Depósito Bancário 78
Letra de Câmbio (LC) 81
CDI - Certificado de Depósito Interfinanceiro 81
LI - Letra Imobiliária 82
LH - Letra Hipotecária 82

Câmbio 82
6. MERCADOS DERIVATIVOS - P R O D U T O S - MODALIDADES
OPERACIONAIS - LIQUIDAÇÃO 84
Conceituação de Derivativos 84
Mecânica Operacional dos Derivativos 85
Regulamento Operacional do Segmento BM&F 91
Derivativos Agropecuários 102
Operações Ex-Pit 102
Repasse de Negócios 104
Derivativos Financeiros 104
Aspectos Tributários 121

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ÍNDICE

7. ECONOMIA 123
Noções Gerais 123
índices e Indicadores 123
Políticas Governamentais 129

8. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 132


Composição e Regulação Governamental 133
CMN - Conselho Monetário Nacional 134
Bacen - Banco Central do Brasil 134
Tesouro Nacional 135
CVM - Comissão de Valores Mobiliários 136
CNSP - Conselho Nacional de Seguros Privados 140
CNPC - Conselho de Previdência Complementar 140
PREVIC - Superintendência Nac. de Previdência Complementar 140
Entidades de Apoio e Autorregulação 141
Sistema de Pagamentos Brasileiro 142
Sistema Financeiro Nacional 145

9. INSTITUIÇÕES E I N T E R M E D I A D O R E S FINANCEIROS 146


Instituições Financeiras 146
Classificação e Conceituação 147

Bancos Comerciais 147


Bancos de Investimentos 147
Bancos Múltiplos 148
Caixa Económica Federal 148
Banco Nacional de Desenvolvimento 149
Cooperativas de Crédito 149
Crédito Imobiliário 150
Financeiras 150
Corretoras de Câmbio 151
Corretoras de Mercadorias 151
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários 151
Agentes Autónomos de Investimento,
Empregados de Instituições Financeiras 152
Mercados Regulamentados de Valores Mobiliários 155
Bolsas Internacionais 156

10. ADMINISTRAÇÃO DE R I S C O 158


Riscos 158
Conceito de Risco 158
Risco de Mercado, de Crédito, Operacional e de Liquidez 159
Diversificação de Carteiras 161
Riscos Sistemáticos e Não Sistemáticos 163
Conceito e Característica dos VAR 164

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ÍNDICE

10. ADMINISTRAÇÃO DE R I S C O (Continuação)


Conceito e Característica de Limites de Oscilações 164
Conceito e Características dos Túneis de Negociação 166
Atividade Modelo de Liquidação e Compensação da Clearing 168
Selic 169
Cetip 169
Câmaras da BM&FBOVESPA 170
BM&FBOVESPA - Câmara de Ativos 170
BM&FBOVESPA - Câmara de Câmbio 170
BM&FBOVESPA - Câmara de Derivativos 171

11. MERCADO DE CAPITAIS - P R O D U T O S - MODALIDADES


OPERACIONAIS - LIQUIDAÇÃO 172
Mercado Primário 172
Ofertas Públicas de Ações e Outros Ativos 174
Mercado Secundário 175
Principais Ativos de Emissão das Cias. 177
Governança Corporativa 180
Mercado à Vista 185
Mercado a Termo 196
Mercado a Termo Flexível 200
Mercado Futuro 201
Mercado de Opções 204
Aspectos Tributários 212
Mercado Internacional 213
Liquidação das Operações do Segmento Bovespa 215
Banco de Títulos BTC 227

12. FUNDOS DE INVESTIMENTO 240


Histórico 240

Classes 241
Aspectos Operacionais 244
Políticas de Investimentos 245
Definição e Instrumentos de Divulgação 245
Gestão Ativa e Passiva 249

13. O U T R O S FUNDOS D E INVESTIMENTO R E G U L A D O S P E L A CVM 153

Fundo de índice 249


Fundo Imobiliário 250
Fundos Mútuos de Investimentos em Empresas Emergentes 250

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ÍNDICE

13. O U T R O S FUNDOS D E INVESTIMENTO R E G U L A D O S P E L A CVM


(Continuação)
Fundos de Investimento em Participações 251
Fundos Mútuos de Investimento em Direitos Creditórios 251

14. SECURITIZAÇÃODERECEBÍVEIS 252

15. C L U B E S DE INVESTIMENTO 253


Definição 253
Instrução CVM 494 253
Aspectos Operacionais 253
Gestão de Carteira 254
Carteira 254
Tributação de Clubes de Investimento 255

Bibliografia 256

Sites para informações 257

Nota 257

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1. A T I V I D A D E D O A G E N T E A U T Ó N O M O D E I N V E S T I M E N T O

"Atenção: Este capítulo será objeto de 8 (oito) questões no Exame,


sendo exigida a quantidade mínima de acertos de 4 (quatro) questões"

A Atividade de Agente Autónomo de Investimento conforme a Instrução


n° 497/11

A Atividade de Agente Autónomo de Investimento é regida pela Resolução


CMN n° 2838, de 30/05/2001 e pela Instrução n° 497, de 03/06/2011.

Ela estabelece que o agente autónomo de investimento é a pessoa natural,


registrada na forma desta Instrução, para realizar, sob a responsabilidade
e como preposto de instituição integrante do sistema de distribuição de
valores mobiliários, as atividades de:

I - prospecção e captação de clientes;

II - recepção e registro de ordejis e transmissão dessas ordens para os


s i s t e m a s de n e g o c i a ç ã o o u de registro-cabíveis, na f o r m a da
regulamentação em vigor;

III - prestação de informações sobre os produtos oferecidos e sobre os


serviços prestados pela instituição integrante do sistema de distribuição
de valores mobiliários pela qual tenha sido contratado.

Os agentes autónomos de investimento podem exercer suas atividades


por meio de sociedade ou firma individual constituída exclusivamente para
este fim.

A atividade de agente autónomo de investimento está restrita a uma única


instituição.

^ /"Diferenciação da Atividade de Agente Autónomo das Atividades de


v C_ Administração, Análise e Consultoria de Valores Mobiliários

A atividade do agente autónomo de investimento assim como dos


administradores de carteiras, analistas e consultores de valores mobiliários
são regulamentadas e autorizadas o exercício de suas atividades pela CVM
seja na qualidade de pessoa física ou de pessoa jurídica tendo cada uma
atuações e registros específicos junto a CVM.

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Analista de Valores Mobiliários
Atividade regulamentada pela CVM através da Instrução n° 483 de 06/07/
2010.
O analista de valores mobiliários é a pessoa natural que, em caráter
profissional, elabora relatórios de análise destinados à publicação, divulgação
ou distribuição a terceiros, ainda que restrita a clientes que auxiliem no
processo de tomada de decisão de investimento.
A atividade de analista de valores mobiliários pode ser exercida na modalidade
de : 1) autónoma, 2) vinculada a instituição integrante do sistema de
distribuição ou a pessoa natural ou jurídica autorizada pela CVM a
desempenhar a função de administrador de carteira ou de consultor de
valores mobiliários, ou ainda 3) vinculada a pessoa jurídica que tenha em
seu objeto social exclusivamente a atividade de análise de valores mobiliários.

Consultor de Valores Mobiliários


Atividade regulamentada pela CVM através da Instrução n° 043 de 05/03/
1985, cujo profissional ou empresa, credenciado pela CVM, com experiência
em atuação no mercado de valores mobiliários, que presta consultoria aos
investidores interessados em fazer aplicações diretamente nesse mercado.
Possui conhecimentos técnicos e práticos para assessorar seu cliente
na busca do produto que irá melhor atender a seus objetivos e
necessidades pessoais.

Administrador de Carteiras
Atividade regulamentada pela CVM através da Instrução n° 306 de 05/05/
1999, com as alterações introduzidas pelas Instruções n° 364/02, n° 448/
07, n° 450/07, n° 456/07, e n° 510/11.

Entende-se por exercício da administração de carteira de valores mobiliários


a gestão profissional de recursos ou valores mobiliários, subordinados ao
regime da Lei n° 6.385 e do Decreto-Lei n° 2.298/86, entregues à pessoa
física ou jurídica com autorização para que estas comprem ou vendam
valores mobiliários por conta do investidor.

A administração de carteira de valores mobiliários só poderá ser exercida


por pessoas físicas ou jurídicas autorizadas pela Comissão de Valores
Mobiliários.

Os administradores também são responsáveis por manter seus clientes


de carteiras administradas ou fundos de investimento informados sobre o
andamento dos investimentos.

- Agente Autónomo de Investimento


Conforme citado no item anterior esse profissional anteriormente a solicitação
de autorização para registro de sua atividade, deve ter sido aprovado em
exame técnico específico para agente autónomo de investimento, organizado
por entidade certificadora autorizada pela CVM e também para o exercício
da atividade de agente autónomo pressupõe, necessariamente, a existência
de um contrato de agenciamento firmado entre o agente autónomo ou a
sociedade de agentes autónomos por ele integrada e uma instituição
integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários.

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(6\o da Autorização para Exercício da Atividade

Para o exercício de sua atividade o agente autónomo de investimento deve:

. ser julgado apto em exame de certificação organizado por entidade


autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários;

. obter a autorização da Comissão de Valores Mobiliários;

. manter contrato para distribuição e mediação com uma instituição


integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários;

. realizar a sua atividade de distribuição e mediação exclusivamente como


preposto das instituições integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários;

. abster-se de receber ou entregar aos investidores, por qualquer razão,


numerário, títulos, valores mobiliários ou quaisquer outros valores, que
somente devem ser movimentados por meio das instituições integrantes e
do sistema de distribuição de valores mobiliários.

Os empregados de instituições financeiras e demais instituições autorizadas


a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que exerçam, na própria instituição,
as atividades de distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários,
quotas de fundos de investimento e derivativos, também deverão ser
julgados aptos em exame de certificação.

Autorização do Agente Autónomo - Pessoa Natural

A autorização para o exercício da atividade de agente autónomo de


investimento somente será concedida à pessoa natural, domiciliada no
País, que preencha os seguintes requisitos:

tenha concluído o ensino médio no País ou no exterior;

tenha sido aprovada em exame técnico específico para


agente autónomo de investimento, organizado por entidade
certificadora autorizada pela CVM;

não esteja inabilitada ou suspensa para o exercício de cargo


em instituições financeiras e demais entidades
autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central do
Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP
ou pela Secretaria de Previdência Complementar - SPC;

não tenha sido condenada criminalmente, ressalvada a


hipótese de reabilitação;

não esteja impedida de administrar seus bens ou deles


dispor em razão de decisão judicial.

Os exames de certificação serão organizados por entidades de classe ou


entidade auto-reguladora que congregue profissionais, associações ou
instituições do mercado financeiro e de capitais.

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O prazo de validade do exame técnico de certificação para obtenção da
autorização da CVM para o exercício da atividade é de 1 (um) ano, contado
da data da divulgação do resultado final pela entidade certificadora.

Autorização do Agente Autónomo - Pessoa Jurídica

A autorização para o exercício da atividade de agente autónomo de


investimento somente será concedida à pessoa jurídica, domiciliada no
País, que preencha os seguintes requisitos:

tenha como objeto social exclusivo o exercício a atividade de


agente autónomo de investimento e esteja regularmente
constituída e registrada no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica - CNPJ ; e

tenha como sócios unicamente agentes autónomos


autorizados pela CVM, e a eles seja atribuído, com
exclusividade, o exercício das atividades referidas à ele
conforme instrução, sendo todos os sócios responsáveis
perante a CVM pelas atividades da sociedade.

tenham, como objeto social exclusivo, o exercício da


atividade de agente autónomo de investimento, sendo
vedada a participação em outras sociedades

Suspensão e Cancelamento da Autorização para Exercício da


Atividade

-Suspensão

A CVM poderá, por solicitação do agente autónomo - pessoa natural,


suspender a autorização para o exercício de sua atividade por um período
contínuo de até 12 (doze) meses, não renovável, mediante a apresentação
de:

I - comprovante de sua retirada da sociedade de agentes autónomos


de investimento de que seja sócio, se for o caso; e

II - comprovante de rescisão ou suspensão do contrato de distribuição


e mediação de valores mobiliários ou declaração de que não mantém
contrato de distribuição e mediação de valores mobiliários com instituição
integrante do sistema de distribuição.

A suspensão somente será concedida se houver decorrido o prazo


de pelo menos 3 (três) anos da data de concessão da autorização do
agente autónomo ou do término de sua última suspensão e durante a
vigência da suspensão, o agente autónomo ficará impedido de exercer a
atividade, exonerando-se do cumprimento das obrigações previstas nesta
Instrução e do dever de pagar a taxa de fiscalização instituída pela Lei n°
7.940, de 20 de dezembro de 1989.
P R E P A R A T Ó R I O PARA E X A M E DE C E R T I F I C A Ç Ã O Q
- Cancelamento

A autorização para o exercício da atividade de agente autónomo de


investimento pode ser cancelada:

I - se constatada a falsidade dos documentos ou de declaração


apresentada para obter a autorização;

II - se, em razão de fato superveniente devidamente comprovado,


ficar evidenciado que a pessoa autorizada pela CVM não mais atende a
quaisquer dos requisitos e condições estabelecidos nesta Instrução para
a concessão da autorização; e

III - a pedido do agente autónomo.

A CVM comunicará previamente ao agente autónomo a decisão de cancelar


o seu registro, nos termos deste artigo, concedendo-lhe o prazo de 10 (dez)
dias úteis, contados da data do recebimento da comunicação, para apresentar
as suas razões de defesa ou regularizar o seu registro.

O pedido de cancelamento da autorização deverá ser instruído com os


seguintes documentos:

/ - no caso de pessoa natural:

a) se for o caso, comprovante de sua retirada da sociedade de


agentes autónomos de investimento.

b) comprovante de rescisão dos contratos de distribuição e mediação


de valores mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de
distribuição e mediação de valores mobiliários com instituição integrante
do sistema de distribuição de valores mobiliários;

// - no caso de pessoa jurídica:

a) apresentação do seu distrato social ou mudança de seu objeto,


com registro no órgão competente; e

b) comprovante de rescisão dos contratos de distribuição e mediação


de valores mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de
distribuição e mediação de valores mobiliários com instituição integrante do
sistema de distribuição de valores mobiliários.

O deferimento do pedido de cancelamento não impede que a CVM instaure


ou dê andamento a procedimento visando apurar a responsabilidade do
agente, por atos ocorridos até aquela data.

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O cancelamento da autorização de agente autónomo será comunicado
pela CVM às instituições que o houverem inscrito no cadastro da CVM
como agente autónomo contratado.

Contrato de Agenciamento e Remuneração

A instituição contratante de agentes autónomos deverá inscrevê-los em


sua relação de agentes contratados na página da CVM, na rede mundial
de computadores, quando celebrar um novo contrato, e retirá-los da página,
quando o contrato for rescindido, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis
após a contratação ou rescisão.

A instituição contratante deverá conservar à disposição da CVM, enquanto


vigorar o contrato, e pelo prazo de 5 (cinco) anos a partir de sua rescisão,
todos os documentos relacionados à contratação e à prestação de serviços
de cada agente autónomo por ela contratado.

A remuneração é pactuada entre as partes no contrato de prestação de


serviços de cada agente autónomo pela instituição contratado.

A atividade do agente autónomo de investimento está restrita a uma única


instituição, não podendo o mesmo manter contrato com mais de uma
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários.

Praticas Vedadas

É vedado ao agente autónomo de investimento:

I - manter contrato para a prestação dos serviços com mais de uma


instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários;

II - receber de clientes ou em nome de clientes, ou a eles entregar, por


qualquer razão e inclusive a título de remuneração pela prestação de
quaisquer serviços, numerário, títulos ou valores mobiliários ou outros
ativos;

III - ser procurador ou representante de clientes perante instituições


integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, para
quaisquer fins;

IV - contratar com clientes ou realizar, ainda que a título gratuito, serviços


de administração de carteira de valores mobiliários, consultoria ou análise
de valores mobiliários;

V - atuar como preposto de instituição integrante do sistema de distribuição


de valores mobiliários com a qual não tenha contrato para a prestação dos
serviços;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 6


VI - delegar a terceiros, total ou parcialmente, a execução dos serviços
que constituam objeto do contrato celebrado com a instituição integrante
do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido
contratado;

VII - usar senhas ou assinaturas eletrônicas de uso exclusivo do cliente


para t r a n s m i s s ã o de ordens por meio de sistema e l e t r ô n i c o ; e

VIII - confeccionar e enviar para os clientes extratos contendo informações


sobre as operações realizadas ou posições em aberto.

Para exercer as atividades de administração de carteira, de consultoria ou


de análise de valores mobiliários, o agente autónomo de investimento que
seja registrado pela CVM para o exercício daquelas atividades na forma da
regulamentação em vigor deve requerer à entidade credenciadora a
s u s p e n s ã o de seu c r e d e n c i a m e n t o c o m o a g e n t e a u t ó n o m o de
investimento.

Penalidades e Multa Cominatória

Constituem infração grave:

I - o exercício da atividade de agente autónomo de investimento por


pessoa não autorizada, nos termos desta Instrução, ou autorizada com
base em declaração ou documentos falsos;

II - o descumprimento dos deveres estabelecidos nas regras de


conduta; e

III - aconselhar clientes da instituição intermediária à qual o agente


autónomo esteja vinculado a realizar negócio com a finalidade de obter,
para si ou para outrem, vantagem indevida.

Constitui hipótese de infração de natureza objetiva, sujeita ao rito sumário


de processo administrativo, o descumprimento das vedações impostas a
sua atividade.

Sujeitam-se à multa cominatória diária de R$ 200,00 (duzentos reais),


incidente a partir do dia seguinte ao término do prazo estabelecido para o
cumprimento da obrigação:

I - o agente autónomo de investimento que:

a) não encaminhar à CVM as informações previstas nas alterações


posteriores dos atos constitutivos devem ser encaminhados à
CVM, no prazo de 15 (quinze) dias úteis após o seu registro, ou

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


ta
b) não mantiver seu cadastro atualizado. O agente autónomo de
investimento deve comunicar à CVM qualquer alteração cadastral,
por intermédio da página da CVM na rede mundial de computadores,
no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data de sua
ocorrência.;

II - as instituições contratantes que deixar de informar a CVM no prazo


máximo de 5 dias úteis a contratação ou rescisão de AAI pessoa
natural ou jurídica e devidamente autorizadas pela CVM.

2. C Ó D I G O D E C O N D U T A DO A G E N T E A U T Ó N O M O DE
INVESTIMENTO

"Atenção: Este capítulo será objeto de 4 (quatro) questões no Exame,


sendo exigida a quantidade mínima de acertos de 2 (duas) questões"

Á*r l® Normas de Conduta

0 agente autónomo de investimento deve observar as seguintes


regras de conduta:

1 - empregar, no exercício de sua atividade, o cuidado e a diligência


que todo homem ativo e probo costuma dispensar à administração de
seus próprios negócios;

II - abster-se da prática de atos que possam ferir a relação fiduciária


entre investidores e a instituição intermediária à qual estiver vinculado; e

III - z e l a r pelo sigilo de informações confidenciais a que tenha acesso


no exercício de sua função.

R e s p o n s a b i l i d a d e s do Agente Autónomo de Investimento e d a s


Instituições Contratantes

Incumbe à instituição integrante do sistema de distribuição verificar a


regularidade do registro dos agentes autónomos de investimento por ela
contratados e formalizar, por meio de contrato escrito, a sua relação com
tais agentes autónomos de investimento.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 8


A instituição integrante do sistema de distribuição deve manter, enquanto
vigorar o contrato, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos contados a partir
de sua rescisão, ou por prazo superior por determinação expressa da
CVM ou de entidade credenciadora, em caso de processo administrativo,
todos os registros, documentos e comunicações, internas e externas,
inclusive eletrônicos, relacionados à contratação e à prestação de serviços
de cada agente autónomo por ela contratado. Admitem-se, em substituição
aos documentos, as respectivas imagens digitalizadas.

A instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários


responde, perante os clientes e perante quaisquer terceiros, pelos atos
praticados por agente autónomo de investimento por ela contratado.

A instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários


que contratar agente autónomo de investimento deve manter atualizada,
em sua própria página e na página da CVM na rede mundial de
computadores, a relação de agentes autónomos de investimento por ela
contratados.

- A relação deve ser atualizada no prazo de 5 (cinco) dias úteis,


contados da correspondente contratação, alteração de contrato ou
rescisão.

- Em caso de contratação de pessoa jurídica, todos os seus sócios


devem ser inscritos na relação.

A instituição integrante do sistema de distribuição deve:

I - estender aos agentes autónomos de investimento por ela contratados,


diretamente ou por meio de pessoa jurídica a aplicação das regras,
procedimentos e controles internos por ela adotados;
-as regras, procedimentos e controle devem prever as formas de
identificação e de administração das situações de conflito de interesses.

II - fiscalizar as atividades dos agentes autónomos de investimento que


atuarem em seu nome de modo a garantir o cumprimento do disposto
nesta Instrução e nas regras e procedimentos estabelecidos;

- o acompanhamento das operações dos clientes, inclusive com a


realização de contatos periódicos;

- o acompanhamento das operações de titularidade dos próprios


agentes autónomos de investimento, aos quais devem se aplicar as
mesmas regras e procedimentos aplicáveis às pessoas vinculadas, na
forma da regulamentação em vigor;

- a verificação de dados de sistemas que permitam identificar a


proveniência de ordens emitidas por meio eletrônico, indícios de utilização
irregular de formas de acesso e administração irregular das carteiras dos
clientes.

- quando do cadastramento de clientes apresentados por agentes

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 9


certificar-se da sua recepção pelo cliente e da compreensão de seu
conteúdo.

III - comunicar à C V M , à entidade credenciadora e às entidades


autorreguladoras competentes, tão logo tenha conhecimento, condutas
dos agentes autónomos de investimento por ela contratados que possam
configurar indício de infração às normas emitidas pela CVM;

IV - c o m u n i c a r às e n t i d a d e s c r e d e n c i a d o r a s e às e n t i d a d e s
autorreguladoras competentes, tão logo tenha conhecimento, condutas
dos agentes autónomos de investimento por ela contratados que possam
configurar indício de infração ao código de conduta profissional ou a outras
normas ou regulamentos por elas emitidos;

V - dar às entidades credenciadoras acesso às suas instalações, arquivos


e documentos relativos às regras, procedimentos e controles internos
relacionados ao cumprimento das normas que lhes incumbe fiscalizar,
para que elas possam exercer as funções fiscalizadoras atribuídas por
esta Instrução;

VI - divulgar o conjunto de regras decorrentes do inciso I, bem como suas


atualizações, em sua página na rede mundial de computadores; e

VII - nomear um diretor responsável pela implementação e cumprimento


dos incisos I a VI, bem como identificá-lo e fornecer seus dados de contato
em sua página na rede mundial de computadores.

Princípios Éticos

Ética

A palavra ética é originada do grego ethos, que significa modo de ser,


caráter. Através do latim mos (ou no plural mores), que significa costumes,
derivou-se a palavra moral. Em Filosofia, ética significa o que é bom para
o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a
natureza de deveres no relacionamento indivíduo - sociedade.

A ética é um ramo da filosofia que estuda a natureza humana com o objetivo


de determinar o que é bom tanto para o individuo e para a sociedade como
um todo.
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa
frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que
ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por
outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção
pela desobediência a estas.

Modernamente, a maioria das profissões têm o seu próprio código de ética


profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório,
derivadas da ética, frequentemente incorporados à lei pública.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 10


- Integridade
Um profissional deve oferecer e proporcionar serviços profissionais com
integridade e devem ser considerados por seus clientes como merecedores
de '
Nesses casos, os princípios éticos passam a ter força de lei, que mesmo
nos casos em que esses códigos não estão incorporados à lei, seu estudo
tem alta probabilidade de exercer influência, por exemplo, em julgamentos
nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional.

A ética profissional está relacionada com a forma como as pessoas se


comportam em relação à carreira que escolhem. Dos médicos, advogados,
contabilistas, engenheiros, financistas e outros profissionais espera-se
que se comportem de uma certa forma ou que sigam códigos de conduta
específicos. Contudo, as normas éticas deverão ser sempre seguidas,
pois o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela
sociedade profissional, como censura pública e suspensão temporária ou
definitiva do direito de exercer a profissão.

Valores Éticos

São um conjunto de ações éticas (honestidade, justiça, respeito, obediência,


competência, profissionalismo, tolerância, confidencialidade, diligencia,
solidariedade e tantos outros valores) que auxiliam gestores e funcionários
a tomar decisões de acordo com os princípios da organização. Quando
bem implementado, os valores éticos tendem a especificar a maneira
como a empresa administra os negócios e consolida relações com
clientes, parceiros de negociações e outras pessoas envolvidas. Um
administrador ético só o é , se também for um homem ético, e este valor o
qualifica integro, primeiro como individuo e depois profissional,
total confiança. A principal fonte desta confiança é a integridade pessoal do
profissional. Ao decidir o que é correto e justo, deve atuar com integridade
como condição essencial. Integridade pressupõe honestidade e sinceridade
que não devem estar subordinadas a ganhos e vantagens pessoais. Dentro
do princípio da integridade, pode haver uma certa condescendência com
relação ao erro inocente e à diferença legítima de opinião; mas a integridade
não pode coexistir com o dolo ou subordinação dos próprios princípios.

-Competência

Um profissional deve prestar serviços aos clientes de maneira competente


e manter os necessários conhecimentos e habilidades para continuar a
fazê-lo nas áreas em que estiver envolvido. Só é competente aquele que
atinge e mantém um nível adequado de conhecimento e habilidade, aplicando-
os na prestação de serviços aos clientes. Competência inclui, também, a
sabedoria para reconhecer as suas limitações e as situações em que a
consulta a, ou o encaminhamento para, um outro profissional. A competência
também deve ser perseguida através da continuação de aprendizagem e
aperfeiçoamento e atualização profissional.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 11


-Profissionalismo

A conduta de um profissional em todas as questões deve refletir zelo e


crença na profissão, pois há responsabilidades concomitantes de
comportamento digno e cortês com todos aqueles que usam seus serviços,

profissionais colegas, e aqueles de profissões relacionadas; também tem


a obrigação de cooperar com outros profissionais para melhorar a qualidade
dos serviços e manter a imagem pública da profissão.

-Confidencialidade

Um profissional não deve revelar nenhuma informação confidencial do


cliente sem o seu específico consentimento, a menos que em resposta a
qualquer procedimento judicial, inclusive, mas não limitado a, defender-se
contra acusações de má prática de sua parte e/ou em relação a uma
disputa civil entre o profissional e o cliente.

Um cliente, ao buscar os serviços de um profissional, pode estar interessado


em criar um relacionamento de confiança pessoal. Este tipo de
relacionamento só pode ser criado tendo como base o entendimento de que
as informações fornecidas ao profissional e/ou outras informações serão
confidenciais.

Para prestar os serviços eficientemente e proteger a privacidade do cliente,


o profissional deve salvaguardar a confidencialidade das informações e o
escopo de seu relacionamento com os clientes finais.

-Probidade

Um profissional deve realizar os serviços profissionais de maneira íntegra


e justa para os clientes, diretores, sócios e empregadores, devendo revelar
conflitos de interesses surgidos durante e/ou em razão da prestação dos
serviços.

Probidade requer imparcialidade, honestidade intelectual e a revelação de


conflitos de interesses. Envolve uma subordinação dos próprios
sentimentos, preconceitos e desejos, de modo a conseguir um equilíbrio
adequado dos interesses conflitantes.

Probidade é tratar os outros da mesma maneira que você gostaria de ser


tratado e constituí traço essencial de qualquer profissional.

-Diligência

Um Profissional deve atuar diligentemente na prestação de serviços.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 12


Diligência é a prestação de serviços realizada em um prazo adequado ao
normalmente demandado para sua execução. Diligência também pressupõe
um planejamento adequado e supervisão.

-Conhecimento do Cliente

Um Profissional deve tomar todas as medidas a fim de conhecer os clientes


e suas necessidades, devendo especialmente: documentar e confirmar a
verdadeira identidade dos clientes com quem mantenha qualquer tipo de
relação profissional; documentar e confirmar qualquer informação adicional
sobre os clientes; tomar todas as medidas necessárias a fim de que não
se realizem operações com pessoas ou entidades cuja identidade não se
possam confirmar, cujas informações sejam de difícil obtenção, ou cuja
informação fornecida seja falsa ou que contenha incoerência significativa
que não se possa verificar, ou que não caiba retificação.

3. LEI 9613/98, C I R C U L A R B A C E N 3461/09, INSTRUÇÃO CVM 301/99

"Atenção: Este capítulo será objeto de 4 (quatro) questões no Exame,


sendo exigida a quantidade mínima de acertos de 2 (duas) questões"

Conceito de Crime de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e


Valores

INTRODUÇÃO

ORIGEM

A terminologia "lavagem de dinheiro" tem sua origem ligada à atuação das


organizações criminosas norte-americanas ou "máfias" que, na década
de 20, criaram lavanderias de roupa para que pudessem através dessa
atividade mascarar os ganhos advindos de suas atividades ilegais.

Origem expressão: EUA - Money Laundering

CONCEITO

Lavar o dinheiro "sujo".


Legitimar a origem dos recursos provenientes de atividade criminosa.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 13


REQUISITOS

1) O afastamento dos fundos de sua origem, impedindo uma ligação


direta com o crime;
2) O disfarce de suas diversas movimentações de modo a dificultar o
rastreamento desses recursos.
3) O retorno do dinheiro aos criminosos após ele ter sido satisfatoria-
mente movimentado no ciclo de lavagem a ponto de poder ser considera-
do limpo.

FASES

Colocação
Ocultação/Estratificação/Difusão/Camuflagem
Integração

COLOCAÇÃO (Placement)

Primeiro P a s s o - O criminoso irá remover o dinheiro do seu local de aqui-


sição, limitando o perigo de rastreamento.

Objetivo Final - Fazer com que o dinheiro em espécie seja transformado


em outra forma de valor.

Obs.1 Há preferências por países que possuem regras mais "permissi-


vas" e/ou um sistema financeiro considerado liberal.
Obs.2 Países com pouco empenho das autoridades no controle das ope-
rações financeiras.

OCULTAÇÃO (layering)

Primeira tentativa de obstacularização ao descobrimento da origem ilícita


do capital.

Objetivo Final - É dissociar os recursos de sua origem criminosa, crian-


do uma rede complexa de transações financeiras e comerciais.

Instrumentos Utilizados: (i) operações financeiras criadas por meio de


transferências eletrônicas de capital, movimentando o dinheiro dentro e
fora de contas bancárias offshore abertas em nome de empresas de fa-
chadas em paraísos fiscais e (ii) operações com ações, commodities,
futuros, dentre outros títulos financeiros, que, pelo elevado volume global
de transações diárias e o alto grau de anonimato, reduzem as chances de
que as transações sejam localizadas.

INTEGRAÇÃO (Integration)
Fase Final.

Objetivo - É nesta fase que o dinheiro é definitivamente integrado no

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 14


sistema económico e financeiro e é assimilado com todos os outros ati-
vos existentes no sistema.

Nessa fase, não se pode dizer, tecnicamente, que há "lavagem de capi-


tal", haja vista este possuir uma máscara de licitude.

Trata-se da incorporação formal do dinheiro ao sistema económico, sen-


do aplicado em investimentos que facilitem suas atividades.

O dinheiro "sujo" torna-se legítimo pois terá sido incorporado em transa-


ções legais.

S E T O R E S E/OU ATIVIDADES MAIS VISADOS

Paraísos Fiscais;
Centros Off-Shore;
Bolsa de Valores;
Companhias Seguradoras;
Mercado Imobiliário;
Jogos de Azar e Sorteios;
Internet e Comércio Eletrônico.

PRECAUÇÕES

1. Conhecer adequadamente as atividades do cliente (knowyour customer).

2. Conhecer os funcionários.

3. Conhecer as leis específicas anti-lavagem de dinheiro.

CUIDADOS
(I) Evitar operações de qualquer tipo com recebimentos em dinheiro (ven-
das, serviços, financiamentos, etc.) / limitar o valor máximo de tais paga-
mentos a R$10.000,00 por dia e por grupo e evitar que tais pagamentos
aconteçam com regularidade.

(II) Optar sempre por recebimentos que transitem pelo sistema bancário.

(III) Evitar realizar qualquer operação comercial ou financeira por conta de


terceiros.

(IV) Evitar operações com pessoas ou entidades que não possam com-
provar a origem do dinheiro envolvido.

(V) Evitar operações por quantias elevadas que não tenham uma origem
muito bem definida e um sentido económico, comercial e financeiro sóli-
do.

(VI) Evitar operações financeiras internacionais complexas, que envolvam

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 15


muitas movimentações de dinheiro em países diferentes e/ou entre ban-
cos diferentes.

(VII) Identificação de um responsável geral pelas políticas internas contra


a lavagem de dinheiro.

(VIII) Treinamento e responsabilização de todas as áreas sensíveis quan-


to aos procedimentos estabelecidos contra a lavagem de dinheiro.

(IX) Estabelecimento de um sistema de relatórios internos periódicos, re-


lativos aos aspectos determinantes no combate à lavagem de dinheiro.

(X) Estabelecimento de um sistema de monitoramento e de auditorias


internas periódicas e independentes para verificar a aplicação dos princí-
pios determinados e identificar áreas de risco ou vulnerabilidade.

ORGANISMOS INTERNACIONAIS DE COMBATE À LAVAGEM DE DI-


NHEIRO

(i) Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro - GAFI e a s


40 recomendações

A Força Tarefa Financeira de Ação (GAFI) foi o primeiro organismo


intergovernamental cuja finalidade vincula-se ao desenvolvimento e à pro-
moção das políticas, em níveis nacionais e internacionais, de combate à
lavagem de dinheiro.

Criado em 1989 por países integrantes do G7 (Alemanha, Canadá, EUA,


França, Grã-Bretanha, Itália e Japão). Atualmente, conta com 32 (trinta e
dois) países.

Em 1990 editou as chamadas "Quarenta Recomendações", que visa for-


necer instrumentos para o desenvolvimento de um plano de ação comple-
to de combate à lavagem de dinheiro e discutir ações ligadas à coopera-
ção internacional.

As recomendações estão divididas em 4 (quatro) grandes grupos:

1. Sistemas Jurídicos

Deve a legislação dos países cooperantes admitir a possibilidade de con-


fisco de bens, produtos e instrumentos utilizados nas ações de lavagem
de dinheiro, bem como, aplicação de sanções civis e administrativas aos
que destas ações participem.

2. Medidas relacionadas ao Sistema Financeiro

Previsão: Recomendações 10/29 - aplicáveis aos bancos e outras insti-


tuições financeiras não bancárias.

Elaboração de regras para a correta identificação dos clientes, conserva-


ção da respectiva documentação e o exame minucioso da movimentação
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 16
Cooperação Internacional

Marco: Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de Substân-


cias Psicotrópicas - Viena (1988).

Brasil ratificou a Convenção de Viena através do Decreto 154, de 26/6/


1991., de contas, incluindo a pesquisa quanto à origem de operações não-
habituais.

Toda a operação suspeita de ação de lavagem de dinheiro seja informada


aos órgãos competentes e que os funcionários dessas organizações se-
jam treinados para obter a capacitação para identificar indícios desse cri-
me.

3. Medidas Institucionais

Os países devem criar Unidades de Inteligência Financeira (UIF) que sir-


vam como centro nacional de recebimento ou requisição, análise e verifi-
cação das operações suspeitas ou suscetíveis de se tratar de ação de
reciclagem de valores.

4. Cooperação Internacional

Os países devem adotar medidas imediatas para efetiva adequação de


suas respectivas legislações às disposições constantes da Convenção
de Viena.

DEMAIS ORGANISMOS INTERNACIONAIS

(ii) Escritório das Nações Unidas contra Droga e Crime - UNODC/ONU.

(iii) Grupo Sul-Americano de Ação Financeira contra a Lavagem de Ativos


- G A F I S U D (América Latina).

(iv) Grupo de Egmont - Unidades de Inteligência Financeira de cada país.

A LEI 9613/98 TEM POR FINALIDADE:

-Estabelecer um novo tipo penal: lavagem ou ocultação de bens,


direitos e valores;

-Preservar o sistema financeiro nacional contra a utilização indevida


desse sistema para a prática das condutas ilegais estabelecidas;

-Criar normas administrativas, penais e processuais para a prevenção


e punição dos crimes instituídos;

-Criar um órgão colegiado governamental (- Conselho de Controle de


Atividades Financeiras - COAF) com o objetivo de fiscalizar as atividades
financeiras sujeitas à lavagem de dinheiro.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 17


Órgão Regulador -Conselho de Controle de Atividades
Financeiras - COAF (Decreto n° 2.799/1998)

Órgão de deliberação coletiva com jurisdição em todo o território nacional,


sediado no DF. Configura-se como a Unidade de Inteligência Financeira
Brasileira.

Finalidades:

(I) disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar


as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas na lei 9.613, sem
prejuízo da competência de outros órgãos e entidades.

(II) coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de


informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à
ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.

Tipificação

- Tipifica o crime de lavagem (art. 1 °) como aquele em que se oculta


ou dissimula a natureza, origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens, direitos e valores
provenientes, direta ou indiretamente, dos crimes antecedentes:

Tráfico de Drogas;
Terrorismo e seu financiamento;
Contrabando ou Tráfico de Armas ou Munições;
Extorsão mediante Sequestro;
Crimes contra a Administração Pública;
Crimes contra o SFN;
Crimes praticados por Organização Criminosa.
Praticado por particular contra a administração pública estrangeira.

Responsabilidades

cria obrigações para as Instituições Financeiras e outras empresas


fiscalizadas pelo Bacen (art. 9 , 10 e 11);
o

cria CCS ;
atenção especial a operações suspeitas (art. 11);
comunicar operações "suspeitas" (acima de R$ 10.000,00 sem
fundamento econômico-financeiro) sem dar ciência aos clientes
(art. 11).;
as comunicações de boa-fé não acarretarão responsabilidade civil
ou administrativa (§ 2 do art. 11);
o

cria penalizações para as IF's (art. 12);

Instituições Obrigadas:

- Instituições Financeiras e demais instituições autorizadas a


funcionar pelo BC;
- Administradoras de consórcios;
Agências de turismo e hotéis credenciados a operar em câmbio, e
empresas emissoras de cartões de crédito com validade
internacional;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 18


Dependências e representantes no País de instituições financeiras
sediadas no exterior.

Obrigações:

- Identificar os clientes;
- Manter atualizados os cadastros dos clientes;
- Manter registros das operações;

- Comunicação de operações com indícios de lavagem de dinheiro.

Penalidades:

-Advertência;
- Multa pecuniária variável de um por cento até o dobro do valor da operação,
ou até duzentos por cento do lucro obtido ou que presumivelmente seria
obtido pela realização da operação, ou, ainda, multa de até R$ 200.000,00
(duzentos mil reais); ;

- Inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do


cargo de administrador;

- Cassação da autorização para operação ou funcionamento.

Ações Preventivas

Precauções

conhecer adequadamente as atividades do cliente (know your


customer).
conhecer os funcionários.
conhecer as leis específicas anti-lavagem de dinheiro.

Cuidados a tomar para não ser envolvido

- Evitar operações de qualquer tipo com recebimentos em dinheiro


(vendas, serviços, financiamentos, etc) / limitar o valor máximo de
tais pagamentos a R$10.000,00 por dia e por grupo e evitar que tais
pagamentos aconteçam com regularidade.
- Optar sempre por recebimentos que transitem pelo sistema bancário.
• - Evitar realizar qualquer operação comercial ou financeira por conta de
terceiros.
- Evitar operações com pessoas ou entidades que não possam comprovar
a origem do dinheiro envolvido.
- Evitar operações por quantias elevadas que não tenham uma origem
muito bem definida e um sentido económico, comercial e financeiro sólido.
- Evitar operações financeiras internacionais complexas, que envolvam
muitas movimentações de dinheiro em países diferentes e/ou entre bancos
diferentes.
- Identificação de um responsável geral pelas políticas internas contra a
lavagem de dinheiro.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 19


Lavagem de Dinheiro
Resumo - Lei n ° 9.613A998
Lei n°
9.613/98

Tipfcação da Lavagem
de Dinheiro
Criação do COAF

Prevenção à utiização indevida dos setores económicos


legítimos contra a lavagem de dinheiro

Princípios da devida diligência, Inteligência Regulaçãoe


conheça o seu cliente, conheça o seu Financeira Supervisão

empregado e controles internos.


Regular
Setores
Lista de crimes antecedentes. Eccnôréps

Obrigação de manter cadastro, registrare Aplicar Penas


Adrrinrst raivas
comunicaras operações suspeitas.

P P E (Pessoa Politicamente Exposta)

A Circular Bacen 3461/2009

As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar


pelo Banco Central do Brasil devem implementar políticas e procedimentos
internos de controle destinados a prevenir sua utilização na prática de
crimes de que trata a Lei n° 9.613/1998, que permitam:

(i) Confirmar as informações cadastrais dos clientes e identificar os


beneficiários finais das operações; e

(ii) Possibilitar a caracterização ou não de clientes como pessoas


politicamente expostas.

Para efeito da legislação, são consideradas pessoas politicamente expostas


os agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos
últimos cinco anos, no Brasil ou em países, territórios e dependências
estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim
como seus representantes, familiares e outras pessoas de seu
relacionamento próximo.

Obrigações das instituições:

- manter atualizados os cadastros dos clientes;

- manter controles internos para verificar a identificação do cliente e a

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 20


compatibilidade entre movimentações de recursos, atividade económica
e capacidade financeira;
- manter registros de operações;
- promover treinamento para seus empregados;
- implementar procedimentos internos de controle para detecção de
operações suspeitas;
- comunicar operações ou situações suspeitas ao BC.

Cadastro de Clientes e Acompanhamento d a s Operações

A instrução CVM 301/99 e Parecer de orientação n° 31/99

A CVM, no uso da competência que lhe foi delegada pela Lei 9.613,
editou a Instrução 301/99.

Dispõe sobre a identificação, o cadastro, o registro, as operações,


a comunicação, os limites e a responsabilidade administrativa
instituídos pela Lei 9.613, no que tange aos crimes de lavagem de
dinheiro.

Os cadastros devem ser mantidos permanentemente atualizados.

Transações que envolvam valores iguais ou acima de R$10.000,00


devem ser registradas.

As seguintes operações, por constituir sérios indícios de lavagem de


dinheiro devem ter atenção especial por parte das instituições financeiras:

(i) operações cujos valores se afigurem objetivamente incompatíveis com


a ocupação profissional, os rendimentos e/ou a situação patrimonial/
financeira de qualquer das partes envolvidas, tomando-se por base as
informações cadastrais respectivas;

(ii) operações realizadas, repetidamente, entre as mesmas partes, nas


quais haja seguidos ganhos ou perdas no que se refere a algum dos
envolvidos;
(iii) operações que evidenciem oscilação significativa em relação ao volume
e/ou frequência de negócios de qualquer das partes envolvidas;

(iv) operações cujos desdobramentos contemplem características que


possam constituir artifício para burla da identificação dos efetivos envolvidos
e/ou beneficiários respectivos;

(v) operações cujas características e/ou desdobramentos evidenciem

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 21


(vi) operações que evidenciem mudança repentina e objetivamente
injustificada relativamente às modalidades operacionais usualmente
utilizadas pelo(s) envolvido(s).

Obs. 1 Caso as pessoas submetidas a esta instrução verifiquem a


ocorrência de proposta ou a realização de algumas destas operações,
elas devem comunicar o fato à CVM em até 24hs.

Obs. 2 A mesma regra se aplica às transações que envolvam valores


iguais ou superiores a R$10.000,00 que possam constituir em sérios
indícios de lavagem de dinheiro.

I - constituir um ou mais representantes no País, através de contrato;

II - preencher formulário específico de cadastro - modelo anexo a esta


Resolução;

III - obter registro junto a Comissão de Valores Mobiliários

IV -utilizar os recursos ingressados no País em operações no mercado


de valores mobiliários decorrentes de aquisição ou alienação em pregão
das bolsas de valores, em sistemas eletrônicos, ou em mercado de
balcão organizado por entidade autorizada pela Comissão de Valores
Mobiliários, em valores mobiliários de companhias abertas registradas
para negociação nestes mercados.

0 representante do investidor deve:

1 - manter sob sua guarda e apresentar ao Banco Central do Brasil e a


Comissão de Valores Mobiliários, sempre que solicitado, o formulário de
cadastro, bem como contrato de representação firmado com o investi-
dor não residente;

II - efetuar e manter atualizados os registros de cadastro específico;

III - prestar ao Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores


Mobiliários as informações solicitadas;

IV - abonar a assinatura do investidor não residente contida no formulário


de cadastro;

V - comunicar imediatamente ao Banco Central do Brasil e a Comissão


de Valores Mobiliários o cancelamento do contrato de representação,
observadas as respectivas competências, a ocorrência de qualquer
irregularidade de seu conhecimento.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 22


Instrução CVM 506-27/11/2011

Conteúdo mínimo do cadastro de clientes

0 cadastro de clientes deve ter, no mínimo, o seguinte conteúdo:

1 - s e pessoa natural:

nome completo;

sexo;

data de nascimento;

naturalidade;

nacionalidade;

estado civil;

filiação;

nome do cônjuge ou companheiro;

natureza e número do documento de identificação, nome do órgão


expedidor e data de expedição;

número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF/MF;

endereço completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, unidade


da federação e CEP) e número de telefone

endereço eletrônico para correspondência;

ocupação profissional;

entidade para a qual trabalha;

informações sobre os rendimentos e a situação patrimonial;

informações sobre perfil de risco e conhecimento financeiro do cliente;

se o cliente opera por conta de terceiros, no caso dos administradores


de fundos de investimento e de carteiras administradas;

se o cliente autoriza ou não a transmissão de ordens por procurador;

indicação de se há procuradores ou não;

qualificação dos procuradores e descrição de seus poderes, se houver;

datas das atualizações do cadastro;

assinatura do cliente;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 23


Cópia dos seguintes documentos:

i) documento de identidade; e

ii) comprovante de residência ou domicílio,

cópias dos seguintes documentos, se for o caso:

procuração; e

documento de identidade do procurador.

II - s e pessoa jurídica:

a denominação ou razão social;

nomes e CPF/MF dos controladores diretos ou razão social e inscrição


no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ dos controladores
diretos;

nomes e CPF/MF dos administradores;

nomes dos procuradores;

número de CNPJ;

endereço completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, unidade


da federação e CEP);

número de telefone;

endereço eletrônico para correspondência;

atividade principal desenvolvida;

faturamento médio mensal dos últimos doze meses e a situação


patrimonial;

informações sobre perfil de risco e conhecimento financeiro do cliente;

denominação ou razão social de pessoas jurídicas controladoras,


controladas ou coligadas;

se o cliente opera por conta de terceiros, no caso dos administradores


de fundos de investimento e de carteiras administradas;

se o cliente autoriza ou não a transmissão de ordens por representante


ou procurador;

qualificação dos representantes ou procuradores e descrição de seus


poderes;

datas das atualizações do cadastro;

assinatura do cliente;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 24


Cópia dos seguintes documentos:

i) CNPJ;

ii) documento de constituição da pessoa jurídica devidamente


atualizado e registrado no órgão competente; e

iii) atos societários que indiquem os administradores da pessoa


jurídica, se for o caso.

cópias dos seguintes documentos, se for o caso:

procuração; e

documento de identidade do procurador.

Ill - nas demais hipóteses:

a identificação completa dos clientes;

a identificação completa de seus representantes e/ou administradores;

situação financeira e patrimonial;

informações sobre perfil de risco e conhecimento financeiro do cliente;

se o cliente opera por conta de terceiros, no caso dos administradores


de fundos de investimento e de carteiras administradas;

datas das atualizações do cadastro; e

assinatura do cliente.

As alterações ao endereço constante do cadastro dependem de ordem


do cliente, escrita ou por meio eletrônico, e comprovante do
correspondente endereço.

No caso de investidores não residentes, o cadastro deve,


adicionalmente, conter:

I - os nomes das pessoas naturais autorizadas a emitir ordens e,


conforme o caso, dos administradores da instituição ou responsáveis
pela administração da carteira; e

II - os nomes do representante legal e do responsável pela custódia dos


seus valores mobiliários.

Do cadastro deve constar declaração, datada e assinada pelo cliente ou,


se for o caso, por procurador legalmente constituído, de que:

I - são verdadeiras as informações fornecidas para o preenchimento do


cadastro;

II - o cliente se compromete a informar, no prazo de 10 (dez) dias,


quaisquer alterações que vierem a ocorrer nos seus dados cadastrais,
inclusive eventual revogação de mandato, caso exista procurador;

III - o cliente é pessoa vinculada ao intermediário, se for o caso;

IV - o cliente não está impedido de operar no mercado de valores


mobiliários;
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO WHã
V - suas ordens devem ser transmitidas por escrito, por sistemas
eletrônicos de conexões automatizadas ou telefone e outros sistemas
de transmissão de voz; e

VI - o cliente autoriza os intermediários, caso existam débitos pendentes


em seu nome, a liquidar os contratos, direitos e ativos adquiridos por
sua conta e ordem, bem como a executar bens e direitos dados em
garantia de suas operações ou que estejam em poder do intermediário,
aplicando o produto da venda no pagamento dos débitos pendentes,
independentemente de notificação judicial ou extrajudicial.

Parágrafo único. Para a negociação de cotas de fundo de investimento


será ainda obrigatório que conste do cadastro junto ao intermediário,
autorização prévia do cliente, mediante instrumento próprio, incluindo
declaração de ciência de que:

I - recebeu o regulamento e, se for o caso, o prospecto ou a lâmina;

II - tomou ciência dos riscos envolvidos e da política de investimento;

III - tomou ciência da possibilidade de ocorrência de patrimônio líquido


negativo, se for o caso, e, neste caso, de sua responsabilidade por
consequentes aportes adicionais de recursos.

Do cadastro de clientes que façam operações com derivativos em


mercado organizado deve constar contrato padrão específico para tais
operações.

Em Resumo

De acordo com a regulamentação vigente é obrigatória, a identificação e


manutenção de um cadastro atualizado de clientes e o registro de transações.
Tais procedimentos visam auxiliar às autoridades reguladoras a identificar
crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores, e dessa
forma ajudar a prevenir a utilização do sistema financeiro para a prática de
atos ilícitos.

Os cadastros e os registros de operações e clientes, deverão ser


conservados, à disposição da CVM, por prazo mínimo de 5 (cinco) anos.

Estão sujeitas a essas obrigações todas as pessoas jurídicas que tenham,


em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória,
cumulativamente ou não, a custódia, emissão, distribuição, liquidação,
negociação, intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários,
assim como as entidades administradoras de mercados de bolsa e balcão
organizado, além das demais pessoas mencionadas no art. 9 da Lei n°
o

9.613/98.

Além de manter um cadastro completo, com no mínimo as informações


exigidas pela regulação pertinente, as pessoas jurídicas sujeitas a esta
obrigação deverão atualizar as fichas cadastrais dos clientes ativos em
intervalos não superiores a 24 meses e adotar medidas de controle com o
objetivo de evitar o uso da conta por terceiros e identificar os beneficiários
finais das operações.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 26
4. M A T E M Á T I C A F I N A N C E I R A

"Atenção: Este capítulo será objeto de 4 (quatro) questões no Exame"

A matemática financeira tem por objetivo o estudo de relações quem


envolvem unidades monetárias consideradas em distintos pontos no
tempo.

INTRODUÇÃO

• Capital
Valor expresso em moeda, disponível para aplicação/empréstimo, em
certa data.

• Juro
É o rendimento, em dinheiro, proporcionado pela utilização de uma quantia,
por um certo período de tempo.
O juro é calculado pela diferença entre o capital final (quantia paga/
recebida) no final de uma transação e o capital inicial (quantia investida/
emprestada) quando da contratação do empréstimo/aplicação.

Juro = Capital Final - Capital Inicial

Denominando-se o juro por "j"; o capital final (ou "montante") por "M", e o
capital inicial (ou "principal") por "C", temos:

j = M - C

• Montante ou Valor Futuro


Corresponde à quantia a ser recebida/paga ao final de uma operação,
podendo ser expressa por:

M ou V F = C + j

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 27


Exemplo:

O Sr. A. Luno aplicou $ 4.000 no "Fundo Rende Mais", retirando $ 4.400 ao


final de um mês.
Nestas condições, temos que:
a) o principal aplicado = 4.000,00
b) o juro obtido = 400,00
c) o montante resgatado = 4.400,00
Taxa de Juro
Corresponde à razão entre os juros pagos/recebidos no final de um prazo,
e o principal investido/emprestado.
Exemplificando, qual a taxa de juros , obtida por uma pessoa que investiu
$ 100 e recebeu $ 150 após 1 ano? Resolução:

• Capital Inicial =$100


• Juros =$150-$100 = $50
• Taxa de Juros = $50/$100 = 0,5 ou 50% ao ano

Denominando-se a taxa de juros por "i", a mesma pode ser calculada como
segue:

i = j + C

Note-se que a taxa de juros está sempre associada a uma unidade de


tempo (dia, mês, ano, e t c ) , e pode ser expressa na forma percentual ou
unitária.
As taxas de juro costumam ser apresentadas sob uma das seguintes
formas equivalentes: forma percentual e forma unitária.

• Forma Percentual
Na forma percentual, a taxa de juros corresponde aos juros produzidos por
100 unidades de capital durante o período de tempo a que se referir a taxa.
No caso acima, 50% significa que, para cada 100 unidades de capital, foram
produzidas 50 unidades monetárias de juros no período de um ano, sendo
geralmente utilizada no enunciado de exercícios, na linguagem comercial
e nos contratos. Exemplos: 10% ao mês (a.m.) e 24% ao ano (a.a.)

• Forma Unitária
A taxa de juros na forma unitária representa os juros produzidos por 1
unidade monetária de capital durante um certo período de tempo, sendo
utilizada nas fórmulas matemáticas. Exemplos: 0,1 ao mês (a.m.) e 0,24 ao
ano (a.a.)
Para se converter uma taxa percentual para a forma unitária, basta dividir
a taxa percentual dada por 100, como segue:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 28


Forma Percentual => Conversão => Forma Unitária

0,04% a.d.

0,92% a.m.

1,03% a.b.

27,2% a.t.

102,0% a.s.

340% a.a.

Onde: a.d.= aodia; a.m.= ao mês; a.b. = ao bimestre;


a.t. = ao trimestre; a.s. = ao semestre; a.a. = ao ano

REGIMES DE
CAPITALIZAÇÃO

O regime de capitalização é o processo de formação de juros e a maneira


com que estes são incorporados ao capital.
Quando um capital é emprestado ou investido a uma certa taxa por período,
por diversos períodos, o montante pode ser calculado de acordo com dois
regimes básicos de capitalização dos juros (por capitalização dos juros
deve-se entender a adição do rendimento da operação ao capital inicial):
capitalização simples ou composta.

• Capitalização Simples
No regime de capitalização simples, somente o capital inicial rende juros,
ou seja, os juros são devidos ou calculados exclusivamente sobre o
principal ao longo do período de capitalização a que se refere a taxa de juros.

• Capitalização Composta
O regime de capitalização composta considera que os juros produzidos ao
final de um período são somados ao montante do início do período seguinte
e esse novo capital passa a render juros no período seguinte e assim
sucessivamente.

• Comparação dos Regimes de Capitalização


Tomando-se um capital inicial de $ 1.000, aplicado a uma taxa de 10% a.m.,

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 29


temos a seguinte evolução do montante desta aplicação ao final de cada
mês (cálculos aproximados para melhor visualização):

Capitalização M1 M2 M3 M4 M5

Simples 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500


Composta 1.100 1.210 1.331 1.464 1.611

JUROS SIMPLES

Cálculo dos Juros

No regime de juros simples, o juro é calculado sempre sobre o capital inicial


e seu valor é igual em todos os períodos considerados.
Exemplificando, suponha a quantia de $ 100 aplicada a uma taxa de 5%
a.m., durante 4 meses. Os juros desta aplicação podem ser calculados
como se segue:

1 2 3 4
+- •I- +- -•

$5 $5 $5 $5

Cálculo dos juros:


• no final do 1 mês: cada $ 100 de capital renderá $ 5 de juros, ou $ 100 x 0,05
o

• no final do 2 mês, cada $ 100 de capital renderá $ 5 de juros, ou $ 100 x 0,05


o

• no final do 3 mês, cada $ 100 de capital renderá $ 5 de juros, ou $ 100 x 0,05


o

• no final do 4 mês, cada $ 100 de capital renderá $ 5 de juros, ou $ 100 x 0,05


o

Note-se que os juros são iguais para todos os períodos, pois são sempre
calculados sobre o mesmo capital inicial. Os juros podem ser retirados no
fim de cada mês, ou no final do 4 mês, mas o total será sempre o mesmo,
o

ou seja, $ 20.

Como os juros serão iguais todos os meses e a taxa de juros é aplicada


somente sobre o capital inicial, o total dos juros pode ser calculado pela
multiplicação do juro mensal produzido $5 (5% de $ 100, ou $ 100 x 0,05)
pelo número de meses (4) (tempo em que o capital fica empatado),
totalizando $ 20.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 30


Denominando:
J = Juro
VP = Valor Presente/Capital ou Aplicação Inicial
VF = Valor Futuro/ Aplicação Final ou Valor do Resgate
i ou TAXA = taxa de juros na forma unitária
n ou NPER= número de períodos em que o capital ficou aplicado

Fórmulas:

Fórmula geral para o cálculo de juros simples


J = VP x TAXA x NPER

Fórmula geral para o cálculo de valor de resgate


VF = VP [ ( 1 + ( TAXA x NPER ) ]

Fórmula geral para o cálculo de taxa de juros


TAXA = [(VF/VP)-1]/NPER)

É importante observar que a taxa de juros T e o número de períodos "n"


devem referir-se à mesma unidade de tempo, ou seja, se a taxa for anual,
o tempo deverá ser expresso em anos; se for mensal, o tempo deverá ser
expresso em meses e assim por diante. Ao iniciar uma operação, certifique-
se que as taxas e prazos estão padronizados, isto é, expressas na mesma
unidade de tempo.

Exemplos:

1) Calcular o valor de resgate de uma aplicação de R$ 10.000,00 a taxa


de 120% a.a. , durante 5 meses.
Resolução:
Taxa 120% a.a. ( 1 2 0 / 1 2 meses) = 10%a.m., ou 0,10
Nper 5 meses
VP $10.000,00

Fórmula de cálculo de juros simples


J = V P x TAXA x NPER
J = 10.000 x 0 , 1 0 x 5 = 5.000,00

Fórmula de cálculo do valor de resgate


VF = VP [ (1 + (TAXA x NPER) ]
VF= 10.000 [ 1 + ( 0 , 1 0 x 5 ) ]
VF = 10.000 ( 1 + 0 , 5 0 )
VF = 15.000,00

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 31


2) Realizei uma aplicação de R$ 25.000,00 há 10 meses e ao final desse
período, resgatei R$ 30.000,00. Que taxa de juros remunerou meu capital?

Resolução:
NPER 10 meses
VP $25.000,00
VF $30.000,00

TAXA = (VF/VP-1)/ NPER


TAXA = [ ( 30.000 / 25.000) - 1 ] / 1 0
TAXA = [ ( 1 , 2 0 ) - 1 ] / 1 0
TAXA = 0 , 2 0 / 1 0
TAXA = 0,02 (forma unitária) ou 2% a.m.

EQUIVALÊNCIA DE
TAXAS

• Montante
Montante é o capital inicial acrescido de seus juros.
Denominando-se o montante de "M", temos:

M = C + j

se, j = C x j x n
logo, M= C + C x j x n
colocando-se em evidência, temos:

M = C (1 + i x n ) ou V F = VP (1+ TAXA x N P E R )

Fórmula geral do Montante ou Valor Futuro para juros simples

Exemplo
3) Qual o montante de $ 100, aplicado a juros simples de 1,9% a.m., após
20 dias?
VF = VP (1+ TAXA x NPER)
VF= 100 [ 1 + ( 1,90 /30/100 ) x 20 ] = 101,27

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 32


Taxa Nominal
É a taxa utilizada na linguagem normal, expressa nos contratos e se refere
a um determinado período de capitalização.

Taxa Proporcional
Duas taxas são chamadas proporcionais quando existe entre elas a
mesma relação verificada para os períodos de tempo a que se referem.
Assim, duas taxas i e i , relativas aos períodos t e t são proporcionais se,
1 2 1 2

tomando-se os períodos a que se referem, for observada a seguinte


relação:

«1 + '2 = t, + t 2

Exemplificando, as taxas 5% a.m. e 60% a.a. são proporcionais, pois:

5% 1 mês

60% 12 meses

Taxas Equivalentes

Duas taxas são equivalentes se fizerem com que um mesmo capital inicial
produza o mesmo juro no final de um certo prazo de aplicação.
Exemplificando, as taxas de 10% a.m. e 120% a.a. são equivalentes, pois,
aplicando-se $ 100 por um ano teremos o mesmo juro, ou seja::

j = C x j x n
j = $ 100 x 0,1 x 12 =$12
j = $ 100 x 1,2 x 1 =$12

JUROS COMPOSTOS

Ao contrário do regime de juros simples, o regime de juros compostos


segue o princípio natural de que os juros formados a cada período também
rendem juros nos períodos seguintes.
No regime de juros compostos, no fim de cada período de tempo a que se
refere a taxa de juros considerada, os juros devidos ao capital inicial são
incorporados a este capital. Diz-se que os juros são capitalizados, passando

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 33


este montante, capital mais juros, a render novos juros no novo período de
capitalização.

Montante
Para melhor entendimento da dedução da fórmula do montante, vamos
supor o cálculo do montante de um capital de $ 1.000, aplicado à taxa de
10% a.m., durante 5 meses.

1 mês
o

2 mês
o

3 mês
o

4 mês
o

5 mês
o

Vejamos como evolui o cálculo do montante a cada mês:

No 1 mês o FV = P V + j
1 1 como: j = PV x j, temos
1

FV = PV + PV x i
1

RA = PV ( 1 + i )

No 2 mês o FV =
2
como: j = FV i
2 1 r temos
FV = FV + FV i
2 1 1

FV = FV (1+i)
t como: FV, = PV (1+i),
temos
FV = PV(1+i) (1+i)
2

FV = PV (1+i)
2 2

Da mesma forma, poderíamos calcular FV , FV e FV , obtendo-se:


3 4 5

FV = PV (1+i)
3 : FV = PV (1+i)
4 4 FV = P V (1+i) J

Pode-se constatar que a cada novo período de incidência de juros, a


expressão (1+i) é elevada à potência correspondente. Da mesma forma,
como sempre temos o termo "C" multiplicado pela expressão (1+i),
podemos escrever:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 34


Fórmula geral do montante para juros compostos

FV = PV ( 1 + i ) n

Onde:

FV = valor futuro
PV = valor presente
i = taxa de juros unitária
n = número de períodos
obs: o número de períodos " n " eleva (1 + i )

Exemplificando:

1) Apliquei R$ 10.000,00 foi a taxa de 10,00% a.m. durante 5 meses, em


regime de capitalização composta. Qual será o valor do resgate?
FV = PV ( 1 + i ) n

FV = 10.000, ( 1 + 0,10) 5

FV = 10.000x 1,610510
FV =16.105,10

2) Resgatei R$ 30.000,00 de uma aplicação feita há 6 meses a uma taxa


de 3,00% a.m. Qual era o valor de minha aplicação?
PV = FV/ ( 1 + i ) n

PV = 30.000, / ( 1 + 0,03 ) 6

PV = 30.000,/ ( 1,03) 6

PV = 30.000,/ 1,194052
PV = 25.124,53

TAXA NOMINAL

Na formação do montante, os juros podem ser capitalizados mensalmente,


trimestralmente, semestralmente e assim por diante, sendo que, via de
regra, quando se refere a capitalização, a taxa de juros é anual. Assim,
pode-se falar em:
• juros de 3 0 % a.a., capitalizados semestralmente
• juros de 2 0 % a.a., capitalizados trimestralmente
• juros de 12% a.a., capitalizados mensalmente

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 35


Quando a taxa for anual, capitalizada em períodos menores, o cálculo de
(1+i) é feito com a taxa proporcional. Dessa forma:

• para 30% a.a., capitalizados semestralmente, a taxa proporcional


semestral é 15% a.s. (30% a.a. / 2 semestres em um ano)
• para 2 0 % a.a., capitalizados trimestralmente, a taxa trimestral
proporcional é 5% a.t. (20% a.a. / 4 trimestres em um ano)
• para 12% a.a., capitalizados mensalmente, a taxa mensal proporcional
é 1 % . (12% a.a. / 12 meses em um ano)

Exemplificando:

1) Qual o montante de um capital de $1.000, no fim de 3 anos.com


juros de 16% a.a., capitalizados trimestralmente?
obs.: 3 anos = 12 trimestres
16% a.a. = 4 % a.t.

FV = PV ( 1 + i ) n

FV = 1.000 ( 1 + 0,04) 12

FV = 1.000x1,601032
FV =1.610,03

2) A empresa Kichute aplicou $ 12.000 a juros de 20% a.a., capitalizados


semestralmente. Quan20% to retirará ao final de 2 anos e 6 meses?
obs.: 20% a.a. = 10% a.s.
2 anos e 6 meses = 5 semestres

FV = PV ( 1 + i ) n

FV = 12.000, ( 1 + 0,10) 5

FV = 12.000x1,61051
FV =19.326,12

TAXAS E Q U I V A L E N T E S

Duas taxas são equivalentes quando, referindo-se a períodos de tempo


diferentes, fazem com que o capital produza o mesmo montante, num
mesmo intervalo de tempo.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 36


Considerando-se o capital de $ PV, aplicado durante 1 ano, às taxas i e i ,
e k

e tendo em vista que o montante deverá ser igual ao fim desse período,
temos:

FV= PV ( 1+ i ) e n = P V ( 1+ i )
k k n

como o capital empatado é o mesmo, temos:


(1+i ) e = (1+i ) k k

que resulta em:

i e = (1 + i ) - 1
k k

Na prática, a fórmula acima é utilizada para, dada uma taxa menor (ex:. dia,
mês, trimestre) obterá taxa maior equivalente (ex.: semestre, ano).

Exemplificando:
Qual a taxa anual equivalente a 10% a.m.?
i k = 10% a.m. = 0,1 a.m.
i =?
e
k = 1 ano = 12 meses

Pela fórmula, temos:

i. - ( I H ) " - 1

i e = ( 1 + 0,1) - 1 12

A expressão ( 1 + 0,1 ) - 1 pode ser resolvida com o auxílio de calculadora


12

financeira (ex.: HP 12C e fixando-se 5 casas decimais após a vírgula - f5)


como segue:

Teclar Visor
10enter 10,00000
100 + 0,10000
1 + 1,10000
12 y x 3,13843
1 - 2,13843
100 x 213,84284

ou seja, uma taxa mensal de 10% é equivalente a 213,84284 % a.a.

Alternativamente, poderíamos calcular a taxa anual equivalente através das


funções financeiras da calculadora.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 37


Nesse caso, utilizaremos um "auxiliar", ou seja, iremos supor que o capital
inicial (PV) é de $ 100, aplicado a uma taxa ( T ) de 10% a.m., para
determinar o montante da aplicação ao final de 12 meses ("n"). Temos:

Teclar Visor
100 CHS PV -100,00000
10 i 10,00000
12n 12,00000
FV 313,84284
100- 213,84284

No último passo da operação deve-se lembrar que desejamos saber os


juros produzidos no período (FV - PV), bastando, para tanto, subtrairmos o
"auxiliar" ($ 100) utilizado no cálculo, resultando na taxa anual equivalente
a 10% a.m. (cada $ 100 produziu $ 213, 84284 de juros, isto é 213,84284
%a.a.)

Para fixar o conceito, calcule a taxa anual equivalente para:

0,5% a.m.

1,0% a.b.

2,0% a.t.

3,0% a.s.

Se tivermos uma taxa maior (ex.: anual) e quisermos obter uma taxa menor
(ex.: mensal), basta determinar o valor de i da fórmula anterior, como
k

segue:

i k = ( 1 + i ) e 1/k - 1

ou

_ _ _ . . _ _ _ , . (Pz.Q.Quero / Pz.Q.Tenho)
Tx.Q.Quero = (1+Tx.Q.Tenho) -1

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 38


Exemplificando:

Qual a taxa mensal equivalente a 42,0 % a.a.? obs.: 1 ano = 12 meses


Tx.Q.Quero = (1+0,42) ( 1 ' 12 * -1
Tx.Q.Quero = 0,029653 (forma unitária) ou 2,96% a.m.
Pela fórmula, temos:

Teclar Visor

42 enter 42,00000
100- 0,42000
1 + 1,42000
12 1/x f 1,02965
1- 0,02965

100 x 2,96525

Utilizando-se as funções financeiras e adotando o valor de $ 100 como


"auxiliar", temos:

Teclar Visor

100 CHS PV -100


142,0 FV 142,0
12 n 12,00000
i 2,96525

Para fixar o conceito, calcule a taxa mensal equivalente a:

3,003% a.t.

6,152% a.s.

12,683% a.a.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


TAXA O V E R

O open market é um mercado secundário, através do qual o Banco Central


(Bacen) ajusta o custo das reservas bancárias, que sofrem influências
sazonais da economia, consistindo num dos principais mecanismos de
política económica do governo.
Para compor diariamente o seu caixa, as instituições financeiras podem
recorrer à compra/venda de títulos federais entre si, através de operações
no open market, denominadas de overnight, realizadas com títulos federais
através do SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que
funciona sob a responsabilidade do Bacen.
Nas operações de overnight - operações compromissadas - , o prazo é de
apenas um dia, com o adquirente dos títulos públicos no mercado secundário
se comprometendo revendê-los no dia seguinte, a uma taxa pré-determinada,
com os títulos adquiridos servindo para comporás reservas dos instituições
financeiras e as carteiras de seus fundos de investimento.
As taxas praticadas no overnight servem de parâmetro de rentabilidade dos
títulos federais a serem colocados no mercado, através dos leilões primários
realizados pelo Bacen, servindo de referência para todas as demais taxas
de juros.

Cálculo da Taxa Over

Algumas operações financeiras utilizam procedimentos diferenciados para


o cálculo da taxa de juros, a exemplo do overnight, com o cálculo da taxa
efetiva de juros sendo efetuado a partir do conhecimento da taxa nominal
de juros, utilizando-se o conceito de taxas proporcionais.
Para melhor entendimento da sistemática de cálculo, é conveniente
conceituar taxas nominal e taxa efetiva de juros nestas operações.
A taxa nominal de juros é utilizada como referência na estruturação de
operações financeiras e, no caso particular do overnight, para que não haja
qualquer confusão, convencionou-se denominar a taxa nominal por "taxa
mês over", ou taxa over bruta, no sentido de que se trata uma taxa mensal,
capitalizada diariamente.
Nas operações de overnight, por terem a duração de um dia apenas,
também se convencionou que a taxa efetiva diária seria obtida pela divisão
da taxa over mensal por 30 dias (não importando se o mês em questão
possui 28, 29, 30 ou 31 dias), ou seja, aplica-se o conceito de taxa
proporcional para a determinação da taxa efetiva diária.
Dessa forma, ao mencionarmos uma taxa de 3,0% a.m.o. (3% ao mês
over), fica entendido que o cálculo da operação será realizado com uma
taxa efetiva de 0,1 % a.d., que corresponde à taxa proporcional diária de 3%
a.m., com capitalização diária, ou seja, basta dividirmos 3% por 30 dias.
Referido procedimento é adotado porque a taxa over é uma referência
apenas, sendo que os cálculos serão realizados com a taxa efetiva diária.

Resumindo, no regime de juros compostos, a taxa nominal é expressa em


unidade de tempo diferente da unidade de tempo dos períodos de
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 40
capitalização (ex.: 2,1 % a.m., capitalizados diariamente - caso do overnight-
e 6% a.a., capitalizados mensalmente - caderneta de poupança). A taxa
efetiva, por sua vez, é expressa na mesma unidade de tempo dos períodos
de capitalização (ex.: 3,0% a.m., capitalizados mensalmente; 0,4% a.d.,
capitalizados diariamente).
Outro aspecto das operações de overnight está relacionado ao tipo de dia
a que nos referimos quando empregamos o termo "over", vez que
mencionadas transações só ocorrem nos dias úteis, também denominados
de "dias over" (ou de "reservas", "saques"), explicitando que se trata dos
dias em que é possível a compra/venda de dinheiro no mercado financeiro.
Pelo exposto, e pelo fato da taxa nominal ser fornecida para dias corridos
("dc"), enquanto a taxa over se aplica a dias úteis ("du"), resta examinar os
procedimentos para, a partir de uma taxa nominal, calcular a taxa efetiva
correspondente.
O primeiro passo consiste no cálculo da taxa proporcional, que no caso do
over, passa a ser a taxa efetiva, no período de capitalização definido,
estabelecendo-se a equivalência entre as mesmas, como segue:

i e = (1 + i + n ) " - 1
n
ou i = + i ) 1 , n - 1] x n

onde:
i = taxa efetiva
e
i = taxa nominal
n
n = períodos de capitalização

Exemplificando :
Dada uma taxa over de 1,6% a.m., determinar a taxa efetiva e a taxa efetiva
mensal equivalente, sabendo-se que o mês em referência tem 22 dias
úteis.

i = (1 + 0,016 + 30 )
e 2 2 - 1 = 1,18 % a.m.

Ataxa equivalente mensal significa que, se pudéssemos comprardiariamente


um título no mercado financeiro que nos remunerasse à taxa over de 1,6%
a.m. durante todos os dias, no final do período nosso capital teria valorizado
1,18%.
Vale mencionar que as calculadoras financeiras dispõe de recursos para
o calculo do número de dias entre datas, mas não fornecem o número de
dias úteis do período. Para tanto, deve-se subtrair os finais de semana e
feriados. Nota - A partir de 1/1/98 as taxas básicas do Bacen (Selic)
passaram a ser divulgadas como taxas efetivas anualizadas considerando-
se 252 dias úteis no ano, conforme Circular 2761. As taxas over passaram
então a ser noticiadas em base anual efetiva e base mes.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 41


Para fixar os conceitos:
a) Qual seria o valor a ser resgatado em uma aplicação de $ 1.000 por um
período de 45 dias corridos ( 3 2 dias úteis), a uma taxa de 2,0% a.m. (taxa
efetiva a.m., aplicada pelos dias corridos) ?
FV

I 45

1.000

FV = PV ( 1 + i) n = 1.000 ( 1 + 0,02 ) 4 5 / 3 0

FV = 1.030,15

b) Qual a taxa-over da aplicação?


Para o cálculo da taxa-over, basta refazermos o fluxo de caixa
considerando apenas os dias úteis, ou seja:
1.030,15

32

1.000

i = (FV TPV) 1 / " - 1 = ( 1.030,15 -i- 1 . 0 0 0 ) 1 / 3 2 - 1 = 0,0009287

que, expresso na forma percentual, corresponde a 0,09287% a.d., ou


2,79% a.m.o. (30 dias over).

c) Exercício: Qual é a taxa over anual efetiva equivalente da aplicação?


Outra forma de se obter a taxa mensal overequivalente é através da relação
abaixo:

TOM = [ ( 1 + i ) d c y d u x 3 0 - 1] x 3.000

onde:
TOM = taxa over equivalente ao mês
du = dias de over
i = taxa efetiva ao mês
dc = dias corridos da operação

as taxas de operações de empréstimos de curtíssimo prazo ("hot money"),


bem como sinalizam as taxas a serem praticadas no mercado interbancário
no dia seguinte.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 42


Cálculo da Taxa CDI
A sistemática de cálculo é semelhante à do over.
A título ilustrativo, suponha um CDI de 30 dias, prefixado, negociado à taxa
de 30% a.a. over.

A taxa por dia útil equivalente pode ser calculada como segue:

i e = (1+ i ) n - 1
i e = (1 + o,3 ) 1 / 2 5 2 - 1 = 0,001042 ou, na forma percentual,
0,1042%a.d.u.

Admitindo um mês com 21 dias úteis, a taxa equivalente ao dia pode ser
calculada como segue:

i = ( 1 +0,001042) -1 =0,022104 ou, na forma percentual, 2,2104 %


e 21

a.m. efetiva
Para se obter a taxa equivalente over mensal, basta multiplicarmos a taxa
diária útil por 30, resultando em 3,126 % a.m.

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS

A partir de 1997, o Banco Central determinou que as taxas das operações


compromissadas com títulos públicos devem ser expressas ao ano, com
base em 252 dias úteis, tornando-se então, o padrão utilizado atualmente.
Nesta convenção são expressas as principais taxas de juros de referência
da economia: a taxa Selic, que é formada pela média ponderada das
operações compromissadas de um dia útil lastreadas em títulos públicos
federais; e taxa Dl over, que representa a taxa média das negociações entre
instituições bancárias de Certficados de Depósitos Interfinanceiros (CDI)
de um dia.

Exemplo:
Suponha que um papel prefixado, com valor de resgate $ 1.030,15, a 45
dias de seu vencimento, fosse oferecido numa sexta-feira, por $ 1.000,00.
Nestas condições, a taxa efetiva mês do papel pode ser calculada da
seguinte forma:
1.030,15

1.000

i = ( FV + PV ) 1 / n - 1 = ( 1.030,15 + 1000 ) 4 5 / 3 0 - 1 = 0,02


= 2% a.m.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 43


Para obtermos a taxa over equivalente, basta considerarmos os dias úteis
do período, ou seja:
1.030,15

| 32
1.000

taxa over diária = ( 1.030,15 + 1.000,00 ) 1 / 3 2 -1 = 0.09287 % a.d.

taxa over mês = 0,09287 x 30 = 2,78608 % a.m.

Caso a aplicação no referido papel fosse postecipada para a segunda-feira,


deveria ser desembolsada a quantia de $ 1.001,98 para a aquisição do
mesmo, vez que sua rentabilidade (preço de resgate) permaneceu inalterada
e o prazo para seu vencimento agora é de 42 dias (31 dias úteis).

1.030,15

42
1.001,98

PV = FV + ( 1 + i ) 4 2 " 0 = 1.030,15 + 1,02811 = $1.001,98

Nesta nova situação, a taxa over diária pode ser calculada como segue:

1.030,15

1.001,98
taxa over diária = ( 1.030,15 + 1.001,98 ) 1 / 3 1 -1 = 0,08948 % a.d.
taxa over mês = 0,08948 x 30 = 2,6844 % a.m.

A taxa over mensal para a aplicação na segunda-feira (2,6844% a.m.) é


menor do que seria obtida se o negócio fosse concretizado na sexta-feira
(2,78608 % a.m.), evidenciando a perda provocada pela não aplicação dos
recursos por 1 dia útil.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 44


TAXAS D E
DESCONTO

Desconto Comercial

Desconto é o abatimento no valor de um título de crédito que pode ser:

• Letra de câmbio
• Fatura
• Duplicata
• Nota promissória

Este desconto é obtido quando o mesmo é resgatado antes do vencimento


do compromisso.

O valor do título no dia do vencimento é chamado de : valor nominal e este


vêm declarado no mesmo.

O valor do título em uma data anterior ao vencimento da fatura é chamado


d e : valor atual.

O valor atual é menor que o valor nominal.

Desta forma, o valor atual de um título qualquer é a diferença entre o valor


nominal (valor do título) e seu respectivo desconto.

O desconto de duplicatas/notas promissórias é uma das mais tradicionais


alternativas de obtenção de recursos para financiamento de capital de giro
das empresas, consistindo na antecipação do fluxo de caixa sobre valores
a receber, decorrentes de vendas a prazo, que só seriam disponíveis no
futuro.
Nestas operações é utilizado o regime de capitalização simples, com a
aplicação da taxa de desconto sobre o valor nominal do título, até o prazo de
seu vencimento. Dessa forma, o desconto comercial pode ser calculado
como segue:

D = N x i xn

onde,
D = valor do desconto
N = valor nominal do título
n = número de períodos de antecipação

Exemplo:

Qual o valor atual (VA) de um título de uma empresa no valor de


R$ 15.000,00, a 12% a.a., descontado 6 meses antes do prazo
do seu vencimento?

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 45


Obs. a taxa de juros está sempre associada a uma unidade de tempo (dia,
mês, ano, e t c ) , assim, a taxa e o período devem estar na mesma unidade
de tempo, quando não estiver, antes de procedermos qualquer operação,
realizamos o calculo de equivalência de taxas (taxa e período na mesma
unidade de tempo). No caso das operações de descontos trabalhamos
com juros simples, tornando a resolução de equivalência de taxa bem
fácil, basta dividirmos a taxa do período (i) que temos pelo período (n), e
podemos trabalhar com a taxa na sua forma unitária (ou seja a taxa
percentual dividida por 100).

N =15.000,00
i = 1 2 % a.a. ( 1 2 / 1 2 ) / 1 0 0 = 0,01
n = 6 meses

D = 15.000,00 x 0,01 x 6

D = 900,00

Então o valor atual (VA) do título será:

VA = Valor do Título - Desconto

VA = 1 5 . 0 0 0 - 9 0 0 = 14.100,

VA = 14.100,00

Desconto Bancário

As operações de desconto praticadas pelos bancos comerciais costumam


a p r e s e n t a r os s e g u i n t e s e n c a r g o s f i n a n c e i r o s , os q u a i s são
geralmentecobrados sobre o valor nominal do título (valor de resgate) e
pagos a vista (descontados no momento da liberação dos recursos).

a. TAXA DE DESCONTO (Nominal) - representa a relação entre os juros


e o valor nominal do título. Esta taxa costuma ser definida em bases
mensais e empregada de forma linear nas operações de desconto.

b. IOF - IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS - assim como


a taxa de desconto, este percentual é calculado linearmente sobre o valor
nominal do título e cobrado no ato da liberação dos recursos.

c. TAXA DE ABERTURA DE CRÉDITO (TAC) - destinada a cobrir suas


despesas administrativas, sendo livremente fixada pelas instituições.
Cobrada pelas instituições financeiras visando cobrir certas despesas de
abertura, concessão e controle do crédito.É calculada geralmente de uma
única vez sobre o valor do título e descontada na liberação dos recursos.

Esses encargos financeiros de desconto bancário são referenciados, para

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 46


0 cálculo de seus valores monetários, pelo critério de juros simples.
Evidentemente, para uma apuração rigorosa da taxa de juros efetiva destas
operações é adotado o regime composto

É óbvio que o desconto concedido pelo banco, para o resgate de um título


antes do vencimento, através desta técnica, faz com que o valor descontado
seja maior, resultando num resgate de menor valor para o proprietário do
título.

Exemplo 1: Um título de $100.000,00 é descontado em um banco, seis


meses antes do vencimento, à taxa de desconto comercial de 5% a.m. O
banco cobra uma taxa de 2% sobre o valor nominal do título como despesas
administrativas e 1,5% a.a. de IOF, por exemplo. Calcule o valor líquido a ser
recebido pelo proprietário do título e a taxa de juros efetiva da operação.

N = 100.000,
n = 6 meses
1 = 5% a.m. , ou 0,05
Despesas administrativas: d = 2 % ou 0,02
a

IOF = 1,5% a.a. , ou 0,015 => (0,015/12) x 6 => 0,0075

Desconto comercial: D = 100.000, x 0,05 x 6 =30.000,


Despesas administrativas: d = 100.000, x 0,02
a = 2.000,
IOF = 100.000, x 0,0075 = 750,

Desconto total = ( 30.000, + 2.000, + 7 5 0 , ) = 32.750,

Valor líquido do título será: 100.000-32.750 = 67.250

A taxa mensal de juros (linear) da operação será:

i = [(100.000,/ 6 7 . 2 5 0 , ) - 1 1 x 100 = 8,12% a . m .


6
i = [(100.000, / 6 7 . 2 5 0 , ) - 1 ] x 100 = 6,83% a. m.
1/6

Observe que a taxa de juros da operação é 6,83 a.m. que é muito superior
à taxa de desconto anunciada de 5% a.m.

Exemplo 2: Suponha o desconto de uma duplicata com valor de face de


$ 1.000,00, a 30 dias de seu vencimento, com a cobrança de uma taxa de
4 % a.m., e a incidência de IOF à alíquota de 0,0083% a.d., por exemplo,
sobre o valor da transação.
Nestas condições, o valor líquido a ser creditado para a empresa será de:
N= $1.000,00
i = 4 % a.m., ou, 0,04
n = 1 mês

D = 1.000 x 0,04 x 1
D = $40

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 47


O IOF, à alíquota de 0,0083% a.d., para operações de prazo até 364 dias
é retido na fonte pela instituição financeira e, posteriormente, repassado ao
Tesouro Nacional, podendo ser calculado através da seguinte expressão:

IOF = a IOF x n x N

assim, temos:
IOF = 0,0083% a.d.x 30 dias x 1.000 = $2,49

Valor Líquido = $ 1.000,00 - desconto - IOF

$1.000,00-$40-$2,49 = $957,51

Nas transações de desconto de duplicatas/promissórias, também é


cobrada Taxa de Abertura de Crédito (TAC), destinada a cobrir suas
despesas administrativas, sendo livremente fixada pelas instituições.

O cálculo da taxa efetiva da operação para o cliente será de:

1.000,00

f 1

r 1

957,51

utilizando-se a fórmula do Montante para juros simples, temos:

FV = PV ( 1 + i x n )

1.000,00 = 957,51 ( 1 + i x 1)

i = 4,438 %a.m.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 48


F L U X O DE CAIXA

O fluxo de caixa de uma empresa, de uma aplicação financeira ou de um


empréstimo consiste no conjunto de entradas (recebimentos) e saídas
(pagamentos) de dinheiro, ao longo de um período de tempo.

Fluxo de caixa é um objeto matemático que pode ser representado


graficamente com o objetivo de facilitar o estudo e os efeitos da análise
de uma certa aplicação, que pode ser um investimento, empréstimo,
financiamento, etc. Normalmente, um fluxo de caixa contém Entradas e
Saídas de capital, marcadas na linha de tempo com início no instante

t=0.

A representação gráfica do fluxo de caixa é um instrumento valioso para a


solução de qualquer problema de Matemática Financeira, na medida em
que possibilita a correta interpretação de uma situação, com a visualização
de todos os elementos necessários para o entendimento da mesma.
A construção do fluxo de caixa é bastante simples. No eixo horizontal será
contado o tempo, que pode ser expresso em dias, meses, anos, etc,. Os
pontos 0, 1, 2, ...n, substituem datas de calendário e serão evidenciados
quando se fizer necessária indicar a posição de um determinado evento
(pagamento ou recebimento) em relação às demais datas do fluxo de caixa.
Normalmente o instante "zero" representa a data inicial, o ponto " 1 "
representará o final do 1 ° período (dia, mês, ano, conforme o caso), o ponto
"2" representará o final do 2 período e assim sucessivamente.
o

Verticalmente serão indicados os pagamentos ou recebimentos de


dinheiro nos instantes considerados. As entradas de dinheiro
(recebimentos) serão indicados com setas para cima, enquanto as saídas
de dinheiro (pagamentos) serão representadas por setas para baixo. Note-
se que a convenção de setas para cima ou para baixo não é rígida, pois
depende do ponto de vista de quem está analisando o fluxo.

Após iniciara solução de um problema, deve-se manterá regra estabelecida


ao longo de sua resolução, ou seja, se quem estiver resolvendo o problema
convencionar chamar as setas para cima como saídas de caixa, todas as
demais saídas de caixa devem ser representadas por setas para cima,
enquanto as entradas serão representadas por setas para baixo, mantendo-
se o critério adotado até o final do exercício.
Exemplificando, supunha uma pessoa que tomou $ 100 emprestado de um
banco, devendo devolver $ 150 após um ano. O diagrama do fluxo de caixa
pode ser representado como segue:

para o investidor para o banco

100 150

L j
1 r
150 100
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO
Exemplo:

Vamos traçar uma reta horizontal que é denominada eixo dos tempos, na
qual são representados os valores monetários envolvidos em cada período,
considerando-se uma certa taxa de juros L, e em geral consideraremos a
seguinte convenção quanto as entradas e saídas: o dinheiro recebido
colocaremos a seta para cima e o dinheiro pago a seta para baixo. Ainda,
vale lembrar que as setas não precisam ser proporcionais aos valores
monetários que representam, podendo ser todas do mesmo tamanho.

Veja o diagrama de fluxo de caixa a seguir:

Cn

Cl
C2
Co tC4
tC3

(1+0 1 (l+0 a 0+0 3 0+0"


Vamos agora considerar o seguinte fluxo de caixa, onde C , C C , C ,
0 v 2 3

C são capitais referidos às datas, 0, 1,2, 3,.... n para o qual desejamos


n

determinar o valor presente (PV).

O problema consiste em trazer todos os capitais futuros para uma mesma


data de referencia. Neste caso, vamos trazer todos os capitais para a data
zero. Do diagrama de fluxo de caixa visto acima, concluímos que o valor
presente - PV - do fluxo de caixa será:

Esta fórmula pode ser utilizada como critério de escolha de alternativas,


como veremos nos exercícios a seguir.

Temos que utilizar uma calculadora científica para efetuar os cálculos


indicados.

Exercício 1

Numa loja de veículos usados, são apresentados ao cliente dois planos


para pagamento de um carro:

Plano A: dois pagamentos, um de $ 1.500,00 no final do sexto mês e outro


de $ 2.000,00 no final do décimo segundo mês.

Plano B: três pagamentos iguais de $ 1.106,00 de dois em dois meses, com


início no final do segundo mês.

Sabendo-se que a taxa de juros do mercado é de 4 % a.m., qual o melhor


plano de pagamento?

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 50


Devemos desenhar os fluxos de caixa correspondentes:

PLANO A:

i = 4 % a.m.
I I 1 I I I I I I I I I 12

1.500 2.000
PLANO B:
i = 4 % a.m.

o 1 :> 3 4 5 6
i

1.1 0 6 1 / 06 1. 106
f *

Para o plano A, teremos:

1.500 2.000
PV = + = 2.434,66
(1+0.04) 6 (1+0.04) 12

Para o plano B, teremos:

1.106 1.106 1.106


PV= + = 2.842,06
(1+0,04) (1+0,04) 4 (1+0,04)

Como o plano A nos levou a um menor valor atual (ou valor presente),
concluímos que este plano A é mais atraente do ponto de vista do consumidor.

Exercício 2

Um certo equipamento é vendido à vista por $ 50.000,00 ou a prazo, com


entrada de $ 17.000,00 mais três prestações mensais iguais a $ 12.000,00
cada uma, vencendo a primeira um mês após a entrada. Qual a melhor
alternativa para o comprador, se a taxa mínima de atratividade é de 5%
a.m.?

Fluxos de caixa:
A prazo:
À vista:
0 i= 5% a.m.
0 2 3
i= 5% a.m.
000
17.000 12.000 12.000 12.000
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO
Vamos calcular o valor atual (ou valor presente PV - Present Value) para
esta alternativa:

12.000 12.000 12.000


PV= 17.000 + + + = 49.678,97
(1+0,05) (1+0,05) 2 (1+0.05) 3

Como o valor atual da alternativa a prazo é menor, a compra a prazo neste


caso, é a melhor alternativa, do ponto de vista do consumidor, uma vez que
o preço a vista é $ 50.000,00.

Teclar Visor

17000 gCFo 17,000.00


12000 gCFj 12,000.00
12000 gCFj 12,000.00
12000 gCFj 12,000.00
5 i 5,00
fNPV 49,678.97

Exercício 3

Um equipamento pode ser adquirido pelo preço de $ 50.000,00 à vista ou,


a prazo conforme o seguinte plano:

Entrada de 30% do valor à vista, mais duas parcelas, sendo a segunda 50%
superior à primeira, vencíveis em quatro e oito meses, respectivamente.
Sendo 3% a.m. a taxa de juros do mercado, calcule o valor da última
parcela.

Fluxo de caixa:

—i 1 h ^ \-
1 = 3 %a.m.

15.(XX)
22.500

Teremos;

22.500
50.000= 15.000 + + = 19.013,00
(1+0.03) 4 (1+0,03)

Resolvendo a equação acima, obtemos X = 19.013,00

Portanto, o valor da prestação é $19.013,00.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 52


VALOR P R E S E N T E
LÍQUIDO - V P L

Quando uma pessoa se encontra diante de diversas opções de investimento,


ela estará procurando determinar a alternativa que melhor remunere seu
capital.

Admitindo que esta pessoa disponha de uma proposta que lhe assegure um
rendimento de, por exemplo, 10% a.m., ela irá comparar as opções
disponíveis para verificar se alguma delas oferece uma taxa de retorno
maior do que 10%.

A taxa de 10% a.m. é denominada taxa de atratividade ou taxa de corte, ou


seja, é a taxa que já está assegurada para o investidor e que servirá para
comparar outras alternativas disponíveis.

Assim, suponha que uma pessoa disponha de proposta para aplicar seu
dinheiro a uma taxa de 10% a.m. no Banco "A', enquanto o Banco "B", para
uma aplicação de $ 20.000 oferece resgates de $ 10.000; $ 8.000 e $ 6.000,
respectivamente, no final do primeiro, segundo e terceiro meses da data da
aplicação.

Graficamente, temos:

10.000 8.000 6.000

; i i I
1 2 3

20.000

O valor presente das entradas de caixa pode ser calculado como segue:

10.000 8.000 6.000


VPE = + +

(1+0,10) (1+0.10) 2 (1+0,10) 3

VPE = 9.090,91 + 6.611,57 + 4.507,89

VPE= 20.210,37

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 53


A somatória dos valores presentes das 3 entradas de caixa resulta em
$20.210,37, que é maior que o valor investido. Logo, a taxa oferecida pelo
Banco "B" é maior que a taxa de atratividade e, consequentemente, o
investidor deverá optar por aplicar seus recursos no Banco " B \

A metodologia de análise de investimento pode ser desenvolvida a partir da


determinação do VPL (valor presente líquido) do fluxo de caixa, ou seja, o
valor presente das entradas de caixa, menos o valor presente das saídas
de caixa, isto é:

VPL = VPE - VPS

Assim, o V P L do exemplo dado seria de

V P L = 20.210,37 - 20.000,00

VPL = 210,37

O VPL pode ser calculado diretamente através da funções existentes nas


calculadoras financeiras. Para o fluxo de caixa do exemplo anterior,
teríamos:

Teclar Visor

20.000 CHS gCFo -20.000,00

10.000 gCFj 10.000,00

8.000 gCFj 8.000,00

6.000 gCFj 6.000,00

10 i 10,00

fNPV 210,37

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 54


TAXA INTERNA DE
R E T O R N O - TIR

A Taxa Interna de Retorno (TIR) pode ser definida como sendo a taxa de
juros que equipara o valor atual de uma ou mais entradas de caixa com o
valor atual de uma ou mais saídas de caixa.
Para melhor visualização do conceito, suponha um empréstimo de $ 100,
a ser quitado em 3 pagamentos, mensais e sucessivos, de $ 40; $ 50 e $
60, como ilustrado a seguir:

40 50

I I

100

Utilizando-se o conceito de equivalência de capitais, o fluxo de caixa da


operação pode ser resolvido através da seguinte equação:

40 50 60
100 = + +
(1+i) (1+i) 2 (1+i) 3

Como não se conhece taxa de juros da operação, sua determinação é


realizada por aproximações sucessivas, com base em tentativas e erros,
ou seja, testando-se diversas taxas de juros até ser encontrada aquela na
qual VPE = VPS, ou, VPE - VPS = 0.
As calculadoras financeiras dispõe da função "IRR" (Internai Rate of
Return) que processam referidas tentativas, determinando a taxa de juros
que iguala os valores atuais das entradas com os das saídas de caixa,
como ilustrado a seguir:

Teclar Visor

100 CHS g C F o -100,00


40 g CFj 40,00
50 g CFj 50,00
60 g CFj 60,00
f IRR 21,65

ou seja, a taxa de 21,65% a.m. equipara o valor presente das entradas de


caixa com o das saídas de caixa de mencionada operação. Dessa forma,
nas operações de empréstimos, aplicações, financiamentos, a TIR é a taxa
de juros utilizada para as mesmas.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 55


Exemplo 1
Suponha que determinado investidor estipule em 5% a.m. sua taxa mínima
de retorno para aplicações no mercado de renda variável. Existe a
oportunidade de se adquirir, hoje, certa ação por $ 150 e a expectativa de
que sua cotação atingirá $ 170 no final de um mês. Nestas condições, a
compra destas ações seria vantajosa para o investidor?
O fluxo de caixa da operação seria representado da seguinte forma:
170

150

VP = VF(1+i) n

150 = 170 (1+i)


i = 13,33% a.m.,

ou seja, a alternativa de aquisição da ação apresenta uma taxa de retorno


superior à taxa mínima exigida pelo investidor e, nestas condições, a
aplicação deveria ser realizada.

Exemplo 2
Numa outra situação, admita que determinado investidor disponha de
oportunidade de investimento em certa ação que acredita possa ser
vendida por $ 400 após 1 ano, tendo projetado o recebimento de dividendos
de $ 17 e $ 20, ao final de cada semestre. Considerando que a taxa mínima
de retorno esperada pelo investidor é de 15% a.s., qual o preço máximo que
deverá pagar pela ação hoje?
400 preço de venda
17 20 dividendo

j
2
PV

Utilizando-se o conceito do método do VPL, temos:

Teclar Visor

17 gCFj 17,00
420 g CFj 420,00
15 i 15,00
fNPV 332,36

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 56


Exemplo 3

Mantendo-se as premissas do exemplo anterior e supondo que a ação


estivesse cotada em $ 340, qual a rentabilidade proporcionada pela
transação?

400 preço de venda


17 20 dividendo

. , 1
1 2
340

Utilizando-se o conceito da TIR, temos:

Teclar Visor

340 gCFo 340,00


17 gcfj 17,00
420 gCFj 420,00
f IRR 13,67 % a . s .

ou seja, a TIR oferecida pela aplicação é superior à taxa mínima exigida pelo
investidor, logo a aplicação deveria ser realizada.

Pelo exposto nos 3 exemplos anteriores, constata-se que, para qualquer


prazo definido de aplicação, independentemente dos valores e critérios de
recebimento de proventos, o modelo do fluxo de caixa descontado permite
a obtenção dos preços teóricos de venda e compra de ações
(respectivamente, exemplos 1 e 2), bem como o retorno esperado do
investimento (exemplo 3).

Todas as aplicações em títulos e valores mobiliários podem ser


representadas por fluxos de caixa, através dos quais é possível medir a
rentabilidade das operações.

No caso de avaliação de investimento em ações, cuja cotação oscila em


função de diversos fatores ao longo do tempo, e cujo desempenho económico
irá determinar o montante de dividendos a ser distribuído para os acionistas,
faz-se necessário elaborar o fluxo de benefícios esperados de forma a
possibilitar a tomada de decisão de compra, venda ou manutenção de
ações por parte do investidor.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 57


V A L O R DE
RECOMPRA

Uma transação financeira é um acordo no qual uma parte fornece uma


determinada quantidade de capital a outra parte, em troca da promessa de
pagamento em uma data futura, do capital empregado (o principal), acrescido
de um rendimento (juros e/ou atualização monetária).

Neste caso, o emprestador sujeita-se a ficar desprovido de seu capital por


um determinado período de tempo, em troca de uma compensação
financeira, geralmente recebendo um título ou certificado (mesmo que
virtual), que representa a promessa de pagamento. No entanto, ele também
assume o risco de necessitar do capital durante o período que está
desprovido do mesmo.

Nesta situação, o investidor pode solicitar o tomador do capital que a


operação seja desfeita em uma data anterior à data estabelecida, por meio
da recompra do título ou certificado inicialmente vendido. O valor recebido
pelo investidor, neste caso, é o valor de recompra do título, que deve ser
calculado levando-se em consideração a taxa de juros praticada no
momento da recompra, que pode ser diferente da taxa praticada na
transação inicial.

Desta forma, a taxa recebida pelo investidor pode ser maior ou menor que
a taxa de juros previamente acordada entre as partes.

Exemplo:

Suponha que um agente tenha investido R$ 100.000,00 em um CDB de 60


dias a taxa pré-fixada de 11,80% ao ano (o período em questão possui 42
dias úteis). Se o investidor necessitar de recursos faltando 21 dias úteis
para o resgate do CDB, e neste dia a cotação para o CDB de 30 dias do
banco (21 dias úteis) é de 12,50% ao ano. Qual será o valor de recompra
do título?

O primeiro passo para calcular do valor de recompra do título é encontrar


o valor de resgate, aplicando-se a fórmula:

Valor de Resgate

FV = PV x (1 + i) n

FV = 1.000,00 x ( 1 + 0,1180) 4 2 / 2 5 2

FV = 1.000,00x1,018764

FV = 1.018,76

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 58


Em seguida, calcula-se o valor de recompra trazendo-se o valor de
resgate a valor presente:

FV
PV =
( i +1)

1.018,76
PV =
(1,1250 ) 2 1

PV= 1.009,18

A taxa de juros recebida pelo investidor será de:

FV
j = ( ) 1/n _<|
PV

1.009,18
j = ( ) 21 /252 .-I
1.000,00

i = 11,64%

Nota-se que o investidor recebeu um rendimento inferior ao rendimento


combinado no momento da transação original, ou seja, ele recebeu como
rendimento uma taxa equivalente a 11,64% a.a., enquanto que na operação
original ele receberia uma taxa de 11,80% a.a.

Esta diferença é explicada pelo aumento da taxa de juros do título, que


passou de 11,8% a.a. no momento inicial, para 12,00% a.a. no momento da
recompra.

Este exemplo ilustra o princípio também conhecido como marcação a


mercado e demonstra o risco de flutuação de taxa de juros incorrido pelo
investidor.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 59


5. MERCADO FINANCEIRO - PRODUTOS - MODALIDADES
OPERACIONAIS - LIQUIDAÇÃO

"Atenção: Este capítulo será objeto de 7 (sete) questões no Exame"

TÍTULOS DE RENDA
FIXA

Os títulos de renda fixa são caracterizados pela definição prévia das regras
para a determinação dos fluxos financeiros futuros, onde o emissor/
tomador e o investidor/aplicador estabelecem no ato da operação a forma
de remuneração que será utilizada.

Os títulos podem ser prefixados ou pós-fixados. Nos títulos prefixados, os


fluxos nominais futuros são fixados antecipadamente, apresentando valor
de resgate previamente definido, enquanto que nos títulos pós-fixados, o
valor de resgate somente será conhecido no vencimento, uma vez que o
rendimento desses títulos está atrelado à variação futura de um indicador,
que pode ser um índice de preços (IGP-M, IPCA, e t c ) , uma taxa referencial
de juros (SELIC, TR, TJLP, CDI, e t c ) , ou taxa de câmbio entre a moeda
nacional (Real) e uma moeda estrangeira (Dólar, por exemplo).

A taxa de remuneração das operações é denominada taxa nominal, que é


previamente conhecida no caso dos títulos prefixados. Para se obter a taxa
real da operação, deve-se descontar da taxa nominal, a taxa de inflação do
período. No caso de títulos pós-fixados atrelados a índice de preços, a taxa
real da operação é conhecida previamente, enquanto que a taxa nominal
somente será conhecida no final da aplicação.

Os títulos de renda fixa, como fonte de captação de recursos dos agentes


económicos superavitários, podem seremitidos pelo poder público (governo)
ou por empresas (instituições financeiras e não financeiras), sendo
classificados respectivamente em títulos público e privados.

Os títulos de renda fixa podem ser emitidos no país de origem (emissões


domésticas) ou no exterior (emissões internacionais). Os títulos privados
emitidos no exterior são os corporate notes e os corporate bonds, enquanto
que os títulos emitidos pelos governos nacionais são denominados títulos
soberanos (sovereign bonds).

TÍTULOS PÚBLICOS

Os títulos públicos podem ser federais (emitidos pelo governo federal),


estaduais (emitidos pelos governos estaduais) ou municipais (emitidos
pelo governos municipais). Os títulos estaduais (LFTE) e municipais
(LFTM), da mesma forma que os títulos públicos federais, são emitidos

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 60


para financiar a dívida dos Tesouros Estaduais e Municipais, suas carac-
terísticas são semelhantes às das LFTs, porém tem baixa liquidez e
circulação restrita.

Os títulos públicos federais são mecanismos de financiamento do governo


via mercado financeiro, uma vez que o Banco Central vende-os à institui-
ções financeiras, a uma determinada taxa de juros, os compradores pagam
à vista e vão ao mercado diariamente obter recursos, repassando esses
títulos aos investidores, com o compromisso de recomprá-los no dia
seguinte e pagando uma taxa diária (financiamento de carteira).

Os títulos da dívida pública podem ser emitidos com três finalidades:


• financiar o déficit orçamentário;
• realizar operações para fins específicos, definidos em lei; e
• refinanciar a dívida pública.

Os títulos são emitidos no mercado interno sob as formas de ofertas


públicas para instituições financeiras (leilões), ofertas públicas para pessoas
físicas (Tesouro Direto) e emissões diretas para finalidades específicas
definidas em leis.

O Tesouro Nacional emite títulos para atender a política fiscal. O Banco


Central utiliza os títulos do Tesouro Nacional para realizar política monetária,
por meio de operações de compra e venda no mercado secundário.

Já as instituições financeiras utilizam os títulos públicos para:


•compor as carteiras de fundos;
•cumprir depósitos compulsórios;
•assegurar a rentabilidade de outras aplicações.

O novo sistema de Dealers, que incorporou importantes alterações em


2003, foi outro notável avanço no mercado financeiro em geral. Com o novo
sistema, o Tesouro Nacional se tornou mais ativo nas transações de títulos.
Anteriormente, o sistema de dealers era utilizado exclusivamente pelo
Banco Central, com o objetivo de auxiliar na administração da política
monetária. Entretanto, o sistema antigo estava fazendo pouco para ajudar
o desenvolvimento do mercado secundário, com ações limitadas no
sentido de prover mais liquidez aos participantes do mercado de dívida e
auxiliar na construção de uma estrutura a termo de uma maneira mais
consistente. Essa foi a principal razão para o Tesouro Nacional e o Banco
Central se unirem a fim de reorganizar e implementar um sistema único,
com uma estrutura de gerenciamento conjunto auxiliando tanto na
administração da dívida como a da política monetária. Dois grupos de
dealers foram criados (anteriormente, havia apenas um grupo):

• Dealers Primários - grupo voltado para os leilões primários e operações


de mercado aberto, compreende até 10 instituições;

• Dealers Especialistas - grupo de até 10 instituições focadas no mercado


secundário.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 61


Há regras diferentes regendo os dois grupos de dealers. Por exemplo, é
dado um peso maior à participação dos dealers primários nos leilões
primários do Tesouro Nacional, enquanto que os dealers especialistas
devem negociar grandes volumes de títulos no mercado secundário. A
introdução dos dealers especialistas fortaleceu a negociação no mercado
secundário, ajudando a expandir a liquidez no sistema.

A Negociação dos Títulos Públicos Federais

Leilões

A grande maioria das emissões de títulos da Dívida Pública Mobiliária


Federal interna - DPMFi ocorre sob a forma competitiva, por meio de
leilões, com preços múltiplos (exceção aos leilões de LFT e NTN-B,
realizados na modalidade de leilão holandês, ou preço único). Esses leilões
são realizados em sistema eletrônico do Banco Central. Cada participante
(bancos, corretoras, distribuidoras e outras instituições registradas no
SELIC) pode propor até cinco ofertas para cada um dos títulos ofertados,
conforme definido em Portaria.

Não há sistemas tipo tap system (o administrador da dívida pública fixa o


preço de venda dos títulos), sendo os leilões tradicionais a principal forma
de emissão dos títulos competitivos. Atualmente, os leilões de títulos
prefixados (LTN e NTN-F) são realizados semanalmente, sempre às
quintas-feiras, com emissão e liquidação financeira às sextas-feiras. O
Tesouro Nacional implementou em janeiro de 2002 o Programa Tesouro
Direto, que tem por objetivo facilitar o acesso das pessoas físicas ao
mercado de títulos públicos. Neste caso, adota-se o sistema tap system
para a compra e venda dos títulos, cujos preços de referência são
estipulados a partir dos parâmetros observados nos mercados primário e
secundário.

A emissão tanto dos títulos ofertados em leilão, quanto dos emitidos pelo
Programa Tesouro Direto processa-se exclusivamente sob a forma
escriturai, mediante registro dos respectivos direitos creditórios, assim
como das cessões desses direitos, em sistema centralizado de liquidação
e custódia, no caso o SELIC, por intermédio do qual são também creditados
os resgates do principal e rendimentos.

O processo de leilão origina-se a partirde Portaria da Secretaria do Tesouro


Nacional, tornando públicas as condições específicas de cada leilão, dentre
as quais:

• tipo, quantidade, prazo, taxa de juros (quando couber) e demais


características de cada título ofertado;

• data base, quando couber, que servirá como data de referência para
atualização do valor nominal dos títulos;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 62


• data e hora limite para a apresentação das propostas (sendo
tradicionalmente das 12:00 às 13:00 horas);

• data e hora da divulgação do resultado do leilão (sendo tradicionalmente


no dia do leilão, a partir das 14:30 horas);

• data da emissão, liquidação financeira e vencimento dos títulos;

• critério de seleção das propostas; e

• sistema eletrônico a ser utilizado.

Podem participar diretamente dos leilões, apresentando propostas, as


instituições regularmente habilitadas no sistema eletrônico disponibilizado
pelo Banco Central. As demais pessoas jurídicas e as pessoas físicas
podem participar das ofertas públicas apenas por intermédio das referidas
instituições.

As propostas são listadas obedecendo-se ordem decrescente de preços


(ordem crescente de taxas), no caso dos leilões de venda (ocorrendo o
inverso nos leilões de compra) e a seleção das propostas vencedoras
efetua-se com base em um dos seguintes critérios:

• melhor preço para o Tesouro Nacional (critério tradicional); ou

• preço único para todas as propostas aceitas, sendo que serão acatadas
aquelas de preços iguais ou superiores ao mínimo aceito, no caso de leilões
de venda, e preços iguais ou inferiores ao máximo aceito, no caso dos
leilões de compra.

Os títulos públicos adquiridos pelas instituições financeiras podem ser


utilizados para compor exigências de fundos e de outros depósitos
compulsórios, servir de lastro a aplicações de seus clientes, ou vendê-los
a outras instituições no mercado secundário.

a) Oferta Pública

Emissão primária de títulos em leilão formal. O BC anuncia antecipada-


mente as características dos títulos a serem leiloados (vencimento, prazo,
indexador, e t c ) . Ele recebe as propostas até um determinado horário e
posteriormente divulga o corte, taxa máxima, taxa média e o volume
de títulos vendidos.

b) Leilões Informais

O BC através de leilões informais de compra e venda secundária de títulos,


títulos decorridos, regula a liquidez do mercado de curto prazo e sinaliza as
taxas de juros.

O Banco Central, para fazer leilões informais limita alguns participantes,


para ter maior agilidade. Participam desses leilões os "dealers" (bancos,
corretoras ou distribuidoras) que fazem as ofertas, via computador, as
quais o Banco Central pode aceitar ou não.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 63


As Instituições encaminham propostas para os Dealers, os quais repas-
sam ao Banco Central. Essas Instituições Financeiras utilizam os títulos
para compor exigências de fundos e de outros depósitos compulsórios,
além de assegurar a rentabilidade de outras aplicações que disponham
para seus clientes.

Elas não são obrigados a carregarem o papel, comprado no leilão, até seu
vencimento, assim podem vendê-lo à outra instituição, através do mercado
secundário.

Open Market

É o mercado secundário privativo das instituições financeiras, onde se


negociam títulos já emitidos anteriormente e onde ocorre a troca de
recursos bancários lastreados em títulos públicos federais; através dessas
operações, chamadas operações compromissadas, é que se forma a taxa
de juros primária da economia, a taxa SELIC, que serve de referência para
todas as demais taxas de juros.

As instituições financeiras se utilizam do open market via operações


overnight para compor diariamente o seu caixa de acordo com a falta ou
excesso de reservas bancárias, por meio da negociação de títulos públicos
federais entre si.

O Banco Central utiliza o open market como instrumento de política


monetária, vendendo títulos quando há excesso de recursos na economia
ou resgatando-os quando há falta de recursos e é necessário aumentar a
liquidez.

Tesouro Direto

A partir de 2002, a aquisição de títulos públicos deixou de ser privativa das


instituições financeiras, com o lançamento do Tesouro Direto. É um
programa de venda de títulos públicos, via internet, para pessoas físicas,
criado pelo Tesouro Nacional em parceria com a BM&FBOVESPA. O
Tesouro Direto oferece a possibilidade às pessoas físicas de adquirir
diretamente os títulos públicos federais. O valor mínimo de aplicação é de
R$ 100,00 e o máximo de R$ 400.000,00 por mês.

Sistemas e Centrais de Apoio às Negociações

a) Sisbacen - Sistema de informações do Banco Central


É um conjunto de recursos de tecnologia da informação, interligados
em rede, utilizado pelo Banco Central na condução de seus processos
de trabalho. Define o mecanismo de comunicação através de
computadores entre o Banco Central e as várias instituições financeiras
atuantes no país, que usam o sistema para enviar dados referentes às
suas operações financeiras e cambiais, assim como para receber
dados do BC.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 64


b) Selic - Sistema Especial de Liquidação e Custódia

O Selic - Sistema Especial de Liquidação e Custódia - é o depositário


central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do
Brasil e nessa condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão,
o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. O sistema processa
também a liquidação das operações definitivas e compromissadas
registradas em seu ambiente, observando o modelo 1 de entrega contra
pagamento. Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente
na forma eletrônica. A liquidação da ponta financeira de cada operação é
realizada por intermédio do STR, ao qual o Selic é interligado.

O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele operado
em parceria com a Anbima, tem seus centros operacionais (centro principal
e centro de contingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro. O horário
normal de funcionamento segue o do STR, das 6h30 às 18h30, em todos
os dias considerados úteis para o sistema financeiro. Para comandar
operações, os participantes liquidantes e os participantes responsáveis por
sistemas de compensação e de liquidação encaminham mensagens por
intermédio da RSFN, observando padrões e procedimentos previstos em
manuais específicos da rede. Os demais participantes utilizam outras
redes, conforme procedimentos previstos no regulamento do sistema.

Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de custódia, além


do Tesouro Nacional e do Banco Central do Brasil, bancos comerciais,
bancos múltiplos, bancos de investimento, caixas económicas,
distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários, entidades
operadoras de serviços de compensação e de liquidação, fundos de
investimento e diversas outras instituições integrantes do Sistema Financeiro
Nacional. São considerados liquidantes, respondendo diretamente pela
liquidação financeira de operações, além do Banco Central do Brasil, os
participantes titulares de conta de reservas bancárias, incluindo-se nessa
situação, obrigatoriamente, os bancos comerciais, os bancos múltiplos
com carteira comercial e as caixas económicas, e, opcionalmente, os
bancos de investimento. Os não-liquidantes liquidam suas operações por
intermédio de participantes liquidantes, conforme acordo entre as partes,
e operam dentro de limites fixados por eles. Cada participante não-
liquidante pode utilizar os serviços de mais de um participante liquidante,
exceto no caso de operações específicas, previstas no regulamento do
sistema, tais como pagamento de juros e resgate de títulos, que são
obrigatoriamente liquidadas por intermédio de um liquidante-padrão
previamente indicado pelo participante não-liquidante.

Os participantes não-liquidantes são classificados como autónomos ou


como subordinados, conforme registrem suas operações diretamente ou
o façam por intermédio de seu liquidante-padrão. Os fundos de investimento
são normalmente subordinados e as corretoras e distribuidoras,
normalmente autónomas. As entidades responsáveis por sistemas de
compensação e de liquidação são obrigatoriamente participantes
autónomos. Também obrigatoriamente, são participantes subordinados as
sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, as entidades
abertas de previdência, as entidades fechadas de previdência e as
resseguradoras locais.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 65


Principais títulos públicos federais

LTN - Letras do Tesouro Nacional

Emitidos pelo Tesouro Nacional para cobertura de déficit orçamentário do


governo e provimento de créditos através da antecipação de receitas,
observados os limites estabelecidos pelo Poder Legislativo, são títulos
prefixados negociados com deságio sobre o valor nominal.

Características Gerais:

Juros: Não há, estão implícitos no deságio


do título.

Modalidade: Escriturai, nominativa e negociável.

Atualização do Valor Nominal: Não há.

Resgate de Juros: Não há.

Valor Nominal no Vencimento: R$1.000,00

Considerações Gerais:

As Letras do Tesouro Nacional - LTN são títulos públicos com valor nominal
de R$ 1.000,00 na data de vencimento, o referido título é denominado
prefixado porque a sua rentabilidade é determinada no momento da compra
pela diferença entre o preço de compra e o valor nominal no vencimento
(R$1.000,00).

Metodologia de Cálculo do Preço:

VN
Preço truncado na segunda casa decimal

du/252
(1 + taxa )

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 68


Onde:

PREÇO= preço de compra;

VN = valor nominal da LTN na data de vencimento = R$ 1.000,00;

DL) = dias úteis entre a data de liquidação (inclusive) e a data de vencimento


(exclusive);

TAXA = rentabilidade anual do título.

Exemplo:

Título: LTN 011003

Data de compra: 20/03/2003

Data de liquidação: 21/03/2003

Data de vencimento: 01/10/2003

Taxa anual: 27,33%

Preço de Compra: R$ 879,43

Valor nominal no resgate: R$1.000,00

Dias úteis entre 21/03/2003 e 01/10/2003: 134

Substituindo pelos valores informados, encontramos a rentabilidade do


título:

1000
Preço = ==> PREÇO R$ 879,43
( 1 + 0,2733 ) 1 3 4 / 2 5 2

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 69


L F T - Letras Financeiras do Tesouro

São emitidas pelo Tesouro Nacional para a assunção pela União das
dívidas de responsabilidade dos Estados e do Distrito Federal. Podem ser
emitidas também para viabilizar a redução da presença do setor público
estadual na atividade financeira bancária. As LFT podem ser emitidas em
duas séries distintas: Letras Financeiras do Tesouro Série A (LFT-A) e
Letras Financeiras do Tesouro Série B (LFT-B).
Características Gerais:

Juros: Não há.

Data-Base: 01/07/2000, serve como referência para

atualização do valor nominal.

Modalidade: Escriturai, nominativa e negociável.

Valor Nominal na Data-Base (01/07/2000): R$ 1.000,00


Atualização do Valor Nominal: Definida pela taxa média ajustada dos
financiamentos apurados no sistema
Selic (taxa Selic).

Pagamento de Juros: Não há.

Resgate do Principal: Na data do vencimento.

Considerações Gerais:

A taxa da LFT observada no ambiente de compra do Tesouro Direto reflete


o deságio ou ágio sobre o valor nominal atualizado do título na data de
liquidação da compra, assim, a rentabilidade proporcionada pelo título será
a taxa SELIC acrescida pelo deságio ou ágio da LFT.

Metodologia de Cálculo da Rentabilidade:

VN
Cotação =
( 1 + taxa ) 0 0 / 2 5 2

VNA = R$ 1.000 x fator SELIC entre 01/07/2000 e a data de liquidação,


truncado na sexta casa decimal

PREÇO = VNA x ( Cotação / 1 0 0 ) , truncado na segunda casa decimal

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 70


Onde:

PREÇO= preço de compra;

VNA = valor nominal atualizado pelo fator SELIC entre a data-base (01/07/
2000) e a data de liquidação;

DU = dias úteis entre a data de liquidação (inclusive) e a data de vencimento


(exclusive);

TAXA = rentabilidade anual do título.

Fator SELIC entre 01/07/2000 e a data de liquidação = disponível em sites


de indicadores económicos;

COTAÇÃO = reflete o deságio ou ágio da LFT

Exemplo:

Título: LFT 180608

Data de compra: 18/04/2005

Data de liquidação: 19/04/2005

Valor na data-base (01/07/2000): R$ 1.000,00

Data de vencimento: 18/06/2008

Taxa anual: 0,27%

Preço de Compra: R$ 2.253,17

Valor nominal atualizado projetadol para 19/04/2005: R$ 1.583,804863


Dias úteis entre 19/04/2005 e 18/06/20082 (o dia de vencimento não é
contado): 791

Taxa meta SELIC (a.a.) em 18/04/2005 = 19,25%

100
Cotação = = 99,1572
( 1 + 0,0027 ) 791/252

VNA em 18/04/2005 = R$ 1.000 x fator SELIC entre 01 /07/2000 e 18/04/2005

VNA em 18/04/2005 = R$ 1.000,00 x (2,270735459) = R$ 2.270,735459

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 71


VNA projetado para 19/04/2005 = VNA em 18/04/2005 x [(1+ taxa meta
SELIC) (1/252)]
A

VNA projetado para 19/04/2005 = 2.270,735459 x [(1 + 0,1925) (1/252)]


A

VNA projetado para 19/04/2005 = R$ 2.272,322391

PREÇO = 2.272,322391 x (99,1572/100)

PREÇO = R$2.253,17

Caso o investidor mantenha a LFT adquirida em 18/04/2005 até a data de


vencimento (18/06/2008), a rentabilidade bruta do título será a taxa SELIC
do período acrescida da taxa anualizada de 0,27% que reflete o deságio do
título.

NTN - Notas do Tesouro Nacional

As NTN têm como objetivo básico alongar o prazo de financiamento da


dívida do Tesouro. Séries especiais de NTN podem ser lançadas com
finalidades específicas. As NTN podem ser emitidas em dez séries distintas:
A, B, C, D, F, H, I, M, P e R, subsérie 2.

As principais Notas negociadas são:


Notas do Tesouro Nacional, série B - NTN-B

Características Gerais:

Cupom Semestral de Juros: 6% a.a.

Data-Base: 15/07/2000, serve como referência para

atualização do valor nominal.

Modalidade: Escriturai, nominativa e negociável.

Valor Nominal na Data-Base (15/07/2000): R$ 1.000,00


Atualização do Valor Nominal: IPCA, fndice de Preços ao Consumidor
Amplo, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pagamento de Juros: Semestralmente, com ajuste no primeiro


período de fluência, quando couber. O
primeiro cupom de juros a ser pago
contemplará a taxa integral definida para seis
meses, independente da data de liquidação
da compra.

Resgate do Principal: Na data do vencimento.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 72


Considerações Gerais:

• As Notas do Tesouro Nacional, série B - NTN-B são títulos públicos com


rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no
momento da compra.

• O referido título possui pagamento semestral de cupom de juros de 6%


a.a.

• As datas de pagamento são definidas retrospectivamente a cada seis


meses a partir da data de vencimento da NTN-B, caso esta data não seja
dia útil, o pagamento ocorrerá no primeiro dia útil subsequente.
Ex: NTN-B 15082006, pagamento de cupom nos dias 15/02 e 15/08 entre
a data da liquidação e a data de vencimento.

• O pagamento do último cupom de juros coincide com o resgate do


principal da NTN-B.

• A taxa da NTN-B observada no ambiente de compra do Tesouro Direto


reflete a taxa interna de retorno (TIR) do fluxo de pagamentos dos cupons
de juros e do deságio ou ágio sobre o valor nominal atualizado do título.

Metodologia de Cálculo da Rentabilidade:

Como a coleta de preços para cálculo do IPCA situa-se, aproximadamente,


do dia 15 do mês anterior a 15 do mês de referência, utiliza-se o IPCA
projetado pelo mercado para atualizar o valor nominal da NTN-B, sendo
assim:

x = (n° de dias corridos entre a data de liquidação e o dia 15 do mês atual)


(n° de dias corridos entre o dia 15 do mês seguinte e o dia 15 do mês atual)

VNA* = R$ 1.000 x fator de variação do IPCA entre 15/07/2000 e o dia 15 do


mês atual

VNA = VNA* x ( 1 + /PC^Projetado) x

'1,06^-1 (1,06^-1 q,06>°' -l


5
Cotação =
DU + DU,
+...+ DU. + DU~
(1 + TIR 1232 l + 7 7 £ i 252 1+7ZRÍ252

truncado na quarta casa decimal

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 73


PREÇO = VNA x ( Cotação / 1 0 0 ) , truncado na segunda casa decimal

Onde:

PREÇO= preço de compra;

VNA = valor nominal atualizado pela variação do IPCA entre a data-


base (15/07/2000) e a data de liquidação;

DU =
n dias úteis entre a data de liquidação (inclusive) e a data de
vencimento do cupom (exclusive);

TIR (TAXA) = rentabilidade anual do título;

COTAÇÃO = preço de venda dividido pelo VNA da NTN-B na data de


liquidação.

Notas do Tesouro Nacional, série C - NTN-C

Características Gerais:

Cupom Semestral de Juros: 6% a.a., exceto no caso da NTN-C 010131,


cujo cupom é de 12%a.a.

Data-Base: 01/07/2000, serve como referência para

atualização do valor nominal.

Modalidade: Escriturai, nominativa e negociável.

Valor Nominal na Data-Base (01/07/2000): R$ 1.000,00

Atualização do Valor Nominal: IGP-M, índice Geral de Preços do Mercado,


apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Pagamento de Juros: Semestralmente, com ajuste no primeiro
período de fluência, quando couber. O
primeiro cupom de juros a ser pago
contemplará a taxa integral definida para seis
meses, independente da data de liquidação
da compra.

Resgate do Principal: Na data do vencimento.

Considerações Gerais:

• As Notas do Tesouro Nacional, série C - NTN-C são títulos públicos com


rentabilidade vinculada à variação do IGP-M, acrescida de juros definidos no
momento da compra.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 74


• O referido título possui pagamento semestral de cupom de juros de 6 %
a.a. (exceto as NTN-C 010131 cujo cupom de juros é 12% a.a.).

• As datas de pagamento são definidas retrospectivamente a cada seis


meses a partir da data de vencimento da NTN-C, caso esta data não seja
dia útil, o pagamento ocorrerá no primeiro dia útil subsequente. Ex: NTN-C
01072005, pagamento de cupom nos dias 01/01 e 01/07 entre a data da
liquidação e a data de vencimento.

• O pagamento do último cupom de juros coincide com o resgate do


principal da NTN-C.

• A taxa da NTN-C observada no ambiente de compra do Tesouro Direto


reflete a taxa interna de retorno (TIR) do fluxo de pagamentos dos cupons
de juros e do deságio ou ágio sobre o valor nominal atualizado do título.

Metodologia de Cálculo da Rentabilidade:

Como a variação mensal do IGP-M é divulgada no início de cada mês utiliza-


se o IGP-M projetado pelo mercado para atualizar o valor nominal da NTN-
C, sendo assim:

x = (n° de dias corridos entre a data de liquidação e o dia 1° do mês atual)


(n° de dias corridos entre o dia 1 do mês seguinte e o dia 1 do mês atual)
o o

VNA* = R$ 1.000 x fator de variação do IGP-M entre 01/07/2000 e o dia 1 do 0

mês atual

VNA = VNA* x ( 1 + /GP-MProjetado) x

•1.06^-1 (1,06.^-1 •.1,06^-1 (1,06^-1


Cotação
DU + DU
+ ...+ DU. DU
[i+mm [UTIRTW i]+TlRn52

truncado na quarta casa decimal

PREÇO = VNA x ( Cotação / 1 0 0 ) , truncado na segunda casa decimal

Onde:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 75


PREÇO= preço de compra;

VNA = valor nominal atualizado pela variação do IGP-M


entre a data-base (01/07/200) e a data de liquidação;

DU =
n dias úteis entre a data de liquidação (inclusive) e a
data de vencimento do cupom (exclusive);

TIR = rentabilidade anual do título;

COTAÇÃO preço de venda dividido pelo VNA da NTN-C na data


de liquidação.

Notas do Tesouro Nacional, série F - NTN-F

Características Gerais:

Modalidade: Escriturai, nominativa e negociável.

Atualização do Valor Nominal: Não há.

Cupom Semestral de Juros: 10% a.a.

Valor Nominal no Vencimento: R$ 1.000,00

Pagamento de Juros: Semestralmente, com ajuste no primeiro


período de fluência, quando couber. O
primeiro cupom de juros a ser pago
contemplará a taxa integral definida para seis
meses, independente da data de liquidação
da compra.

Resgate do Principal: Na data do vencimento.

Considerações Gerais:

• As Notas do Tesouro Nacional, série F - NTN-F são títulos públicos com


rentabilidade prefixada pela taxa interna de retorno (TIR) do fluxo de
pagamentos dos cupons de juros e do deságio ou ágio sobre o valor nominal
do título.

• O referido título possui pagamento semestral de cupom de juros de 10%


a.a.

• As datas de pagamento são definidas retrospectivamente a cada seis


meses a partir da data de vencimento da NTN-F, caso esta data não seja
dia útil, o pagamento ocorrerá no primeiro dia útil subsequente. Ex: NTN-F
010108, pagamento de cupom nos dias 01/01 e 01/08 entre a data da
liquidação e a data de vencimento.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 76


• O pagamento do último cupom de juros coincide com o resgate do
principal da NTN-F.

Metodologia de Cálculo da Rentabilidade:

,10P-1 11,10! - 1 íuof uoF-i


Preço = 1.000 x< + ...+
1+777M7T 1+77* ir Ú+TIR\— n+rmm

truncado na segunda casa decimal

Onde:

PREÇO= preço de compra;

DU =n dias úteis entre a data de liquidação (inclusive) e a data de


vencimento do cupom (exclusive);

TIR = rentabilidade anual do título;

NTN-D

Tipo: Pós fixado juros de 6% ou 12 % a.a. pagos


semestralmente, indexado à variação cambial.

Resgate: feito através de cotações de dólar divulgadas pelo


Bacen PTAX, pela cotação média do dia útil anterior a
emissão e ao vencimento.

NTN-H

Tipo: Pós-fixada, atualizada pelo índice TR (taxa referencial),


desde a emissão até o resgate.

Resgate: o resgate do principal é feito em uma única parcela na


data do vencimento.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 77


LIQUIDAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS NA BM&FBOVESPA

O sistema de liquidação de títulos públicos da BM&FBOVESPA, re-


cebe as operações do sistema de negociação (Sisbex) em tempo
real, já com as informações necessárias pra dar inicio ao processo
de liquidação (locked-in). Este ambiente permite, ainda, ao interme-
diário, efetuar a alocação das operações no nível do investidor final.

As operações com títulos públicos na BM&FBOVESPA, são liquidadas


em D+O/D+n, seguindo o modelo "saldo líquido no pagamento e bruto
nos títulos" de entrega contra pagamento (DVP).

Os participantes dos sistema tem a opção de contratar a liquidação


para até 23 dias úteis após a realização da operação.

Os pagamentos são liquidados em reservas bancárias por meio de


conta de liquidação no Banco Central e as entregas dos títulos
ocorrem por meio da conta de liquidação que a BM&FBOVESPA
mantém no Sistema Especial de Liquidação e Custódia do Banco
Central - SELIC (Central Depositária de Títulos Públicos).

A BM&FBOVESPA, recebe os títulos dos vendedores na sua conta


no SELIC e os pagamentos na sua conta reserva no Banco Central.
De posse do dinheiro e do título, efetua, simultaneamente, a entrega
dos títulos para os compradores e o pagamento para os vendedores.

TÍTULOS PRIVADOS

São títulos emitidos pelas instituições financeiras ou por empresas e


utilizados como instrumento de captação de recursos para atender suas
necessidades de curto, médio ou longo prazos. O prazo de emissão dos
diversos títulos privados são regulados pelo Banco Central ( B C ou Bacen)
ou pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

• C D B ( C e r t i f i c a d o de Depósito Bancário )- Pré/Pós

O certificado de depósito bancário (CDB) e o recibo de depósito bancário


(RDB) são títulos de captação de recursos utilizados do setor privado.
São oficialmente conhecidos como depósitos a prazo, emitidos por ban-
cos comerciais, de investimentos ou de desenvolvimento. Os RDBs não
podem ser resgatados antes do prazo de vencimento, já os CDBs podem
ser transferidos por endosso e serem vendidos a qualquer hora, dentro do
prazo contratado.

Os recursos captados através desses títulos são repassados aos clien-


tes na forma de empréstimos para financiamento de capital de giro e/ou
aquisição de equipamentos. A rentabilidade dos CDBs pode ser prefixada
ou pós-fixada.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 78


Resumindo:

Emissor: Bancos

Função: Captação de recursos financeiros para o banco

Prazo mínimo: Pre/CDI - não tem


TR-TJLP - 1 mes
TBF 2 meses
Inflação 1 ano

Tipo: Prefixado ou pós-fixado

Liquidação: ADM ou Cetip

• C D B Pre Fixado

Os títulos prefixados são negociados, normalmente, no prazo de 30 dias


e são oferecidos a uma taxa de juros que compreende os juros e a expec-
tativa de inflação do período. O Valor Bruto de Resgate (VBR) é fornecido
pela aplicação desta taxa sobre o Valor Aplicado (VA). Os CDBs são tribu-
tados, na data do vencimento, conforme tabela de Imposto de Renda
(vide página 129), incidente sobre o ganho nominal, ou seja, sobre a dife-
rença entre VBR e VA. O cálculo da taxa ano é feito com base de 360 dias
e252d.u..

Exemplo:

Valor Aplicado (VA) = R$15.000,00


Período = 60d.u.
Imposto de Renda (IR) = 22,5%
Taxa de juros = 16,70 % a.a.
Taxa de juros nos período = 3,745496 %

VBR = 15.000,00 x 1,0374549


VBR = $15.561,82

IR = 0,225 ( VBR - V A )
IR = 0,225 ( 15.561,82 - 15.000,00)
IR = $126,40

VLR = VBR - IR
VLR = 15.561,82-126,40

VLR = $15.435,42

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 79


Note-se que o VLR de um título prefixado pode ser determinado no ato de
sua compra, o que não ocorre com os pós-fixados, como será visto a
seguir.

Os jornais publicam, diariamente as taxas prefixadas do CDB percentuais


ao mês (a.m.) e ao ano (a.a.) praticadas no mercado financeiro.

• C D B ' s Pós-Fixado

Os CDB's pós-fixados são oferecidos a uma taxa de juros mais a variação


de um índice de correção monetária , estando sujeito à mesma tributação
dos prefixados, em termos de IR.

O cálculo do Valor Bruto de Resgate (VBR) é feito mediante a aplicação da


variação do índice estipulado para o CDB sobre o Valor Aplicado (VA),
obtendo-se o Valor Aplicado Corrigido (VAC). Uma vez determinado o Valor
Aplicado Corrigido, aplica-se a taxa de juros, resultando no Valor Bruto de
Resgate (VBR).

Exemplo:

Supondo a aplicação de $ 20.000,00 em CDB pós fixado, com prazo de 180


dias, oferecido a uma taxa bruta de TR + 8,50% a.a., e admitindo que a
variação da TR fosse constante e da ordem de 0,30% a.m. nos próximos
6 meses, o VLR pode ser calculado como segue:

VAC = $ 20.000,00 x (1,0030) 6 / 1

VAC = $20.000,00x 1,018135541


VAC = $20.362,71

VBR = VAC x ( 1 + j ) 1 8 0 / 3 6 0

VBR = $ 20.362,71 x ( 1,12 ) 1 8 °'


VBR = $ 20.362,71 x 1,04163333
VBR = $ 21.210,47

VLR = VBR - [ ( VBR - VA ) x 0,225 ]


VLR = $21.210,47 - [(21.210,47 - 20.000,00) x 0,225 ]
VLR = $21.210,47 - 272,35

VLR = $20.938,12

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 80


• Letra de Câmbio (LC)

São títulos utilizados como instrumento de captação pelas financeiras,


são emitidos com lastro em uma transação comercial, ou seja quando
elas emprestam algum valor para alguém, essa pessoa saca, por procu-
ração, uma LC contra a financeira, qua a aceita e lança no mercado.

O critério de cálculo é igual ao dos CDB's.

• Aspectos Tributários C D B ' s e L C s

Prazo das até de 181 dias de 361 dias superior


aplicações 180 dias a 360 dias a 720 dias a 720 dias

Al íquotas 22,5% 20% 17,5% 15%

• CDI ( Certificado de Depósito Interfinanceiro )

São títulos de emissão de instituições financeiras, que lastreiam as opera-


ções do interbancário (mercado onde as instituições financeiras negoci-
am entre si qualquer tipo de instrumento financeiro). Suas características
são idênticas às de um CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado
interbancário. Sua função é transferir recursos de uma instituição finan-
ceira para outra. As transações são fechadas por meio eletrônico e
registradas no Cetip. As operações podem ser negociadas por um dia ou
por prazo mais longos (30 dias), sendo a maioria das operações negocia-
das por um só dia. Suas vantagens são não haver taxação, ser rápido e
seguro.

Resumindo:

Emitente: Bancos Financeiros

Função: Troca de fluxo financeiro entre as instituições

Prazo mínimo: para emissão Over ( 1 dia )

Prazo máximo: n.d.

Tipo: Prefixado ou Pós-fixado

Tributação: Título isento de tributação

Liquidação: Cetip

Forma de cálculo para CDI Over ( 1 dia )

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 81


• LI ( Letra Imobiliária)

As sociedades de crédito imobiliário podem captar depósitos a prazo com


correção monetária através de letras imobiliárias, podendo estabelecer
convénios com bancos comerciais para funcionarem como agentes do
SFH. É um título de captação para financiamentos imobiliários.

• LH ( Letra Hipotecária )

São títulos emitidos pelas instituições financeiras autorizadas a conceder


créditos hipotecários. São emitidas com juros fixos e flutuantes.

CÂMBIO

É o mercado onde ocorre a negociação de moedas estrangeiras entre as


instituições ou pessoas interessadas em movimentar essas moedas.

«=> Controle é exercido pelo BC.

=> Pessoas físicas ou jurídicas não podem receber/pagar


em moedas estrangeiras.

^ As operações influem na Balança de Pagamentos


refletindo na economia nacional.

As operações de câmbio consistem na troca ou conversão da moeda de


um país pela de outro, em relação as instituições que operam no mercado
elas podem ser classificadas como: compra de câmbio ( é o fato pelo
qual se compra uma moeda estrangeira contra entrega de moeda nacio-
nal); venda de câmbio (é o fato pelo qual se vende uma moeda estrangei-
ra contra entrega de moeda nacional), e, arbitragem (é o fato pelo qual se
troca duas moedas estrangeiras).

As operações de câmbio geram compromissos com outros países influ-


indo na Balança de Pagamentos e refletindo na economia nacional e, em
decorrência disto, as autoridades governamentais do Brasil como as de
diversos países exercem controle rigoroso nas operações de câmbio.
No Brasil o controle cambial é exercido pelo Banco Central do Brasil que
normatiza e fiscaliza as operações de câmbio.

Pela legislação vigente, as pessoas físicas ou jurídicas não podem receber


diretamente o valor em moedas estrangeiras das operações internacio-
nais, devendo converter a moeda estrangeira em moeda nacional em
instituição credenciada pelo Banco Central do Brasil.

Participam do mercado de câmbio:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 82


Exportador O Vendedor do bem ou serviço transacionado.

Importador : O Comprador do bem ou serviço transacionado.

Agente/Representante : Intermediário da operação comercial.

Banco do Exportador : Banco comprador da moeda transacionada


e/ou prestador de serviços e/ou prestador de
garantias para o exportador.

Banco do Importador : Banco vendedor da moeda transacionada e/


ou prestador de serviços e/ou prestador de
garantias para o importador.

Corretor de Câmbio : Intermediário na operação de troca de moeda.

Organismos Internacionais :Entidades financiadoras de projetos


especiais.

Liquidação de Câmbio na BM&FBOVESPA

O sistema de liquidação de câmbio da BM&FBOVESPA, processa


as operações interbancárias executadas, tanto no sistema de nego-
ciação (GTS) quanto no mercado de balcão. Ambas transações são
liquidadas em um único saldo líquido multilateral. Como no mercado
de câmbio as operações são executadas pelos próprios beneficiários
finais, não requerem processo de alocação.

As operações podem ser liquidadas em D+0, D+1 ou D+2, de acordo


com a escolha das partes envolvidas. A parte da liquidação em reais
é realizada em reservas bancárias, enquanto a parte em dólares é
liquidada em "Fed Funds", via quatro bancos liquidantes sediados
em Nova York (reservas bancárias são recursos que os bancos
mantém em contas exclusivas junto ao Banco Central).

Nos EUA, as reservas bancárias são chamadas de Fed Funds. A


possibilidade de liquidação em dólares via bancos liquidantes
diferentes, tem o objetivo de distribuir o risco de crédito associado a
esses bancos, além de permitir ao participante escolher o banco de
sua preferência.

A BM&FBOVESPA recebe, por meio desses bancos, o pagamento


dos participantes com saldo líquido multilareal devedor em dólares.
Os pagamentos dos participantes com saldo líquido multilateral
devedor em reais, são recebidos pela BM&FBOVESPA em sua conta
de liquidação no Banco Central do Brasil. De posse dos reais e dos
dólares, a BM&FBOVESPA realiza a liquidação das operações,
utilizando o mecanismo de Pagamento contra Pagamento (Payment
Versus Payment - PVP).

É importante destacar que, todas as operações de câmbio realizadas


eletronicamente ou no mercado de balcão, devem ser registradas
no Banco Central do Brasil.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 83
6. MERCADOS DERIVATIVOS - PRODUTOS - MODALIDADES
OPERACIONAIS - LIQUIDAÇÃO

"Atenção: Este capítulo será objeto de 12 (doze) questões no Exame,


sendo exigida a quantidade mínima de acertos de 6 (seis) questões"

CONCEITUAÇÃO
DOS DERIVATIVOS

Os derivativos constituem o instrumento de mercado mais eficaz para


eliminar o risco da variação de preços dos bens económicos, permitindo a
permuta desses riscos (ou sua transferência para os especuladores) sendo
esta a sua função básica.

Embora o surgimento dos mercados futuros esteja ligado aos produtos


agrícolas, atualmente as operações nas bolsas de futuros envolvem ati-
vos financeiros, moedas, índices, metais (ouro , prata, etc.) incluindo os
produtos agrícolas.

Muitas empresas correm diversos tipos de riscos, inerentes a sua própria


atividade ou não.

A utilização de produtos derivativos, permite a estas empresas a transfe-


rência desses riscos, eliminando com isso alguns fatores de incerteza
relacionados, ou não, ao seu ramo de atividade.

Podemos citar como exemplo uma empresa de petróleo, esta compra a


sua matéria prima que é o petróleo e vende no mercado nacional, com isso
ela corre o risco do preço do petróleo subir muito. Com o derivativo de
petróleo futuro negociado na Bolsa de Chicago, a empresa pode comprar
petróleo a futuro fazendo assim um hedge de seu risco de matéria prima.

Por outro lado, esta mesma empresa pode ter riscos não provenientes de
sua atividade principal, por exemplo, se esta mesma empresa de petróleo
capta recursos em dólar comercial e vende no mercado nacional em reais,
existe aí um descasamento de moeda (passivo em dólar e ativo em reais),
esta empresa pode utilizar o derivativo swap ou dólar futuro para esterilizar
este risco do dólar.

Os mercados onde se negociam ativos financeiros e mercadorias de


especificação padrão ( commodities) são divididos em :
<=> Mercados à vista, spot ou disponível
o Mercados futuros no seu conceito amplo

Mercado a termo, Mercado futuro e Mercado de opções de futuros

Nos mercados a vista existem algumas condições básicas como o ato da


compra e venda, entrega física imediata, liquidação financeira e risco
tipicamente comercial.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 84


Os mercados futuros são compostos das seguintes modalidades:
<=> Mercado a termo
«=> Mercado futuro
•=> Mercado de opções (sobre futuros e sobre disponível)

MECÂNICAOPERACIONAL
DOS DERIVATIVOS

Derivativos são produtos cujos valores dependem de outras variáveis


básicas. (índices, taxas de juros, câmbio, commodities, etc).

• Swap (Swap quer dizer troca)

Derivativo onde duas partes pactuam uma troca de indexadores por um


determinado tempo e sobre um montante previamente acordado. É um
instrumento de hedging e gestão de risco, não tendo como finalidade o
levantamento de fundos. Os swaps são normalmente usados como
instrumento para casamento de prazos e indexadores de dívidas, permitin-
do essa cobertura a custos menores.

Swap de Taxa de Juros

Contrato entre empresas, no qual os pagamentos de juros se baseiam em


um saldo devedor de referência, o qual jamais é pago ou recebido.

O contrato determina (combina) trocar os juros que seriam devidos sobre


o saldo devedor de referência.

O Swap de taxa de juros envolve taxas fixas vs. taxas variáveis ou


flutuantes.

• Porque utilizar o Swap de Taxa de Juros ?

. Promover casamento mais adequados de ativos e passivos de uma


empresa ou de um banco;
. Uma empresa com ativo de taxa variável e passivo de taxa fixa
( e vice-versa);
. Eliminar o risco de variação de taxas de juros, evitando perder se as
taxas do ativo caírem e continuarem aplicando as mesmas taxas
sobre o passivo;
. Buscar possibilidades de vantagens comparativas em captar no
mercado de taxas fixas trocando (swaps) com empresas que tenham
vantagens comparativas no mercado de taxas flutuantes;
. A operação é estruturada e intermediada por uma instituição
financeira;
. Obter recursos a taxas inferiores as normalmente disponíveis ao
tomador;
. Prover fontes alternativas de recursos a taxa flutuante;
. Re-estruturar divida sem refinanciar débitos;
. Mudar a composição de um fluxo de um ativo.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 85


Estrutura de um Swap de Taxa de Juros

1) Características: Mesma moeda


Preserva o principal

taxa fixa

Empresa B

taxa variável

2) Características: Mesma moeda


Troca de floating rate (indexador)

6 meses Libor

Empresa B

US Prime

Swap de Moedas

São trocados fluxos de amortização e juros de uma operação de crédito em


uma moeda por fluxos de amortização e juros de uma operação de crédito
semelhante, em outra moeda.

• Porque utilizar o Swap de Moeda ?

. A empresa tem necessidade de recursos em uma determinada


moeda, e facilidade de captar recursos em outra moeda;

. Levantar recursos em uma moeda onde o tomador normalmente


não teria acesso;

. Levantar fundos em uma moeda e trocar (swaps) por outra com uma
vantagem de taxa;

. Administrar o risco cambial;

. Alterar a moeda de um fluxo de renda de um ativo.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 86


Estrutura de um Swap de Moedas

R$ (troca inicial)

US$ (troca inicial)

Paga taxa fixa Paga a taxa fixa


ao emprestador B ao emprestador
em R$ em US$

Paga taxa fixa US$

Paga taxa fixa R$

R$ no vencimento

US$ no vencimento

Exemplo de Contratos de Swap na BM&FBOVESPA

SDP - Dl X Pré
SDC - Dl X Dólar Comercial
SDG - Dl X índice de Preços
SDA-DI X TaxaAnbid
SCP - Dólar Comercial X Pré
SSC - Selic X Dólar Comercial

• Modalidades:

. com garantia

. sem garantia

- liquidação direta entre as partes


- bolsa só registra a operação

• Contratos de Swap no mercado de balcão

. Contratos Forward

. Não intercambiáveis

. Não padronizados
- tamanho do contrato;
- prazo;
- forma de liquidação.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 87


• Opções

É o direito, mas não a obrigação de comprar ou vender uma quantidade


específica de um ativo ou uma commodity, objeto da negociação, a um
preço previamente estipulado e até uma data prefixada.

Titular de uma Opção


É o comprador da opção, é aquele que tem o direito de exercer a opção,
pagando ao lançador um prémio por este direito.

Lançador de uma Opção


O lançador se obriga a fazer a transação específica sempre e quando o
titular desejar. Em retorno recebe do titular pagamento sob a forma de
prémio.

o Tipos:

Opção de Compra ( Call) : Compra ou venda de um direito (não


obrigação) de comprar um determinado ativo a um preço e data
pré determinados.
Opção de Venda ( Put): Compra ou venda de um direito ( não
obrigação) de vender um determinado ativo a um preço e data pré
determinados.

Opções Europeias : O comprador da opção tem o direito de


exercício somente na data de vencimento.

Opções Americanas: O comprador da opção tem direito de exercer


a opção a qualquer tempo até a data de vencimento.

•=> Porque Participar do Mercado Opções

Seguro ou Hedge
A operação tem por objetivo a proteção entre o risco de grandes variações
de preço do ativo objeto no futuro ( moedas, juros, commodities, ações,
empréstimos, e t c ) .

Gerar Renda
Quando o valor do ativo objeto, tem pequenas variações de preço (alta ou
queda).

Realizar Lucros Especulativos


Quando se aposta na direção do mercado e o resultado corresponde.
A expectativa do potencial de variação de preço do ativo objeto e da opção
define o objetivo da operação.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 88


<=> Característica do Mercado de Opções

No mercado de opções não existe o ajuste diário, que caracteriza os


mercados futuros. Existe a margem, que é uma garantia exigida pela Bolsa.
A Bolsa determina as margens, podendo fazer inclusive chamadas de
margem adicionais. A margem, diferentemente do ajuste diário nos merca-
dos futuros, é remunerada à taxas de mercado, podendo assim ser
desconsiderada como custo nas operações com opções.

Preço em função f(S, /', volat, T, K)

onde: S = preço spot ou à vista


i = taxa de juros no tempo
volat = volatilidade dos preços
T = tempo
K = preço de exercício

Quadro Resumo

Opção

"Dono" "Direito" Assume Obrigação

Titular Dono Lançador

Paga Prémio Recebe Premio

Comprar Vender

Opção de Opção de
Compra Venda

T= Direito de Comprar T= Direito de Vender


L= Obrigação de Vender V= Obrigação de Comprar

• Termo

Compra ou venda de um ativo com vencimento em determinada data futura


por um preço previamente estabelecido, em mercado organizado (bolsa),
ou fora dele (mercado de balcão) através de acordos/ contratos particula-
res entre as partes.

Enquanto uma parte contratante assume posição longa, isto é, o compro-


misso de comprar o ativo em data futura por preço certo e especificado, a
outra parte assume posição curta ou seja, de vender o mesmo ativo na
mesma data pelo mesmo preço.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 89


O preço especificado no contrato de compra e venda é o preço de entrega.
O preço de entrega no momento da contratação é tal que o valor do contrato
para ambas as partes contratantes é zero. Ou seja, teoricamente ficar
longo ou curto não tem custo para nenhuma das partes.

O preço a termo de um certo contrato é definido como o preço de entrega,


que faria o contrato ter valor igual a zero. No momento da contratação o
preço do termo é igual ao preço de entrega.

O preço do termo está sujeito a variação ao longo da vida do contrato,


enquanto o preço de entrega permanece o mesmo.

Um contrato de compra e de venda é inteiramente liquidado no vencimento.


O vendedor (posição curta) entrega ao comprador (posição longa) o ativo
e recebe em contrapartida uma quantidade, em caixa, igual ao preço da
entrega.
Existe uma importante diferença entre especular com contrato a termo e
com ativo no mercado spot. No primeiro caso, não há necessidade de
caixa, enquanto que no segundo caso, há desembolso na compra do ativo.
Por essa razão, o contrato de termo permite alavancagem muito maior.

Em resumo as condições de operações do mercado a termo são as


seguintes:

. Prazo determinado, pactuado entre as partes;

. Liquidação física e financeira diferidas;

. Venda: só coberta (com a existência da mercadoria);

. Comprado: só opera com margem de garantia de compra.

^ Por Que Comprar a Termo?

As operações a termo permitem ao investidor proteger preços de compra,


diversificar risco, obter recursos (operação caixa) e alavancar seus ganhos.

o Por Que Vender a Termo?

Para financiar - o investidor compra o ativo no mercado à vista e o vende a


termo - a operação de financiamento tem como objetivo ganhara diferença
existente entre os preços a vista e a termo, ou seja a taxa de juros da
operação.

Preço em função f(S,i, T)

onde: S = preço spot ou à vista


i = taxa de juros no tempo
T = tempo

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 90


• Futuros

Compra ou venda de um ativo com vencimento em determinada data futura


por preço previamente estabelecido, dentro de um mercado organizado
(bolsa).

Preço em função f ( S, i, T, Ce )

onde: S = preço spot ou à vista


i = taxa de juros no tempo
T = tempo
Ce = custo de estocagem/carregamento no tempo

REGULAMENTO
O P E R A C I O N A L DO
SEGMENTO BM&F

O regulamento tem c o m o objeto o e s t a b e l e c i m e n t o de regras e


procedimentos para os Sistemas de Negociação administrados pela
BM&FBOVESPA, consolidando:

(i) o Regulamento de Operações do Segmento BM&F - Sistemas de


Negociação de Derivativos;

(ii) a Consolidação da Sistemática Operacional de Pregão, efetuada pela


Diretoria Executiva de Operações e Tl;

O Regulamento encontra-se disponível no site da BM&FBOVESPA nas


opções Regulação > R e g u l a m e n t o s e N o r m a s > P r o c e d i m e n t o s
Operacionais > Derivativos, ele é complementado e regulamentado pela
BM&FBOVESPA, por i n t e r m é d i o de O f í c i o s C i r c u l a r e s e do
estabelecimento de procedimentos e critérios técnicos e operacionais,
sendo passível de atualização periódica, pela incorporação de novas regras
e procedimentos, que serão nele automaticamente consolidados, pela
BM&FBOVESPA conforme a mesma sistemática adotada para a sua
elaboração.

A Bolsa realizará diariamente o Pregão Eletrônico, por meio do Sistema


Eletrônico de Negociação.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 91


Sistema de Negociação

A BM&FBOVESPA processa eletronicamente as ordens de compra e


venda, possibilitando melhor formação de preços e transparência na
execução dos negócios.

O investidor pode enviar ordens de compra e venda diretamente à corretora


ou via internet, ter acesso a cotações, acompanhando seus investimentos
nos diferentes mercados da Bolsa.Os principais sistemas de negociação
são:

Mega Bolsa (mercado de ações)


Plataforma eletrônica de negociação de alto desempenho: 99,5%
das ordens enviadas ao sistema levam menos de um segundo para
serem processadas.

• GTS - Global Trading System


Utilizando os mais modernos requisitos de capacidade de
processamento de ordens, o GTS apresenta avançados recursos
de conectividade, desenvolvidos com base no protocolo FIX, atual
padrão de comunicação eletrônica, perfazendo 250 transações por
segundo.

Home Broker
Sistema que permite ao investidor, através do site da corretora,
enviar ordens de compra e venda diretamente no Mega Bolsa. Foi
criado para facilitar e agilizar o processo de negociação, atraindo
mais pessoas físicas para o mercado de ações.

WebTrading (mercado de derivativos)


Sistema de negociação de minicontratos futuros via internet. O
investidor pode colocar diretamente suas ordens de compra e
venda em tempo real, através de software de comunicação instalado
na corretora. FIX, atual padrão de comunicação eletrônica, perfazendo
250 transações por segundo.

O acesso dos investidores aos pregões é feito através do modelo de DMA


(Acesso Direto ao Mercado), por meio da internet, investidores cadastrados
podem visualizar em tempo real o livro de ofertas dos diferentes mercados
e enviar ordens de compra e de venda, e, essas ordens transforma-se em
ofertas.

Utilizado no processamento de negócios com os demais derivativos


(commodities e ativos financeiros), permite diversas forma de conexão,
inclusive com sistemas de outros países.

A BM&F também possui sistema eletrônico de negociação, o Sisbex,


especialmente adaptado para a realização de operações com títulos
públicos federais, com destaque para operações definitivas de compra e
de venda, operações compromissadas e operações de empréstimo de
títulos.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 92


A BM&F dispõe de uma série de contratos de ativos financeiros e commo-
dities para negociação, entretanto seu maior volume de negociação é re-
presentado pelos contratos de ativos financeiros, tais como Dl (depósito
interfinanceiro) de 1 dia que é o contrato de juros, Dólar Comercial, e
Ibovespa Futuro.

Existe ainda uma nova modalidade que são os contratos de swap realiza-
dos em bolsa. A BM&FBOVESPA divulga através de seu Boletim Diário e
sua Resenha Mensal as informações sobre os diversos contratos e suas
especificações.

• Codificação dos Vencimentos

F Janeiro

G Fevereiro

H Março

J Abril

K Maio

M Junho

N Julho

Q Agosto

U Setembro

V Outubro

X Novembro

Z Dezembro

Exemplos:

DI1H11

DOLH11

INDJ11

BGIM11

WINJ11

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 93


Horários de Negociação

Os Dias e Horários de Negociação

. O horário de negociação será fixado pela Diretoria.

. Não haverá Pregão aos sábados, domingos e feriados.

O Diretor Presidente poderá determinar a não realização do Pregão em


dia útil, dando ciência à Comissão de Valores Mobiliários a respeito dos
motivos que o levou a tomar esta decisão.

O Diretor Presidente poderá alterar, retardar ou antecipar o início e o


encerramento do Pregão, cientificando a Comissão de Valores Mobiliários.

As Operações a Prazo, cujos vencimentos ocorrerem em dia em que não


houver funcionamento do Pregão, ficam automaticamente prorrogadas para
o primeiro dia útil subsequente em que houver negociação.

A Bolsa divulgará, anualmente, o calendário para o ano seguinte, que


juntamente com o horário de negociação, fará parte do Manual de
Procedimentos Operacionais.

A tabela de horários para commodities e financeiros encontra-se no


endereço eletrônico: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/intros/intro-
horarios-de-negociacao.aspx?idioma=pt-br

Negociação Negociação After-


Negociação Cancelamento | Call Cancelamento
Estendida hours {pregão
Contrato Código Normal de Ofertas Setrônko de Ofertas
(pregão 0+0) 0+1}
T M ESS9ESB Início Início 1 Fim

Futuro de Dll FUT Dll 09:00 16:00 16:07 16:10 16:10 16:42 16:45 16:50 18:00 -

Futuro de Ibovespa FUTIND 10:00 18:30

Fut. de Milho Financeiro FUTCCM 09:00 15:30 15:37 15:40 15:40 - 16:20 18:00

After Hours

Conceito

Negociações que ocorrem após o pregão regular.

Mercados Permitidos
Contratos Disponíveis de Commodities (Futuro café, Etanol, Açúcar, milho,
soja, rolagem, preço base milho).
Processo de Liquidação

A liquidação ocorre no dia seguinte, ou seja, em d+1.

Modo de Negociação
Segue as mesmas regras do pregão regular, no que diz em relação a
limites intradiários.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 94


Solicitação de Correção
Mesmo tratamento do pregão regular.

Codificação ( Pregão R e g u l a r

Negociação Normal
09:00 -1S:35 (leilâc-12 operdodia)

Lembrando: É permetido o cancelamento de ofertas das 15:42 até 15:45hs

Call de Abertura e Fechamento

Call

Modo operacional no qual um determinado Ativo ou Vencimento negociado


nos Sistemas de Negociação é submetido, durante um prazo pré-definido,
às Ofertas de compra e de venda de todo o mercado.

Call de Abertura

Denomina-se "call de abertura" o período compreendido nos minutos que


antecedem a abertura das negociações na Bolsa. O "call" tem por objetivo
fazer com que a abertura desses papéis se processe de forma transparente,
sendo suas regras as mesmas adotadas para o fixing no Sistema
Eletrônico de Negociação.

Call de Fechamento

Denomina-se "call de fechamento" o período compreendido nos minutos


finais de negociação e utilizado para determinados Ativos. O "call" tem por
objetivo fazer com que o fechamento desses Ativos seja processado de
forma transparente, utilizando-se as mesmas regras adotadas para o fixing
no Sistema Eletrônico de Negociação.

Tipos de Ordens e de Ofertas

Conceito de Ordem
Ordem de compra ou venda de Ativos é o ato mediante o qual o cliente
determina a uma Sociedade Corretora que compre ou venda Ativos ou
direitos a eles inerentes, em seu nome e nas condições que especificar.

Quando da emissão da Ordem, o Comitente deverá estabelecer:

- a quantidade do Ativo ou Contrato a ser negociado;


- o prazo de validade; e
- as suas condições de execução e de cancelamento.

A emissão de Ordens poderá se dar verbalmente ou por escrito, conforme


opção do Comitente, sendo:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 95


- verbais as Ordens emitidas pessoalmente ou por via telefónica; e

- escritas as Ordens recebidas por carta, meio eletrônico, telex ou fac-


símile, das quais deverão constar, conforme o caso, assinatura, número
da linha ou aparelho transmissor e hora de envio e recepção.

São aceitos para execução nos Sistemas de Negociação, os seguintes


tipos de Ordem:

Ordem Limitada: executada somente ao preço igual ou melhor do que o


indicado pelo cliente;

Ordem a Mercado: especifica somente a quantidade e as características


dos Ativos ou Contratos, devendo-se executá-la a partir do momento em
que for recebida;

Ordem Stop: específica o preço do ativo ou contrato a partir do qual a


ordem deverá ser executada.

Ordem Administrada: especifica somente a quantidade e as características


dos ativos a serem comprados ou vendidos, cabendo ao Intermediário, a
seu critério, determinar o momento e o Sistema de Negociação em que
ela será executada;

Ordem C a s a d a : a execução está vinculada à execução de outra Ordem


do mesmo Comitente, podendo ser emitida com ou sem limite de preço;

Ordem Discricionária: é dada por administrador de carteira ou por quem


quer que represente mais de um Comitente, cabendo ao emitente
estabelecer as condições de execução e, no prazo estabelecido neste
Regulamento, indicar os nomes dos clientes finais a serem especificados,
atribuindo-lhes os Negócios realizados;

Como citado anteriormente, essas ordens transforma-se em ofertas.

Tipos de Ofertas

- Oferta Limitada
- Oferta a Mercado
- Oferta Stop - Preço de Disparo
- Oferta de Execução Imediata
- Oferta de Execução Total
- Oferta de Direto

Contratos negociados e Posições em Aberto

O volume de contratos negociados é constituído pela somatória do negócios


de compra e de venda realizados durante um dia, um pregão ou um período
de tempo de um derivativo em cada um dos seus vencimentos futuros.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 96


Cada participante do mercado ao emitir uma ordem de compra ou de venda
ao seu corretor estará assumindo uma posição comprada ou vendida em
determinado vencimento, junto a Bolsa e que anteriormente não possuía.

A Bolsa divulga diariamente um boletim informando o número de negócios,


a quantidade de contratos negociados de cada derivativo, por vencimento,
e também a quantidade de contratos em aberto (posições casadas de
compra + venda) respectivamente, quanto maior o volume de contratos
negociados e contratos em aberto de um derivativo em um determinado
vencimento mais líquido o mesmo será.

Classifica-se um participante em vendido (short) ou comprado (long) de


acordo com sua posição líquida em determinado vencimento.

Se o número de contratos vendidos for maior que o número de contratos


comprados, sua posição será vendedora (short); caso contrário, a posição
será compradora (long). É importante frisar que a posição líquida é fixada
para um único vencimento do mesmo contrato.
Em todas as modalidades de derivativos, compradores e vendedores as
sumem compromissos de compra e de venda, respectivamente.

Os contratos em aberto refletem a posição líquida em determinada data,


de todas as operações ainda não liquidadas pelo investidor, isto é, a natu-
reza do compromisso (compra ou venda) de um participante por contrato
e vencimento.

Abertura da Posição Encerramento da Posição

Compra ===========> Vende

Vender ===========> Compra

Uma posição em derivativos pode ser definida como o saldo líquido dos
contratos negociados pelo mesmo contratante para a mesma data de ven-
cimento.

A s Principais Especificações dos Contratos

• Objeto de negociação: é a descrição do ativo cuja oscilação de preços


está em negociação. Exemplo: café, dólar, boi.

• Cotação: é a unidade de valor atribuída a cada unidade física da merca-


doria em negociação. Exemplo: reais por saca, reais por dólares.

• Unidade de negociação: é o tamanho do contrato. Exemplo: o tamanho


do contrato de café é de 100 sacas de 60kg, o do dólar é de US$50.000,00.

• Meses de vencimento: meses em que serão liquidados os contratos.

• Liquidação: forma pela qual o contrato será liquidado.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 97


Ajuste Diário

No mercado futuro, todas as posições são equalizadas diariamente com


base, no preço de compensação do dia, resultando em realização diária de
lucros e prejuízos para todas as posições abertas que possuam saldos
credor e devedor, respectivamente.

Preço de ajuste: cotação apurada diariamente pela bolsa, segundo crité-


rios preestabelecidos, utilizada para o ajuste diário das posições no mer-
cado futuro. Em geral, o preço de ajuste é determinado no callàe fecha-
mento.

Ajuste Diário - Exemplo 1

Negociação de 10 contratos Ibovespa Futuro cotado a 66.200 pontos

Comprador Comportamento do preço Vendedor

+ 400 Subiu <=> 66.600 - 400

Ajuste: Pontos * ( N° de Contratos x Tamanho Contrato)

400 x ( 10 x 1,00) = R$4.000,00

Vendedor ^ pagará R$4.000,00 de ajuste diário e,


Comprador <=> receberá R$4.000,00 de ajuste diário

Ajuste Diário - Exemplo 2

Negociação de 10 contratos Ibovespa Futuro cotado a 66.200 pontos

Comprador Comportamento do preço Vendedor

- 200 Caiu ^ 66.000 + 200

Ajuste: Pontos x ( N° de Contratos x Tamanho Contrato)

200 x ( 10 x 1,00) = R$2.000,00

Vendedor o receberá R$2.000,00 de ajuste diário e,


Comprador o pagará R$ 2.000,00 de ajuste diário

• Limite de Oscilação

Estabelecido pela Bolsa, estes limites são tecnicamente determinados


para cada contrato, e permitem uma garantia de cumprimento das obriga-
ções incorridas pelos ajustes diários. Este valor auxilia na determinação da
margem inicial.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 98


Margem de Garantia

•Margem Inicial
São depósitos efetuados pelos clientes em dinheiro, carta de fiança,
outro ou títulos públicos federais junto à Bolsa, e que representam
uma garantia do cumprimento do contrato. Em geral, representam
uma pequena fração do valor do contrato.

•Margem Adicional
Se as condições de mercado recomendarem, a Bolsa poderá exigir
margem adicional para um ou todos os mercados ou ainda um ou
grupo de clientes determinado a forma a que deverão ser prestadas
as novas garantias.

Metodologia
O modelo de cálculo de margens foi desenvolvido pela própria Bolsa e
baseia-se nos conceitos de Teste de Stress e Fator Primitivo de Risco
(FPR).

Fatores Primitivos de Risco (FPRs)


De modo geral, os FPRs de um contrato derivativo são todas as variáveis
financeiras que influenciam, diretamente, a formação de seu preço.

O conjunto de FPRs do Sistema de Risco BM&FBOVESPA compreende:

•Preços dos mercados à vista;

Estruturas a termo de taxas de juro. Para os contratos da BM&FBOVESPA,


são consideradas as estruturas a termo em reais (curva de taxa pré) e em
dólares (curva de cupom cambial);

•Nível de volatilidade dos mercados, que é um fator de risco presente


quando se trata de contratos de opção.

Formação dos Preços Futuros

Preço Futuro e Base

Os preços futuros movem-se geralmente em harmonia na mesma direção


que os preços do mercado à vista, tendendo a convergir na proximidade do
vencimento. Desses pressupostos decorre um elemento conceituai típico
das operações de hedging, que também é o melhor instrumento de que
dispomos para avaliar o acerto de posição e negócios: a base, ou seja a
diferença entre o preço futuro e o preço à vista.

A base corresponde, em valor, ao custo de se manter a posse do ativo físico


em questão da presente data até a época do vencimento do contrato futuro
e ela evolui juntamente com as oscilações e a volatilidade no mercado. Em
situações normais de mercados esse custo é previsível e, no máximo, igual
à soma dos custos de armazenamentos, juros, seguro, taxa de manuseio,
margem de lucro do vendedor e t c , ou seja, o que habitualmente se
denomina de carrying cost. A relação dos preços à vista e a futuro pode ser
sintetizada da seguinte forma:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 99


= P + c Paridade do preço à vista

Custo de carregamento ( carrying cost)

Pf (preço ftíuro)
Preço

Pm (Preço àvistfc)

Tempo
Vencto

A base, com respeito aos diversos ativos transacionados em mercados


futuros, representa:

Produtos agrícolas: •custo armazenamentos;


•seguro;
-frete ao local de entrega física;
-taxa de juros do período.

Carteira de Ações: -inflação;


-taxa de juros;
-relação risco/ retomo do mercado acionário.

Títulos de Renda Fixa juros efetivos (títulos prefixado);


juros reais (títulos pós-fixados).

A base evolui juntamente com as oscilações e a volatilidade no mercado.


Estas relações podem ser sucintamente descritas como:

Mercado Normal base positiva

Mercado Invertido base negativa

Convergência entre preços à vista e a futuro : estreitamento da


base, arbitragem

No vencimento : base levemente


negativa, devido às
opções do vendedor

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 100


Liquidação das Operações com Derivativos

As operações com derivativos não-padronizados são liquidadas direta-


mente entre as partes contratantes, sendo os riscos de não-cumprimento
das obrigações dos contratos assumidos por ambas as partes, sem o
amparo de sistema de garantia que assegure o cumprimento do contrato.

As operações com derivativos padronizados são liquidadas em câmaras


de compensação ligadas às bolsas ou a sistemas de negociação cuja
estrutura de garantias garante o cumprimento de todas as obrigações
assumidas pelas partes.
Independentemente de a operação ser padronizada ou não, há duas formas
de liquidação: financeira e física.

Liquidação financeira: é feita por diferença financeira. Utilizando-se o


preço de referência, no dia de vencimento do contrato, registram-se uma
venda para o comprador original e uma compra para o vendedor original. A
diferença apurada é liquidada entre as partes, sem que haja entrega física
do ativo negociado.

Liquidação física: o negócio é liquidado mediante a entrega física do ativo


negociado.
A liquidação física, mais comum nos mercados agropecuários e de
energia, consiste na entrega física do ativo em negociação na data de
vencimento do contrato.

Em muitas situações, a liquidação física pode ser muito dispendiosa ou,


ainda, indesejável, pois o participante pode não ter nenhum interesse pelo
ativo- objeto, sendo seu único intuito a obtenção do valor do diferencial entre
a compra e a venda desse ativo (especuladores). Nesses casos, opta pela
liquidaçãofinanceira.

Alguns contratos admitem ambas as formas de liquidação, mas a maior


parte admite apenas a liquidação financeira.

Exemplo de liquidação por diferença financeira

Negociação de dez contratos de compra e venda a termo de café a


R$ 200,00/ saca: o tamanho do contrato é de 100 sacas de 60kg; e a
cotação da saca no final da safra, de R$ 210,00.
a) Qual é o resultado da operação para o comprador e para o vendedor?
Para o comprador:

10 x (100 x R$ 200,00) - 10 x (100 x R$ 210,00) = -R$10.000,00

Para o vendedor:
10 x (100 x R$ 200,00) - 10 x (100 x R$ 210,00) = +R$10.000,00
Isto é, o comprador pagará R$10.000,00 ao vendedor.
b) Se a cotação (preço de referência) no mercado a vista fosse de
R$ 190,00 qual seria o resultado?
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 101
Para o comprador:

10 x (100 x R$ 200,00) - 10 x (100 x R$ 190,00) = +R$10.000,00

Para o vendedor:
10 x (100 x R$ 200,00) - 10 x (100 x R$ 190,00) = -R$10.000,00
Isto é, o vendedor pagará R$10.000,00 ao comprador.
A liquidação das operações podem ser realizadas por camarás de
registro e liquidação de operações, conforme a Lei 10.214/2001 (que
dispõe sobre a atuação das câmaras e dos prestadores de serviços de
compensação e de liquidação, no âmbito do sistema de pagamentos
brasileiro).

Derivativos Agropecuários

Os derivativos agropecuários atendem à necessidade de comercialização


de determinadas mercadorias. Devem ser utilizados por empresas que
pretendem se proteger do risco de preço de seus produtos e matérias-
primas utilizadas.

É por meio deste mercado que as empresas conseguem garantir a fixação


dos preços de determinadas mercadorias, que sofrem impactos diretos de
fatores externos, como clima, condições de solo e pragas, por exemplo.
Se usarmos o mercado de trigo nos Estados Unidos para exemplificar, a
colheita do produto é feita apenas durante algumas semanas do ano.

Assim, alguém precisa carregar esta mercadoria até o consumo total da


mesma, arcando com custos de aquisição, armazenagem e transporte e
ainda sujeitando-se aos riscos de variações de preço. Cabe ao mercado de
derivativos oferecer estratégias de proteção ao negócio, minimizando e até
anulando eventuais riscos.

Indicadores Agropecuários

Uma categoria que é muito importante no mercado da BM&FBOVESPA


são os Indicadores de preços agropecuários do Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada - CEPEA. A instituição calcula mais de
15 indicadores, sendo que alguns destes índices calculados pelo CEPEA
são utilizados para a liquidação financeira dos contratos agropecuários da
BM&FBOVESPA. Os principais indicadores são:

Indicador ESALQ/BM&FBovespa do Boi Gordo - São Paulo: Indicador


diário dos preços do Boi Gordo do Estado de São Paulo. Cotado em Reais
por arroba, a retirar na propriedade.

Indicador do BEZERRO ESALQ/BM&FBovespa - Mato Grosso do Sul:


Indicador diário dos preços do bezerro nas principais regiões produtoras
do estado do Mato Grosso do Sul, sendo o animal cotado em reais por
cabeça.

Indicador Arroz em Casca ESALQ/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BVMF:


Indicador diário do arroz em casca posto na indústria do Rio Grande do
Sul. Cotado em Reais por saca de 50 quilos.

Indicador de Preços do MILHO ESALQ/BM&FBovespa:Preços médios


da região de campinas dos negócios realizados para o produto posto em
armazém, em nível de atacado. Cotado em Reais por saca de 60 quilos.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 102


Indicador CEPEA/ESALQ/BM&FBovespa - Paranaguá:So\a em grão,
posto em armazém no Porto de Paranaguá. Cotado diariamente em Reais
por saca de 60 quilos.

Importante: Outros produtos que o CEPEA também calcula os Indicadores


de preço são: açúcar, algodão, café, citros, etanol, frango, produtos
hortifrutícolas, leite, Mandioca, Suíno e Trigo.

Operações EX-PIT

A operação ex-pit, também conhecida como troca de futuros por produtos


físicos, representa uma técnica avançada de hedging por meio da qual o
detentor de uma posição a futuro pode precificar a mercadoria-objeto do
contrato a termo.

A lógica por detrás do desenvolvimento e da regulamentação das opera-


ções ex-pit baseia-se no fato de que, se os hedgers fossem obrigados a
liquidar suas posições futuras no mercado, provavelmente o fariam por
preços diferentes.

A BM&F passou a admitir operações ex-pit para seus contratos futuros


agrícolas com o propósito de oferecer mais uma alternativa de fixação de
preços aos negócios a termo realizados por participantes da cadeia agrí-
cola.

Essas operações podem ser efetuadas até o dia estabelecido nas res-
pectivas especificações contratuais, desde que sejam atendidas as con-
dições determinadas pela BM&FBOVESPA, que as divulga mas não as
submete à interferência do mercado.

O que é operação ex-pit

Operações ex-pit constituem negócios realizados fora do pit de negocia-


ção (ex-pit), ou pregão, de uma bolsa, não sofrendo influência do merca-
do.

Motivação:
- Hedge de proteção (preço futuro fixado)

Operação:
O ex-pit constitui, portanto, o casamento entre um contrato a termo e um
contrato futuro, em uma operação integrada que aproveita as vantagens
de ambos os mercados: visibilidade, transparência e capacidade de trans-
ferir riscos (que caracterizam os mercados futuros) e compromisso firme
de entrega e recebimento da mercadoria (especificidades do contrato a
termo).

Nos mercados agrícolas, esse tipo de operação origina-se de uma nego-


ciação a termo acertada no mercado físico, cujo valor de faturamento (ou
de liquidação), em data futura acordada, tenha por referência a cotação de
determinado vencimento do contrato futuro da mercadoria negociada.

A partir do contrato a termo negociado fora do pregão, cada parte assume


uma posição (independente) no mercado futuro da bolsa, com o intuito de
fixar o preço da mercadoria contratada. Em data próxima à do vencimen-
to, também acertada entre as partes, os participantes revertem suas posi-
ções (no mercado futuro) um contra o outro, por meio de operação execu-
tada fora do pit de negociação da bolsa.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 103


Por que realizar operações ex-pit

Nos mercados futuros, os contratos são padronizados, com especificação


definida sobre itens como: qualidade, tamanho do lote negociado, forma
de cotação, data de vencimento. Essa padronização é vantajosa para os
participantes, especialmente quando se buscam visibilidade para o preço
futuro e razoável grau de intercambialidade e de liquidez para os contra-
tos.

Ocorre que, em certas situações, as especificações padronizadas dos


contratos futuros podem não refletir adequadamente a realidade dos ne-
gócios efetuados com a mercadoria no mercado físico.

Repasse de Negócios

- Repasse - Transferência da operação entre Participantes. O repasse de


operação será realizado pelo Participante que executou a operação no
sistema de negociação (origem), transferindo-a para o Participante que
irá realizar a compensação e a liquidação da operação (destino), à qual
compete confirmar ou rejeitar o repasse no prazo e nas condições
estabelecidas pela BM&FBOVESPA.

Para a realização de repasse de operações, os Participantes envolvidos


deverão estar vinculados por contrato específico.

Derivativos Financeiros

A principal aplicação dos derivativos financeiros diz respeito à possibilidade


de proteção (hedge).

Empresas que tenham contratos de exportação, importação ou que, de


alguma forma, possuam créditos a receber ou obrigações a cumprir em
moedas estrangeiras podem proteger-se contra variações adversas na
moeda que impactem negativamente seus ativos e passivos.

A mesma situação ocorre com empresas que estejam sujeitas às taxas


de juro internacionais ou que queiram proteger-se da volatilidade dessas
t a x a s . I n v e s t i d o r e s i n d i v i d u a i s e f u n d o s de i n v e s t i m e n t o
financeiro possuidores de carteiras de ações podem utilizar os derivativos
de índice de ações para proteger o valor de suas carteiras diante das
oscilações de preço das ações.

Os derivativos também podem ser utilizados para investimento de risco,


pois são ativos de renda variável, ou seja, não oferecem ao investidor
rentabilidade garantida, previamente conhecida e também por não oferecer
uma garantia de retorno, são assim considerados investimentos de risco.

São instrumentos financeiros utilizados, para gerenciar riscos, uma vez


que seu valor depende de outros ativos aosquais se referem. Os derivativos
p o d e m ser u t i l i z a d o s de q u a t r o f o r m a s : c o m o m e c a n i s m o de
proteção, elevação de rentabilidade (alavancagem), especulação e
arbitragem.

Participantes dos Mercados de Derivativos Financeiros e Agropecuários


"=> Os Clientes; os hedgers; os especuladores; os
financiadores; os arbitradores, etc.
•=> O Corretor
•=> A Bolsa
•=> AClearing House
g> O Membro de Compensação
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO Ml^ll
• Alguns Contratos Futuros disponíveis à negociação no segmento BM&F

CONTRATO CONTR.NEGOCIADOS VOL. R$ MIL CONTR. EM ABERTO


Ouro disponível (250g) 230 4.537 0
opções de compra (250g) 0 0 80.502
opções de venda (250g) 0 0 80.502
termo (250g) 164 3.253 1.723
Ouro 394 7.789 162.727
Ibovespa futuro 371.594 24.034.770 210.247
opções de compra s/ fut. 18.553 22.473 61.035
opções de venda s/ fut. 11.458 12.189 77.410
Rolagem 530 34.849 0
IGP-M futuro 0 0 0
índices 402.135 24.104.282 348.692
Dl de um dia futuro 4.147.906 354.233.858 10.960.187
opções de compra s/ fut.D12 18.000 986 859.680
opções de venda s/ fut.D12 65.000 6.920 755.450
opções de compra s/ fut.D13 45.000 5.769 705.400
opções de venda s/ fut.D13 29.000 5.876 560.700
opções de compra s/ fut.D14 500 183 9.500
opções de venda s/ fut.D14 500 140 2.500
índice IDI opções de compra 613.000 54.129 9.618.191
opções de venda s/ IDI 503.935 9.949 4.579.141
Cupom cambial futuro 21.583 1.716.415 2.065.704
FRA 953.370 76.229.801 0
swap 0 0 231.740
Cupom de IPCA futuro 0 0 6.660
Taxas de juro 6.511.619 438.602.215 30.354.853
Dólar comercial futuro 2.034.617 165.623.574 844.637
forward points 79.740 6.493.728 0
Euro futuro 5.498 640.114 18.109
Iene futuro 586 59.752 2.801
Libra esterlina Futuro 638 59.239 889
Dólar australiano Futuro 4.060 424.756 4.165
Dólar canadense Futuro 687 69.853 3.167
Peso mexicano Futuro 1.670 175.029 1.617
Taxas de câmbio 2.497.492 188.681.504 1.655.066
Global 2020 futuro 0 0 245
Global 2040 futuro 0 0 60
US T-Note futuro 288 56.711 1.943
Títulos da dívida externa 288 56.711 2.248
Boi gordo (em reais) 18.399 612.987 17.647
Café arábica futuro 12.048 679.534 14.638
Milho futuro com liquidação financeira 8.124 104.123
Soja futuro 56 1.158 177
Soja futuro com Liquidação Financeira 424 9.029
Etanol futuro hidratado 1.518 46.057 8.189
Agropecuários 44.869 1.463.298 131.319
Mercado de Balcão (registro)
Dl x pré 303 15.130 204.184
Dl x dólar comercial 486 24.311 114.900
Dl x TR 0 0 32.034
Dl x TJLP 0 0 18.235
Dl x euro 0 0 10.392
Dl x IGM 19.200 960.000 856.308
Dl x IAP 28.801 1.440.150 1.163.501
Dólar comercial x pré 48 2.427 22.429
IAP x PRE 320 16.000 13.274
IGM x IAP 0 0 13.400
IGM x pré 0 0 840
Swaps 49.158 2.458.017 2.454.898

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 105


Exemplo: Mercado Futuro de Taxa de Juros

O mercado futuro de D.l. (depósito interbancário) de um dia foi idealizado


para melhor oferecer cobertura ao risco de oscilação de uma das variáveis
mais importantes da economia, a taxa de juros.

As taxas de juros refletem não só a integração entre oferta e demanda,


como também o próprio comportamento da economia, desemprego,
inflação, recessão, e t c , sendo mais um mecanismo de controle de política
monetária utilizado pelo governo através das operações de open market do
Banco Central.

O risco embutido nos movimentos de oferta e demanda de recursos dentro


da economia gera uma extrema volatilidade das taxas de juros, sendo a sua
negociação nos mercados futuros um instrumento de fabuloso potencial,
de proteção e ganhos financeiros.

O contrato futuro de D. I. de um dia, é cotado em Taxa de Juros Efetiva Anual,


base 252 dias úteis, e é referenciado na taxa média calculada pelo Cetip
- Centro de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos.

Essa taxa reflete o custo médio praticado nas operações de taxa de


disponibilidade de recursos entre instituições financeiras para curtíssimo
prazo. A negociação é feita de acordo com as expectativas deste custo
médio, acumulado desde o dia de negociação até o dia do vencimento do
contrato.

• Contrato de Taxa de Juros Futuro - Dl de 1 dia

Ativo Objeto CDI Cetip de um dia

Valor do Contrato R$ 100.000,00, onde cada ponto vale R$ 1,00

Negociação O Contrato é negociado via taxa, que


depois é convertida em PU descontado,
que no vencto vira 100.000, negocia-se a
projeção do CDI Cetip de hoje até o venci-
mento (exclusive).

Fluxo:

Veto (100.000)

Base

PU 99.209 (taxa: 11,75%)


DU 18 dias úteis.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 106


Cálculo do PU

Taxa no Período:

Tp = {[ 1 +(T -MOO) ]
A p / n } - 1 x 100

Tp = { [ ( 1 + 0,1175 ) 1 8 / 2 5 2 ] - 1 } x 100

Tp = [ ( 1,007966) - 1 ] x 100

Tp = 0,7966 % a. p.

Cálculo do PU do negócio:

100.000
PU
1 +(Tp-M00)

100.000
PU =
1 +(0,7966-100)

100.000
PU
1,007966

PU = 99.209

Taxa de juros:

Cálculo de desconto em relação ao valor de resgate do contrato. S e :

P.U. •=> cai •=> beneficia os vendidos •=> taxa sobe


P.U •=> sobe <=> beneficia os comprados •=> taxa cai

^ Quanto maior o P.U., menor a taxa de juros embutida na cotação

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 107


A FORMA DE COTAÇÃO DO CONTRATO F U T U R O D E Dl 1

Desde 18/01/2002, a forma de cotação do Contrato Futuro de Dl 1 foi


alterada para taxa de juro efetiva anual, base 252 dia úteis.

Os negócios passaram a ser realizados em taxa de juro e são, depois do


pregão, convertidos em PU, com a inversão da natureza das posições.
Assim a compra de um contrato de Dl 1, negociada em taxa de juros, é após
o registro da operação, transformada em posição vendida em um contrato
de Dl 1, expressa em PU. Analogamente, a venda em taxa de juro é
transformada em posição comprada expressa em PU.

Dessa forma, essa mudança não provocou nenhum impacto no cálculo


dos ajustes diários.

Exemplo:

a) Supondo que o Investidor comprou um contrato de Dl 1 por 20,603% e


a taxa de ajuste desse dia foi 20,703% (faltam 12 saques para o
vencimento), os cálculos para a apuração do ajuste serão os seguintes:

=> Calculo do PU e inversão da natureza da posição do Investidor

100.000
PO = = 99.111,90
[ 1 +(20,603 + 1 0 0 ) ] 1 2 / 2 5 2

Inversão da natureza da posição

Compra de Taxa ==> Venda de PU

=> Calculo do PU de ajuste

100.000
PAt = = 99.107,90
[ 1 + ( 20,703 - 1 0 0 ) ] 1 2 / 2 5 2

=> Calculo do Valor de ajuste

Positivo: C recebe ; V paga

AD t = ( PA, - PO )

Negativo: C paga ; V recebe

AD, =99.107,99 - 99.111,99

AD, = - 4,00 => Investidor recebe 4,00 / contrato

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 108


b) Supondo que o Investidor vendeu um contrato de Dl 1 por 19,904% e a
taxa de ajuste desse dia foi 19,793% (faltam 30 saques para o vencimento),
os cálculos para a apuração do ajuste serão os seguintes:

=> Calculo do PU e inversão da natureza da posição do Investidor

100.000
PO 97.862,21
[ 1 + ( 19,904 + 100 ) ] 3 0 / :

Inversão da natureza da posição

Venda de Taxa ==> Compra de PU

:> Calculo do PU de ajuste

100.000
PA = 97.873,01
[ 1 +( 1 9 , 7 9 3 - 1 0 0 ) ] 3 0 / 2 5 2

:> Calculo do Valor de ajuste

Positivo: C recebe ; V paga

AD, = ( PA, - PO )

Negativo: C paga ; V recebe

AD. =97.873,01 - 97.862,21

AD. = + 10,80 => Investidor recebe 10,80 / contrato

Exercício: Preencher os espaços em branco da tabela a baixo.

Operação Posição Taxa Taxa N° PU PU Ajuste por Investidor


em pregão registrada Operação Ajuste Saques Operação Ajuste contrato Paga/receb

V 17,30 17,00 150

C 17,60 17,40 310

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 109


• Por Que Utilizar o Mercado de Dl Futuro ?

O mercado de Dl Futuro é utilizado por bancos e empresas que montam


suas estratégias de hedge, alvancagem ou especulativas.

1. Bancos Empresta pré-fixado e capta pós-fixado, então

<=> vende futuro Dl PU •=> compra taxa

•=> troca taxa

Toma recursos pré 30 dias e repassa recursos diários


(pós)

•=> compra futuro Dl PU «=> vende taxa

2. Empresas Toma recursos pós

«=> vende futuro Dl compra taxa

"=> dessa forma fixa spread entre custo do empréstimo


e taxas Cetip

3. Exportadores Operações de Câmbio vs. Dl 1 dia

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 110


Exemplo: Mercado Futuro de índices

O mercado acionário brasileiro desenvolveu-se muito nos últimos anos. As


Bolsas de Valores ganharam o interesse dos investidores, que vieram
atraídos pelas novas oportunidades de ganhos.No entanto, o mercado de
ações é essencialmente um mercado de risco que, para efeito de análise
pode ser dividido em dois tipos:

Risco Não Sistemático

Este risco está ligado a fatores que afetam uma empresa ou um setor
isoladamente, e para combatê-lo, basta o investidor diversificar o seu
patrimônio formando uma carteira com ações de diferentes empresas e
setores, minimizando-o;

Risco Sistemático

Este é atribuído a todos os fatores que interferem no mercado como um


todo, afetam diretamente na formação dos preços de todas as ações.
Neste caso, a diversificação por parte do investidor não é uma forma de
proteção e este tipo de risco é conhecido como risco do mercado.

O único método conhecido para se proteger do risco sistemático do


mercado de ações, é operar no mercado futuro de índice.

O índice de lucratividade do mercado acionário é a relação entre o valor


atual e o capital inicialmente investido em uma carteira hipotética de ações,
considerada como a mais representativa do mercado. Sua composição
deve procurar aproximar-se o mais possível da real confirmação das
negociações à vista nas Bolsas de Valores.

Operando no mercado futuro de índice, o investimento pode diminuir ou


eliminar o risco sistemático, fazendo seu hedge contra uma desvaloriza-
ção do seu portfólio ou defendendo-se para que uma possível alta de
preços não venham a frustrar seus objetivos.

Operações de Financiamento no Mercado Futuro do Ibovespa

A montagem de operações de financiamento no mercado futuro do


Ibovespa consiste na aquisição de ações no mercado à vista e simultânea
venda de contratos futuros sobre o Ibovespa.

Tais operações têm por objetivo fixar um retorno para valor no mercado à
vista, como se fosse uma aplicação em título de renda fixa. Uma operação
de financiamento perfeita ocorreria se o investidor adquirisse no mercado
todas as ações componentes da carteira teórica do Ibovespa, na propor-
ção em que elas participam nessa carteira.

Uma conveniente alternativa para o investidor está em montar uma


carteira de ações que, embora não complete todas as ações integrantes
do índice BOVESPA, apresente comportamento semelhante em termos
de rentabilidade decorrente dos preços das ações no mercado à vista.

Uma das referências para a montagem dessa carteira é a própria compo-


sição da carteira Teórica do Ibovespa e a participação relativa de cada
ação.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 111


A participação de uma ação no Ibovespa pode ser calculada pela seguinte
fórmula:

( QT t +1000 ) x P t

PBOV
Ibovespa t

Onde: PBOV = Participação percentual de ação a na carteira do


índice Ibovespa no momento t.
QT = Quantidade teórica da ação a na carteira do índice
Ibovespa no momento t.

P t = Preço da ação A no momento t.

O quadro a seguir mostra a composição da carteira do Ibovespa


Otde.
Có<ligo Tipo Pwt. f - l Có<fegc Ação Tipo Part. &\
Tecrif a Teôric»

VALE5 VALE PHAN1 169,0068032 11,068 7CSL4 PM 110,7924/31 v\S9S

PÇ7P4 PETROSft-S PN 242,698086 9.36 7HLP4 TELEAVAií PM 24.69280289 0.878

BVMFJ 5X/SOVE5PA Ofl HA» 194,5014768 4,047 AMBV4 AM&é.V | PH 2,83483702 0.836

I7US4 iTAUUWBAfJCC PMM1 6 5 . : : 440-5*4 3.70-2 MA-U3 MATURA. OHNM -2.36455273 0,232

oc-xro 0-0>. ? " R Q L E 0 Ofl Mv 116,988927: 3.4?? ELE-0 ELE7POMMS OMNI 26.1422723 C;332

B6CÍ4 SPAÍIESCQ PM Ml 60,36600103 2.S5J VÍV04 VIVO PM 11,34981974 5,796

0GEP4 OtPCAU PN N1 8í.i645«4i5 2.857 CCR03 CCR ROOOVI AS OH EC NM ' 2 6356 3204 0.777

VAJ..F3 vil F ON Ni v/iiOÊoan 7.7'r) F;«8R3 EMSSAEft OH E J MM 43,78911497 0,773

POGfti PDG R5-i-~ Ott MM 8?. 7452642' 2.71 , PCAftS P.ACUCAR-C3C PHAM1 9.067449025. 0.77

U5MMS UBNtfttAS PM*H1 40.77052602 2.652 HE'C.4 MET PM M3 23,65630579 0-762

SS-Í: SRASfL Ott EJ MM 56 0 2 2 1 7 5 6 5 2,489 £TOW3 B2VV VAREJO 0N MM 16,45222209 0,762

PETP:> PETRO0MS ON 56 3 9 7 1 4 3 7 ? 2.474 CSAh3 COSAM OH N M 20,71880844 0.752

CSMA3 >iD NACIONAL Ofc 2,371 GOAU4 GEPDíU MET PH Hl =3,44535608 0,728

rsA4 : AUSÁ
R pt< m V.7.-905181 2.15 ELE~6 ELETROBRAS PMB M 18^9295221 -0.632

C = SE3 CYRfLAREALT OHNM 56.55?64115 2.07i B4SA3 BROOKRELD OM MM 47.96-'8763 0,651

Cl EL 3 (CIJLO OHNM '5.C5S552- 0E5P6 CE» PNS NI 17,15X6352 0,64

orsA3 Cá/ISA OM ii» 84.23671322 1,598 WPFG3 MARFS10 OH NM 25,04499087 0.659

FIRRJ RFRIA M NM 30,6:'i56-?9 V55S mm USfttHtfS ;0MM1 3,357984« ?.4; 0,607

ROCCJ PECECAPD DM MV 38.3H34541 1.503 C:-E/3 CU?A'E» OM "V. 21.53175121 0,573

» « S MMX.vJNER O H MA* 73.40485337 1,415 C-L.E6 COPEL PM3 NI 10,49128138 '•. 57

SRF F O G O S QNNM 33.70346523 1,402 BRKV.5 BRASKEM PM A NI 23,71378951 0 566


;

V-PVÍ) MRV OU HV 51,20923116; 1,264 ELPL6 EL~RC?AULO PME H2 12,47916602 0.56

A! Li. 11 Ali. AtffP LA? ata Hi 48,25006899 1.216 l.!G~3 LSGH7S/A E C NM 17.3960645 0347

=Í5:C3 ROSSI RESiC ONMV 48.99842684 1,173; UGPA4 ULTRAPAft PM Hl 3 201795565 0.465

LAME4 L.OJA5 AME.5UC PH !MT 46.79075546 1,136 CRUZ3 'SOUZACftUZ ONE.' 3,504475044: 0,44?

J3SS3 M Ofi MV 1 «.1025?4 1,113 CPFE3 C P F L ENERGIA OM N.v, 7,597660739 0,434

OOLL* GOL PNH2 28.46587988 1.0*2 KLBH4 K U M M S/A RH NI 58,26022907 0.419

F0OP3 IECOOÍESEL ON MV ?:•.! 4 * 6 0 7 8 3 1,061 SRÍ04 BRAS17ELEC PN •7 0i9'.;f44 0,373

CMI04 CE.VIG PM NI 2-.25635426 1,052 S6SP3 SA5E5P O N HM 6,38755420 0,336

SANB11 SAMTAMDEPBR UNI E J M2 31.2319333 1,003, TMLP3 •TELEMAR OM 5 , 5 2 7 5 ' 11 0,264

:LR£N3 LOJAS RENTO OH MA» 11,7658318? 0,989 -V.AR5 TEIEMAR N L PM* 0,248233216 0,223

•7AMAM TAWS/A PH MS j 17,85372053 G.98S -P.PL4 TRAH P A 0 L I Í - PM Ml 2 . 5 3 22 3250-5 0,219

•MM ERAOESPAR PNN1 16^37816547: 0,944 TLPP4 TELESP PM 1-, 5835422 52 0.159

ÍLLXL3 LL*" LOG OH MV 68,54580844! 0,93; TCSL3 U V . PARTS/A OM 12,78091458 • 0.142


1 " " '" ' 1
Teórica Tot ai 3679.6791 IDO

Calcule a participação relativa das ações abaixo:

Ação Fechamento(R$) Participação


Relativa %
Vale R Doce PNA 44,18
Petrobras PN 29,16
BMF ON 13,10
Itaubanco PN 38,53
Bradesco PN 31,91
Gerdau PN 26,60
Itausa PN 12,66

IBVSP= 67.997
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO
• Contrato índice Futuro Ibovespa

Ativo Objeto: índice Bovespa de Ações

Valor do Contrato: Cada ponto do contrato vale R$ 1,00

Exemplo: Futuro a 63.700 x R$ 1,00 = R$ 63.700,00


por contrato

Negociação: O preço do índice futuro na data de vencimento,


o qual comparado com o fechamento do
índice à vista para liquidação pordiferença.
Negocia-se meses pares (máximo 6 venctos.)
com vencimento na quarta feira mais próxima
do dia 15.

63.700 = índice futuro

n = dias úteis = 37

índice avista = 61.000

Taxa no Período:

Tp = [ (índice Futuro * índice à Vista ) ] - 1 x 100

Tp • [ (63.700 + 6 1 . 0 0 0 ) ] - 1 x 100

Tp = [ 1,0442623] - 1 x 100= 4,42 % a. p.

Taxa Diária:

Td [ ( índice Futuro + índice à Vista ) 1 / n ] - 1 x 100

Td [ (63.700 + 61.000) 1 / 3 7 ] - 1 x 100

Td [ ( 1,0442623 ) 1 / 3 7 ] - 1 x 100

Td [ 1,00117125 ] - 1 x 100 0,1171245 % a . d .

Taxa Mensal Over

Taxa diária x 30

0,1171245 x 30 3,51 % a . m .

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 113


Exemplo: Mercado Futuro de Câmbio

O mercado futuro embute no seu preço a expectativa da taxa de juros em


reais do período entre a negociação à vista e o vencimento do contrato
futuro. Quando se trata do futuro de câmbio, não podemos nos esquecer
que, quando compramos dólares podemos aplicá-los ( no exterior) pelo
período que quisermos. Quando vendemos dólares sem tê-los, temos de
pedir estes emprestados (também no exterior) pagando juros por esse
empréstimos.

^> Por Que Utilizar os Mercados Futuros de Dólar ?

Nos mercados futuros de dólar podemos realizar vários tipos de operações


ou montarmos estratégias a partir da combinação de algumas operações,
como:

Operação de tomar dinheiro Operação de dar dinheiro

V a vista C a vista
C futuro BM&F V futuro BM&F

Hedge para o importador Hedge para o Exportador

C futuro BM&F V futuro BM&F

Arbitragem

V pronto aplica CDI longo


C futuro

V pronto comercial
C futuro interbancário

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 114


• Contrato de Dólar Futuro - Taxa Comercial

Ativo Objeto: Dólar comercial ponta de venda publicada pelo


BACEN opção 5 PTAX800 do dia útil anterior ao dia
de vencimento.

Valor do Contrato: US$50.000,00

Cotação: R$ / U S $ 1.000

Negociação: Negociado o preço do dólar no futuro (na data de


vencimento) que é comprado com PTAX800 de
venda para liquidação por diferença.

Preços: É formado pela diferença das taxas de juros do


mercado interno e externo.

Vencimento: Mensal, vencendo no último dia útil do mês.

Fluxo:
Preço Futuro (PF)

Base Diferença de Juros

Cálculo:

( 1 + TAXA r e a i s )
PF = PTAX800 x
( 1 + TAXA d ó | a r )

Supondoque:
PTAX800 1,67
TAXA reais 1,51 %
TAXA dólar 0,22 %

( 1 +0,0151 )
PF = 1,67 x 1,69149 ou
( 1 + 0,0022 )
= 1.691,49 (cotação BMF)

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 115


Como oscila o dólar futuro frente à variação das taxas de juros internas:

Hipótese I - Caso os juros subam:

2,11%

Cálculo:

( 1 + 0,0211)
PF = 1.670,00 x = 1.701,49
( 1 + 0,0022 )

Hipótese II - Caso os juros caiam:

1.670,00

CasoT = 1,09%

Cálculo:

( 1 + 0,0109 )
PF = 1.670,00 x = 1.684,49
( 1 + 0,0022 )

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 116


• Exercício

1. Preencher as lacunas:

ITENS 1 2 3

DF 2.475,00 2.485,16

Txp Reais (%) 1,07 4,15

Taxp US$ (%) 0,18 0,80

Período 17 38 87

PTAX 800 ( x 1000) 1.670,00 1.670,00 .1.670,00

2. Sensibilidade

Hipótese I

O FED aumenta as taxas de juros (prime rate)

Dólar hoje: 1,67

O que você faria: compraria ou venderia Dólar Futuro ?

Hipótese 2

Os juros internos deverão subir para conter consumo.

Dólar hoje: 1,67

O que você faria: compraria ou venderia Dólar Futuro ?

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 117


• Exemplo: Contrato Futuro Café Arábica

Ativo Objeto: Café cru, em grão, de produção brasileira, tipo


seis ou melhor, bebida dura ou melhor,
ensacado em sacas novas de juta, não viajadas,
tipo oficial adotado, bem identificável, em perfeito
estado de conservação, que não tenha sofrido
avarias, danos, adulteração nem deterioração,
não seja resultante de salvados de incêndio e
nem contenha corpos estranhos, além dos que
lhe sejam próprios. O café deve ser classificado
pela BM&F, de acordo com seus regulamentos,
depositado em armazém credenciado pela BM&F.

Valor do Contrato: 100 sacas de 60 kg líquidos

Cotação: US$ / 60 kg pela taxa de câmbio média de


compra de dólar

Preços: É formado pela diferença entre o preço da mercadoria


no mercado a vista e o preço futuro (base)

Vencimento: Março, Maio, Julho, Setembro e Dezembro

Fluxo:

Preço Futuro (PF)


167,50

• Calculo

Taxa no Período:

Tp = [ ( Preço Futuro + Preço à Vista ) ] - 1 * 100

Tp = [ ( 167,50 + 163,75 ) ] - 1 x 100

Tp = [ (1,023)] - 1 x 100 = 2,30% a. p.

Taxa Diária:

Td = [ ( P r e ç o Futuro + Preço à Vista ) 1 / n ] - 1 x 100

Td = [ ( 167,50- 163,75 ) 1 / 3 0 ] - 1 x 100

Td = [ ( 1,023 ) 1 / 3 0 ] - 1 x 100

Td = [ ( 1,00075) ] - 1 x 100 = 0,075 % a . d .

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 118


Taxa Mensal Over

Taxa diária * 30

0,075 x 30 = 2,25 % a.m.

• Exercício

Uma empresa produtora de café solúvel, tem por objetivo obter recursos
através da venda à vista do ativo, mas assegurando um preço de
recompra do mesmo. Este tipo de operação é chamada de Captação de
Recursos. Assim, vende 9.000 sacas de café de seu estoque e ao
mesmo tempo assume uma posição comprada da mesma quantidade
de contratos para dezembro/01.

Montagem da Operação:

Venda à Vista + Compra a Futuro

Abertura da Posição

A - Venda à Vista
Recursos captados: R$ 1.039.050,00 (9.000 x R$115,45)

B-Compra a Futuro de contratos de café arábica para dezembro/01


(contrato = 100 sacas)

cotação por saca valor financeiro


n° de contratos do contrato (R$)
US$ R$

90 56,10 142,16 1.279.440,00

Encerramento da Operação

Hipótese I -
Cotação do café maior que R$ 142,16 por exemplo, igual a R$ 164,20

Resultado do Captador

A - No Mercado Futuro

cotação valor financeiro do contrato


n°de contratos por saca Abertura Encerramento UP

90 R$164,20 1.279.440, 1.477.800, + 198.360,

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 119


B - Custo da recompra à vista

9.000 x 164,20 = R$1.477.800,00

C -Custo de Captação

Recompra - Lucro 1.477.800, - 198.360,


1,2314ou23,14%a.p.
Captação 1.039.050,

Hipótese II - Cotação do café igual a R$ 142,16

Resultado do Captador

A - No Mercado Futuro

cotação valor financeiro do contrato


n° de contratos por saca Abertura Encerramento UP

90 R$142,16 1.279.440, 1.279.440, 0

B - Custo da recompra à vista

9.000 x 142,16 R$ 1.279.440,

C - Custo de Captação

Recompra + Prejuízo 1.279.440, + 0


1,2314ou23,14%a.p.
Captação 1.039.050,

Hipótese III-
Cotação do café menor que R$ 142,16 por exemplo, igual a R$
103,91

Resultado do Captador

A - No Mercado Futuro

cotação valor financeiro do contrato


n°de contratos por saca Abertura Encerramento UP

90 R$103,91 1.279.440, 935.190, - 344.250,

B - Custo da recompra à vista

9.000 x 103,91 = R$ 935.190,

C - Custo de Captação

Recompra + Prejuízo 935.190, + 344.250,


1,2314ou23,14%a.p.
Captação 1.039.050,

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 120


ASPECTOS
TRIBUTÁRIOS

OURO

ALIQUOTA RECOLHI-
r ATO GERADOR INCIDÊNCIA OBS.:
EM % MENTO

Venda 0,005 Valor da Venda Fonte Antecipação(*)

Isento se valor total das


Venda 15 Ganho Líquido Mensal vendas no mês for menor
que R$ 20 mil

Day-Trade 1 Ganho Líquido Fonte AntecipaçãoO

Day-Trade 20 Ganho Líquido Mensal

(*) Esse valor poderá ser:


I- deduzido do Imposto sobre Ganhos Líquidos apurados no mês;
II- compensado com o imposto incidente sobre Ganhos Líquidos apurado nos meses s
III- compensado na Declaração de Ajuste se,após as decduções mencionadas em 1 e 1
de imposto retido;
IV- compensado com o imposto devido sobre o Ganho de Capital na alienação de açõe

TERMO

RECOLHI-
FATO G E R A D O R ALIQUOTA EM % INCIDÊNCIA OBS.:
MENTO

Diferença
entre Preço a
Venda
Termo e Preço
(na abertura da 0,005 Fonte AntecipaçãoO
a Vista na data
Operação)
da
Contratação

Encerramento 15 Ganho Líquido Mensal

22,5 até 6 m
Encerramento
20,0 a 12 m
da Venda Ganho Líquido Fonte
17,5 até 24 m
Coberta
15 acima de 24 m

(*) Esse valor poderá ser:


I- deduzido do Imposto sobre Ganhos Líquidos apurados no mês;
II- compensado com o imposto incidente sobre Ganhos Líquidos apurado nos meses subsequentí
III- compensado na Declaração de Ajuste se,após as decduções mencionadas em I e II, houver SÍ
de imposto retido;
IV- compensado com o imposto devido sobre o Ganho de Capital na alienação de ações.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 121


OPÇÕES

RECOLHI-
FATO GERADOR ALIQUOTA EM % INCIDÊNCIA OBS.:
MENTO

Resultado, se
positivo da soma
Negociação algébrica dos
0,005 Fonte AntecipaçãoO
de Opções prémios pagos e
recebidos no
mesmo dia

Venda 15 Ganho Líquido Mensal

22,5 até 6 m
Encerramento 20,0 a 12 m
Ganho Líquido Fonte
de Box 17,5 até 24 m
15 acima de 24 m

Day-Trade 1 Ganho Líquido Fonte AntecipaçãoO

Day-Trade 20 Ganho Líquido Mensal

(*) Esse valor poderá ser:


I- deduzido do Imposto sobre Ganhos Líquidos apurados no mês;
II- compensado com o imposto incidente sobre Ganhos Líquidos apurado nos meses subseq
III- compensado na Declaração de Ajuste se,após as decduções mencionadas em 1 e II, hou\
imposto retido;
IV- compensado com o imposto devido sobre o Ganho de Capital na alienação de ações.

FUTURO

ALIQUOTA RECOLHI-
FATO GERADOR INCIDÊNCIA OBS.:
EM % MENTO

Resultado positivo
Encerramento
0,005 da soma algébrica Fonte Antecipação(*)
da Posição
dos ajustes diários

Encerramento
15 Ganho Líquido Mensal
da Posição

Day-Trade 1 Ganho Líquido Fonte AntecipaçãoO

Day-Trade 20 Ganho Líquido Mensal

O Esse valor poderá ser:


I- deduzido do Imposto sobre Ganhos Líquidos apurados no mês;
II- compensado com o imposto incidente sobre Ganhos Líquidos apurado nos meses
subsequentes;
III- compensado na Declaração de Ajuste se.após as decduções mencionadas em I e I
saldo de imposto retido;
IV- compensado com o imposto devido sobre o Ganho de Capital na alienação de açõe

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 122


7. ECONOMIA

"Atenção: Este capítulo será objeto de 4 (quatro) questões no Exame"

NOÇÕES GERAIS

O nível de atividade é mensurado por agregados económicos, tais como


inflação, desemprego, nível de reservas cambias, déficits e superávits das
contas governamentais, e t c . Cabe ao analista de investimentos e aos
investidores o acompanhamento dos diversos índices e indicadores que
refletem-se nos diferentes níveis de taxas de juros. O desempenho da
economia afeta diretamente o mercado financeiro e os produtos nele
negociados. A seguir destacamos os mais utilizados pelo setor financeiro
para suas projeções e avaliações de níveis de juros e riscos.

ÍNDICES E INDICADO-
RES

índices de Preços
(utilizados para avaliar inflação)
Os índices de preços são acompanhamentos da evolução dos preços de
uma cesta de produtos e serviços costumeiramente consumidos por um
extrato padrão da população.
inflação = aumento contínuo no nível geral de preços, ocasionando uma
perda do poder aquisitivo da moeda.

• IPCA - I B G E

índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado pelo IBGE desde


1980. Seu universo de pesquisa é composto por famílias com rendimento
monetário de um a quarenta salários mínimos, qualquer que seja a fonte,
das regiões metropolitinas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte,
Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito
Federal e do Município de Goiânia.
O IPCA atualmente é o índice oficial do governo, sendo utilizado como
parâmetro para o sistema de metas inflcaionárias desde julho/99.
Sua apuração é mensal, sendo que o seu período de coleta vai do primeiro
ao último dias do mês de referência.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 123


• IGP- Dl

índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna da FGV. É formado por


três índices:
1) índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% do
índice e acompanha os preços praticados no mercado ataca-
dista;

2) índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30 %


do índice e apura a inflação das famílias que ganham de um a
trinta e três salários mínimos, através da pesquisa de preços
de um conjunto de bens e serviços no mercado varejista,
realizada nos principais centros consumidores do país: Belém,
Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza,
Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São
Paulo;

3) índice Nacional da Construção Civil, com peso de 10%.


É calculado entre aos dias 1 e 30 de cada mês. O índice IGP-
Dl, até o Plano Real, reajustava títulos do setor privado e con-
tratos de fornecimento de bens e serviços entre empresas.

• IGP- M

O índice Geral de Preços do Mercado, da FGV, é calculado da mesma forma


que o IGP-DI, somente diferindo no período de coleta dos preços que consi-
dera entre o 21 ° dia do mês anterior e o 20° do mês em referência.

É o parâmetro de inflação do mercado financeiro. Até o Plano Real, atualizava


títulos do governo (Notas do Tesouro Nacional - NTN - séries B e C) títulos
privados como as debêntures e aluguéis comerciais e residenciais.

Os índices de preços são utilizados entre outras coisas, para :

a) calcular o valor atual de um montante financeiro no passado, ou seja, para


apurar qual seria "o poder de compra atual" de uma certa quantia. A esse
calculo o mercado dá o nome de "inflacionar".

Exemplo:

Supondo que a inflação da data x até hoje tivesse sido 35%, pergunta-se qual
seria o valor atual que teriam R$ 1.000,00 em moeda de hoje?

Resposta:

MFpassadox [ 1 + (inflação + 100) ] = V Atual

1.000 x [ 1 + ( 35 - 1 0 0 ) ] = $1.350,00

b) calcular qual seria o poder de compra qua uma certa quantia em moeda
nacional teria no passado. A esse calculo o mercado dá o nome de
"deflacionar".

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 124


Exemplo:

Supondo que a inflação da data y até hoje tivesse sido 50%, pergunta-se qual
seria o valor de compra que teriam R$ 1.500,00 em moeda de hoje na data y?

Resposta:

MFatual
PCp =
1 +(inflação-100)

1.500,
PCp = = $1.000,00
1+ (50-100)

O Indicadores de Atividade
(utilizados para avaliar desempenho económico do país)

• PIB

O Produto Interno Bruto, mede o total da produção do país ao longo de um


determinado período. É medido através do valor agregado em cada etapa da
produção, ou pela outra ótica, representa a soma do consumo agregado,
investimento, gastos do governo e saldo do comércio exterior tanto de bens
quanto de serviços. Calculado pelo IBGE e divulgado trimestralmente.

• Produção Industrial - I B G E

Mede o total da produção física de bens em determinado mês em diver-


sas regiões do país. Abrange bens de consumo (duráveis e não durá-
veis), bens intermediários e bens de capital.

• Desemprego - I B G E

Mede o total de pessoas desempregadas como percentagem da PEA (Popu-


lação Economicamente Ativa). Com abrangência nacional, esse é o índice de
desemprego oficial do Brasil.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 125


O Indicadores Fiscais
(utilizados para avaliar a situação das contas internas do governo)

• Arrecadação de Impostos e Contribuições Federais

Resultado de toda a arrecadação de tributos e contribuições federais de um


mês. Dentre os impostos e contribuições federais mais importantes estão:
IPI (imposto sobre Produtos Industrializados), IR (Imposto de Renda), CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras), entre outras. Medida pela STN (Secretaria do Tesouro Nacio-
nal) e Receita Federal.

• Resultado Primário

Resultado das contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central


e Previdência), estados , municípios e empresas estatais, que representa o
total das arrecadações de impostos e contribuições menos os gastos des-
ses mesmos órgãos sem levar em conta as despesas e receitas financei-
ras. Quando as receitas excedem as despesas fala-se em superavit primá-
rio, e, quando as despesas superam as receitas fala-se em déficit primário.
O resultado primário serve para avaliar o equilíbrio fiscal de um país.

• Resultado Nominal

É a soma do resultado primário com o resultado do pagamento e recebimen-


to de juros. Como o Brasil é um 'pagador líquido de juros, fala-se que o resul-
1

tado nominal é o resultado primário mais os gastos com juros. Se a soma


dos dois for positiva, fala-se em superavit nominal e se negativa, fala-se em
déficit nominal.

• Dívida Líquida do Setor Público

Consolida o endividamento líquido do setor público não financeiro e do Banco


Central junto ao sistema financeiro (público e privado), setor privado não fi-
nanceiro e resto do mundo.

O Indicadores do Setor Externo


(utilizados para avaliar o desempenho do país, no que diz respeito as suas
trocas internacionais)

• Balança Comercial
Mede o resultado das transações de bens entre o Brasil e o resto do mun-
do. As exportações são os bens que vendemos ao exterior e as importa-
ções são os bens que compramos do exterior.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO Mr\>]
O resultado das exportações menos as importações nos fornece o saldo
da balança comercial.

• Serviços
Mede a diferença entre as receitas recebidas e as despesas pagas pelo país
a título de serviços, ou seja, royalties, seguros, viagens internacionais, etc.

• Rendas
Mede a diferença entre as receitas recebidas e as despesas pagas pelo país
a título de rendas, ou seja, juros, lucros, etc.

• Transferências Unilaterais Correntes


Mede a diferença entre as receitas recebidas e as despesas pagas pelo país
a título de transferências unilaterais, ou seja, recursos recebidos unilateral-
mente do exterior versus recursos enviados unilateralmente ao exterior por
residentes no Brasil.

• Transações Correntes
Mede o resultado de todas as nossas transações com o exterior, tanto de
bens quanto de serviços, incluindo o fluxo de rendas e transferências unilate-
rais. Saldos negativos na conta-corrente têm de ser financiados, pois indi-
cam que gastamos mais do que recebemos do exterior. Esse financiamento
vem de superávits na conta de capital e financeira ou redução do total de
reservas internacionais do país.

• Conta Capital e Financeira


Essa conta registra todo o fluxo de capitais que entram e saem do país. Pas-
sam também por essa conta os investimentos diretos estrangeiros.

• Resultado do Balanço de Pagamentos


Essa conta representa a soma das transações correntes com a conta capi-
tal e financeira. Caso haja um déficit no Balanço de Pagamentos esse será
automaticamente financiado com perda de reservas num regime de câmbio
fixo ou com ajustes na cotação da moeda num câmbio flutuante.

• Reservas Internacionais
Corresponde ao total de reservas em moeda estrangeira detida pelo Banco
Central (Bacen). As reservas aumentam quando o Bacen compra moeda
estrangeira e diminuem quando ele as vende. As reservas também podem
aumentar ou diminuir devido a empréstimos ou pagamentos de empréstimos
a organismos internacionais.

• Dívida Externa
Total dos passivos externos tanto privados quanto públicos.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 127


•Taxa de Risco do País

Indicador de uma taxa de juros anual linear apurada em função das


condições políticas e económicas do país e aos níveis de remuneração
praticados no mercado secundário de títulos da dívida externa pública de
alguns países emergentes. Usualmente é expressa em pontos base
(cada ponto base equivale a 0,01%).

A grosso modo indica o quanto a mais de juros anuais (em relação as


taxas básicas de juros dos países desenvolvidos) estão sendo exigidos
das captações de recursos feitas pelos países emergentes, em função
da percepção do mercado em relação ao risco desses empréstimos
não serem honrados pelo emissor dos títulos.

«Taxa de Juros Selic ( Selic Over )

Indicador diário da taxa de juros, a taxa "over/selic" é a taxa média ajustada


dos financiamentos diários lastreados em títulos do governo federal,
apurado no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e divulgado
pelo BACEN.

•Taxa Over

É uma taxa de juros mensal linear, definida para o mês comercial de 3 0


dias. Hoje divulgada nos leilões através de taxa ano, base 252 dias úteis.

A taxa over é uma espécie de denominador comum do mercado financeiro,


pois é uma taxa teórica, entretanto o mercado analisa grande parte de suas
operações em termos de taxa over.

•TR

Taxa referencial de juros calculada e divulgada diariamente pelo BC. É a taxa


que define o rendimento das Cadernetas de Poupança e dos empréstimos
do Crédito Rural e do SFH. É usada, também, como referência de vários
contratos, entre eles os de pagamento a prazo e de seguros em geral.

Ela é apurada com base na TBF (Taxa Básica Financeira). A TBF (Taxa Bá-
sica Financeira) e a TR (Taxa Referencial) são calculadas a partir da re-
muneração mensal média dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado
prefixados, com prazo entre 30 e 35 dias, praticada por uma amostra das
30 maiores instituições financeiras - em termos de volume de captação.

Para cada dia do mês - dia de referência - o Bacen calcula e divulga a TBF,
para o período de um mês com início no próprio dia de referência e térmi-
no no seu correspondente do mês seguinte.

Para cada TBF obtida, o Bacen calcula a correspondente TR, pela aplica-
ção de um redutor (Art. 5 da Resolução CMN 3.354/06, com alteração
o

das Resoluções CMN 3.446 (05/03/07) e 3.530 (31/01/08).

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 128


POLÍTICAS
GOVERNAMENTAIS

Conceitos e Objetivos

As 4 principais políticas do Governo são:

=> Política de Renda

=> Política Fiscal

=> Política Cambial

=> Política Monetária

Política de Renda

A política de renda visa à redistribuição de renda entre a população de um


país e dessa forma elevar o poder de consumo de toda a população. Como
isso tem impacto direto no nível de preços, se essa política não for
c u i d a d o s a m e n t e p l a n e j a d a pode a c a b a r o c a s i o n a n d o i n f l a ç ã o .

Política Fiscal

Tem como principais metas equilibrar os gastos e as receitas do governo.


Assim como as companhias, o Governo também tem que controlar seus
gastos de forma a fazer com que estes sejam inferiores as suas receitas,
pois caso isso não aconteça existirá a necessidade do governo tomar
recursos emprestados de terceiros para financiar os gastos excedentes.
Os dois principais fatores que são utilizados no controle da política fiscal
são os níveis de G a s t o s P ú b l i c o s e o dos Impostos.

Há dois tipos principais de política fiscal realizada pelo Governo:


Expansionista e Contracionista.

Na Expansionista o Governo visa principalmente elevar a demanda, através


do aumento de seus gastos e do seu déficit de forma a estimular economia.
O problema é que isso pode gerar a inflação. Já na contracionista, a meta
é reduzir a demanda agregada para se tentar controlar a inflação.

Política Cambial

Com relação à política cambial ou política externa, o objetivo do Governo é


equilibrar suas contas externas e principalmente a taxa de câmbio do país.
A taxa de câmbio pode ser definida como a relação de troca da moeda
nacional em relação à moeda de outro país.

A taxa de câmbio como é a quantidade da moeda nacional necessária


para se adquirir a moeda de outro país. Esta relação é fundamental para
as exportações e importações.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 129


Quando o câmbio esta desvalorizado, precisa-se de uma quantidade maior
de moeda nacional para a mesma quantidade da moeda do outro país, ou
seja, é um cenário favorável para exportação uma vez que ao vender a
mercadoria ele estará recebendo mais da moeda nacional e, por outro
lado, uma situação desfavorável para o importador que irá pagar mais
pelo produto importado em moeda nacional.

Já o câmbio valorizado, precisa-se de uma quantidade menor de moeda


nacional para a mesma quantidade de moeda do outro país, tendo portanto
a relação inversa do exemplo anterior, para exportadores e importadores.

A principal função do mercado cambial é determinar o preço da moeda


estrangeira em relação à moeda nacional (a taxa de câmbio).

Entre os diversos os agentes económicos que atuam no mercado cambial,


temos as empresas exportadoras, que ao trocarem os montantes
recebidos do exterior (em razão de suas vendas) se constituem nos
ofertadores de moeda.

Na ponta oposta, estão as empresas importadoras, que em razão de suas


necessidades de moeda estrangeira são as demandantes dessas divisas.

Outro ponto importante para a determinação da taxa de câmbio são os


fluxos de capitais e financeiros, que entram e saem do pais, decorrentes
de empréstimos tomados no exterior e de investimentos (inclusive diretos).

Todas essas movimentações, correspondentes as relações económicas


entre agentes económicos nacionais e estrangeiros, são registradas no
Balanço de Pagamentos do Pais.

Política Monetária

É a política económica que reflete diretamente no mercado financeiro é a


política monetária. Representa a atuação do governo e das autoridades
monetárias para controlar a liquidez da economia, com um efeito mais
direto na quantidade de moeda em circulação, na disponibilidade de crédito
e na taxa de juros praticada na economia.

O principal objetivo da Política Monetária é manter a quantidade de moeda


no mercado em equilíbrio para manter o nível dos preços estável e, ao
mesmo tempo, incentivar a produção e a garantir a estabilidade cambial.

Como forma de priorizar o controle da inflação, em 1999, o Brasil passou


a adotar o regime de Meta para Inflação, que estabelece uma meta para
este índice a ser atingida no ano, dentro de um limite superior e inferior,
também predefinidos para suportar eventuais oscilações. As metas são
definidas pelo Conselho Monetário Nacional - CMN e, por lei, o Banco
Central do Brasil- Bacen é a instituição responsável pela condução da
política monetária para atingir esta meta estabelecida.

O Banco Central utiliza a política monetária de forma a controlar a oferta


de moeda (liquidez) e dessa maneira definir a taxa de juros referencial do
mercado.

Se o objetivo for enxugar a liquidez da economia (reduzir a oferta de moeda)


as taxas de juros serão elevadas, induzindo os agentes económicos a
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 130
trocar moeda por títulos. Esse movimento tenderá a reduzir o ritmo da
economia, diminuindo eventuais pressões inflacionárias.

De outro lado, se a ideia for incentivar o crescimento do ritmo da economia,


o governo, de maneira inversa, irá reduzir as taxas de juros.

Portanto, através da definição da taxa de juros meta, as autoridades


monetárias buscam manter a inflação dentro do limite superior e inferior
definido pelo Conselho Monetário Nacional - CMN e, como forma de ajustar
as variações ocorridas neste percurso, utiliza de alguns instrumentos da
Política Monetária para controlar a disponibilidade de moeda em circulação.

Basicamente são quatro os instrumentos utilizados pelo Bacen para


influenciar os meios de pagamento (oferta de moeda):

=> operações de mercado aberto (open market),


=> alterações nas taxas de depósito compulsório,
=> a taxa de redesconto; e
=> o controle e seleção de crédito.

1) Operações de mercado aberto (open market)


Se constituem na compra e venda de títulos públicos no mercado.

2) Depósito compulsório
São reservas bancárias que os bancos comerciais são obrigados
legalmente a manter junto ao Banco Central, que correspondem a um
percentual sobre os seus depósitos a vista.
Um aumento nas taxas de depósitos compulsórios reduz a capacidade
dos bancos de criação de moeda escriturai, atuando assim como um
indutor do aumento das taxas de juros praticadas pelo mercado.

3) Redesconto bancário
O redesconto é o empréstimo que os bancos comerciais podem tomar
do BACEN para cobrir eventuais problemas de liquidez. A taxa cobrada
sobre esses empréstimos é denominada taxa de redesconto. Taxas de
redesconto elevadas sinalizam que os bancos enfrentarão maiores custos
se tiverem problemas de liquidez. Para evitar esse risco, a tendência será
essas instituições reduzirem o crédito, de forma a deterem um maior nível
de reservas, diminuindo o risco de terem que solicitar auxilio ao Banco
Central. Uma menor oferta de crédito, por sua vez, induzirá uma elevação
na taxa de juros.

4) Controle e seleção de crédito


Apesar de não muito utilizado, pois pode ocasionar dificuldades na atividade
de intermediação financeira, o Banco Central também pode exercer controle
direto sobre o crédito (determinando volumes máximos, prazos e, até
mesmo, sua destinação).

Assim como no caso da Política Fiscal, a Monetária também pode ser


expansionista ou contraticionista. Na expansionista através da diminuição
do compulsório, redução da taxa de redesconto ou a compra de títulos
públicos pelo governo, ocorre um aumento da moeda em circulação.
Inversamente, na contracionista, a elevação do compulsório, aumento da
taxa de redesconto e a venda líquida de títulos públicos pelo governo,
resultam na redução da moeda em poder do público.
8. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

"Atenção: Este capítulo será objeto de 4 (quatro) questões no Exame"

O sistema financeiro é constituído por um conjunto de instituições e


instrumentos financeiros que possibilitam a transferência de recursos dos
ofertadores últimos para os tomadores últimos e criam condições para que
os títulos tenham liquidez no mercado.

Os tomadores últimos de recursos são aqueles que se encontram em


posição de déficit financeiro, isto é, aqueles que pretendem gastar (em
consumo e/ou investimento) mais do que sua renda. Eles precisam do
complemento de poupanças de outros para executar seus planos.
Os ofertadores últimos de recursos são aqueles que se encontram em
posição de superavit financeiro, isto é, aqueles que pretendem gastar (em
consumo e/ou investimento) menos do que sua renda.

Diz-se ofertadores últimos ou ofertadores finais e tomadores últimos ou


tomadores finais de recursos (e não simplesmente tomadores e ofertadores
de recursos) para diferenciá-los dos intermediários financeiros, que
oferecem recursos dos ofertadores últimos e não o seu próprio superavit
financeiro, e tomam recursos não para cobrir o seu próprio déficit financei-
ro, mas para repassá-los aos tomadores finais para que cubram seus
déficits.

Assim, o sistema financeiro, através de suas instituições, tem como


função:

=> captar recursos financeiros;

=> distribuir e circular valores e títulos mobiliários;

=> regular esse processo.


Em sua estrutura como órgão maior está o Conselho Monetário Nacional
que possui as funções normativas. Diretamente ligados a ele estão o Banco
Central do Brasil como órgão executor e a Comissão de Valores Mobiliários
que responde pela regulamentação do mercado. Em atuação conjunta com
estas entidades estão as instituições de distribuição e intermediação do
mercado.

O conjunto de instituições pertencentes ao Sistema é denominado de


Mercado Financeiro. De acordo com as características, o Mercado Finan-
ceiro pode ser segmentado em quatro mercados específicos: Cambial,
Monetário, de Crédito e de Capitais. É neste ambiente que o Agente
Autónomo de Investimento desenvolve a sua atividade.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 132


MERCADO
FINANCEIRO

VALORES
CRÉDITO MOBILIÁRIOS

A Vista Prazos Curto, Prazos Curto,


Curto e Médio e Médio, Longo
Curtíssimo Aleatórios e
Prazo Inderteminado

Transformação Controle da Financiamentos: Financiamentos:


da Moeda Liquidez
Estrangeira Bancária
em Moeda Capital Giro Capital Giro
Nacional Capital Fixo Capital Fixo
e Vice-Versa Habitação Underwriting
Rural Ações
Consumo Debêntures

Bancárioe Bancário, Bancário e Não-Bancário


Auxiliar Não-Bancário Não-Bancário e Auxiliar
e Auxiliar

COMPOSIÇÃO E
REGULAÇÃO
GOVERNAMENTAL

As autoridades monetárias são os órgãos normativos que regulam, contro-


lam e exercem a fiscalização do sistema financeiro nacional e das instituições
de intermediação, disciplinando todas as modalidades e operações de
crédito, assim como a distribuição de valores mobiliários.

As normas e a disciplina operacional são impostas ao sistema por meio de


resoluções, circulares, instruções e atos declaratórios, direta ou indireta-
mente decorrentes de decisões do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Ao CMN e ao Banco Central do Brasil, compete ainda todo um conjunto de


atribuições, relacionada à adaptação do volume de meios de pagamento às
necessidades da economia nacional, bem como a regulação dos valores
internos e externos da moeda corrente do país.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 133


CMN - Conselho Monetário Nacional

O Conselho Monetário Nacional ( C M N ) é o órgão deliberativo máximo do


Sistema Financeiro Nacional.

Foi instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão


responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do
SFN.
Ele é composto pelo Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do
Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central do
Brasil.

Dentre suas funções estão:


• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades
da economia;
• regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço
de pagamentos;
• orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
financeiros;
• zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
• coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da
dívida pública interna e externa.

Bacen - Banco Central

O Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia vinculada ao Ministério


da Fazenda, que também foi criada pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de
1964.

É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e


responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por
objetivos:
• zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas
internacionais em nível adequado;
• estimular a formação de poupança;
• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento
do sistema financeiro.
Dentre suas atribuições estão:
• emitir papel-moeda e moeda metálica;
• executar os serviços do meio circulante;
• receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições
financeiras e bancárias;
• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições
financeiras;
• regular a execução dos serviços de compensação de cheques e
outros papéis;
• efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
• exercer o controle de crédito;
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 134
• exercer a fiscalização das instituições financeiras;
• autorizar o funcionamento das instituições financeiras;
• estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de
direção nas instituições financeiras;
• vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros
e de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

O Comité de Política Monetária (COPOM), foi instituído em junho de


1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e
de definir a taxa de juros. Assim sendo, o COPOM além de implementar
a política monetária, também define a meta da taxa Selic e seu eventual
viés.

O COPOM é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Bacen:


o presidente e os diretores de Política Monetária, de Política Económica, de
Estudos Especiais, de Assuntos Internacionais, de Normas Organização do
Sistema Financeiro, de Fiscalização, de Liquidação e Desestatização, e de
Administração. O presidente tem direito ao voto decisório em caso de empate
na decisão de política monetária.

A taxa SELIC, que se constitui no instrumento primário de política monetá-


ria, é a taxa de juros média que incide sobre os financiamentos diários com
prazo de um dia útil (overnight) lastreados por títulos públicos registrados
no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC). O COPOM
estabelece a meta para a taxa SELIC, e é função da mesa de operações
do mercado aberto do Bacen manter a taxa SELIC diária próxima à meta.

A taxa SELIC tem grande importância na economia, pois acaba se consti-


tuindo no balisador para as taxas de juros praticadas por todo o mercado
financeiro. Em função disso, os participantes do mercado financeiro
costumam chamar a taxa SELIC de "custo primário do dinheiro" e "taxa
básica de juros da economia".

A Constituição de 1988 consagra dispositivos importantes para a atuaçao


do Bacen, como o do exercício exclusivo da competência da União para
emitir moeda e o da necessidade de aprovação prévia pelo Senado
Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos designados pelo
Presidente da República para os cargos de presidente e diretores. Além
disso, vedou ao Bacen a concessão direta ou indireta de empréstimos ao
Tesouro Nacional. A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192,
a elaboração de Lei Complementar do Sistema Financeiro Nacional, que
deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as atribuições e estrutura do
BCB.

Tesouro Nacional

A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) foi criada em 10/03/1986 confor-


me Decreto n° 92.452. É o órgão central do Sistema de Administração
Financeira Federal e do Sistema de Contabilidade Federal.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 135


A STN é responsável pela administração e controle da dívida pública federal
(seja ela interna ou externa).

De uma certa forma, pode ser definido como o caixa do governo, pois capta
recursos no mercado, via emissão primária de títulos, para financiamento
da dívida interna do governo (LFT, NTN, LTN), através do Bacen.

CVM - Comissão de Valores Mobiliários

Entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazen-


da, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade
administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, man-
dato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária (Lei n° 6385/76, com redação dada pela Lei n° 10.411/02).

A CVM foi formalmente criada em 7 de dezembro de 1976, sob efeito da Lei


n° 6385/76. Antes disso, a regulação do mercado de capitais ficava a cargo
do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil,
respaldados pela Lei n° 4728/65. A nova diretriz de 1976 instituiu, ainda, o
CMN como órgão superior e coordenador geral do sistema financeiro.

Algumas alterações da Lei n° 6385/76 fizeram com que a CVM adquirisse


sua estrutura e funções atuais. No ano de 2002, a autarquia passou a ser
considerada uma autoridade administrativa independente, com mandato
fixo de seus dirigentes e autonomia financeira e orçamentária. Também
neste ano, o conceito de valores monetários se ampliou.

Com isso, a CVM aumentou seu leque de influência, passando, além de


autorizar registros, a supervisionar contratos de derivativos, fiscalizar as
bolsas de mercadorias e futuros e as entidades de compensação e
liquidação de operações com valores mobiliários. Todos os títulos ou
contratos de investimento financeiro, os fundos de aplicação em cotas de
fundo de investimento financeiro e os fundos de investimento no exterior.

Organização

A Comissão de Valores Mobiliários, com sede na cidade do Rio de Janeiro,


é administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo
Presidente da República. O Presidente e a Diretoria constituem o Colegiado,
que define políticas e estabelece práticas a serem implantadas e desenvol-
vidas pelo corpo de Superintendentes, a instância executiva da CVM.

O colegiado conta ainda com o suporte direto da Chefia de Gabinete, da


Assessoria de comunicação social, da Assessoria Económica e da Audi-
toria Interna.

A estrutura executiva da CVM é completada pelas Superintendências


Regionais de São Paulo e Brasília.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 136


Finalidade

De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá


suas funções, a fim de:

assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de


bolsa e de balcão;

proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões


irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas
controladores de companhias ou de administradores de carteira de
valores mobiliários;

evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a


criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores
mobiliários negociados no mercado;

assegurar o acesso do público a informações sobre valores


mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido;

assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no


mercado de valores mobiliários;

estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores


mobiliários;

promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do


mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações
do capital social das companhias abertas.

Competência

A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuaçao dos


diversos integrantes do mercado.

Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado


de valores mobiliários.

Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias:

registro de companhias abertas;

registro de distribuições de valores mobiliários;

credenciamento de auditores independentes e administradores de


carteiras de valores mobiliários;

organização, funcionamento e operações das bolsas de valores;

negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 137


administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;

suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou


autorizações;

suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado


valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de valores;

O sistema de registro gera, na verdade, um fluxo permanente de


informações ao investidor. Essas informações, fornecidas periodicamente
por todas as companhias abertas, podem ser financeiras e, portanto,
condicionadas a normas de natureza contábil, ou apenas referirem-se a
fatos relevantes da vida das empresas. Entende-se como fato relevante,
aquele evento que possa influir na decisão do investidor, quanto a negociar
com valores emitidos pela companhia.

A CVM não exerce julgamento de valor em relação à qualquer informação


divulgada pelas companhias. Zela, entretanto, pela sua regularidade e
confiabilidade e, para tanto, normatiza e persegue a sua padronização.
A atividade de credenciamento da CVM é realizada com base em padrões
pré-estabelecidos pela Autarquia que permitem avaliar a capacidade de
projetos a serem implantados.

A Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades


eventualmente cometidas no mercado. Diante de qualquer suspeita a CVM
pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual, recolhe
informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar
claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da
acusação, amplo direito de defesa.

O Colegiado tem poderes para julgar e punir o faltoso. As penalidades que


a CVM pode atribuir vão desde a simples advertência até a inabilitação
para o exercício de atividades no mercado, passando pelas multas
pecuniárias.

A CVM mantém, ainda, uma estrutura especificamente destinada a prestar


orientação aos investidores ou acolher denúncias e sugestões por eles
formuladas.

Quando solicitada, a CVM pode atuar em qualquer processo judicial que


envolva o mercado de valores mobiliários, oferecendo provas ou juntando
pareceres. Nesses casos, a CVM atua como "amicus curiae" assessorando
a decisão da Justiça.

Em termos de política de atuaçao, a Comissão persegue seus objetivos


através da indução de comportamento, da auto-regulação e da auto-
disciplina, intervindo efetivamente, nas atividades de mercado, quando este
tipo de procedimento não se mostrar eficaz.

No que diz respeito à definição de políticas ou normas voltadas para o


desenvolvimento dos negócios com valores mobiliários, a CVM procura
junto a instituições de mercado, do governo ou entidades de classe, suscitar
a discussão de problemas, promover o estudo de alternativas e adotar

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 138


iniciativas, de forma que qualquer alteração das práticas vigentes seja feita
com suficiente embasamento técnico e, institucionalmente, possa ser
assimilada com facilidade, como expressão de um desejo comum.

A atividade de fiscalização da CVM realiza-se pelo acompanhamento da


veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele
participam e aos valores mobiliários negociados. Dessa forma, podem
ser efetuadas inspeções destinadas à apuração de fatos específicos sobre
o desempenho das empresas e dos negócios com valores mobiliários.

Poder de Polícia

A CVM tem também "Poder de Polícia", no sentido do definido pelo artigo


78 do Código Tributário Naciona, segundo o qual esse poder é "atividade
da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse
ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades económicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

É o órgão normativo das atividades securitícias do país, foi criado pelo


Decreto-Lei n° 73, de 21 de novembro de 1966, diploma que
institucionalizou, também, o Sistema Nacional de Seguros Privados, do
qual o citado Colegiado é o órgão de cúpula.

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição,


sendo a última através da edição da Lei n°10.190, de 14 de fevereiro de
2001, que lhe determinou a atual estrutura.

Composição

• Ministro de Estado da Fazenda ou seu representante, como Presidente;


• Superintendente da Superintendência de Seguros Privados- SUSEP, na
qualidade de Vice-Presidente;
• Representante do Ministério da Justiça
• Representante do Banco Central do Brasil
• Representante do Ministério da Previdência e Assistência Social
• Representante da Comissão de Valores Mobiliários

Atribuições

• Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados;


• Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos
que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros
Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas;
• Fixar as características gerais dos contratos de seguros, previdência
privada aberta e capitalização;
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de
Previdência Privada Aberta e de Capitalização, com fixação dos limites
legais e técnicos das respectivas operações;
• Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 139
Estrutura

A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor, composto pelo


Superintendente e por quatro Diretores. Também integram o Colegiado,
sem direito a voto, o Secretário-Geral e Procurador-Geral. Compete ao
Colegiado fixar as políticas gerais da Autarquia, com vistas à ordenação
das atividades do mercado, cumprir e fazer cumprir as deliberações do
CNSP e aprovar instruções, circulares e pareceres de orientação em
matérias de sua competência.
A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, ainda,
como atribuições, promover os atos de gestão da Autarquia e sua repre-
sentação perante o Governo e à sociedade.

Conselho Nacional de Previdência Complementar(CNPC)

O Decreto n° 7.123, de 03 de março de 2010, dispõe sobre a organização


e o funcionamento do Conselho Nacional de Previdência Complementar
(CNPC) e da Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC).

O CNPC é um órgão colegiado integrante da estrutura básica do Ministério


da Previdência Social que exerce a função de regular o regime de previdência
complementar operado pelas entidades fechadas de previdência
complementar.

O CNPC é presidio pelo ministro da Previdência Social e composto por


representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar
(Previc), da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC),
da Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios da Fazenda e
do Planejamento, Orçamento e Gestão, das entidades fechadas de
previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de
benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos
participantes e assitidos de planos de benefícios das referidas entidades.

A CRPC é um órgão recursal colegiado no âmbito do Ministério da


Previdência Social, ao qual compete apreciar e julgar em última instância
os recursos interpostos contra decisões da Diretoria Colegiada da
Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc.

Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)

Autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social responsável por


fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência comple-
mentar (fundos de pensão), atuando como entidade:

de fiscalização e de supervisão das atividades das entidades


fechadas de previdência complementar
de execução das políticas para o regime de previdência comple-
mentar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar,
observando, inclusive, as diretrizes estabelecidas pelo CMN e pelo
CNPC.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 140


ENTIDADES DE APOIO E
AUTO-REGULAÇÃO

BM&FBOVESPA

A BM&FBOVESPA é uma companhia de capital aberto formada, em 2008,


a partir da integração das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e
da Bolsa de Mercadorias & Futuros. Como principal instituição brasileira de
intermediação para operações do mercado de capitais, a companhia
desenvolve, implanta e provê sistemas para a negociação de ações,
derivativos de ações, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, derivativos
financeiros, moedas à vista e commodities agropecuárias.

Por meio de suas plataformas de negociação, realiza o registro, a


compensação e a liquidação de ativos e valores mobiliários transacionados
e a listagem de ações e de outros ativos, bem como divulga informação de
suporte ao mercado. A companhia também atua como depositária central
dos ativos negociados em seus ambientes, além de licenciar softwares e
índices.

A Bolsa brasileira desempenha também atividades de gerenciamento de


riscos das operações realizadas por meio de seus sistemas. Para tanto,
possui uma robusta estrutura de clearings de ações, derivativos, câmbio e
ativos, que atua de forma integrada, com o Banco BM&F, de maneira a
assegurar o funcionamento eficiente de seus mercados e a consolidação
adequada das operações.

Tendo em vista sua área de atuaçao, a BM&FBOVESPA está sujeita à


regulação e à supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e do Banco
Central do Brasil.

BSM - BM&FBOVESPA Supervisão de Mercados

Criada em 2007, a BM&FBOVESPA Supervisão de Mercados (BSM) atua


na fiscalização do mercado de valores mobiliários, fazendo a autorregulação
de todos os mercados da BM&FBOVESPA.

Um dos múltiplos instrumentos que permitem que a BSM possa cumprir


suas funções de autorregulação é a administração do Mecanismo de
Ressarcimento de Prejuízos, o MRP, igualmente instituído por aquela
Instrução, em substituição ao antigo Fundo de Garantia da Bovespa e à
similar provisão financeira da BM&F.

O MRP é um mecanismo constituído para o exclusivo benefício dos


investidores. Administrado pela BSM, trata-se de um ágil meio de cobertura
dos prejuízos sofridos por investidores em razão de ações ou omissões
dos intermediários. Porque os investidores que se sentirem prejudicados
só o que têm a fazer é reclamar à BSM, justificadamente, o ressarcimento
de seus prejuízos pelo MRP. E se os investidores tiverem razão, serão
imediatamente indenizados. Até o máximo possível, previsto na legislação.
Uma ótima garantia, especialmente para o pequeno investidor.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 141


Funções
As responsabilidades da BSM são:
fiscalizar e supervisionar os participantes do mercado e a própria
BM&FBOVESPA;
identificar violações à legislação e à regulamentação vigentes,
condições anormais de negociação ou comportamentos que
possam colocar em risco a regularidade de funcionamento, a
transparência e a credibilidade do mercado;
instaurar e conduzir processos administrativos disciplinares;
penalizar os que cometem irregularidades; e
administrar o Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos (MRP).

Características
Para viabilizar a atuaçao da BSM, lhe foram assegurados pela
regulamentação os seguintes atributos:
personalidade jurídica e patrimônio próprios;
autoridade administrativa independente;
ausência de subordinação hierárquica;
mandato fixo e estabilidade do diretor de autorregulação e dos
conselheiros; e
autonomia administrativa, financeira e orçamentária.

SISTEMA DE
PAGAMENTOS
BRASILEIRO
Funções

A função básica de um sistema de pagamentos é transferir recursos, bem


como processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo,
Banco Central e instituições financeiras. Ou seja, praticamente todos os
agentes atuantes em nossa economia.

O cliente bancário utiliza-se do sistema de pagamentos toda vez que emite


cheques, faz compras com cartão de débito e de crédito ou ainda quando
envia um DOC - Documento de Crédito.

Características

Ao adotar um padrão consagrado internacionalmente, o Brasil entrou para


o grupo de países que monitoram em tempo real as reservas de seus
bancos. Dessa forma, evita surpresas e turbulências que possam dificultar
o funcionamento do sistema financeiro e da economia e reduz os riscos das
transações para todos aqueles que recebem pagamentos e transferências
em geral.

O sistema financeiro brasileiro havia se modernizado e apresentava uma


série de condições que nos permitiam considerá-lo um dos mais sólidos do
mundo, mas ainda realizava a maioria dos pagamentos, inclusive os de grande
valor, por intermédio do Sistema de Compensação tradicional, sem garantias
e com resultados que somente se concretizavam ao final do dia útil seguinte.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 142


A implantação do SPB absorveu, em valores, a maior parcela dessas
transações e aumentou ainda mais essa solidez, reduzindo a possibilidade
de uma instituição financeira que enfrente dificuldade para liquidar seus
compromissos diários afetar as demais instituições, seus clientes, inves-
tidores e o Banco Central.

Para realizar transferências financeiras pelo novo SPB, as instituições


precisam de recursos efetivamente disponíveis, depositados no Banco
Central e garantias previamente constituídas, em valores diariamente
atualizados na CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos.

Essas condições e o monitoramento em tempo real das reservas dos


bancos por meio de uma moderna e complexa rede de teleprocessamento
de mensagens, criada para realizar transferências de recursos e de ativos
em moeda nacional e estrangeira, proporciona mais solidez e qualidade ao
Sistema Financeiro Nacional.

Essa rede interliga instituições financeiras às Câmaras de Pagamentos, de


Ativos e de Câmbio e ao Sistema de Transferências de Reservas desen-
volvido pelo Banco Central, permitindo que troquem mensagens em tempo
real.

Benefícios d e s s e Sistema

. Possibilidade de transferência imediata de dinheiro: um cliente de um


banco em Parintins (AM) pode transferir, no mesmo dia, dinheiro de sua
conta corrente para a conta de outra pessoa em outro banco, em Santana
do Livramento (RS), por exemplo.
. Agilidade: os recursos ficam disponíveis no dia da transferência.
. Segurança e confiabilidade: redução do risco de crédito nos pagamentos,
que são irreversíveis (não podem ser sustados ou devolvidos por falta de
fundos, como pode ocorrer com cheques).
. O Brasil passou a ter um sistema de pagamentos similar aos melhores do
mundo.

As siglas utilizadas

STR - Sistema de Transferência de Reservas.

TED STR - Transferência eletrônica disponível no Banco Central


(irrevogável, incondicional).

TED CIP - Transferência eletrônica disponível na Câmara Interbancária de


Pagamentos.

Os clientes transferem seus recursos usando cheques ou DOCs. O di-


nheiro assim remetido, em geral, só fica disponível após a compensação
tradicional, que demora, no mínimo, um dia útil, havendo o risco, por exem-
plo, de devolução do cheque por falta de fundos.

O SPB oferece uma nova opção para transferência de recursos de um banco


para outro denominada Transferência Eletrônica Disponível - TED. Utilizando
a TED o valor é creditado na conta do favorecido e estará disponível para uso
assim que o banco destinatário receber a mensagem de transferência.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 143


O cliente pode transferir dinheiro via TED se os recursos estiverem
efetivamente disponíveis em sua conta corrente. Para os clientes que
possuem cheque especial ou conta garantida é possível efetuar transferên-
cias nos limites e condições contratadas com o banco.

Os recursos provenientes de depósitos em cheques e DOCs em sua conta


poderão ser utilizados somente depois da compensação desses docu-
mentos.

A TED pode ser feita nas agências, nas centrais de atendimento telefónico
ou pelo Internet Banking.

As aplicações financeiras

As aplicações em fundos de investimentos feitas mediante saldo disponível


em conta corrente e/ou através de TED rendem a partir do dia da sua
realização. Os bancos, a seu critério, podem agendar aplicações de
recursos bloqueados na conta corrente (depósitos em cheques ou DOCs)
para datas futuras.

Já as aplicações em depósitos a prazo (CDB e RDB) podem ser acolhidas


independentemente da condição do recurso na conta corrente, porém, sob
remuneração diferenciada, a critério de cada banco.

Os d e p ó s i t o s em p o u p a n ç a c o n t i n u a r a m s e n d o a c o l h i d o s e
remunerados de acordo com as normas que já estavam em vigor.

Cheques superiores a 3.000,00

Os bancos continuam processando cheques de valor igual ou superior a R$


3.000,00 . O valor do cheque, porém só estará disponível, para quem
recebe, findo o prazo de bloqueio. Por isso, os bancos recomendam aos
clientes que desejam economizar com tarifas que dêem preferência à TED,
nas transferências acima de R$ 3.000,00. Assim como os demais serviços,
os preços das transferências - eletrônicas ou não - variam de banco para
banco.

Seria ideal que todas as transações pudessem ser feitas por sistemas
eletrônicos de forma mais rápida, cómoda, segura e barata, tanto para os
clientes quanto para os bancos, e com risco reduzido para a economia e
a autoridade supervisora, responsável por sua fiscalização. Por isso, o
Banco Central decidiu implantar o novo SPB e estimular a sociedade a
utilizar mecanismos mais seguros para a transferência de fundos - como
a TED - para as transações de maior valor, reduzindo riscos e custos para
todos.

A principal diferença entre essas formas de transferência de recursos está


relacionada ao tempo em que são efetivadas. Um DOC, que transita pela
Compe - Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis, leva um
dia útil para ser compensado, de forma que o recebedor somente tem a
informação do crédito no dia útil seguinte à sua emissão pelo pagador. Já
a TED tem liquidação no próprio dia, ou seja, atualiza o saldo da conta do
recebedor na mesma data em que é emitida pelo pagador.

No início da implementação do atual SPB, cheques de valor inferior a R$


5.000,00 não foram afetados pelo SPB, pois, embora correspondessem a
98% dos mais de 216 milhões de documentos compensados mensalmente,
representavam menos de 20% dos valores.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 144


SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL

COMPOSIÇÃO

ÓRGÃOS ENTIDADES
OPERADORES
slORMATIVO S U P E R V I S O R A S

Demais
Instituições instituições
financeiras financeiras
Banco Central
captadoras (2) Outros intermediários
Conselho do Brasil - Bacen
de depósitos financeiros e
Monetário à vista (1) Bancos de . administradores de recurso?
Nacional Câmbio de
-CMN
terceiros (3)
Comissão de Bolsas de
Bolsas de
/alores Mobiliários mercadorias
valores
-CVM e futuros

Conselho
Superintendência Entidades
Nacional de Sociedades
de Seguros Ressegu- Sociedades abertas de
Seguros iradores de
Privados - Susep seguradoras previdência
Privados capitalização
complementai
-CNSP

Conselho Superintendência
Nacional de Nacional de
Previdência Previdência Entidades fechadas de previdência complementar
Complementas Complementar (fundos de pensão)
'-CNPC- -Previc-

(1) Bancos Comerciais e Múltiplos com Carteira Comercial, Caixa Económica Federal
Cooperativas de Crédito.

(2) Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial, Bancos de Investimento, BNDES, Bane
Desenvolvimento, Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento, Sociedades
Crédito Imobiliário, Agências de Fomento, Associação de Poupança e Empréstimo, C
Hipotecárias, Cooperativas Centrais de Crédito.

(3) Sociedades Corretoras de Valores Mobiliários, Sociedades Distribuidoras de Titule


Valores Mobiliários, Sociedades de Arrendamento Mercantil, Sociedades Corretoras c
Câmbio, Administradores de Consórcios.

Fonte: Banco Central do Brasil

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 145


9. INSTITUIÇÕES E INTERMEDIADORES FINANCEIROS

"Atenção: Este capítulo será objeto de 3 (tres) questões no Exame"

INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS

A Lei n° 4595/64 dispõe em seu artigo 17 -"Consideram-se instituições


financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas
públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a
coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de
propriedade de terceiros."

O exercício da atividade financeira no Brasil, está sujeito à autorização e


regulamentação governamental.

Conforme a origem dos recursos que compõem seu capital, as instituições


financeiras dividem-se em públicas e privadas, conforme a seguir:

Públicas:

•=> Federais: constituídas com sede no País, com controle direto


ou indireto pela União.
Estaduais: instituições cuja maioria do capital votante seja
detido, de forma direta ou indireta, por um ou mais estados da
federação.
Privadas:

«=> Nacionais: caracterizadas pelo fato de a maioria do capital


votante ser de titularidade de pessoas físicas e/ou jurídicas
domiciliadas e residentes no Brasil.
•=> Nacionais com Participação Estrangeira: instituições que
tenham, direta e/ou indiretamente, participação estrangeira
superior a 10% e até 50% de seu capital votante.
•=> Nacionais com Controle Estrangeiro: instituições cuja maioria
do capital votante tenha, direta ou indiretamente, controle
estrangeiro.
•=> Estrangeiras: filiais, instaladas no Brasil, de bancos com sede
no exterior.

As instituições financeiras que operam no mercado são classificadas


segundo a natureza dos ativos que emitem e os tipos de operações que
estão autorizadas a realizar. Segundo o ativo, bancárias e não bancárias;
segundo a s operações: crédito e distribuidoras.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 146


As instituições de crédito, classificadas como bancárias (ou monetárias)
são os bancos comerciais e o Banco Central, que são responsáveis pela
oferta de moedas. O Banco Central emite papel moeda (moeda legal), a qual
uma vez em poder do público vai constituir, com os depósitos a vista nos
bancos comerciais, os meios de pagamento da economia.

CLASSIFICAÇÃO E
CONCEITUAÇÃO

Os ativos financeiros podem também ser classificadas em ativos finan-


ceiros monetários e ativos financeiros não monetários. No caso
brasileiro: a) monetários - papel moeda em poder do público mais depósi-
tos a vista; b) não monetários - todos os demais: letras de câmbio,
duplicatas, depósitos de poupança, certificados de depósito a prazo, etc.

Instituições que atuam no mercado.

• B a n c o s Comerciais

Instituição financeira regulada e fiscalizada pelo Bacen, cujo objetivo é


proporcionar o suprimento de recursos para financiar, a curto e médio
prazos, o comércio, a indústria, as empresas e pessoas físicas. Esses
bancos podem: descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito
simples ou em conta corrente, realizar operações especiais inclusive de
crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos a vista
e a prazo, emitir CDB e RDB, efetuar cobrança de títulos, arrecadar tributos
e tarifas públicas, realizar empréstimos para giro da atividade produtiva
(capital de giro, salários, etc), obter recursos junto a instituições oficiais
para repasse aos clientes, obter recursos externos para repasses, efetuar
a prestação de serviços diretamente ou em convénio com outras institui-
ções.

• B a n c o s de Investimentos

Instituições financeiras de natureza privada, reguladas e fiscalizadas pelo


Bacen e pela CVM, especializadas em operações de participação societária
de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para supri-
mento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros,
regulamentadas pela Resolução CMN n° 2624/99.

Aos bancos de investimento é facultado, além da realização das atividades


inerentes a consecução de seus objetivos:
I- Comprar e vender, por conta própria ou de terceiros, metais preciosos no
mercado físico, e quaisquer títulos e valores mobiliários em qualquer
mercado financeiro;
II- Operar, por conta própria ou de terceiros, em bolsas de mercadorias e de
futuros e em mercados de balcão organizados;
III- Operar em todas as modalidades de concessão de crédito para financia-
mento de capital fixo e de giro;
IV- Participar de operação de underwriting;
V- Operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 147


W Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e
conglomerados financeiros ou não, mediante prestação de serviços de
consultoria, participação societária e/ou concessão de financiamentos ou
empréstimos;
Vil- Realizar outras operações autorizadas pelo Bacen.

Além de recursos próprios, os bancos de investimento podem empregar


em suas atividades, recursos oriundos: de depósitos a prazo, com ou sem
emissão de certificado; do exterior, inclusive por meio de repasses
interbancários; de repasses de recursos oficiais; de depósitos
interfinanceiros; e de outras captações autorizadas pelo Bacen.

• Bancos Múltiplos

Instituição financeira regulada e fiscalizada pelo Bacen, resultante da


Resolução n° 1524/88, emitida pelo Bacen por decisão do CMN, com o
intuito de racionalizar a administração das instituições financeiras, que
muitas vezes eram empresas de um mesmo grupo, passaram a constituir-
se em uma única instituição financeira com personalidade jurídica própria,
com um único balanço, um único caixa e com redução de custos. Em
termos práticos, foram mantidas as mesmas funções de cada instituição
em separado, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de inves-
timento e/ou de desenvolvimento (exclusiva de banco público), de crédito
imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e inves-
timento. Ressalte-se que essas operações sujeitam-se às mesmas nor-
mas legais e regulamentares aplicáveis as instituições singulares corres-
pondentes às suas carteiras.

Atualmente normatizados pela Resolução CMN 2099/94, os bancos múlti-


plos devem possuir no mínimo duas carteiras, sendo obrigatoriamente,
uma delas, comercial ou de investimento.

Ressalvamos que os bancos múltiplos com carteira de investimento são


regulados e fiscalizados pelo Bacen e pela CVM.

• Caixa Económica Federal

Instituição assemelhada aos bancos comerciais, capta depósitos à vista,


realiza operações ativas e efetua prestação de serviços. Prioriza a conces-
são de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas
de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e
esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, financiando bens
de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e
caução de títulos, bem como tem o monopólio do empréstimo sob penhor
de bens pessoais e sob consignação e tem o monopólio da venda de
bilhetes de loteria federal. Além de centralizar o recolhimento e posterior
aplicação de todos os recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FGTS), integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
(SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 148


• Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES)

O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indús-


tria e Comércio Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que
contribuam para o desenvolvimento do país. Tem linhas de apoio com
financiamento de longo prazo e custos competitivos, que priorizam projetos
que visem o desenvolvimento nacional, e o incremento das exportações
brasileiras, além de linhas para ajudar a comercialização de máquinas e
equipamentos novos fabricados no País.

Através de sua subsidiária integral o BNDESPAR, investe em empresas


nacionais através da subscrição de ações e debêntures conversíveis, com
o objetivo de contribuir para o fortalecimento da estrutura de capital das
empresas privadas e ao mesmo tempo colaborar para o desenvolvimento
do mercado de capitais brasileiro.

• Cooperativas de Crédito

As cooperativas de crédito observam, além da legislação e normas do


sistema financeiro, a Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a
política nacional de cooperativismo e institui o regime jurídico das socieda-
des cooperativas. Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as
cooperativas de crédito podem se originar da associação de funcionários
de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de
determinado segmento, de empresários ou mesmo adotar a livre admissão
de associados em uma área determinada de atuaçao, sob certas condi-
ções. Devem adequar sua área de ação às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestações de serviços.

Estão autorizadas a realizar operações de captação por meio de depósitos


à vista e a prazo ( sem emissão de certificado ), somente de associados,
de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades
financeiras, e de doações. Podem conceder crédito, somente a associados,
por meio de desconto de títulos, empréstimos, financiamentos, e realizar
aplicação de recursos no mercado financeiro (Resoluções CMN n.3.859,
de 2010).

Também podem atuar na distribuição de cotas de fundos de investimento


abertos, obedecendo, neste caso, a regulamentação do BC e da CVM(
Instrução CVM n. 424/05), que atualmente determina que as instuições
podem realizar a distribuição de fundos classificados como de curto prazo,
referenciados e de renda fixa, vedada a distribuição daqueles que cobrem
taxas de performance, ingresso ou de saída. A distribuição das cotas de
outros tipos de fundos fica condicionada a solicitação de autorização
específica à CVM.

De acordo com a Resolução CMN 3.309/2005, todos os empregados de


cooperativa que atuam no atendimento aos clientes e usuários da instituição
em atividades relacionadas com a distribuição e mediação de títulos e
valores mobiliários devem ser considerados aptos, por meio de exame de
certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade técnica.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 149


• Crédito Imobiliário

As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras, constituídas


sob a forma de sociedade anónima, integrantes do SFN, especializadas
em operações de financiamento imobiliário, atualmente regulamentadas
pela Resolução CMN n° 2735/00.

As SCI podem, além de realizar as atividades inerentes a consecução de


seus objetivos, operar em todas as modalidades admitidas nas normas
relativas ao direcionamento dos recursos captados em depósitos de
poupança. As SCI, em suas atividades, podem empregar recursos
próprios e os provenientes de: depósitos de poupança; letras hipotecárias;
letras de crédito imobiliário; repasses e refinanciamentos contraídos no
País; empréstimos e financiamentos contraídos no Exterior; depósitos
interfinanceiros; e outras formas de captação de recursos autorizadas pelo
Bacen.

• Financeiras

As sociedades de crédito, financiamento e investimento - financeiras, são


instituições reguladas e fiscalizadas pelo Bacen, que foram criadas pela
Portaria do Ministério da Fazenda 309, de 30/11/1959. São instituições
financeiras privadas que tem como objetivo básico a realização de financi-
amento para aquisição de bens, serviços e capital de giro. Tais entidades,
obrigatoriamente instituídas sob a forma de S/As, captam recursos por
meio de aceite e colocação de Letras de Câmbio ( Resolução CMN 45, de
1966) e também através de depósitos a prazo sem emissão de certifica-
dos, recibos de depósito bancário - RDB, (Resolução CMN 3454, de 2007)

• Corretoras deTítulos e Valores Mobiliários

São instituições financeiras constituídas como sociedades anónimas ou


sociedades por quotas de responsabilidade limitada regulamentadas pela
Resolução 1655/89, com alterações trazidas pela Resolução 3485/07.
Sua principal função é a de promover, de forma eficiente, a aproximação
entre compradores e vendedores de títulos, valores mobiliários e ativos
financeiros, dando a estes negociabilidade adequada através de operações
no sistema eletrônico da bolsa.

São instituições reguladas e fiscalizadas pelo Bacen e pela CVM.Suas


principais atividades são as seguintes:
=> Operar em sistema mantido por Bolsa de Valores;
«=> Comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários, por
conta de terceiros; efetuar lançamentos públicos de ações
(operações de underwriting);
"=> Encarregar-se da administração de carteiras de valores e da
custódia de títulos e valores mobiliários; instituir, organizar e
administrar fundos e clubes de investimento; prestar serviços
como transferência de títulos, desdobramento de cautelas,
recebimento de juros, dividendos ou encarregar-se da subscri
ção de títulos e valores mobiliários, etc;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 150


«=> Operar no mercado aberto ("open markef);
Intermediar operações de câmbio;
•=> Comprar e vender, ativos financeiros, por conta de terceiros,
encarregar-se da administração da custódia de ativos.

O papel do corretora não se restringe à execução de ordens de compra e


venda transmitidas por seus clientes. A corretora se responsabiliza pelo con-
trole da conta do cliente junto à bolsa e à clearing house, ou seja, mantém
registro das posições de cada cliente, coleta as garantias exigidas pela clearing,
recebe e paga as perdas e os ganhos incorridos pelos clientes, controla as
ordens executadas e a executar, liquida as operações quando do vencimento
dos contratos e assessora o cliente em suas decisões.

A corretora pode ou não ser credenciada como membro de compensação.


Aqueles que não possuem esse status devem contratar um membro de
compensação, que se responsabilizará financeiramente por suas opera-
ções junto à clearing house.

• Corretoras de Câmbio

As sociedades corretoras de câmbio são constituídas sob a forma de


sociedade anónima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo
constar na sua denominação social a expressão "Corretora de Câmbio".
Têm porobjeto social exclusivo a intermediação em operações de câmbio
e a prática de operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes. São
supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.770, de
1990).

• Corretoras de Mercadorias que negociam ou registram opera-


ções com valores mobiliários em Bolsa de Mercadorias e Futuros

A Instrução CVM n° 402, de 27/01/04, estabeleceu as normas e procedi-


mentos para a organização e o funcionamento dessas corretoras de
mercadorias.

Essas instituições devem ser constituídas sob a forma de sociedade


anónima ou sociedade limitada e serem admitidas como membro de Bolsa
de Mercadorias e Futuros.

Como membro de Bolsa de Mercadorias e Futuros, elas tem o direito de


realizar operações, em seu nome - carteira própria - e em nome de
terceiros, seus clientes, nos mercados administrados por essa Bolsa.
No desempenho dessas atividades, independentemente de serem ou não
instituições financeiras, são reguladas e fiscalizadas pela CVM.

• Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários

As Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários podem ser

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 151


constituídas como sociedades anónimas ou sociedades por quotas de
responsabilidade limitada, cuja autorização para funcionamento é dada
pelo Banco Central do Brasil, que também estipula os capitais mínimos a
que estão obrigadas em função da região em que atuem.

São instituições financeiras reguladas e fiscalizadas pelo Bacen e pela


CVM.

Suas atividades básicas, determinadas pela Resolução CMN n° 1120, de


04 de abril de 1986, com as alterações posteriores, são:

•=> Subscrever, isoladamente ou em consórcio, emissões de


títulos ou valores mobiliários para revenda; intermediar a co-
locação de emissões no mercado;

«=> Encarregar-se da venda à vista, a prazo ou à prestação, de


títulos e valores mobiliários por conta de terceiros;

O Operar também no mercado aberto ("open market"), desde


que satisfaça às condições exigidas pelo Banco Central do
Brasil;

Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;

^> Operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação


dos mercados organizados de bolsa de valores (Decisão Conjun-
ta 17, BACEN, CVM)

• Agentes Autónomos de Investimento, Empregados das Institui-


ções Financeiras e demais autorizadas a funcionar pelo B A C E N

Resolução do CMN n° 2838 de 30/05/01


Dispõe sobre a atividade de agente autónomo de investimento

Resolução do CMN n° 3158 de 17/12/03


Dispõe sobre a certificação de empregados das instituições financeiras
e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil

Instrução CVM n° 497 de 03/06/11


Dispõe sobre a atividade de agente autónomo de investimento

A atividade do agente autónomo de investimento foi instituída pela Resolu-


ção do CMN n° 2838 de 30/05/01, ela ainda autoriza a CVM a adotar
medidas e baixar normas complementares que se fizerem necessárias à
regulamentação dessa atividade, assim de acordo com a Instrução CVM
n° 497 de 03/06/11, o agente autónomo de investimento é a pessoa natural
ou jurídica, que obtém registro na Comissão de Valores Mobiliários - CVM,
para exercer, sob responsabilidade e como proposto de instituição inte-
grante do sistema de distribuição de valores mobiliários, as atividades de
distribuição e mediação de valores mobiliários, de prospecção e captação
de clientes; recepção e registro de ordens e sua transmissão para os

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 152


sistemas de negociação ou de registro; prestação de informações sobre os
produtos oferecidos e serviços prestados pela instituição a qual estiver
vinculado.

A atividade de agente autónomo de investimento somente pode ser exercida


por pessoa natural o jurídica autorizada pela CVM, que mantenha contrato
para distribuição e mediação com uma instituição integrante do sistema de
distribuição de valores mobiliários. As instuições integrantes do sistema de
distribuição de valores mobiliários somente podem contratar para exercer
a atividade de agente autónomo de investimento pessoa natural ou jurídica
devidamente autorizada pela CVM.

Os agentes autónomos de investimento podem ser credenciados junto a


bancos múltiplos (com carteira de investimento), bancos de investimento,
corretoras de valores e de mercadorias e distribuidoras de valores, para
desempenhar, exclusivamente por conta e ordem das entidades credenci-
adas, as atividades citadas e outras atividades autorizadas expressamente
pelos órgãos reguladores competentes.

Autorização do Agente Autónomo - Pessoa Natural


A autorização para o exercício da atividade de agente autónomo de
investimento somente será concedida à pessoa natural, domiciliada no
País, que preencha os seguintes requisitos:

•=> tenha concluído o ensino médio no País ou no exterior;

^> tenha sido aprovada em exame de qualificação técnica


aplicada por entidade credenciada;

não esteja inabilitada ou suspensa para o exercício de cargo em


instituições financeiras e demais entidades autorizadas a
funcionar pela CVM, pelo Banco Central do Brasil, pela
Superintendência de Seguros Privados - SUSEP ou pela
Superintendência Nacional de Previdência Complementar-
PREVIC;

^ não tenha sido condenada criminalmente, ressalvada a hipótese


de reabilitação; e

•=> não esteja impedida de administrar seus bens ou deles dispor


em razão de decisão judicial.

A CVM pode autorizar o credenciamento de agentes autónomos de


investimento por e n t i d a d e s c r e d e n c i a d o r a s que c o m p r o v e m ter:

I - estrutura adequada e capacidade técnica para o cumprimento das


obrigações previstas na regulamentação pertinente; e

II - estrutura de autorregulação que conte com capacidade técnica e


independência.

As entidades credenciadoras devem:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 153


I - adotar código de conduta profissional para os agentes autónomos de
investimento por elas credenciados;

II - fiscalizar seu cumprimento;

III - punir eventuais infrações ao mesmo;

IV - aferir, por meio de exame de qualificação técnica, se os candidatos


estão aptos a exercer a atividade de agente autónomo de investimento;

V - Instituir programa de educação continuada, de forma a permitir que os


seus credenciados atualizem e aperfeiçoem periodicamente sua
capacidade técnica;

VI - manter em arquivo todos os documentos e registros, inclusive


eletrônicos, que comprovem o atendimento das exigências contidas na
regulamentação por 5 (cinco) anos, ou por prazo superior, em caso de
determinação expressa da CVM;

VII - manter atualizado o cadastro de todos os agentes autónomos de


investimento por elas credenciados; e

VIII - divulgar em sua página e na página da CVM na rede mundial de


computadores: lista dos agentes autónomos de investimento por elas
credenciados,identificando as pessoas jurídicas de que eles sejam sócios,
se for o caso; lista das pessoas jurídi cas, identificando cada um dos
agentes autónomos que delas sejam sócios; e identificar a instituição
integrante do sistema de distribuição com que os agentes autónomos e
as pessoas jurídicas mantenham contrato para a prestação de serviços
de agente autónomo.

É vedado ao agente autónomo manter contrato para a prestação dos


serviços relacionados na regulamentação com mais de uma instituição
integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários, com exceção
daqueles que realizem a distribuição de cotas de fundo de investimento.

Para exercer as atividades de administração de carteira, de consultoria


ou de análise de valores mobiliários, o agente autónomo de investimento
d e v e r e q u e r e r à e n t i d a d e c r e d e n c i a d o r a a s u s p e n s ã o de s e u
credenciamento como agente autónomo de investimento.

0 agente autónomo de investimento que mantiver contrato com um


intermediário por meio de pessoa jurídica não poderá ser contratado
diretamente por outro intermediário.

Para o credenciamento de agentes autónomos pessoas jurídicas, a


entidade credenciadora deve exigir que estas:

1 - tenham sede no país;

II - sejam constituídas como sociedades simples, adotando qualquer das


f o r m a s permitidas para t a l , na forma da legislação em vigor; e

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 154


Ill - tenham, como objeto social exclusivo, o exercício da atividade de agente
autónomo de investimento, sendo vedada a participação em outras
sociedades

Ressalte-se que um mesmo agente autónomo de investimento não pode


ser sócio de mais de uma pessoa jurídica constituída na forma da
regulamentação pertinente

Para efeito da Lei n° 4.595/64, os agentes autónomos de investimento


equiparam-se às instituições financeiras.

Os Agentes Autónomos de Investimento são regulados e fiscalizados pela


CVM.

Empregados de Instituições Financeiras e demais Instituições autoriza-


das a funcionar pelo Banco Central do Brasil

Os empregados de instituições financeiras e demais instituições autorizadas


a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que exerçam, na própria institui-
ção, as atividades de distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários
e derivativos, somente será exigida a aprovação em exame de certificação
organizado por entidade de reconhecida capacidade técnica, conforme
determina a Resolução CMN n° 3158 de 17/12/2003.

MERCADOS
REGULAMENTADOS DE
VALORES MOBILIÁRIOS

Segundo a Instrução CVM n. 461/07 (que disciplina os mercados regula-


mentados de valores mobiliários e dispõe sobre a constituição, organiza-
ção, funcionamento e extinção das bolsas de valores, bolsas de mercado-
rias e futuros e mercados de balcão organizado) compreendem os merca-
dos organizados de bolsa e balcão e o mercados de balcão não-organiza-
dos.

MERCADO ORGANIZADO DE V A L O R E S MOBILIÁRIOS

É o espaço físico ou sistema eletrônico, destinado à negociação ou ao


registro de operações com valores mobiliários por um conjunto determi-
nado de pessoas autorizadas a operar, que atuam por conta própria ou de
terceiros.

São considerados como mercados organizados de valores mobiliários:


as bolsas de valores, de mercadorias e de futuros, e os mercados de
balcão organizado.

Os mercados organizados de valores mobiliários serão obrigatoriamente


estruturados, mantidos e fiscalizados por entidades administradoras au-
torizadas pela CVM, constituídas como associação ou como sociedade
por ações.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 155


A BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros foi
criada em 2008 com a integração entre Bolsa de Mercadorias & Futuros
(BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), tornando-se na
época a terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado, a segunda
das Américas e a líder no continente latino-americano.

A nova bolsa oferece para negociação ações, títulos e contratos referenciados


em ativos financeiros, índices, taxas, mercadorias e moedas nas modali-
dades a vista e de liquidação futura.

BOLSAS
INTERNACIONAIS
A bolsa de valores cujo o desempenho de seu índice é tomado como
referência aos demais mercados acionários do mundo é a NYSE (New
York Stock Exchange), a maior bolsa de valores americana.

Outra instituição importante no mercado americano é NASDAQ (National


Association of Securities Dealers AutomatedQuotations) . Lançada em
1971 a NASDAQ era a principal instituição norte-americana operando no
mercado de balcão. Foi também o primeiro mercado eletrônico conectando
diretamente compradores e vendedores, é altamente sofisticada, interli-
gando os participantes através de um moderno sistema de computação e
telecomunicações. A Nasdaq é conhecida por negociar ações das maiores
empresas de tecnologia, como por exemplo a Microsoft, Intel, Dell Computer,
Yahoo, Amazon.com, etc.

Em 13/01/2005 a US SEC (United States Security Exchange Commission)


aprovou o pedido da NASDAQ para ter status de Bolsa de Valores.
A seguir alguns índices de bolsas de valores do mundo:

Bolsa índice
Américas
Bermuda BSX

BM&FBOVESPA IBOVESPA,IBrX50
Buenos Aires Composite, Burcap
Colômbia IGBC
Lima IGBVL.ISBVL
México IPC, IPCompMx
Nasdaq OMX Composite, Nasdaq 100
NYSEEuronext(US) Composite, Nyse US 100, Dow Jones
Santiago IGPA, IPSA
TSX Group S&P/TSX Composite, S&P/TSX 60

Asia-Pacifico
Austrália Ali Ord Price, ASX / S&P50
Bombain BSE 500, SENSEX
Malásia
Colombo
Hong Kong S&P/HKEX Large Cap, Hang Seng Index
Indonésia JSX Composite, LQ 45 Index
Coreia Kospi, KospM 200
Bolsa Nacional da índia S&P CNX 500 , S&P CNX NIFTY
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO
Asia - Pacifico (continuação)
Nova Zelândia NZXAII,NZX10

Osaka 300 Common, OSE Adjusted 250 issues

Filipinas PSE Index

Shangai SSE Composite, SSE 180

Shenzen SZSE Composite, SZSE 100

Singapura Straits Times

Taiwan TAIEX, TSEC Taiwan 50

Tailândia SET, SET 50

Tokio

TOPIX, TOPIX Core 30, Nikkey


Europa - Africa - Oriente Médio
Ammam
Atenas
ASE
BME Barcelona
BME Bilbao General Price, FTSE/ASE 20
BME Madrid BCN Global 100, IBEX 35
BME Valencia índice Bolsa Bilbao 2000, IBEX 35
Bolsa Italiana IGBM, IBEX 35
Budapest IGBV, IBEX35
Egito Historie MIB.S&P/MIB
BUMIX.BUX
Chipre EGX 30, Prince Index, DJ/CASE Egypt
Bolsa Alemã Titans 20
NYSE Euronext Amsterdam CSE General, FTSE/Cyse 20
NYSE Euronext Bruxelas CDAX, DAX Performance
NYSE Euronext Lisboa AAX, AEX25
NYSE Euronext Paris General Price, BEL 20
Irlanda PSI20, BVL General
Istambul SBF 250, CAC 40
Joanesburgo ISEQ Overall, ISEQ 20
Londres ISENat. 100, ISE30
Lubianca FTSE/JSE AH Share, FTSE/JSE Top 40
Luxemburgo FTSEAII Share, FTSE 100
Malta SBI20, SBITop
Mauritius Lux Gal Price, LuxX
MICEX MSE Share
OMX Copenhagen SEMDEX, SEM 7
OMX Islândia MICEX
OMXHelsinki OMXC.OMXC 20
OMX Estocolmo OMXIPI
Oslo OMXH, OMXH25
Suiça OMXS.OMXS 30
Saudi Stock Market OSEBXPR, OBX
Tel Aviv SPI.SMI
Tehran TASI
Varsóvia General, TA 25
Viena Tedpix, TSE 50
WIG Total Return, WIG 20
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO
SE Price, ATX 157
10. ADMINISTRAÇÃO DE RISCO

"Atenção: Este capítulo será objeto de 4 (quatro) questões no Exame"

Riscos

Correr risco, embora não seja uma exclusividade dos bancos, faz parte
de sua atividade. A constante troca de valores entre essas instituições e
seus clientes seja através de empréstimos ou de captações com diferentes
prazos, taxas, moedas e índices, acaba por gerar posições que no dia a
dia da instituição, são difíceis de serem neutralizadas. Surge daí a
necessidade de se criar processos e métricas cujo objetivo é de controlar
e dimensionar o valor das exposições geradas por esse emaranhado de
operações. O resultado desse processo é conhecido pela indústria como
Valor a Risco ou simplesmente VaR. Essa ferramenta composta com
métricas específicas pode ser utilizada para se estimar o valor a Risco de
uma carteira de crédito de uma carteira exposta ao risco de mercado ou
ainda do risco a d v i n d o s dos p r o c e s s o s ou risco o p e r a c i o n a l .

Conceito de Risco

Assaf Neto (2005, p.315) descreve que, na prática, as decisões financeiras


não são tomadas em um ambiente sob o qual não se possa ter total controle.
Na verdade, por estarem essas decisões fundamentalmente voltadas para
o futuro, é imprescindível que se introduza a variável incerteza como um
dos mais significantes aspectos do estudo das operações do mercado
financeiro.

Toda vez que a incerteza associada à verificação de determinado evento


possa ser quantificada por meio de uma distribuição de probabilidade dos
diversos resultados previstos, pode-se dizer que a decisão está sendo
tomada sob uma condição de risco. Dessa maneira, o risco pode ser
entendido pela capacidade de se mensurar o estado de incerteza de uma
decisão mediante o conhecimento das probabilidades associadas à
ocorrência de determinados resultados ou valores.

Para a SUSEP, segundo sua apresentação sobre o questionário de risco,


o risco pode ser definido como uma medida da incerteza associada aos
retornos esperados de um investimento e, conceitualmente, associado a
uma ideia negativa.

Em geral no mercado financeiro, o conceito de risco está ligado, de uma


maneira genérica, à possibilidade de se alcançar um resultado adverso e
indesejável que supere os limites de perda considerados razoáveis.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 158


As diferentes instituições financeiras modernas estão sujeitas a diversos
tipos de risco sendo o principal: o risco financeiro, causador de grandes
prejuízos. O risco financeiro pode ser subdividido nas seguintes categorias:

Risco de Mercado: É um dos principais componentes de risco para uma


instituição financeira; está ligado às flutuações nos preços dos ativos
financeiros;

Risco de Crédito: Outro importante componente de risco, consequente


da possibilidade de defaultde contrapartes, ou seja, da impossibilidade de
se honrar compromissos assumidos;

R i s c o de Liquidez: Fator de risco não modelável do ponto de vista


estatístico; surge quando não se consegue executar uma operação por
contração do número de negócios realizados num determinado mercado
e/ou volume financeiro;

Risco Operacional: Falhas humanas, erros de sistemas, fraudes e falta


de controle no desenrolar das operações realizadas. Esses fatores
também são capazes de gerar prejuízos às instituições financeiras.

O s Tipos de Risco e sua Gestão

O sucesso de uma empresa no longo prazo pode ser representado pela


sua capacidade de oferecer aos seus clientes os produtos por eles
demandados, com o nível de qualidade desejado e a um preço que ofereça
um retorno adequado aos acionistas e após serem cobertos, a contento,
os riscos por eles assumidos.

Conforme Securato (2003, p.340), a eficaz administração do risco direciona


as ações no sentido de diversificar ou eliminar riscos desnecessários que
não geram recompensa.

Risco de Mercado

O risco de mercado é o risco advindo das flutuações das taxas de juros,


preços das ações, preços das commodities, enfim, da flutuação dos preços
dos investimentos realizados por um banco ou empresas. É o impacto
dessas flutuações na lucratividade da instituição. Essas variações são
conhecidas no mercado por nomes específicos que traduzem o significado
de seus riscos como:

Duration - Sensibilidade do prazo em relação as variações dos juros


Convexidade - Matematicamente pode ser definida como a segunda
derivada de uma variação, no caso melhora a sensibilidade da duration.

Delta - S e n s i b i l i d a d e de uma opção a variação do ativo base.


Gama - Semelhante à convexidade, só que agora aplicada para melhorar
a sensibilidade do delta.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 159


Para Jorion (2003, p.14), o risco de mercado pode ser dividido em absoluto
e relativo. O risco absoluto é medido diretamente da variação do preço
dos ativos. Essa é a medida utilizada para medir o risco de taxa de juros
renda fixa, por exemplo. O relativo é o risco que mede a variação do preço
de um ativo em relação a um índice ou benchmark. Essa medida refere-
se à variação adicional no preço do ativo: a variação do preço do
benchmark. Essa medida é utilizada, por exemplo, para dimensionar o
quando uma ação é mais arriscada que o índice da bolsa de valores, seja
ela qual for.

Risco de Crédito

De acordo com Securato (2002), o risco de crédito surge quando as


contrapartes, pessoas envolvidas na operação, não desejam ou não podem
cumprir as suas obrigações contratuais. Seu efeito pode ser medido pelo
custo de reposição dos fluxos de caixa, no caso de a outra parte ficar
inadimplente, englobando a exposição, ou montante em risco e a taxa de
recuperação, definida como montante pago ao credor, geralmente expresso
em dinheiro.

As perdas advindas do risco de crédito deveriam ser mensuradas antes


mesmo da ocorrência do evento de default, podendo ser definida como
perda potencial de valores marcados a mercado caso haja um evento de
crédito. Esse evento pode ser antecipado com a mudança na capacidade
da contraparte em honrar os seus compromissos.

Após a concessão, o banco tem a necessidade de acompanhar e monitorar


a sua carteira de crédito e precaver-se através de políticas de hedge de
crédito, de situações que possam representar risco para esse portfolio.
Os modelos mais preparados para o trato de portfolio, também podem ser
utilizados na concessão do crédito, principalmente no sentido de direcionar
a atuaçao do Banco para segmentos de mercado que se mostrem menos
arriscados no momento da análise. Entre os modelos de gestão mais
conhecidos, pode-se citar o Credit Metrics, Credit Risk* , KMV e Merton.
8

A seguir, examinar-se-á cada um deles:

Credit Metrics: desenvolvido pelo JP Morgan, baseia-se nas notas


concebidas pelas empresas de rating. Por esse motivo, é difícil sua
implementação no Brasil, pois a maior parte das empresas não possui
esse tipo de nota.

Credit Risk* : desenvolvido pelo Credit Swiss, tem como base três inputs:
8

a Probabilidade de Default (PD), a LGD (Loss Given Default) que representa


o quanto o banco irá perder após as garantias e a EAD {ExposureAt Default)
representado pelo valor em exposição da operação.

KMV: Esse modelo foi desenvolvido por Kealhofer, Merton e Vasicek e


tem como princípio a utilização da precificação das opções para precificar
o crédito.

Merton: anterior ao modelo KMV, Merton desenvolveu, em 1974, um


modelo que já utilizava o conceito de opções.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 160
Risco Operacional

Dentre os aqui apresentados, o risco Operacional é, sem dúvida, o mais


difícil de se obter uma definição clara e definitiva. Talvez por ser o que se
encontra em estágio mais embrionário de estudos, é provável que isso
tenha ocorrido em função dos órgãos reguladores somente agora terem
se atentado para o fato de que grande parte das maiores quebras de bancos
ocorridas nos últimos anos, como: Barings, Daiwa, Credit Lyonnais, entre
outros, estarem diretamente ligadas a eventos de ordem operacional.

Risco de Liquidez

De acordo com Jorion (2003, p.16), o Risco de Liquidez assume duas


formas: risco de liquidez dos ativos e risco de liquidez por não conseguir
financiamento para a manutenção dos ativos.

Risco de Liquidez dos Ativos: o risco de liquidez dos ativos também


pode ser qualificado como risco de liquidez de mercado/produtos. Ocorre
quando a transação não pode ser efetuada aos preços de mercado, em
razão do tamanho das posições assumidas pela instituição em relação ao
volume normalmente transacionado pelo mercado. Os mercados, como
o das principais moedas e o de Treasury, estão menos sujeitos a esse
tipo de problema, dificilmente um aumento no volume de transação afeta o
seu preço de forma significativa, dado o enorme volume negociado
diariamente. Já o mercado de balcão para derivativos exóticos ou títulos
de mercados emergentes podem ter o seu preço afetado em função de
um aumento no volume das transações.

Risco de Liquidez de Financiamento: é o risco de financiamento do


fluxo de caixa, refere-se à incapacidade de honrar pagamentos, o que pode
levar a uma liquidação antecipada de ativos, transformando perdas
escriturais em reais. Esse é um problema específico de carteiras
a l a v a n c a d a s e s u j e i t a s a c h a m a d a s de m a r g e m pelo credor.

DIVERSIFICAÇÃO DE C A R T E I R A S

Entendemos diversificação do risco qualquer processo administrativo que


nos possibilite minimizar os efeitos do risco sobre um ativo ou uma carteira
de ativos.

Conforme veremos um pouco mais para frente, no caso do risco


sistemático ou conjuntural, a administração consiste na escolha dos ativos,
visto que não podemos atuar de forma direta na conjuntura. As teorias
voltadas para a administração de carteiras apresentam modelos de
diversificação em relação ao risco sistemático.

No caso do risco próprio ou não sistemático do ativo, muitas vezes


podemos atuar de forma direta sobre o mesmo, administrando o risco.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 161


Este aspecto administrativo aparece claramente quando o ativo é uma
empresa e podemos diversificar os riscos próprios com uma administração
competente.

Teoria de carteiras

Para se proteger contra os riscos de mercado, as empresas procuraram


aperfeiçoar seus sistemas de controle, por meio de bases mais técnicas
e científicas, através de previsões e projeções sobre o comportamento
futuro de ativos e passivos. Diversas são as metodologias para se
mensurar o risco de um ativo ou de uma carteira.

O maior desafio dos Mercados Financeiros e de Capitais é o de combinar


a máxima rentabilidade com um baixo risco. A crescente sofisticação dos
mercados globais tem exigido dos investidores a utilização de estratégias
que maximizem a rentabilidade das suas carteiras de investimentos,
minimizando o risco do portfolio

Teoria de Markowitz

Harry Markowitz(1952), em seu artigo Portfolio Selection, estruturou as


bases sobre as quais se afirmou a Moderna Teoria de Investimentos. De
acordo com sua teoria, os investidores podem determinar todas as carteiras
"ótimas", no sentido risco e retorno, e formar a fronteira eficiente. A fronteira
eficiente pode ser descrita como o melhor conjunto possível de carteiras,
isto é, todas as carteiras têm o mínimo nível de risco para dado nível de
retorno. Os investidores se concentrariam na seleção de uma melhor
carteira na fronteira eficiente e ignorariam as demais consideradas
inferiores.

Um aspecto relevante da teoria de portfolio é que o risco de um ativo mantido


fora de uma carteira é diferente de seu risco quando incluído na carteira.
No estudo da diversificação, o risco de um ativo é avaliado pela contribuição
ao risco total da carteira. Elevando-se, de maneira diversificada, o numero
de títulos em uma carteira, é possível promover-se a redução de seu risco,
porém a uma taxa decrescente. A partir de um determinado numero de
títulos, a redução do risco praticamente deixa de existir, conservando a
carteira, de forma sistemática em certo nível de risco.

Assim até mesmo carteiras consideradas bem diversificadas costumam


manter certo grau de risco, impossível de ser eliminado pela diversificação,
denominado de risco sistemático.

O risco de uma carteira depende não somente do risco de cada elemento


que a compõe e de sua participação no investimento total, mas também
da forma como seus componentes se relacionam ou em outras palavras,
dependem da correlação existente entre esse conjunto de ativos. Mesmo
que a seleção seja feita levando-se em conta ativos com baixo nível de
correlação ou correlação inversa, é possível reduzir-se o risco total da
carteira.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 162


De acordo com sua postura ao risco, os investidores podem ser
classificados como:

=> Propensos ao risco (risk-lovers): os que buscam maiores ganhos


através dos maiores riscos;

=> Avessos ao risco (risk-averters): os que buscam maiores ganhos


através dos menores riscos;

=> Indiferentes ao risco: são indiferentes aos investimentos de mesmo


retorno, independentemente dos respectivos riscos.

R i s c o s Sistemáticos e Não Sistemáticos

O risco de ativo pode ser mensurado pela variabilidade dos retornos


projetados em torno do retorno esperado, ou seja, pelo grau de dispersão
dos retornos em relação à média.

Conforme já visto anteriormente, por meio do conceito da diversificação, é


possível esperar que ativos com risco possam se combinados no contexto
de uma carteira de forma que se apure um risco menor que aquele
calculado para cada um dos seus componentes. Desde que os retornos
dos ativos não sejam perfeita e positivamente correlacionados entre si, há
sempre uma redução do risco da carteira pela diversificação.

No entanto essa redução constatada em uma carteira diversificada ocorre


até certo limite, sendo impraticável a eliminação total do risco da carteira.
Isso é explicado, pela enorme dificuldade em encontrar-se na prática
investimentos com correlação perfeitamente negativa. O que se consegue,
em verdade, é a minimização do risco, e não sua eliminação completa.
Em verdade a diversificação procura combinar ativos que apresentem
alguma relação entre si, de forma a promover a redução do risco da carteira.

Essas colocações introduzem, implicitamente, duas importantes classes


de risco, o Risco Sistemático ou não diversificável e o risco diversificável
ou não sistemático. Esses dois grupos de risco também podem ser
definidos com Riscos conjunturais ou não diversificáveis e Risco Próprio
ou diversificável.

Para Ross (2002, p.242), um risco sistemático é qualquer risco que afeta
um grande número de ativos, cada um com maior ou menor intensidade,
e risco não sistemático é um risco que afeta especificamente um único
ativo ou um pequeno grupo de ativos.

Essa mesma abordagem pode ser encontrada em Brighan (2001, p.226),


que estabelece um paralelo entre a equação fundamental da reta Y = a +
b, em que "a" representa o risco sistémico ou não diversificável e b o risco
específico ou diversificável.

Como resumo do exposto, pode-se afirmar que o risco de um ativo pode


ser reduzido mediante um processo de diversificação, permanecendo
unicamente o elemento sistemático, que está relacionado com o

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 163


comportamento do mercado em geral. Dessa forma, ao compor uma
carteira de ativos, sua medida relevante passa a ser o risco sistemático,
já que o outro componente pode ser eliminado pela diversificação.

CONCEITO E CARACTERÍTICAS DO VAR

Em função da necessidade de criar processos e métricas visando


controlar e medir o valor das exposições geradas pelo grande número de
transações que são efetuadas pelos participantes do mercado financeiro
foi criado um instrumental conhecido pela indústria como Valor a Risco ou
simplesmente VaR.

Essa ferramenta composta com métricas específicas pode ser utilizada


para se estimar o valor a Risco de uma carteira de crédito, de uma carteira
exposta ao risco de mercado ou ainda do risco advindos dos processos
ou risco operacional.

O VaR (Value at Risk) pode ser definido da seguinte forma (JORION, 2003,
p.19): "O VaR sintetiza a maior (ou pior) perda esperada dentro de
determinado período de tempo e intervalo de confiança."

O VaR resume, em um só número, a exposição total ao risco de uma


carteira, empresa ou instituição financeira. Resumidamente podemos
afirmar que o VaR indica a pior (máxima) perda esperada dentro de
determinado período de tempo e intervalo de confiança.

Por exemplo, se o gestor de um fundo informa que o VaR diário é de 5%,


com nível de significância de 1 % , o investidor saberá que em 1 dia, a cada
intervalo de 100 dias, estará sujeito a uma perda máxima de 5%.

C O N C E I T O E CARACTERÍSTICAS DE LIMITES DE OSCILAÇÕES

Ao operar com derivativos, o participante incorre em riscos comuns a


outras aplicações, tais como o risco de crédito e o risco operacional, além
do risco de mercado, que abrange fatores relacionados aos riscos de
liquidez, de concentração de mercado, do comportamento dos ativos sobre
os quais se referenciam os derivativos, entre outros.

No âmbito dos derivativos, o risco de crédito refere-se à possibilidade da


contraparte não cumprir com suas obrigações, enquanto o risco operacional
diz respeito a falhas nos sistema de operações da BM&F. Para minimizar
riscos de crédito e operacional, a BM&F utiliza mecanismos de segurança,
representados por: (i) exigência de depósito de margens iniciais de garantia,
para que perdas acumuladas por um investidor não levem à sua
inadimplência e, consequentemente, perdas para outros investidores; (ii)
limites de oscilação diária de cotações, para que não se acumulem perdas
muito grandes num único pregão, produzindo ajustes diários muito
elevados; (iii) cobrança de ajustes diários dos investidores cujas posições
no m e r c a d o f u t u r o t e n h a m s o f r i d o p e r d a s n u m d a d o p r e g ã o .

Oscilação máxima diária: estabelece o intervalo máximo de variação

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 164


positiva ou negativa do preço por um dia. Atingido este limite, os negócios
são suspensos até o dia seguinte, o que dá tempo para os participantes
refletirem melhor sobre suas expectativas, restaurando a racionalidade no
mercado.
Contrato Limite de oscilação
A-Bond 201 ff 5% sobre o preço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado
Açúcar' 6,5% sobre o preço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado
Boi gordo 2 3,5% sobre opreço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado
Boi gordo mini 2 3,5% sobre opreço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado
Café arábica 2 9% sobre o preço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado
Café arábica mini : 9% sobre o preço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado
CDS Brasil 2 + / -100 pontos-base sobre o preço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado
1 vencimento: cupom sritético obtido pela combinação do limite de oscilação
o

máximo/minrno do futuro de DM como limite de oscilação máximo/ninino do futuro de


Cupom cambial 3
DOL; demais vencimentos: cupom sritético máximo/mírimopara o 1 vencimento o

composto com o limite de adlação máximo/mínimo ob FRC de mesmo vencimento


1 ao 6 vencimento: maior/menor entre +/-20% sobre taxa de referência e 300 pontos-
o o

Cupom de IGP-M base (3%); demais vencimentos: maior/menor entre +/-15% sobre ataxade referência e
200 pontcs-base (2%)
1 ao 6 vencimento: maior/menor entre +/-20% sobre taxa de referênciae 300pontos-
o o

Cupom de IPCA 2 base (3%); demais vencimentos: maior/menor entre +/-15% sobre ataxade referenda e
200 pontcs-base (2%) ^ ^ ^ ^ ^ ^
Dl de um dia 2 Taxa de juro de referenda + /-100pontcs-base
Dl longo 2 5% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado
Dólar comercial 2 Percentual sobre opreço deajuste do dia anterior do vendmento negodadcf
Dólar m i n i 2 Percentual sobre opreço deajuste do dia anterior do vendmento negodado*
Etanol 1 6% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado
Etanol com
liquidação 6,5% sobre opreço deajuste do dia anterior do vendmento negodado
financeira 2

Euro 2 6% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado


Euro x Real 2 6% sobre o preço deajuste dodia anterior do vendmento negodado
Dólar Australiano 6% sobre o preço deajuste dodia anterior do vendmento negodado
Dólar Canadense 6% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado
Iene 6% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado
Libra Esterlina 6% sobre o preço de ajuste do dia anterior do vendmento negodado
Peso Mexicano 6% sobre o preço deajuste dodia anterior do vendmento negodado
1 ao 5 vendmento: taxa de juro de referenda+ /-250 pontos-base (2,5%);demais
o o

FRA de cupom vendmentos: taxa de juro de referenda + /-200 pontos-base (2%)


1 ao 6 vendmento: maior/menor entre +/-20% sobre taxa de referenda e 200pontos-
o o

FRAde cupom de base (2%); demais vendmentos: maior/menor entre +/-15% sobre ataxade referenda e
IGP-M 200 pontos-base (2%)
Global Bonds 2 8% sobre o preço de ajuste do dia anterior do vendmento negodado
Ibovespa 2 10% sobre o preço de aj uste do da anterior ob vendmento negodado
Ibovespa mini 2 10% sobre o preço de aj uste do da anterior ob vendmento negodado
IBrX-50 2 8% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado
IGP-M 5% sobre o preço de ajuste do dia anterior do vendmento negodado
IPCA 2 2% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado
Milho' 5% sobre o preço deajuste dodia anterior do vendmento negodado
Milho com liquidação
5% sobre o preço deajuste dodia anterior do vendmento negodado
financeira 2

Milho base de preço' R$1,00/saca sobre opreço de ajuste do dia anterior ob vendmento negodado
5% sobre o preço de ajuste do dia anterior do 3 vendmento para todos os vendmentos, o
Ouro 250g
exceto os dois primeiros
Soja' 5% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado
Soja Financeira' 5% sobre o preço deajuste dodia anterior do vendmento negodado
Swap cambial e swqo
Limites do DDI interpdados para o prazo
cambial mini 3

US f - N o t e 5% sobre o preço deajuste do dia anterior do vendmento negodado


2

Opções com ajuste


HMHHHHHHHHHNKÍ^ : Limite d e oscilação '119^^
A t é 21 d i a s ú t e i s p a r a o v e n c i m e n t o : + / - 4 0 0 p o n t o s - b a s e ; d e 2 1 a 6 3 d i a s ú t e i s : * / -250 pontos-
b a s e ; d e 63 a 252 dias ú t e i s : + / - 1 8 0 p o n t o s - b a s e ; após 252 dias ú t e i s : + 20 p o n t o s - b a s e , s o b r e a
D ó lar co m e rcia i 2
volatilidade implícita d o d i a a n t e r i o r d o v e n c i m e n t o e preço d e exercício n e g o c i a d o . Olimite será
c a l c u l a d o c o n f o r m e Ofício Circular 129/2Q06-DG.
Para o 1 vencimento em aberto, o limite de oscilação será suspenso a partir do 3 dia útil anterior
o o

ao 1 dia do período de apresentação do aviso de entrega.


o

2Para o 1 vencimento em aberto, o limite de oscilação será suspenso nos três últimos dias de
o

negociação.
3Para o 1 vencimento em aberto, o limite de oscilação será suspenso nos três últimos dias de
o

negociação, com o 2 vencimento tornando-se a base de cálculo de todos os demais


o

vencimentos, por meio de seu cupom sintético.


"Para o 1 vencimento em aberto, máximo e mínimo de 6%; para demais vencimentos, conforme
o

Ofício Circular 12872006-DG. de 22/11/2006

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 165


C O N C E I T O E CARACTERÍTICAS DOS TÚNEIS DE NEGOCIAÇÃO E
REJEIÇÃO

Túnel de Negociação

Com o intuito de aperfeiçoar o processo de negociação eletrônica, a


BM&FBOVESPAadota (i) mecanismo de túneis de negociação; e (ii) limites
máximos para o tamanho de ofertas inseridas no sistema.

1. Túneis de Negociação

O PUMATrading System BM&FBOVESPA conta com dois tipos de túnel


de preço, quais sejam o "túnel de rejeição" e o "túnel de leilão", com
finalidades complementares.

1.1. Túnel de Rejeição

O objetivo do túnel de rejeição é diminuir a ocorrência de erros operacionais,


evitando a inclusão de ofertas erróneas no sistema de negociação. As
ofertas de compra e de venda inseridas no sistema de negociação que
estiverem fora do túnel de rejeição são automaticamente recusadas pelo
sistema.

1.2. Túnel de Leilão

O túnel de leilão, em geral, é mais estreito que o túnel de rejeição. Quando


atingido, causa o acionamento, de forma automática, de processo de leilão.
No caso de leilão acionado por túnel, o algoritmo adotado é o de
maximização da quantidade negociada e geração de todos os negócios a
um único preço {fixing). Aplicam-se ao leilão acionado por túnel as regras
constantes em: Regulação > Regulamentos e Normas > Procedimentos
O p e r a c i o n a i s > D e r i v a t i v o s > R e g r a s do P r e g ã o E l e t r ô n i c o .
Com a implantação dos túneis de leilão, deixarão de existir patamares
mínimos de interferência no sistema eletrônico de negociação, sendo que
o tamanho mínimo de registro de ofertas durante um leilão deverá respeitar
o lote mínimo do instrumento.

2. Limite Máximo para o Tamanho de Ofertas

Visando conferir mais segurança ao processo de registro de ofertas, foram


estabelecidos valores de quantidade máxima por oferta, para cada
instrumento.

3. Atualização de Parâmetros e Grupos de Instrumentos

A BM&FBOVESPA poderá alterar, a qualquer momento e sem aviso prévio,


os parâmetros dos túneis de negociação, as quantidades máximas por
oferta, e a distribuição dos contratos em grupos de liquidez na qual se
baseia a regra para registro de negócios diretos.

Os valores vigentes de quantidade máxima, divisão de contratos por grupos


de liquidez e parâmetros referentes aos leilões acionados por túneis estão

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 166


disponíveis em www.bmfbovespa.com.br: Regulação > Regulamentos e
Normas > Procedimentos Operacionais > Derivativos > Divisão de Ativos
por Grupos.

4. Outras Informações

A BM&FBOVESPA poderá desativar ou alterar a configuração de qualquer


túnel durante a sessão de negociação. A Bolsa também poderá, a seu
critério, submeter qualquer operação registrada a leilão, ainda que tal
o p e r a ç ã o esteja c o m p r e e n d i d a d e n t r o d o s t ú n e i s de l e i l ã o .
Os atuais limites de oscilação diária de preços permanecem inalterados.

Regra de túnel de negociação para contratos futuros de taxa média


de depósitos interfinanceiros de um dia (DM)

Exclusivamente para os contratos futuros de taxa média de depósitos


interfinanceiros de um dia, as regras de túnel de negociação são:
Os valores do túnel de rejeição são idênticos aos do túnel de leilão;

O leilão automático ocorrerá somente quando não houver negócio na fase


de pré-abertura para o contrato; e

Existem três grupos de negociação para esses contratos: D 1 , D2 e D3,


sendo que a diferença entre eles refere-se aos valores dos túneis e das
quantidades máximas por oferta e à condição para realização de leilão no
caso de operações diretas.

Para os instrumentos pertencentes ao grupo D3, o registro de operações


diretas é permitido somente por meio de realização de leilão no sistema
de negociação.

Sem prejuízo do exposto acima, a BM&FBOVESPA poderá, se necessário,


arbitrar o valor do preço-base de túnel.

Isto posto, tem-se uma estrutura de túneis de negociação, para um


instrumento, representável conforme a figura a seguir.

SEGMENTO BM&F:

Túnel de Rejeição e Leilão


Entrada de Oferta
Compra Venda Fechamento de Negócio
limite intradaydo ajuste anterior

Rejeição
Preço-base:
100,00
l i m i t e I n t r a d a y (%)
T únej_de_Le dão
Preço
Ba n d a s R e j e l i o Base
: - 5,00 / • 3.00 Túnel de Lei3o
J + 5,00 / - 3,00
Ban d a s l e l ã o

Rejeição

ite intraday d o aju ste a i terior

túnel de rejeição para ofertas de com ara: ( R $ 9 5 , 0 0 ; R$103,00);


túnel de rejeição para ofertas de venc a: (R$ 97,00; R$ 105j00);
túnel de lelão: (R$ 98,50; R$ 101,50);
Limite intraday: (R$ 90,00; R$ 110,00)

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 167


ATIVIDADE E M O D E L O D E LIQUIDAÇÃO E COMPENSAÇÃO DA
CLEARING

Clearing ou câmaras de liquidação e compensação é o termo utilizado


para designar instituições que, prestam serviços de compensação e
liquidação de operações realizadas em bolsas de valores ou em outros
mercados organizados ou não. Tais instituições são responsáveis pelo
cálculo das obrigações dos participantes do mercado para a liquidação de
suas operações, por meio da troca de ativos por seus respectivos valores
financeiros, podendo também ser responsáveis pela transferência dos
títulos e crédito dos saldos a seus participantes.

Essas câmaras realizam a compensação multilateral das obrigações entre


os participantes. Compensação multilateral é o procedimento destinado à
apuração das soma dos resultados bilaterais devedores e credores de
cada participante em relação aos demais.

As câmaras de compensação ou clearing houses são empresas atuantes


nos chamados mercados de balcão organizados ou bolsas, porem podem
existir operações que sejam feitas utilizando-se do mercado de balcão
não organizado.

Hoje o sistema financeiro nacional pode contar com 3 grandes prestadores


desse tipo de serviço sendo eles o Banco Central como controlador da
SELIC, a CETIP e a BM&FBovespa, sendo essa última responsável por 4
grandes clearing com foco em ativos de naturezas bastante específicas
sendo eles Derivativos, Ativos, Cambio e Ações, essa última ficando por
conta da CBLC. A seguir vamos especificar as atividades de cada uma
delas.

O R G A N O G R A M A DO S I S T E M A B R A S I L E I R O D E R E G I S T R O ,
LIQUIDAÇÃO E COMPENSAÇÃO D E OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Câmaras de
Compensação
Clearing House

CETIP - Central Clearing


SELIC
Clearing de Clearing de Títulos Privados e
Títulos Públicos Públicos

BM&F CBLC
Clearings Clearing da Bovespa
Específicas Ações

Câmbio Derivados Ativos

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 168


S E L I C - SISTEMA E S P E C I A L DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA

Criado em 1979, o SELIC destina-se ao registro de títulos e de depósitos


interfinanceiros por meio de equipamento eletrônico de teleprocessamento,
em contas gráficas abertas em nome de seus participantes, bem como
ao processamento, utilizando-se o mesmo mecanismo, de operações de
movimentação, resgate, ofertas públicas e respectivas liquidações
financeiras.

O Selic é o depositário de todos os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional


e pelo Banco Central do Brasil e por isso processa a emissão, o resgate,
o pagamento dos juros e a custódia dos mesmos. Outros títulos
governamentais são custodiados na CETIP

O SELIC processa também a liquidação financeira das operações de


compra e venda de títulos em definitivo e também as compromissadas
por recompra / revenda, que são realizadas por instituições financeiras
por conta própria ou por conta de terceiros (seus clientes). Para adquirir
os títulos custodiados no SELIC é preciso ter uma instituição financeira
como interveniente ou comprá-los através do site TESOURO DIRETO.

O SELIC é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele operado em


parceria com a AN BI MA-Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais. Tem seus centros operacionais localizados na
cidade do Rio de Janeiro - RJ.

CETIP - CÂMARA DE CUSTÓDIA E LIQUIDAÇÃO

Criada em 1986, a CETIP registra e custodia, além dos títulos emitidos


pelas instituições do SFN - Sistema Financeiro Nacional, todos os Créditos
Securitizados da União, da Dívida Agrícola (Lei 9.138, de 29/11/95), dos
Títulos da Dívida Agrária - T D A e dos Certificados Financeiros do Tesouro
- CFT.

A CETIP é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados


(Certificados de Depósito Bancário - CDB, Recibos de Depósito Bancários
- RDB, Depósitos Interfinanceiros - Dl, Letras de Câmbio - LC, Letras
Hipotecárias - LH, debêntures e commercial papers, entre outros), títulos
públicos estaduais e municipais e títulos representativos de dívidas de
responsabilidade do Tesouro Nacional, de que são exemplos os
relacionados com e m p r e s a s estatais e x t i n t a s , c o m o Fundo de
Compensação de Variação Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia
da Atividade Agropecuária - Proagro e com a dívida agrária (TDA).
Na qualidade de depositária dos títulos, a CETIP processa a emissão, o
resgate e a custódia dos títulos, bem como, quando for o caso, o pagamento
dos juros e demais eventos a eles relacionados. Quase todos os títulos
são emitidos na forma escriturai. Isto é, os títulos existem apenas sob a
forma de registros eletrônicos (os títulos emitidos em papel são fisicamente
custodiados por bancos autorizados). As operações com esses títulos
são realizadas no mercado de balcão, incluindo aquelas realizadas por
i n t e r m é d i o do C e t i p N e t ( s i s t e m a e l e t r ô n i c o de n e g o c i a ç ã o ) .
Desse sistema geralmente só participam instituições financeiras, por isso
elas devem ser intermediárias das operações de terceiros (seus clientes).

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 169


A CETIP também operacionaliza a Central Clearing de Compensação e
Liquidação (CENTRAL), câmara de ativos, a qual tem porobjeto compensar
e liquidar as operações de mercado secundário (envolvendo títulos públicos
ou privados, valores mobiliários, derivativos e outros ativos financeiros)
cursadas na CETIP

A CETIP, na liquidação de operações, não assume riscos e opera no


conceito "Entrega contra Pagamento" (somente efetiva as operações
quando o vendedor tem saldo de ativos para transferir para o comprador e
quando o comprador efetua o pagamento). Mas a Central Clearing assume
riscos e dá limites operacionais para a negociação de ativos a descoberto.

CÂMARAS DA BM&FBOVESPA

A BM&F Bovespa atua através de suas clearing atua como contraparte


central de suas operações tendo como principal objetivo a garantia das
operações realizadas nos mercados em que da cobertura com isso
possibilita a eliminação do risco de crédito que poderia haver nessas
operações.

Os participantes desse mercado detentores de posições junto a essas


clearing são obrigados a depositar margens de garantias definidas
conforme critérios específicos da BMF&F Bovespa.

BM&FBOVESPA - Câmara de Ativos

O sistema da BM&F denominado CLEARING DE ATIVOS ou Câmara de


Ativos da BM&F / BOVESPA destina-se à liquidação de operações com
títulos públicos federais no mercado à vista e no mercado futuro de títulos
emitidos por instituições financeiras.

Além de operações contratadas no ambiente de negociação eletrônica


administrado pela própria BM&FBOVESPA, a Câmara de Ativos pode
liquidar também operações do mercado de balcão tradicional, geralmente
contratadas por telefone. Em todos os casos, a liquidação é feita com
compensação multilateral e a entidade atua como contraparte central. A
liquidação dos resultados líquidos é efetuada em contas mantidas no Banco
Central, por intermédio do Sistema de Transferência de Reservas - STR e
do Selic respectivamente no que diz respeito à movimentação financeira e
à movimentação dos títulos.

Atualmente, são liquidadas por intermédio da entidade operações definitivas


(à vista e a termo) e compromissadas por recompra / revenda.

BM&FBOVESPA - Câmara de Câmbio

O sistema da BM&F / BOVESPA denominado CLEARING DE CÂMBIO

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 170


destina-se à liquidação de operações de compra e venda de moeda
estrangeira.

As operações interbancárias de câmbio são atualmente realizadas no


mercado de balcão, com registro obrigatório no Banco Central do Brasil (o
registro é feito pela parte compradora da moeda estrangeira, com
confirmação pela parte vendedora no prazo limite de uma hora no caso de
liquidação bruta em tempo real, ou de meia hora no caso de liquidação
pela BM&F /BOVESPA). Por opção das partes contratantes, a liquidação
pode ser feita por valor líquido ou bruto, respectivamente dentro ou fora da
Câmara de Câmbio da Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA.

Se a liquidação for feita pelo valor bruto, a liquidação da moeda nacional e


da moeda estrangeira é feita diretamente entre as partes contratantes,
respectivamente por intermédio do STR e de bancos correspondentes no
exterior.

BM&FBOVESPA - Câmara de Derivativos

Na BM&FBOVESPA são negociados contratos à vista, a termo, de futuros,


de opções e de swaps. Os principais contratos são referenciados a taxas
de juros, taxas de câmbio, índices de preços e índices do mercado
acionário. As obrigações financeiras relacionadas com esses contratos
são liquidadas por intermédio da Câmara de Derivativos, operada pela
própria BM&FBOVESPA. Nessa câmara, a liquidação é feita com
compensação multilateral em D+1, por intermédio do STR, em contas de
reservas bancárias, e a BM&FBOVESPA atua como contraparte central.

São participantes diretos da Câmara de Derivativos os membros de


compensação os participantes com liquidação direta (PLD) e os
participantes de liquidação especial (PLE). Podem atuar como membros
de compensação e participantes com liquidação direta bancos e corretoras
que atendam os requisitos para isso estabelecidos no regulamento do
sistema, destacando-se entre eles a exigência de capital mínimo e a
necessidade de comprovação de capacidade gerencial, organizacional e
operacional.

A câmara registra também operações com derivativos realizadas em


mercado de balcão, cuja liquidação pode ou não ser garantida conforme
opção das partes contratantes. Quando essas operações são garantidas,
a câmara também atua como contraparte central. Se não garantidas, as
operações são liquidadas diretamente entre as partes contratantes.

O membro de compensação é geralmente uma corretora, que liquida


operações próprias e de clientes.

CBLC

É a Câmara de Renda Variável da BM&FBOVESPA, que provê serviços


de compensação, liquidação e controle de risco das operações. A CBLC
também presta o Serviço de Custódia Fungível de ativos e administra o
Banco de Títulos - BTC.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 171
11. MERCADO DE CAPITAIS - PRODUTOS MODALIDADES
O P E R A C I O N A I S - LIQUIDAÇÃO

"Atenção: Este capítulo será objeto de 20 (vinte) questões no Exame,


sendo exigida a quantidade mínima de acertos de 10 (dez) questões"

MERCADO PRIMÁRIO

Existe uma classificação de mercado financeiro bastante importante que


é a distinção entre mercado primário e secundário de títulos.

Em princípio, qualquer ativo financeiro tem sua primeira negociação no


mercado primário. Quando uma letra de câmbio, um certificado de depó-
sito, uma ação ou qualquer outro ativo financeiro é vendido pela primeira
vez, isto é, quando é posto em circulação no mercado, diz-se que tais
operações ocorreram no mercado primário.

Se o primeiro comprador revender este ativo financeiro a uma terceira


pessoa e esta uma a outra, e assim por diante, diz-se que tais operações
ocorrem em mercado secundário.

A distinção entre mercado primário e mercado secundário é muito impor-


tante sob o ponto de vista económico, já que põe em relevo a forma como
se dá o fluxo de recursos para o financiamento,principalmente das empre-
sas, e mostra através de que mecanismos esse fluxo pode ser mantido e
aumentado.

É no mercado primário que a empresa obtém recursos para seus


investimentos, que os bancos obtém recursos para financiar as empresas,
etc. Deve-se ter em mente que apenas nas operações em mercado primário
é que ocorre o fluxo de recursos dos fornecedores de fundos para aqueles que
deles necessitam, tanto para investimentos como para consumo.

É ainda no mercado primário onde ocorre a colocação de ações ou outros


valores mobiliários, provenientes de novas emissões. As empresas recor-
rem ao mercado primário para complementar os recursos que necessitam,
visando financiamento de seus projetos ou seu emprego em outras
atividades produtivas.

O mercado secundário é onde os títulos já existentes se transferem de


um proprietário para outro. O valor transacionado nesse mercado não é
canalizado para a empresa ou para o banco, etc. Sob o ponto de vista
económico, não significa aumento ou diminuição de recursos para financiar
novos empreendimentos. A função deste mercado é dar liquidez aos
papéis (ativos financeiros), negociados no mercado primário.

Esse mercado é, pois, tão importante quanto o primário, uma vez que sua
existência é condição para o funcionamento do outro. Os ativos financeiros
não encontram colocação no mercado primário se não contarem com um
mercado secundário organizado capaz de dar liquidez a esses papéis.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 172


Como exemplo de mercados secundários podemos citar: o "open market"
(mercado aberto) onde se transacionam, após a sua emissão e primeira
venda, títulos como os de emissão do Tesouro Nacional, as Letras de
Câmbio, Certificados de Depósitos Bancários (CDB), e t c ; e as Bolsas de
Valores, onde se transacionam, no caso brasileiro, predominantemente
ações cuja emissão, muitas vezes, já ocorreu há décadas atrás.

O Financiamento das Empresas

Os interesses financeiros e os agentes económicos, de um modo geral,


estão constantemente gerando poupanças e fluxos financeiros que ali-
mentam ( financiam ) o processo de crescimento da economia. Os
recursos oriundos dos movimentos de caixa dos agentes económicos
estão associados às necessidades de pagamentos de curto prazo, e são
transacionados, fundamentalmente, no mercado aberto.

Já os recursos provenientes da poupança, conquanto não se excluem


movimentações no "open market", destinam-se, no fundamental, ao finan-
ciamento das atividades produtivas, em operações de prazos mais dilata-
dos, e, estas operações são conduzidas no mercado de capitais.

As empresas são, no sistema económico, os principais centros de absor-


ção dos investimentos produtivos. Para o financiamento de uma unidade
produtiva empresarial são requeridos recursos de diferentes naturezas,
magnitudes e prazos, obtidos, normalmente, de diferentes fontes
aglutinadoras de poupança.

A atividade empresarial é, portanto, a arte de combinar, de forma eficiente,


as atividades de obtenção de financiamentos, realização de investimentos,
e de gerenciamento de processos de produção e de distribuição de seus
produtos (bens ou serviços).

Simplificadamente, se uma empresa não dispõe de boa gerência de


produto e distribuição de seus produtos, isto refletirá, negativamente, na
sua política de financiamento que, por sua vez, implicará uma desajustada
política de investimento. Neste caso, a empresa não gerará como resulta-
dos (lucros) do que advém baixa ou nula remuneração a seus credores e
acionistas (proprietários), acarretando interrupções nos afluxos de recur-
sos, indispensáveis à continuidade de suas funções económicas e sociais.
Fonte de Recursos pl Financiamento Empresarial

Lucros Retidos
Internas Giro dos Créditos > Giro dos Débitos
Planejamento Fiscal e Tributário 1
Desimobilização
Outras r _ Debêntures
Fontes Commercial Paper
Empréstimos Bancários
Recursos
de Crédito Subsidiado
Terceiros Empréstimos Externos
~| Fornecedores
I Outras 1
Externas Recursos
Próprios Capital Social (Ações)

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 173


Ofertas Públicas de Ações e Outros Ativos

1. Underwriter

São instituições financeiras especializadas em operações de subscrições


de ações ou debêntures, junto ao público, em geral são bancos de
investimentos, sociedades corretoras ou sociedades distribuidoras.

2. Underwriting de ações

É o processo de lançamento de ações, mediante distribuição pública para


o qual a empresa encarrega um intermediário financeiro, que será respon-
sável pela colocação no mercado. Com relação ao tipo de ativos ofereci-
dos, as distribuições públicas podem ser: distribuição pública primária
(ativos novos) ou distribuições secundárias (títulos já existentes). Quanto
ao tipo de garantia de colocação, esses lançamentos públicos podem ser
basicamente de três tipos:

• Underwriting Firme

É o processo de lançamento no qual a instituição financeira, ou um


consórcio de instituições, assegura garantia firme de colocação, assumin-
do o compromisso de adquirirem para carteira própria qualquer quantidade
de títulos eventualmente não colocada junto aos investidores individuais
(público) e institucionais. Nesse tipo de operação o risco é inteiramente do
underwriter.

O fato de uma emissão ser colocada através de underwriting firme oferece


uma garantia adicional ao investidor, porque, se as instituições financeiras
do consórcio estão dispostas a assumir o risco da operação, é porque
confiam no êxito do lançamento, uma vez que não há interesse de sua parte
em imobilizar recursos por muito tempo.

• Melhor Esforço ou "Best-Effort Underwriting"

É o lançamento de ações no qual a instituição financeira assume apenas


o compromisso de fazer o melhor esforço para colocar o máximo de uma
emissão junto à sua clientela, nas melhores condições possíveis e num
determinado período de tempo. Neste caso, as dificuldades de colocação
dos títulos irão se refletir diretamente na empresa emissora. Neste caso o
investidor deve proceder a uma avaliação mais cuidadosa, tanto das
perspectivas da empresa quanto das instituições financeiras encarrega-
das do lançamento.

• Combinação dos dois Tipos, por exemplo,


Residual ou "Stand-By Underwriting"

A empresa emissora também pode contratar com as instituições partici-


pantes a garantia de colocação de apenas parte das ações. Por exemplo,

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 174


em um lançamento com garantia residual ("stand-by underwriting"), a
empresa negocia com as instituições um determinado percentual da
emissão (digamos 30%) sobre o qual haverá garantia firme de colocação.

A execução das operações de underwriting pode estar a cargo de bancos, de


corretoras e distribuidoras, na condição de líderes de sindicatos formados
com o objetivo de proceder esse lançamento, ou ser realizada em bolsas de
valores, nos chamados "leilões especiais".

2.1 - Preço de Emissão

O preço de emissão dos novos títulos é determinado previamente pela


empresa emissora ou então através do procedimento de "book building"
(construção do livro), onde a empresa, ao invés de fixar um preço,
estabelece as condições básicas de lançamento e os interessados na
aquisição encaminham suas ofertas, de forma sigilosa, para a instituição
coordenadora da emissão. Nesse caso, o preço definitivo de colocação dos
títulos é apurado após a análise dessas ofertas.

3. Block Trade

Oferta de grande lote de ações antigas (de posse de algum acionista) com
colocação junto ao público através das bolsas de valores e/ou mercado de
balcão.

MERCADO SECUNDÁRIO

M E R C A D O SECUNDÁRIO
É o Mercado onde ocorre a negociação dos valores
mobiliários adquiridos anteriormente

M e r c a d o de B a l c ã o | [ B o l s a de V a l o r e s

N ã o Organizado Organizado

Não T e m lugar
3
Sistema e l e t r ô n i c o
M a n t é m l u g a r adequado p a r a a
r e a l i z a ç ã o de n e g ó c i o s ( P r e g ã o
físico determinado de registro e Eletrônico).
d i v u l g a ç ã o de
negócios Divulga e r e g i s t r a rapidamente os
Q u a l q u e r titulo n e g ó c i o s executados
pode s e r Supervisiona a
negociado l i q u i d a ç ã o das Supervisiona a l i q u i d a ç ã o das
operações operações

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 175


• Mercado de Balcão Organizado

A Instrução CVM n° 461 de 23/10/07 disciplina o funcionamento dos mer-


cados de balcão organizados para a negociação de títulos e valores mo-
biliários. É um mercado onde as operações são realizadas exclusivamen-
te por sistema eletrônico de negociação, buscando assegurar a transpa-
rência das ofertas e operações realizadas e propiciar uma adequada for-
mação de preços, sendo nele transacionadas ações de empresas não
listadas em Bolsas de Valores e outras espécies de títulos.

• Mercado de Bolsa

Mercado de títulos onde as operações são realizadas por sistema eletrô-


nico com a divulgação dos negócios on line. São negociadas ações de
empresas registradas em bolsa e outras espécies de títulos previamente
aprovados pela CVM. Exemplo: Bovespa (ações), também regulado pela
Instrução CVM n° 461 de 23/10/07.

Sociedade por Ações

Modelo jurídico que visa permitir a operacionalização de uma companhia,


sem maiores responsabilidades para seus sócios do que o capital inves-
tido.
Características:

•=> Existência autónoma, com personalidade jurídica e patrimônio


distintos;

•=> Responsabilidade de seus sócios limitada ao aporte de capital;

<=> Capital dividido em ações de livre transferência.

De acordo com a Lei das Sociedades por Ações (Lei das SAs n° 6404/76)
a companhia é aberta ou fechada conforme valores mobiliários de sua
emissão, estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores
mobiliários.

Tipos:

<=> de Capital Aberto:


registrada na Comissão de Valores Mobiliários e portanto
autorizada a distribuir valores mobiliários de sua emissão junto
ao público, admitidos à negociação em bolsa ou no mercado de
balcão.

<=> de Capital Fechado:


sem registro junto a Comissão de Valores Mobiliários; os títulos
de sua emissão só podem ser objetos de transações privadas.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 176


PRINCIPAIS ATIVOS DE
EMISSÃO DAS CIAS.

Entre os valores mobiliários definidos pela Lei 6385/76 (com alterações da


10.303/01) encontram-se as ações, debêntures, notas promissórias e
bónus de subscrição.

Debêntures Simples
Ações (Commercial Paper) e/ou conversíveis em
ações -

-Não tem prazo -Tem prazo para -Tem prazo para res-
para resgate resgate(curto e médio gate e/ou conversão
prazos) em ações (longo
-Representam menor] prazo)
fração do Capital da -Representam
Empresa emitente empréstimos tomados -Representam
no mercado empréstimos toma-
-Renda variável dos no mercado
-Usualmente
-Geram benefícios rendem juros -Rendem juros, além
aos acionistas das atualizações
monetárias

S O M E N T E AS S O C I E D A D E S POR AÇOES D E C A P I T A L A B E R T O
PODEM D I S T R I B U I R AO PÚBLICO
OS V A L O R E S MOBILIÁRIOS D E SUA EMISSÃO

Ações

Pode-se, conceituar a ação como título emitido pela sociedade por ações,
representativo do valor da fração em que é dividido o Capital Social e do qual
resulta, para o seu titular, o direito de participar da vida social da companhia
(S.A).

Tal participação processa-se patrimonialmente, mediante a percepção


periódica de dividendos, e pessoalmente ou politicamente, através de
fiscalização dos negócios e influências nas deliberações sociais através do
voto.

As ações são, portanto, títulos de propriedade, representados por um


certificado que confere ao seu possuidor uma parcela de participação no
controle e nos lucros da empresa, bem como em suas obrigações.

Este certificado pode ser vendido e, consequentemente, transferido o seu


interesse de propriedade para terceiros. A responsabilidade dos sócios ou
acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou
adquiridas.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 177


As ações que constituem o Capital Social de uma companhia apresentam
as seguintes características:

<=> a espécie (ordinária, preferencial)

*=> a forma (nominativa, escriturai)

*=> a classe (A, B, C . )

Com relação a natureza dos direitos e vantagens que outorgam a seus


possuidores, as ações dividem-se em:

ordinárias: são ações que dão direito a voto, além de participar dos
resultados da companhia. Além disso, a legislação atual prevê que, caso o
controle da companhia seja vendido, o novo controlador é obrigado a fazer
uma Oferta Pública de Compra das demais ações com direito a voto,
oferecendo, no mínimo, 80% do valor pago aos antigos controladores (tal
prática é conhecida como Tag Along").

preferenciais: são ações que, normalmente, apenas participam dos


resultados da empresa, mas não tem direito a voto. Dependendo do
estatuto da companhia podem ter direito a voto em algumas situações e
garantia de dividendos mínimos. A extensão do Tag Along" para ações
preferenciais não é obrigatória.

De acordo com a legislação atual, o número de ações preferenciais sem


direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode
ultrapassar 50% do total de ações emitidas.

Sob a ótica do investidor, as ações são um investimento de prazo


indeterminado e de renda variável.

• Debêntures

São títulos de crédito de longo prazo emitidos por sociedades anónimas.


Sua finalidade é captar recursos para financiar os projetos de investimen-
to ou saldar dívidas.

As debêntures garantem ao seu comprador uma remuneração de juros


periódicos, prémio e outros rendimentos fixos ou variáveis e reembolso
específico do principal (valor nominal da debênture) na data do seu venci-
mento, podem ter garantias, não dando direito de participações nos bens
ou lucros da empresa.

São operações que envolvem milhões de reais, realizadas seguindo re-


quisitos legais para proteger os compradores de debêntures, através dos
contratos de debêntures e agentes fiduciários; todas as características
da operação são estabelecidas em escritura.

As debêntures podem ser simples ou conversíveis em ações. A coloca-


ção de uma debênture em mercado pode ser direta ou por oferta pública.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 178


Direta:

Feita diretamente a um comprador ou grupo de compradores, geralmente


instituições financeiras ou fundos de pensão. Usualmente é feita por com-
panhias de capital fechado e, nesse caso, como não há mercado secun-
dário organizado, as taxas de juros tendem a ser mais altas.

Oferta Pública:

Tem mercado secundário. Dependendo das alternativas são colocadas


com descontos (abaixo do valor nominal) ou com prémio (acima do valor
nominal).

• Commercial Paper

São Notas Promissórias Comerciais, equivalem à debêntures de curto


prazo. Foram regulamentados em fevereiro de 1990 (Instrução CVM 134/
90 e 292/98), é um instrumento utilizado para obtenção de recursos de
curto prazo resolvendo problemas de caixa. São títulos negociáveis, re-
presentativos de direito de crédito de curto prazo contra o emitente.

A emissão de Commercial Papers é regulamentada e controlada pela CVM,


assim como as debêntures.

Características do Commercial Paper:

•=> Prazo de emissão de 30 à 180 dias (Cias Fechadas) e de 30


à 360 dias (Cias Abertas);

^ Os títulos são mantidos em custódia em nome de seus titulares


junto ao banco emissor com emissão de recibos de aplicação;

•=> Usualmente rendem juros

• Bónus de Subscrição

Título emitido por uma Sociedade Anónima, dentro do limite do capital


autorizado, que confere a seu titular, nas condições constantes no certifi-
cado, direito de subscrever (comprar) ações, que será exercido contra
apresentação do bónus à companhia e pagamento do preço de emissão da
ação.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 179


GOVERNANÇA
CORPORATIVA

É o resultado da combinação do direito e práticas voluntárias apropriadas


do setor privado que habilitam a companhia a :

•=> atrair capital financeiro e humano


«=> desempenhar suas metas de modo eficaz
perpetuar sua capacidade de gerar valor a longo prazo
•=> respeitar o interesse de todos os acionistas e da sociedade
como um todo
O objetivo é assegurar a todos os acionistas equidade, transparência,
responsabilidade pelos resultados e obediência à leis.

O NOVO MERCADO DA B O V E S P A

A principal inovação do Novo Mercado, em relação à legislação, é a exigência


de que o capital social da companhia seja composto somente por ações
ordinárias. Porém, esta não é a única. Por exemplo, a companhia aberta
participante do Novo Mercado tem como obrigações adicionais:
Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas
pelos controladores quando da venda do controle da companhia (tag
along).
Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações
em circulação, no mínimo, pelo valor económico, nas hipóteses de
fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação
no Novo Mercado.
Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e
mandato unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No
mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros
independentes.
Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações,
representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da
companhia.
Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção
de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital.
Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de
conflitos societários.
Limitação de voto - Vedação a estabelecimento de limitação de voto
em percentual inferior a 5% do capital social, ou seja, a companhia
não poderá prever, em seu estatuto social, disposições que limitem
o número de votos de acionistas em percentuais inferiores a 5%
capital social, exceto em casos de desestatização ou de limites
exigidos em lei ou regulamentação aplicável a atividade desenvolvida
pela companhia.
Vedação ao estabelecimento de quórum qualificado - Exceto nos
casos exigidos em lei ou regulamentação aplicável, as companhias
não poderão prever em seus estatutos sociais, disposições que
estabeleçam quorum qualificado para a deliberação de matérias que
devam ser submetidas a assembleia geral de acionistas.
Vedação a cláusula que impeça o exercício de voto favorável ou
imponha ónus aos acionistas - "cláusula pétrea" - Exceto nos casos

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 180


exigidos em lei ou regulamentação aplicável, as Companhias não
poderão prever, em seus estatutos sociais, disposições que impeçam
o exercício de voto favorável ou imponham ónus aos acionistas que
votarem favoravelmente a supressão ou alterações de cláusulas
estatutárias.
Vedação a acumulação de cargos de presidente do conselho de
administração e diretor presidente ou principal executivo - Os
cargos de presidente do conselho de administração e de diretor
presidente ou principal executivo da Companhia não poderão ser
acumulados pela mesma pessoa.
Política de negociação de valores mobiliários - As companhias
deverão divulgar as políticas adotadas sobre a negociação de
valores mobiliários de sua emissão, por parte da própria
companhia, seu acionista controlador e administradores.
Código de conduta - As companhias deverão elaborar e divulgar
código de conduta que estabeleça os valores e princípios que
orientam suas atividades.

Além disso, na Bovespa as empresas negociadas podem classificar-se


em outros dois níveis (1 e 2), dependendo do grau de atendimento aos
seguintes itens:

NÍVEL ÍTENS:

1 2

X . Conselho de Administração com no mínimo 5


membros e mandato unificado de até 2 anos ,
permitida a reeleição. No mínimo 20%'dos
membros deverão ser conselheiros independentes;

X . extensão para todos os acionistas das mesmas


condições obtidas pelos controladores quando
da venda do controle da companhia;

X . direito de voto às ações preferenciais em


algumas matérias como transformação,
incorporação, cisão e fusão da companhia e
aprovação de contratos entre a companhia e
empresas do mesmo grupo;

X obrigatoriedade de realização de uma oferta de


compra de todas as ações em circulação, pelo
valor económico, nas hipóteses defechamento
do capital ou cancela-mento do registro neste
Nível 2;

X . adesão à Câmara de Arbitragem para resolução


de conflitos societários;

X X . manutenção em circulação de uma parcela


mínima de ações, representando 25% (vinte e
cinco por cento) do capital social da companhia;
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 181
NÍVEL ÍTENS:

. quando da realização de distribuições públicas


de ações, adoção de mecanismos que
favoreçam a dispersão do capital;

. Limitação de voto - Vedação a estabelecimento


de limitação de voto em percentual inferior a 5%
do capital social, ou seja, a companhia não
poderá prever, em seu estatuto social,
disposições que limitem o número de votos de
acionistas em percentuais inferiores a 5% capital
social, exceto em casos de desestatização ou de
limites exigidos em lei ou regulamentação
aplicável a atividade desenvolvida pela
companhia.

. Vedação ao estabelecimento de quórum


qualificado - Exceto nos casos exigidos em lei ou
regulamentação aplicável, as companhias não
poderão prever em seus estatutos sociais,
disposições que estabeleçam quorum qualificado
para a deliberação de matérias que devam ser
submetidas a assembleia geral de acionistas.

. Vedação a cláusula que impeça o exercício de


voto favorável ou imponha ónus aos acionistas -
"cláusula pétrea" - Exceto nos casos exigidos em
lei ou regulamentação aplicável, as Companhias
não poderão prever, em seus estatutos sociais,
disposições que impeçam o exercício de voto
favorável ou imponham ónus aos acionistas que
votarem favoravelmente a supressão ou
alterações de cláusulas estatutárias.

. Vedação a acumulação de cargos de presidente


do conselho de administração e diretor
presidente ou principal executivo - Os cargos de
presidente do conselho de administração e de
diretor presidente ou principal executivo da
Companhia não poderão ser acumulados pela
mesma pessoa.

. Obrigação do conselho de administração de


divulgar manifestação, no prazo de 15 dias a
partir do edital da oferta pública de aquisição de
ações - Manifestação obrigatória sobre os
termos e condições de qualquer oferta pública de
aquisição de ações que tenha por objeto ações
de emissão da companhia, levando em
consideração o interesse do conjunto dos
acionistas.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


X X . Política de negociação de valores mobiliários -
As companhias deverão divulgar as políticas
adotadas sobre a negociação de valores
mobiliários de sua emissão, por parte da própria
companhia, seu acionista controlador e
administradores.

X X . Código de conduta - As companhias deverão


elaborar e divulgar código de conduta que
estabeleça os valores e princípios que orientam
suas atividades.

Regras de Transparência que eram exigidas nos Níveis


Diferenciados de Governança Corporativa e que atualmente fazem
parte da Regulamentação Vigente:

- Dever de informar os participantes do Mercado: Instrução CVM 480


(Registro de emissores) e 481 (Dispõe sobre informações e pedidos
públicos de procuração para exercício do direito de voto em assembleias
de acionistas)
- Divulgação de Demonstrativos Financeiros em Padrão Internacional

BOVESPA MAIS

Segmento especial de listagem do mercado de balcão organizado, que


tem como objetivo tornar o mercado de ações acessível a um número
maior de empresas, em especial, àquelas atrativas aos investimentos
de médio e longo prazos, onde o foco no retorno potencial se sobrepõe
à necessidade de liquidez imediata.

As candidatas ao BOVESPA MAIS são as companhias, de qualquer


porte que entendem que a ampliação gradual da sua base acionária é o
caminho mais adequado a sua realidade, e que, portanto, pretendem
ingressar no mercado de capitais de forma gradativa. Inserem-se nesse
contexto em especial, as companhias de pequeno e médio porte que
buscam crescer utilizando o mercado acionário como uma relevante
fonte de recursos.

Apesar de realizadas no mesmo sistema eletrônico de negociação do


mercado principal o que garante a facilidade de acompanhamento por
todos os participantes do mercado, as negociações no Bovespa Mais
são mais flexíveis iniciando com um determinado número de leilões
(CALLS) diários em horários específicos, cujo o número vai se
ampliando a medida que o papel ganha liquidez até chegar a negociação
contínua (processo que pode ser antecipado caso a empresa contrate
um formador de mercado).

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 183


BOVESPA MAIS NOVO MERCADO NÍVEL 2 NÍVEL 1 TRADICIONAL

Free Float (D 25% 25% 25% Nã o h á reg ra

Ações (2) ON ON/PN ON/PN ON/PN


I com direitos adi dona is)

Conselho de Mínimo de três Mínimo de cinco Mínimo de cinco Mínimo de três Mínimo de três
Administração Membros membros dos quais membros dos quais Membros Membros
(conforme pelo menos 20% pelo menos 20%
(conforme (conforme
devem ser devem ser
legislação legislação legislação
independentes independentes

Tag Along 100% para 100% para 100%para açõesON ePN 80% para ações 80% para ações
ON conforme ON conforme
AçõesON AçõesON legislação legislação

Adoção da Câmara de
Arbitragem do Mercado Obrigatório Ob rigatório Ob rigatório Facultativo Facultat ivo

(1) 25% até o sétimo ano


(2) Somente ações ON podem ser negociadas e emitidas, mas é permitida a existência de PN
O mercado à vista é onde se realizam operações de compra e venda de
ações emitidas pelas empresas abertas registradas em Bolsa.

Este mercado caracteriza-se por ter os preços das ações com cotação
atual e pelo fato das operações serem liquidadas em três dias, se não
houver atraso por parte do vendedor na entrega das ações vendidas ou falta
de pagamento por parte do comprador, referente as ações compradas.

Considera-se "D+0" como sendo o dia da realização da operação no


Pregão ou no Sistema Eletrônico. No "D+3" a Corretora Vendedora
entrega das ações e recebe um crédito no valor da operação, enquanto que
a corretora compradora tem um débito no valor da operação e recebe as
ações adquiridas. A transferência dos títulos é denominada liquidação física
e a movimentação dos recursos liquidação financeira.

As liquidações física e financeira são realizadas pela CBLC "clearing",


responsável pela prestação dos serviços de compensação dos títulos
negociados no mercado.

Operação "Day Trade"

É uma operação de Compra e Venda de uma mesma quantidade de ações


de uma mesma empresa, realizada no mesmo dia pelo mesmo investidor,
através da mesma corretora e utilizando o mesmo agente de compensação.

Esta operação será liquidada por saldos em "D+3". Se o investidor vendeu


ações de uma empresa "X" em um determinado dia, a um preço superior
a compra, também realizada no mesmo dia, ele receberá um crédito em
"D+3" na compensação financeira referente ao saldo positivo da operação.
Se o investidor vendeu ações de uma empresa "X" em um determinado dia
a um preço inferior a compra também realizada no mesmo dia, ele terá que
pagar o prejuízo da operação em "D+3" sofrendo um débito na compensa-
ção financeira.

Exemplo: Compra de 1.000 ações do ativo "X" por $ 1.000,00


Venda de 1.000 ações do ativo "X" por $1.100,00

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 185


Operações inversas realizadas no pregão do mesmo dia, pelo
mesmo investidor, mesma corretora e mesmo agente de compensação.
Podem ser realizadas nos mercados a vista, futuro e de opções.

Liquidação: O comprador tem que pagar $ 1.000,00, e,


receber $1.100,00, como vendedor.

Logo: O investidor tem a receber $ 100,00 como saldo financeiro


da operação.

COMPRADOR 1.000 ações por $1.000,00 VENDEDOR


Mesmo < "A" do ativo "X" "B"
Investidor v
VENDEDOR 1.000 ações por $ 1.100,00 COMPRADOR
"A" do ativo "X" "C"

O comprador "C" paga $ 1.100,00 pela operação, $ 1.000,00 são destina-


dos ao vendedor "B" e $ 100,00 ao vendedor "A".

A s operações de "day trade" podem s e r realizadas


igualmente nos mercados futuro e de opções.

Formador de Mercado no Segmento Bovespa

Objetivo: garantir uma liquidez mínima e uma referência de preço para


determinado ativo.
Quem Pode Ser: Corretora de Valores, Distribuidora, Banco de Investimen-
to ou Banco Múltiplo com carteira de investimento.
Forma de Atuação: assumem a obrigação de estarem presentes no mer-
cado diariamente e de forma contínua, com ofertas firmes de compra e de
venda. A quantidade mínima de ativos de cada oferta é estabelecida pela
Bovespa, em função da quantidade média diária negociada da ação. Os
preços das ofertas de compra e de venda devem respeitar um intervalo
máximo (spread), estabelecido pela Bovespa, com base na volatilidade do
ativo em determinado período de tempo. Na ocorrência de situações ex-
traordinárias, quando o mercado apresentar comportamento indiscutivel-
mente atípico, o Formador ou terá seus parâmetros alterados ou será libe-
rado de suas obrigações. As ofertas de um ativo que conta com o Forma-
dor competem em igualdade de condições com as demais ofertas do
mercado, com o fechamento de negócios obedecendo os critérios de
melhor preço e ordem cronológica de registro.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 186


Modelo Competitivo e Tipos de Formador: uma mesma ação poderá ter
mais de um Formador. O Formador pode ser independente (sem vínculo
com a companhia emissora, seus controladores ou grandes acionistas)
ou contratado.
Regulamentação Pertinente: Instrução CVM 384 de 17/03/2003.

Formação do Preço à Vista

Oferta e Procura
«=> Determinantes: Desempenho Histórico;Perspectivas Futuras.

Escolas de Análise de Investimento

& Fundamentalista: baseada no estudo dos fundamentos económico finan-


ceiros das empresas.

*=> Técnica: também conhecida como Grafista, elabora análises com base no
estudo de gráficos de comportamento das negociações dos ativos.

Retorno do Investimento em Ações

Lucratividade é determinada por:


- Direitos e Proventos distribuídos
- Variação das Cotações da Ações

Eventos Societários

& Dividendos

Parte do lucro da empresa, após o imposto de renda, que é distribuída aos


sócios da companhia. Para os acionistas os dividendos são isentos de IR.

& Juros sobre capital próprio

Recursos que são pagos aos acionistas como "retribuição ao aporte de capital
que fizeram". A empresa pode deduzir esse montante como custo de capital,
enquanto que os acionistas, aos receberem esses recursos, pagam 15% de
IR na fonte.

°> Bonificação

Ação novas, emitidas em função de aumento de capital decorrente da


incorporação de reservas, que são distribuídas gratuitamente aos sócios.

^> Desdobramento

Ou "stock split", a exemplo da bonificação são ações novas que são distribu-
ídas gratuitamente aos sócios. A diferença entre o desdobramento e a

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 187


bonificação é que, nesse caso, não há alteração do capital da companhia,
apenas aumento do número de ações. Usualmente esse evento é utilizado
para melhorar as condições de liquidez das ações no mercado.

*=> Grupamento

Evento oposto ao desdobramento. Nesse caso, a empresa emissora determi-


na a troca de um determinado número de ações antigas por um número menor
de ações novas. Por exemplo, em um grupamento de 100 para 1, os acionistas
irão trocar 100 ações antigas por 1 ação nova.

<=> Subscrição Particular

Ações novas, emitidas com o objetivo de captar recursos, que serão


oferecidas preferencialmente aos atuais acionistas, que durante certo
período de tempo (determinado pela empresa), poderão exercer esse
direito (comprando as ações pelo preço de emissão) ou vende-lo no
mercado.

<=> Subscrição Pública

Assim como na subscrição particular, são ações novas, emitidas com o


objetivo de captar recursos. A diferença, nesse caso, é que os atuais
acionistas abriram mão de seu direito de preferência para adquiri-las,
autorizando a empresa a oferecê-las, durante certo período de tempo
(determinado pela empresa), para qualquer investidor nelas interessado.

Fórmula do Preço Ex-Teórlco

P V co m - D i v - Jur + ( % Sub x P r e m j s s â o ) -V.Econ.


P =
1 + % Bon + % Sub

onde:

P ex = P r e c o Ex-Teórico
PV„ = último preço de fechamento "com direito"
com ' »

Div = valor do dividendo/juros

Jur = valor dos juros sobre o capital

Bon = % da bonificação / desdobramento

Sub = % da subscrição

Pr e m i s s à o = Preço de emissão das ações


V.Econ. = Valor económico de outros ativos distribuídos

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 188


Custos de Transação

•=> Corretagem (receita da Corretora)

^ T a x a s (receita da Bolsa)
. Negociação
. Liquidação

Lote de Negociação no Mercado a Vista

<=> Padrão
^> Fracionário

Codificação

•=> Vista - Lote Padrão


O código do ativo no mercado a vista é composto por quatro posições
alfabéticas e uma ou duas posições numéricas.

TIPO DO ATIVO NÚMERO EXEMPLO

DIREITOS ORDINÁRIOS 01 VALE1

DIREITOS PREFERENCIAIS 02 VALE2

AÇÕES ORDINÁRIAS 03 VALE3

AÇÕES PREFERENCIAIS 04 VALE4

AÇÕES PREFERENCIAIS CLASSE A 05 VALE5

AÇÕES PREFERENCIAIS CLASSE B 06 VALE6

AÇÕES PREFERENCIAIS CLASSE C 07 VALE7

AÇÕES PREFERENCIAIS CLASSE D 08 VALE8

RECIBOS ORDINÁRIOS 09 VALE9

RECIBOS PREFERENCIAIS 10 VALE10

Vista - Fracionário

^> Código igual ao a vista lote, com acréscimo de um "F" ao final,


exemplo: VALE 3F

Formas de Cotação

^ Unitária
<=> Por Lote de Mil

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 189


índices Bursáteis

Os índices das Bolsas de Valores, procuram medir a lucratividade média


de uma carteira de ações, num determinado tempo.

Estes índices possibilitam aos investidores avaliarem seus investimentos


e a tendência dos negócios em geral; aos administradores dos fundos de
investimentos comparar seus desempenhos com o do mercado como um
todo; às autoridades econômico-financeiras utilizá-los como instrumentos
de auxílio em suas análises da situação do País.

Evidentemente, para que um indicador possa efetivamente ser utilizado,


para medir a lucratividade das ações negociadas, num mercado, o índice
deve possuir o maior crédito possível junto a todas as instituições que, de
uma forma ou de outra, tenham interesse neste mercado.

As ações que compõe o índice formam uma suposta carteira de investi-


mentos que devem representar de forma mais fiel e eficiente o comporta-
mento do mercado.

A evolução dos índices das Bolsas é uma informação de extrema importân-


cia que os analistas, investidores ou especuladores, devem somar a
outras, na avaliação de seus investimentos no mercado acionário.

índices de Ações - Mecânica Operacional

Preço $ Pontos do Preço $ Pontos do


[ Quanti- . Variação
Ação índice índice
dade %
DO DO D1 D1

A 100 3,00 300 3,30 330 + 10,0

B 200 2,50 500 2,25 450 -10,0

C 400 0,50 200 0,60 240 +20,0

Valor da
Valor da 1.000 1.020 +2,0
Carteira

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 190


Formas de Ponderação

Existem diversas formas de ponderação, mas podemos afirmar que as


quatro principais são:

• índice ponderado por pesos iguais - média aritmética simples em que


o divisor é o número de ações consideradas. Exemplo: Dow Jones Industrial
Average (DJIA).

• índice de igual ponderação em termos de valor (equal weighted value)


- nesse caso se supõe que, na montagem inicial da carteira e quando das
recomposições periódicas, é realizado o mesmo aporte financeiro em cada
um dos ativos integrantes da carteira teórica. Exemplo: IEE - índice de
Energia Elétrica.

• índice ponderado por capitalização de mercado -construído pela soma


dos valores de mercado das ações (total de ações emitidas pela empresa
multiplicado por sua última cotação de mercado) integrantes de sua
carteira. Atualmente são mais comuns os índices ponderados pelo valor
de mercado das ações em circulação, ou free float. A diferença é que ao
invés de considerar o total de ações emitidas pela empresa, são
consideradas apenas aquelas que estão potencialmente circulando no
mercado. São exemplos de índices assim oS&P 500 e os IBrX50e IBrXIOO.

• índice de retorno ponderado por pesos iguais - é apurado pelo ajuste


de seu valor anterior à média dos retornos (de um dia para o outro) de
cada ação da cesta. Para tanto se multiplica o índice de "ontem" (t - 1 ) pela
média de retornos do dia das ações que compõem o índice. Exemplo:
Value-Line Index.

• índice ponderado por liquidez - A ponderação desse índice é em


função do grau de liquidez de cada uma das ações pertencentes à carteira
teórica. Quanto maior a liquidez da ação em determinado mercado, maior
será o seu peso no índice. Exemplo: Ibovespa, onde o grau de liquidez de
cada ação é dado em função do seu índice de negociabilidade (média
geométrica das participações dos negócios realizados e do respectivos
volumes financeiros observados com a ação em relação aos totais do
mercado a vista (lote padrão).

ÍNDICE BOVESPA

O índice Bovespa foi criado em 1968, a partirda construção de uma carteira


teórica de ações que em conjunto representam 80% do número de
negócios e do volume transacionado à vista nos doze meses anteriores à
formação da carteira. Sua função é ser indicador de desempenho médio
das cotações das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.
Este índice não sofreu modificações metodológicas desde sua implanta-
ção, tendo apenas sofrido divisões do seu valor (por 100 e por 10),
unicamente para efeito de divulgação. O número de ações que o compõe
se alteram quadrimestralmente em função da participação relativa de cada
ação nos últimos 12 meses, atualmente em torno de 70 papéis.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 191


índices Calculados pela BM&FBOVESPA e outras Instituições

1) índices Amplos

• IBOVESPA - ÍNDICE BOVESPA


- Companhias que respondem por mais de 80% do número de negócios e
do volume financeiro verificados no mercado a vista (lote-padrão) da
BM&FBOVESPA.

• X - 5 0 - ÍNDICE BRASIL 50

- É composto pelos 50 papéis mais líquidos da BM&FBOVESPA.

•ÍNDICE F G V - 1 0 0
- Calculado pelo IBRE/CEEF, é um índice de preços de ações de 100
empresas privadas não financeiras, que têm seus papéis negociados na
BM&FBOVESPA e no Mercado Balcão Organizado, administrado pela
BM&FBOVESPA.
O peso de cada uma das empresas selecionadas é calculado a partir de
uma ponderação que toma como base seus patrimónios líquidos. A
composição e a estrutura de ponderação da carteira teórica são revistas e
atualizadas anualmente.
Em 1993, a mesma instituição criou outro índice semelhante, denominado
FGV100E, que se diferencia do FGV100 apenas por incluir empresas
estatais na composição da carteira teórica.

• I B r X - ÍNDICE BRASIL
- É composto por 100 papéis escolhidos em uma relação de ações classi-
ficadas em ordem decrescente por liquidez

• IBrA- ÍNDICE BRASILAMPLO


- É composto por todos os papéis listados na Bolsa que atendam a seus
critérios de liquidez.

• IVBX-2 - ÍNDICE VALOR BOVESPA


- É composto por 50 papéis escolhidos em uma relação de ações classi-
ficadas em ordem decrescente por liquidez/valor de mercado, a partir da
11a.

• MLCX - ÍNDICE MID-LARGE CAP


- A s empresas que, em conjunto, representam 85% do valor de mercado
total da Bolsa são elegíveis para participarem.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 192


• SMLL - ÍNDICE SMAL CAP
- Demais ações não incluídas no MLCX.

2) índices Setoriais

• IEE - ÍNDICE DE ENERGIA ELÉTRICA


-Ações mais líquidas do setorde energia elétrica.

• ITEL - ÍNDICE SETORIAL DE TELECOMUNICAÇÕES


- Empresas mais representativas do setor de telecomunicações.

• INDX - ÍNDICE DO SETOR INDUSTRIAL


-Ações mais líquidas do setor industrial.

• ICON - ÍNDICE DE CONSUMO


- Ações mais representativas do setor de consumo cíclico e não cíclico.

• IMOB - ÍNDICE IMOBILIÁRIO


- Ações mais representativas do setor: construção civil, intermediação
imobiliária e exploração de imóveis.

• IFNC - ÍNDICE FINANCEIRO


- Ações mais representativas dos setores de intermediários financeiros,
serviços financeiros diversos, previdência e seguros.

• IMAT- ÍNDICE MATERIAIS BÁSICOS


-Ações mais líquidas do setor de materiais básicos.

• UTIL- ÍNDICE DE UTILIDADE PÚBLICA


-Ações mais líquidas dos setores de energia elétrica, água e saneamento
e gas.

3) índices de Governança

• IGC - ÍNDICE DE GOVERNANÇA CORPORATIVA


- Companhias negociadas no: Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1.

PREPARATÓRIO PARA EXAME D E CERTIFICAÇÃO 193


• ITAG- ÍNDICE DE AÇOES COM TAG ALONG
- A ações cujas empresas oferecem tag along diferenciado.

• ISE- ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EFICIENTE


- Empresas com responsabilidade social e sustentabilidade empresarial.

• IC02- ÍNDICE CARBONO EFICIENTE


-Ações do IBrX50 que aceitaram participar do processo de elaboração e
divulgação do Inventário de Emissão de GEE, reponderadas em função
do seu coeficiente de emissões.

• IGCT- ÍNDICE DE GOVERNANÇA CORPORATIVA TRADE


- Segmento do IGC, composto pelas ações mais líquidas.

• IDIV - ÍNDICE DE DIVIDENDOS


-Ações de empresas que melhor remuneram seus acionistas em termos
de dividendos e juros sobre o capital próprio (dividend yield)

EXCHANGE TRADED FUND - E T F

Um fundo de índice negociado em bolsa é uma carteira de ações replicante


do portfolio de um índice, que tem suas cotas negociadas em mercado
secundário organizado. Assim, embora seja um fundo, o ETF é negociado
em bolsa como uma ação individual.

Seu objetivo é proporcionar ao investidor um investimento que corresponda


à rentabilidade daquele índice (antes do pagamento das taxas de despesas
do fundo) e, para tanto, sua carteira replica a composição deste índice, de
acordo com regras determinadas por regulação específica. No mercado
internacional são conhecidos com EFTs (Exchange Traded Funds) ou
trackers.

Por representarem com fidelidade a composição das carteiras dos índices


referencias, são uma alternativa de investimentos muito atraente, sendo
muito negociados no exterior.

Dentre as razões apontadas para o sucesso dos fundos de índices em


vários mercados podemos elencar:
• Diversificação - os ETFs são compostos por cestas de ações que pro-
porcionam diversificação instantânea para os investimentos, e assim, eli-
minam o risco de ação individual.
• Transparência - o investidor é informado diariamente, por meio de um
Website, dos ativos que compõem os ETFs.

PREPARATÓRIO PARA E X A M E D E CERTIFICAÇÃO 194


• Flexibilidade de Negociação - as cotas dos fundos de índice podem ser
compradas e vendidas durante o horário de pregão da bolsa de valores,
possibilitando que o investidor entre e saia de um investimento a qualquer
momento, sabendo dos preços negociados. Com isso proporcionam me-
lhor gerenciamento de risco, já que o investidor pode ajustar seu portfólio
quando necessário.
• Custos mais Competitivos - os ETFs tem pouco giro e usualmente cus-
tos mais competitivos em taxas de administração, o que reduz os custos
de transação da carteira.

Partes envolvidas nas operações com E T F s

• Bolsa de valores: fornece a plataforma para listagem, negociação,


liquidação e custódia.

• Gestor do fundo: responsável pela gestão da carteira do fundo e por


replicar a performance do índice de referência.

• Administrador do fundo: responsável pela administração do fundo e pela


emissão e resgate das cotas do ETF.

• Agente autorizado: corretora que pode emitir e resgatar lotes mínimos


de ETFs, relacionando-se diretamente com o administrador do fundo.

• Formador de mercado: corretoras presentes diária e continuamente no


mercado com ofertas de compra e de venda para, pelo menos, uma
quantidade mínima de ETFs por oferta e obedecendo a um spread máximo.

• Custodiante: assegura a guarda dos ETFs e dos ativos que os compõem,


bem como operacionaliza a emissão e o resgate das cotas.

IOPV (Indicative Optimized Portfólio Value)

O valor de referência do ETF, também conhecido como IOPV (Indicative


Optimized Portfólio Value), é uma estimativa do valor teórico da cota do
ETF em um dado momento. O IOPV corresponde ao valor total de todos
os ativos da carteira do ETF, atualizados de acordo com as mais recentes
cotações desses ativos na Bolsa, dividido pelo número total de cotas.

Integralização e Resgate de Cotas de E T F

A negociação de ETFs pode ocorrer no mercado secundário, quando o


investidor compra e vende o ETF no mercado a vista de Bolsa, da mesma
forma que faz com ações ou no mercado primário, quando o investidor
integraliza ou resgata um determinado número de cotas.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 195


MERCADO A TERMO

No mercado a termo, compra-se ou vende-se um ativo com vencimento em


determinada data futura (mínimo: 16 e máximo de 999 dias corridos), por um
preço previamente estabelecido em mercado, resultando em um acordo/
contrato entre as partes.

O preço a termo, que é fixado na abertura do negócio, é formado pelo preço


à vista mais uma taxa de juros, que varia conforme o prazo da transação.

Formas de Encerramento

^ Por decurso de prazo

^ Antes do decurso(*)
-Antecipada
- Por diferença
(*) os compradores podem solicitar o encerramento antes do decurso, mas
isso não alterará o valor do preço a termo.

Garantias

São exigidas de ambos os participantes:

^ vendedor:
cobertura, que é o depósito da totalidade dos títulos objeto da
operação.

•=> comprador:
margem, que é o depósito de numerário e/ou ativos autoriza-
dos, em um valor estabelecido pela Bovespa / CBLC.

Limite de Posições em Aberto

A CBLC estabelece, para cada ativo objeto, limites máximos de posição -


com base em um percentual das ações em circulação no mercado - que
podem ser detidos por investidor, por intermediário e pelo mercado como
um todo.

Custos de Transação

•=> Corretagem
•=> Taxas de Bolsa
. Negociação
. Liquidação
. Registro

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 196


• Estratégia de Atuação

Comprador a Termo

«=> Fixação de Preço de Compra

O Operação Caixa

Vendedor a Termo

•=> Aumentar receita

O Financiar

Fixação do Preço de Compra

-Operação: CT

- Expectativa: PV no vencimento > PT

- Lucro Potencial: PVvcto - PT

- Investimento Inicial: Margem

- Risco Máximo: PT

Exemplo:

PV = 100
PT = 101,33
MG = 10%
PV PT MG

Abertura 100,00 101,33 11,33

Vencimento ( W ) 110,00 110,00

Lucro 10,00 8,67

Retorno sobre Investimento + 10,00 + 76,5%

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 197


Operação de Caixa

Operação através da qual um investidor vende a vista um lote de ações


que possui e compra (no mesmo pregão) o mesmo lote a termo, por
exemplo para 30 dias; o custo do financiamento é dado pela diferença entre
os preços de compra e venda.

Operação de Financiamento

operação através da qual um investidor compra a vista um lote de ações


e o vende (no mesmo pregão) a termo, por exemplo para 30 dias; a
diferença entre os dois preços é a remuneração pelo prazo do financiamento.

Vantagem do Financiado

O financiado por exemplo, uma empresa que necessitou


de recursos por 30 dias, não tem que recorrer a Banco,
preencher ficha de cadastro, ter avalistas e comprar todo
o tipo de serviço, que as instituições bancárias exigem
como reciprocidade para obter o empréstimo.
- O financiado realizou uma operação "Caixa" ao vender
as ações que tinha em carteira no Mercado à Vista.
Recebendo os recursos para atender as suas necessi-
dades de capital de curto prazo e recomprando as
mesmas ações no Mercado a Termo, ao final de 30 dias,
isto porque, sua intenção não era se desfazer definitiva-
mente das ações da empresa a qual é acionista.

Vantagem do Financiador

Irá receber de volta os recursos aplicados com uma taxa


de juros embutida, que remunera o seu Capital.

PREPARATÓRIO PARA EXAME D E CERTIFICAÇÃO 198


Fluxo:

Preço a Termo

à Vista
+
Juros
Decurso de Prazo

DO D3 V-3 Prazo Final


Liq. Física e F i n a n c e i r a

> Último d i a para liq. por diferença

Exemplo de Financiamento de Termo:

O investidor compra ação à vista, em 2 2 / 0 2 por $ 1 0 0 , 0 0 , no mesmo


pregão, as vende a termo (para 3 0 dias) por $ 1 0 0 , 8 2 . O vencimento por
decurso será em 2 4 / 0 3 .

22/02 25/02 24/03(quinta)


i i
D3
Paga $ 1 0 0 , 0 0 Recebe $ 1 0 0 , 8 2

2 7 dias corridos
17 dias úteis

Taxa Bruta da Operação:

P Termo 100,82
TxB = [ ( ) - 1 ] x 100 =( ) - 1 ] x 100 0,82%
P Vista 100,00

Taxa Equivalente Mês:

Tx B
Txa.m. ={ [ ( ) + 1 ] (30/DC) } . ! x 1 0 o
100

0,82
Txa.m. ={ [ ( ) + 1 ] < 30/27 > } - 1 x 100 0,91%
100

Taxa Over:

Tx B
Txover = {{ [ ( ) + 1 ] ( 1 / D U ) } - 1 } x 3000
100

0,82
Txover^ ={{ [ ( ) + 1 ] < " " > } - 1 } x 3000 1,441504320% a. m.o
100

0,82
Txover a a ={{ [ ( )+ 1 ] < 252 /17 > } - 1 } x 100 12,86% a.a.
100

PREPARATÓRIO PARA EXAME D E CERTIFICAÇÃO 199


MERCADO A TERMO FLEXÍVEL

Modalidade de contrato a termo na qual o comprador pode vender a vista as


ações lastro da operação - depositadas pelo vendedor como cobertura
sem que isso seja considerado uma liquidação antecipada, e utilizar o
produto da venda para adquirir outras ações a vista, que passarão a ser o
novo objeto da operação.

Caso o comprador faça uso dessa prerrogativa e efetivamente venda a


vista as ações adquiridas a termo, a CBLC irá reter em dinheiro, do produto
da venda, o valor equivalente ao compromisso financeiro da operação
(quantidade de ações originalmente compradas a termo vezes o preço a
termo original). A CBLC permitirá que esses recursos sejam utilizados
exclusivamente para adquirir outras ações no mercado a vista, que ficarão
retidas como sendo as novas ações objeto da operação.

O prazo máximo atualmente permitido para essa modalidade é de 90 dias


corridos.

Exemplo:

Supondo que o investidor "A" comprou, no termo flexível, 1.000 ações da


empresa "X" por $ 105,00 (compromisso financeiro = $ 105.000,00) em um
contrato de 60 dias - vencimento por decurso de prazo em 10/ out.

Passados 15 dias o investidor "A" verifica que as ações "X" estão sendo
negociadas no mercado a vista por $ 110,00 e resolve alterar sua posição,
solicitando que as ações "X" sejam vendidas à vista. Do produto da venda
($ 110.000,00), $ 105.000,00 ficarão retidos na CBLC e $ 5.000,00 serão
liberados para o investidor "A".

O investidor "A" poderá utilizar, até V-10 da data de vencimento original (10/
out), esses $ 105.000,00 para comprar as ações de outra empresa no
mercado a vista, que ficarão depositadas como cobertura em substituição
às anteriores e passarão a ser as novas ações-objeto do contrato.

Essa possibilidade de substituição é prevista no contrato (e pode, inclusive,


ser efetuada mais de uma vez), não sendo considerada antecipação do
vencimento, que ocorrerá na data originalmente pactuada (10/out, em
nosso exemplo) e, além disso, não alterará o valor do compromisso
financeiro da operação.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 200


MERCADO FUTURO

Conceituação

É a compra e venda de ações, a um preço negociado entre as partes, para


liquidação em uma data futura, previamente determinada.

Diferentemente do Mercado a Termo, o preço do contrato futuro não é fixo


até o vencimento da operação, sendo alterado diariamente, em função das
negociações ocorridas nesse segmento (ver procedimentos de ajuste, na
sequência deste texto).

Modalidade

A modalidade de futuro de ações individuais transacionada na BOVESPA


é conhecida como "futuro com ajuste diário de resultados", ou seja,
diariamente os preços de todas as posições em aberto são comparados a
um preço de referência, chamado preço de ajuste, que é calculado para
cada ação/vencimento.

Formação do Preço Futuro

Usualmente o preço do contrato futuro equivale ao preço a vista do papel


acrescido de uma fração correspondente à expectativa de taxas de juros
entre o momento da negociação do contrato futuro e a respectiva data de
liquidação do contrato.

Preço de Ajuste Diário

É calculado após o encerramento das negociações do dia, para cada papel


e vencimento, correspondendo ao preço médio do papel no Mercado Futuro
apurado no período de negociações da tarde.

Procedimento de Ajuste Diário

O procedimento de ajuste é diferente para posições abertas no dia e para


posições abertas em pregões anteriores:
a) para posições abertas no dia: o preço do negócio é comparado com
o preço de ajuste do dia, se o resultado for positivo, o comprador é
creditado e o vendedor debitado; se o resultado for negativo, ocorre
o inverso.

Supondo que o preço do negócio realizado a futuro foi R$ 35,00 e que tanto
o comprador como o vendedor não detinham posições anteriores e conti-
nuaram posicionados ao final da sessão.

Se o preço de ajuste for superior ao do negócio, por exemplo, R$ 36,10, o


valor do ajuste será de R$ 1,10 (36,10 - 35,00), e portanto:
comprador será creditado em R$ 1,10
vendedor debitado em R$ 1,10

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 201


Se o preço de ajuste for inferior ao do negócio, por exemplo, R$ 33,70, o
valor do ajuste será de - R$ 1,30 (33,70 - 35,00), e portanto:
comprador será debitado em R$ 1,30
vendedor creditado em R$ 1,30
b) para posições abertas em pregões anteriores, o preço de ajuste do
dia é comparado ao preço de ajuste do dia anterior, sendo que se o
resultado for positivo, o comprador é creditado e o vendedor debita-
do; ocorrendo o inverso se o resultado for negativo.

Supondo que o preço de ajuste do dia anterior foi R$ 52,00 .


Se o preço de ajuste do dia for superior, por exemplo, R$ 54,00, o valor de
ajuste será de R$ 2,00 (54,00-52,00), e portanto:
comprador será creditado em R$ 2,00
vendedor debitado em R$ 2,00

Se o preço de ajuste do dia for inferior, por exemplo, R$ 50,60, o valor de


ajuste será de - R$ 1,40 (50,60-52,00), e portanto:
comprador será debitado em R$ 1,40
vendedor creditado em R$ 1,40
Os acertos financeiros dos ajustes ocorrem em D+1 de seu cálculo.

Ações negociadas no Mercado Futuro

Somente ações previamente autorizadas podem ser transacionadas no


Mercado Futuro de Ações.

Características básicas de negociação

O lote padrão das ações negociadas no Mercado Futuro é o mesmo vigente


para o mercado a vista, bem como a forma de cotação.
É permitida a realização de operações de day-trade nesse segmento.

Encerramento antecipado de posições

O investidor detentor de uma posição comprada ou vendida no Mercado


Futuro que não desejar ir para a liquidação física pode sair de sua posição
realizando uma operação de natureza oposta.

Vencimento

É o último dia em que um contrato futuro pode ser encerrado por meio da
realização de uma operação oposta no próprio Mercado Futuro.
Ocorre na terceira segunda-feira do mês de vencimento do contrato.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 202


Liquidação Física

Os contratos que permanecerem em aberto após o fechamento do dia do


vencimento terão obrigatoriamente liquidação física.

Preço de Liquidação

Será o preço médio a vista da ação no período da tarde do dia do vencimento

Codificação

Têm sete posições, sendo as 4 primeiras relativas ao código do ativo no


mercado a vista; a quinta posição é uma letra de "A" a "L" que indica o mês
de vencimento (igual ao procedimento adotado para as opções de compra);
a sexta posição é numérica e utilizada para indicar o tipo da ação; a sétima
posição é a letra "X" como indicação de mercado futuro.

Por exemplo:
PETRL4X
PETR : código da empresa PETROBRAS
L : mês de vencimento, no caso dezembro
4 : indica o tipo (PN)
X : indica que é Mercado Futuro

Garantias

São exigidas tanto do comprador como do vendedor, podem ser cobertura


ou margem.

É importante ressaltar que o vendedor coberto fica dispensado do depósito


de margem de garantia, mas continua participando dos procedimentos de
ajuste diário.

Proventos

Em dinheiro e direitos de preferência - o valor liquido recebido e/ou o valor


teórico do direito é descontado do último preço de ajuste "com-direito".

Em ações - os contratos passam a ser negociados na forma "com-direito"


até o vencimento.

Custos de Negociação

•=> Corretagem

•=> Custos de Bolsa


. Negociação
. Liquidação
. Registro

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 203


Porque Participar do Mercado Futuro de Ações?

Maiores retornos
Operar com expectativa de queda dos preços
Hedge
Arbitrando as expectativas de performance relativas de duas ações
Mudança de exposição em ações

MERCADO DE OPÇÕES

Conceituação

É o mercado onde não se negociam ativos financeiros ou commodities e


sim direitos de compra ou de venda de um lote de ações, ativos financei-
ros ou commodities, com preços e prazos de exercício preestabelecidos
contratualmente. Por esses direitos, o titular de uma opção paga um pré-
mio, podendo exercê-los - a qualquer momento ou somente no dia do
vencimento, dependendo do estilo da opção - ou revendê-los no mercado
durante o período de validade da opção.

Assim, a opção é um contrato que dá ao seu detentor, ou comprador, o


direito, mas não a obrigação de comprar o ativo objeto (caso seja uma
opção de compra), ou vende-lo (caso seja uma opção de venda), pelo
preço acordado, na data de vencimento da operação ou até esta.Em
contrapartida o vendedor ( o u lançador) tem a obrigação de vender, caso
tenha vendido uma opção de compra, ou tem a obrigação de comprar,
caso tenha vendido uma opção venda.

Tipos de Opções

Opção de Compra (Cali) :


O direito de comprar uma quantidade específica de um ativo objeto,
a um determinado preço de exercício e em prazo determinado.

Opção de Venda (Put):


O direito de vender uma quantidade específica de um ativo objeto, a um
determinado preço de exercício e em prazo determinado.

Opções Europeias:
O comprador da opção tem o direito de exercício somente na data de
vencimento.

Opções Americanas:
O comprador da opção tem direito de exercer a opção a qualquer tempo
até a data de vencimento.

Ativo Objeto:

É o ativo objeto a que a opção se refere.

Preço Exercício:

Preço ao qual a opção poderá ser exercida.

Prémio:
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 204
Preço negociado para adquirir o direito de exercício da opção.
Vencimento:

Quando ou até que data esta opção pode ser exercida.

Posição:
É o saldo resultante de uma ou mais operações com opção da mesma
série, realizadas em nome de um mesmo investidor, através de uma
mesma corretora. Dependendo da natureza do saldo, a posição será de
lançador ou titular.
Bloqueio de Posição:
É a operação através da qual, o lançador impede o exercício sobre
parte ou a totalidade de sua posição, mediante prévia compra de opção
da mesma série da anteriormente lançada.

Série:
São opções do mesmo tipo (compra ou venda) referentes ao mesmo
ativo objeto, tendo a mesma data de vencimento e o mesmo preço de
exercício.

Codificação das Opções na Bovespa:


Tem sete posições, sendo as 4 primeiras referentes ao código do ativo no
mercado à vista; a quinta letra indica se é uma opção de compra ou
de venda e o mês de vencimento (de A a L é opção de compra e de M a X
é opção de venda, sendo que A e M referem-se ao mês de vencimento de
janeiro, B e N a fevereiro e assim sucessivamente até L e X, que indicam
dezembro). A sexta e sétima posições são numéricas e referem-se a série
específica daquela opção(*).

OPC:ÃO MÊS DE OPC MÊS DE


Compra Venda Compra Venda

A M Janeiro G S Julho

B N Fevereiro H T Agosto

C O Março 1 U Setembro

D P Abril J V Outubro

E Q Maio K w Novembro

F R Junho L z Dezembro

Por exemplo: PETR H 40


PETR: código da empresa PETROBRAS
H : tipo da opção (compra) e mês de vencimento
(agosto)
40 : preço de exercício (*)
(*) sempre que possível esses números são semelhantes ao preço de exercício da
opção, mas há exceções. Recomenda-se, portanto, sempre verificar o preço
de exercício efetivo de uma determinada série (nos sites da Bovespa ou da CBLC,
ou no Boletim de Informações) antes de se executar uma operação.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 205


Porque Participar do Mercado Opções ?

Seguro ou Hedge

A operação tem por objetivo a proteção contra o risco de grandes variações


de preço do ativo objeto no futuro ( moedas, juros, commodities, ações,
empréstimos, e l e ) .

Gerar Renda

Quando o valor do ativo objeto, tem pequenas variações de preço (alta ou


queda).

Realizar Lucros Especulativos

Quando se aposta na direção do mercado e o resultado corresponde.

A expectativa do potencial de variação de preço do ativo objeto e da opção


define o objetivo da operação.

Opções T i t u lar Lançador

E x p e c t a t i v a d e A Ita E x p e c t a t i v a de Baixa

C o m pra G a r a ntia de Preço Operação Casada

A lavancagem Renda Adicional

Hedge Pos . Vendida

E x p e c t a t i v a de B a i x a E x p e c t a t i v a d e A Ita

Venda Hedge de posição Comprada Operação Casada

O p e r a r E x p e c t a t i v a de Baixa Renda Adicional

Formação do Prémio

O prémio da opção é negociado em mercado e seu valor depende da


relação entre preço de exercício e o preço a vista da ação-objeto (valor
intrínseco), da volatilidade histórica ou projetada do ativo/mercado (taxa de
risco) e da rentabilidade prevista dos ativos de renda fixa de mais baixo
risco(taxa de juros) e do tempo restante até o vecimento da opção.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 206


Exemplo:

Supondo que, faltando 20 dias para o vencimento o Preço a Vista de YPT


seja $ 50,90, e que uma opção de compra sobre YPT com preço de
exercício $40,00 esteja cotada a $ 14,00. Este prémio pode assim ser
dividido:

Valor Intrínseco = 10,90 3,10= Valor Tempo

Os preços das opções são formados pelo valor intrínseco mais o valor
tempo.

Preço corrente do ativo objeto


Valor Intrínseco
{ Preço de exercício da opção

Preço esperado Maturidade (Prazo até o vencto)

Valor Tempo
no vencimento { Volatilidade

{ Fluxo de caixa
(no período) {
Custo de fundos (funding)
Renda corrente (yield)

Exemplo de Valor Intrínseco:

a) Valor intrínseco de uma Cali: ( preço corrente ) - ( preço de exercício )

Cali Preço Preço Valor


Corrente Exercício Intrínseco

$30 $50 $ 0 fora do preço


$40 $50 $ 0 fora do preço
$50 $50 $0 no preço
$60 $50 $10 dentro do preço
$70 $50 $ 20 dentro do preço

O valor intrínseco de uma opção não pode ser menor que zero.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 207


b) Valor intrínseco de uma P u t : ( preço exercício ) - ( preço de corrente )

Put Preço Preço Valor


Corrente Exercício Intrínseco

$30 $50 $20 dentro do preço


$40 $50 $10 dentro do preço
$50 $50 $0 no preço
$60 $50 $0 fora do preço
$70 $50 $0 fora do preço

Exemplo de Valor Tempo:

Vamos supor que, faltando 25 dias para o vencimento das opções, voce
adquiriu opções de compra sobre ações XYZ com preço de exercício a
$ 30,00, pagando um prémio de $ 2,60.

Considerando que o preço à vista de XYZ no dia da compra das opções


era de $ 32,00, como podemos descrever a composição do prémio pago
por você?

Resposta:

Em primeiro lugar devemos verificar se no momento da sua aquisição a


posse da opção trouxe alguma vantagem económica.

Como a opção adquirida lhe assegurou o direito de comprar por $ 30,00


( o preço de exercício) uma ação que já estava cotada no mercado à vista
por $ 32,00, concluímos que essa vantagem / benefício económico foi de
$ 2,00. Esse é o chamado valor intrínseco da opção. Como voce pagou
$ 2,60 pela opção, logo a diferença, ou seja $ 0,60, é o chamado valor
tempo.

Porque pagou esses $ 0,60 adicionais?

Ora, não se esqueça que ainda faltam 25 dias para o vencimento e voce
acha que XYZ até o vencimento estará sendo negociada por mais de
$ 32,60.

Esquematicamente a situação pode ser descrita assim:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 208


. Ação XYZ

Mercado à Vista Opção de Compra

Preço à vista: $ 32,00 Preço de Exercício: $ 30,00


Prazo até Vencto. : 25 dias

Prémio: $ 2,60

Valor Intrínseco = = Valor Tempo

Max (O, Pv - Pex) Max (O, P r - V I n t r . )

2) Considere que, faltando 25 dias para o vencimento das opções, voce


adquiriu opções de compra sobre ações XYZ com preço de exercício a
$ 36,00, pagando $ 0,10 de prémio. Dado que o preço a vista de XYZ no
momento da compra era de $ 32,00, sua opção tinha algum valor intrínse-
co?

Resposta:
A questão proposta, em outros termos, é se existia alguma vantagem eco-
nómica, no momento da aquisição da opção, de se ter o direito de com-
prar por $ 36,00 uma ação que estava sendo negociada a $ 32,00.
Analisando dessa maneira, fica fácil concluir que não. Todo o valor do pré-
mio pago, portanto , é composto pelo chamado valor tempo.

Esquematicamente a situação é descrita assim:


Ação XYZ

Mercado à Vista Opção de Compra

Preço à vista: $ 32,00 Preço de Exercício: $ 36,00


Prazo até Vencto. : 25 dias

Prémio: $ 0,10

Valor Intrínseco = $0,10 Valor Tempo

Max (O, Pv - Pex) Max (O, P r - V . Intr.)

PREPARATÓRIO PARA E X A M E D E CERTIFICAÇÃO 209


• Garantias

Para o titular de Opções

O titular no Mercado de Opções está isento de prestar garantias, pois o


risco máximo que pode correr é ele não exercer sua posição e perder o
prémio pago.

Para o Lançador de Opções

Somente das posições lançadoras é exigida a prestação de garantias, e a


finalidade da garantia é assegurar o cumprimento da obrigação assumida.

Lançador Coberto

Deposita os títulos relativos a Opção.

Lançador Descoberto

Deposita margem em dinheiro ou os mesmos ativos aceitos no


mercado a termo, conforme calculo efetuado pela Clearing.
A margem depositada é o resultado da soma dos seguintes componentes:
margem de prémio (prémio de fechamento do dia) e margem de risco
(maior prejuízo potencial projetado para o dia seguinte).

Limites de Posições em Aberto

A Bolsa estabelece, para cada ativo objeto, limites máximos de posição -


usualmente com base em um percentual das ações em circulação no
mercado - que podem ser detidos por investidor, por intermediário e pelo
mercado como um todo. No caso do mercado de opções os limites
abrangem os seguintes níveis:

- Por investidor: total das posições em aberto; total por série; total
das posições descobertas; total por série descoberta

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 210


- Por intermediário:total das posições em aberto e total das
posições descobertas

- Para o mercado:total das posições em aberto e total das


posições descobertas

• C u s t o s de Transação

•=> Corretagem

*=> Taxas de Bolsa

- negociação

- liquidação

- registro

• Opções sobre índice de Ações

Opções de compra e de venda sobre o índice Bovespa, o índice Bovespa


Mini e o IBrX 50, sendo cada contrato equivalente ao direito de comprar ou
vender um índice. Os preços de exercícios e os prémios transacionados
são cotados em pontos do índice, com cada ponto equivalendo a um valor
em reais (atualmente R$ 1,00) estabelecido pela Bolsa.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 211


P e s s o a Física

Alíquota Retenção (
antecipação do imposto) Isenção Recolhimento Responsab..
pela Instituição financeira do Recolhimento

Mercados A Vista 15% 0,005% na fonte R$ 20.000,00 mensal Contribuinte

Opções (*) 15% 0,005% na fonte mensal Contribuinte

Termo (*) 15% 0,005% na fonte mensal Contribuinte

Futuro 15% 0,005% na fonte mensal Contribuinte

Operações POP 15% 0,005% na fonte mensal Contribuinte

Fundos e Clubes de Investimentos 15% resgate Administradordo


Fdo/Clube

Day Trade 20% 1% na fonte mensal Contribuinte


MERCADO
INTERNACIONAL

• ADR's - American Depositary Receipts

Os ADR's foram criados na década de 1920 com o objetivo principal de


facilitar a negociação de "Securities" emitidas por companhias sediadas
fora dos E.U.A., no mercado norte americano.O mercado de ADR's
expandiu-se de forma importante durante a década de 70 e 80; crescendo
de 585 programas em 1983 para 986 programas em 1993 e 1412
programas em junho de 2003, envolvendo 78 países emissores.

Os ADR's são instrumentos negociáveis que representam a propriedade


indireta de "Securities" emitidas por companhias sediadas fora dos E.U.A..
São cotados em US$, e podem ser negociados em Bolsas de Valores
americanas ou nos mercados OTC ("Over the Counter", mercado de
balcão onde são negociados as "Securities" não cotadas em Bolsa).

Os ADR's são emitidos por um banco norte-americano (banco depositá-


rio), evidenciando a propriedade de "American Depositary Receipts". Estes
por sua vez representam uma certa quantidade de "Securities" emitidas por
companhias sediadas fora dos E.U.A., mantidas em custódias por um
banco sediado (banco custodiante) no País de origem das mesmas.O
público alvo para lançamento de ADR's são as empresas de grande porte,
com boa situação económica financeira e preferencialmente apresentando
um importante volume de vendas para o mercado externo, permitindo às
empresas não americanas o acesso as Bolsas de Valores norte-americanas.

Níveis de ADR

Existem 4 diferentes níveis de ADR que se diferenciam basicamente com


relação ao tipo de exigência de adaptação as regras americanas e quais os
segmentos de mercado onde tem sua negociação autorizada:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 213


Nível Mercado Tipo de Distribuição

144 A Balcão Secundária


( s o m e n t e p/ i n v e s t i d o r e s
Qualificados)

1 Balcão Secundária

2 Bolsa Secundária

3 Bolsa Primária/Secundária

• G D R ' s - Global Depositary Receipts

DRs que são ofertados para investidores em dois ou mais centros financei-
ros, fora do país de origem do emissor.

Os DRs podem ser ofertados de maneira Pública ou Privada: o método


adotado definirá o segmento de investidores que poderão comprar/negoci-
ar estes instrumentos. Nos Estados Unidos, valores mobiliários ofertados
através de emissão pública podem ser comprados por uma gama maior de
investidores, no mercado de balcão ou em uma bolsa de valores nacional.

As emissões privadas podem somente ser vendidas para os chamados


QIBs, Qualified Institutional Investors (Investidores Institucionais Qualifica-
dos).

• B D R s - Brazilian Depositary Receipts

Brasilian Depositary (BDRs) são certificados de depósitos de valores


mobiliários emitidos no Brasil por instituições brasileiras (instituições
depositárias ou emissoras), autorizadas a funcionar pelo Banco Central e
habilitadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a emitir BDRs, que
representam valores mobiliários de emissão de companhias abertas ou
assemelhadas com sede no exterior.

A emissão é lastreada em valores mobiliários custodiados em seu País de


origem por instituições custodiantes.

Existem dois tipos de BDRs: os patrocinados (níveis I, II e III), quando as


próprias empresas disponibilizam seus valores mobiliários para serem
negociados no Brasil; e os não patrocionados (nível I ), quando uma
instituição depositária, sem o envolvimento da companhia estrangeira,
lança a negociação destes certificados aqui no Brasil.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 214


LIQUIDAÇÃO DAS
OPERAÇÕES

LIQUIDAÇÃO DAS OPERAÇÕES DO S E G M E N T O B O V E S P A - PROCEDIMEN-


T O S E PRAZOS

A CBLC

A CBLC é responsável pelos serviços de guarda centralizada, compen-


sação e liquidação das o p e r a ç õ e s realizadas nos m e r c a d o s da
BM&FBOVESPA, segmento Bovespa (à vista, derivativos, balcão organi-
zado, renda fixa privada, e t c ) . Também executa o controle de risco de
todos os participantes envolvidos nas transações e administra um serviço
que viabiliza o empréstimo de títulos entre os participantes do mercado, o
Banco de Títulos CBLC - BTC.

Única central depositária de ativos no Brasil para o mercado de ações, a


CBLC oferece também, desde 2001, serviços para o mercado de títulos
de renda fixa corporativa.

O serviço da Central Depositária de Ativos permite que os investidores


titulares de ativos listados no mercado BOVESPA - ações, títulos de renda
fixa privada, certificados de investimento, cotas de fundos imobiliários e
certificados de recebíveis imobiliários - mantenham suas posições
registradas sob forma escriturai, em contas individualizadas e sob a res-
ponsabilidade de uma instituição financeira de sua escolha.

A CBLC foi pioneira na desmaterialização dos ativos depositados na Cen-


tral Depositária de Ativos (CDS) e esta característica é um diferencial em
comparação às principais CDSs do mundo. Essa prática permitiu que se
adotasse o conceito de fungibilidade dos ativos na Central Depositária.

A CBLC assume o papel de proprietária fiduciária dos ativos perante os


emissores dos ativos listados na BM&FBOVESPA, o que otimiza os pro-
cessos de transferência decorrentes dos negócios realizados na Bolsa.

A CBLC mantém uma estrutura de contas individualizadas em nome do


investidor final, o que possibilita que ela preste uma série de serviços aos
investidores finais, mas sem implicar em manter um relacionamento dire-
to com eles. O representante do investidor perante a CBLC é o Agente de
Custódia, participante direto da CBLC. A CBLC informa diretamente aos
investidores finais suas posições mantidas na Central Depositária de Ati-
vos.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 215


Custódia de Títulos

Definição

<=> Serviço de guarda de valores prestado por instituições autorizadas


aos participantes do mercado

o Existem duas modalidades de operacionalização desse serviço:


. Infungível: onde o mesmo ativo depositado é o que é devolvido ou
transferido quando solicitado pelo seu proprietário

. Fungível: onde há o comprometimento de devolver ou transferir


um ativo de idênticas características, porém,não necessariamente
o mesmo que foi depositado.

Agentes de Custódia

Participantes da Central Depositária são as instituições responsáveis,


perante seus clientes e a CBLC, pela administração de contas de custódia
própria e de seus clientes junto ao serviço de Central Depositária de Ativos.

Os Agentes de Custódia se classificam em três categorias:

"=> Agentes de Custódia Plenos


Instituições habilitadas a administrar contas de custódia para a carteira
própria e de empresas pertencentes ao mesmo grupo económico de que
façam parte, investidores não institucionais, clubes de investimento, inves-
tidores institucionais e investidores não residentes.

•=> Agentes de Custódia Próprios


Instituições habilitadas a administrar contas de custódia para a carteira
própria e de empresas pertencentes ao mesmo grupo económico de que
façam parte, investidores institucionais e não institucionais e clubes de
investimento, observados os termos e limites estabelecidos pela CBLC.

•=> Agentes Especiais de Custódia


Instituições habilitadas a administrar somente conta de custódia própria.

Podem qualificar-se como Agentes de Custódia Plenos ou Próprios, as


sociedades corretoras, as distribuidoras, os bancos comerciais, múltiplos,
ou de investimento, e outras instituições, a critério da CBLC.

Podem qualificar-se como Agentes Especiais entidades fechadas de


previdência complementar autorizadas a funcionar pela Secretaria de
Previdência Complementar - SPC, companhias seguradoras e entidades
abertas de previdência privadas autorizadas a funcionar pela Superinten-
dência de Seguros Privados - SUSEP, e outras instituições , a critério da
CBLC.

PREPARATÓRIO PARA E X A M E DE CERTIFICAÇÃO 216


Código ISIN

Todos os ativos mantidos na Central Depositária de Ativos possuem


codificação ISIN, o que permite sua perfeita identificação em qualquer par-
te do mundo. Vale mencionar que a BM&FBOVESPA é a Agência Nacional
de codificação ISIN, membro da ANNA(Association of National Numbering
Agencies), para todos os ativos brasileiros, incluindo ações, títulos de ren-
da fixa e títulos públicos federais.

LIQUIDAÇÃO E COMPENSAÇÃO DAS OPERAÇÕES

A CBLC oferece serviços de alocação e liquidação para todas as opera-


ções realizadas nos ambientes de negociação do segmento BOVESPA.

A CBLC também oferece um serviço de alocação de operações, que per-


mite que os intermediários que efetuaram transações nos sistemas de
negociação possam identificar os investidores finais, o que é obrigatório
de acordo com a legislação vigente.

As atividades de compensação e liquidação realizadas pelos Agentes de


Compensação, que são instituições responsáveis, como Contraparte
perante seus clientes e a CBLC, pelas funções de colateralização e
liquidação de todas as transações sob sua responsabilidade. Os Agen-
tes de Compensação podem ser sociedades corretoras, bancos comer-
ciais ou múltiplos, bancos de investimento, sociedades distribuidoras e
outras instituições a critério da CBLC.

Os Agentes de Compensação, que se classificam em três categorias:

Agentes de Compensação Plenos

Exercem as atividades de liquidação para carteira própria e de


seus clientes, bem como para contas de outras corretoras e
investidores institucionais de grande porte, denominados Clien-
tes Qualificados.

Agentes de Compensação Próprios

Exercem as atividades de colateralização e liquidação:

de carteira própria e de seus clientes;


de operações intermediadas por empresas do mesmo
grupo económico e de empresas do grupo económico,
intermediadas por quaisquer outras instituições;
entidades de investimento coletivo por eles administradas
ou de alguma maneira, relacionadas ao mesmo grupo
económico.

Agentes de Compensação Específico

Exercem as atividades de colateralização e liquidação de opera-


ções com títulos de renda fixa privados, emitidos por empresas
não financeiras e com Ativos negociados nos Ambientes de
Negociação:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 217


da carteira própria e de seus clientes;
de operações intermediadas por empresas do mesmo
grupo económico;
de empresas do mesmo grupo económico,
intermediadas por quaisquer outras instituições;
de entidades de investimento coletivo por eles administra-
das ou de alguma maneira, relacionadas ao mesmo
grupo económico.

Controle de Risco

A CBLC mantém um serviço de Gerenciamento de Riscos com o objetivo


de identificar, mensurar e prover cobertura ou transferência dos riscos -
em especial os riscos de crédito, liquidez, operacional, legal e de mercado
- através da adoção de um conjunto de procedimentos e sistemas desen-
volvidos para a execução destas atividades.

Isso se torna necessário pois a CBLC se torna contraparte central para


todos os Agentes de Compensação no momento em que a operação é
fechada, colocando-se assim entre todos os compradores e vendedores,
e assumindo todo o risco das contrapartes entre o fechamento do negócio
e sua liquidação
Fluxo:

Executa Executa
Corretora Ordem Pregão da Ordem Corretora
Vendedora £>| BOVESPA <3- Compradora!

Entrega Recebe
Créd to em Títulos Custódia Títulos Dé )ito em
R $ r a conta
RS ní conta
D + 3 da Corretora
da Corretora D + 3

. Créditos Débitos
Agente <J enl R$ CLEARING em R $ Agente
[Compensação l Compensação
D + 3 D + 3

• Mercado a Vista

Toda operação é registrada automaticamente nos sistemas da Bolsa e


informada ao sistema de compensação e liquidação da CBLC. A comparação
das informações das partes compradoras e vendedoras e validação dos
negócios são feitas automaticamente pelo sistema eletrônico de registro.

As operações registradas na Bovespa devem ter o investidor final identifi-


cado pelas corretoras que atuam como seus intermediários. Essa informa

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 218


ção é confidencial, sendo seu acesso restrito apenas aos funcionários
responsáveis pelo monitoramento do mercado.

Após registrada as operações, os corretores devem iniciar o processo


de especificação dos comitentes finais (identificação de quem vendeu
ou comprou ações). O processo de identificação dos comitentes é
o b r i g a t ó r i o e é f e i t o por meio da Rede de S e r v i ç o s C B L C .

D+1 é o último dia para a especificação de investidores compradores/


vendedores da operação.

Mediante instruções dos Agentes de Custódia e Usuários Especiais de


Custódia, o Serviço de Custódia Fungível da CBLC transfere, automatica-
mente, da posição do comitente vendedor a quantidade de ações negoci-
ada para a posição do comitente comprador. Vale acrescentar que o
comprador só é debitado pelo valor da compra se efetivamente as ações
forem creditadas em sua posição na custódia fungível.

Liquidação Financeira

Com a implantação do SPB - Sistema de Pagamento Brasileiro, a entrega


dos títulos negociado deve ser realizada até às 10 horas de D+3. Nesse
mesmo dia, após confirmado o pagamento da operação pelo agente
intermediário, os títulos são creditados na posição do comprador na
condição livre.

A transação financeira para pagamento e recebimento das operações é


realizada através dos bancos liquidantes, que representam, financeira-
mente, os intermediários da operação e agentes de compensação, medi-
ante mensagens que são trocadas no decorrer de D + 3 . 0 pagamento deve
estar finalizado até à 15h de D+3.

Caso os títulos objeto de uma determinada operação não sejam devidamente


entregues em D+3, a CBLC lançará no mesmo D+3, um débito como margem
de garantia na conta da corretora, representante do comitente vendedor faltoso.
Esse valor é variado dependendo da volaltilidade e liquidez do papel no mercado.

A operação que não tenha sido liquidada em D+3, poderá ser regularizada
pela corretora até às 10 horas de D+4, que corresponde ao último dia para
a regularização da entrega de títulos. Após esse prazo, a CBLC dará início
ao processo de recompra das ações. Esse processo consiste na emissão,
pela CBLC, de uma ordem de compra dos títulos que não foram entregues,
que deverá ser executada pela corretora compradora original, até D+6 da
operação inicial. Todos os custos resultantes da operação de recompra
serão debitados da conta do Agente de Compensação, representante do
comitente vendedor em default.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 219


Caso não receba a confirmação da recompra até D+7, a CBLC realizará
em D+8 a "reversão da operação", encerrando compulsoriamente o ciclo
de liquidação. A reversão da operação consiste no registro contábil de
operações inversas (venda para o comprador e compra para o vendedor
inadimplente) a um preço determinado de acordo com procedimentos
regulamentares da CBLC.

Resumindo:

Ciclo de Liquidação - Mercado a Vista

"D+0" - Dia da operação no Pregão Eletrônico


- Primeiro dia para especificação de operações a vista

"D+1" - Prazo final para reespecificação de operações do mercado


a vista

"D+2" - Entrega dos relatórios definitivos


- Relatório de Previsão de Vendas Descobertas - Potenciais
Inadimplentes

"D+3" - Entrega das ações - Liquidação Física (até às 10h)


- Pagamento - Liquidação Financeira (até às 15h)
- Chamada de margem para vendedor inadimplente

"D+4" - Último dia para regularização da pendência (até às 10h)


- Liberação da Ordem de Recompra a favor do comprador
- Início do prazo para execução da recompra

"D+5" - Prazo para a execução da recompra e confirmação

"D+6" - Prazo para confirmação e término do prazo para execução da


recompra

"D+7" - Prazo final para confirmação da recompra

"D+8" - Reversão da operação

Observações:

1) Durante sua vigência, a Ordem de Recompra poderá ser cancelada


mediante acordo entre as partes (vendedor/comprador).

2) Todos os dias " D " acima citados são considerados como dias úteis.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 220


• Mercado de Opções

"=> Negociação das Opções

Toda operação é registrada automaticamente no sistema de negociaçãoe


informada ao sistema de compensação e liquidação da CBLC. A comparação
das informações das partes compradoras e vendedoras e a validação dos
negócios são feitas automaticamente pelo sistema eletrônico de registro.

Após registradas as operações , os corretores devem iniciar o processo de


especificação dos comitentes finais ( investidores) que é obrigatório.

As operações no mercado de opções devem ser especificadas no mesmo


dia em que são realizadas ( D + 0 ). Este também é o último dia para que
o lançador (vendedor da opção) deposite as garantias em ativos dentre os
elegíveis pela CBLC. A falta do depósito de ativos em D + 0 implica em um
débito em dinheiro no valor da garantia a ser realizado em D + 1.

Os lançadores de opções de compra que desejarem cobrir suas posições poderão


depositar as ações objeto ou indicar uma operação de compra a vista, realizada
nesta data, que será utilizada para cobertura de sua operação.

Os agentes de compensação devem liquidar financeiramente o prémio


r e f e r e n t e s as o p e r a ç õ e s c o m o p ç õ e s à C B L C em D + 1 .

^ Exercício das Opções

Os titulares de opções de compra poderão, se assim o desejarem, exercer


suas posições dentro do horário estabelecido pela BOVESPA.

Os titulares de opções de compra que e x e r c e r e m suas posições


poderão vender a vista, no mesmo pregão, as ações adquiridas.

Os lançadores de opções de compra poderão , dentro do horário fixado


pela BOVESPA, bloquear suas posições, evitando que as mesmas
sejam exercidas, através de uma operação de natureza inversa a
mantida, ou seja, compra de uma opção de compra sobre o mesmo
ativo objeto, com mesmo preço de exercício e mesmo vencimento.

Os lançadores de opções de compra exercidos e cujas posições se


encontravam descobertas poderão, no mesmo pregão, adquirir no
mercado a vista as ações que serão destinadas a atender a operação de
exercício

Os titulares de opções de venda poderão, se assim o desejarem, exercer


suas posições dentro do horário estabelecido pela BOVESPA.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 221


Os titulares de opções de venda poderão, no mesmo pregão do exercício,
adquirir no mercado à vista as ações que serão entregues aos lançadores.

Os lançadores de opções de venda poderão, dentro do horário fixado pela


BOVESPA, bloquear suas posições, evitando que as mesmas sejam
exercidas, através de uma o p e r a ç ã o de natureza inversa a mantida
(compra de uma opção de venda sobre o mesmo ativo objeto, com
mesmo preço de exercício e mesmo vencimento).

Os lançadores de opções de venda exercidos poderão realizar no


m e s m o pregão a venda a vista das ações a d q u i r i d a s .

Aplicam-se para as operações de exercício os mesmos procedimentos


operacionais descritos para o mercado à vista.

Resumindo:

Tipos de Opções
==> Opções de Compra
==> Opções de Venda

Tipos de Lançamentos de Opções de Compra


==> Coberta para opções de compra
Lastrear com os títulos objeto

==> Descoberta / Margeada


Lastrear conforme cálculo CM-TIMS
Lastrear com os ativos autorizados

Negociação com Opções - Ciclo de Liquidação

"D+0" - Dia da operação no Pregão Eletrônico


- Único dia para especificação de comitentes
- Depósito de Garantias em Ativos (lançador descoberto)
- Depósito das ações-objeto ou indicação de compra a vista
(lançador coberto)

"D+1" - Débito do Prémio (titular)


- Crédito do Prémio para lançador (que será retido pela CBLC
se não houve cobertura ou depósito de ativos em DO )
- Depósito da margem em dinheiro (se lançador não faz
cobertura ou depósito de ativos em DO )

PREPARATÓRIO PARA EXAME D E CERTIFICAÇÃO 222


"D+3" - Para o lançador que fez cobertura através de compra
vinculada:
- Débito da compra a vista
- Crédito do prémio
- Retenção das ações

Exercício de Opção - Ciclo de Liquidação

"D+0" - Dia do exercício ("gera operações a vista")


"Day-trade" (titulares / lançadores)
Bloqueio (lançadores)

"D+3" - Liquidação física e financeira da operação

• Mercado a Termo

Toda operação é registrada automaticamente no sistema de negociação e


informada ao sistema de compensação e liquidação da CBLC. A comparação das
informações das partes compradoras e vendedoras e a validação dos negócios
são feitas automaticamente pelo sistema eletrônico de registro.

Após registradas as operações, os corretores devem iniciar o


processo de especificação dos comitentes finais ( investidores). O
processo de identificação dos comitentes é obrigatório e é feito por
meio da Rede de Serviços que atende à Bovespa e à CBLC.

As operações no mercado a Termo devem ser especificadas no


mesmo dia em que são realizadas ( D + 0 ) . Este também é o último dia
para que o comprador deposite garantia em ativos dentre os elegíveis
pela CBLC. A falta do depósito de ativos em D + 0 implica em um débito
em dinheiro no valor da garantia a ser realizado em D + 1.

O vendedor a termo deverá depositar os ativos objeto da venda ou indicar


uma operação de compra a vista, realizada nesta data, que será utilizada
para cobertura de sua operação.

Liquidação Por Diferença:

De D+3 até V-3, os compradores a termo podem liquidar suas posições


através da venda a vista dos títulos objeto da operação a termo. Os compra-
dores deverão, previamente a venda dos títulos, verificar se suas posições
estão efetivamente cobertas.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 223


O investidor comprador terá como resultado, em D + 3, a diferença entre o
débito do valor da posição a termo e o crédito da venda a vista dos títulos. O
vendedor, por sua vez, será creditado no valor da operação a termo em D +
3 da solicitação de liquidação por parte do c o m p r a d o r .

Liquidação Antecipada:

De D+3 até V-2, os compradores a termo podem solicitar a liquidação


antecipada de suas posições.Os compradores deverão , previamente a
solicitação de liquidação, verificar se suas posições estão efetivamente
cobertas. Em D + 1 da solicitação, o investidor comprador será debitado no
valor da operação a termo sendo o vendedor creditado nesta mesma data.
Os títulos objeto da operação a termo serão disponibilizados para movi-
m e n t a ç ã o por parte do c o m p r a d o r em D + 1 da s o l i c i t a ç ã o .

Liquidação Por Decurso de Prazo:

No vencimento o comprador a termo será debitado no valor da operação a


termo sendo o vendedor creditado nesta mesma data. Os títulos objeto da
operação a termo serão disponibilizados para movimentação por parte do
comprador nesta mesma data.

Resumindo:

D + 0

. Dia da realização da operação

. Único dia para a especificação de comitentes

. Depósito de margem de garantia do comprador (ativos)

. Compra a vista vinculada (financiador)

D + 1

. Depósito de margem de garantia do comprador (dinheiro)

D +3

. Pagamento dos custos operacionais (comprador e vendedor)

. Entrega física e pagamento da operação a vista feita pelo


vendedor a termo (compra vinculada)

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 224


Tipos de Liquidação

==> Antecipada
Prazo = D + 3 até V-2
Financeiro = LA + 1 para comprador e vendedor
Físico = LA+1
Obs.: LA = data da solicitação da liquidação antecipada

==> Por Diferença Total ou Parcial

Prazo D + 3 até V-3


Financeiro LD + 3 para comprador e vendedor
Físico LD + 3

Obs.: LD = data da solicitação da liquidação por diferença

==> Por decurso de prazo

Liquidação automática no vencimento

Financeiro V
Físico V na carteira geral / comprador

Obs.: V = vencimento

• Mercado Futuro de Ações

Preço de Ajuste Diário

As posições em aberto ao final de cada sessão de negociação serão


ajustadas com base no preço de ajuste do dia, determinado pela média
ponderada das cotações dos negócios com a ação no mercado futuro,
realizados nas últimas tres horas de negociação da sessão regular. Caso
não tenha ocorrido negócio com o papel no período da tarde, mas houve
negociação no período da manhã, será considerado para efeito de preço de
ajuste, o preço médio do dia no mercado futuro. Caso não tenha havido
negociação com o papel no mercado futuro, no dia mas houve negociação
no mercado à vista, a Bolsa arbitrará o preço de ajuste do dia. O preço de
ajuste arbitrado levará em consideração o preço do papel no mercado a
vista e a taxa de juros de mercado, entre outros fatores.

Day-Trade

Poderão ser realizadas oprações de compra e venda a futuro dos mesmos


papeis, mesmo tipo, para o mesmo mês de vencimento, em uma mesma
sessão de negociação, pela mesma sociedade corretora e por conta do
mesmo comitente.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 225


Tais operações serão liquidadas por compensação financeira, em valor
equivalente à diferença entre o preço de compra e o preço de venda do título
objeto.

Garantias

Toda posição a futuro requer o depósito de garantias junto à CBLC, com o


objetivo de assegurar o cumprimento das obrigações assumidas. Tanto o
comprador como o vendedor a futuro devem depositar as garantias
estabelecidas pela CBLC nos prazos, formas e montantes por ela determinados.

Especificação de Comitentes: D+0

A especificação dos negócios efetuados no mercado futuro de ações,


identificando os comitentes compradores e vendedores junto à CBLC
deverá ser efetuada na data da realização da operação (D+0).

Liquidação Financeira: D+1

Os ajustes das posições bem como as despesas operacionais das


operações realizadas em D+0, serão debitadas/creditadas na compensa-
ção financeira da corretora em D+1.

Liquidação no Vencimento

Os contratos que não forem liquidados até o dia do vencimento deverão ser
liquidados mediante a entrega física das ações. As operações serão
geradas automaticamente para liquidação física aplicando-se nesses
casos as regras e procedimentos do mercado a vista.

O vendedor/comprador a futuro poderão realizar operações de day-trade


ou de exercício de opção no mesmo pregão com papeis objeto do contrato
futuro que foram para liquidação física.

Resumindo:

D + 0

. Realização da operação

. Especificação dos comitentes

. Depósito da garantia em ativos

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 226


D + 1

. Crédito / Débito dos ajuste (DO)

. Débito dos custos da operação

. Débito das garantias em dinheiro

Contratos não encerrados até o vencimento

==> Liquidação Física : V +3


==> Liquidação Financeira : V +3

BANCO DE TÍTULOS
BTC

O que é

O Banco de Títulos CBLC - BTC é um serviço por meio do qual investidores


disponibilizam títulos para empréstimos e os interessados os tomam
mediante aporte de garantias. A CBLC atua como contraparte no processo
e garante as operações.

O acesso ao serviço se dá por meio de um sistema eletrônico, e o tomador


paga uma taxa ao doador, acrescida do emolumento da CBLC. A taxa é
livremente pactuada entre as partes. Todos os proventos declarados pelo
emissor do título pertencem ao proprietário original.

Participantes

Detentores de carteiras de investimento em geral podem atuar doando


papéis, inclusive fundos de pensão e fundos de investimento.

Investidores, pessoas físicas e jurídicas, inclusive instituições financeiras,


podem tomar papéis emprestados.

Camaras de Compensação e Liquidação

A operação de empréstimo, em si, consiste na transferência de títulos da


carteira do investidor para satisfazer necessidades temporárias de um tomador,
que precisa de títulos para suporte de sua atividade de trading ou para fazer
frente à falta de papéis na liquidação de operações de venda já realizadas.

Qualquer Agente de Custódia da CBLC - isto é, instituições que detêm


contas principais de custódia - pode disponibilizar papéis, sejam da carteira
própria ou de clientes que tenham autorizado expressamente o emprésti-
mo.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 227


Já os tomadores atuam por meio de Sociedades Corretoras, sob a
responsabilidade de um Agente de Compensação.

O tomador deve depositar margem de garantia na CBLC por meio do


respectivo Agente de Compensação. O valor da margem é igual ao valor
atualizado dos títulos, acrescido de um percentual definido pelo BTC. Esse
percentual é fixado considerando-se a liquidez e a volatilidade dos títulos
objeto do empréstimo. O valor das margens é acompanhado diariamente e
recomposto, se necessário, na forma e nos prazos estabelecidos pela CBLC.

Os títulos somente são liberados após o tomador ter depositado as


garantias necessárias na CBLC e o BTC ter autorizado a operação. As
taxas e custos são debitados ao tomador e creditados ao doador no
primeiro dia útil após o encerramento da operação de empréstimo. O custo
do tomador inclui a taxa de registro e a taxa de emolumento da CBLC. O
doador recebe a taxa do empréstimo deduzida do imposto de renda
aplicável. A base de cálculo dos custos e emolumentos é obtida pela
multiplicação da quantidade de títulos emprestados pela cotação média de
mercado verificada no dia útil imediatamente anterior à data de registro da
operação de empréstimo. As taxas são expressas em bases anuais, com
capitalização composta por dias úteis.

Ativos Elegíveis

São ativos elegíveis para as operações de empréstimo de títulos no BTC


valores mobiliários emitidos por companhias abertas admitidas à
negociação na BM&FBOVESPA.

Utilização dos Ativos Emprestados

Os tomadores podem utilizar os Ativos emprestados para as seguintes


finalidades:

Vendê-los no mercado a vista;

Utilizá-los na Liquidação de Operações realizadas no mercado à


vista (sistema voluntário e compulsório);

Utilizá-los como Garantia para Operações nos mercados de Li-


quidação futura;

Utilizá-los como cobertura no lançamento de opções de compra;

Transferi-los para outra Conta de Custódia;

Retirá-los do Serviço de Custódia da CBLC;

Outras formas de utilização que a CBLC venha a definir.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 228


O empréstimo de títulos é indicado para investidores que não têm interesse
em vender suas ações a curto prazo. Emprestando ações, o investidor
pode maximizar o retorno de sua carteira por meio da taxa que receberá por
esse empréstimo.

Proventos

É importante destacar que o doador que empresta seus títulos não deixa de
receber, no período em que suas ações estiverem tomadas, eventuais
proventos concedidos pela companhia emissora, ou seja, ele recebe (além
da taxa de empréstimo) dividendos, lucros, enfim, qualquer provento que
seus papéis venham a registrar, não importando que estejam temporaria-
mente nas mãos de terceiros.

Automático

A diferença básica entre o BTC serviço convencional e o automático é o fato


de que no primeiro caso o investidor é o responsável pela escolha de ações
que ele deseja tomar emprestado, enquanto que no caso do BTC Automá-
tico é o próprio sistema que identifica as operações que precisam de ativos
para serem liquidadas e fecha o negócio em nome da corretora e do cliente.

A opção é vantajosa ao investidor vendedor, que não estará sujeito a uma


eventual ordem de recompra para liquidar uma operação pendente. Por
outro lado, o BTC Automático beneficia também o comprador, que tem a
garantia do recebimento do ativo adquirido, na data esperada.

REGULAMENTO DE OPERACIONAL DO S E G M E N T O B O V E S P A

A c e s s o ao Sistema Eletrônico de Negociação (Modelos de DMA 1,


2, 3 e 4) e Estruturas de Conexões

A partir de 01/09/2010, de acordo com o Oficio Circular 030/2010-DP a


BM&FBOVESPA autorizou a seguinte estrutura para o acesso aos
mercados do Segmento BOVESPA:

Modelo 1 - DMA Tradicional

Modelo 2 - DMA via Provedor

Modelo 3 - DMA via Conexão Direta

Modelo 4 - DMA via Conexão Direta - Co-location Investidor

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 229


O modelo de DMA representa, para o cliente final, (em qualquer estrutu-
ra) acesso direto ao ambiente eletrônico de negociação em bolsa,
autorizado por uma corretora participante e sob sua responsabilidade.

O acesso direto ao mercado pode ser oferecido pela corretora a qual-


quer investidor, sendo exclusivamente da corretora a decisão e respon-
sabilidade sobre tal outorga.

Modelo 1 - DMA Tradicional

As ordens enviadas pelo cliente trafegam pela infraestrutura tecnológica


da corretora antes de alcançar o sistema eletrônico de negociação.

Podem existir duas situações:

• Cliente se conecta diretamente à infraestrutura tecnológica da


corretora e esta à Bolsa;

• Cliente se conecta a uma empresa prestadora de serviço de DMA


(vendor, empresa provedora de software,etc), essa empresa se
conecta à corretora e esta, por fim, à Bolsa.

Modelo 2 - DMA via Provedor

Roteamento de ordens via infraestrutura tecnológica fornecida por


empresa provedora de serviços de roteamento de ordens (empresa
provedora de DMA). O vínculo lógico entre o cliente e a corretora é
controlado pelos sistemas da Bolsa e da empresa provedora de DMA -
uma vez que as mensagens enviadas pelo cliente não trafegam pela
infraestrutura tecnológica da corretora, mas sim pela infraestrutura da
empresa provedora de DMA.

Modelo 3 - DMA via Conexão Direta

Envio de ofertas via conexão direta do cliente à Bolsa, sem utilização da


infraestrutura tecnológica intermediária. Como no modelo 2, há o vínculo
lógico entre o cliente e a corretora que lhe concede o acesso, onde são
estabelecidos limites operacionais e monitoramento de suas operações.

Modelo 4 - DMA via Conexão Direta - Co-location Investidor

Sob esta modalidade, as ordens de compra e venda do cliente são


geradas por software instalado em seu equipamento (servidor) hospeda-
do no CPD da Bolsa. Como nos modelos 2 e 3, mantém-se o vínculo
lógico entre o cliente e a corretora. Para fins de monitoração, configura-
ção de parâmetros, administração e manutenção, o cliente possui
acesso remoto ao seu equipamento.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 230


Responsabilidade das Corretoras e dos Agentes de Compensação

A adoção de qualquer modelo de DMA não altera as responsabilidades


atribuídas às corretoras e aos agentes de compensação pela legislação
e pela regulamentação em vigor.

Assim, a corretora é responsável pelo acesso de seus clientes ao


sistema de negociação, por todas as ordens enviadas, direta ou indireta-
mente, bem como por todos os negócios delas originados.

Em qualquer modalidade deve existir, entre o cliente e a corretora, um


"vínculo lógico", isto é, a relação em que a corretora mantém:

(i) a capacidade de interferência no fluxo de ordens; e


(ii) a responsabilidade pelas ordens e pelas posições delas decorrentes.

Para tanto, a corretora responsável pelo cliente deverá, por meio de


funcionalidades de sistema, ser capaz de:

• Autorizar e suspender o acesso do cliente ao sistema de negocia-


ção;

• Definir limites operacionais para o cliente, que serão verificados


antes da aceitação das ordens; e

• Acompanhar, em tempo real, todas as ordens enviadas e ofertas


registradas - podendo, a qualquer tempo, cancelá-las - bem como
acompanhar os negócios fechados pelo cliente.

Estruturas de Conexões

Com a implantação dos novos modelos de DMA no Segmento


BOVESPA, foi extinta a vinculação das portas de acesso à categoria do
investidor, mantendo-se, no entanto, a segregação das ordens enviadas:

(i) pela mesa de operações da corretora;


(ii) diretamente pelo investidor, por meio de acesso direto ao mercado;
(iii) por gestores; e
(iv) por repassadores de ordens.

Sob a nova estrutura, as conexões automatizadas passaram a ser


denominadas "sessões" (sessões FIX) e foram agrupadas e classifica-
das da seguinte forma:

Sessão DMA: acessada direta e exclusivamente pelo cliente final,

Sessão Repassador: acessada exclusivamente pelo repassador de


ordens de clientes finais.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 231


Sessão DMA Gestor: acessada exclusivamente por gestores de or-
dens.
Sessão Mesa de Operações: destinada exclusivamente ao envio de
ordens por profissionais da mesa de operações da corretora, incluídas
as ordens para a carteira própria da corretora

Realocação de negócios

Somente negócios resultantes de ordens enviadas por meio das ses-


sões DMA Gestor e Mesa de Operações poderão ser realocados. Negó-
cios oriundos de sessões DMA e Repassador somente poderão ser
realocados em caso de erro operacional no envio da ordem, sendoo
único destino da nova alocação a conta erro da corretora.

Repassadores de ordens

(i) Intermediários autorizados pela CVM e/ou BACEN (que não


corretoras participantes), vinculados a corretoras do Segmento
Bovespa; e
(ii) Agentes autónomos, vinculados a corretoras do Segmento
Bovespa e que não estejam lotados fisicamente nas dependências
destas.

Gestores de ordens

(i) Gestores de fundos de investimento nacionais e administradores


de carteira devidamente autorizados pela CVM ;
(ii) Gestores, nacionais ou estrangeiros, de fundos de investimento
internacionais atuando no Brasil por meio da Res 2.689 - CMN;
(iii) Intermediários estrangeiros, registrados perante órgão competente
no país de origem, atuando em nome de investidores não residentes que
acessam o mercado brasileiro por meio da Res. 2.689 CMN.

Sessões de acesso ao segineii o Bovespa


Tipo de cliente
Usuário
cujas ordens
autorizado Especificação de conta na ordem e
Sessão podem ser
a acessar a reaiocaçào de negócio
enviadas por
sessão
meio da sessão
• À ordem deve conter o código de
DMA Cliente final conta de cliente final.
Qualquer • A reaiocaçào de negócio é
Repassado! permitida somente em caso de erro
Repassador operacional e exclusivamente para a
de ordens
conta erro da corretora
• A ordem deve conter o código de
Fundos, carteiras
"conta gestor ou conta de cliente
DMA Gestor de admrnistradas e
final.
Gestor ordens clientes
estrangeiros • A reaiocaçào de negócio é
permitida
• Não è* necessário especificar na
Mesa de Profissional ordem a conta do cliente final.
Qualquer
Operações da corretora • A reaiocaçào de negócio é
permitida.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 232


Ativos /Produtos Negociados

De acordo com o Regulamento de Operações do Segmento Bovespa,


são admitidos para negociação os seguintes ativos e Produtos:

a) ações, debêntures e demais títulos e valores mobiliários de emissão de


companhia aberta;

b) carteiras referenciadas em valores mobiliários negociados em Bolsa


de Valores ou mercado de balcão organizado;

c) derivativos sobre os valores mobiliários admitidos à negociação;

d) notas promissórias registradas para distribuição pública;

e) quotas de fundos de investimento do tipo fechado;

f) quotas representativas de certificados de investimento audiovisual;

g) Certificados de Depósito de Valores Mobiliários - BDR's com lastro em


valores mobiliários de emissão de companhias abertas, ou assemelhadas,
com sede no exterior;

h) opções não padronizadas (Warrants) de compra e de venda sobre


valores mobiliários; e

i) outros títulos e valores mobiliários autorizados pela CVM e pelo Diretor


Presidente da Bolsa.

Excepcionalmente e a critério da Bolsa, também poderão ser autorizados


à negociação quaisquer outras espécies de títulos e valores.

Ativos aceitos como Garantia

De acordo com o divulgado no site da BM&FBOVESPA, o depósito de


Garantias na Clearing de Ações (CBLC) deve ser efetuado em moeda
corrente nacional, podendo ser substituído pelo depósito de outros ativos /
instrumentos, a critério da Câmara. O rol de ativos passíveis de aceitação
em substituição à moeda composto por:

Títulos públicos federais nacionais, sendo que os preços e deságios a


eles aplicados são divulgados no site da Bolsa;

Ouro ativo financeiro;

Cotas de ETFs e ações de empresas listadas na BM&FBOVESPA e


custodiadas na Central Depositária da BM&FBOVESPA, sendo que estas
últimas são selecionadas de acordo com o critério descrito e obedecem a
limites e deságios conforme descrito no site da Bolsa (1):

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 233


Títulos privados nacionais;

Títulos negociados nos mercados internacionais(2);

Cartas de fiança bancária;

Dividendos de ações;

Lucro de operações de termo;

Outros ativos ou instrumentos financeiros;

(1 (Critérios para Aceitação de Ações em Garantia - Renda Variável


Com o objetivo de aperfeiçoar e harmonizar as regras para aceitação de
ações em garantias, além de reconhecer a crescente representatividade
do mercado de ações de empresas com nível de governança corporativa
destacado, a Câmara de Ações passou a aceitar a partir de 16/06/2010
como garantia as ações que pertençam:

a carteira teórica do IBOVESPA; ou

a carteira teórica do índice Brasil (IBrX); ou

ao Novo Mercado; ou

ao Nível 2 de governança corporativa.

Ressaltamos ainda que, a BM&FBOVESPA poderá a seu exclusivo critério,


excluir ou incluir qualquer ação do rol das ações aceitas em garantia.

Limite para aceitação de ações em garantias

Com o objetivo de aperfeiçoar o critério estabelecido para a aceitação de


ações em garantia para os mercados de liquidação futura (termo, opções
e futuro de ações) e de empréstimo de ativos, reduzindo assim o risco de
liquidez a CBLC passou a adotar em fevereiro de 2007 os seguintes
parâmetros:

Se a quantidade de determinada ação depositada em garantia for igual ou


inferior a 2 (duas) vezes a quantidade média diária negociada no mercado
a vista da BOVESPA, tomando-se por base a média diária verificada no
mês imediatamente anterior, a ação é valorizada aplicando-se o deságio
em vigor naquele mês.

Se a quantidade depositada for maior que 2 (duas) vezes e igual ou inferior


a 3 (três) vezes a quantidade média negociada, a quantidade equivalente
a 2 vezes a média será valorizada aplicando o deságio desse ativo e a
quantidade entre 2 vezes e 3 vezes a média será valorizada aplicando-se
o dobro desse deságio.

Se a quantidade depositada for superior a 3 (três) vezes a quantidade


média, a valorização será só até 3 (três) vezes a quantidade média,
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 234
conforme descrito acima. O saldo superior a 3 (três) vezes, não será
valorizado pelo sistema de garantias.

Se o intervalo de margem de uma ação for superior a 50%, a valorização


será somente para a quantidade equivalente a 2 (duas) vezes a quantidade
média.

Nota: este limite será aplicado para um investidor ou grupo de investidores


agindo em conjunto ou representando um mesmo interesse conforme
definido na Instrução CVM n° 283 de 10 de julho de 1998.

Limites de Depósito de Ações no Segmento Bovespa

Conforme disposto no Ofício Circular 022/2010-DR adicionalmente aos


limites estabelecidos no Ofício Circular 094/2007-SG, de 30/07/2007, a
Câmara de Ações (CBLC) não permitirá que um investidor deposite como
garantia:

Quantidade de determinada ação superior a 3,5% das ações emitidas pela


Companhia; ou

Quantidade de determinada ação superior a 7,5% das ações em circulação.

A BM&FBOVESPA poderá, a seu exclusivo critério, alterar deságios e


limites.

(2) apenas para os investidores não residentes nos termos da Resolução


2.689 do CMN.

Procedimentos e Impactos dos Proventos ou


Negociações com Direitos Futuros

Novas ações emitidas pelas Sociedades Emissoras serão negociadas


distintamente com relação a direitos futuros, a saber:

a) "COM" direito integral e "COM" direito "pro rata temporis"; ou

b) "SEM" direito quando a sociedade emissora, o agente emissor ou


prestador de serviço de ação escriturai estabelecer previamente esta
distinção.

Serão permitidos, somente no mercado a vista, negócios com Recibos de


Subscrição de ações, totalmente integralizados. A negociação será
realizada, exclusivamente, no período que anteceder à homologação do
aumento de capital da companhia emissora.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 235


Caso a subscrição não se efetive por falta da competente homologação, o
titular do respectivo Recibo de Subscrição reaverá, da companhia, apenas
o valor efetivamente pago pelo subscritor original, ficando liberados de toda
e qualquer responsabilidade relativa ao referido pagamento, a Bolsa, a
CBLC, o intermediário e o cedente de boa-fé.

Horários de Negociação

As negociações no mercado de ações são realizadas através de mercado


eletrônico, cujo principal objetivo é viabilizar a realização de operação de
compra e venda de títulos, principalmente ações, em mercado livre e
aberto.
Manter ambiente de negociações de forma que permita, dentro de altos
padrões éticos, o ajuste de preços de acordo com a variação da oferta e da
procura, é a finalidade principal das Bolsas e a justificativa essencial de sua
existência. A Instrução CVM n° 505, estabelece normas e procedimentos
a serem observados nas operações em bolsas de valores e dá outras
providências.
Esse sistema compreende as operações de compra e venda à vista de
ações e de opções sobre ações e índices de ações, realizadas pelas
sociedades corretoras, credenciadas para este fim, mediante a utilização
de terminais de vídeo conectados ao sistema eletrônico de processamento
de dados das bolsas e também aquelas registradas através de conexões
eletrônicas..
Na BM&FBOVESPA, as operações realizadas através do sistema de
negociação eletrônica, e, os ativos admitidos a negociação, são regulados,
controlados e fiscalizados segundo as normas determinadas no Manual de
Procedimentos Operacionais, devendo o usuário (previamente qualificado
a operar no sistema) estar absolutamente ciente dos regulamentos edita-
dos pela bolsa.
O sistema eletrônico permite que se efetuam milhares de negócios em um
só dia, de forma segura, ágil, livre e através de ordens dadas as corretoras
e ofertas registradas eletronicament, nos seguintes horários:

DAS 09H45 ÀS 10H - PRÉ-OPEN (FORMAÇÃO DE PREÇO)

DAS 10HÀS 17H - NEGOCIAÇÃO ELETRÔNICA

DAS 16H55ÀS 17H - PRÉ-CLOSING - PAPEIS IBOVESPA e IBrX

DAS 17H30ÀS 17H45 - PRÉ-ABERTURA DO AFTER MARKET

DAS 17H45ÀS 19H00 - AFTER MARKET

• Negociações After-Market

São realizadas das 18h45 às 19h30 exclusivamente através do sistema


eletrônico e integram o movimento do dia e obedecerão ao ciclo de liquida-

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 236


ção deste dia, de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos
pela CBLC.

Os negócios poderão ser realizados em lote-padrão ou seus múltiplos e,


no mercado a vista, também em lote fracionário.

A oscilação máxima de preços - em relação ao preço de fechamento do


pregão regular - é de 2%, e existe um limite diário de operação por cliente
de R$100.000,00.

• PRÉ-ABERTURA E PRÉ-FECHAMENTO

Podem ser definidos da seguinte forma:


a) Pré-Abertura: intervalo, antes do início das negociações do pregão
regular, no qual é feito o registro de ofertas de compra e venda, que tem
por objetivo dar origem à formação do preço que servirá de base para
quando do início dos negócios;

b) Pré-Fechamento: intervalo, antes do término do período de negociação


regular, no qual é feito o registro de ofertas de compra e venda, tendo por
objetivo dar origem à formação do preço de fechamento do Ativo em
referência.

Tipos de Ordens e de Ofertas

Entende-se por ordens o ato mediante o qual o cliente determina à corretora


a compra ou venda de valores mobiliários.

Tipos de ordens que podem ser aceitos pelas corretoras são:

Ordem a Mercado
É aquela que específica somente a quantidade e as características dos
valores mobiliários ou direitos a serem comprados ou vendidos, devendo
ser executada a partir do momento em que for recebida pela corretora.
Ordem Limitada
É aquela que se executa somente a preço igual ou melhor do que o
especificado pelo comitente.
Ordem de Financiamento
É aquela constituída por uma ordem de compra ou venda de um ativo ou
d i r e i t o em um m e r c a d o a d m i n i s t r a d o pela B o v e s p a e outra
concomitantemente de venda ou compra do mesmo ativo ou direito, no
mesmo ou em outro mercado também administrado pela Bovespa.
Ordem Administrada
É aquela que específica somente a quantidade e as características do valor
mobiliário a ser comprado ou vendido. A execução fica a critério da
corretora.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 237


Ordem Discricionária
É aquela dada por pessoa física ou jurídica que administra carteira de
títulos e valores mobiliários ou por quem representa mais de um cliente,
cabendo ao ordenante estabelecer as condições em que ordem deve ser
executada. Após sua execução o ordenante indicará o(s) nome(s) do(s)
comitente(s) a ser(em) especificado(s); a quantidade de títulos e/ou
valores mobiliários a ser atribuida à cada um deles e o respectivo preço.

Ordem C a s a d a
É aquela cuja execução está vinculada à execução de outra ordem do
cliente, podendo ser com ou sem limite de preço.

Ordem Stop
É aquela que específica o preço do ativo ou direito a partir do qual a ordem
deverá ser executada.

Tipos de Ofertas no Pregão Eletrônico

1 - Ofertas Limitadas
É a oferta colocada no terminal que especifica um preço acima do qual a
ação não pode ser comprada ou abaixo do qual a ação não pode ser
vendida.
2 - Oferta ao Preço de Abertura
É a oferta colocada no terminal indicando que se pretende executar a
operação ao preço que o sistema determinar para abertura das negocia-
ções.
3 - Ofertas a Mercado
É a oferta colocada no terminal sem especificar um preço limite, será
executada ao melhor preço ofertado na ponta oposta do mercado, no
momento em que é aceita no sistema.
4 - Ofertas com Execução Mínima
É a oferta que estabelece uma quantidade mínima de ações como
condição básica para o seu registro no sistema, uma oferta de execução
mínima que especifica sua quantidade total como o mínimo a ser execu-
tado é denominada como Tudo ou Nada.
5 - Ofertas com Divulgação Parcial
É a oferta que só tem parte de sua quantidade total exibida no mercado.
6 - Ofertas On Stop
É a oferta colocada no terminal que especifica um nível de preço (preço
de disparo), a partir do qual a oferta deve ser ativada. Ela é aceita pelo
sistema, mas é mantida em suspenso, isto é, registrada em separado.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 238


7 - Direto
O negócio direto é aquele em que uma mesma corretora representa o
comprador e o vendedor. Um direto pode ser colocado no sistema através
de uma única oferta "Oferta de Direto" caracterizando o que se denomina
Direto Intencional. Um direto pode também resultar do fechamento de uma
oferta da própria corretora que já se encontrava registrada no sistema; este
é denominado Direto não Intencional.

Book Entry

As ofertas registradas não fechadas quando de sua inclusão no sistema


ficam registradas no Livro de Ofertas, sendo que a prioridade de execução
é "preço/cronológica". As únicas exceções são o direto intencional e as
ofertas por spread, que têm prioridade em relação à apregoação por oferta
com preço idêntico.

As ofertas que envolvam lotes fracionários são processadas em separado


e não interferem nos negócios realizados com lotes-padrão e seus múltiplos
inteiros.

Leilões

Em circunstâncias especiais, poderão ocorrer leilões. Essas condições


são determinadas por regulamentação da CVM (Instrução Normativa 168
de 23/12/1991) e normatizadas no Manual de Procedimentos Operacionais
e ocorrem quando:

Em relação a quantidade média negociada nos últimos 30 pregões:

Leilão com prazo de 5 minutos: Oferta com quantidade entre 5 e 10


vezes a média negociada.
Leilão com prazo de 1 hora: Oferta com quantidade acima de 10
vezes a média negociada.

Em relação ao capital social das empresas:

Com quantidade entre 0,5% e 0,99% das ações ordinárias :


Leilão de 5 minutos

Com quantidade entre 1 % e 2,99% das ações ordinárias :


Leilão de 1 hora

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 239


12. FUNDOS DE INVESTIMENTO

"Atenção: Este capítulo será objeto de 4 (quatro) questões no Exame"

Histórico

Forma de investimento coletivo, administrado operacionalmente por


instituições financeiras que captam recursos dos investidores, que
adquirem cotas do fundo, formando um Patrimônio que aplicam em uma
carteira de ativos financeiros. Os fundos podem ser administrados por
pessoas jurídicas autorizadas pela CVM para o exercício profissional de
administração de carteira.

Os fundos de investimento são regulamentados de acordo com o


disposto na Instrução CVM n° 409 de 18/08/2004, com alterações
determinadas pela Instrução CVM n° 413 de 30/12/2004, n° 450 de
30/03/2007, n° 456 de 22/06/2007 e n° 465 de 20/02/2008.

Definição

O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituída sob


a forma de condomínio, destinado à aplicação em ativos financeiros,
podendo ser constituído sob a forma de condomínio aberto, em que os
cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer tempo, ou
fechado, em que as cotas somente são resgatadas ao término do prazo
de duração do fundo.

Ativos Financeiros

São considerados ativos financeiros:


I - títulos da dívida pública;
II - contratos derivativos;
III - desde que a emissão ou negociação tenha sido objeto de registro ou
de autorização pela CVM, ações, debêntures, bónus de subscrição,seus
cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de
desdobramentos, certificados de depósito de valores mobiliários,
cédulas de debêntures, cotas de fundos de investimento, notas
promissórias, e quaisquer outros valores mobiliários, que não os
referidos no inciso IV;
IV - títulos ou contratos de investimento coletivo, registrados na CVM e
ofertados publicamente, que gerem direito de participação, de parceria ou
de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos
rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros;
V - certificados ou recibos de depósitos emitidos no exterior com lastro
em valores mobiliários de emissão de companhia aberta brasileira;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 240


VI - o ouro, ativo f i n a n c e i r o , d e s d e que n e g o c i a d o em padrão
internacionalmente aceito;
VII - quaisquer títulos, contratos e modalidades operacionais de obrigação
ou co-obrigação de instituição financeira; e
VIII - warrants, contratos mercantis de compra e venda de produtos,
mercadorias ou serviços para entrega ou prestação futura, títulos ou
certificados representativos desses contratos e quaisquer outros créditos,
títulos, contratos e modalidades operacionais desde que expressamente
previstos no regulamento.

CLASSES

Da denominação do fundo deve constar a expressão "Fundo de Investimen-


to" acrescida de referência a classe do fundo.

Quanto à composição de sua carteira, os fundos de investimento,


classificam-se em:

/ - Curto Prazo

Aplicação exclusiva em títulos públicos federais ou privados de


baixo risco de crédito, pré-fixados ou indexados à taxa SELIC ou
outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de preços, com
prazo máximo a decorrer de 375 dias, e prazo médio da carteira do
fundo inferior a 60 dias, sendo permitida a utilização de derivativos
somente para proteção de carteira e a realização de operações
compromissadas com títulos públicos federais. É vedada à esses
fundos a cobrança de taxa de performance, salvo se for destinado
a investidor qualificado;

//- Referenciado

Devem identificar em sua denominação o seu indicador de de-


sempenho e atender cumulativamente as seguintes condições
(Art. 94):

1 - ter 80% do seu P.L., no mínimo, isolada ou cumulativamente


em:
a) títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou Banco Central do
Brasil, e/ou
b) ativo de renda fixa cujo emissor seja classificado como de
baixo risco de crédito por agência de classificação de risco
localizado no País;

2 - 95%, no mínimo, de sua carteira seja composta por ativos


financeiros cuja rentabilidade acompanhe, direta ou
indiretamente, a de seu indicador de desempenho ("benchmark")

3 - façam operações com derivativos somente para hedge da


carteira e somente até o limite desta.
É vedada à esses fundos a cobrança de taxa de performance,
salvo se for destinado a investidor qualificado.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 241


Ill-Renda Fixa

No mínimo 80% de sua carteira aplicada em ativos relacionados


diretamente ou sintetizados via derivativos, ao seu fator de risco -
variação da taxa de juros doméstica ou de índice de preços, ou
ambos.

É vedada à esses fundos a cobrança de taxa de performance, salvo


se for destinado a investidor qualificado ou seja classificado como
"Longo Prazo";

IV- Cambial

No mínimo 80% de sua carteira aplicada em ativos relacionados


diretamente ou sintetizados via derivativos, ao seu fator de risco -
variação de preços de moeda estrangeira, ou a variação do cupom
cambial.

V- Ações

Os fundos classificados como "Ações" deverão ter como principal


fator de risco a variação de preços de ações admitidas à negociação no
mercado à vista de bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão
organizado.

Esses fundos deverão ter:

I - 67% (sessenta e sete por cento), no mínimo, de seu patrimônio


líquido deverão ser compostos pelos seguintes ativos:
a) ações admitidas à negociação em bolsa de valores ou entidade do
mercado de balcão organizado;
b) bónus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de
ações admitidas à negociação nas entidades referidas na alínea "a";
c) cotas de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações
negociadas nas entidades referidas na alínea "a"; e
d) Brazilian Depositar/ Receipts classificados como nível II e III, de
acordo com o art. 3 , §1°, incisos II e III da Instrução CVM n° 332, de 04 de
o

abril de 2000.

II - o patrimônio líquido que exceder o percentual fixado no inciso I


aplicado em quaisquer outras modalidades de ativos financeiros.

O investimento nos ativos financeiros indicados anteriormente não


estará sujeito a limites de concentração por emissor, desde que o regula-
mento, prospecto e material de venda do fundo, bem como os extratos
enviados aos clientes, contenham, com destaque, alerta de que o fundo
pode estar exposto a significativa concentração em ativos de poucos
emissores, com os riscos daí decorrentes.

O disposto acima não se aplica aos BDR classificados como nível I,


de acordo com o art. 3 , § 1 °, inciso I da Instrução CVM n° 332, de 4 de abril
o

de 2000.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 242


VI - Dívida Externa

No mínimo 80% do seu P.L. aplicado em títulos representativos da


dívida externa de responsabilidade da União, podendo aplicar até
20% do P.L. em outros títulos de crédito transacionados no mercado
internacional.

Recursos remanescentes podem ser:


I - utilizados em operações em mercados organizados de derivati-
vos no exterior (exclusivamente para hedge) de títulos integrantes
da carteira ou, até no máximo 10% do P.L., mantidos em conta de
depósito no exterior.

II - utilizados em operações em mercados organizados de derivati-


vos no País referenciados com títulos de dívida externa da União
(exclusivamente para hedge dos títulos integrantes da carteira) -
administrados por bolsa de mercadoria e de futuros ou balcão com
registro na Cetip - ou mantidos em conta de depósito à vista no País
(no conjunto, no máximo 10% do P.L.).

VII- Multimercado

Devem possuir políticas de investimento que envolvam vários


fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum
fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes.

Esses fundos podem realizar aplicar em ativos financeiros no exte-


rior, até o limite de 20% (vinte por cento) de seu patrimônio líquido.

Fundos de Longo Prazo

0 fundo classificado como "Referenciado", "Renda Fixa", "Cambial",


"Dívida Externa" ou "Multimercado" que dispuser, em seu regulamento ou
prospecto, que tem o compromisso de obter o tratamento fiscal destinado
a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente estará
obrigado a:

1 - incluir a expressão "Longo Prazo" na denominação do fundo (sendo


esta expressão privativa destes fundos, vedada a utilização de termos,
abreviaturas ou expressões semelhantes na denominação por outros tipos
de fundos); e

II - atender às condições previstas na referida regulamentação de


forma a obter o referido tratamento fiscal.

O fundo que mencionar ou sugerir, em seu regulamento, prospecto ou em


qualquer outro material de divulgação, que tentará obter o tratamento fiscal
previsto para fundos de longo prazo, mas sem assumir o compromisso de
atingir esse objetivo, ou que irá fazê-lo apenas quando considerar conveniente
para o fundo, deverá incluir no prospecto e em seu material de divulgação,
em destaque, a seguinte advertência: "Não há garantia de que este fundo
terá o tratamento tributário para fundos de longo prazo".

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 243


FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE
INVESTIMENTO

0 fundo de investimento em cotas de fundos de investimento deverá


manter, no mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) de seu patrimônio
investido em cotas de fundos de investimento de uma mesma classe,
exceto os fundos de investimento em cotas classificados como
"Multimercado", que podem investir em cotas de fundos de classes
distintas.

Os restantes 5% (cinco por cento) do patrimônio do fundo poderão ser


mantidos em depósitos à vista ou aplicados em:

1 - títulos públicos federais;

II - títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;

III - operações compromissadas, de acordo com a regulação específica


do Conselho Monetário Nacional - CMN.

Esses percentuais deverão ser cumpridos diariamente, com base no


patrimônio líquido do fundo do dia imediatamente anterior.

Deverá constar da denominação do fundo a expressão "Fundo de


Investimento em Cotas de Fundos de Investimento" acrescida da classe
dos fundos investidos de acordo com regulamentação específica.

ASPECTOS
OPERACIONAIS
Conversão de cotas (aplicação e resgate)

Na emissão das cotas do fundo deve ser utilizado o valor da cota do dia
ou do dia seguinte ao da efetiva disponibilidade, pelo administrador ou
intermediário, dos recursos investidos, segundo o disposto no
regulamento.

A conversão de cotas dar-se-á pelo valor da cota do dia na data de


conversão, o pagamento do resgate deverá ser efetuado em cheque,
crédito em conta corrente ou ordem de pagamento, no prazo
estabelecido no regulamento, que não poderá ser superior a 5 (cinco)
dias úteis, contados da data da conversão de cotas, o regulamento
poderá estabelecer prazo de carência para resgate, com ou sem
rendimento.

A avaliação dos ativos de renda variável deve ser feita utilizando-se a


última cotação diária de fechamento do mercado em que o ativo
apresentar maior liquidez, desde que tenha sido negociado pelo menos
uma vez nos últimos 90 (noventa) dias.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 244


Taxas de Administração , de Performance de Ingresso e Saida

A administração do fundo compreende o conjunto de serviços


relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção
do fundo, que podem ser prestados pelo próprio administrador ou por
terceiros por ele contratados, por escrito, em nome do fundo.

O regulamento deve dispor sobre a taxa de administração, que


remunerará todos esses serviços, podendo haver remuneração
baseada no resultado do fundo (taxa de performance), bem como taxa
de ingresso e saída.

A cobrança de taxa de performance, quando cabível, deve atender aos


seguintes critérios (art 62):

I - vinculação a um parâmetro de referência compatível com a


política de investimento do fundo e com os títulos que efetivamente a
componham.

II - é vedada sua vinculação a percentuais inferiores a 100% do


parâmetro de referência

III - cobrança, após a dedução de todas as despesas (inclusive


taxa de administração), por período, no mínimo, semestral.

É vedada sua cobrança quando o valor da cota for inferior ao seu valor
por ocasião da última cobrança efetuada.

POLÍTICAS DE
INVESTIMENTOS
Definição e Intrumentos de Divulgação

0 prospecto deve conter todas as informações relevantes para o


investidor relativas à política de investimento do fundo e aos riscos
envolvidos, entre outras informações, as seguintes :

1 - metas e objetivos de gestão do fundo, bem como seu público alvo;

II - política de investimento e faixas de alocação de ativos, discriminando


o processo de análise e seleção dos mesmos;

III - relação dos prestadores de serviços do fundo;

IV - especificação, de forma clara, das taxas e demais despesas do


fundo;

V - apresentação detalhada do administrador e do gestor, quando for o


caso, com informação sobre seu registro perante a CVM, seus
departamentos técnicos e demais recursos e serviços utilizados para
gerir o fundo;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 245


VI - condições de compra de cotas do fundo, compreendendo limites
mínimos e máximos de investimento, bem como valores mínimos para
movimentação e permanência no fundo;

VII - condições de resgate de cotas e, se for o caso, prazo de carência;

VIII - política de distribuição de resultados, se houver, compreendendo


os prazos e condições de pagamento;

IX - identificação dos riscos assumidos pelo fundo;

X - informação sobre a política de administração dos riscos assumidos


pelo fundo, inclusive no que diz respeito aos métodos utilizados para
gerenciamento destes riscos;

XI - informação sobre a tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas,


contemplando a política a ser adotada pelo administrador quanto ao
tratamento tributário perseguido;

XII - política relativa ao exercício de direito de voto do fundo, pelo


administrador ou por seus representantes legalmente constituídos, em
assembleias gerais das companhias nas quais o fundo detenha
participação;

XIII - política de divulgação de informações, inclusive as de composição


de carteira, que deverá ser idêntica para todos que solicitarem;

X I V - quando houver, identificação da agência classificadora de risco do


fundo, bem como a classificação obtida;

XV - a indicação sobre o local, ou meio, e a forma de obtenção dos


resultados do fundo em exercícios anteriores, e de outras informações
referentes a exercícios anteriores, tais como demonstrações contábeis,
relatórios do administrador do fundo e demais documentos pertinentes
que tenham sido divulgados ou elaborados por força de disposições
regulamentares aplicáveis;

XVI - o percentual máximo de cotas que pode ser detido por um único
cotista;

Todo cotista ao ingressar no fundo deve atestar que recebeu o regulamento


do fundo, tomou ciência dos riscos envolvidos e da política de investimen-
tos, bem como, se for o caso, tomou ciência da possibilidade de ocorrência
de patrimônio líquido negativo e de sua responsabilidade por consequentes
aportes adicionais de recursos .

O fundo que pretender realizar operações com derivativos que possam


resultar em perdas patrimoniais ou, em especial, levar a ocorrência de P.L.
negativo, deverá inserir na capa do seu prospecto e em todo o seu material
de divulgação, de forma clara, legível e em destaque, a seguinte advertências:

"ESTE FUNDO UTILIZA ESTRATÉGIAS COM DERIVATIVOS COMO

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 246


PARTE INTEGRANTE DE SUA POLÍTICA DE INVESTIMENTO. TAIS
ESTRATÉGIAS, DA FORMA COMO SÃO ADOTADAS, PODEM RESUL-
TAR EM PERDAS PATRIMONIAIS PARA SEUS COTISTAS, PODENDO
INCLUSIVEACARRETAR PERDAS SUPERIORES AO CAPITAL APLICA-
DO E A CONSEQUENTE OBRIGAÇÃO DO COTISTA DE APORTAR
RECURSOS ADICIONAIS PARA COBRIR O PREJUÍZO DO FUNDO."

Alavancagem Operacional

Alavancagem operacional é a possibilidade do fundo, utilizando posições


em mercados derivativos, fazer aplicações em montantes superiores ao
seu efetivo patrimônio líquido.

Se de um lado essa estratégia pode resultar em ganhos significativos


para os cotistas, por outro eleva consideravelmente sua exposição ao
risco. Em função disso a CVM exige que os fundos que utilizam essa
política de investimento informem claramente isso aos investidores.

Investidores Qualificados (art 109):

São considerados investidores qualificados:

I - instituições financeiras;

II - companhias seguradoras e sociedades de capitalização;

III - entidades abertas e fechadas de previdência complementar;

IV - pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos


financeiros em valor superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) e que,
adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado
mediante termo próprio;

V - f u n d o s de investimento destinados exclusivamente a investidores


qualificados;

VI - administradores de carteira e consultores de valores mobiliários


autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios;

VII - regimes próprios de previdência social instituídos pela União,


pelos Estados, pelo Distrito Federal ou por Municípios.

Os requisitos acima deverão ser verificados, pelo administrador ou


pelo intermediário, no ato de cada aplicação em fundo de investimento de
que o investidor não seja cotista, sendo certo que a perda da condição de
investidor qualificado não implica a exclusão do cotista do fundo de
investimentos.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 247


Tributação das Aplicações em Fundos de Investimento

• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

A Portaria n° 264, de 30/06/99, do Ministério da Fazenda, determina a inci-


dência de IOF de 1 % ao dia, sobre o valor de resgate, limitado ao rendi-
mento da operação, em função do prazo, conforme tabela abaixo.

Regras de Tributação - IOF - Decreto n° 6.306, de 14/12/2007

IOF de 1% ao dia, sobre o valor do resgate, limitado ao rendimento


da operação, em função do prazo, conforme tabela abaixo:

% Limite % Limite % Limite


N°de Tributável N° de Tributável N°de Tributável
dias do dias do dias do
Rendto Rendto Rendto

1 96 11 63 21 30

2 93 12 60 22 26

3 90 13 56 23 23

4 86 14 53 24 20

5 83 15 50 25 16

6 80 16 46 26 13

7 76 17 43 27 10

8 73 18 40 28 6

9 70 19 36 29 3

10 66 20 33 30 0

• Imposto de Renda

Os rendimentos sujeitam-se à incidência de imposto de renda na fonte,


observadas as seguintes alíquotas, em função do prazo de aplicação:

I - 22,5% , para aplicações de até 6 meses


I - 20% , aplicações de 6 meses e 1 dia até 12 meses
III - 17,5% , aplicações de 12 meses e 1 dia até 24 meses
IV - 15% , aplicações acima de 24 meses

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 248


Os rendimentos serão apropriados semestralmente e tributados em 15%
sendo que por ocasião do resgate será aplicada alíquota complementar
de acordo com o indicado acima.

Somente serão tributados de acordo com os itens III e IV aplicações reali-


zadas em fundos classificados como de longo prazo.

Os Fundos e Clubes de Investimentos em Ações tem seus rendimentos


tributados exclusivamente no resgate das quotas, à alíquota de 15%.

GESTÃO ATIVAE
PASSIVA

De acordo com o estilo de gestão da carteira, os fundos de ações podem


ser classificados como:

Ativos:

Quando o gestor tem atuação ativa na montagem da carteira de ações do


fundo, ou seja, escolhe as ações e decide qual a proporção de cada uma
na carteira. Usualmente o objetivo é apresentar uma performance
diferenciada e/ou superior a apresentada pelos índices de ações.

Passivos:

Quando o gestor estabelece como estratégia formar uma carteira de ações


igual ou muito semelhante a carteira teórica de algum índice de ações
(Ibovespa, IBrX50, e t c ) . Nesse caso o objetivo é propiciar um retorno o
mais próximo possível ao apresentado pelo índice de referência.

13-OUTROS FUNDOS DE INVESTIMENTO REGULADOS P E L A CVM

"Atenção: Este capítulo será objeto de 2 (duas) questões no Exame"

Fundos de índice com cotas negociáveis em bolsa de valores ou


mercado de balcão organizado.

Esses fundos são regulados pela Instrução CVM n° 359/02, sendo definidos
como uma comunhão de recursos destinada à aplicação em carteira de
títulos e valores mobiliários que vise refletir as variações e rentabilidade de
um índice referência (índice de mercado, reconhecido pela CVM).

Deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto, e pode ser


administrado por pessoa jurídica autorizada pela CVM para o exercício
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO
profissional de atividade de administração de carteira, sendo vedada a
cobrança de taxa de performance.

A integralização ou resgate de cotas somente podem ser efetuados por


meio da transferência de valores mobiliários que componham o índice
referência, na proporção do mesmo. O regulamento do fundo pode estabe-
lecer lotes mínimo e máximo de valores mobiliários para efeito de emissão
ou resgate de cotas.

As cotas desses fundos podem ser negociadas no mercado secundário,


obedecendo, nesse caso, as regras e procedimentos estabelecidos pela
instituição que o administra (bolsa de valores ou instituição administradora
do mercado de balcão organizado).

O fundo deve ter uma página na rede mundial de computadores, em lín-


gua portuguesa, com todas as informações a ele pertinentes considera-
das importantes.

O fundo deve manter 95%, no mínimo, de seu P.L. aplicado em valores


mobiliários ou outros ativos autorizados pela CVM, na proporção em que
estes integram o índice referência ou em posições compradas no mer-
cado futuro do índice de referência.

Fundo Imobiliário

Fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio fechado, re-


gulamentado pela Instrução CVM n° 472/08, com alterações determinadas
pelas Instruções n°s 478/09,482/10 e 498/11, cujo patrimônio é destinado
a aplicações em empreendimentos imobiliários. As cotas desses fundos,
que não podem ser resgatadas são registradas na CVM, podendo ser ne-
gociadas em bolsas de valores ou no mercado de balcão.

Somente podem administrar esses fundos: bancos comerciais, bancos


múltiplos com carteira de investimento ou de crédito imobiliário, bancos
de investimento, corretoras e distribuidoras de valores, sociedades de cré-
dito imobiliário, caixas económicas e companhias hipotecárias.

Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes

Regulamentados pela Instrução CVM n° 209/94, com alterações determi-


nadas pelas Instruções CVM n°s 225/94, 236/95, 253/96, 363/02, 368/02 ,
415/06, 435/06, 453/07, 470/08, 477/09 e 498/11.

São condomínios fechados com o objetivo de aplicar em carteira diversificada


de valores mobiliários de emissão de empresas emergentes, com prazo
máximo de duração de 10 anos, prorrogáveis por mais 5 anos.

Esses fundos devem ter no mínimo 75% de suas aplicações em ações, debêntu-
res conversíveis ou bónus de subscrição de emissão de empresas emergentes.
O valor mínimo de emissão de suas cotas é de R$ 20 mil, sendo que as
objeto de colocação pública registrada na CVM, após a integralização do
preço de emissão, podem ser negociadas em Bolsa de Valores ou Balcão
Organizado.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO K£áJ
Para efeito dessa legislação, são consideradas empresas emergentes
aquelas com faturamento líquido anual, ou faturamento líquido anual con-
solidado inferior a R$ 150 milhões (no exercício anterior à aquisição das
ações pelo fundo). É vedado ao Fundo investir em sociedade que inte-
grante de grupo de sociedades, cujo patrimônio líquido consolidado seja
superior a R$ 300 milhões.

Esses fundos somente podem ser administrados por pessoa física ou


jurídica autorizada pela CVM para exercer a atividade de administração de
carteira de valores mobiliários.

A regulamentação aqui citada também se aplica a "Fundos de Investimen-


tos em Empresas Emergentes Inovadoras" (Ins. CVM 415/05), que são
aquelas sociedades anónimas cuja atividade principal seja voltada para a
introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou so-
cial, que resulte em novos produtos, processos ou serviços (inciso IV, art.
2 da Lei 10.793/04)
o

Fundos de Investimento em Participações

Regulamentados pela Instrução CVM n° 391/03, com alterações


introduzidas pelas Instruções CVM 435/06, 453/07, 496/11 e 498/11, são
condomínios fechados, com o objetivo de investir no minimo 90% do seu
Património em companhias abertas ou fechadas, com efetiva participa-
ção na administração dessas companhias.

Suas cotas somente podem ser adquiridas por Investidores Qualificados,


nos termos da regulamentação editada pela CVM relativamente aos FITVMs,
sendo de R$ 100 mil o compromisso mínimo por investidor.

A administração do fundo deve ficar a cargo de pessoa jurídica autorizada


pela CVM para exercer a administração de carteira de valores mobiliários,
que poderá contratar terceira pessoa, igualmente habilitada para o exercício
profissional de administração de carteira, para gerir a carteira do fundo.

Esses fundos somente podem realizar operações com derivativos com o


objetivo de proteção patrimonial.

Fundos Mútuos de investimento em Direitos Creditórios

Regulamentados pela Instrução CVM n° 356/01 com alterações determi-


nadas pelas Instruções CVM n°s 393/03, 435/06, 442/06, 446/06, 458/07
484/10, 489/11 e 498/11, podem ser condomínios abertos ou fechados
que devem aplicar, mais de 50% de seu patrimônio líquido em direitos
creditórios.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 251


Esses fundos somente poderão receber aplicações, bem como ter suas
cotas negociadas em mercado secundário, quando o subscritor ou
adquirente das cotas for investidor qualificado sendo que o valor mínimo
para realização de aplicações é de R$ 25 mil.

Cada classe ou série de cotas destinada à colocação pública deve ser


classificada por agencia classificadora de risco em funcionamento no país.
Esses fundos podem ser administrados por banco (múltiplo, comercial,
de investimento), pela caixa económica federal, por financeira (SCFI) por
corretora ou distribuidora de títulos e valores mobiliários.

Para efeito dessa legislação são considerados direitos creditórios: o direi-


tos e títulos representativos de crédito, originários de operações realiza-
das nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de hipote-
cas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços; aplicações
em warrants e em contratos de compra e venda de produtos, mercadori-
as e/ou serviços para entrega ou prestação futura quem tenham garantia
de instituição financeira ou companhia seguradora; direitos e títulos repre-
sentativos de crédito de natureza diversa assim reconhecidos pela CVM.

Os Fundos de Investimento em Cotas de Fundo de Investimento em Direi-


tos Creditórios (FICFIDC) devem ter no mínimo 95% do seu PL aplicado
em cotas de FIDC.

14 - SECURITIZAÇÃO DE RECEBÍVEIS

"Atenção: Este capítulo será objeto de 1 (uma) questões no Exame"

Operação financeira estruturada onde uma sociedade de propósito espe-


cífico (SPE) ou uma sociedade securitizadora capta recursos, usualmen-
te através da emissão de debêntures ou "commercial papers" visando
exclusivamente adquirir direitos creditórios (recebíveis) originados por uma
ou mais companhias previamente selecionadas e analisadas.

Esse tipo de montagem ao segregrar o risco de crédito de seu originador


reduz o risco da operação para o investidor que compra os títulos emitidos
pela instituição (SPE ou Soe. S e c ) , normalmente permitindo que ela cap-
te recursos a uma taxa de juros mais favorável.

Outra forma de se estruturar uma operação de securitização de recebíveis


é a montagem de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 252


1 5 - C L U B E DE INVESTIMENTOS

"Atenção: Este capítulo será objeto de 1 (uma) questões no Exame"

Definição

Instrumento de participação dos pequenos e médios investidores no


mercado de ações, que deve ser administrado por uma sociedade corretora,
distribuidora, banco de investimentos ou banco múltiplo com carteira de
investimento. A participação é feita através da aquisição de cotas iguais,
representativas de uma parcela do patrimônio do clube e sua rentabilidade
depende do desempenho dos títulos componentes de sua carteira.

Difere-se dos fundos de investimentos pelo limite de participantes - máximo


de cinquenta, sendo que é assegurado a cada membro o direito de
aumentar o número de suas cotas, por novos investimentos, até o limite
máximo de 4 0 % das cotas existentes - e pela possibilidade de participação
na gestão dos recursos da carteira do clube.

A Instrução CVM n° 494

Os clubes de investimento são regulamentados de acordo com o disposto


nas Instruções CVM n° 494 e 495, de 20/04/2011 que determina a sua
constituição e funcionamento.

Aspectos Operacionais

O Clube de Investimento é um condomínio aberto constituído por no mínimo


3 (tres) e no máximo 50 (cinquenta) pessoas naturais, para aplicação de
recursos em títulos e valores mobiliários.

Seu funcionamento depende de registro em entidade administradora de


mercado organizado, a qual deve regulamentar a atuação e manter os
controles cabíveis sobre as atividade dos Clubes nela registrados.

O estatuto do Clube de Investimento deve dispor, no mínimo, sobre as


seguintes matérias:

I- qualificação do administrador;
II - qualificação do gestor da carteira, e do custodiante
III- prazo de d u r a ç ã o , se d e t e r m i n a d o ou i n d e t e r m i n a d o ;
IV - política de investimento a ser adotada, contendo, no mínimo:
a) os ativos que podem compor o património do clube e os requisitos de
diversificação de investimentos, e,
b) a possibilidade de o clube realizar operações no mercado de derivativos;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 253


V - taxa de administração;
VI- taxa de performance, se houver;
VII- demais encargos do clube;
VIII- condições para a aplicação e o resgate de cotas;
IX- política de distribuição de resultados, se houver, compreendendo os
prazos e condições de pagamento;
X- exercício social do clube;
XI- política de divulgação de informações;
XII- política relativa ao exercício de direitos de voto do clube, em assembleias
gerais das companhias nas quais o clube detenha participação;
XIII- obrigações e responsabilidades do administrador e do gestor;
XIV- forma de convocação e prazo para realização da assembleia geral; e
XV - modo e condições de dissolução e liquidação do clube.

A entidade administradora de mercado organizado deve regulamentar:

I- a competência, os prazos e os procedimentos para a convocação de


assembleias;
II- a forma de disponibilização de informações para os cotistas;
III- as regras de instalação, organização e deliberação das assembleias,
inclusive aquelas relativas a quorum, bem como as regras quanto a
formalização das deliberações; e
IV- a forma e os prazos para comunicação das deliberações para os
cotistas e para a entidade administradora de mercados organizados.

Gestão da Carteira

A gestão da carteira do clube pode ser exercida:

I- pelo administrador;
II- por pessoas naturais ou jurídicas contratadas pelo administrador;
III- por um ou mais cotistas.

É vedada a gestão de carteira do clube por agente autónomo de investimento,


ainda que seja cotista.

Em caso de gestão por cotista, é vedado a este:

I- ter mais de um clube sob a sua gestão; e


II- receberqualquer espécie de remuneração ou benefício, direto ou indireto,
pelos serviços prestados ao clube.

Carteira

O clube deve possuir, no mínimo, 67% (sessenta e sete por cento) de seu
património líquido investido em:

I- ações;
II- bónus de subscrição;
III- debentures conversíveis em ações, de emissão de companhias abertas;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 254


IV- recibos de subscrição;
V- cotas de fundos de índices de ações negociados em mercado organizado;
e
VI- certificados de depósitos de ações.
O montante excedente pode ser aplicado em:

I- outros valores mobiliários de emissão de companhias abertas;


II- cotas de fundos de investimento das classes "Curto Prazo",
"Referenciado" e "Renda Fixa";
III- títulos públicos federais;
IV- títulos de responsabilidade de instituição financeira; e
V- compra de opções.

O clube poderá realizar outras operações em mercados derivativos, além


das mencionadas anteriormente, cabendo a entidade administradora de
mercado organizado:

I- estabelecer as modalidades operacionais admitidas, bem como os


limites de exposição e de alavancagem;
II- regulamentar a forma e os limites de utilização dos ativos do clube para
a prestação de garantias em operações próprias;
III- definir procedimentos de administração de risco a serem adotados pelo
administrador em caso de utilização de derivativos; e
IV- definir procedimentos e prazos para adequação da composição da
carteira em caso de desenquadramento.

Na regulamentação do disposto acima, a entidade administradora de


mercado organizado deverá observar os seguintes critérios:

I- em qualquer hipótese, o principal fator de risco do clube deve ser a


variação do preço dos ativos adquiridos de renda variável, apenas sendo
permitida a realização de operações com derivativos, que tenham, como
ativo subjacente, ações ou índices de ações;
II- o clube apenas pode realizar operações com derivativos em mercados
de bolsa
II- os limites de exposição e de alavancagem em mercado de derivativos,
assim como a p >ssibilidade de utilização de uma determinada modalidade
operacional, de rem ser definidos tendo em vista a proteção da integridade
do património lí uido do clube; e
IV- é vedado o mçamento de opções a descoberto.

Tributação de :lubes de investimento


Os rendimentos obtidos no resgate de cotas de clubes de investimento,
são tributados à alíquota de 15%.

A responsabilidc de pelo recolhimento do imposto, que acontece no terceiro


dia útil da semana subsequente ao resgate, é do administrador do clube.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO
Bibliografia

ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas,


2008.

Avaliação de Empresas - Aswath Damodaran , 2 ed. 2007

CASAGRANDE NETO, H., SOUSA, L.A., ROSSI, M.C. Abertura do


capital de empresas no Brasil: um enfoque prático. 3. ed., São Paulo:
Atlas, 2000.

CAVALCANTE, F., MISUMI, J.Y. Mercado de capitais. Rio de Janeiro:


Comissão Nacional das Bolsas de Valores; Campus, 2001.

et al. Crédito-Análise e Avaliação do Risco: pessoas físicas e


jurídicas. São Paulo: Saint Paul, 2002.

et al. Cálculo Financeiro das Tesourarias: bancos e empresas.


2. ed. São Paulo: Saint Paul, 2003..

FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 17. ed. Rio de


Janeiro: Qualitymark Editora, 2007.

Gestão de Risco no Brasil - George Vargas e Antonio Duarte - BMF 2003

HULL, J. C. Introdução aos mercados futuros e de opções. 2. ed. São


Paulo: Cultura. Editores Associados BM&F, 2002.

JORION, Philippe. Value at Risk; a fonte de referência para a gestão do


risco. 2. ed. São Paulo. Bolsa de Mercadorias & Futuros, 2003.

LAMEIRA, VALDIR J. Mercado de Capitais. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora


Forense Universitária, 2003.

ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W. Administração


Financeira. Corporate Finance. São Paulo: Atlas, 2002.

SECURATO, José Roberto. Decisões Financeiras em Condições de


Risco. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

SILVA NETO, L. de Araújo, TAGLIAVINI, M. Opções: do tradicional ao


exótico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

Taxa de Fiscalização : Lei n° 6.385/76 e Lei n° 7940/89

Poder de Polícia: artiog 78 do Código Tributário Nacional

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 256


Sites para consultas

BM&FBOVESPA bmfbovespa.com.br

Bacen bcb.gov.br

CVM cvm.gov.br

Portal do Investidor portaldoinvestidor.gov.br

IBCPF ibcpf.org.br

Nota

Esta apostila não é uma recomendação de investimento.

Procure uma instituição financeira, ela poderá ajudá-lo a avaliar os

riscos e benefícios potenciais das negociações com os diversos produtos

disponíveis nesses mercados.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 257


LEGISLAÇÃO

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 258


ANEXO - LEGISLAÇÃO

R e s o l u ç ã o CMN n° 2838 - 30/05/01

Dispõe sobre a atividade de agente a u t ó n o m o de investimento e


autoriza a Comissão d e Valores Mobiliários - C V M a adotar m e d i d a s
e baixar normas c o m p l e m e n t a r e s para a e x e c u ç ã o no disposto nesta
Resolução.

R e s o l u ç ã o CMN n° 3 1 5 8 - 1 7 / 1 2 / 0 3

Dispõe sobre a certificação de e m p r e g a d o s d a s instituições financei-


ras e d e m a i s instituições autorizadas a funcionar pelo B a c e n .
Altera prazos, estalecendo novo intervalo d e quatro anos c o n t a d o s a
partir de 31/12/2004 até 31/12/2007, para certificação d e s s e s e m p r e -
g a d o s , e dá outras providencias.
Esta Resolução revoga a Resolução n° 3 0 5 7 .

Instrução C V M n° 497 - 03/06/11

Dispõe sobre a atividade de agente a u t ó n o m o de investimento e


revoga as Instruções n°s 4 3 4 de 22/06/06, e a 524 de 03/08/07

Lei n° 9613-03/03/98

Dispõe sobre os crimes d e "lavagem" ou ocultação de bens, direitos


e valores; a prevenção da utilização d o sistema financeiro para os
ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho d e Controle d e Atividades
Financeiras - C O A F , e dá outras providências.

Instrução C V M n° 301/99 e P a r e c e r de O r i e n t a ç ã o n° 31/99


Dispõe sobre a identificação, o cadastro, o registro, as operações, a
c o m u n i c a ç ã o , os limites e a responsabilidade administrativa de que
tratam os incisos I e II d o art. 10,1 e II do art. 11, e os arts. 12 e 13, da
Lei n° 9.613, de 3 de m a r ç o de 1998, referente aos crimes d e "lava-
g e m " o u ocultação de bens, direitos e valores.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 1


RESOLUÇÃO 2.838

Dispõe sobre a atividade de agente


autónomo de investimento.

0 BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9 da Lei n° o

4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o CONSELHO


MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 30 de maio de 2001, com
base nos arts. 3 , incisos I e IV, e 4 da Lei n° 6.385, de 7 de
o o

dezembro de 1976, e tendo em vista o disposto nos arts. 16, incisos I


e III, e 18, inciso I, da referida Lei n° 6.385, de 1976,

RESOLVEU:

Art. I Estabelecer que agente autónomo de investimento e a


o

pessoa natural ou jurídica uniprofíssional, que tenha como atividade


a distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários, quotas de
fundos de investimento e derivativos, sempre sob a responsabilidade e
como preposto das instituições integrantes do sistema de distribuição
de valores mobiliários de que trata o art. 15 da Lei n° 6.385, de 7
de dezembro de 1976.

Art. 2 Para o exercício da sua atividade, o agente autónomo


o

de investimento deve:

1 - ser julgado apto em exame de certificação organizado por


entidade autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários, observado
que o exercício das atividades de distribuição e mediação nos merca-
dos de derivativos depende, ainda, de aprovação em exame específico
que avalie o respectivo conhecimento sobre o funcionamento e os ris-
cos inerentes a esses mercados;

II - obter a autorização da Comissão de Valores Mobiliários;

III - manter contrato para distribuição e mediação com uma


ou mais das instituições referidas no art. I ;
o

IV - realizar a sua atividade de distribuição e mediação


exclusivamente como preposto das instituições referidas no art. I ;
o

V - abster-se de receber ou entregar aos investidores, por


qualquer razão, numerário, títulos, valores mobiliários ou quaisquer
outros valores, que somente devem ser movimentados por meio de insti-
tuiçõesfinanceirase do sistema de distribuição de valores mobiliá-
rios.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


Art. 3 Os agentes autónomos de investimento, credenciados
o

nos termos da Resolução n° 238, de 24 de novembro de 1972, e regula-


mentação posterior, permanecem autorizados a desempenhar a atividade,
ficando dispensados do cumprimento da formalidade prevista no art.
2 , inciso I , observada a necessidade de obtenção da autorização de
o

que trata o inciso II do mesmo artigo no prazo máximo de um ano, con-


tado da data da entrada em vigor desta Resolução.

Art. 4 Aos empregados de instituições financeiras e demais


o

instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil


que exerçam, na própria instituição, qualquer das ati vidades referi-
das no art. I somente se aplica a formalidade prevista no art. 2 ,
o o

inciso I.

Parágrafo único. Fica o Banco Central do Brasil incumbido de


disciplinar a entrada em vigor do disposto neste artigo.

Art. 5 Fica a Comissão de Valores Mobiliários autorizada a


o

adotar as medidas e a baixar as normas complementares que se fizerem


necessárias à execução do disposto nesta Resolução.

Art. 6 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publi-


o

cação.

Art. 7 Ficam revogados a Resolução n° 238, de 24 de novem-


o

bro de 1972, o item XV da Resolução n° 367, de 9 de abril de 1976, as


Circulares n°s 193, de 24 de novembro de 1972, e 229, de 15 agosto de
1974, e a Carta-Circular n° 665, de 7 de outubro de 1981.

Brasília, 30 de maio de 2001

Armínio Fraga Neto


Presidente

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


RESOLUÇÃO 3.158

Dispõe sobre a certificação de


empregados das instituições
financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil.

0 BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9 da Lei 4.595,


o

de 31 de dezembro de 1964, torna público que o CONSELHO MONETÁRIO


NACIONAL, em sessão realizada em 17 de dezembro de 2003, com base no
art. 4 , inciso VIII, da referida lei, na Lei 4.728, de 14 de julho
o

de 1965, e na Lei 6.099, de 12 de setembro de 1974, com as alterações


introduzidas pela Lei 7.132, de 26 de outubro de 1983,

RESOLVEU:

Art. I Estabelecer que as instituições financeiras e


o

demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do


Brasil devem adotar providências com vistas a que seus empregados,
para exercerem, na própria instituição, as atividades de distribuição
e mediação de títulos, valores mobiliários e derivativos, sejam
considerados aptos em exame de certificação organizado por entidade
de reconhecida capacidade técnica.

§ I Os empregados que tenham sido julgados aptos em exames


o

de certificação organizados nos termos do art. 2 , inciso I, da


o

Resolução 2.838, de 30 de maio de 2001 - durante a vigência do art.


4 desse normativo -, e da Resolução 3.057, de 19 de dezembro de
o

2002, são considerados aptos para os efeitos desta resolução, sem


prejuízo do atendimento das demais condições ora estabelecidas.

§ 2 O cumprimento da formalidade prevista neste artigo


o

deve observar o cronograma abaixo, a ser atendido com base no


quantitativo dos mencionados empregados, por instituição, ao final de
cada ano:

1 - 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, até 31 de


dezembro de 2004;

II - 50% (cinquenta por cento), no mínimo, até 31 de


dezembro de 2005;

III - 75% (setenta e cinco por cento), no mínimo, até 31 de


dezembro de 2006;

IV -100% (cem por cento), até 31 de dezembro de 2007.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


§ 3 A partir de I de janeiro de 2008, somente poderão
o o

exercer as atividades mencionadas no caput os empregados que tenham


sido considerados aptos para os efeitos desta resolução.

Art. 2 As instituições referidas no art. I devem


o o

assegurar que as pessoas contratadas como empregados, a partir da


data da entrada em vigor desta resolução, para exercerem, na própria
instituição, as atividades relacionadas naquele artigo, cumpram a
formalidade ali prevista no prazo de um ano, contado da data da
respectiva contratação, ou no prazo previsto no § 3 do art. I , o
o o

que ocorrer primeiro.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às


pessoas consideradas aptas para os efeitos desta resolução, que
tenham deixado de ser empregados de qualquer das instituições
referidas no art. I por período inferior a um ano, contado a partir
o

da data de término do vínculo empregatício anterior até a data de seu


retorno à condição de empregado.

Art. 3 Na hipótese de os empregados das instituições


o

referidas no art. 1 ° passarem a exercer atividade diferente daquela


para a qual tenham sido considerados aptos para os efeitos desta
resolução, na própria instituição ou em outra, a habilitação para o
exercício da nova atividade, se exigida, deverá ser providenciada no
prazo de um ano, contado da data da mudança de atividade, ou no prazo
previsto no § 3 do art. 1 °, o que ocorrer primeiro.
o

Art. 4 As instituições referidas no art. I são


o o

responsáveis pela atualização periódica dos conhecimentos de seus


empregados considerados aptos para os efeitos desta resolução.

Art. 5 As disposições desta resolução não se aplicam às


o

cooperativas de crédito e às sociedades de crédito ao


microempreendedor, observado que a certificação de empregados dessas
instituições ficará condicionada à edição de normativo específico.

Art. 6 Esta resolução entra em vigor na data de sua


o

publicação.

Art. T Fica revogada a Resolução 3.057, de 19 de dezembro


de 2002.

Brasília, 17 de dezembro de 2003.

Henrique de Campos Meirelles


Presidente

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


T E X T O I N T E G R A L DA I N S T R U Ç Ã O C V M N° 4 9 7 , D E 3 D E J U N H O D E 2011, C O M
A S A L T E R A Ç Õ E S I N T R O D U Z I D A S P E L A I N S T R U Ç Ã O C V M N° 515/11.

Dispõe sobre a atividade de agente autónomo de investimento.

A P R E S I D E N T E DA COMISSÃO DE V A L O R E S MOBILIÁRIOS - CVM torna público que o


Colegiado, em reunião realizada em 10 de maio de 2011, tendo em vista o disposto nos art. 8 , o

inciso I, e 16, incisos I e III, da Lei n°6.385, de 7 de dezembro de 1976, APROVOU a seguinte
Instrução:

CAPÍTULO I - DEFINIÇÃO

Art. 1 Agente autónomo de investimento é a pessoa natural, registrada na forma desta


o

Instrução, para realizar, sob a responsabilidade e como preposto de instituição integrante do


sistema de distribuição de valores mobiliários, as atividades de:

I - prospecção e captação de clientes;

II - recepção e registro de ordens e transmissão dessas ordens para os sistemas de


negociação ou de registro cabíveis, na forma da regulamentação em vigor; e

III - prestação de informações sobre os produtos oferecidos e sobre os serviços prestados pela
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido
contratado.

Parágrafo único. A prestação de informações a que se refere o inciso III inclui as atividades de
suporte e orientação inerentes à relação comercial com os clientes, observado o disposto no
art. 10.

Art. 2 Os agentes autónomos de investimento podem exercer suas atividades por meio de
o

sociedade ou firma individual constituída exclusivamente para este fim, observados os


requisitos desta Instrução.

§ 1 A constituição de pessoa jurídica, na forma do caput, não elide as obrigações e


o

responsabilidades estabelecidas nesta Instrução para os agentes autónomos de investimento


que a integram nem para os integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários que a
tenham contratado.

§ 2 A sociedade constituída na forma do caput será registrada na CVM, na forma do art. 4 .


o o

Art. 3 A atividade de agente autónomo de investimento somente pode ser exercida pela pessoa
o

natural registrada na forma desta Instrução que:

I - mantenha contrato escrito com instituição integrante do sistema de distribuição de valores


mobiliários para a prestação dos serviços relacionados no art. 1 ; ou o

II - seja sócio de pessoa jurídica, constituída na forma do art. 2 , que mantenha contrato escrito
o

com instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários para a prestação


dos serviços relacionados no art. 1 .o

CAPÍTULO II - CREDENCIAMENTO E REGISTRO

Art. 4 O registro para o exercício da atividade de agente autónomo de investimento será


o

concedido automaticamente pela CVM à pessoa natural e à pessoa jurídica credenciadas na

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 6


forma desta Instrução.

Parágrafo único. O registro do agente autónomo de investimento e da pessoa jurídica


constituída na forma do art. 2 é comprovado pela inscrição do seu nome na relação de agentes
o

autónomos de investimento constante da página da CVM na rede mundial de computadores.

Art. 5 o É obrigatório o credenciamento:

I - dos agentes autónomos de investimento; e

II - das pessoas jurídicas constituídas na forma do art. 2 .o

Art. 6 O credenciamento de agentes autónomos de investimento e das pessoas jurídicas por


o

eles constituídas na forma do art. 2 é feito por entidades autorizadas pela CVM, na forma dos
o

arts. T e 8 desta Instrução.


o

Art. 7 Para credenciamento de agente autónomo de investimento, as entidades


o

credenciadoras devem exigir do candidato o preenchimento dos seguintes requisitos mínimos:

I - ter concluído o ensino médio no País ou equivalente no exterior;

II - ter sido aprovado nos exames de qualificação técnica aplicados pela entidade
credenciadora;

III - ter aderido ao código de conduta profissional referido no inciso I do art. 19;

IV - não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo em instituições financeiras e


demais entidades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central do Brasil, pela
Superintendência de Seguros Privados - SUSEP ou pela Superintendência Nacional de
Previdência Complementar - PREVIC;

V - não haver sido condenado por crime falimentar, de prevaricação, suborno, concussão,
peculato, "lavagem" de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores, contra a economia
popular, a ordem económica, as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade pública, o
sistema financeiro nacional, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso
a cargos públicos, por decisão transitada em julgado, ressalvada a hipótese de reabilitação; e

VI - não estar impedido de administrar seus bens ou deles dispor em razão de decisão judicial.

Art. 8 Para o credenciamento de pessoas jurídicas constituídas nos termos do art. 2 , a


o o

entidade credenciadora deve exigir que estas:

I - tenham sede no país;

II - sejam constituídas como sociedades simples, adotando qualquer das formas permitidas
para tal, na forma da legislação em vigor; e

III - tenham, como objeto social exclusivo, o exercício da atividade de agente autónomo de
investimento, sendo vedada a participação em outras sociedades.

§ 1 Da denominação da pessoa jurídica de que trata o caput, assim como dos nomes de
o

fantasia eventualmente utilizados, deve constar a expressão "Agente Autónomo de


Investimento", sendo vedada a utilização de siglas e de palavras ou expressões que induzam o
investidor a erro quanto ao objeto da sociedade.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO


§ 2 A pessoa jurídica deve ter como sócios unicamente pessoas naturais que sejam agentes
o

autónomos, aos quais será atribuído, com exclusividade, o exercício das atividades referidas
nos inc. I a III do art. 1 .
o

§ 3 Sem prejuízo das responsabilidades decorrentes de sua conduta individual, todos os


o

sócios são responsáveis, perante a CVM, perante a entidade credenciadora e perante as


entidades autorreguladoras competentes, na forma do art. 22, pelas atividades da sociedade.

§ 4 Um mesmo agente autónomo de investimento não pode ser sócio de mais de uma pessoa
o

jurídica constituída na forma do caput.

Art. 9 A entidade credenciadora suspenderá ou cancelará o credenciamento do agente


o

autónomo de investimento nos casos de:

I - pedido formulado pelo próprio agente autónomo de investimento;

II - identificação de vícios ou falhas no processo de credenciamento;

III - perda de qualquer das condições necessárias para o credenciamento;

IV - aplicação de penalidade de suspensão ou de cancelamento, observado o disposto no § 2 o

deste artigo; e

V- aplicação, pela CVM, das penalidades previstas no art. 11, incisos III a VIII, da Lei n° 6.385, de
1976.

§ 1 A suspensão ou o cancelamento do credenciamento, na forma dos incisos I a IV, será


o

comunicada à CVM e implica, respectivamente, a suspensão ou o cancelamento automático do


registro do agente autónomo de investimento.

§ 2 Da decisão de suspensão ou de cancelamento do credenciamento tomada na forma do


o

inciso IV, cabe recurso à CVM, no prazo de 15 (quinze) dias, com efeito suspensivo.

CAPÍTULO III - EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES

Art. 10. O agente autónomo de investimento deve agir com probidade, boa fé e ética
profissional, empregando no exercício da atividade todo o cuidado e a diligência esperados de
um profissional em sua posição, em relação aos clientes e à instituição integrante do sistema
de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido contratado.

Parágrafo único. O agente autónomo de investimento deve:

I - observar o disposto nesta Instrução, no código de conduta profissional referido no art. 19,
inciso I, nas demais normas aplicáveis e nas regras e procedimentos estabelecidos pela
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido
contratado; e

II - zelar pelo sigilo de informações confidenciais a que tenha acesso no exercício da função.

Art. 11. Os materiais utilizados pelo agente autónomo de investimento no exercício das
atividades previstas nessa Instrução devem:

I - estar em consonância com o disposto no art. 10 desta Instrução;

II - ser prévia e expressamente aprovados pela instituição integrante do sistema de distribuição


PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 8
pela qual o agente autónomo de investimento tenha sido contratado;

III - fazer referência expressa a tal instituição, como contratante, identificando o agente
autónomo como contratado, e apresentar os dados de contato da ouvidoria da instituição; e

IV - no caso das pessoas jurídicas constituídas nos termos do art. 2 , identificar cada um dos
o

agentes autónomos dela integrantes.

I - a adoção de logotipos ou de sinais distintivos do próprio agente autónomo de investimento ou


da pessoa jurídica de que ele seja sócio, desacompanhados da identificação da instituição
integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha ele sido contratado,
com no mínimo igual destaque; e

II - a referência à relação com a instituição integrante do sistema de distribuição de valores


mobiliários por meio de expressões que dificultem a compreensão da natureza do vínculo
existente, como "parceira", "associada" ou "afiliada".

§2 o O disposto neste artigo se aplica ainda:

I - às apostilas e a qualquer outro material utilizado em cursos e palestras ministrados pelo


agente autónomo de investimento ou promovidos pela pessoa jurídica de que ele seja sócio; e

II - a páginas na rede mundial de computadores.

§ 3 O disposto no inc. II do caput não se aplica aos agentes autónomos que realizem
o

exclusivamente a distribuição de cotas de fundo de investimento para investidores qualificados,


observado, em qualquer hipótese, o disposto no art. 21 da Instrução CVM n. 409, de 18 de
agosto de 2004.

Art. 12. A atividade de prestação de informações pelo agente autónomo de investimento deve
estar sujeita às mesmas regras estabelecidas para os demais profissionais que atuam na
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual ele tenha sido
contratado.

CAPÍTULO IV - VEDAÇÕES

^ A r t . 13. É vedado ao agente autónomo de investimento ou à pessoa jurídica constituída na


forma do art. 2 :o

I - manter contrato para a prestação dos serviços relacionados no art. 1 com mais de uma
o

instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários;

II - receber de clientes ou em nome de clientes, ou a eles entregar, por qualquer razão e


inclusive a título de remuneração pela prestação de quaisquer serviços, numerário, títulos ou
valores mobiliários ou outros ativos;

III - ser procurador ou representante de clientes perante instituições integrantes do sistema de


distribuição de valores mobiliários, para quaisquer fins;

IV - contratar com clientes ou realizar, ainda que a título gratuito, serviços de administração de
carteira de valores mobiliários, consultoria ou análise de valores mobiliários;

V - atuar como preposto de instituição integrante do sistema de distribuição de valores


PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO ~~E1
mobiliários com a qual não tenha contrato para a prestação dos serviços relacionados no art.
1;
o

VI - delegar a terceiros, total ou parcialmente, a execução dos serviços que constituam objeto
do contrato celebrado com a instituição integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários pela qual tenha sido contratado;

VII - usar senhas ou assinaturas eletrônicas de uso exclusivo do cliente para transmissão de
ordens por meio de sistema eletrônico; e

VIII - confeccionar e enviar para os clientes extratos contendo informações sobre as operações
realizadas ou posições em aberto.

§ 1 Para exercer as atividades de administração de carteira, de consultoria ou de análise de


o

valores mobiliários, o agente autónomo de investimento que seja registrado pela CVM para o
exercício daquelas atividades na forma da regulamentação em vigor deve requerer à entidade
credenciadora a suspensão de seu credenciamento como agente autónomo de investimento.

§ 2° O disposto no inciso I não se aplica aos agentes autónomos que realizam exclusivamente
a distribuição de cotas de fundo de investimento para investidores qualificados.

§ 3° O agente autónomo de investimento que mantiver contrato com um intermediário por meio
de pessoa jurídica na forma do art. 2° não poderá ser contratado diretamente por outro
intermediário.

§ 2 O disposto no inciso I não se aplica à atividade de distribuição de cotas de fundos de


o

investimento por agentes autónomos.

§ 3 Na hipótese do parágrafo anterior, cada uma das instituições integrantes do sistema de


o

distribuição que tenha contratado o agente autónomo deve adotar as providências necessárias
para assegurar o cumprimento do disposto nos incisos I e II do art. 17.

§ 4 O agente autónomo de investimento que mantiver contrato com um intermediário por meio
o

de pessoa jurídica na forma do art. 2 não pode ser contratado diretamente por outro
o

intermediário.

§§ 2 a 4 com redação dada pela Instrução CVM n° 515, de 29 de dezembro de 2011.


o o

CAPÍTULO V - O B R I G A Ç Õ E S E RESPONSABILIDADES DOS INTERMEDIÁRIOS

Art. 14. Incumbe à instituição integrante do sistema de distribuição verificar a regularidade do


registro dos agentes autónomos de investimento por ela contratados e formalizar, por meio de
contrato escrito, a sua relação com tais agentes autónomos de investimento.

§ 1 A instituição integrante do sistema de distribuição deve manter, enquanto vigorar o contrato


o

referido no caput, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos contados a partir de sua rescisão, ou
por prazo superior por determinação expressa da CVM ou de entidade credenciadora, em caso
de processo administrativo, todos os registros, documentos e comunicações, internas e
externas, inclusive eletrônicos, relacionados à contratação e à prestação de serviços de cada
agente autónomo por ela contratado.

§ 2 Admitem-se, em substituição aos documentos, as respectivas imagens digitalizadas.


o

Art. 15. A instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários responde,


PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 10
perante os clientes e perante quaisquer terceiros, pelos atos praticados por agente autónomo
de investimento por ela contratado.

Art. 16. A instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários que contratar
agente autónomo de investimento deve manter atualizada, em sua própria página e na página
da CVM na rede mundial de computadores, a relação de agentes autónomos de investimento
por ela contratados.

§ 1 A relação a que se refere o caput deve ser atualizada no prazo de 5 (cinco) dias úteis,
o

contados da correspondente contratação, alteração de contrato ou rescisão.

§ 2 Em caso de contratação de pessoa jurídica, todos os seus sócios devem ser inscritos na
o

relação a que se refere o caput.

Art. 17. A instituição integrante do sistema de distribuição deve:

A - estender aos agentes autónomos de investimento por ela contratados, diretamente ou por
meio de pessoa jurídica, na forma do art. 2 , a aplicação das regras, procedimentos e controles
o

internos por ela adotados;

II - fiscalizar as atividades dos agentes autónomos de investimento que atuarem em seu nome
de modo a garantir o cumprimento do disposto nesta Instrução e nas regras e procedimentos
estabelecidos nos termos do inciso I;

III - comunicar à CVM, à entidade credenciadora e às entidades autorreguladoras competentes,


na forma do art. 22, tão logo tenha conhecimento, condutas dos agentes autónomos de
investimento por ela contratados que possam configurar indício de infração às normas emitidas
pela CVM;

IV - comunicar às entidades credenciadoras e às entidades autorreguladoras competentes, na


forma do art. 22, tão logo tenha conhecimento, condutas dos agentes autónomos de
investimento por ela contratados que possam configurar indício de infração ao código de
conduta profissional ou a outras normas ou regulamentos por elas emitidos;

V - dar às entidades credenciadoras acesso às suas instalações, arquivos e documentos


relativos às regras, procedimentos e controles internos relacionados ao cumprimento das
normas que lhes incumbe fiscalizar, para que elas possam exercer as funções fiscalizadoras
atribuídas por esta Instrução;

v*l - divulgar o conjunto de regras decorrentes do inciso I, bem como suas atualizações, em sua
página na rede mundial de computadores; e

- nomear um diretor responsável pela implementação e cumprimento dos incisos I a VI jDem


como identificá-lo e fornecer seus dados de contato em sua página na rede mundiãTâi^
computadores.

1 o Incluem-se nos mecanismos de fiscalização referidos no inciso II, no mínimo:

I - o acompanhamento das operações dos clientes, inclusive com a realização de contatos


periódicos;

II - o acompanhamento das operações de titularidade dos próprios agentes autónomos de


investimento, aos quais devem se aplicar as mesmas regras e procedimentos aplicáveis às
pessoas vinculadas, na forma da regulamentação em vigor; e

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 11


In)- a verificação de dados de sistemas que permitam identificar a proveniência de ordens
emitidas por meio eletrônico, indícios de utilização irregular de formas de acesso e
administração irregular das carteiras dos clientes.

§ 2 Sem prejuízo do disposto no § 1 , quando do cadastramento de clientes apresentados por


o o

agentes autónomos de investimento, a instituição integrante deve comunicar aos clientes o


regime de atuação dos agentes autónomos de investimento, seus limites e vedações.

§ 3 A comunicação a que se refere o § 2 deve ser efetuada por meio de documento próprio,
o o

devendo a instituição tomar todas as medidas necessárias para certificar-se da sua recepção
pelo cliente e da compreensão de seu conteúdo.

§ 4 As regras, procedimentos e controles decorrentes do inciso I do caput devem prever as


o

formas de identificação e de administração das situações de conflito de interesses.

CAPÍTULO VI - ENTIDADES CREDENCIADORAS

Art. 18. A CVM pode autorizar o credenciamento de agentes autónomos de investimento por
entidades credenciadoras que comprovem ter:

I - estrutura adequada e capacidade técnica para o cumprimento das obrigações previstas na


presente Instrução; e

II - estrutura de autorregulação que conte com capacidade técnica e independência.

Art. 19,/As entidades credenciadoras devem:

I - adotar código de conduta profissional para os agentes autónomos de investimento por elas
credenciados;

II - fiscalizar o cumprimento do código de conduta profissional pelos agentes autónomos de


investimento por elas credenciados;

III - punir infrações ao código de conduta profissional cometidas pelos agentes autónomos de
investimento por elas credenciados;

IV - aferir, por meio de exame de qualificação técnica, se os candidatos estão aptos a exercer a
atividade de agente autónomo de investimento;

V - instituir programa de educação continuada, com o objetivo de que os agentes autónomos de


investimento por elas credenciados atualizem e aperfeiçoem periodicamente sua capacidade
técnica;

VI - manter em arquivo todos os documentos e registros, inclusive eletrônicos, que comprovem


o atendimento das exigências contidas nesta Instrução por 5 (cinco) anos, ou por prazo
superior, em caso de determinação expressa da CVM;

VII - manter atualizado o cadastro de todos os agentes autónomos de investimento por elas
credenciados; e

VIII - divulgar em sua página e na página da CVM na rede mundial de computadores:

a) lista dos agentes autónomos de investimento por elas credenciados, identificando as

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO ~KE


pessoas jurídicas constituídas na forma do art. 2 de que eles sejam sócios, se for o caso;
o

b) lista das pessoas jurídicas constituídas na forma do art. 2 , identificando cada um dos
o

agentes autónomos que delas sejam sócios; e

c) identificar a instituição integrante do sistema de distribuição com que os agentes autónomos


e as pessoas jurídicas mantenham contrato para a prestação de serviços relacionados no art.

Parágrafo único. Cabe à CVM aprovar previamente:

I - o código de conduta profissional mencionado no inciso I do caput, bem como suas eventuais
alterações;

II - o conteúdo programático e a periodicidade dos exames aplicados pelas entidades


credenciadoras nos termos do inciso IV do caput, bem como quaisquer outros critérios ou
procedimentos para o credenciamento de agentes autónomos de investimento; e

III - o programa de educação continuada.

Art. 20. O código de conduta profissional a que se refere o inciso I do art. 19 deve dispor, no
mínimo, sobre:

I - direitos e deveres do agente autónomo de investimento credenciado;

II - vedações, sem prejuízo daquelas previstas nesta Instrução;

III - potenciais situações de conflitos de interesses no exercício da atividade de agente


autónomo de investimento;

IV - dever de cumprir a presente Instrução e demais normas emitidas pela CVM e pela entidade
credenciadora; e

V - punições cabíveis nas hipóteses de infrações ao código de conduta profissional, critérios


para a aplicação das penas e mecanismos de publicidade.

Parágrafo único. No julgamento das infrações das normas legais sob sua competência, a CVM
pode reduzir, das penalidades que venha a aplicar, aquelas que tenham sido impostas pela
entidade credenciadora.

Art. 2 1 . As entidades credenciadoras, por meio de seu diretor responsável, devem enviar à
CVM:

I - no prazo de 5 (cinco) dias úteis, os dados cadastrais dos agentes autónomos de


investimento e das pessoas jurídicas constituídas na forma do art. 2 que:
o

obtiverem o seu credenciamento;

forem suspensos; ou

tiverem o seu credenciamento cancelado.

II - imediatamente após o conhecimento, informação sobre indícios de ocorrência de infração


grave às normas desta Instrução, na forma do art. 23;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 13


III - até o 15° (décimo quinto) dia do mês subsequente ao final de cada trimestre:

a) relatório sobre a possível inobservância das normas legais e regulamentares,


mencionando:

1. os esforços empreendidos para averiguar a regularidade da conduta;

2. o nome e o número do Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda - CPF/MF e


do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ dos envolvidos; e

3. outras providências adotadas para coibir a prática;

b) relatório sobre a inobservância das normas do código de conduta profissional referido no


inciso I do art. 19, mencionando:

1. o nome e o número do Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda - CPF/MF e


do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ dos envolvidos;

2. as irregularidades identificadas;

3. as punições aplicadas; e

4. outras providências adotadas;

IV - até o dia 31 de janeiro de cada ano:

a) relatório de prestação de contas das atividades realizadas pela entidade credenciadora


para o cumprimento das obrigações estabelecidas na presente Instrução, indicando os
principais responsáveis por cada uma delas; e

b) relatório contendo a proposta de atuação para o exercício;

V - sempre que solicitado, quaisquer documentos e informações relacionados às suas


atividades.

Parágrafo único. Os recursos das decisões de suspensão ou de cancelamento de


credenciamento deverão ser enviados à CVM, para os fins do parágrafo 2 do art. 9 , no prazo
o o

de 5 (cinco) dias úteis contados da sua interposição.

Art. 22. O desenvolvimento de atividades de autorregulação pela entidade credenciadora não


afasta a competência de outras entidades autorreguladoras a que o agente autónomo de
investimento, por força das atividades desenvolvidas, esteja sujeito.

CAPÍTULO VII - PENALIDADES

Art. 23. Constitui infração grave, para efeito do disposto no § 3 do art. 11 da Lei n° 6.385, de
o

1976:

I - o exercício da atividade de agente autónomo de investimento em desacordo com o disposto


nos arts. 3 , 10 e 11 desta Instrução;
o

II - a obtenção de credenciamento de agente autónomo de investimento ou da pessoa jurídica


constituída na forma do art. 2 com base em declarações ou documentos falsos; e
o

III - a inobservância das vedações estabelecidas no art. 13 desta Instrução.


PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO |
CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24. Ficam revogadas, a partir da entrada em vigor desta Instrução, a Instrução CVM n° 434,
de 22 de junho de 2006, e a Deliberação CVM n° 524, de 3 de agosto de 2007.

Art. 25. Esta Instrução entra em vigor em 1 de janeiro de 2012.


o

Original assinado por


MARIA HELENA DOS SANTOS F E R N A N D E S DE SANTANA

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 15


L E I N° 9.613, D E 3 D E M A R Ç O D E 1998.

Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens,


direitos e valores, a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta
Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.

0 P R E S I D E N T E DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono


a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores

Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou pro-


o

priedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:

1 - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;

II de terrorismo;
II - de terrorismo e seu financiamento; (Redaçáo dada pela Lei n° 10.701, de 9.7.2003)
III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção;

IV - de extorsão mediante sequestro;

V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indire-
tamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos
administrativos;

VI - contra o sistema financeiro nacional;

VII - praticado por organização criminosa.


VIII - praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-
D do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal). (Inciso incluído pela Lei n°
5

10.467, de 11.6.2002)
Pena: reclusão de três a dez anos e multa.

§ 1 Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
o

valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo:

I - os converte em ativos lícitos;

II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movi-
menta ou transfere;

III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.

§ 2 Incorre, ainda, na mesma pena quem:


o

I - utiliza, na atividade económica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem proveni-
entes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo;

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

§ 3 A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.


o

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 16


§ 4 A pena será aumentada de um a dois terços, nos casos previstos nos incisos I a VI do caput
o

deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermédio de organização crimino-
sa.

§ 5 A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime aberto,
o

podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor
ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que
conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos
ou valores objeto do crime.

CAPÍTULO II

Disposições Processuais Especiais

Art. 2 O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


o

I - obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclu-
são, da competência do juiz singular;

II - independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo anterior,


ainda que praticados em outro país;

III - são da competência da Justiça Federal:

a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detri-


mento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas;

b) quando o crime antecedente for de competência da Justiça Federal.

§ 1 A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência do crime antecedente, sendo
o

puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor daquele
crime.

§ 2 No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Código de
o

Processo Penal.

Art. 3 Os crimes disciplinados nesta Lei são insuscetíveis de fiança e liberdade provisória e, em
o

caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em


liberdade.

Art. 4 O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou representação da autoridade


o

policial, ouvido o Ministério Público em vinte e quatro horas, havendo indícios suficientes, poderá
decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão ou o sequestro de bens, direitos ou
valores do acusado, ou existentes em seu nome, objeto dos crimes previstos nesta Lei, proce-
dendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei n° 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código
de Processo Penal.

§ 1 As medidas assecuratórias previstas neste artigo serão levantadas se a ação penal não for
o

iniciada no prazo de cento e vinte dias, contados da data em que ficar concluída a diligência.

§ 2 O juiz determinará a liberação dos bens, direitos e valores apreendidos ou sequestrados


o

quando comprovada a licitude de sua origem.

§ 3 Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado,


o

podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valo-
res, nos casos do art. 366 do Código de Processo Penal.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 17


§ 4 A ordem de prisão de pessoas ou da apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores,
o

poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata pos-
sa comprometer as investigações.

Art. 5 Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará


o

pessoa qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores apreendidos ou sequestra-
dos, mediante termo de compromisso.

Art. 6 O administrador dos bens:


o

I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com o produto dos bens objeto
da administração;

II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob sua
administração, bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos
realizados.

Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens apreendidos ou sequestrados serão
levados ao conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.

CAPÍTULO III

Dos Efeitos da Condenação

Art. 7 São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


o

I - a perda, em favor da União, dos bens, direitos e valores objeto de crime previsto nesta Lei,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;

II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de


membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9 , o

pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.

CAPÍTULO IV

Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Praticados no Estrangeiro

Art. 8 O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por


o

solicitação de autoridade estrangeira competente, a apreensão ou o sequestro de bens, direitos


ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1 , praticados no estrangeiro.
o

§ 1°Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção internacional,


quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.

§ 2 Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores apreendidos ou sequestrados


o

por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua aliena-


ção serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

CAPÍTULO V

Das Pessoas Sujeitas À Lei

Art. 9 Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas jurídicas que tenham, em
o

caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:

I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacio-


nal ou estrangeira;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 18


II - a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambi-
al;

III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou administração de


títulos ou valores mobiliários.

Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:

I - as bolsas de valores e bolsas de mercadorias ou futuros;

II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou de


capitalização;

III - as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as admi-


nistradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;

IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico,


magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos;

V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring),

VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis, mer-
cadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou méto-
do assemelhado;

VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das ativi-
dades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;

VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos
mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;

IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agen-
tes, dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por qualquer forma representem interesses de
ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo;

X - as pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de


imóveis;

XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos, objetos
de arte e antiguidades.
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor ou exerçam
atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie. (Incluído pela Lei n° 10.701, de
9.7.2003)

CAPÍTULO VI

Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9 :


o

I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instruções emana-
das das autoridades competentes;

II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobi-
liários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que
ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;

III - deverão atender, no prazo fixado pelo órgão judicial competente, as requisições formuladas
pelo Conselho criado pelo art. 14, que se processarão em segredo de justiça.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 19


§ 1 Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identificação referida no inciso I
o

deste artigo deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus
proprietários.

§ 2 Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo deverão ser conservados
o

durante o período mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da


transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade competente.

§ 3 O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também quando a pessoa física ou
o

jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com
uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado
pela autoridade competente.
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o cadastro geral de correntistas
e clientes de instituições financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei n° 10.701,
de 9.7.2003)

CAPÍTULO VII

Da Comunicação de Operações Financeiras

Art. 11. As pessoas referidas no art. 9 :


o

I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das
autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta
Lei, ou com eles relacionar-se;

II - deverão comunicar, abstendo-se de dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo de vinte e
quatro horas, às autoridades competentes:

a) todas as transações constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem limite fixado, para
esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições por ela estabelecidas;
a) todas as transações constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem limite fixado, para
esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições por ela estabelecidas, devendo ser
juntada a identificação a que se refere o inciso I do mesmo artigo; (Redação dada pela Lei n°
10.701, de 9.7.2003)
b) a proposta ou a realização de transação prevista no inciso I deste artigo.

§ 1 As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I deste artigo, elaborarão


o

relação de operações que, por suas características, no que se refere às partes envolvidas, valo-
res, forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento económico ou le-
gal, possam configurar a hipótese nele prevista.

§ 2 As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não acarretarão responsa-
o

bilidade civil ou administrativa.

§ 3 As pessoas para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador farão as comuni-
o

cações mencionadas neste artigo ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras - COAF e
na forma por ele estabelecida.

CAPÍTULO VIII

Da Responsabilidade Administrativa

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9 , bem como aos administradores das pessoas jurídicas,
o

que deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativa-
mente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 20


I - advertência;

II - multa pecuniária variável, de um por cento até o dobro do valor da operação, ou até duzentos
por cento do lucro obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação, ou,
ainda, multa de até R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);

III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de administrador
das pessoas jurídicas referidas no art. 9 ;o

IV - cassação da autorização para operação ou funcionamento.

§ 1 A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das instruções referi-
o

das nos incisos I e II do art. 10.

§ 2 A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9 , por negligência ou dolo:
o o

I - deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo assinalado pela autorida-


de competente;

II - não realizarem a identificação ou o registro previstos nos incisos I e II do art. 10;

III - deixarem de atender, no prazo, a requisição formulada nos termos do inciso III do art. 10;

IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere o art. 11.

§ 3 A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações graves quanto ao
o

cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica,
devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa.

§ 4 A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica de infrações


o

anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do capar deste artigo.

Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções previstas neste Capítulo será regulado por
decreto, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

CAPÍTULO IX

Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades Finan-
ceiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e
identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da
competência de outros órgãos e entidades.

§ 1 As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9 , para as


o o

quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-
Ihe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumera-
das no art. 12.

§ 2 O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de infor-


o

mações que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de


bens, direitos e valores.
§ 3 O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações cadastrais
9

bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei n° 10.701,
de 9.7.2003)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos
cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de
sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 21
Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida com-
petência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro
de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superinten-
dência de Seguros Privados, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Re-
ceita Federal, de órgão de inteligência do Poder Executivo, do Departamento de Polícia Federal e
do Ministério das Relações Exteriores, atendendo, nesses três últimos casos, à indicação dos
respectivos Ministros de Estado.
Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida com-
petência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro
de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superinten-
dência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Re-
ceita Federal, de órgão de inteligência do Poder Executivo, do Departamento de Polícia Federal,
do Ministério das Relações Exteriores e da Controladoria-Geral da União, atendendo, nesses qua-
tro últimos casos, à indicação dos respectivos Ministros de Estado. (Redação dada pela Lei n°
10.683, de 28.5.2003)
§ 1 O Presidente do Conselho será nomeado pelo Presidente da República, por indicação do
o

Ministro de Estado da Fazenda.

§ 2 Das decisões do COAF relativas às aplicações de penas administrativas caberá recurso ao


o

Ministro de Estado da Fazenda.

Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos em estatuto aprovado por decreto do
Poder Executivo.

Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de março de 1998; 177° da Independência e 110 da República.


o

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Iris Rezende
Luiz Felipe Lampreia
Pedro Malan

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.3.1998

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 22


I N S T R U Ç Ã O C V M N° 301, D E 16 D E A B R I L D E 1999.

Dispõe sobre a identificação, o cadastro, o registro, as operações, a comunicação, os


limites e a responsabilidade administrativa de que tratam os incisos I e II do art. 10,1 e
II do art. 11, e os arts. 12 e 13, da Lei n° 9.613, de 3 de março de 1998, referente aos
crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores.

O Presidente da Comissão de Valores Mobiliários - CVM torna público que o Colegiado, em


reunião realizada nesta data, tendo em vista a Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, bem como
o disposto nos arts. 9 , 10, 11, 12 e 13 da Lei n° 9.613, de 3 de março de 1998, e no parágrafo
o

único do art. 14 do Anexo ao Decreto n° 2.799, de 8 de outubro de 1998, resolveu baixar a seguin-
te Instrução:

DO ÂMBITO E FINALIDADE

Art. 1 - São regulados pelas disposições da presente Instrução a identificação e o cadastro de


o

clientes, o registro de transações e o limite de que tratam os incisos I e II do art. 10, as operações,
a comunicação e o limite referidos nos incisos I e II do art. 11, e a responsabilidade administrativa
prevista nos arts. 12 e 13, todos dispositivos da Lei n° 9.613, de 3 de março de 1998, que trata dos
crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores, inclusive no que se refere à preven-
ção da utilização do sistema financeiro para a prática de tais ilícitos.

Art. 2 - Sujeitam-se às obrigações previstas nesta Instrução as pessoas jurídicas que tenham,
o

em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou


não, a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou administração
de títulos ou valores mobiliários, assim como as bolsas de valores, as entidades do mercado de
balcão organizado e as bolsas de mercadorias ou futuros, além das demais pessoas referidas no
art. 9 da Lei n° 9.613/98, que se encontrem sob a disciplina e fiscalização exercidas pela CVM, e
o

dos administradores das pessoas jurídicas

DA IDENTIFICAÇÃO E CADASTRO DE C L I E N T E S

Art. 3 - Para os fins do disposto no art. 10, inciso I, da Lei n° 9.613/98, as pessoas mencionadas
o

no art. 2 desta Instrução identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado dos mes-
o

mos.

§ 1 Sem prejuízo do disposto na Instrução CVM n° 220, de 15 de setembro de 1994, qualquer


o

cadastro de clientes deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:

se pessoa física:

nome completo, sexo, data de nascimento, naturalidade, nacionalidade, estado civil,


filiação e nome do cônjuge ou companheiro;

natureza e número do documento de identificação, nome do órgão expedidor e data de


expedição;

número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF/MF);

endereço completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, unidade da federação e


CEP) e número de telefone;

ocupação profissional; e

informações acerca dos rendimentos e da situação patrimonial.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 23


se pessoa jurídica:

a denominação ou razão social;

nomes dos controladores, administradores e procuradores;

número de identificação do registro empresarial (NIRE) e no Cadastro Nacional de


Pessoa Jurídica (CNPJ),

endereço completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, unidade da federação e


CEP) e número de telefone;

atividade principal desenvolvida;

informações acerca da situação patrimonial e financeira respectiva; e

denominação ou razão social de pessoas jurídicas controladoras, controladas ou coli-


gadas.

nas demais hipóteses:

a identificação completa dos clientes e de seus representantes e/ou administradores;


e

informações acerca da situação patrimonial e financeira respectiva.

§ 2 Os clientes deverão comunicar, de imediato, quaisquer alterações nos seus dados cadastrais.
o

DO R E G I S T R O DE TRANSAÇÕES E DO LIMITE R E S P E C T I V O

Art. 4 - Para os fins do disposto no art. 10, inciso II, da Lei n° 9.613/98, as pessoas mencionadas
o

no art. 2 desta Instrução manterão registro de toda transação envolvendo títulos ou valores mobi-
o

liários cujo valor seja igual ou superior a dez mil reais, sob forma que permita a tempestiva comu-
nicação a qual se refere o art. 7 desta Instrução.
o

Parágrafo único. O registro também será efetuado, na forma do "caput" deste artigo, quando a
pessoa física, jurídica ou seus entes ligados, identificados no cadastro previsto nesta Instrução,
realizarem, em um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa, conglomerado
ou grupo, cujos valores, no conjunto, ultrapassem o limite específico ora fixado.

DO PERÍODO DE CONSERVAÇÃO DOS C A D A S T R O S E R E G I S T R O S

Art. 5 - Os cadastros e registros referidos, respectivamente, nos arts. 3 e 4 desta Instrução,


o o o

deverão ser conservados, à disposição da CVM, durante o período mínimo de cinco anos, a partir
do encerramento da conta ou da conclusão da transação.

DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES

Art. 6 - Para os fins do disposto no art. 11, inciso I, da Lei n° 9.613/98, as pessoas mencionadas
o

no art. 2 desta Instrução dispensarão especial atenção às seguintes operações envolvendo títu-
o

los ou valores mobiliários:

operações cujos valores se afigurem objetivamente incompatíveis com a ocupação profissio-


nal, os rendimentos e/ou a situação patrimonial/financeira de qualquer das partes envolvi-
das, tomando-se por base as informações cadastrais respectivas;

operações realizadas, repetidamente, entre as mesmas partes, nas quais haja seguidos gan-
hos ou perdas no que se refere a algum dos envolvidos;

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 24


operações que evidenciem oscilação significativa em relação ao volume e/ou frequência de
negócios de qualquer das partes envolvidas;

operações cujos desdobramentos contemplem características que possam constituir artifício


para burla da identificação dos efetivos envolvidos e/ou beneficiários respectivos;

operações cujas características e/ou desdobramentos evidenciem atuação, de forma contu-


maz, em nome de terceiros; e

operações que evidenciem mudança repentina e objetivamente injustificada relativamente às


modalidades operacionais usualmente utilizadas pelo(s) envolvido(s).

Art. 7 - Para os fins do disposto no art. 11, inciso II, da Lei n° 9.613/98, as pessoas mencionadas
o

no art. 2 desta Instrução deverão comunicar à CVM, no prazo de vinte e quatro horas, a contar da
o

ocorrência que, objetivamente, permita fazê-lo:

todas as transações abarcadas pelos registros previstos no art. 4 desta Instrução, cujas
o

características sejam excepcionais no que se refere às partes envolvidas, forma de reali-


zação e/ou instrumentos utilizados, ou para as quais falte, objetivamente, fundamento
económico ou legal, que possam constituir-se em sérios indícios dos crimes de "lavagem"
ou ocultação de bens, direitos e valores, ou com eles relacionar-se; e

a proposta ou a realização de transação abarcada pelo preceituado no art. 6 desta Instrução.


o

§ 1 As comunicações de que trata este artigo poderão ser efetivadas com a utilização, no que
o

couber, de meio magnético, abstendo-se os comunicantes de dar, aos respectivos clientes, ciên-
cia de tais atos.

§ 2 As comunicações de boa-fé não acarretarão, nos termos da lei, responsabilidade civil ou


o

administrativa às pessoas referidas no "caput" deste artigo.

DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Art. 8 - Às pessoas mencionadas no art. 2 desta Instrução que deixarem de cumprir as obriga-
o o

ções previstas nos arts. 10 e 11 da Lei n° 9.613/98 e nesta Instrução serão aplicadas, cumulativa-
mente ou não, as sanções do art. 12 da Lei n° 9.613/98, na forma prevista no Anexo ao Decreto n°
2.799, de 8 de outubro de 1998.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 9 - As pessoas mencionadas no art. 2 desta Instrução deverão desenvolver e implementar


o o

procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância das disposições nela contidas.

Art. 10 - As pessoas mencionadas no art. 2 desta Instrução deverão indicar à CVM, até o dia 2 de
o

agosto de 1999, um diretor responsável pelo cumprimento das obrigações ora estabelecidas.

VIGÊNCIA

Art. 11 - Esta Instrução entra em vigor na data da sua publicação no Diário Oficial da União,
produzindo efeitos a partir de 2 de agosto de 1999.

Original assinado por

FRANCISCO DA COSTA E SILVA

PRESIDENTE

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 25


P A R E C E R DE ORIENTAÇÃO CVM N° 31, DE 24 DE S E T E M B R O DE 1999.

Inteligência do art. 3 da Instrução CVM n° 301, de 16 de abril de 1999 ("Lavagem de


o

Dinheiro"), no que se refere à manutenção e à atualização dos dados cadastrais de


clientes.

O presente parecer diz respeito à Instrução CVM n° 301, de 16 de abril de 1999, doravante
denominada simplesmente Instrução, que consubstancia a disciplina, no âmbito da CVM,
da Lei n° 9.613, de 3 de março de 1998, a qual dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou
ocultação de bens, direitos e valores. Versa o parecer, mais especificamente, sobre o art.
3 da Instrução.
o

Sujeitam-se às obrigações previstas na Instrução (art. 2 ):o

- as pessoas jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade


principal ou acessória, cumulativamente ou não, a custódia, emissão, distribuição, liquida-
ção, negociação, intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários;

- as bolsas de valores;

- as entidades do mercado de balcão organizado;

- as bolsas de mercadorias ou futuros;

- as demais pessoas referidas no art. 9 da Lei n° 9.613/98 que se encontrem sob a disci-
o

plina e a fiscalização exercidas pela CVM; e

- os administradores de todas as pessoas jurídicas acima.

O art. 3 da Instrução prevê a identificação e a manutenção de cadastro de clientes, que deve


o

conter, no mínimo, os dados ali fixados. Por força da própria Lei n° 9.613/98 (art. 10, inc. I),
os cadastros devem ser mantidos permanentemente atualizados. Para que isso seja al-
cançado, o § 2 daquele art. 3 estabelece, adicionalmente, que os clientes devem comu-
o o

nicar, de imediato, quaisquer alterações nos seus dados cadastrais. Aos mantenedores
de cadastro compete verificar, a cada prestação de serviço, ou periodicamente, se os
dados estão atualizados, adotando as providências cabíveis nas situações que evidenci-
em desatualização, bem como solicitando ao cliente que o faça.

A diligência mínima exigível dos obrigados à manutenção de cadastro também consiste na


divulgação, junto a seus clientes, do teor da Instrução, alertando-os de que o fornecimento
de qualquer informação inverídica ou incompleta acerca da situação financeira e patrimonial,
ou o não fornecimento de dados a respeito, podem ensejar presunção de inexistência de
fundamento económico, em face da incompatibilidade entre operação realizada e a situa-
ção financeira e patrimonial declarada, com as consequentes comunicações à CVM (art.
7° da Instrução).

A efetiva submissão à Instrução, no que se refere a dados cadastrais, pressupõe que as


pessoas sujeitas aos seus comandos possuam clientes que operem no mercado de valo-
res mobiliários - MVM. Assim, uma sociedade corretora de câmbio, títulos e valores mobi-
liários que não tenha esse tipo de cliente, porque ela não atua, de fato, no MVM, apesar de
devidamente autorizada, não se enquadra nas regras específicas da Instrução.

PREPARATÓRIO PARA EXAME DE CERTIFICAÇÃO 26


Quanto à exigência de indicação da denominação ou razão social de controladoras, controla-
das ou coligadas, no que tange ao cadastro de clientes pessoas jurídicas (art. 3 , § 1 °, inc.
o

II, al. "g"), o mantenedor de cadastro pode restringir-se à obtenção da denominação ou


razão social daquelas pessoas ligadas que também sejam seus clientes.

Com efeito, a exigência apontada no item anterior decorre do disposto no art. 4 , parágrafo
o

único, da Instrução, que contempla a obrigatoriedade de registro de negociações de títulos


ou valores mobiliários realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo, em
um mesmo mês-calendário, pelo cliente pessoa jurídica ou as entidades a ele ligadas,
cujos valores, no conjunto, sejam superiores a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Finalmente, cumpre registrar que o fato de determinadas pessoas não estarem obrigadas à
manutenção de cadastro não as exime de observar e cumprir as demais obrigações da
Instrução que não estejam relacionadas com dados cadastrais.

Logo, as pessoas sujeitas às obrigações previstas na norma regulamentar em exame devem,


sob o princípio da razoabilidade e agindo com bom senso, cumprir as regras, traçadas
pela Instrução, que lhes sejam aplicáveis.

Original assinado por

ALEXANDRE PINHEIRO DOS SANTOS

ADVOGADO

Original assinado por

SUELI DA SILVA

PROCURADORA-CHEFE

Aprovado pelo Colegiado em 24/09/99.

Original assinado por

FRANCISCO DA COSTA E SILVA

PRESIDENTE

Publicado no DOU de 30.09.99, página 13, seção

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