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Mecatônica Facil 46 - 38 PDF
Mecatônica Facil 46 - 38 PDF
Associado da:
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os cuidados razoáveis na preparação do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade
legal por eventuais erros. Caso haja enganos em texto ou desenho, será publicada errata na primeira opor-
tunidade. Preços e dados publicados em anúncios são por nós aceitos de boa fé, como corretos na data do
fechamento da edição. Não assumimos a responsabilidade por alterações nos preços e na disponibilidade
dos produtos ocorridas após o fechamento.
Leitor
L
Seção do
Leitor
Robô RF - MF 15 Lembre-se que o transmissor con-
tinua a enviar os bits relacionados ao
endereço de operação para que o re-
“Montei o projeto ‘Robô RF’ publi- ceptor possa reconhecer os dados. No
cado na edição nº 15 de acordo com caso de nenhum botão pressionado,
errata. Tudo parece funcionar, porém, os bits que estarão zerados são os bits
algumas vezes a alimentação dos de dados (A6/D6 a A9/D9).
motores não é cortada quando paro Um outro ponto que deve ser verifi-
de pressionar o botão do controle re- cado é a antena utilizada. Certifique-se
moto. O problema não acontece sem- que ela tem o tamanho recomendado
Robô Luzbô - MF 20 pre, mas é freqüente. O que devo e que foi acomodada o mais próximo
fazer?” possível do seu ponto de ligação à pla-
Vladimir Grijó ca. Fios muito compridos para a liga-
“Ao ler o artigo “Luzbô”, publicado Engenheiro ção da antena, podem ser interpreta-
na edição nº20, fiquei interessado na Santos / SP dos pelo circuito como parte integrante
montagem. Gostaria de saber onde da antena, alterando completamente
encontrar a caixa de redução que uti- Vladimir, na operação do robô RF, o tamanho da mesma e assim a sua
lizaram no projeto. Vocês podem me após pressionar o botão um conjunto eficiência.
ajudar?” de bits é enviado ao receptor para ati- Além do pontos que destacamos,
var os motores, de acordo com o co- confira se a distância de operação não
Isac Caldas mando dado (veja na tabela T3, página está excedendo 50 metros em área livre
Belo Horizonte / MG 42). Note que mesmo sem pressionar (com paredes, lajes e outros obstáculos
qualquer botão, o transmissor sempre essa distância máxima cai bastante).
Caro leitor, a caixa de redução enviará um conjunto de bits para o re- Esperamos que as dicas acima se-
que usamos no projeto “Robô Luzbô” ceptor, para manter os motores desliga- jam suficientes para resolver
pode ser encontrada na loja virtual dos. Trata-se do conjunto de bits “0000” o problema de seu robô. Se
Saber Marketing. Entre em contato (descrito na página 42 do artigo). precisar de mais alguma
pelo fone (11) 2095-5330 ou acesse o Assim, se algo estiver errado com ajuda, por favor, não deixe
site (www.sabermarketing.com.br). seu transmissor, o problema relatado de nos consultar. Teremos
por você poderá ocorrer. Verifique no- prazer em ajudá-lo.
vamente a montagem de seu trans- Márcio José Soares,
missor. Para confirmar se ele possui Colaborador MF
Link algum problema, basta testar a
saída Dout (pino 15) de CI1
no transmissor. Se ne-
“Encontrei um site muito interes- nhum botão for pres-
sante que mostra máquinas e robôs sionado não deverá
que são movidos a vapor. Acesse o haver pulsos, mas se
link: www.crabfu.com/steamtoys” existirem botões pres-
sionados existirão
Jackson Costa alguns pulsos, de
Operador de Centro CNC acordo com a tabe-
São Leopoldo / RS la mencionada.
Robonews
USP São Carlos vence o Baja
SAE Brasil - Petrobras
“Hexacampeã” esse é o título da bras 2008 que terminou dia 16 de mar- Universidade de São Paulo (USP) totali-
equipe Mitsubishi EESC USP 1 na 14ª ço, em Piracicaba (SP). Os alunos da zaram 936,34 pontos na competição.
competição Baja SAE Brasil - Petro- Escola de Engenharia de São Carlos da A equipe Mitsubishi EESC USP foi
a vencedora do enduro de resistência,
completando 75 voltas em um percurso
USP São Carlos é hexa- de 1,35 km. Os competidores atribuiram
campeã da competição sua performance aos 150 kg do carro.
O evento contou com 59 bajas e a equi-
pe campeã, além da segunda colocada
a equipe Poli Arsenal, terão a oportuni-
dade de representar o Brasil na compe-
tição Baja SAE Montreal que será rea-
lizada nos dias 11 e 14 de junho pela
SAE Internacional, no Canadá.
Segundo a SAE Brasil, organizado-
ra do evento, a competição apresentou
um alto nível na parte mecânica e um
grande desenvolvimento de eletrônica
embarcada. A disputa entre os estudan-
tes serviu também de palco para novos
talentos de engenharia automotiva.
“Todos os anos, as equipes aparecem
com novidades interessantes. A evolu-
ção acontece a cada ano, com sistemas
cada vez mais complexos” afirma o in-
tegrante do comitê técnico, Fernando
Gonzales.
Removedor de neve
O robô Yuki-taro da Research De- com) é o resultado de sete anos de das com muita eficiência.
velopment Inc (RDI, www.rdi-japan. trabalho e pode limpar ruas e calça- Desenvolvido por um consórcio da
prefeitura da cidade de Niigata, no
RDI / Divulgação Yuki-taro, o robô que Japão, ele utiliza um sistema GPS e
remove a neve. câmeras montadas nos seus olhos.
Ele pesa 400 kg e produz blocos
de gelo 60 x 30 x 15 cm, aproxima-
damente. Dada a natureza de sua
dieta, você provavelmente não vai
querer quebrar os blocos de gelo para
pôr no seu cocktail. Mas o gelo pode
ser armazenado para refrigeração ou
sistema de ar condicionado para os
meses quentes.
O Yuki-taro ainda não está pronto
para a produção em massa, porém
seus inventores esperam vendê-lo em
cinco anos. O preço estimado é de
9.000 dólares.
Dinossauros rugem
terá mais de 100 dinos-
sauros mecatrônicos.
ELETRÔNICA
Mecatrônica Fácil Nº -130
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Março
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13
e eletrônica
Flickr/divulgação
Fibras ópticas
Na primeira parte deste
artigo foram analisados parte2
alguns conceitos básicos
Newton C. Braga
relativos à natureza da luz,
além do modo segundo o
qual uma fibra de material Conforme vimos na pri- zido em passos em direção à superfí-
transparente, como o vidro, meira parte deste artigo, a utilização cie externa.
pode através de reflexões de uma capa de material de índice de Para o sinal óptico, esta estrutura
sucessivas, conduzir a luz. refração menor, envolvendo um cerne tem um comportamento interessante:
diferente (que é a parte condutora de um raio de luz que tenha de se propa-
Não precisamos voltar a luz propriamente dita) além de eli- gar por esta fibra é curvado numa tra-
lembrar do que isso signifi- minar os problemas de arranhões e jetória como a desenhada na própria
ca em termos práticos para interferências de corpos estranhos, figura 1, ficando “preso” ao material.
a tecnologia atual, levando nos possibilita fabricar fibras ópticas A trajetória deste raio é, então, for-
de maior confiabilidade e rendimento. mada por segmentos de reta que têm
em conta que a atenuação
A partir desta estrutura, diversas seus extremos nos pontos em que
que um sinal óptico sofre outras técnicas foram desenvolvidas ocorrem as refrações ou reflexões de
numa fibra é dezenas ou para permitir a elaboração de fibras uma camada para outra.
centenas de vezes menor com bons rendimentos e até maior Um outro tipo de fibra, que apre-
do que aquela sofrida por resistência mecânica. senta um comportamento óptico seme-
Assim, um tipo interessante de fibra lhante à anterior é visto na figura 2.
um sinal elétrico em um fio é a que emprega materiais com índices Nesta fibra, temos um material
de metal. Nesta segunda de refração escalonados que são for- em que o índice de refração varia de
parte de nosso artigo abor- mados por deposição em torno de um maneira contínua do centro em dire-
daremos mais as proprieda- cerne, conforme mostra a figura 1. ção a periferia, de tal forma a se com-
A partir do cerne de material de portar como se existissem camadas,
des e princípios de funcio-
maior índice de refração forma-se um como no caso anterior. Desta forma,
namento dessas fibras e de conjunto de anéis concêntricos de tal a luz sofre um desvio constante à
seu processo de fabricação. forma que o índice de refração é redu- medida que vai encontrando regiões
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de índices de refração menores, cur- 1 2
vando-se de tal forma que não pode
escapar do interior desse material.
Se o raio de luz entrar na fibra por
um ângulo oblíquo, conforme ilustra
a figura 3, os curvamentos ocorrem
de tal maneira que a luz se propaga
segundo uma trajetória em espiral.
O resultado líquido da transmis-
são de luz através deste tipo de fibra
é o que importa no caso: temos uma
baixa dispersão da luz pela estrutura,
enquanto que na estrutura escalonada iguais de modo a haver a soma, caso 3
em cada passagem de uma camada em que teremos pontos de máximos.
para outra ocorre uma pequena perda Nos pontos em que as fases forem
por dispersão. opostas teremos mínimos ou nulos.
Um outro fator importante que Este fenômeno pode ser obser-
deve ser considerado é o seguinte: vado com fontes pontuais de luz
enquanto na fibra com cerne de mate- como, por exemplo, dois orifícios num
rial de densidade única onde a luz se painel opaco, quando então forma-se
propaga, a velocidade é constante uma imagem que consiste em pontos
para qualquer ponto, na fibra com de máximos e mínimos em forma de 4
densidade descrescente, os raios de anéis.
luz se propagam mais rapidamente Estes anéis de interferência são
nesta região do que no centro. amplamente estudados em óptica
O resultado é que as velocidades ondulatória, sendo vistos na figura 5.
diferentes de propagação podem ser Nos locais em que as radiações
responsáveis pelo fenômeno da inter- incidem com a mesma fase temos
ferência. máximos e, portanto, regiões claras
ou anéis claros.
Interferência Nos locais em que os sinais inci-
Para facilitar o entendimento dos dem com as fases opostas, há o can-
princípios básicos de funcionamento celamento e com isso aparecem os
das fibras ópticas, mais uma vez faze- anéis escuros.
mos uso de analogias. Em uma fibra óptica o fenômeno
Assim, inicialmente, costumamos da interferência pode ocorrer com a
considerar a luz que se propaga nas radiação que se propaga segundo
fibras como sendo formada por raios trajetórias diferentes no próprio mate-
infinitamente finos que têm um des- rial, uma vez que a fonte de emissão 5
locamento em linha reta. No entanto, normalmente não é pontual, mas sim
não é isso o que ocorre na prática. algo extensa.
O caráter ondulatório da radiação Pode suceder então que jus-
luminosa não pode ser esquecido, tamente no ponto em que o sinal
principalmente em função de alguns luminoso deve ser captado na outra
fenômenos importantes que podem extremidade da fibra tenhamos um
acontecer. ponto de interferência destrutiva, com
Podemos então supor que tenha- o cancelamento deste sinal, ou seja,
mos duas fontes de sinais eletromag- um ponto de “escuro” com menor
néticos, que podem ser de luz comum intensidade de sinal.
ou infravermelha, e que emitam em É o que acontece, por exemplo,
freqüências iguais, conforme exibe a na figura 6 em que temos duas traje- trajetórias possíveis na transmissão
figura 4. tórias diferentes para a luz dentro de da luz. Este fato faz com que seja uti-
A combinação dos dois sinais em uma fibra óptica, de tal modo que os lizada uma classificação dos modos
qualquer ponto considerado pode raios que seguem os caminhos dis- segundo os quais a luz se propaga
resultar em uma soma de suas ampli- tintos chegam ao mesmo ponto com numa fibra óptica.
tudes ou no seu cancelamento, con- fases opostas, ocorrendo a interferên- Temos, então, o modo de ordem
forme as suas fases (veja na mesma cia destrutiva. mais baixa que corresponde justa-
figura). O diâmetro de uma fibra óptica mente à propagação direta, ou seja,
Isso significa que teremos pontos influi de modo a permitir que tenha- àquele em que não é preciso haver
em que as fases dos sinais serão mos maior ou menor “quantidade” de reflexão alguma para que ele chegue
à outra extremidade, modo de ordem gação de um sinal numa fibra óptica Por outro lado, os sinais de ordem
mais alta, o que corresponde a traje- reduz a faixa passante, visto que mais alta se propagam na maior parte
tória em que ocorre maior número de para um pulso de informação (num do tempo pelo material da periferia,
reflexões. link digital, por exemplo), aumenta a de menor índice de refração. Isso em
Na figura 7 temos a apresentação deformação que ocorre neste pulso, princípio significaria que esses sinais
de três ordens ou modos de propaga- conforme mostra a figura 8. chegariam primeiro na outra extremi-
ção de sinais ópticos numa fibra. O que acontece neste caso é que, dade, pois a velocidade no material
É importante observar que uma para uma fonte de luz de certa exten- menos denso é maior.
quantidade maior de modos de propa- são, na produção do pulso que deve No entanto, a trajetória também é
ser transmitido, raios de luz de diferen- mais longa ocorrendo uma compen-
6 tes regiões entram ao mesmo tempo sação que permite que os tempos de
pela fibra, mas como estes se propa- chegada à outra extremidade sejam
gam segundo trajetórias diferentes, o aproximadamente iguais, o que mini-
resultado final pode ser um complexo miza as interferências e aumenta a
padrão de interferências que afeta a faixa passante.
forma do pulso recebido.
Se a trajetória do sinal for muito Tipos de fibras
longa e os pulsos forem transmitidos Além do vidro, alguns tipos de
muito próximos uns dos outros, ou plásticos também podem ser usados
seja, numa freqüência elevada, a dife- na fabricação de fibras ópticas. Temos
rença entre os tempos de chegada então três tipos básicos de fibras:
para os diversos raios de luz pode ser
suficientemente grande para que a a) fibras de cerne plástico e capa
7 alteração na forma do sinal recebido plástica
prejudique sua confiabilidade. b) fibras com cerne de vidro e capa
Para uma frequência de 200 MHz, plástica, também denominadas
por exemplo, a uma distância de PCS.
100 metros, os pulsos já começam c) fibras com cerne de vidro e capa
a chegar suficientemente próximos de vidro - sílica e ciad sílica.
para haver uma deformação do sinal
capaz de dificultar a recuperação da Os vidros empregados na fabri-
informação. Com 200 metros de per- cação de fibras podem conter ainda
curso, a recuperação desses sinais já materiais como o chumbo, sódio ou
pode tornar-se impossível. boro. As propriedades conferidas por
Uma especificação importante estes materiais podem tornar as fibras
8 para uma fibra óptica é a sua faixa de apropriadas para aplicações específi-
utilização em megahertz x quilômetro cas.
(MHz x km).
Uma fibra óptica de 200 MHz x km Vejamos a seguir, como são fabri-
pode transmitir informações na fre- cadas as fibras mais comuns:
qüência de 200 MHz a uma distância
de 1 km antes que ocorra o “embara- Fibras plásticas
lhamento” que impossibilite sua recu- As fibras ópticas de plástico são
peração. Essa mesma fibra pode ser fabricadas com material transpa-
usada para transmitir informações na rente, apresentando como principais
freqüência de 100 MHz a uma distân- propriedades o diâmetro elevado (da
cia de 2 km. ordem de até 1 mm), flexibilidade e
As fibras de diversas capas, ou com fácil preparação dos acoplamentos.
9 índice de refração que muda gradual- As extremidades podem ser prepa-
mente, apresentam comportamentos radas para receber conexões ópticas
que possibilitam seu uso em uma simplesmente pelo corte com uma
ampla gama de aplicações práticas. lâmina de barbear. Entretanto, estas
Em uma fibra deste tipo, a propa- fibras apresentam perdas razoáveis,
gação para as trajetórias de ordem o que limita suas aplicações, porque
mais baixa se faz segundo um mate- os sinais não podem ir além de alguns
rial de densidade constante, maior do metros ou dezenas de metros.
que o material da periferia, já que eles Também deve ser levado em conta
se propagam mais pelo centro dessa que o plástico não é tão resistente à ação
fibra. O resultado é uma velocidade de temperaturas elevadas, devendo ser
menor. prevista uma proteção especial.
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Fibras de vidro 10 11
Pelas suas propriedades, este é o
material preferido na fabricação das
fibras ópticas mais empregadas, se bem
que sejam exigidas técnicas bastante
sofisticadas para se conseguir isso.
Na figura 9 exemplificamos um
processo primitivo em que se parte de
um tubo cilíndrico com vidro fundido
de maior densidade e que é envolvido
por um outro tubo que contém vidro
fundido de menor densidade.
Submetido a uma temperatura ele- Tanto o vidro fundido de maior den- ópticas internas muito baixas, o que o
vada, o vidro fundido escorre, dando sidade como o de menor densidade torna ideal para a fabricação de fibras
origem a um fio fino com maior den- são mantidos em cadinhos de platina, ópticas. Porém, este material apresenta
sidade interna e menor densidade e extrudados por uma única de saída um índice de refração muito baixo em
externa que é a própria fibra óptica. de modo a formar uma fibra única. relação ao vidro e outros materiais
Este processo permite a fabrica- Este processo permite a produ- como o ar que deve envolvê-lo, o que
ção de fibras com perdas algo eleva- ção de fibras com baixas perdas e dificulta sua utilização prática.
das, tendo em vista que a junção é além disso num processo contínuo, Conforme vimos, a capa externa
feita na saída dos cilindros. As perdas o que significa que não há limitação deve ter um índice de refração ainda
são da ordem de 500 dB/km, mas para o comprimento da fibra a ser menor para que ocorram as refrações
a utilização de materiais especiais fabricada. internas desejadas. Para a utilização
possibilita a produção de fibras que deste material, técnicas especiais
são especialmente indicadas para a Fibras de sílica tiveram de ser desenolvidas.
transmissão de dados e mensagens A sílica (SiO2) é um material que Uma delas é a denominada VDS
a curtas distâncias. existe na forma natural como quartzo. (Vapour Deposited Silica), que con-
Um processo alternativo melhor é Este material também pode ser produ- siste na deposição de camadas radiais
visto na figura 10. zido sinteticamente e apresenta perdas de germânio dopado com sílica num
12 nua, é fácil graduar-se a produção de pode ser utilizada para servir de prote-
modo a resultar numa estrutura com ção externa em outros tipos de fibras.
índice de refração que se modifica A capa externa de uma fibra óptica
continuamente quando a percorremos que mantém contato direto com esta
do cerne para a borda. fibra é denominada “capa primária”.
Esta técnica possibilita a produ- É importante observar que a pro-
ção de fibras ópticas com perdas que teção externa de uma fibra óptica
chegam a apenas 1 dB por quilôme- deve ser cuidadosamente projetada
tro, mas os tipos comerciais, em geral, de modo a não alterar as caracterís-
estão na faixa dos 5 dB por quilômetro. ticas ópticas desejadas.
13 Pequenas imperfeições da capa
Fibras PCS podem forçar uma fibra a ter pequenas
Estas fibras são formadas por um curvas (microcurvas) em determinados
núcleo de sílica pura sobre o qual pontos, o que pode afetar suas carac-
aplica-se uma camada de resina de terísticas e com isso provocar perdas.
silicone de menor índice de refração, Essas microcurvas podem, por
veja a figura 12. exemplo, ser provocadas por uma
Esta técnica possibilita a construção pressão maior da capa externa sobre
de fibras ópticas de grandes diâmetros. a fibra no próprio momento da fabrica-
14 As perdas destas fibras não são ção, deformando seu material, como
das menores, ocorrendo até uma indica a figura 13.
certa penetração de luz no material A contração do material da capa,
da capa externa, mas para muitas principalmente no caso do plástico,
aplicações os valores obtidos são também pode fazer com que a fibra se
aceitáveis. Esta passagem de luz do dobre obrigando assim a luz a formar
cerne para o material exterior acon- uma trajetória em hélice que é res-
tece principalmente nos modos de ponsável por perdas indesejáveis.
propagação de maior ordem, quando A adoção de um severo controle de
15 o ângulo de incidência nas paredes qualidade para o material empregado
(pontos de reflexão) é maior. na elaboração das capas dos fios é
Isso significa que a fibra deve a melhor solução para a obtenção de
ser usada com ângulos de abertura fibras com baixas perdas.
menores de modo a ser evitada, jus- Um problema importante que deve
tamente, a incidência de radiação ser previsto com a utilização de uma
em ângulos em que as perdas sejam capa que, por deformação aperta as
maiores. fibras, é o efeito que isso causa nos
Para estas fibras, as especifica- extremos.
ções de perdas são dadas em função O que acontece é que uma defor-
do ângulo de abertura segundo uma mação nas extremidades da fibra
característica não linear. dificulda seu acoplamento aos dispo-
sitivos externos como, por exemplo,
Fios e cabos os foto-receptores e foto-emissores,
Se bem que muitas fibras apre- observe a figura 14.
sentem uma resistência mecânica Técnicas especiais prevêem esta
considerável, sua utilização sem qual- deformação para a utilização de aco-
tubo central (cerne) que passará a ter quer tipo de proteção externa não é pladores especiais.
um índice de refração maior. interessante. Do mesmo modo que no caso
O tubo é posteriormente contraído A própria ação do meio ambiente, dos fios comuns, as fibras podem
de modo a formar a fibra óptica, con- contactos e choques mecânicos com ser agrupadas em cabos conforme
forme exibe a figura 11. outros objetos podem levar a fibra a mostra a figura 15.
Estas camadas são produzidas sofrer deteriorações, alterações de Os mesmos cuidados em rela-
passando gases pelo tubo, ao mesmo características ou ainda rompimento ção ao material, esforços mecânicos
tempo que ocorre um aquecimento. e danos. e deformações devem ser tomados
Pela variação dos constituintes destes Por isso, para as aplicações prá- de modo a se evitar problemas que
gases, tanto a região interna de maior ticas, as fibras são dotadas de capas afetem as características das fibras.
índice de refração como as capas protetoras semelhantes às usadas nos Observe a existência de um mate-
externas podem ser formadas. fios condutores de metal comuns. rial sólido de alta resistência mecâ-
Como a composição dos gases em Nas fibras do tipo PCS a proteção nica como suporte central para o
função dos dopantes pode ser modifi- externa pode ser a própria resina de cabo, o que permite um aumento de
cada de maneira praticamente contí- silicone. Esta mesma resina também sua resistência à tensão mecânica. f
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Sinalizador
incandescente
Chamar a atenção para uma placa de aviso ou ainda Newton C. Braga
para se tomar cuidado em um determinado local,
como por exemplo, uma saída de garagem é algo
que pode ser feito, por meio de uma lâmpada pis-
cante. Embora já existam estas lâmpadas prontas, a
freqüência ou o tipo de efeito não podem ser altera-
dos, o que leva a necessidade de um circuito próprio
em que o leitor possa fazer as devidas adequações. O
circuito que descrevemos usa poucos componentes e
e lâmpadas comuns de até 300 watts.
Lâmpadas piscantes podem Como funciona veremos nada além do acender contí-
ser usadas em projetos de mecatrô- A base do circuito é um oscilador nuo da lâmpada.
nica, robôs, para decoração de vitri- de relaxação com uma lâmpada néon. Dessa forma, as lâmpadas comuns
nes, junto a placas de aviso, e na Neste circuito o capacitor C1 carrega-se incandescentes só podem ser usadas
sinalização de portas de garagem. através do diodo D1, do resistor R1 e do neste circuito com uma freqüência
Outro tipo de aplicação é para festas potenciômetro até que seja alcançada máxima de algumas dezenas de hertz.
e bailes, onde conjuntos de diferentes uma tensão da ordem de 80 V que é a No nosso caso, temos o potenciô-
cores podem dar uma decoração dife- tensão de disparo da lâmpada néon. metro que permite ajustar a freqüên-
rente ao ambiente. Quando esta tensão é atingida, a cia entre alguns hertz e uma piscada
O circuito que apresentamos tem lâmpada néon conduz e o SCR dis- a cada 5 ou 10 segundos, conforme o
um controle total sobre a freqüência e para alimentando a lâmpada incan- valor do capacitor.
ainda, como grande vantagem, o fato descente em série. Como o circuito utiliza um SCR que
de poder operar com lâmpadas incan- O SCR permanecerá ligado é um controle de meia onda, usamos
descentes comuns. durante o tempo que o capacitor quatro diodos adicionais numa ponte
Na rede de 110 V ele pode con- demora para se descarregar através para obter o controle de onda com-
trolar até 300 watts de lâmpadas, e o da lâmpada néon até a tensão de pleta, e com isso piscadas de maior
dobro disso na rede de 220 V. manutenção. Esta é a tensão mínima intensidade.
com que a lâmpada pode se manter
Na sinalização de portas de garagem, em condução, apagando em seguida.
torres e viaturas é comum o uso de Este tempo é determinado em Montagem
lâmpadas de xenônio. O xenônio é um parte pelo resistor R2 que, então, Na figura 1 temos o diagrama
gás inerte que se torna condutor quando vai influir na duração da piscada e completo do aparelho de sinalização
uma tensão da ordem de 400 a 600 V lhe também na sua intensidade. A inten- com lâmpada incandescente comum.
é aplicada. Nestas condições, o gás passa a sidade é dada pelo fato da lâmpada
ter uma resistência muito baixa deixando em série precisar de alguns ciclos da A durabilidade de uma lâmpada incan-
passar uma corrente elevada. alimentação para poder ter seu fila- descente depende do número de vezes
Nos sinalizadores de xenônio, um mento aquecido ao máximo. que ela é acesa ou apagada, pois nesta
capacitor se descarrega rapidamente pela Se o pulso for muito curto, o fila- operação o filamento se dilata e contrai
lâmpada quando ela é disparada, produ- mento não se aquecerá o suficiente e rapidamente.
zindo um flash de luz de curta duração a piscada produzida será muito fraca. Isso significa que numa aplicação como
mas de alta potência. As lâmpadas de Por outro lado, a velocidade pisca-pisca ou pulsador, como neste caso,
xenônio, que também são usadas em fla- não podemos esperar que a durabilidade
máxima das piscadas (freqüência) é
shes de máquinas fotográficas, só podem da lâmpada seja a mesma do que quando
determinada pela inércia do filamento.
ser utilizadas para produzir pulsos de luz usada numa aplicação normal em ilumi-
de curta duração. Se não houver tempo para que o fila-
mento esfrie entre as piscadas, não nação.
Prova e uso
Para provar o aparelho basta ligar
na sua saída uma lâmpada incandes-
cente comum (branca ou de qualquer
cor) e alimentar o circuito. Ajusta-se,
então, o potenciômetro para se obter
as piscadas na frequência desejada.
Se as piscadas forem fracas ou
fortes demais pode-se alterar R2. Estef
componente pode assumir valores
entre 4,7 k ohms e 47 k ohms.
Lista de material: Da mesma forma, o capacitor pode
Semicondutores: Capacitor:
ter seu valor alterado entre 470 nF e
SCR - TIC106B ou D - diodo controlado C1 - 680 nF x 100 V - poliester 1μF conforme o efeito desejado.
de silício - ver texto Na verdade, na maioria dos proje-
D1a D4 - 1N4004, 1N4007, 1N5404 ou Diversos: tos estas alterações podem ser neces-
1N5407 - conforme a rede e a potência NE1 - NE-2H ou equivalente - lâmpada sárias para compensar as tolerâncias
- diodos de silício - ver texto néon dos componentes usados, permitindo
X1 - Lâmpada incandescente comum, con- ao montador que chegue ao desem-
Resistores: (1/8 W x 5%) forme a rede de alimentação, de qualquer penho desejado.
R1 - 10 k Ω cor - ver texto Comprovado o funcionamento do
R2 - 22 k Ω Placa de circuito impresso, radiador de aparelho é só fazer a instalação defini-
R3 - 47 k Ω calor para o SCR, soquetes para as lâmpa- tiva. Não ultrapasse nunca a potência
P1 - 220 k Ω ou 470 k Ω - potenciômetro das, cabo de força, botão para o potenciô- máxima recomendada e nem utilize
metro, fios, solda, etc. lâmpadas fluorescentes ou mistas. f
Pequeno inversor
para fluorescentes
Pequenas lâmpadas fluorescentes podem ser usadas Newton C. Braga
para efeitos especiais em montagens mecatrônicas
como robôs, braços, e outros. No entanto, essas lâm-
padas, apesar de seu baixo consumo, têm um incove-
niente: precisam de alta tensão para funcionar.
Para obter essa alta tensão a partir de baterias, é
preciso usar um inversor. Assim, descrevemos a mon-
tagem de um circuito inversor que, a partir de ten-
sões de 6 a 12 V pode gerar centenas de volts com
uma potência de alguns watts.
O circuito inversor que Também podem ser usadas induzem no enrolamento primário
apresentamos não é indicado para a pequenas lâmpadas utravioleta, da uma tensão que pode variar entre 200
alimentação de eletrodomésticos ou mesma faixa de potência, para gerar e mais de 400 V, mesmo que o trans-
eletrônicos a partir de pilhas ou bate- efeitos especiais de iluminação em formador seja de 110 V ou 220 V.
ria. Sua freqüência não é controlada um robô, ou ainda dotá-lo de um sis- O que acontece é que a especifica-
(60 Hz) e a forma de onda do sinal tema de visão noturna. ção 110 V ou 220 V é válida quando a
produzido não é senoidal. tensão aplicada é senoidal de 60 Hz.
Entretanto, ele serve para aplica- Como este circuito gera sinais retan-
ções mais simples onde se neces- Como Funciona gulares, as transições rápidas podem
site de uma alta tensão na faixa de O sinal pulsante necessário à exci- induzir tensões mais elevadas.
200 a 400 V, obtida a partir de pilhas tação do transformador elevador de Temos, então, uma alta tensão
comuns ou da bateria de um automó- tensão é gerado por um oscilador com suficiente para ionizar o gás de uma
vel. Dentre as aplicações possíveis base numa das portas do circuito inte- lâmpada fluorescente ou causar um
para este circuito podemos citar: grado 4093. A freqüência deste sinal é forte choque em quem se submeter
• Acendimento de lâmpadas flu- determinada basicamente por C1 e R1. a sua ação. Evidentemente, a potên-
orescentes a partir da bateria do Será interessante alterar R1 na faixa cia do circuito é baixa, da ordem de
carro ou de pilhas de 10 k ohms a 100 k ohms para se alguns watts, o que significa que a
• Sistemas de iluminação de obter a freqüência que dê melhor ren- lâmpada fluorescente não irá brilhar
emergência com lâmpadas fluo- dimento com o transformador usado. com a máxima intensidade.
rescentes O sinal retangular gerado por este O circuito funciona tanto com
• Sinalização oscilador é amplificado digitalmente tensões de 6 V como 12 V. Eviden-
• Geração de alta tensão para um pelas outras três portas do circuito temente, a potência será maior com
eletrificador portátil integrado 4093, que são ligadas como uma alimentação de 12 V.
buffers/inversores em paralelo.
A base do projeto é um circuito A saída das três portas amplifica-
integrado 4093 e os poucos compo- doras excita diretamente a base de Montagem
nentes utilizados tornam-no bastante um transistor Darlington de potência, Na figura 1 temos o diagrama
acessível. As lâmpadas fluorescentes que tem por carga o enrolamento de completo do inversor.
de 4 a 10 W, mesmo aquelas que já baixa tensão de um pequeno transfor- A disposição dos componentes
estão fracas demais para funcionar mador de força. em uma placa de circuito impresso
na rede de energia, acendem quando Desta forma, os sinais amplifi- é mostrada na figura 2.Os leitores
ligadas na saída deste inversor. cados, aplicados ao transformador, que desejarem uma montagem expe-
1 3
2
Lista de material:
Semicondutores:
CI1 – 4093 – circuito integrado CMOS
Q1 – TIP120 – Transistor NPN Darlington
de potência
Capacitores:
C1 – 220 nF – cerâmico ou poliéster
C2 – 100 μF x 16 V – eletrolítico
Diversos:
T1 – Transformador – ver texto
X1 – Lâmpada fluorescente de 3 a 10 W
2
Esquema elétrico
O Circuito
O circuito do nosso projeto está
apresentado na figura 2. Seu coração
é o famoso NE 555, responsável pela
produção dos sinas que são incididos
na entrada CLK do 4017.
A configuração astável do 555
não pode ser alterada, pois ela foi
feita para atuar no projeto de maneira
a funcionar corretamente. A multipli-
cação de cada pulso é feita através
de dois diodos de sinais ligados em
série com os resistores. O ULN 2003
é um driver para motor de passo e
sem ele não seria possível controlar
o motor, mas é possível substituí-lo
pelo ULN 2803 que também exerce
a mesma função. A diferença é que
ele posui 18 pinos, ao passo que o
ULN 2003 posui apenas 16. Dessa
forma, será preciso modificar o
layout da placa de circuito impresso
ou montá-lo em uma matriz de con-
tatos.
O circuito para a ligação do motor
de passo é mostrado na figura 3.
Trata-se de um conector do tipo
barra pino, mas caso o mesmo não
seja encontrado no mercado, o
leitor poderá soldar os fios do motor
diretamente na placa de circuito
impresso.
Efeito Memória 4 5
Um problema comum em algu-
mas baterias de Nicad, bem conhe-
cido por quem possui telefone
celular com baterias de gerações
antigas, é o denominado efeito
memória.
Se uma bateria não for comple-
tamente carregada e depois usada
na recarga seguinte, ela “memoriza”
a carga anterior e volta somente até
Octa-I
O robô que
desvia de obstáculos
Octavio Nogueira
Octa-I é um robô capaz de possível constatar nos dias de hoje,
desviar de obstáculos. Ao se deparar por exemplo, o nível de automação
com um obstáculo ele pára, dá um nas indústrias que cada vez mais
giro de 45° e segue em frente, até utilizam robôs na linha de produção
encontrar um novo obstáculo. Isto de seus produtos. Estes robôs não
permite que ele possa, por exem- se parecem com os que vemos nos
plo sair de dentro de um labirinto. O filmes de ficção científica onde, nor-
melhor de tudo isto é que ele é um malmente, se movimentam e, invaria-
robô que você mesmo pode cons- velmente, acabam por querer dominar
truir. o mundo. Se este tipo de coisa acon-
A Mecatrônica é um campo do tecerá (ou não) nós não sabemos,
conhecimento humano que tende a mas o que sabemos é que se quiser-
crescer muito nos próximos anos. É mos ter o controle da situação e um
Sistema motriz
O Octa-I possui dois servomoto-
res. Eles se diferenciam dos motores
normais, pois permitem que a veloci-
dade seja variada através do tamanho Nós não precisamos enviar pulsos 4
O Basic Step 2K
dos pulsos que são enviados, veja a de 1 ms e 2 ms. Quaisquer valores
ilustração na figura 1. entre estes limites farão o motor se
Eles possuem três terminais, mover, por exemplo se quisermos
sendo: terra, alimentação de 5 V e fazer o robô se mover lentamente
controle. O sinal de controle é um para frente, poderíamos enviar pulsos
trem de pulsos com duração entre de 1,6 ms e se quisermos que o robô
1 ms e 2 ms e um período de 10 vire, mandamos pulsos de 1,6 ms para
ms, ou seja, pulsos de 1 ms a 2 ms um motor e 1,4 ms para o outro. Com
com um intervalo entre eles de 10 estas durações de pulsos, um motor
ms, conforme mostra a figura 2. vai se mover lentamente para frente e
Quando o pulso tem 1,5 ms o motor o outro lentamente para trás.
está parado, quando tem 1 ms o Um aspecto importante a lembrar
motor gira a velocidade máxima em é que o motor precisa receber um
um sentido e quando está em 2 ms, pulso a cada 10 ms para continuar
gira a velocidade máxima no outro se movimentando, se pararmos de
sentido. mandar pulsos ele pára.
Sensor bater em um obstáculo e retornar. Imagine que o seu robô está par-
O sonar (figura 3) é um dos sen- Assim que retornar, o módulo do sonar ticipando de uma competição onde
sores mais interessantes, pois faz com calcula o tempo que o pulso levou para ele tem que sair de um labirinto, se
que o robô “saiba” a distância que está ir e voltar. Como sabemos a velocidade estivesse usando um sensor óptico
de um objeto, permitindo com isto que do pulso e o tempo que ele levou para ele teria que andar até encontrar uma
ele desvie e não colida com o mesmo. ir e voltar, é possível calcular a distân- parede e então ir seguindo a parede
O funcionamento do sonar é o cia que ele percorreu. até achar uma porta e seguir este
seguinte: ele envia um pulso ultra- A diferença deste sensor para os processo para caminhar pelo labirinto.
sônico muito curto e fica esperando o outros que detectam obstáculos, como Utilizando o sonar ele poderia fazer
seu retorno. O pulso vai viajar a uma os ópticos, é que o sonar nos permite um giro de 360 graus sobre o seu
velocidade aproximada de 340 m/s, saber a distância exata do obstáculo. eixo, fazendo medições de distância
A
Montagem da roda no servomotor
B
Vista superior trasiera do Octa-1
C
Mais alguns detalhes da montagem do chassi do Octa - 1
“Cérebro” ou
processador central
Um dos grandes problemas de
quem quer começar a aprender ou
se aprofundar em robótica é ter que
aprender a linguagem de programa-
ção do robô. Hoje existem diversas
linguagens, cada uma com suas van-
tagens e desvantagens. Para este
robô nós escolhemos utilizar o micro-
controlador BASIC Step 2K, conforme
mostra a figura 4.
Este é um poderoso microcontro-
lador com 2048 bytes de memória
flash que possui 15 entradas/saídas conceitos básicos de um robô moto- Para facilitar o nosso trabalho,
e pode ser programado em BASIC. O rizado. Os tópicos aqui apresentados podemos escrever algumas rotinas
BASIC é uma linguagem muito fácil de podem ser aplicados para outros tipos para automatizar este processo:
se aprender e ao mesmo tempo pode- de robôs e este robô básico pode ser
rosa. Esta linguagem possui todas as ampliado com o acréscimo de outros Rotina para fazer os motores para-
características das linguagens de alto sensores e dispositivos. rem:
nível como C e Pascal, com a van- Sub Para()
tagem de ser muito mais fácil de se Compilador Servo(1) = 30
aprender. A Microsoft fornecia a lin- O programa precisa ser escrito e Servo(2) = 30
guagem QBASIC junto com o DOS, compilado antes de ser gravado no End Sub
antes da introdução do Windows e, microcontrolador do robô, para isto
provavelmente, considerável parte usamos o compilador Bascom. Ele é Faz o robô se mover para frente
dos leitores já programou alguma vez um ambiente completo de desenvol- com velocidade determinada por v:
em QBASIC. Pois bem, o BASIC utili- vimento para os microcontroladores Sub Frente(v As Byte)
zado pelo BASIC Step 2K é pratica- BASIC Step 2K. Ele possui o editor Servo(1) = 30 - V
mente idêntico ao QBASIC. de texto, compilador, simulador, gra- Servo(2) = 30 + V
Outros problemas com os micro- vador e arquivo de ajuda com todos End Sub
controladores são a necessidade de os comandos explicados. A figura 5
um gravador, geralmente caro, e a sua acima mostra a sua aparência. Faz o robô se mover para trás:
disponibilidade no mercado nacional. Como dissemos anteriormente a Sub Re(v As Byte)
Pois bem, o BASIC Step 2K é de fabri- linguagem utilizada é o BASIC, uma Servo(1) = 30 + V
cação nacional e o seu gravador é um linguagem muito fácil de se aprender Servo(2) = 30 - V
simples cabo ligado a porta paralela e com muitos recursos. End Sub
do PC. O compilador onde escreve- O Bascom é especialmente indi-
mos o código fonte é totalmente ami- cado para o nosso robô pois já possui Faz o robô virar para a direita:
gável e integrado com o gravador, nos em suas bibliotecas, comandos para Sub Direita(v As Byte)
permitindo fazer simulações e emula- controle dos motores, leitura dos sen- Servo(1) = 30 - V
ção antes de gravarmos o microcon- sores de ultra-som, etc. Servo(2) = 30 - V
trolador. Ele possui em sua biblioteca A primeira coisa a fazer em nosso End Sub
diversas funções úteis já prontas para programa é configurar os servos com
uso tais como escrita em display LCD, o seguinte comando: E para a esquerda:
comunicação serial, I2C e 1WIRE. E o Sub Esquerda(v As Byte)
melhor, é gratuito. Config Servos = 2 , Servo1 = Servo(1) = 30 + V
Todas as informações sobre o Portb.0 , Servo2 = Portb.1 , Servo(2) = 30 + V
microcontrolador BASIC Step 2K, Reload = 50 End Sub
assim como o compilador para down-
load estão disponíveis no site http:// Este comando diz ao compilador Estas rotinas são chamadas pelo
www.tato.ind.br. que teremos dois servos ligados as programa principal a medida do
Gostariamos, de deixar claro que saídas Pb0 e Pb1. Para fazermos os necessário, um exemplo de programa
este artigo é apenas um ponto de par- motores se moverem basta executar- simples seria fazer o robô se mover
tida para o que pode ser um grande mos o seguinte comando: Servo(1)=20 para a frente por 2 segundos, parar,
projeto, já que estamos estudando os ou servo(2)=20. se virar para a direita e se mover por
Call Frente(5)
Wait 2
Call Para()
Call direita(3)
Wait 1
Call Para()
Call Frente(5)
Wait 2
Call Para()
Montagem:
Para a montagem deste robô você
vai precisar de:
Como projetar
um robô?
Aprenda a projetar o seu a partir de
algumas dicas importantes – parte 1
A proposta melhor que se deparar com um pro- for montar um robô para participar de
Como foi dito no início deste blema para motivar o aprendizado! Se uma prova de “mini-sumso”, não vai
artigo, a proposta é passar algumas o leitor tem alguma dificuldade, é hora precisar de um sensor para ler a pres-
dicas que poderão servir de “base” de estudar! são atmosférica local! Certo?! Basi-
para muitos projetos de robôs. Assim camente os sensores que o leitor vai
o leitor poderá usufruir destas para a precisar serão utilizados para detec-
construção de seu próprio robô. Não Definindo a função tar as linhas limitadoras da arena e a
serão tratados os “cálculos” envolvi- principal do robô localização do adversário.
dos, já que este artigo pretende ser Antes de começar a pensar em Agora se o robô não irá participar
uma parte complementar à sala de quantos e qual tipo de motor será de nenhuma prova, muito provavel-
aula. usado, que microcontrolador (se for mente o leitor não tem regras e especi-
Projetar um robô não é tarefa mesmo necessário), a quantidade e tipo ficações previamente definidas. Neste
das mais simples. São necessários de sensores, etc, é melhor pensar na caso, o leitor deverá determinar quais
bons conhecimentos em eletrônica, função principal do seu robô. É a tarefa serão estas. E ao fazê-las procure ser
informática e mecânica, além de que o robô realizará (ou o conjunto das bastante objetivo. Determine a função
conhecimentos no uso de algumas fer- mesmas) que determinará tudo isso. principal através de uma única pala-
ramentas. Sem isso, com toda a cer- É momento de parar e pensar a res- vra ou termo que possa identificar sua
teza, seu robô poderá ficar “falho” em peito. E se seu trabalho for em grupo, principal função como, por exemplo:
alguma parte. Porém, considere que melhor ainda. Várias cabeças “focadas” robô de segurança, robô bombeiro,
o leitor fez todas as “lições de casa” pensam melhor que uma! Reuna-se robô jardineiro, etc. Desta forma fica
e realizou todos os “estudos” solici- com seus amigos e determinem juntos bem mais simples determinar todos
tados por seus professores. E caso qual a tarefa principal do robô. os elementos necessários para reali-
ele ainda acredite ter poucos conhe- Se o robô for utilizado em alguma zar a tarefa proposta.
cimentos em uma das áreas citadas, competição, por exemplo, a primeira Um outro detalhe importante sobre
nada de desanimar ok! Não é assim coisa a ser feita é ler na regra da prova a função principal, diz respeito às sub-
que se deve encarar uma dificuldade! quais tarefas devem ser realizadas tarefas. Estas podem ser encaradas
É hora de aprender e para isso, nada pelo robô. Por exemplo, se o leitor como um conjunto de pequenas sub-
Elemento de
localização das chamas
Este elemento detecta a pre-
sença da chama no ambiente. Muito
provavelmente um simples sensor
tipo infra-vermelho (IR) do tipo
comercial dará conta do recado.
Veja a figura 5. Um sensor tipo
IR feito pelo próprio leitor também
poderia ser utilizado, desde que
sua faixa de leitura (espectro) fosse
calibrada para a identificação de
uma chama.
O sensor apresentado na figura 5
é bastante utilizado em sistemas de
segurança na detecção do calor cor-
póreo (o leitor perceberá que este
sensor também poderá ser utilizado
7
Detecção da chama com apenas um sensor