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Em1415, Portugal conquistou Ceuta, no norte de África, com o desejo de obter ouro e dominar o
comércio do mar Mediterrâneo. Contudo, os mouros, ao perderem Ceuta, desviaram as rotas do
ouro e das especiarias para outras cidades.
Para obterem as riquezas que tanto ambicionavam os portugueses tinham então que descobrir a
origem dos produtos que os mouros comerciavam mas, para isso, tinham que ir para terras
desconhecidas.
Mercadores e aventureiros tinham criados várias lendas sobre o mundo desconhecido. Pensava-
se que os navios que navegassem para sul ao longo da costa africana seriam atacados por
monstros marinhos e que o calor era tanto que os homens brancos se tornavam negros.
Imaginava-se também que nas terras desconhecidas existiam seres maravilhosos e fantásticos:
animais estranhos e homens sem cabeça, só com uma perna e só com um olho.
Os portugueses, aventureiros e corajosos, decidiram enfrentar os medos sobre o mundo
desconhecido e navegaram para sul ao longo da costa africana para áreas totalmente
desconhecidas pelos europeus. O infante D. Henriqu foi quem planeou e organizou estas viagens
e foi ele o responsável pelos Descobrimentos até à chegada a Serra Leoa, em 1460.
Tratado de Tordesilhas
O grande desejo de D. João II era chegar à Índia por mar por causa do comércio das especiarias.
No entanto, também Castela tinha o mesmo desejo. Em 1492, Cristóvão Colombo, ao serviço de
Castela, chega à América quando procurava chegar à Índia navegando para oeste. Esta
descoberta criou um conflito entre Portugal e Castela porque segundo o Tratado de Alcáçovas,
assinado em 1480, as terras a sul das ilhas Canárias pertenciam a Portugal. Sendo assim, as
terras descobertas por Cristóvão Colombo deveriam pertencer a Portugal.
Para resolver este conflito foi necessária a intervenção do papa que levou os dois monarcas dos
dois reinos a assinar um novo acordo – o Tratado de Tordesilhas. Segundo este tratado o mundo
ficava dividido em duas partes por um meridiano a passar a 370 léguas a ocidente de Cabo Verde.
As terras que fossem descobertas a oriente pertenceriam aos portugueses e a ocidente seriam
para Castela.
Chegada à Índia
D. João II acabou por não ver o seu sonho realizado. Após a sua morte, sucedeu-lhe o seu primo
D. Manuel I que decidiu continuar os descobrimentos. Em 1497 nomeou Vasco da Gama capitão-
mor de uma armada constituída por quatro navios: as naus S. Gabriel, S. Rafael e Bérrio, mais
uma embarcação com mantimentos. O objetivo desta armada era chegar à Índia por mar. A
viagem durou um ano e em maio de 1498 os portugueses chegam a Calecut.
Descoberta do Brasil
Quando Vasco da Gama chega à Índia, os portugueses foram no início bem recebidos. No
entanto, começaram a sentir algumas hostilidades e para garantir o domínio português partiu de
Portugal uma armada em Março de 1500. Esta nova armada, chefiada por Pedro Álvares Cabral,
era constituída por treze navios. Um desvio feito a ocidente levou os portugueses a descobrirem
o Brasil.
No fim do século XVI, Portugal tinha um império de grande extensão. Possuía territórios
na África, Ásia e na Américamais as ilhas atlânticas.
Relevo
O relevo das ilhas atlânticas é muito montanhoso e de origem vulcânica. É na ilha do Pico que se
encontra o pico mais alto de Portugal, com 2351 metros de altitude.
Os cursos de água existentes são pouco extensos por isso têm o nome de ribeiras. Nos Açores
são famosas algumas lagoas formadas nas crateras de vulcões extintos.
Clima e vegetação
A Madeira, situada mais a sul e próximo de África, tem um verão quente e seco e um inverno
ameno, com precipitações mais elevadas na montanha e vertente norte.
Estava coberta de densas matas onde predominavam os dragoeiros, loureiros, urzes, giestas,
zimbro e jasmim.
Por seu lado, nos Açores não se notam grandes diferenças de temperatura nas diferentes
estações do ano. É frequente o nevoeiro e as chuvas são abundantes, sobretudo nos meses de
Outubro a Janeiro.
Nas matas predominavam os cedros, loureiros, faias, urzes, giestas e fetos gigantes.
Colonização
Quando os portugueses descobriram a Madeira e os Açores encontravam-se desabitadas. O clima
ameno e as terras férteis levaram o infante D.Henrique a realizar de imediato a sua colonização,
ou seja, o povoamento e aproveitamento dos seus recursos naturais.
As ilhas foram divididas em capitanias, cada uma com um capitão que tinha como função povoá-
las e cultivar as suas terras. As pessoas que saíram do continente para as ilhas chamavam-
se colonos.
Territórios na África
A vida dos povos africanos
Os portugueses avistaram povos de raça negra abaixo do deserto do Sara. Estes povos viviam
do aproveitamento dos recursos naturais existentes: caçavam, criavam animais, pescavam,
recolhiam frutos, cultivavam o inhame (batata-doce) e faziam o aproveitamento de alguns minerais
como o ouro e o cobre que trocavam por outros produtos.
Os povos africanos estavam organizados em reinos que se guerreavam entre si. Normalmente os
vencidos eram feitos escravos.
Na maioria dos reinos praticava-se a poligamia, ou seja, um homem podia ter várias mulheres.
Andavam todos nus da cintura para cima e vivam em palhotas.
Territórios da Ásia
A vida dos povos asiáticos
Na Ásia os portugueses conquistaram Goa, Malaca e Ormuz, na Índia, e no Extremo Oriente
chegaram às Molucas, ao litoral da China, a Cantão, Timor, Japão e a Macau.
Em todos estes locais os portugueses encontraram povos de cor de pele, costumes, religião e
formas de vida diferentes. Os chineses e os japoneses foram os que causaram maior admiração.
Colonização
Inicialmente os portugueses deslocavam-se ao Brasil apenas para trazer o pau-brasil e aves
exóticas. Em 1530, iniciou-se a colonização. O rei dividiu as terras em capitanias, tal como nos
arquipélagos da Madeira e dos Açores. Os colonos portugueses começaram a cultivar a cana-de-
açúcar e a bananeira.
Os índios não eram fáceis de escravizar por isso os portugueses levaram para o Brasil muitos
escravos africanos.
Crescimento da cidade
Nos reinados de D. João II e de D. Manuel I Lisboa teve um desenvolvimento tão grande que as
suas construções começaram a ocupar espaços fora das muralhas construídas por D. Fernando
(Cerca Nova ou Cerca Fernandina).
O rei D. Manuel deixou o Paço de Alcáçova, junto ao Castelo, para ir viver mais junto ao Tejo, no
Paço da Ribeira, para melhor vigiar o movimento marítimo.
Distribuição da riqueza
•Nobreza:
•recebia riquezas
•gastava dinheiro em luxos, vestuário e na habitação
•as famílias mais ricas tinham todas escravos
•Clero:
•foi beneficiado com a construção e adornação de igrejas e mosteiros
•Grande parte do povo:
•vivia em extrema pobreza
•muitos eram vagabundos, mendigos, miseráveis
•Corte:
•das mais ricas e luxuosas da Europa
•eram frequentes os banquetes e saraus com músicos, poetas e escritores
•o rei realizava ainda cortejos para exibir a sua riqueza, onde desfilavam músicos
ricamente vestidos e animais raros
Cultura
•Literatura
•Luís de Camões: “Os Lusíadas”
•Fernão Mendes: “A Peregrinação”
•Pêro Vaz de Caminha: “Carta do Achamento do Brasil”
•Damião de Góis e Rui de Pina: crónicas de reis
•Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda e Garcia de Resende
•Matemática
•Pedro Nunes
•Medicina
•Garcia de Orta e Amato Lusitano
•Geografia e Astronomia:
•Duarte Pacheco Pereira
•Zoologia e Botânica:
•Garcia da Orta
Arte
•Arte Manuelina na arquitetura: decoração com elementos alusivos às viagens marítimas
(cordas, redes, conchas, naus, caravelas, esferas armilares) como no Mosteiro dos
Jerónimos e Convento de Cristo.
•Arte Manuelina na escultura, pintura, ourivesaria, cerâmica e mobiliário: revelam
também influências dos Descobrimentos
EXERCÍCIOS
Teste | enunciado » correção
O que tens de saber neste capítulo, segundo o programa e metas curriculares de HGP – 5º
ano:
4.Relacionar o objetivo de D. João II de atingir a Índia por mar com as viagens de exploração
e reconhecimento promovidas pelo monarca.
6.Referir as principais características dos contactos dos portugueses com os povos africanos,
asiáticos e ameríndios.