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“AFONSO GRECO”
FUNDAMENTOS DE
ELETRÔNICA
APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................5
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................6
DIODOS ............................................................................................................................................12
POLARIZAÇÕES DO DIODO................................................................................................................12
COMPONENTES LINEARES ................................................................................................................13
CARACTERÍSTICAS DOS DIODOS .......................................................................................................13
LINHAS DE CARGA ...........................................................................................................................15
APROXIMAÇÕES DO DIODO...............................................................................................................15
TESTE ESTÁTICO DO DIODO..............................................................................................................16
LIMITADOR ......................................................................................................................................17
ASSOCIAÇÃO DE IIMITADORES ..........................................................................................................18
GRAMPEADOR DE CC ......................................................................................................................18
DETETOR DE PICO A PICO ................................................................................................................18
CLASSE A .......................................................................................................................................77
CLASSE B .......................................................................................................................................83
AMPLIFICADOR PUSH PUII ................................................................................................................84
AMPLIFICADOR PUSH PULL CLASSE B POLARIZADO OU CLASSE AB .....................................................86
DISSIPADORES DE CALOR ................................................................................................................89
Apresentação
O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !
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Introdução
Este estudo tem como objetivo diferenciar alguns dos mais variados tipos de
componentes eletrônicos, concebidos a partir de semicondutores, apontando
características físicas e construtivas dos mesmos. Analisaremos também o
funcionamento eletroeletrônico destes, a fim de que possamos entender com mais
clareza e objetividade o funcionamento de diversos circuitos que empregam tais
componentes.
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Estrutura atômica
Sob o ponto de vista da física, sabemos que os corpos, constituídos de
diversos tipos de matéria, podem ser divididos em partes menores. A menor
porção da matéria é a molécula, que, por sua vez, pode ser dividida em partes
ainda menores, denominados átomos. A estrutura atômica de diversos tipos de
materiais pode ser estudada detalhadamente pela química, não constituindo,
entretanto, papel relevante em nosso estudo. Contudo, é de fundamental
importância entendermos a estrutura do átomo, que é mostrada abaixo pelo
modelo planificado de Bohr. Nela, podemos perceber claramente que o átomo é
formado por um núcleo, contendo prótons com carga positiva e nêutrons com
carga nula, e, girando em órbitas elípticas em torno desse núcleo, os elétrons com
carga negativa. (Fig. 1.1)
Níveis de energia
Cada camada ou órbita pode ser representada, em um gráfico, como
sendo níveis de energia, onde os elétrons distam do núcleo raios proporcionais
á força de interação mútua entre eles e o núcleo. A figura 1.2 ilustra o que foi
descrito.
Bandas de energia
As bandas de energia são órbitas controladas por cargas de átomos
adjacentes. A banda de energia mais externa do átomo é denominada banda de
valência, local onde ocorrem as reações químicas. Os átomos que têm quatro
(04) elétrons na última camada (de valência) são denominados semicondutores.
Podemos citar como exemplos os átomos de silício e germânio, que têm número
atômico igual a 14 e 32, respectivamente.
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Cristais
Os cristais são combinações de átomos iguais, por exemplo de silício, unidos
através de ligações covalentes, conforme a figura 1.4.
Lacuna
Denomina-se lacuna o “buraco” que fica quando um elétron de valência é
levado, por meio de uma energia externa, a um nível mais alto. Considerando
este fato, podemos afirmar que a lacuna age como uma carga positiva, pois
significa “ausência de elétron”.
Condução em cristais
Em uma rede cristalina, à temperatura zero absoluto (-2730C), não há fluxo de
corrente elétrica, pois os elétrons estão fortemente presos às ligações covalentes.
A figura 1 .5 ilustra o que foi descrito.
Silicio x germânio
Na temperatura ambiente, o silício praticamente não tem eiétrons livres,
comparado com o germânio. Esta é a principal razão para que o si! ício tenha
maior aplicação na fabricação de dispositivos eletrônicos.
Corrente de lacunas
Um semicondutor oferece dois trajetos para a corrente: um, através da banda
de condução (elétrons); e outro, através da banda de valência (lacunas). Nos
condutores temos apenas corrente de elétrons, o que os diferencia dos
semicondutores. (Fig. 1.7)
Observação
Um elétron na banda de condução gera uma lacuna na banda de valência.
Aumentando-se o número de elétrons na banda de condução, garante-se o
aumento do número de lacunas na banda de valência (pares elétrons - lacunas).
Recombinação
A recombinação ocorre quando elétrons da banda de condução se dirigem
para a banda de valência, preenchendo uma lacuna, caso a banda de condução
intercepte a banda de valência de outro átomo. Assim a lacuna desaparece. O
tempo médio entre a criação e o desaparecimento de uma lacuna é de nano
segundos (ns) e microssegundos (~ts).
Dopagem
Uma rede formada por apenas um tipo de átomo semicondutor origina uma
estrutura cristalina denominada semicondutor intríseco ou cristal puro. O processo
pelo qual introduzimos átomos de impurezas num cristal, de modo a aumentar
tanto o número de elétrons livres quanto o de lacunas, denomina-se dopagem.
Dopagem tipo N
Significa aumentar o número de elétrons na banda de condução,
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DIODOS
Polarizações do diodo
• polarização direta;
• polarização reversa.
Polarização direta
A partir do momento em que o valor da fonte supera a barreira de potencial, a
corrente se torna alta, tendo seu valor vinculado ao valor da fonte.
Polarização reversa
A camada de depleção se alarga à medida que aumenta a diferença de
potencial da fonte. Existe apenas uma pequena corrente de portadores
minoritários.
Corrente reversa (IR) - Geralmente dada para uma determinada tensão reversa
(VR) e uma temperatura ambiente (Ta)•
I r I FS I s
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Exemplo
O diodo 1 N91 4 tem uma corrente reversa (IR) igual a 25nA, para uma tensão
reversa de 20V, a uma temperatura ambiente de 2500.
Tensão de ruptura (VR) - Nível de tensão reversa para a qual o diodo conduz.
Para retificadores, V R >50V.
Avalanche - Ocorre quando, na camada de depleção, um elétron deslocado
ganha velocidade, podendo desalojar um elétron de valência. O par de elétrons
deslocados continua ganhando velocidade, e quanto maior for a polarização
reversa, maior será a velocidade, desalojando mais elétrons de valência. Devido
ao elevado número de elétrons livres, o diodo conduzirá intensamente e será
danificado pelo excesso de potência dissipada.
Terminologias
A seguir temos algumas terminologias empregadas na determinação de
características elétricas de diodos, com seus respectivos significados.
VBR: Tensão de ruptura VRWM:Tensão reversa máxima de trabalho
PIV: Tensão de pico inversa PRV: Tensão reversa de pico
BV: Tensão de ruptura VRM: Tensão reversa máxima
Componentes lineares
Os componentes cujo gráfico tensão x corrente origina uma reta são de-
nominados componentes lineares. O gráfico 1 ilustra, com detalhes, o que foi
descrito.
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Símbolo do diodo
A figura 2.3 ilustra o símbolo esquemático de um diodo retificador. O lado N é
chamado de cátodo e o lado P é o ânodo. A figura 2.4 ilustra o circuito com diodo.
Resistência de carregamento
Abaixo de 0,7V predomina a resistência não-linear da camada de depleção e,
em função disso, o aumento da tensão de polarização não provoca aumento na
corrente. Acima de 0,7V, a única oposição à corrente é a resistência linear das
regiões P e N.
Especificação de potência e de corrente
As folhas de dados dos fabricantes de diodos trazem, entre outras,
informações dos limites máximos de dissipação de calor (potência) e de condução
de corrente, sendo que, uma vez desrespeitados tais limites, pode-se danificar
irreparavelmente os mesmos. A seguir apresentamos dois exemplos de
especificação de potência e corrente de diodos:
Isso originaria um valor alto de corrente, que destruiria o diodo. A fim de evitar
que isto ocorra, e inserido um resistor (R~) em série com o diodo, que tem como
função limitar a máxima corrente direta do mesmo.
Linhas de carga
Uma forma de determinar com exatidão os valores de tensão e corrente do diodo
é através da linha (reta) de carga. Dois pontos determinam a reta de carga, sendo
eles a saturação e o corte. Para a saturação consideramos o diodo como uma
chave fechada, isto é, com uma tensão direta (VD) igual a zero; e para o corte,
como uma chave aberta, ou seja, sem fluxo de corrente (1=0). A corrente de
trabalho (quiescente) é determinada levando-se em conta a queda de tensão da
barreira de potencial do diodo e a relação entre a fonte e o resistor limitador (R 5)
(Fig. 2.5). A interseção entre a curva do diodo e a reta de carga determina o ponto
de trabalho do circuito ou ponto quiescente (ponto Q). As coordenadas deste
ponto são os valores de tensão de trabalho (V0) e corrente de trabalho (IQ).
(Gráf3).
Aproximações do diodo
Para análise de circuitos eletrônicos, devemos lembrar que respostas
matematicamente exatas não têm muito sentido, do ponto de vista prático, se
considerarmos que dispositivos tais como resistores, diodos etc.., possuem
tolerância de valores. Énecessario, portanto conhecer tais variáveis, a fim de que
se possam aproximar ao máximo os valores teóricos dos práticos. A seguir
apresentaremos as aproximações, considerando diodos de silício.
Primeira aproximação - diodo ideal
Considera-se como diodo ideal, ou primeira aproximação, o fato do mesmo agir
como um condutor perfeito, isto é, queda de tensão zero quando polarizado
diretamente; e isolante perfeito, corrente zero, quando polarizado reversamente.
Segunda aproximação
Para que o diodo comece a conduzir, é necessário que a tensão de
polarização ultrapasse o valor da barreira de potencial. Em se tratando de diodos
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Terceira aproximação
Como terceira aproximação do diodo, inclui-se ao circuito da segunda
aproximação uma resistência ligada em série com a bateria, que representa a
resistência linear das regiões P e N (resistência de corpo - RD).
A corrente direta, fluindo através desta resistência, origina uma queda de
tensão, que varia proporcionalmente ao aumento da corrente; isto é, quanto maior
a corrente, maior será a queda de tensão através de RD. A tensão total, através
do diodo (VF), é igual à soma da tensão de limiar (0,7V) com a queda de tensão
através da resistência de corpo ( R D )’ A figura 2.8 ilustra o que foi descrito.
VF 0,7V ( I F .RD )
Observação
Geralmente, utiliza-se a segunda aproximação para resolução de circuitos
envolvendo diodos.
Resistência de corrente contínua (CC) de um diodo
Na polarização direta, a resistência CC do diodo diminui à medida que a
corrente aumenta; e na polarização reversa o mesmo acontece, à medida que a
tensão de polarização reversa se aproxima do valor da ruptura.
Teste estático do diodo
Utilizando o ohmímetro, podemos detectar se um diodo encontra-se em curto
ou aberto. Isto é possível através da relação entre as medidas de resistência
direta e reversa do mesmo. Um diodo será considerado em bom estado, pelo
teste estático se a relação entre as medidas de resistência direta pela reversa for
igual ou maior que 1/1000.
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Limitador
Sua função é limitar sinais de tensão abaixo ou acima de um determinado
nível, variando assim a forma dos mesmos. Os imitadores podem ser positivos,
negativos e polarizados.
Limitador positivo
Também chamado ceifador, o circuito retira partes positivas do sinal. No
primeiro semiciclo do sinal de entrada (Ve), o diodo está polarizado diretamente e
conduz. Assim, a tensão de saída (“a) fica limitada ao valor de condução do diodo
(0,7V). Quando inverte o sinal de entrada, o diodo fica polarizado reversamente,
indo para o corte (chave aberta). Assim teremos, idealmente, todo o sinal de
entrada sobre a carga (na saída, V0). Fazendo uma relação entre a carga (RL) e o
resistor imitador (R) maior ou igual a 100, obtém-se sobre a carga praticamente
todo o sinal de entrada.
Limitador negativo
Invertendo-se a polaridade do diodo, obtém-se um imitador negativo.
Limitador polarizado
Consiste em ligar em série um gerador CC com o diodo, a fim de conseguir
ceifar o sinal em V + 0,7V para limitadores positivos e -v - 0,7V para limitadores
negativos, conforme as figuras 3.3 e 3.4.
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Associação de Iimitadores
Podemos, em algumas situações, necessitar de limitação do sinal de entrada
em ambos os semiciclos, ou seja, positivo e negativo. Para tal, utilizamos os
circuitos limitadores associados, de forma que possamos obter o efeito desejado,
de acordo com a figura 3.5.
Grampeador de CC
Sua função é somar uma tensão contínua ao sinal de entrada.
Grampeador positivo
No primeiro semiciclo negativo da tensão de entrada, o diodo está polarizado
diretamente e conduz, levando o capacitor a carregar até aproximadamente V P
Pouco depois do pico negativo, o diodo corta. Fazendo a constante RLC muito
maior que o período (T) do sinal de entrada, o capacítor permanece carregado
completamente durante todo o tempo em que o diodo estiver cortado.
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Orientação para projeto - Utilizar fonte ( V S ) e resistor ( R S ) altos para obter brilho
aproximadamente constante com LED’s.
• Exemplo
Para o TIL 222 (verde)
VLED 1,8a3V
I LED 25mA
Utilizando uma fonte ( V S ) igual a 20V e um resistor ( R S ) de 750W, I LED igual
V V LED 20V 2V
a: I LED S 24mA
RS 750 R
Indicador de sete segmentos
Consiste de um arranjo com sete LED’s, cada um constituindo um segmento
de base numérica, cujo formato se assemelha ao número oito. Tal arranjo tem um
terminal comum, podendo ser tanto o cátodo quanto o ânodo. O indicador
apresentado na figura 4.5 é de ânodo comum, podendo ser também de cátodo
comum.
Fotodiodo
O fotodiodo é um dispositivo semicondutor que converte intensidade luminosa
em quantidade elétrica. Sua operação está limitada à região reversa. A figura 4.6
mostra um arranjo básico de sua construção.
Símbolo do fotodiodo
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Circuito
À medida que a luz se torna mais brilhante, a corrente reversa aumenta,
diminuindo a queda de tensão no diodo e aumentando a queda no resistor
imitador de corrente R5.
Diodo Schottky
Para melhor compreendermos o funcionamento do diodo Schottky, devemos
esclarecer dois pontos de fundamental importância, que são o armazenamento de
cargas e o tempo de recuperação reversa.
Armazenamento de cargas
Denomina-se armazenamento de cargas o efeito causado pelo fato de elétrons
livres e lacunas perdurarem, por um breve espaço de tempo, em diferentes
bandas de energia próximas da junção, em um diodo diretamente polarizado.
Quanto maior a corrente direta, maior o armazenamento de cargas.
Tempo de recuperaçao reversa ( t RR )
O tempo de recuperação reversa (tRR) é o tempo que a corrente reversa,
originada pelo armazenamento de cargas, leva para desligar um diodo
diretamente polarizado. Tal efeito é mais acentuado em altas freqüências (MHz).
Efeito na retificação - O efeito causado pelo tempo de recuperação reversa em
circuitos retificadores de alta freqüência é ilustrado na figura 4.10, onde podemos
ver claramente que, no momento em que a tensão do sinal que está sendo
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Características físicas
Sabe-se que os metais não têm lacunas e os elétrons livres do lado N ocupam
órbitas menores. Quando o Schottky épolarizado diretamente, estes ganham
energia suficiente para ocupar órbitas maiores, atravessando a junção e
penetrando no metal, produzindo uma grande corrente direta. Como não há
lacunas nos metais, não há armazenamento de cargas nem tempo de
recuperação reversa ( t RR ).
Varactor
Também conhecido por capacitância de tensão variável, epicap, varicap e
diodo de sintonia, o varactor é otimizado para sua capacitância variável. Tem
inúmeras aplicações em equipamentos de comunicação, dentre os quais
podemos citar receptores de televisão e FM.
Seu princípio de funcionamento baseia-se no controle da capacitância através
da tensão, quando reversamente polarizado. Se a tensão reversa e/ou a
freqüência aumentam, a capacitância de transição diminui.
Símbolo do varactor
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Circuito equivalente
Na figura 4.15 é apresentado o circuito equivalente de um diodo reversamente
polarizado com a respectiva curva da capacitância de transição x tensão:
Especificações do varactor
Valor de referência de capacitância medida a uma tensão reversa, tipicamente
iguala -4V.
• Exemplo
Diodo 1N5142,15pFem -4V.
Faixa de sintonia e faixa de tensão: para o 1N 5142, a faixa de sintonia é 3:1 e
a faixa de tensão, de -4V a - 60V.
• Exemplo
Ct 15 pF a 5 pF , quando V 4 a 60
Conectando-se um indutor em paralelo com o varactor, obtém-se um circuito
1
ressonante, cuja freqüência de ressonância dada por: f r
2 LC
A largura da faixa de sintonia depende do nível de dopagem. Uma maior
concentração de cargas nas proximidades da junção leva a uma camada de
depleção mais estreita e, com isso, a uma capacitância maior.
Diodos de corrente constante
Estes dispositivos mantêm a corrente constante dentro de um determinado
intervalo de tensão.
Exemplo
1 N5305, corrente típica 2mA, faixa de tensão de 2 a 100V.
Compliance
Denomina-se compliance o alcance de tensão ao longo do qual o diodo pode
funcionar. Para o diodo 1 N5305, este valor é de 98V.
Diodos de recuperação em degrau
Os diodos de recuperação em degrau têm um perfil de dopagem, de modo que
a densidade de portadores diminui perto da junção, conforme o gráfico 4.
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Funcionamento
Durante o semiciclo positivo, o diodo conduz como qualquer outro diodo de
silício, mas durante o semiciclo negativo cria-se uma corrente reversa por um
breve instante, devido às cargas armazenadas; aí, subitamente, a corrente cai a
zero como se de repente o diodo se abrisse. A figura 4.16 ilustra o que foi dito,
bem como o símbolo do diodo. Sua aplicação se dá em circuitos multiplicadores
de freqüência, onde a freqüência de saída é um múltiplo da freqüência de
entrada, utilizando-se circuitos ressonantes para filtrar as harmônicas em relação
à freqüência fundamental (2f, 3f .... nf).
Diodos de Retaguarda
São diodos otimizados para condução melhor no sentido reverso do que no direto.
Analisando a curva característica I x V do diodo de retaguarda, vemos claramente
esse fato. Isso é conseguido aumentando-se o nível de dopagem do diodo zener.
Sua aplicação se dá na retificação de sinais fracos, cuja amplitude se situe entre
0,1 e 0,7V.
Símbolo e circuito
O seu símbolo se assemelha ao de um diodo zener e o circuito aplicativo é
mostrado na figura 4.17.
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Diodo túnel
Constitui um diodo túnel um diodo de retaguarda fortemente dopado, de forma
a se obter a ruptura próxima de 0V. Esse aumento na dopagem faz com que a
curva direta seja distorcida, conforme o gráfico 6. Analisando este gráfico,
observamos a condução imediata na polarização direta. Quando a tensão atinge
um valor Vp (pico), a corrente atinge um valor máximo Ip, (pico). A partir dai, à
medida que a tensão aumenta, a corrente diminui. Quando a tensão atinge um
valor VV (tensão de vale), a corrente atinge um valor I V (corrente de vale). A
região compreendida entre Vp e VV é considerada região de resistência negativa,
pois a corrente diminui com o aumento da tensão. Isso é útil em circuitos de alta
freqüência, chamados osciladores, que são capazes de converter potência CC em
potência CA.
Varistores
Também chamados supressores de transitório, têm por função filtrar a linha de
alimentação, eliminando os problemas causados pelos transitórios (descargas,
falha na linha de alimentação, chaveamento de carga reativa etc...). São
fabricados para diversos valores de tensão de ruptura e corrente de pico.
Varistores são resistências dependentes da tensão com uma curva
característica V x I simétrica, conforme o gráfico 7.
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Os LDR’s podem ser do tipo sulfeto de cádmio, cuja curva espectral abrange
parte das radiações visíveis, ou sulfeto de chumbo, cuja curva espectral está fora
do alcance da visão humana (infravermelho).
Símbolos dos LDR
Aplicações
Utilizados principalmente em dispositivos sensores, como contagem de
objetos, controle automático de brilho, detecção de dispositivos pela cor, em
fotômetros para otimização de processos fotográficos etc.
Termistores
Os termistores são componentes semicondutores cuja resistência varia com a
temperatura. São utilizados como transdutores de temperatura em sinal elétrico.
Dependendo da forma como a resistência se altera em função da temperatura, os
termistores se classificam em PTC (Positive Temperature Coeficient) e NTC
(Negative Temperature Coeficient). Assim, temos que o PTC aumenta sua
resistência quando a temperatura aumenta, e o NTC diminui sua resistência
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Circuitos retificadores
Funcionamento
Durante o semiciclo positivo, na entrada, o diodo está polarizado diretamente e
conduz. Então, o semiciclo positivo aparece na saída. Durante o semiciclo
negativo, na entrada, o diodo está polarizado reversamente e não conduz. Assim,
o semiciclo negativo não aparece na saída, ficando sobre o diodo.
Forma de onda de tensão na saída (V0)
Formas de onda de tensão de entrada (Ve) saída (lIa) e sobre o diodo (VD)
Fator de ripple ( )
Fator de ripple é a relação, na saída de um retificador, entre a tensão alternada
e a tensão contínua, dada em percentual.
V
AC .100%
Vcc
Transformador
O transformador, dispositivo sem partes necessariamente em movimento,
utilizado para abaixar ou elevar a tensão alternada da rede elétrica. É constituído
basicamente por dois enrolamentos, sendo um primário e o outro secundário.
Relação de transformação ( Rt ou n ) - E a relação entre a tensão no primário (Vp
ou V1) e no secundário (Vs ou V2) ou entre o número de espiras do primário (Np) e
o número de espiras de secundário (Ns), expresso por:
VP N P
VS N S
Princípio de funcionamento - Baseia-se na indução mútua, ou seja, uma
corrente variável ao circular pelo enrolamento primário produz um campo
magnético variável.
As linhas de forças deste campo magnético variável cortam o enrolamento
secundário, induzindo no mesmo uma tensão. Quando N S<Np,Vs<Vp e quando
Ns>Np, Vs>Vp. O transformador não funciona com CC pura. Normalmente,
utiliza-se uma derivação central (center tape) no enrolamento secundário, a fim de
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Funcionamento
Sempre teremos um diodo conduzindo e outro cortado. Quando A for positivo,
B é negativo e teremos D1 conduzindo e D2 cortado. Quando A for negativo, B é
positivo e teremos D1 cortado e D2 conduzindo. Considerando a freqüência de
entrada igual a 60Hz, teremos cada diodo conduzindo 60 vezes por segundo, e na
saída, portanto, 120 pulsos por segundo. Conclui-se assim que a freqüência na
saída dobra, ou seja, é igual a 120Hz.
A corrente média na carga (IL) vale:
V
I L cc
RL
A corrente média em cada diodo (Ia) vale:
I
I D! I D 2 L
2
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Observação
O valor da tensão máxima na saída è igual ao valor máximo de cada
enrolamento , desprezando-se a queda de tensão no diodo em condução.
V
Vac máx
2
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Funcionamento
Quando a tensão de entrada é positiva, o diodo conduz e o capacitor se
carrega com o valor da tensão máxima ( Vmáx ). Ao inverter a polaridade da entrada
o diodo está cortado e o capacitor se descarrega lentamente sobre a carga. O
capacitor será recarregado com uma freqüência igual à da rede de entrada. O
ângulo de condução de diodo diminui e é representado, no gráfico 14, pela área
hachurada. A tensão de saída não volta mais a zero.
Vond
VmáxVcc
2
V
Vcc Vmáx ond
2
Cálculo da tensão de ondulação (Vond)
I V
Vond sendo que Vcc Vmáx ond
f .c 2
Vmáx
Vcc
1
1
2 RL. f .c
Cálculo de Vcc em função de Icc(quando RL não è dado)
I I cc
Vcc v máx cc e C
2 f .c 2 f (v máx vcc )
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Vond
Vcc Vmáx
2
Pelo gráfico 15 apresentado, podemos verificar que a freqüência de saída do
filtro é igual ao dobro da freqüência da rede de entrada, visto que cada diodo
conduz um semiciclo.
O capacitor será recarregado o dobro de vezes em relação ao circuito de meia
onda. Com isso, conclui-se que a tensão de ondulação (Vond) diminui.
Se retirarmos a carga (RL) obteremos, na saída, um sinal contínuo no valor de
Vmáx, conforme o gráfico 16.
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Vp
Is
(n.rb ) Rsec
Onde
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O diodo zener
Curva característica I x V
Especificações
A potência dissipada num diodo zener é igual ao produto da sua tensão pela
corrente. Ou seja:
Pz = Vz x Iz
500mW
I ZM 50mA
10V
No exemplo dado, o diodo zener funcionará sem se danificar se a corrente que
fluir por ele não ultrapassar o valor de 50mA.
Resistência zener
Quando um diodo zener trabalha na região de ruptura, se variamos a corrente
zener notamos uma ligeira variação na tensão zener (Vz). Isto indica que o diodo
zener tem uma pequena resistência de corpo. Os fabricantes especificam a
resistência zener para a mesma corrente de teste utilizada para medir Vz. A
resistência zener para esta corrente de teste é simbolizada por RzT (ou Zzt).
Regulação de tensão
O diodo zener é, as vezes, chamado de diodo regulador de tensão porque
mantém uma tensão de saída praticamente constante. Em funcionamento normal,
o diodo zener deve ser polarizado reversamente, e, para produzir a ruptura, a
tensão da fonte deve ser maior que a tensão zener Vz. Ao ligarmos o diodo zener,
sempre utilizamos um resistor conectado em série com a fonte a fim de limitar a
corrente máxima a um nível dentro da especificação do fabricante, pois, se a
potência dissipada no componente for superior à especificada, o diodo
provavelmente se danificará. A figura 7.2 mostra a forma de ligar o diodo zener
para trabalhar como regulador de tensão.
No circuito da figura 7.2, se fizermos Vz = 10V, Vs= 20V e Rs=1kohm,
podemos determinar o ponto de interseção vertical (ponto de saturação) fazendo
Vz igual a zero, e calculando o valor de Iz obteremos 2OmA. Da mesma maneira
podemos obter o ponto de interseção horizontal (ruptura) fazendo Iz igual a zero
(diodo zener aberto) e determinando o valor de Vz, que será de 20V. Para uma
fonte Vs = 30V, os valores de Iz e Vz serão respectivamente 3OmA e 30V. A
seguir, veremos duas retas de carga cujos extremos foram obtidos acima.
Podemos observar, no gráfico 19, que tivemos dois pontos de interseção na curva
do diodo (Q1 e Q2) para Vz = 20V e Vs = 30V. Comparando os pontos Q1 e Q2
notamos que a corrente sobre o diodo zener variou em 10mA, porém a tensão Vz
manteve-se praticamente inalterada (10V). Esta é a idéia básica de regulação de
tensão. A tensão de saída manteve-se praticamente inalterada, mesmo que a
tensão de entrada sofresse variações.
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O regulador zener
A figura 7.5 mostra o diodo zener utilizado para regular a tensão na resistência
de carga. Neste caso teremos duas malhas, sendo que a corrente Irs será igual à
soma da corrente no zener com a corrente na carga.
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O valor da tensão VRL deverá se maior que a tensão Vz, pois, caso contrário,
o zener não entrará em condução, não havendo assim regulação de tensão.
VZ I Z .RZ
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Observação
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Observação
Se você retornar à ilustração da estrutura cristalina NPN em funcionamento, verá
que se trata de uma configuração em base comum, pois este terminal é comum a
VBB e Vcc.
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Onde
IE - corrente do emissor
IB- corrente da base
IC- corrente do coletor
VCE - tensão de coletor relativa ao emissor
VBE - tensão de base relativa ao emissor
VOB - tensão de coletor relativa à baseC
• Exemplo
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As curvas de base
Pelo fato da junção base-emissor ser um diodo é de se esperar que a curva de
base seja a curva de um diodo. De fato é o que obtemos quando plotamos
IB x VBE no transistor. Porém, como dissemos no início, o transistor tem muito
mais variáveis elétricas que o diodo. Assim, a curva de base no transistor torna-se
em: as curvas de base, uma para cada valor de VCE. A questão é a seguinte:
quanto maior a tensão reversa no diodo coletor, maior é a região de depleção
dentro da base, estreitando ainda mais a região, que de fábrica já é fina. Com a
região diminuída, a probabilidade de encontrar lacunas nesse espaço diminui
abruptamente e, como a corrente de base é formada pela recombinação dos
elétrons livres injetados pelo emissor com as lacunas da base, a corrente de base
tem que diminuir. Ocorre, entretanto, algo extraordinário com a tensão VBE: ela
aumenta! Isso significa deslocar a curva de base para a direita. A justificativa
técnica para esse fenômeno é complexa e preferimos omiti-la. Porém, o estudante
interessado pode consultar algumas das bibliografias citadas no final. O
fenômeno, conhecido como efeito Early, normalmente é desprezível na análise
casual dos circuitos transistorizados, exceto nas situações em que são requeridos
tratamentos minuciosos. Veja, a seguir, as curvas de base:
As curvas de coletor
O circuito precedente também serve como referencial para construção das cur-
vas de coletor. A idéia é fixar a corrente na base através de VBB e variar Vcc,
anotando os valores de IC e VCE. Se tentássemos desenhar gráficos envolvendo
as três grandezas variando simultaneamente, teríamos gráficos tridimensionais,
que são sempre difíceis de interpretar. Quando desenhamos IC x VCE com IB
fixo, o resultado é a curva mostrada a seguir:
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Especificações de um TBJ
Pretendemos, aqui, apresentar algumas especificações úteis do transistor bipolar.
Deixamos claro que o uso do manual do fabricante ou Databook é de vital
importância e que o aluno não deve se contentar em saber apenas as
especificações que apresentaremos. O quadro abaixo apresenta as principais
características de um TBJ com a descrição de cada uma.
IB Corrente de base
IC Corrente de coletor
IE Corrente de emissor
PD Potência dissipada
Vceo Tensão de coletor ao emissor com a base aberta
Vcbo Tensão de coletor à base com emissor aberto
Vebo Tensão de emissor à base com o coletor aberto
P Fator de degradação
Rthj Resistência térmica da junção
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diferença entre Vcc e VBB. Essa situação equivale a uma chave aberta entre (C) e
(E).
Convém dizer aqui que as definições de e não se aplicam na configuração
chave, pois perdemos o controle sobre as correntes de coletor e de emissor, que
passaram a depender mais das fontes Vcc / VBB e dos resistores externos do que
propriamente dessas relações.
Reta de carga CC para circuitos transistorizados
Durante o estudo do diodo, tivemos o primeiro contato com a reta de carga.
Ela consiste, basicamente, de um meio geométrico para localizar o ponto de
operação de um circuito contendo algum componente eletrônico.
A via de regra, aqui, é primeiro escrever a equação das tensões para malha
de coletor e, em seguida, usar a idéia da chave eletrônica entre coletor-emissor,
ou seja, fazer Vce = 0V (chave fechada) e encontrar a corrente IC que circula.
Esta será a corrente Icsat. Depois fazer IC=0 (chave aberta) e encontrar a tensão
Vce. Esta será a tensão de corte VceCORTE. Com VceCORTE e ICSAT somos
capazes de traçar uma semi-reta sobre as curvas de coletor, interceptando-as.
Em alguma curva do coletor está localizado o ponto de operação.
Para plotar o ponto de operação na reta de carga usamos a malha da base.
Lá, escrevemos a equação das tensões e a manipulamos para encontrar alguma
corrente de operação; ou a da base IB ou a do emissor IE (lembre-se que IC=IE).
Com a corrente de operação IC, calculamos a tensão Vce de operação.
Observe que foram mostrados os pólos positivos de VBB e Vcc. Deve ser
assimilado que os pólos não mostrados no esquema encontram-se ligados ao
terra. Em termos elétricos, nada é alterado, pois o terra continua sendo mais
negativo que os pontos de aplicação das tensões VBB e Vcc. Então, as correntes
continuam tendo os mesmos sentidos e a magnitude do esquema tradicional.
Sempre que possível usaremos o recurso do terra, visto que é rotina analisarmos
esquemas comerciais e/ou industriais empregando-o.
tensões continue válida, VCE tem de assumir o valor da fonte Vcc, chave aberta.
No instante em que o pulso sobe para o nível alto - nível fixo de tensão - há
corrente na base e, se esta corrente for suficientemente alta, o transistor entra na
região de saturação tornando Vce próximo à 0V. A corrente circulante no coletor é
ICSAT e, de coletor para emissor, o transistor se assemelha a uma chave
fechada. Novamente para a lei de Kirchhoff permanecer inalterada, o resistor de
coletor Rc tem entre seus terminais a tensão da fonte Vcc.
Como pode ser notado na figura 8.18, o sinal quadrado de saída é exatamente
o oposto ao do controle. Isto é devido às condições em que ocorrem os
chaveamentos. Quando controle 0V, a saída = Vcc. Caso contrário, se controle =
VBB’ a saída = 0V. Por isso, os sinais são recíprocos.
Condição suficiente para o funcionamento da chave eletrônica - A condição
necessária e essencial é que a corrente IB seja grande o suficiente para levar IC à
saturação. Os profissionais que projetam chaves a transistor usam uma regra
super-dimensionada para escolha dos resistores RB e Rc. Eles adotam um = 10.
Este praticamente não se encontra, mesmo em transistores de potência que são
conhecidos por terem betas pequenos. Dessa maneira dividimos o projeto em três
etapas:
1° etapa - O resistor Rc normalmente é a carga que se deseja acionar. É
imprescindível conhecer sua resistência elétrica ou a corrente de funcionamento.
Esta corrente deverá ser tida como ICSAT.
2° etapa - Podemos calcular IB usando um beta crítico igual a 10. Portanto,
IB=ICSAT/10
3° etapa - Encontramos o valor de RB usando a lei de Ohm, já que sabemos que
a tensão nos terminais dele deve ser VBB – 0,7V e IB acabamos de encontrar:
RB=(VBB -0,7V) / IB.
Durante a montagem do circuito, na prática, o beta provavelmente será maior
que 10. Isto é um fator benéfico, porque IB é a mesma corrente especificada no
projeto, já que ela depende apenas de VBB e de RB (IB=[VBB-0,7V] /RB).Se lB é
a mesma e o beta aumentou, significa que teríamos no coletor uma IC ainda
maior (IC=.IB). Sabemos que essa situação não existirá, já que o circuito do
coletor satura no mesmo valor de ICSAT que estipulamos.
Reta de carga no modo chave - Como desejamos que o transistor atue como
chave, a reta de carga para o circuito deve ter o ponto de operação Q oscilando
entre a saturação e o corte. Quaisquer outros pontos que não sejam as
extremidades da reta estão proibidos de ocorrer quando adotamos a regra de
projeto acima estudada.
Acionando cargas com o transistor - No estudo feito acima, buscamos
especificar um resistor de base para que o transistor saturasse
irremediavelmente. Na prática, a chave é muito usada para acionar relés, motores
CC de pequena capacidade, lâmpadas de baixa potência, LED’s indicadores etc.
Veja alguns exemplos destas aplicações:
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Observação 1
Toda vez que um transistor chavear cargas indutivas é necessário acrescentar um
diodo, reversamente polarizado, em paralelo com a carga. Isto porque quando a
carga está sendo acionada (transistor saturado) a indutância da carga recebe
energia da fonte. Durante o desligamento (transistor indo para o corte) ocorre a
inversão da tensão nos terminais da carga (lei de Lenz) para manter a corrente
circulando no mesmo sentido. Essa tensão pode ser suficientemente alta e
destruir o diodo coletor. O diodo D1 faz o retorno da corrente e dissipa a energia
armazenada na indutância da carga, protegendo o transistor.
Observação 2
As especificações Vebo (tensão reversa no diodo emissor) são relativamente
pequenas, se comparadas com o diodo coletor Tipicamente, situam-se na faixa de
4 a 10V O diodo D2 limita a tensão reversa no diodo emissor em - 0,7V já que ele
está em antiparalelo com a junção base emissor.
Motor CC de baixa potência
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Observação
O motor CC é uma carga RLE (resistência -indutância - tensão gerada).
O transistor como fonte de corrente
Fizemos o estudo do transistor como chave e constatamos que o ponto de
operação Q podia situar-se apenas nas extremidades da reta. A outra vasta
aplicação do transistor - fonte de corrente - requer o ponto Q em algum lugar
entre as extremidades, ou seja, no interior da reta. A forma de conseguir isso é
polarizar o transistor na região ativa, como fizemos durante o estudo das retas de
carga.
A razão de usar o transistor como fonte de corrente está no fato de que, nesta
configuração, o transistor é capaz de amplificar sinais CA! Veremos um pouco a
frente, em nossos estudos, como polarizar circuitos transistorizados na região
ativa e prepará-los para a amplificação. Por ora, vamos apenas estabelecer os cri-
térios de funcionalidade da fonte de corrente. Veja a configuração típica do
circuito:
VCC
I CSAT
RC R E
VCECORTE VCC
V 0,7
I CQ BB
RE
VCEQ VCC I CQ ( RC RE )
Observe a equação da corrente ICQ e veja que ela depende apenas de VBB e
RE. Se garantirmos a estabilidade destas duas grandezas, temos que a corrente
ICQ será fixa e independente do beta. Independente porque o beta não aparece
explicitamente na equação da corrente, mas se fizermos IB= o é claro que IC
também o será.
Aqui temos uma situação diferente da encontrada quando estudamos o
transistor chave. Lá houve a necessidade de fixarmos um beta mínimo igual a 10
para assegurar o funcionamento do circuito. Agora, o beta apenas define corrente
de base que circula à medida que escolhemos diferentes valores de VBB e RE.
Lembre-se, porém, que a corrente de operação ICQ necessariamente, é menor
que ICSAT, Caso contrário, a fonte de corrente estará comprometida.
Volte a observar a equação para ICQ. Nela não aparece RC. É por isso que o
circuito é chamado fonte de corrente, pois para qualquer valor de RC no coletor a
corrente no resistor seria a mesma. E claro que isso não acontece na prática, mas
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Observação
No caso do transistor multiemissor, basta que um dos transístores tenha o
emissor colocado, por exemplo, no terra para que todas as bases estejam em
0,7V De forma equivalente, se no símbolo um dos emissores vai ao terra, a base
assume 0,7V de potencial e circulam as correntes e IB correspondentes à
quantidade de emissores em condução. No caso do multicoletor é necessário que
pelo menos um dos transístores tenha o coletor em VCC através de Rc, para
existir IB e IE.
Transistor Darlington
Consiste em uma conexão de dois transistores. O emissor do primeiro vai à base
do segundo; os coletores são ligados juntos e à base do primeiro. O emissor do
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2•
Observação
Note que o VBE, para este transistor, vale 1,4V
Polarização do transistor bipolar
Esta seção apresenta algumas formas de polarizar um transistor para que ele
funcione linearmente (na região ativa), o que significa estabelecer o ponto Q
próximo ao meio da reta de carga. Os amplificadores de pequeno sinal e os da
classe A exigem o ponto O nesta localização. Vamos mostrar, por fim, algumas
formas de polarização que não fixam o ponto Q no centro da reta de carga, úteis
em amplificadores da classe B.
Todos os circuitos vistos anteriormente usavam duas ou mais fontes. Agora
iremos estudar condições de polarização para circuitos transistorizados a partir de
uma fonte de tensão e redes resistivas. Começaremos analisando o pior deles,
avaliando os aspectos que o tornam ruim, e evoluiremos até chegar a excelentes
circuitos polarizadores do TBJ.
Polarização da base
Use a configuração transistor como chave, mas evite polarizar o transistor no
corte ou na saturação. A fonte VBB foi eliminada através da conexão do resistor
RB à fonte VCC. Desta maneira, a corrente iB provém da fonte VCC e alimenta a
base. A junção base-emissor é polarizada diretamente, com a base 0,7V acima do
terra. Necessita-se, então, providenciar uma corrente Ic - e conseqüentemente
uma IB - que torne a tensão Vc maior 0,7V, visando reverter a polarização do
diodo coletor. Avalie a configuração ilustrada na figura 8.27.
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(V EE ) V BE
I CQ I E
Re
Polarização por espelho de corrente
Suponha, no circuito a seguir, que Ib seja muito menor que Ir e Id de forma
que Ib=IR. Note que o diodo D está em paralelo com a junção base-emissor.
Se a curva do diodo D for idêntica à curva do diodo emissor, a corrente do
emissor será igual à corrente no diodo D. Como IcIe verifica-se que Ic é
praticamente a mesma corrente que circula no diodo D.
Observação
As folhas de dados dos fabricantes especificam o quanto VBE varia com a
temperatura. Na falta do dado correto, uma boa aproximação é que VBE diminui
2mV a cada grau Celsius de aumento na temperatura. Por exemplo: se um diodo
emissor tem uma queda de 0, 7V a 250C, a 1000C a tensão cai para 0,55V
Polarização do par diferencial
A figura 8.33 mostra a configuração básica do par diferencial com TBJ. Ela
consiste de dois “transistores casados”, Q1 e Q2 cujos emissores estão
conectados juntos e polarizados por uma fonte de corrente. Essa fonte é
usualmente implementada com transistor como fonte de corrente ou por meio de
um resistor RE usando a polarização de emissor. Embora cada coletor esteja
conectado ao positivo da fonte Vcc através de resistores Rc, essa conexão não é
essencial ao funcionamento do par e, em algumas aplicações, podem ser
conectados a outros transistores em vez de cargas resistivas. A saída do circuito
é tomada estrategicamente entre os coletores de Q1 e Q2 sendo denominada
equilibrada ou desequilibrada. As entradas são normalmente conectadas no modo
diferencial, ou seja, a diferença entre elas é que faz o ponto Q deslizar sobre a
reta de carga. Observe o circuito:
(V EE ) V BE
I E I CQ
2RE
Aplicando uma tensão diferencial na entrada
Para entender como o par diferencial funciona, considere primeiro o caso em que
as duas bases estão conectadas juntas e ligadas a uma tensão VCM (VCM 0V),
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Com um pouco de análise pode ser observado que Q1 estará conduzindo toda
a corrente IE e que Q2 estará em corte. Devido à condução de Q1, o emissor dos
transistores terá 0,3V, que mantém à junção base-emissor de Q2 reversamente
polarizada. As tensões de coletor serão Vc1 = Vcc - ICQ.Rc e Vc2 = Vcc. Portanto,
VO=ICQ.RC.
Seja, agora, VIN2 para 0V e VIN1 para -1V, como ilustra a figura 8.36.
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Outra vez pode ser observado que Q1 estará em corte e Q2 conduzirá toda a
corrente Ie• O emissor dos transistores terá - 0,7V, implicando polarização reversa
da junção base-emissor de Q1 em 0,3V. As tensões de coletor serão Vc1 = Vcc e
Vc2 = vcc – ICQ.Rc. Portanto, Vo=ICQ.Rc
Pelos resultados obtidos, notamos que o par diferencial certamente responde
no modo de diferença ou modo diferencial. Realmente, com diferenças de
potenciais relativamente pequenas, somos capazes de controlar a corrente de
polarização total de um lado do par para o outro. Essa propriedade permite usá-lo
até em circuitos lógicos, embora quase todas as aplicações sejam circuitos
lineares integrados.
Para o par com saída desequilibrada, todos os valores das correntes
permanecem os mesmos e a análise matemática é inteiramente análoga. A
diferença essencial é que sempre a saída V0 é retirada do resistor Rc de Q2•
Transistores PNP
Temos dado preferência gratuita ao transistor NPN sem nenhuma justificativa
plausível. A questão da utilização prática não influenciou nossa decisão, pois
ambos (NPN e PNP) são igualmente empregados. Até mesmo os autores de
livros fazem o estudo de um transistor e depois introduzem o outro como
extensão natural. Nosso caminho será o mesmo.
Polarização do transistor PNP
Lembre-se que nosso interesse primordial é operar o transistor na região ativa
ou linear, porque estamos prontos para introduzir os circuitos amplificadores.
Nessa região a junção base-coletor deve ser polarizada diretamente, enquanto a
junção baseemissor deve estar reversamente polarizada. Como no transistor PNP
mudam-se todas as polaridades em relação ao NPN, a base deve estar 0,7V mais
negativa que o emissor e positiva em relação ao coletor, ou seja, o coletor deve
estar mais negativo que a base para reverter a polarização do diodo coletor. A
seguir temos uma ilustração mostrando os dois transistores. Sugerimos que você
memorize uma polarização e, sempre que precisar, inverta todas as polaridades
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Observação
Não estranhe o desenho do transistor PNP de cabeça para baixo. Em esquemas
eletrônicos ele normalmente aparece assim. A razão da inversão do transistor
PNP será dada ainda nesta seção.
Outro detalhe que devemos avaliar é o sentido convencional das correntes no
transistor PNP. Obviamente, são todas ao revés das correntes do transistor NPN.
Observe as figuras mostrando todos os sentidos nos dois transistores:
Deslocando o terra
Não há misticismo envolvendo o símbolo de terra em esquemas de circuitos
eletrônicos. Ele é apenas um referencial no qual são ligadas muitas conexões em
comum, normalmente pólos de fontes (mais comumente o negativo). Desde que
um e apenas um dos pólos de uma fonte seja conectado ao terra, podemos
deslocá-lo de um lado para o outro sem comprometer o funcionamento do circuito
(se se conectam os dois pólos de uma mesma fonte ao terra, fica caracterizado
um curto-circuito). Vamos elucidar essa questão com exemplos.
• Exemplo
Redesenhar a polarização universal com o positivo da fonte V 00 ligado ao terra,
em vez do negativo.
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Observação
Na etapa 1, desenha-se o circuito mostrando a fonte e qual pólo está ligado ao
terra. Na etapa seguinte, desloca-se o terra para o outro pólo, deixando sem
referencial o pólo que possuía o terra. Por último, mostra-se o novo referencial
aterrado, omite-se o pólo onde está ligado o terra e troca-se o sinal da fonte de
tensao.
Circuitos polarizadores com transistor PNP
• polarização da base.
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Da penúltima para a última etapas, faz-se uma rotação de maneira que traga o
positivo da fonte Vcc para cima e o terra para baixo, como é de costume. Isto põe
o transistor PNP com o emissor em cima ou de cabeça para baixo.
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Reguladores de tensão
VL = Vz + VBE
Regulador série
As características de uma regulador de tensão podem ser melhoradas
consideravelmente, usando-se dispositivos ativos tais como o transistor. Na figura
9.3 temos o regulador de tensão tipo série a transistor mais simples possível.
Nesta configuração podemos dizer que o transistor se comporta como um resistor
variável cuja resistência é determinada pelas condições de operação.
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Equações
VF = Vz + VBE
R1 R 2
VL .V F
R2
O transistor de passagem está em série com a carga. É por isso que o circuito
échamado de regulador série. A principal desvantagem de um regulador série é a
dissipação de potência no transistor de passagem.
PD VCE .I C
Quando a corrente de carga é intensa, o transistor de passagem precisa
dissipar muita potência. Isto implica maiores dissipadores de calor e uma fonte de
alimentação mais potente.
Limitação de corrente
A figura 9.5 mostra uma forma simples de limitar a corrente de carga em valores
seguros, mesmo que a saída seja curto-circuitada. O resistor R4 é um sensor de
corrente. Esse resistor produz uma tensão que é aplicada aos terminais base-
emissor do transistor Q3. Se a corrente de carga IL for menor que VBE/R4, a
tensão VR4 será menor que VBE de Q3. Nesse caso, Q3 está em corte e o
regulador funciona normalmente. Quando a corrente de carga IL for maior que
VBE/R4, a tensão sobre o resistor R4 será maior que VBE de Q3, fazendo, com
que este transistor entre em condução. A corrente de coletor de 03 circula através
de R3, diminuindo a tensão na base de Q2• Isto faz com que haja diminuição de
tensão na carga. Na realidade temos uma realimentação negativa, pois o
aumento inicial de corrente na carga produz diminuição na tensão de carga. Essa
realimentação negativa se torna mais intensa para uma queda em R 4 entre 0,6 e
0,7V.
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Regulação de tensão
A qualidade dos circuitos reguladores depende basicamente da tensão de
carga, corrente de carga, regulação de carga e de linha, ondulação e outros
fatores. Veremos agora duas características muito importantes: regulação de
carga e regulação de linha.
Regulação de carga
Um regulador tem boa regulação de carga quando o valor da tensão de saída
sem carga é o mais próximo possível do valor da tensão de saída com carga
máxima. A regulação de carga pode ser expressa em porcentagem e calculada
conforme a equação:
Onde
LR - regulação de carga
VNL - tensão de carga sem corrente de carga
VFL- tensão de carga com corrente de carga máxima
Regulação de linha
A tensão da rede elétrica tem valor nominal em torno de 127V para alguns
locais e 220V para outros. Dependendo da demanda de energia, essa tensão da
rede pode assumir valores diferentes de 127V ou 220V. Variações na tensão de
rede de até +/- 10% são admissíveis, pois isto está previsto em contrato com a
concessionária de energia. A tensão de rede alimenta normalmente um
transformador, que, por sua vez, alimenta um retificador de onda completa. A
saída filtrada deste retificador tem seu valor de tensão proporcional ao valor de
tensão da rede e será ligada à entrada do regulador. Se houver alguma variação
na tensão de rede, provavelmente haverá variação na tensão de entrada do
regulador, o que poderá ocasionar variação na tensão de saída do regulador de
tensão. Quando houver variações na tensão de rede e a tensão de saída regulada
permanecer praticamente inalterada, o regulador de tensão terá boa regulação de
linha. A regulação de linha pode ser calculada a partir da equação:
Onde
SR - regulação de linha
VHL - tensão de carga com tensão de linha alta
VLL - tensão de carga com tensão de linha baixa
Vnom - tens ão de carga nominal
Reguladores monolíticos
Os reguladores monolíticos são reguladores de tensão sob a forma de circuitos
integrados disponíveis em invólucros de três terminais. O circuito interno
incorpora uma fonte de tensão de referência com compensação de temperatura,
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Utilizando regulador fixo para obter tensão ajustável - Apesar dos reguladores
das séries 78XX serem reguladores de tensão fixos, há uma forma de obtermos
tensão de saída ajustável dentro de uma faixa que é sempre acima da tensão fixa
estabelecida pelo fabricante. Acrescentando dois resistores externos R 1 e R2,
poderemos mudar o valor da tensão fixa de saída do regulador. Os reguladores
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de tensão da série 78XX têm sua tensão de saída fixa em relação ao terminal
comum do mesmo. Se o terminal comum de um 7805 estiver conectado ao 0V,
teremos 5V em relação à referência zero volt, mas se aplicarmos uma referência
diferente de zero volt ao terminal comum teremos uma tensão de saída que será
a soma da tensão fixa com a tensão de referência aplicada, isto em relação ao
zero volt. A figura 9.8 nos mostra a forma como devemos ligar o regulador para
obtermos tensões diferentes do valor fixado pelo fabricante e a equação para
calculo da tensão de saída V0.
Vreg
VO Vreg ( I Q ).R2
R1
Onde
Vo - tensão de saída
Vreg - tensão de saída fixa do regulador (dado do fabricante,)
IQ- corrente quiescente (dado do fabricante, aproximadamente 8mA)
Reforçadores de corrente para reguladores monolíticos
Os reguladores de tensão de três terminais têm uma corrente máxima de
carga que eles são capazes de fornecer antes que o desligamento térmico ocorra.
Se necessitarmos de correntes mais elevadas nos reguladores, uma forma
eficiente de conseguir este acréscimo é mostrada na figura 9.9. Veja que a
corrente de carga é a soma da corrente do regulador com a corrente do coletor de
Q1.
A corrente máxima que irá circular pelo regulador é determinada por R~, pois
quando a queda de tensão em Rs for de 0,6V o transistor Q1 entrará em
condução, suprindo corrente extra para a carga. A equação para calcular Rs é
demonstrada logo em seguida.
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Io = Is + Isc
VRS = VBE
VBE = Rs.IRs
Rs= VBE
IRS
Com a opção de colocar um transistor reforçador de corrente, perdemos a
característica de limitação de corrente máxima do regulador. Afigura 9.10 mostra
uma forma de termos um limitador de corrente para proteção do circuito
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Linha de carga CC
Vimos que, fazendo os capacitores análogos a chaves abertas, o circuito
anterior é reduzido ao seu equivalente CC, de onde podemos obter as equações
dos pontos de saturação e corte da linha de carga CC. A figura 10.2 ilustra o que
foi descrito.
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VCC
I CSAt (Saturação)
Rc Re
Vce Vcc (corte)
O ponto de trabalho ou quiescente (Q) encontra-se plotado na linha de carga
CC, evidenciando a corrente quiescente de coletor (ICQ) e a tensão quiescente
de coletor
(VCEQ).
Linha de carga CA
Do ponto de vista da corrente alternada, fazemos os capacitores análogos a
chaves fechadas e a fonte (Vcc) em curto, obtendo assim o circuito equivalente
CA, mostrado na figura 10.3, de onde equacionamos e traçamos a linha de carga
CA.
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Base comum
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rc
PP =2ICQ.rC ou PP =2VCEQ
rc Re 1
Compliance máxima de saída
Em se tratando de amplificador para grande sinal, a localização do ponto Q éde
fundamental importância para obtermos, na saída, a máxima compliance.
Conforme visto anteriormente, com o ponto Q no meio da reta de carga CC, não
podemos ter excursões iguais positivas e negativas do sinal, uma vez que o des-
locamento do ponto Q ao longo da linha de carga CA é maior em direção à
saturação do que em direção ao corte. O gráfico 36 ilustra o que foi descrito.
Rc
Av (sem carga)
r' e
Como rc= Rc II RL, tem-se:
rc
Av (com carga)
r' e
ic
Ai
ib
Ganho de potência (Ar)
O ganho de potência é a relação entre a potência de saída (P 0) e a potência
de entrada (Pin) de um amplificador, expresso matematícamente por:
• Ap= P0 / Pin,
Sendo
Ap Av. Ai
Onde
Ap - ganho de potência
Av- ganho de tensão
Ai - ganho de corrente
Vo - tensão de saída
Ic-- corrente de coletor
Vin- tensão de entrada
Ib- corrente de base
V 2 pp
PL
8RL
Considerando que o maior valor de tensão pico a pico não ceifado na saída de
um amplificador é igual à compliance do mesmo (PP), podemos rescrever a
equação anterior para a máxima potência na carga (Plmáx) Assim, teremos:
PP 2
PLMÁX
8RL
Para o transistor conduzir, deve-se ter uma tensão VBE acima de 0,5V (limiar
da condução dos transistores de silício).
Como não há polarização CC de base, tem-se que o transistor só irá conduzir
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ICQ=0
VCEQ=Vcc
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Funcionamento
A1=
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RL
Av = 1
RL r ' e
Menor distorção não-linear, visto que os dois semiciclos têm a mesma forma.
A compliance CA na sarda de um amplificador push-pull classe B é maior do que
no amplificador classe A, visto que o transistor que estiver conduzindo pode
deslocar o ponto Q até o extremo da linha de carga (saturação ou corte). Este
valor pode, então, ser expresso matematicamente por:
PP Vcc
V 2 pp
PL
8RL
PP 2
PLMÁX
8RL
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A fim de tornar mais fácil e preciso o casamento das curvas VBE dos
transistores com as dos diodos de compensação térmica, pode-se utilizar
transistores iguais a Q1 e Q2 de tal forma que se comportem como diodos, ou
seja, com os terminais de base ecoletorem curto, conforme ilustrado na figura
10.13.
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Polarização de um JFET
As ilustrações mostram as formas corretas de polarização da junção porta-
canal para os dois tipos de JFET de depleção existentes.
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Observação
‘No JFET simétrico, a fonte e o dreno podem ser usados indistintamente, ou seja,
pode-se trocálos de posição e o funcionamento permanecerá inalterado.
Exemplos de JFET simétrico:
2SK30A, 2SK68A, 2SK72A etc.
No JFET assimétrico a ordem dreno-fonte deve ser preserva da, sob pena de
incorrer no funcionamento inadequado do componente. Exemplos de JFET
assimétrico: 2N5457, BF244, J11O, J2N3955, MPF38 19, B5R58 etc.
Curvas de dreno
JFET tem curvas características para o dreno bastante semelhantes àquelas
estudadas para o coletor do transistor bipolar. Observe-as:
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BVDSs - máxima tensão que pode ser aplicada entre dreno e fonte.
Curva de transcondutância
Gráfico da corrente ID em função da tensão VGS, para VDs maior que Vp.
Em eletrônica, o prefixo TRANS relaciona uma variedade de saídas por uma
variedade de entradas. Observe que, tivessemos dividido a corrente da porta
IGSS pela tensão VGS, obteríamos uma condutância. Porém, estamos avaliando
o comportamento de ID (saída) quando VGS (entrada) varia. O gráfico da
transcondutância é um arco de parábola descrito por:
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2
VGS
I D I DSS 1
VGS OFF
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Multiplexação analógica
Uma aplicação bastante interessante é útil é a multiplexação de sinais no
tempo. A idéia consiste em transmitir vários sinais elétricos analógicos em um
mesmo fio, mas em tempos diferentes.
Vamos analisar um “Mux” de três canais (entradas) com JFET. Na verdade são
três chaves série com um terminal em comum. Através dos terminais de controle
VGs1,VGS2 e VGS3 permitimos ou não a passagem dos sinais pelos JFETs.
Lembramos que os sinais devem ter amplitudes menores que 100mV.
Observação
Um sinal analógico é aquele que tem infinitos valores num intervalo de tempo
determinado.
no canal pode ser feito por VGS e por uma tensão negativa -VSuB (no caso do
MOSFET canal N) que torna o controle refinado.
Princípio de funcionamento
Junção porta-canal em curto (Vgs =0) - Circulará uma corrente IDS através do
canal, diretamente proporcional à tensão VDS aplicada. Como num JFET, esta
corrente provoca quedas de tensão ao longo do canal, entre dreno (D) e fonte (S),
forma um campo elétrico do canal para a porta (G) e ocorre a carga do “capacitor”
formado no Canal-Sio2-Metal (o capacitor real consiste em Metal-isolante-Metal),
com negativo dentro do canal. Para tensões VDS maiores que a tensão de pinch-
off, a corrente estabiliza-se em IDSS Observe os esquemas para os dois
MOSFETs: Tipo-P e Tipo-N. (Fig. 11.14)
Porta-canal com polarização reversa- VGS <0 (canal N) ou VGS >0 (canal P)
Se o canal for do tipo N, a tensão reversa aplicada de porta a fonte deve ser
negativa, conforme a figura 11.15. Este potencial negativo, por indução, irá repelir
os elétrons livres do canal N, diminuindo o número de portadores majoritários e,
conseqüentemente, reduzindo a corrente no canal. Existe um valor de Vgs
reverso que obstrui o canal completa e irremediavelmente, chamado VGSOFF.
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Curva de transcondutância
As definições para Vp, IDSS e rd desenvolvidas para JFET aplicam-se sem
restrições ao MOSFET tipo depleção, com uma ressalva: a parte do primeiro
quadrante da curva ID x VDS é permitida para este dispositivo. Portanto, a
equação da curva de transcondutância permanece válida:
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MOSFETs intensificação
MOS FEl tipo depleção era conhecido como MOSFET normalmente ligado
pelo fato do canal apresentar-se aberto para VGS=0V. Aqui, as coisas são
bastante diferentes. Observe a estrutura física de um MOSFET
intensificação:
Junção porta-canal em curto (VGS = 0V) - Como não existe corrente elétrica
entre o dreno e a fonte, não há circulação de corrente IDS e o MOSFET está em
corte.
Junção porta-canal polarizada diretamente (VGs> 0V - canal N)
Se um potencial positivo é aplicado à porta, por indução os elétrons livres do
substrato se deslocarão para a região próxima à camada de Si0 2, entre dreno e a
fonte. Em um determinado valor de potencial positivo aplicado (VT), o acúmulo de
elétrons será suficiente para formar um canal tipo N (camada de inversão) entre o
dreno e a fonte. A partir daí, fluirá corrente do dreno para a fonte (IDs)’ cuja
intensidade será proporcional ao quadrado da diferença entre VGS e VT. Para o
canal tipo Po processo é semelhante. Haverá um valor de VGS negativo, que
atrairá lacunas o suficiente para formar um canal tipo P. (Fig. 11.22)
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Observação
Os símbolos dos MOSFETs canal n e p são os mesmos adotados para o
convencional.
Equação da corrente de dreno - A física dos semicondutores prova que os
MOSFETs são dispositivos que obedecem a uma lei quadrática. Se é quadrática,
a função de ID x VGS é uma parábola (ou um trecho) cujo vértice situa-se em
VGSLLIMIAR Sem mais delongas, podemos escrevê-la como:
ID=K(VGS - VGSLMAR)2
Onde
K - constante que depende da largura e do comprimento do canal e de
constantes cujo produto é mCox e dado em ampère por volt ao quadrado.
Notoriamente, VGS deve ser maior do que ou igual a VGSLMAR, pois senão a
corrente de dreno cai num trecho da parábola fora das características reais do
dispositivo. Observe a curva de transcondutância do VMOS:
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Essa curva é muito útil em aplicações lineares com o MOSFET, mas no caso
chaveamento é interessante conhecermos VGSLIMIAR e os valores de VGSMáx
e IDMÁX.
Recomendamos o estudo do DMOS, referência que pode ser obtida no livro
texto:
SEDRA/SMITH, MICROELETRONICA.
1. Do MOSFET:
2. Do TBJ:
Observação
Outras características se enquadram na comparação, porém são menos
influentes, não comprometendo nossa análise.
A seguir, apresentamos a estrutura semicondutora do IGBT:
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Princípio de funcionamento
Por meio da estrutura interna verificamos que o controle da corrente se
processa pela tensão porta-emissor. Aplicando-se tensão negativa da porta ao
emissor, induzimos nos cantos superiores próximos à porta; e vindos da região p,
cargas positivas entre as regiões n e n-, inibindo qualquer fluxo de corrente de
coletor ao emissor. Observe a ilustração:
Símbolo
Quando o pulso estiver em nível alto, o transistor NPN irá saturar, carregando
a capacitância C GE através de Ron, ligando o IGBT. O IGBT desligará no instante
em que o pulso retornar a zero, pois o transistor PNP saturará descarregando
C GE por R0ff E’, comutando-o.
O capacitor de Vcc para E’ filtra ondulações da fonte e reduz dv/dt originado
pelo chaveamento de altas cargas indutivas. O par de diodos protege contra
realimentação das capacitâncias CCG e CGE , ocorridas quando altas taxas de dv/dt
tentam carregar ou descarregar as capacitâncias parasitas. Se a realimentação
for de tensão positiva, o diodo superior a conduz rapidamente para Ron e Vcc,
pelo valor reduzido de Ron. Caso a tensão realimentada seja negativa, R0ff e o
diodo inferior desviam-na, protegendo o gate.
Por falar em amplificador, os DATABOOKS não recomendavam o uso de
IGBT’s na região linear. Segundo dados, a transcondutância gfs crescia
linearmente com a temperatura de junção, o que resultava no crescimento da
corrente de coletor para uma mesma tensão de gate.
Entretanto, recentemente, foram publicados vários circuitos amplificadores de
potências superiores a 1kW (é isso mesmo!) cujos dispositivos de saída eram
IGBT’s e que funcionavam perfeitamente bem.
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Referências Bibliográficas
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