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André Lima

EFT Practitioner

WORKSHOP
EFT e o Perdão
- APOSTILA -
Este material é gratuito. Você pode e deve compartilhar enviando-o para
quem desejar. Não é permitido copiar o conteúdo parcialmente nem modificá-
lo. Mesmo sendo gratuito, este material é propriedade intelectual do autor,
protegido pela Lei n.º 9.610/98.

André Lima - Especialista em Desenvolvimento Pessoal e Profissional com


aplicação da Técnica EFT, EFT Practitioner, Terapeuta Holístico e Engenheiro.
Tem fomentado a Qualidade de Vida das Pessoas através de seus Cursos,
Palestras e Treinamentos de formas Presenciais (Em várias Cidades Brasileiras
como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba,
Recife, Porto Alegre, Campinas, Joinville, Florianópolis, Blumenau e outras) e
On-line (Via internet para todo o Brasil e o restante do mundo), bem como por
meio de atendimento/consulta individual On-line (Via internet). Com sua
larga experiência e determinação já beneficiou e continua beneficiando milhares
de Pessoas no mundo inteiro com a *EFT.
Conteúdo
1. Introdução ........................................................................................................................................... 4
2. O que é o perdão? ............................................................................................................................... 5
3. A importância do perdão para o bem-estar físico .............................................................................. 6
4. O falso perdão ..................................................................................................................................... 8
5. Sinais de que ainda há ressentimentos guardados ............................................................................. 9
6. A importância da EFT para se conseguir perdoar ............................................................................. 11
7. Crenças, pensamentos e sentimentos que sabotam o perdão ......................................................... 14
7.1. A crença de que o perdão é um prêmio para a outra pessoa ........................................................ 15
7.2. O sentimento de que é injusto ter que perdoar ............................................................................ 17
7.3. A crença de que se perdoar, eu estarei concordando ou aprovando o outro ............................... 17
7.4. A crença de que seu perdoar não tomarei atitudes ...................................................................... 19
8. A necessidade de manipular os outros ............................................................................................. 20
9. A necessidade de estar certo ............................................................................................................ 22
10. Medo de perdoar ............................................................................................................................ 23
11. Não perdoar por não entender ....................................................................................................... 26
12. A união pelo sofrimento .................................................................................................................. 28
13. As pressões sociais contra o perdão ............................................................................................... 31
14. A relação entre ressentimentos, vitimismo e autossabotagem ..................................................... 32
14.1. O vitimismo exagerado e o vitimismo sutil .................................................................................. 32
14.2 A autossabotagem......................................................................................................................... 32
15. Um filme de sofrimento que nunca termina................................................................................... 33
15.1. O direito de sofrer ........................................................................................................................ 34
15.2. O apoio das pessoas: um ganho secundário em manter o sofrimento ....................................... 35
16. O autoperdão .................................................................................................................................. 36
16.1. A culpa .......................................................................................................................................... 36
16.2. Ressentimentos contra si mesmo ................................................................................................ 39
17. A relação entre perdão e autoestima ............................................................................................. 40
18. A necessidade de pedir perdão para se perdoar ............................................................................ 41
19. Perdoando o imperdoável ............................................................................................................... 44
20. A relação entre perdão e aceitação ................................................................................................ 49
21. Perdoando cada momento.............................................................................................................. 50
22. Testando o perdão .......................................................................................................................... 53
23. Perdoando e pedindo perdão aos pais e antepassados.................................................................. 55
1. Introdução

Este curso tem como objetivo levar o aluno a ter uma profunda
compreensão sobre o que é o perdão. Esse tipo de compreensão a qual me
refiro não se trata de algo meramente intelectual. As palavras aqui escritas e as
que são ditas durante a aula servem para levar o aluno a uma dimensão mais
profunda de entendimento que vai além do racional.
A utilização da EFT é de grande ajuda, pois nos levará com muito mais
facilidade e praticidade a dissolver a negatividade guardada para que
possamos sentir verdadeiramente o que é o perdão. Assim, a compreensão sai
do nível lógico mais superficial e passa para um nível mais profundo, se
tornando algo que conhecemos como uma experiência direta que é difícil até
de colocar em palavras.

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2. O que é o perdão?

O significado do ato de perdoar vem sendo mal compreendido. As


religiões falam bastante sobre o perdão, o que por um lado é positivo, pois
acaba disseminando um tema importante. Mas, como pouco se fala sobre
perdão fora do âmbito religioso, muitos acabaram por associar o tema à
religiosidade. E como várias pessoas têm aversão a crenças religiosas,
acabam rejeitando tudo que vem associado.
Existe ainda o fato de que o tema do perdão normalmente é explicado
de uma forma um tanto superficial e são poucos os que sabem esclarecer as
interpretações equivocadas sobre o tema. Uns acham que só pessoas
espiritualizadas são capazes de perdoar. Outros acham que quem perdoa é
bobo ou que está aprovando atitudes antiéticas, irresponsáveis ou mesmo
criminosas. Já outros pensam que alguém que consegue perdoar é uma
pessoa especial ou ser superior. Vamos procurar esclarecer em profundidade
essas e outras interpretações equivocadas mais adiante.
Primeiro, é importante dizer que podemos falar sobre perdão sem que
tenhamos qualquer tipo de crença religiosa. Vamos falar sobre o tema de uma
forma bem prática, do ponto de vista emocional. Assim poderemos alcançar
qualquer pessoa interessada em crescimento pessoal.
Perdoar significa apenas libertar-se de uma negatividade que temos
dentro de nós. São sentimentos desconfortáveis como mágoas, raivas,
traumas, injustiças, culpas etc. A liberação ou dissolução desses sentimentos
nos traz uma sensação de bem-estar, uma paz interior. Quando alguém
consegue essa liberação, diz-se, então, que essa pessoa perdoou.

PERDOAR SIGNIFICA APENAS LIBERTAR-SE DE UMA


NEGATIVIDADE DENTRO DE NÓS, É UMA LIMPEZA INTERNA.

Por isso, para que possamos perdoar é preciso que antes tenhamos
algo negativo dentro de nós. E essa negatividade é criada a partir da nossa

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reação interior a algo que alguém nos fez e que contrariou nossas
expectativas, ou a algum ato que foi realmente injusto e nos causou
determinado sofrimento.
O processo funciona na seguinte sequência:1. Estávamos em paz e
alguém fez algo que deu origem a uma reação nossa de sofrimento; 2.
Geramos, então, uma negatividade interior que pode ser raiva, mágoa, medo
ou outro sentimento; 3. Deixamos de nos sentir em paz; 4. Se conseguirmos
dissolver, liberar, limpar ou deixar ir embora esses sentimentos, voltaremos a
ficar em paz; 5. Teremos, portanto, "perdoado" a pessoa ou a situação que nos
causou sofrimento.
Pode ser, também, que nós mesmos tenhamos feito algo que nos
provocou sofrimento. É possível, então, sentir raiva, culpa e mágoa de si
próprio. Se conseguirmos curar esses sentimentos estaremos voltando a ficar
em paz, nos perdoando.
Observe que o ato de perdoar é apenas uma limpeza interna da
negatividade. A negatividade nos preenche e provoca mal-estar e inquietação.
Ao ser dissolvida, sentiremos paz, que nada mais é do que o esvaziamento das
emoções que antes carregávamos.
Perdoar também poderia se traduzido como "voltar a ficar em paz" ou,
ainda, "dissolver os ressentimentos".

3. A importância do perdão para o bem-estar físico

Conforme observamos anteriormente, o ato de perdoar significa limpar uma


negatividade interior que nos leva a ficar em paz. Essa limpeza, além de
produzir o bem-estar emocional, proporcionará uma melhora na nossa
fisiologia, pois iremos nos libertar da química nociva que os sentimentos
negativos produzem.
As emoções negativas produzem efeitos físicos. Isso ocorre porque cada
emoção é produzida quimicamente pelo nosso organismo. Ao sentirmos raiva,
é produzida uma química desta emoção. E para cada emoção o corpo

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produzirá a química correspondente. Essa substância produzida é injetada na
corrente sanguínea e começa a provocar sensações físicas desagradáveis no
corpo: aperto no peito, nó na garganta, frio nas mãos, suor, alteração na
respiração, aceleração do coração, choro, calor ou frio em partes do corpo,
formigamento, pressão na cabeça, fraqueza, tremor etc. Algumas sensações
são fáceis de descrever. Já outras não conseguiremos traduzir em palavras.
Para comprovar o que estou dizendo, preste bem atenção às sensações
do seu corpo sempre que surgir uma emoção ou pensamento negativo. É
possível fazer o teste agora. Você pode simplesmente pensar em algum fato
desconfortável do passado ou em um pensamento negativo qualquer, assim
que sentir a emoção, observe o seu corpo minuciosamente.
Não estamos acostumados a associar sentimentos a sensações físicas,
mas se você observar bem vai ver que TODO sentimento provoca uma
sensação. Se for um sentimento intenso, a sensação será intensa. Se for um
sentimento mais sutil, a reação física será mais sutil. Algumas vezes você
conseguirá perceber e descrever bem a sensação, principalmente quando ela
for intensa, e outras vezes será bem difícil e vai exigir mais atenção.
Essa alteração no corpo não é gerada apenas quando nos lembramos
do fato. Quando acessamos essas memórias, sem dúvida, a química é afetada
de uma forma mais perceptível naquele momento. Entretanto, mesmo que você
nunca acesse essas memórias, elas estão lá gravadas no seu inconsciente
causando uma tensão de alguma forma. Dependendo da intensidade e da
quantidade dessa tensão inconsciente a fisiologia do corpo será afetada
proporcionalmente. A cada emoção guardada que não é dissolvida, um pouco
da fisiologia é alterada. Somando vários e vários eventos que ainda têm carga
emocional, dos menos aos mais intensos, a parte física vai sofrer reflexos cada
vez maiores.
Essas consequências físicas são as mais diversas: mudanças no pH
sanguíneo, tensões em músculos, alterações em glândulas e hormônios,
alteração da pressão etc. Quanto mais negatividade, piores as consequências
como, por exemplo, baixa na imunidade permitindo a entrada de vírus e

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bactérias, dores no corpo, mudanças no funcionamento dos órgãos, formação
de tumores e o surgimento dos mais diversos tipos de doença.
Por tudo isso, o ato de perdoar, ou dito de outra forma, a dissolução das
emoções negativas produz efeitos na saúde física e pode levar à melhora ou
cura de diversas enfermidades.
Além disso, os ressentimentos também acabam provocando uma série
de outras consequências emocionais negativas como a autossabotagem, o
vitimismo, dificuldades em se relacionar, problemas de autoestima, ansiedade,
vícios, insônia, compulsões de todos os tipos etc.

4. O falso perdão

Algumas pessoas dizem que perdoaram determinada pessoa ou


situação ocorrida. Entretanto, ao relembrarem o fato ainda sentem emoções
desagradáveis. Investigando mais profundamente percebemos que ainda
guardam mágoa, tristeza, raiva etc.
Isso ocorre, muitas vezes, com pessoas que sabem da importância em
perdoar. Elas gostariam de ter perdoado, verbalizam que perdoaram, mas os
sentimentos negativos ainda estão lá guardados. Não há paz interior ao
relembrar do fato ocorrido. E se não há100% de paz, significa que ainda tem
perdão a ser feito, ou seja, ainda há liberação de negatividade para que a
pessoa possa dizer categoricamente de forma verdadeira "eu perdoei".
Enquanto não houver essa paz estaremos apenas nos enganando.
Outras vezes, pode ter havido uma liberação parcial dos sentimentos
negativos e um grau de bem-estar e paz interior já foi atingido. Mas é
importante ressaltar que podemos alcançar níveis mais profundos de limpeza
para que o perdão seja também profundo.

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OBSERVE ATENTAMENTE SEUS SENTIMENTOS AO SE
LEMBRAR DE SITUAÇÕES DO PASSADO. VOCÊ SE SENTE
100% EM PAZ? SERÁ QUE A NEGATIVIDADE DIMINUIU, MAS
AINDA FICARAM RESTOS EMOCIONAIS? OBSERVE TAMBÉM
AS SENSAÇÕES DO SEU CORPO.

Todas as emoções negativas são também produzidas fisiologicamente.


Conforme falei anteriormente, o corpo produz uma química para cada emoção
que sentimos e essa química inunda a corrente sanguínea provocando
sensações no corpo que podem ser sutis ou intensas. Sendo assim, lembre-se
da situação passada e observe as sensações corporais. Se houver ainda
sentimentos negativos guardados, eles se manifestarão na hora em que você
acessar a memória e seu corpo responderá. Fique bem atento, pois estas
reações às vezes são sutis.

5. Sinais de que ainda há ressentimentos guardados

Existem vários detalhes na nossa forma de pensar e sentir que indicam


haver ressentimentos ligados a fatos passados. Vamos listá-los agora:

Sempre que você se lembrar de algum fato ou de alguém e sentir...

 Raiva
 Ódio
 Mágoa
 Ressentimento
 Sensação de que você foi uma vítima
 Sensação de que o outro é um algoz

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 Injustiça
 Não aceitação
 Indignação
 Desejo de punir o outro

... É porque ainda há perdão a ser feito.

Quando nós...

 Temos o desejo que o outro sofra para pagar o que nos fez
 Temos vontade de nos vingarmos
 Desejamos provar algo para o outro
 Queremos que o outro saiba que estamos melhores do que ele
 Sentimos prazer quando sabemos que o outro está pior do que nós ou
temos o desejo que isso ocorra
 Sentimos incômodo quando alguém que nos prejudicou está
prosperando
 Sentimos incômodo quando o outro está feliz em um novo
relacionamento
 Sentimos incômodo quando o outro está crescendo profissionalmente
 Temos vontade de contar aos outros o que nos aconteceu e o que a
pessoa nos fez, ou o que a vida nos fez
 Temos vontade de sujar a imagem da pessoa
 Sentimos desejo de "alfinetar" a pessoa com ironias, piadas sem graça,
indiretas.

...tudo isso indica que ainda existem ressentimentos guardados e, portanto, há


perdão a ser feito.

Quando falamos sobre mágoas e ressentimento, pensamos logo nas


emoções negativas geradas nos relacionamentos com outras pessoas, mas
podemos, também, ter ressentimentos contra:

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 A vida
 Uma doença
 O governo
 Deus
 Os políticos
 A fome e a miséria
 Uma empresa
 Uma classe de trabalhadores
 Contra os médicos
 Contra um povo (os americanos, os argentinos...)
 O capitalismo
 Uma instituição
 Nossa profissão
 Nosso salário
 As contas do mês
 Os bancos
 Os juros
 etc.

Pensar nessas coisas pode nos trazer raiva, mágoa, ódio, indignação,
ressentimentos, vitimismo e outros sentimentos. É possível também perdoar
tudo isso e voltar a ficar em paz.

6. A importância da EFT para se conseguir perdoar

Mesmo quando temos uma visão profunda sobre o tema do perdão, não
significa que conseguiremos imediatamente perdoar as pessoas e situações
ocorridas. Essa compreensão mais aprofundada certamente nos ajuda, mas
existe um condicionamento mental e emocional muito intenso que está dentro

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de nós e também no inconsciente coletivo que nos leva a resistir e a nos
apegarmos aos sentimentos negativos.
Já atendi muitas pessoas que falaram saber da importância de se
perdoar e que tinham o desejo sincero de que isso acontecesse, mas ao
relatarem os eventos, tinham plena consciência de ainda guardar
ressentimentos. Alguns vêm de outros processos terapêuticos sentindo que
houve melhoras, porém ainda reconheciam que havia sentimentos a serem
liberados.
É aí onde entra a importância da aplicação da EFT. É uma técnica que
literalmente dissolve os sentimentos negativos da nossa energia, sem que a
gente precise fazer esforço. Pouparemos muito tempo, pois, normalmente, não
é preciso explicar e fazer com que a pessoa compreenda os benefícios de se
perdoar. Simplesmente acessamos as emoções, aplicamos a EFT para
dissolvê-las e vemos um processo profundo ocorrer de liberação dos
ressentimentos. Em alguns casos é preciso mais persistência e paciência, mas
na maioria das vezes o processo tende a ser rápido e profundo.
É difícil chegar alguém para ser atendido dizendo "eu quero perdoar
fulano" ou "eu tenho mágoa de tal pessoa e quero limpar isso de mim".
Normalmente, as pessoas chegam com problemas diversos em suas vidas e,
na investigação, observamos que há mágoas e ressentimentos de outras
pessoas bem como de si próprio. Eu, na posição de terapeuta, não vou apontar
e dizer que é importante que a pessoa perdoe. Na verdade, a princípio, nem
vou tocar na palavra perdão. O que faço é um trabalho profundo que vai pouco
a pouco dissolvendo as mágoas com a EFT. Essa liberação já é o processo de
se perdoar.
Quando aplicamos EFT, falamos sobre tudo que nos incomoda, da
forma mais verdadeira e intensa possível, enquanto damos os toques nos
terminais dos meridianos de acupuntura. Ao falar sobre o que nos incomoda,
trazemos toda a emoção negativa à tona e, ao tocar nos pontos de acupuntura,
dissolvemos a energia estagnada que está por trás da emoção negativa. Isso
faz com que os sentimentos sejam dissolvidos.

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As pessoas não entendem o que é perdoar. Elas têm uma ideia
distorcida do perdão, conforme já falei. Sendo assim, quando chega alguém
com mágoa ou raiva de alguma situação, se falarmos em perdão durante a
sessão enquanto o sentimento está intenso, haverá uma grande resistência em
receber o trabalho, ainda mais quando se trata de pessoas que têm pouco
conhecimento da EFT e da parte emocional.
Durante a sessão, a pessoa irá falar sobre toda a mágoa e
ressentimento que sente e em nenhum momento o terapeuta irá tentar
convencê-la a ver as coisas por outro ângulo. Ao aplicar a EFT, o processo de
liberação da emoção vai ocorrendo de forma natural e espontânea. Ou seja, o
processo de perdoar vai acontecendo sem que seja preciso falar nada que
lembre o tema "perdão".
Ao dissolver os ressentimentos, a sensação de perdão aparece em
forma de paz interior. A situação que antes trazia um desconforto emocional
passa a ser lembrada apenas como uma memória, mas sem qualquer
sentimento desagradável. Mesmo lembrando-se do ocorrido, a pessoa
permanece em paz. Uma sensação comum é a de que as cenas do evento vão
ficando distantes, vagas, perdendo a cor e os detalhes. Embora a pessoa ainda
consiga recordar o fato, a sensação de nitidez das imagens mentais e dos sons
da cena se enfraquecem. É comum, também, depois da liberação total da
emoção, surgir a percepção de aprendizado que aquela experiência trouxe, por
mais difícil que tenha sido na época. Observamos excelentes resultados para a
vasta maioria dos casos.

NÃO IMPORTA O QUANTO A PESSOA DIGA QUE O


SENTIMENTO É ANTIGO E QUE ESTÁ MUITO ENRAIZADO.
TAMBÉM NÃO IMPORTA O QUANTO ELA ACREDITE QUE SERÁ
DIFÍCIL OU MESMO IMPOSSÍVEL SE LIBERTAR DAQUELES
SENTIMENTOS.

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A maioria chega descrente. Uns porque não conhecem a EFT e outros
por já terem passado por diversos métodos que não trouxeram o resultado
desejado.

TAMBÉM NÃO IMPORTA SE O SENTIMENTO É MUITO INTENSO


E A ORIGEM DO TRAUMA.

Com algumas rodadas, normalmente, já vemos ocorrer uma liberação


emocional considerável. Uma pequena parte dos casos precisará de mais
paciência e persistência para se alcançar os resultados desejados.
É possível conseguir resultados profundos com a auto-aplicação da
técnica sem precisar de uma ajuda profissional, mas algumas pessoas
esbarram na dificuldade de mexer na própria ferida emocional e outros se
perdem um pouco na condução da técnica, também por não conseguirem
enxergar os pontos emocionais que precisam ser trabalhados. A ajuda de um
terapeuta experiente costuma trazer resultados mais rápidos.

7. Crenças, pensamentos e sentimentos que sabotam o perdão

Falei anteriormente das interpretações equivocadas que as pessoas


fazem a respeito do perdão. Tais interpretações surgem como crenças,
pensamentos e sentimentos negativos que acabam nos deixando apegados
aos sentimentos nocivos, nos impedindo de perdoar como poderíamos. Vamos
ver algumas dessas crenças e pensamentos limitantes.

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7.1. A crença de que o perdão é um prêmio para a outra pessoa

O perdão, conforme já foi falado, é um processo interno individual de


limpeza da negatividade. O grande beneficiado é aquele que perdoa, pois este
volta a ter paz interior.

OBSERVE A FORMA COMO FALAMOS: "PERDOE


FULANO","EU PERDOEI FULANO". É COMO SE FÔSSEMOS
EXECUTAR ALGUMA COISA NO OUTRO, COMO DIRÍAMOS AO
PENSAR, POR EXEMPLO, EM FAZER UMA MASSAGEM EM
ALGUÉM: "MASSAGEIE FULANO" OU "EU MASSAGEEI
FULANO". EU PODERIA EXEMPLIFICAR TAMBÉM COM
OUTROS VERBOS: "EU LIMPEI FULANO"; "EU SEGUREI
FULANO".

Dizemos "eu perdoei fulano", mas na verdade não fizemos e também


não demos nada para fulano. Fizemos apenas em nós mesmos, limpando o
nosso interior. Fulano não precisa ter participação alguma nisso. Olhando o
perdão por esse ângulo fica até estranho dizer "eu perdoei tal pessoa".

POR TRÁS DA CRENÇA DE QUE PERDOAR SERIA PREMIAR O


OUTRO, EXISTE AINDA UMA IDEIA INCONSCIENTE DE QUE OS
NOSSOS SENTIMENTOS DE RAIVA POR OUTRA PESSOA
ESTÃO PUNINDO-A.

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É claro que isso é uma ilusão. Às vezes o outro nem sabe que
guardamos a raiva. Outras vezes a pessoa já morreu faz tempo. Não sei quem
é o autor da frase a seguir, mas ela faz sentido: "alimentar ou sentir raiva de
uma pessoa é como tomar um veneno e esperar que o outro morra".
Observamos muitas pessoas alimentando os ressentimentos quando
falam mal do ex, do chefe, dos pais e de outras pessoas das quais guardam
mágoas. Elas estão se envenenando cada vez mais. Existe uma falsa crença
inconsciente de que o outro está sendo atingido. Não percebemos esses
mecanismos e caímos na armadilha.

PERGUNTA: AO SENTIRMOS RAIVA DE ALGUÉM, NÃO


ESTAREMOS EMITINDO VIBRAÇÕES QUE AFETAM A
OUTRA PESSOA?

Todo e qualquer pensamento ou sentimento negativo que tivermos irá


afetar o inconsciente coletivo do planeta inteiro. As pessoas mais próximas a
nós serão as mais afetadas, mas a pessoa que mais será afetada, em um
escala muito maior, será aquela que carrega o sentimento. Se pudéssemos
medir, talvez, o mal que você causa a outra pessoa não seria um centésimo do
mal que está causando a si próprio. Por isso, não vale a pena. É uma maneira
muito ineficaz de se atingir alguém.

AFIRMAÇÃO: "EU ESCOLHO PERDOAR SEMPRE PORQUE


ENTENDO QUE AO ME LIBERTAR DA NEGATIVIDADE, EU
SOU O MAIOR BENEFICIADO"

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7.2. O sentimento de que é injusto ter que perdoar

"Se o outro é quem cometeu o erro, não tenho que perdoar nada, seria
injusto". Esse pensamento deriva da crença que descrevi no item anterior, onde
pensamos que estamos premiando a outra pessoa. Realmente, não temos que
perdoar nada. Fazemos isso não para ser bom para com o outro, mas, sim,
para ficarmos em paz, pois perdoar significa se limpar da mágoa e
ressentimentos que estão dentro nós mesmos, nos causando mal.

AFIRMAÇÃO: “EU ESCOLHO PERDOAR PORQUE É JUSTO


QUE EU ME LIBERTE DOS SENTIMENTOS NEGATIVOS E
VOLTE A FICAR EM PAZ".

7.3. A crença de que se perdoar, eu estarei concordando ou aprovando o


outro

Novamente, o processo de perdoar alguém é, na verdade, uma limpeza


que fazemos em nós mesmo e nada mais do que isso. Por isso, é
perfeitamente compatível que você perdoe, ou seja, limpe o seu interior e fique
em paz, e continue achando que o que o outro fez não foi correto.
Quando perdoamos, a nossa visão do que é certo e errado, honesto ou
desonesto, ético ou antiético não será alterada. Se alguém fez algo desonesto
para lhe prejudicar ou se cometeu um crime, continuaremos a não aprovar tais
atos. Nosso senso de ética e justiça continuará a dizer que essas atitudes não
são aceitáveis, mas mesmo não aprovando, nos sentiremos em paz.

ÀS VEZES, É DIFÍCIL PARA A MENTE ASSIMILAR ISSO. ELA ACHA


QUE SE O QUE O OUTRO FEZ FOI INJUSTO, TEMOS QUE,
NECESSARIAMENTE, GERAR UM SENTIMENTO NEGATIVO
DENTRO DE NÓS.

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Sendo assim, a lógica da mente também vai dizer que se você não
sentiu nada de negativo é porque concordou com a atitude do outro. Então,
tudo acaba virando um grande pacote inseparável.
Ao limparmos a negatividade dentro de nós, ou seja, ao perdoarmos,
nossa inteligência e discernimento não serão afetados e continuaremos
conseguindo identificar atos injustos de outras pessoas. Na verdade, nosso
discernimento será afetado de forma positiva, teremos uma clareza muito maior
para avaliar uma situação. A emoção negativa nos faz ver as coisas de forma
distorcida e muitas vezes exagerada, mas não mudaremos de opinião
passando a concordar com um crime que alguém cometeu.
Por exemplo. Se você levou uma surra do seu pai na infância, é possível
dissolver 100% a mágoa que ficou guardada e ainda assim ter a compreensão
de que o pai cometeu um erro. A cena será lembrada com sentimento de paz
interior. O entendimento da sua parte que seu pai cometeu um erro não virá
acompanhado de um julgamento moral. Esse entendimento será apenas uma
constatação livre de qualquer sentimento: "Meu pai cometeu um erro". É só
uma consciência. Caso haja negatividade ao pensar nisso, é porque ainda
existem sentimentos a serem liberados.
Sem a emoção para turvar o nosso discernimento, é muito provável que
passemos a ver a situação com uma compreensão muito mais ampla e
profunda. O que o outro fez deixa de ser algo pessoal. Começamos a sentir,
não somente no nível racional, que a ação do outro é apenas uma
consequência da infelicidade que ele guarda e que, por alguma razão,
estávamos no caminho dessa pessoa e acabamos por ser atingidos. Fica tão
impessoal quanto ser atingido por um raio. Quem, em sã consciência, ficaria
com raiva de um raio?
Em vários casos, passamos também a ver a contribuição que demos
para que aquele fato tenha ocorrido. Podemos perceber, por exemplo, que
permitimos demais, que não soubemos impor limites, que poderíamos ter feito
tal e tal e coisa, mas não fizemos.

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Tudo isso vale para qualquer tipo de situação injusta que tenha ocorrido:
um sócio que nos roubou, uma traição, um calote, uma violência física ou
emocional sofrida, uma humilhação no trabalho, uma demissão injusta etc.

AFIRMAÇÃO: “MESMO NÃO CONCORDANDO COM O QUE


ACONTECEU, EU ESCOLHO PERDOAR E ME SENTIR EM
PAZ. MESMO QUE JAMAIS CONCORDE COM TAL ATO, EU
ESCOLHO PERDOAR E FICAR EM PAZ"

7.4. A crença de que seu perdoar não tomarei atitudes

Algumas pessoas se apegam aos ressentimentos por sentirem que se


eles forem liberados deixarão de tomar atitudes cabíveis. Pode ter a ver
também com a crença anterior de que quando perdoamos estamos
concordando com o outro e, por isso, não há nenhuma atitude a ser tomada.
Várias situações podem requerer a nossa ação. Ao sermos prejudicados
por alguém podemos ter uma séria conversa, impor limites e, em alguns casos,
até mesmo ir à justiça. Ao perdoarmos, podemos continuar a tomar as atitudes
cabíveis para evitar que sejamos prejudicados novamente.
Quando podemos tomar precauções e simplesmente não tomamos, é
sinal que é há outras questões de autoestima, talvez medo ou insegurança,
que estão nos impedindo de agir. Pessoas com esse tipo de insegurança
somente conseguem fazer algo quando a raiva se torna muito maior do que o
medo de tomar a atitude. É uma grande prisão emocional quando dependemos
da raiva para poder agir. Nesses casos é importante também trabalhar as
questões de autoestima mais profundas para que seja possível perdoar e ao
mesmo tempo fazer o que deve ser feito.

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Ao nos libertarmos dos ressentimentos, nossas atitudes serão ainda
mais eficazes e na medida certa. Quando estamos tomados pela negatividade,
nossas reações e atitudes tenderão a ser exageradas podendo causar mais
problemas para nós mesmos.

AFIRMAÇÃO: “EU ESCOLHO PERDOAR E FICAR EM PAZ,


ALÉM DE, AO MESMO TEMPO, TOMAR AS ATITUDES
CABÍVEIS QUE SEJAM NECESSÁRIAS”

8. A necessidade de manipular os outros

A raiva pode servir como um poderoso instrumento de manipulação. As


pessoas sentem culpa e medo quando alguém está com raiva e podem virar
seus reféns emocionais.
Em vários casos, a pessoa da qual guardamos ressentimentos terá uma
relação próxima conosco no dia a dia. Pode-se estabelecer um jogo de culpa e
manipulação através desses sentimentos negativos, gerando aparentes ganhos
para a parte que guarda o ressentimento. Vamos exemplificar abaixo.
Uma mãe guarda ressentimentos da filha em uma determinada situação
ou de muitas situações. Esse ressentimento pode ser de uma situação na qual
a filha foi realmente injusta ou pode ser apenas um caso de uma mãe
extremamente manipuladora e que sempre se ressente quando os filhos não
fazem o que ela deseja. A filha sabe desse ressentimento da mãe, pois a
mesma expressa esses sentimentos no dia a dia em forma de cobranças,
atitudes e palavras. Se essa filha se sentir culpada, terá uma grande tendência
em se submeter facilmente às vontades da mãe como forma de compensação
da sua culpa. Uma vez que esse jogo funciona e a mãe obtém o resultado
desejado, ela então terá um ganho secundário em manter os ressentimentos
para manipular a filha. Se ela pensar em perdoar 100%, seu ego sentirá medo
de perder esse poder.

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As pessoas que fazem manipulação através da chantagem emocional
muitas vezes se valem desse mecanismo para conseguir o que desejam. Elas
precisam de dois elementos para manipular o outro: um ressentimento
guardado dentro delas e o sentimento de culpa da outra parte.
Há uma forma de se libertar desse jogo. Somente nos sentimos
compelidos a aceitar uma determinada manipulação quando guardamos
sentimentos de culpa. Portanto, caso essa filha consiga se libertar da culpa,
não haverá mais a carga da necessidade de compensação. Ela não sofrerá
mais a influência pesada de antes e, assim, poderá fazer aquilo que realmente
deseja, ao invés de se submeter à mãe manipuladora. A liberação da culpa virá
através do auto-perdão. Falaremos mais sobre esse assunto mais adiante.
Certa vez atendi um caso onde esse jogo ficou muito evidente logo na
primeira sessão. A cliente havia sofrido um acidente de carro junto com o
marido. Ele saiu do acidente sem grandes sequelas, mas ela ficou tetraplégica.
Ela dizia que a culpa do acidente era do marido e nutria um grande
ressentimento. Ao mesmo tempo, tinha medo que ele a deixasse. Sendo assim,
ela o acusava de ser o responsável pela sua condição física. Ele se sentia
muito culpado e, com isso, jamais conseguiu se afastar. Ela guardava tanta
raiva que seu corpo sentia os efeitos de tamanha carga emocional, fazendo
com que ela tivesse uma recuperação muito lenta.
Os ressentimentos com relação ao marido foram surgindo durante a
sessão, então comecei a aplicar EFT para liberá-los. Ela disse ter gostado da
sessão e que iria marcar outras. O resultado é que ficamos somente na
primeira sessão e nunca mais ela agendou outra para aprofundar o trabalho.
Eu acredito que isso ocorreu porque o ego dela percebeu que se fossem
liberados aqueles ressentimentos não haveria mais o jogo de manipulação com
o marido e ele se sentiria mais livre para deixá-la.

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AFIRMAÇÃO: "EU ESCOLHO ABRIR MÃO DA NECESSIDADE DE
MANIPULAR QUALQUER PESSOA PARA QUE EU FIQUE EM PAZ.
EU ENTENDO QUE A MANIPULAÇÃO TRAZ APENAS MAIS
SOFRIMENTO PARA MIM E PARA AS PESSOAS PRÓXIMAS. EU
ESCOLHO ME SENTIR EM PAZ RESPEITANDO A
INDIVIDUALIDADE DE CADA UM”.

9. A necessidade de estar certo

O ego tem uma necessidade de provar que está certo. Isso o faz se
sentir importante. Quando acontece alguma injustiça, ele aproveita a
oportunidade para se afirmar e se fortalecer falando da situação ocorrida. Ao
agirmos dessa forma, é como se disséssemos inconscientemente para nós e
para os outros: "está vendo, ele está errado e eu estou certo!". O ego adora
isso, cresce nesse momento e pode até sentir certo prazer, mas é apenas um
falso bem-estar que encobre carência e fragilidade interior.
Há, ainda, uma necessidade de ganhar o apoio de terceiros. Contamos
as situações e, logo, outras pessoas estarão com raiva de quem nos fez algo
injusto e com pena de nós. Isso, muitas vezes, apenas reforça o nosso próprio
sofrimento e acaba expandindo-o para mais pessoas. O ego também adora
perpetuar o sofrimento e ampliá-lo para a coletividade.
Por isso, guardar ressentimentos e falar deles acaba gerando um ganho
secundário de fortalecimento do ego. Quando perdoamos, o ego perde essa
chance e, por isso, ele tentará nos sabotar nos levando a manter os
sentimentos negativos.

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AFIRMAÇÃO: "EU ESCOLHO ABRIR MÃO DA NECESSIDADE DE
PROVAR QUE ESTOU CERTO. EU ESCOLHO ABRIR MÃO DA
NECESSIDADE DE GANHAR O APOIO DE OUTRAS PESSOAS. EU
ESCOLHO ME SENTIR EM PAZ”.

10. Medo de perdoar

Quando temos ressentimento de alguém, a nossa tendência será nos


afastar daquela pessoa para nos proteger e não sofrer novamente. Mesmo
quando não há como se afastar fisicamente, o relacionamento ficará mais
distante como uma forma de segurança.
Nesses casos, a pessoa tem medo de perdoar e liberar seus
sentimentos negativos porque acha que se isso ocorrer irá se aproximar
novamente do outro e este poderá causar-lhe mais sofrimento. Assim, como
medida de proteção, guardamos e nos apegamos aos ressentimentos.
Isso ocorre principalmente com pessoas que têm dificuldades em dizer
não e impor limites. Elas permitem várias invasões ao longo do tempo e vão
acumulando raiva do outro. No início elas não conseguem se impor, têm medo
e sentem-se constrangidas, mas chega em um ponto em que o ressentimento
está tão grande que se torna maior do que o medo e constrangimento de impor
limites. Sendo assim, a pessoa reage de uma forma mais radical e, finalmente,
consegue dizer não e se afastar do outro.
É preciso esclarecer que é plenamente possível perdoar e não
voltar mais ao relacionamento como era antes. Em alguns casos, quando
liberarmos o nossos sentimentos negativos, iremos nos aproximar da outra
pessoa e o relacionamento irá melhorar.
Entretanto, em outros casos, a reaproximação não é adequada,
mesmo depois de perdoarmos profundamente. Alguns podem achar que
só nos mantemos afastados porque ainda guardamos ressentimentos de
forma oculta, mas não se trata disso. É apenas uma questão de aprendizado.

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É possível perdoar 100% e, ainda assim, não manter mais qualquer tipo de
relacionamento. Vamos abaixo exemplificar para melhorar a compreensão.
Imagine uma mulher que sofreu várias agressões do marido. Entre idas
e vindas chega um momento em que ela resolve se separar definitivamente.
Ela pode perfeitamente se libertar da raiva que ela sente do ex-marido e
continuar separada.
Quando uma situação de agressão como essa se perpetua, não é só o
marido que é desequilibrado. A mulher que está envolvida e não consegue sair
dessa, tem sérios problemas de autoestima. É necessário, então, um
desequilíbrio dos dois lados para que as agressões se mantenham. Chega um
determinado ponto de sofrimento onde a mulher pode tomar uma consciência
mais profunda e entender que ela não deve mais permitir aquilo. Alguma
melhora houve na sua autoestima e ela resolveu se separar. Não mais
baseada na emoção do momento e, sim, numa compreensão mais profunda
que ela não se permite mais ser agredida.
Caso não haja uma mudança mais profunda na autoestima dessa
mulher, a tendência será que ela volte para o ex-marido quando o medo e raiva
diminuírem. Pode também ocorrer dessa mulher continuar separada e depois
vir a se relacionar com outro homem igualmente agressivo. Somente se ela
tiver um aprendizado emocional, melhorando sua autoestima, é que esse
problema deixará de se repetir na sua vida.
Outro exemplo. Alguém que tenha passado por uma experiência
negativa com um sócio desonesto normalmente irá se sentir com raiva e vai
romper a sociedade. Essa pessoa poderá perfeitamente liberar todas as
mágoas e ressentimentos do ex-sócio e, simplesmente, nunca mais realizar
qualquer tipo de negócio com ele, pois entende que ele não é uma pessoa
confiável. Perdoar não deixa ninguém burro.
Já vi também casos de pessoas que passaram por esse tipo de
experiência, se afastaram por um tempo, depois voltaram a fazer negócio com
a pessoa desonesta e, novamente, foram lesadas. Isso significa também que
há problemas de autoestima levando a pessoa a entrar em situações para ser
prejudicada.

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Há também casos de pessoas que constantemente são lesadas por
diferentes sócios e pessoas. Caso não haja uma melhora emocional na
autoestima, esta pessoa tenderá a se meter em situações onde será
prejudicada. Racionalmente ninguém deseja isso, mas o processo ocorre de
forma inconsciente.
O ego, então, se apega aos ressentimentos como se eles fossem um
escudo protetor. Inconscientemente, é como se pensássemos: "se eu guardo
essa raiva eu consigo me defender e impeço que os outros me causem mais
sofrimento". Mas a raiva que alguém guarda já é um grande sofrimento.
Melhorar a autoestima, aprender a dizer não e impor limites é o que vai
nos proteger, na verdade. Ainda assim, não estaremos completamente livres
de sermos lesados, mas as chances que isso ocorra irão diminuir
drasticamente.
Portanto, é muito importante entender que perdoar não é, de forma
alguma, perigoso e não nos deixa vulnerável. O que nos deixa vulnerável são
outros sentimentos negativos guardados que baixam a nossa autoestima e nos
levam a não conseguir impor limites e enxergar situações onde seremos
prejudicados.
Mais uma vez repito: Quando perdoamos, não damos nada para
ninguém. Nem mesmo o poder para que o outro aja de forma a nos causar
sofrimento. Apenas limpamos o nosso interior de sentimentos negativos. Estes,
sim, é que nos causam bastante prejuízo.

AFIRMAÇÃO: "SEMPRE QUE ALGUÉM COMETE ALGUMA


INJUSTIÇA CONTRA MIM, EU PERDOO PARA QUE EU FIQUE EM
PAZ E APRENDO TUDO QUE POSSO COM A EXPERIÊNCIA”.

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11. Não perdoar por não entender

As razões que levam os outros a cometerem atos de injustiça, violência


física e psicológica, muitas vezes, serão totalmente desconhecidas. Existem
muitos aspectos inconscientes que levam as pessoas a causarem sofrimentos
às outras.

A ÚNICA COISA QUE É POSSÍVEL TER CERTEZA É QUE SÓ


CAUSAMOS SOFRIMENTO A OUTROS SERES HUMANOS DEVIDO À
NEGATIVIDADE QUE NÓS MESMOS GUARDAMOS.

A nossa infelicidade interior é projetada no exterior e acabamos por


descontar nas pessoas à nossa volta. Normalmente, iremos causar sofrimento
a pessoas mais próximas, já que são as que mais convivemos.
Mas pode acontecer também de alguém agredir ou cometer um crime
contra um completo estranho. Em todo caso, isso só ocorre como uma
consequência de todos os sentimentos negativos que guardamos, sejam eles
conscientes ou não como culpa, medo, tristeza, raiva, mágoas, frustração,
traumas de violência, abuso etc.
Em maior ou menor grau, todos nós acabamos por descontar nos outros.
E muitas vezes fazemos sem perceber. Outras vezes até percebemos, mas
não entendemos de onde vem o impulso para agirmos daquela forma. É a
negatividade que guardamos. Não temos condição de enxergá-la por completo.
Não sabemos exatamente como ela foi gerada nem qual é a sua dimensão
exata.
Vemos pessoas aparentemente equilibradas cometendo atos injustos e,
às vezes, até mesmo crimes. Certamente, já havia algum desequilíbrio
guardado, apenas escondido, que veio à tona em um determinado momento.

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Não conseguimos entender nem mesmo muitas das nossas próprias atitudes
negativas, imagine, então, se conseguiremos entender as de terceiros.
O inconsciente é muito profundo, complexo e guarda bastante
sofrimento. O sofrimento vem sendo passado de geração em geração e é muito
difícil enxergamos a amplitude de tudo isso.
Ao atender pessoas, vejo muitas vezes a necessidade do cliente em
querer compreender a razão que levou o outro a agir de certa maneira. Como
em alguns casos não é possível entender, a pessoa fica presa no
ressentimento e com uma inquietação profunda. É como se ela condicionasse
dentro de si mesma: "só posso perdoar e ficar em paz se eu entender".
É até possível entender racionalmente o que levou a outra pessoa a agir
de determinada forma, mas isso quase nunca leva a pessoa a se libertar do
ressentimento. Muitos que chegam para fazer EFT comigo já compreendem os
processos emocionais dos outros, pois já vêm de outros tratamentos
terapêuticos onde ganharam mais consciência das razões que levam alguém a
agir de forma negativa. Em alguns casos, isso até pode amenizar a mágoa,
mas nem sempre, e é bem raro que essa compreensão apenas no nível
racional traga um alívio muito profundo.
Vamos exemplificar. Alguém chega e relata que se sente rejeitado e
abandonado pela mãe e, ao mesmo tempo, com uma grande mágoa. Durante o
processo terapêutico, a pessoa vai se dando conta de que sua mãe agiu dessa
forma porque tinha sérios problemas emocionais e também havia sido rejeitada
na infância. O lado humano e imparcial do filho até sente certa compaixão pela
mãe e a compreende, mas tem ainda o lado criança do filho que não recebeu a
atenção que esperava da mãe e, por isso, ainda guarda ressentimentos.
Ficar preso na tentativa de entender tudo para somente depois liberar os
sentimentos negativos é mais uma forma de ficar preso ao sofrimento. É
possível liberar sem precisar compreender as razões.
Relembrando que o ato de perdoar significa apenas limpar uma
negatividade dentro de nós. E podemos fazer isso sem precisar cumprir
outras condições. Qualquer condição que nos impomos para liberar a

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negatividade é apenas a manifestação do ego na busca inconsciente por
gerar mais sofrimento.

AFIRMAÇÃO: "MESMO QUE EU NÃO COMPREENDA, ESCOLHO


PERDOAR MESMO ASSIM. MESMO QUE EU JAMAIS VENHA A
COMPREENDER, ESCOLHO ME SENTIR EM PAZ. EU ESCOLHO
DISSOLVER QUALQUER NECESSIDADE DE COMPREENSÃO. EU
ESCOLHO PERDOAR E ME SENTIR EM PAZ, ALÉM DE QUALQUER
COMPREENSÃO".

12. A união pelo sofrimento

Às vezes acontece um acordo silencioso entre familiares para manter


um sentimento de raiva ou ódio contra uma determinada pessoa que tenha
causado mal a algum membro da família. Essa pessoa que causou o
sofrimento pode ter sido até mesmo outro membro da própria família.
Há casos de filhos e filhas que se solidarizam com o sofrimento da mãe
que foi abandonada ou mal tratada pelo marido (pai das crianças) e acabam
criando um sentimento coletivo de raiva e mágoa do pai.
As mesmas crenças, pensamentos e sentimentos que sabotam o perdão
individualmente também atuam coletivamente. Só que no coletivo a intensidade
da sabotagem é maior, pois será reforçada e cobrada pelos outros egos da
família. O ego individual nos causa sofrimento, mas o ego coletivo leva a um
sofrimento ainda maior.
Acaba se estabelecendo um acordo inconsciente, onde cada um vai
alimentar os ressentimentos do outro havendo, ainda, uma cobrança para que
se mantenha esse padrão. Algum filho que queira se libertar dos
ressentimentos se sentirá culpado como se estivesse traindo os outros e a
mãe.

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Esse mecanismo funciona como uma prova de amor doentia.
Seguindo essa lógica, as mentes que estão passando por esse processo
acreditam inconscientemente que odiar o pai é ser solidário com a mãe e é,
também, uma demonstração de amor por ela. Quem quebrar esse acordo será
visto como um traidor, como se tivesse ficado contra a mãe e a favor do pai.
Sendo assim, poderá ser rejeitado e cobrado pelos irmãos e pela própria mãe.
Existe também a crença, sobre a qual já falamos, de que sentir raiva
de alguém serve para punir o outro e de que perdoar seria premiar a
pessoa. Assim, os membros da família se unem para punir coletivamente a
pessoa da qual se ressentem e verão como um traidor aquele que perdoar,
pois inconscientemente acreditarão que ele estará premiando o pai.
Já em outros casos, o causador do sofrimento pode ser alguém de fora
da família, um conhecido ou mesmo um criminoso qualquer. Os membros da
família se unem pelo ódio e cobram uns dos outros que se mantenha esse
ressentimento como uma forma de demonstrar lealdade. Em casos mais
extremos de ódio, os familiares poderão se unir para cometer um crime e se
vingar.
Estes tipos de acordo muitas vezes não são tão claros, mas sempre se
revelam em forma de cobranças, pressões e rejeição por quem tentar sair do
padrão. Uma pessoa mais observadora conseguirá detectá-los.
Há, então, uma expectativa de que todos mantenham os ressentimentos
para que sejam bem aceitos pelos demais familiares. Esses acordos podem
perpetuar os sentimentos negativos por uma vida inteira e em vários casos
acontece, ainda, de passar para gerações seguintes.
A seguir criei uma rodada de EFT falando sobre liberação dos acordos
inconscientes e perdão.

Rodada Positiva de EFT:

 Topo da cabeça: eu escolho me liberar de todo e qualquer acordo


consciente ou inconsciente com a minha família e antepassados;

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 Início da sobrancelha: que possa estar me prendendo ao ódio, raiva,
mágoa e ressentimentos por qualquer pessoa que tenha vivido em
qualquer época.
 Lateral do olho: eu perdoo minha família e meus antepassados;
 Embaixo do olho: porque eles não têm a compreensão que eu tenho
agora.
 Embaixo do nariz: eu peço perdão à minha família e antepassados por
ter contribuído para a manutenção desses acordos que levam ao
sofrimento.
 Embaixo do lábio inferior: eu escolho romper agora os laços de união
pelo sofrimento.
 Osso da clavícula: eu escolho me sentir ligado à minha família apenas
pelo amor.
 Embaixo da axila: mesmo que eu venha a ser julgado por isso, eu me
aceito profunda e completamente.
 Topo da cabeça: mesmo que alguém me considere um traidor, eu me
aceito profunda e completamente.
 Início da sobrancelha: eu escolho perdoar qualquer membro da minha
família que me julgue ou que se sinta traído.
 Lateral do olho: e, mesmo que um lado meu se sinta traindo a minha
família, eu me aceito profunda e completamente e perdoo esse meu
lado.
 Embaixo do olho: eu escolho romper com esses laços de sofrimento
para que eu me sinta em paz.
 Embaixo do nariz: eu escolho romper esses laços para contribuir para
que essa energia seja dissolvida;
 Embaixo do lábio inferior: pela paz da minha família;
 Osso da clavícula: pela paz dos meus antepassados;
 Embaixo da axila: pela paz dos meus descendentes.

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13. As pressões sociais contra o perdão

Além das pressões familiares, pode haver uma cobrança da sociedade.


As pessoas esperam um tipo de reação e comportamento diante de
determinados fatos e vão acabar falando mal de quem agir em desacordo com
as expectativas.
Um exemplo disso ocorre quando um homem é traído pela mulher. A
pressão social para que ele se separe e tenha uma reação mais radical é bem
maior do que seria no caso inverso. Se ele resolver contrariar essa expectativa
e mantiver o casamento, conseguindo se libertar dos ressentimentos, será mal
visto pelos amigos e sociedade em geral.
Muitos homens não vão conseguir retomar o relacionamento, mesmo
que queiram, por conta da vergonha pela pressão social. Lembrando que,
depois de perdoar, nem sempre vamos ter o desejo de retomar o
relacionamento como era antes. Essa é apenas uma opção. Vai depender de
uma série de fatores.
Essa pressão acaba, também, alimentando o ressentimento dele pela
mulher. O homem não saberá lidar com a vergonha diante do julgamento social
e acabará projetando nela os sentimentos de vergonha e humilhação,
culpando-a e sentindo mais raiva por isso.
As pressões familiares e sociais podem também levar alguém a
alimentar um ressentimento contra amigos, outras pessoas da família e
estranhos que tenham praticado algum ato que lhes tenha causado sofrimento.

AFIRMAÇÃO: "EU ESCOLHO PERDOAR, MESMO QUE HAJA UMA


EXPECTATIVA CONTRÁRIA DA MINHA FAMÍLIA, PARENTES,
AMIGOS E DA SOCIEDADE. EU ESCOLHO PERDOAR E ABRIR
MÃO DA NECESSIDADE DE SER APROVADO. EU ESCOLHO
PERDOAR AQUELES QUE ME COBRAREM. EU ESCOLHO ME
SENTIR EM PAZ”.

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14. A relação entre ressentimentos, vitimismo e autossabotagem

14.1. O vitimismo exagerado e o vitimismo sutil

Todos nós sabemos reconhecer uma pessoa com padrão de vitimismo


quando este é exacerbado. Aquela pessoa que se faz de coitada, chora, faz
drama. Sabemos que essa é uma prática que o ego utiliza no intuito de ganhar
atenção ou para conseguir algo que deseja.
Mas existe um vitimismo mais sutil que a maioria de nós não percebe.
Todas as vezes que guardamos mágoas ou sentimentos de injustiça,
automaticamente assumiremos o lugar da vítima. Talvez não de uma forma
exagerada e, portanto, mais difícil de perceber, mas ainda assim estaremos de
uma forma mais leve nos vitimizando. E ao assumir esse lugar, sabotaremos a
nossa própria vida.

14.2 A autossabotagem

Observe como isso ocorre. Sempre que pensamos em alguma situação


da qual nos ressentimos, surgirá uma emoção desconfortável e também um
diálogo mental negativo que relata a situação e os seus sentimentos: "isso não
deveria ter acontecido, foi muita injustiça, me sinto decepcionado...". Uma parte
de nós fica presa a esse passado. Existe um gasto energético para manter
essa energia nos bastidores do inconsciente. É como se fosse um programa de
computador com vírus que fica rodando sorrateiramente, afetando o
desempenho da máquina. Mesmo quando não comentamos com ninguém o
ocorrido, o nosso diálogo mental será o da vítima e estaremos internamente
responsabilizando outras pessoas pelas nossas dificuldades. As situações já se
foram, muitas delas há muitos anos, e é extremamente contraproducente
manter esse tipo de sofrimento.

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Com parte da nossa energia presa nesse passado deixamos de estar
completos no presente para criar uma vida melhor. Nossa criatividade será
afetada e soluções e ideias que poderiam vir à tona deixam de vir, pois as
bloquearemos. O sofrimento guardado gera mais sofrimento porque interfere
na nossa forma de pensar bem como nas nossas ações.

15. Um filme de sofrimento que nunca termina

Um fato do passado, por mais doloroso e injusto que tenha sido, ocorreu
somente em um determinado momento. Depois de passado o momento do
desconforto, deveríamos rapidamente nos recuperar e não carregar mais
qualquer tipo de sofrimento, mas nós perpetuamos o sofrimento de uma
situação passada em forma de ressentimentos. É como se estivéssemos
revivendo o fato durante a vida inteira. Às vezes nossa mente vai buscar a
memória do que aconteceu no passado e sofremos com essas lembranças. É
como um velho filme triste e doloroso rodando que não acaba.
A mente ‘egoica’ é o nosso mais severo carrasco, muito mais cruel do
que o criminoso, o terrorista ou qualquer pessoa que apontamos como sendo
causador do nosso sofrimento, já que ela nos provoca uma dor que pode ser
continuada até o final da nossa vida.
Não é preciso relembrar o fato para que estejamos revivendo-o.
Mesmo que as memórias não venham à tona, se houver ressentimentos
guardados, esse filme vai ficar rodando nos bastidores do inconsciente de
forma oculta, trazendo desconforto para nossas vidas: ansiedade, problemas
de autoestima, pessimismo, amargura, autossabotagem e também problemas
de saúde.
Mesmo que tenha ocorrido algo totalmente injusto e absurdo conosco
onde, teoricamente, teríamos toda a razão para guardar ressentimentos, ainda
assim, ao guardá-los estaremos vestindo sutilmente a carapuça da vítima e
iremos nos prejudicar. Não importa se achamos que temos razão ou não
para sentir a raiva ou mágoa.

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15.1. O direito de sofrer

Em casos onde sofremos uma grande injustiça, haverá uma tendência


em mantermos o sofrimento, pois diremos para nós mesmos: "eu tenho direito
de me sentir assim, pois o que aconteceu foi realmente um absurdo, todo
mundo se sentiria assim". Sim, temos o direito de manter um sofrimento por
quanto tempo quisermos. O ego adora encontrar razões para justificar a
perpetuação de um ressentimento. O quanto antes você perceber que isso é
uma armadilha para fortalecer o ego e sair dessa, melhor.

NÃO DEVEMOS NEGAR OU REPRIMIR OS SENTIMENTOS


NEGATIVOS QUE SURGEM AO PASSARMOS POR SITUAÇÕES
DOLOROSAS, ISSO IRIA NOS PROVOCAR MAIS DANOS, POIS
ELES FICARIAM RONDANDO O INCONSCIENTE. PODEMOS
DISSOLVÊ-LOS UTILIZANDO A EFT.

Devemos sentir as emoções e pensamentos que surgirem ao mesmo


tempo em que os observamos. Sinta toda a emoção, só que de uma forma
muito consciente, prestando atenção nas sensações e pensamentos negativos
que surgirem e que servem para alimentar e perpetuar a emoção. Mesmo
sofrendo intensamente, é possível também ter uma parte de nós que apenas
observa tudo e nos ajuda a não alimentar ainda mais o sofrimento. Mantenha
presente o observador e não deixe que o sofrimento sugue-o por completo. A
presença nas observações nos ajuda tanto a dissolver o ressentimento como a
não alimentá-lo.
Se utilizarmos a EFT nesses momentos, a emoção será dissolvida de
uma forma incomparavelmente mais rápida. Essa é a forma mais prática de
voltarmos a ficar em paz.

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Mas, às vezes, somos sugados de forma tão intensa pela emoção que
iremos nos sabotar para que ela não seja dissolvida, pois é ela quem estará no
nosso comando e a mesma não deseja ser eliminada. Pelo contrário, a emoção
tem o impulso de se perpetuar e tomar conta dos nossos pensamentos.
Estaremos envolvidos pelos sentimentos negativos e por todas as razões que
surgem mentalmente e que servem como justificativa para mantê-los. Por isso
é preciso um grau, por menor que seja, da presença observadora para que
você possa tomar a atitude de se aplicar EFT e dissolver o sentimento. A
negatividade nunca vai querer que você a dissolva, só a presença o levará a
tomar essa decisão.

15.2. O apoio das pessoas: um ganho secundário em manter o sofrimento

Nas grandes tragédias e injustiças, normalmente receberemos o apoio


de outras pessoas. Receber o apoio é muito bom, mas podemos criar um
apego a esse apoio. Teremos então um ganho secundário em manter um
sofrimento. O ego acaba sendo recompensado e, por isso, de forma
inconsciente nos sabotaremos carregando a infelicidade que nos traz um
retorno.
Resumindo, os ressentimentos acabam nos levando a diversas
formas de autossabotagem:

 Assumimos inconscientemente o lugar da vítima. Nossa energia fica


presa no passado, o que bloqueia a nossa criatividade e a vinda de
soluções para uma vida melhor;
 Perpetuamos o desconforto emocional de uma situação passada que
poderia ter acabado assim que a situação tivesse se encerrado. Nos
tornamos nosso pior carrasco;
 Podemos nos apegar ao apoio que recebemos dos outros e, assim,
desenvolver uma identidade que tem um ganho ao manter o sofrimento.

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16. O autoperdão

Vamos falar sobre culpa e ressentimentos contra si próprio. Esses


sentimentos são ainda mais sabotadores.

16.1. A culpa

A culpa ocorre quando fazemos algo que consideramos errado. Acaba


sendo uma autopunição por se tratar de um sentimento bastante
desconfortável. Temos um juiz interior que pode ser bastante severo e que
poderá nos impor sentimentos intensos de culpa. O arrependimento é uma
variação deste sentimento.

PERGUNTA: A CULPA NÃO SERIA IMPORTANTE PARA NOS


AJUDAR A LEMBRAR DE NÃO COMETER OS MESMOS ERROS?

A autoimposição da culpa é como se fosse um mecanismo que irá


impedir que se cometa novos erros. Inconscientemente, acreditamos que é
dessa forma que iremos melhorar as nossas ações.
Entretanto, quando nos sentimos culpados, buscamos formas de nos
punir além do sofrimento imposto pela culpa que já relatei e cometemos mais
erros. Sentimentos de culpa vão gerar problemas de autoestima e sentimentos
de não merecimento que, por sua vez, irão se refletir em mais ações que irão
nos causar mais sofrimento, o que acaba afetando também as pessoas que
estão próximas a nós. O que antes seria um mecanismo que supostamente
serviria para corrigir nossas ações, acaba levando a mais erros e sofrimento.
Vou exemplificar como isso funciona. Certa vez escrevi algo sobre
aborto e culpa e como esse sentimento se reflete de forma profunda sabotando
a nossa vida de forma que nem percebemos. Ao ler o texto, uma leitora enviou

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de volta um relato contando que havia se dado conta de que não conseguia
prosperar como advogada por carregar a culpa de um aborto que fez quando
era jovem. Já tinha mais de 50 anos e sua vida profissional ainda não havia
deslanchado. Ela percebeu um pensamento negativo brotar que era reflexo
dessa culpa guardada: "como posso trabalhar com direito e justiça se eu sou
uma criminosa?". Sendo assim, de forma inconsciente, ela se sabotava não
permitindo o seu crescimento.
Essa autossabotagem aparece, normalmente, disfarçada de diversas
formas: procrastinação, preguiça de estudar, falta de criatividade, pessimismo,
falta de persistência e força de vontade. Na maioria das vezes não
conseguimos enxergar o que está por trás da autossabotagem, nem
percebemos que estamos nos sabotando por conta de uma culpa. Apenas nos
sentimos frustrados, sem conseguirmos utilizar nosso pleno potencial.
Há também casos de mães que guardam a culpa de terem pensando em
abortar ou ter tentando abortar um filho. Quando a criança nasce ela começa a
fazer coisas para compensar esse sentimento. Sem saber a verdadeira razão
que está por trás do seu comportamento, essa mãe poderá se tornar muito
permissiva com a criança e não conseguir impor limites. Ela tem medo de ver o
filho frustrado, pois isso irá acordar dentro dela sentimentos de culpa. Os
outros filhos poderão ser prejudicados recebendo menos atenção. Isso acaba
levando a uma educação desequilibrada causando sofrimento a todos os
membros daquela família.
Crianças em que a mãe morreu durante o parto podem carregar uma
culpa inconsciente pela morte da mãe. Isso é bastante comum e traz sérias
repercussões.
Quando nos perdoamos e nos liberamos da culpa estaremos ajudando a
nós mesmos e as pessoas ao nosso redor, pois nossas ações não estarão
sendo influenciadas pela negatividade. Assim, agiremos da forma correta.

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PERGUNTA: NÃO SERIA PERIGOSO SE LIBERTAR DA CULPA?
NÃO FICARÍAMOS IRRESPONSÁVEIS E VOLTARÍAMOS A
COMETER OS MESMOS ERROS? TALVEZ, PELO MENOS UMA
PEQUENA DOSE DE CULPA DEVA SER SAUDÁVEL.

O que nos faz cometer erros que causam sofrimento a nós mesmos e
outras pessoas são os sentimentos negativos que guardamos como nossos
medos, inseguranças, autoestima baixa, tristezas e outros. Tudo isso é que nos
leva a cometer todo tipo de ação negativa: agredir alguém verbal ou
fisicamente, roubar outra pessoa, humilhar alguém, tentar manipular os outros
etc.
Certa vez em um curso um aluno perguntou algo semelhante: "e se
alguém fez algo imperdoável, como bater na própria mãe, deve se perdoar
mesmo assim?”.
Erramos menos à medida que crescemos emocionalmente. Libertos
da negatividade e com uma autoestima mais elevada, deixaremos de ter o
impulso de agredir, manipular ou ser desonesto. Uma pessoa que bateu na
própria mãe, certamente, estava carregada de intensos sentimentos
negativos.Por isso é que devemos nos libertar desses sentimentos.
As pessoas vistas como irresponsáveis e que saem provocando
sofrimento para si e para os outros, são seres humanos cheios de
questões emocionais mal resolvidas. A culpa serviria apenas para
acrescentar mais desequilíbrio a essas pessoas e provocar ainda mais prejuízo
a todos.
A única coisa que irá impedir que essa pessoa continue a agir de
forma negativa é o seu amadurecimento emocional. Os erros levam a
sofrimento, o sofrimento pode levar ao aprendizado. A única finalidade do
sofrimento é o aprendizado. Se aprendermos o que temos que aprender, o
sofrimento torna-se totalmente dispensável.

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PERGUNTA: JÁ QUE A CULPA É UM SOFRIMENTO, ELA NÃO É,
ENTÃO, IMPORTANTE PARA O NOSSO APRENDIZADO?

O nosso objetivo é sempre aprender. Qualquer sofrimento, inclusive a


culpa, pode nos levar a cumprir esse objetivo, mas podemos aprender sem
precisar da culpa para isso, crescendo emocionalmente conforme já foi dito.
Mas se houver sentimentos de culpa os aceite, veja que eles servem apenas
para que você aprenda algo. Aproveite e aprenda esse algo com seu erro e
liberte-se imediatamente de toda e qualquer culpa existente, já que esta
apenas provocaria mais sofrimento.

AFIRMAÇÃO:“SEMPRE QUE COMETO UM ERRO EU ME PERDOO,


APRENDO O QUE POSSO E SIGO EM FRENTE”.

16.2. Ressentimentos contra si mesmo

São as raivas é mágoas que temos de nós mesmos, pelos erros que
cometemos no passado e por aqueles que continuamos a cometer. Coisas que
fizemos ou que deixamos de fazer. Esse é também um suposto mecanismo
para evitar novos erros: "se eu sentir muita raiva de mim, quem sabe eu
não cometa mais o mesmo erro". Quem sente raiva de si próprio também vai
se sabotar de forma inconsciente e buscará autopunição de forma bem
semelhante ao que acontece com culpa.
É importante se perdoar, aprender e seguir em frente conforme aponta a
afirmação:

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AFIRMAÇÃO:“SEMPRE QUE COMETO UM ERRO, EU ME PERDOO,
APRENDO O QUE POSSO E SIGO EM FRENTE”.

17. A relação entre perdão e autoestima

Já vimos que guardar mágoas e ressentimentos nos coloca,


automaticamente, na posição da vítima. Nessa posição estaremos culpando
terceiros pelas nossas infelicidades e falta de sucesso em algumas áreas.
Ficamos mais frágeis e deixamos de assumir a responsabilidade 100% pelo
nosso bem-estar. Nossa criatividade diminui e deixamos de enxergar melhores
oportunidades para agir e melhorar a nossa vida.
Quanto mais ressentimentos, mais vitimismo, menos autoestima. A
relação é direta e simples. Perdoar, ou seja, limpar mágoas e ressentimentos é
de fundamental importância para nos tornarmos pessoas mais seguras.
Todos os padrões emocionais tendem a se repetir e se fortalecer. Sem
que a gente perceba, o padrão toma conta dos nossos pensamentos e busca
sempre razões para provar que ele está certo.
Isso acontece da seguinte forma. Quando temos uma mágoa guardada,
aquele sentimento será ativado a cada nova situação de mágoa que ocorrer no
nosso dia a dia. É como se um gatilho fosse puxado e acordasse aquela
emoção antiga. Ela desperta e influencia nossos pensamentos. Uma nova
situação que poderíamos lidar sem maiores problemas pode se tornar um
evento muito doloroso para nós, pois estamos sob a influência de uma velha
energia. Tenderemos, então, a exagerar. A nossa reação será o somatório da
mágoa passada mais as emoções que surgem na situação atual.
Em alguns casos podemos também distorcer completamente a realidade
devido à influência da emoção antiga que está sendo acionada.
Interpretaremos um olhar, uma frase, uma atitude de alguém como um ataque
pessoal, nos levando a sentir raiva, rejeição, o que aumentará a mágoa.

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Algumas vezes nem precisa que o olhar ou as palavras do outro tenham sido
críticas. A pessoa agiu de forma totalmente inocente e natural e nós
interpretaremos a realidade através do nosso filtro emocional e veremos algo
que, na verdade, não ocorreu daquela forma como sentimos.
Ou seja, quanto mais ressentimentos guardarmos, mais intensas serão
nossas reações a novas situações. Com o passar do tempo, ficaremos cada
vez mais sensíveis e frágeis se esses sentimentos do passado não forem
liberados. É fácil constatar isso observando terceiros e também ao observar
nosso próprio comportamento.

18. A necessidade de pedir perdão para se perdoar

Há casos onde surge uma necessidade enorme de pedir perdão à outra


pessoa a qual prejudicamos ou pensamos que prejudicamos no passado.
Consumidos pelo sofrimento da culpa, precisamos que o outro nos perdoe para
que possamos nos sentir aliviados. Na verdade, necessitamos que o outro nos
perdoe para que nós possamos, finalmente, permitir o nosso auto-perdão. É
como se disséssemos: “por favor, me perdoe para que eu possa me liberar e
me perdoar."
Pedir perdão a outra pessoa pode ser uma prática muito benéfica,
trazendo alívio para ambas as partes. O lado que foi ofendido pode se sentir
tocado e liberar seus ressentimentos, e quem pede o perdão também poderá,
finalmente, permitir se perdoar.
Mas nem sempre o outro estará disposto a nos perdoar. Em alguns
casos, não temos mais qualquer possibilidade de contato com a pessoa como,
por exemplo, se ela já tiver falecido. Nessas situações, a impossibilidade do
outro nos perdoar irá perpetuar o nosso sofrimento.
Na verdade, não precisamos dessa autorização da outra pessoa para
nos libertarmos dos sentimentos de culpa. Não podemos e nem devemos
precisar disso. A EFT ajuda a liberar a culpa de uma forma muito profunda,
independente da outra pessoa ter ou não nos perdoado. Lembrando, também,

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que quando o outro "me perdoa" ele, na verdade, está dissolvendo o seu
próprio sofrimento, não está me dando nada. É algo que ele faz para sua
própria paz interior, mas na linguagem que usamos parece sempre que quando
perdoamos estamos fazendo algo pelo outro.
Podemos usar frases durante as rodadas de EFT que falam sobre a
crença de que eu só vou me perdoar se algum dia o outro me perdoar. Isso vai
enfraquecendo a crença, até que ela deixa de fazer sentido. Exemplo:
Frases de preparação: mesmo que meu marido jamais me perdoe por tê-lo
traído, eu me aceito profunda e completamente. Mesmo que eu precise do
perdão dele para que eu possa me perdoar, eu me aceito profunda e
completamente. Mesmo que eu não consiga me perdoar porque eu sei que ele
não me perdoa, eu me aceito profunda e completamente;
Topo da cabeça: meu marido nunca vai me perdoar;
Início da sobrancelha: Eu causei muito sofrimento;
Lateral do olho: sei que ele nunca vai me perdoar;
Embaixo do olho: Sinto-me muito culpada;
Embaixo do nariz: Nunca vou conseguir me perdoar por isso;
Embaixo do lábio inferior: Se ele não me perdoa, eu também não posso me
perdoar;
Osso da clavícula: É injusto que eu me perdoe e que eu fique em paz se ele
não está em paz;
Embaixo da axila: Se ele nunca me perdoar, eu também nunca vou me
perdoar;
Topo da cabeça: Vou carregar esse sofrimento pra sempre (é sempre bom
exagerar bastante as crenças e sentimentos quando aplicamos EFT, tem um
efeito muito libertador);
Início da sobrancelha: Eu não me permito me perdoar enquanto ele não me
perdoa;
Lateral do olho: Eu não me libero para ficar em paz, enquanto ele ainda sente
raiva;
Embaixo do olho: Talvez, se algum dia ele me perdoar, quem sabe eu possa
me perdoar também;

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Embaixo do nariz: Mas enquanto isso não acontece, eu tenho que carregar
esse sofrimento;
Embaixo do lábio inferior: Meu sofrimento está nas mãos dele;
Osso da clavícula: É ele quem vai decidir se algum dia eu vou poder me sentir
em paz;
Embaixo da axila: Enquanto ele não me perdoar, não me dou permissão para
me perdoar.
É importante verbalizar as crenças por todos os ângulos possíveis que
vierem à nossa mente. Não devemos censurar nada. Se pudermos exagerar e
dramatizar, melhor ainda. O efeito que isso terá é que essas frases, que são
crenças carregadas de sentimentos negativos, vão perdendo a força rodada a
após rodada. As frases devem ser modificadas a cada vez que elas não
estiverem mais fazendo sentido e à medida que vão aparecendo novas frases.
Devemos repetir quantas rodadas forem necessárias, até que soe totalmente
falso a crença de que eu preciso que o outro me perdoe para que eu possa me
perdoar.
Outro recurso que é possível utilizar nesses casos é usar frases durante
as rodadas de EFT que verbalizam os pedidos de perdão à outra pessoa; isso
normalmente traz um grande alívio. Mesmo o outro lado não estando presente,
sem sequer ter a menor ideia do que estamos fazendo, o cliente sente a
liberação da culpa.
Quando verbalizamos pedidos de perdão, os sentimentos de culpa,
vergonha, tristeza e outros que estão dentro de nós, em torno daquele assunto,
começam a vir à tona. Se fizermos isso durante a rodada de aplicação da EFT,
toda essa carga emocional que surge por trás do pedido de perdão será
dissolvida pouco a pouco. Durante essas rodadas podemos misturar frases que
pedem perdão e outras onde relatamos nosso sentimento de culpa e outros.
Exemplo:
Frases de preparação: mesmo que eu não consiga me perdoar por ter
abandonado meu filho, eu me aceito profundamente. Mesmo que meu filho
nunca me perdoe por isso, eu me aceito profunda e completamente. Mesmo
que meu filho não consiga me perdoar, eu peço perdão mesmo assim;

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Topo da cabeça: Eu peço perdão ao meu filho;
Lateral do olho: Por tê-lo abandonado;
Embaixo do olho: Por todo sofrimento que lhe causei;
Embaixo do nariz: Eu me sinto culpado;
Embaixo do lábio inferior: Um pai nunca deveria abandonar um filho;
Osso da clavícula: Eu peço perdão ao meu filho;
Embaixo da axila: Não consigo me perdoar pelo sofrimento que causei;
Topo da cabeça: Meu filho, eu peço perdão a você (é possível, também, dizer
as frases como se estivéssemos diretamente falando com a pessoa, mesmo
que ela não esteja presente. Podemos alternar frases pedindo perdão
indiretamente, como fiz no começo da rodada, e frases que pedem perdão
diretamente como se estivéssemos diante da pessoa);
Início da sobrancelha: Eu tenho consciência do quanto sofrimento lhe causei;
Lateral do olho: Não sei se algum dia você irá me perdoar;
Embaixo do olho: Mas eu peço perdão mesmo assim;
Embaixo do nariz: Sinto-me culpado por não ter cumprido minha
responsabilidade de pai;
Embaixo do lábio inferior: Sei que é tarde demais para me arrepender;
Osso da clavícula: Reconheço todo o meu erro;
Embaixo da axila: Peço perdão a você meu filho.

19. Perdoando o imperdoável

Existem situações extremas que nos parecem imperdoáveis: a perda de


um familiar por violência, abuso sexual e outras injustiças que abalam o ser
humano profundamente. A vida de muitas pessoas que passam por
experiências como essas se transforma em um sofrimento contínuo, pois essas
feridas dificilmente saram.
No caso da perda de um familiar por violência, somada a dor do luto,
haverá os sentimentos de raiva e injustiça. São dois sofrimentos paralelos que
acabam se sobrepondo. A dor do luto provavelmente será amenizada pelo

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tempo, mas os ressentimentos pelo autor da violência normalmente se mantêm
intensos pelo resto da vida.

PERGUNTA: “SERÁ QUE É POSSÍVEL PERDOAR


VERDADEIRAMENTE EM CASOS COMO ESSES?”

Sim, é sempre possível. A EFT atua de uma forma muito profunda nos
traumas mais intensos que se possa imaginar. Já atendi alguns casos bem
severos onde houve uma completa libertação dos ressentimentos. Com um
trabalho bem feito, conseguimos atingir resultados impressionantes na vasta
maioria dos casos.
É interessante observar o que acontece com algumas pessoas que
passam por situações extremas, vistas como imperdoáveis, e que acabam
encontrando a paz no perdão. Isso pode ocorrer sem que a pessoa tenha
praticado qualquer tipo de técnica ou sem que ela tenha qualquer tipo de
conhecimento sobre o perdão. O que ocorre é que nesses casos o sofrimento é
tão intenso que acaba levando a pessoa a se liberar dos sentimentos negativos
para que possa voltar a ficar em paz. Não estou falando de casos onde a
pessoa mascara os sentimentos e, sim, de casos onde algo acontece no
interior daquela pessoa que a leva a dissolver a negatividade. É como se o ego
acumulasse tanto sofrimento que acaba se quebrando. O mecanismo pelo qual
ele se alimentava passa a ser o mesmo que o leva a se dissolver.
Certa vez assistia um programa na TV a cabo que ilustra bem esse
processo. Uma menina que foi sequestrada nos EUA e ficou anos vivendo
aprisionada em uma casa com um casal até ficar adulta. Durante a entrevista
que fizeram com ela dava para perceber que ela não guardava qualquer tipo de
ressentimento do que havia sofrido. O repórter que a entrevistava ficava
insistindo e perguntando: "mas como pode isso ser possível? Você perdeu uma
vida inteira, deixou de fazer isso e aquilo...". E ela respondia serenamente
coisas do tipo: "Não consigo sentir raiva, quero aproveitar minha vida de hoje

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por diante. Se eu ficar presa na raiva é como se estivesse presa à situação, é
como se eu ainda estivesse sob o domínio do sequestrador".
De alguma forma ela compreendeu profundamente que ressentimentos
não mudariam o passado, nem trariam benefício algum, pelo contrário, iriam
tirar sua paz interior e diminuir sua capacidade de poder aproveitar a nova vida.
Isso ocorreu de forma espontânea, sem qualquer trabalho terapêutico. É claro
que em alguns casos pode ocorrer uma supressão dos sentimentos, mas não
senti que seria esse o caso dela.
Sua mãe, ao ser entrevistada, chorava de raiva e frustração relatando
tudo que sua filha havia perdido ao passar aqueles anos encarcerada,
enquanto a filha ao lado a ouvia com expressão serena. Esses ressentimentos
da mãe a impediam de aproveitar a companhia da filha e a vida de forma mais
plena.
Durante anos o grande sofrimento dessa mãe era o fato de não ter sua
filha ao lado, nem saber sequer se ela estava viva. Pois bem, esse sofrimento
teve um fim no dia em que ela pode, finalmente, encontrar sua filha. Mas o que
o nosso ego faz? Encontra uma nova razão para sofrer. Sofrer pelo passado
que não tem como mudar. "Como ele pode fazer isso com minha filha. Destruiu
a vida dela. Acabou com a minha vida também. Perdi de conviver com a minha
filha esses anos todos. Não temos como recuperar esse tempo...". Ressaltando
que é possível tratar e dissolver os sentimentos contidos nesses pensamentos
com a EFT, até atingir 100% de paz interior.
Esse novo sofrimento que surgiu pode ser ainda pior que o primeiro.
Quando a filha havia desaparecido, havia sempre a esperança que pudesse
ser reencontrada, trazendo alívio. Já o sofrimento que surgiu após encontrar a
filha, não havia o que fazer. Obviamente, não é possível mudar o que passou e
isso pode nos dar a sensação de que ficaremos presos ao sofrimento para
sempre. Muitas vezes iremos reviver continuamente a nossa história sofrida até
o fim da vida em forma de raiva, ressentimentos e tristeza. A mente se torna
muito mais cruel do que qualquer sequestrador.
Perdoar o imperdoável é o único caminho para se ficar em paz.
Algumas pessoas aprendem isso espontaneamente e conseguem ficar em paz,

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mas a maioria, para chegar nesse estado, precisará de uma boa ajuda e a EFT
é uma excelente ferramenta para isso.

AFIRMAÇÃO: “EU ESCOLHO PERDOAR ATÉ MESMO O QUE


PARECE IMPERDOÁVEL, POIS ESSE É O ÚNICO CAMINHO PARA
QUE EU VOLTE A FICAR EM PAZ”.

Ao atender casos como esses eu ouço atentamente todas as palavras


do cliente. Vai surgindo todo o conteúdo negativo que está guardado e precisa
ser liberado. Surgem frases que expressam os ressentimentos daquela pessoa
e a dificuldade em se libertar deles. Aparecem crenças de que seria impossível
dissolver aquilo, que seria injusto perdoar e muito mais. Todo esse material
será utilizado para elaboração de frases de preparação e rodadas de EFT.
Vou dar agora alguns exemplos de frases de preparação que poderiam
surgir e ser utilizadas para tratar esses sentimentos intensos:

 Mesmo que eu sinta que é imperdoável, eu me aceito profunda e


completamente.
 Mesmo que seja uma dor que parece que nunca vai acabar, eu me
aceito profunda e completamente.
 Mesmo que eu tenha perdido parte da minha vida, eu me aceito...
 Mesmo que minha vida tenha mudado pra sempre, eu me aceito...
 Mesmo que eu guarde um ressentimento profundo, eu me aceito...
 Mesmo que eu guarde um ódio profundo, eu me aceito...
 Mesmo que eu jamais consiga perdoar, eu me aceito...
 Mesmo que eu não queira perdoar, eu me aceito...
 Mesmo que tenha um lado meu que queira guardar esse ressentimento,
eu me aceito...
 Mesmo que eu não seja capaz de deixar dissolver esse ódio, eu me
aceito...

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 Mesmo que eu sinta que é impossível ficar em paz um dia novamente,
eu me aceito...

Em nenhum momento vamos tentar convencer o outro de que é possível


ou que é melhor perdoar. Isso, normalmente, não traria um bom resultado,
provocando resistência. O que fazemos é expressar através das frases
exatamente o que a pessoa sente, enquanto aplicamos EFT. Assim, a crença
de que é imperdoável, de que nunca vai acabar aquele sofrimento vai sendo
pouco a pouco eliminada.

Exemplos de frases que podem ser ditas ao longo da rodada enquanto


se bate nos pontos da EFT:

 O que aconteceu é imperdoável.


 Jamais vou ficar em paz novamente.
 É impossível perdoar em um caso como esse.
 Não sou Jesus Cristo para perdoar.
 Não quero perdoar.
 Não é justo que eu perdoe.
 Não consigo perdoar.
 Não tenho capacidade para perdoar.
 Minha vida seria outra se isso não tivesse acontecido.
 Não posso ficar em paz com isso.
 Se eu perdoar é como se eu estivesse aprovando o que aconteceu.
 O que aconteceu não foi justo, por isso não posso perdoar.
 Só ficaria em paz se o passado mudasse, mas isso não é possível.
 Estou condenado a carregar essa raiva pelo resto da vida.

Exagere, dramatize, deixe tudo vir à tona sem censura. Aplique EFT e
observe como essas frases vão sendo modificadas e perdendo o sentido.

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20. A relação entre perdão e aceitação

Todo ressentimento é uma forma de não aceitação da realidade.


Quando ocorre algo que não está nas nossas expectativas ou que achamos
injusto, interiormente, nos debatemos contra esse acontecimento. Agimos
dessa forma porque, inconscientemente, é como se acreditássemos que a
nossa resistência interior tivesse algum poder de mudar o que já aconteceu. É
claro que isso é uma ilusão e acaba criando sofrimento.
Criar uma resistência interna a algo que não é possível modificar. É isso
que é a não aceitação. É uma forma de negatividade interior. Também
podemos criar essa resistência interna a algo que é possível mudar, mas que
ainda não mudou. Em qualquer um dos casos estamos nos debatendo, indo
contra algo que ‘já é’, provocando sofrimento para nós mesmos.
Ao não criar ou ao liberar essa resistência interior àquilo que ‘já é’,
estaremos praticando a aceitação.
Existe outra forma de se utilizar a palavra aceitação associada à
permissividade. Quando uma pessoa permite que outros a desrespeitem, não
protege seus interesses, se permite ser passada para trás, dizemos que essa
pessoal aceita tudo. Não estou falando deste tipo de aceitação e, sim, da
aceitação mais profunda, que quer dizer, apenas, não criar uma resistência
interior. Nesse sentido da palavra, é possível ser uma pessoa que pratica
aceitação e ao mesmo tempo sabe se impor e se fazer respeitar.
As pessoas interpretam a aceitação da mesma forma equivocada que
interpretam o perdão. É difícil que alguém entenda a aceitação no sentido mais
profundo, o que quer dizer ‘não criar uma resistência interna inútil’. A aceitação
está normalmente associada à passividade, permitir e concordar com algo que
não se deveria.
Se alguém faz algo dentro da nossa casa que não devemos permitir,
podemos dizer um sonoro e direto "eu não aceito que você faça isso aqui
dentro, não é permitido" e, ao mesmo tempo, existir um sentimento de
aceitação interior. Ou seja, dentro de nós pode haver paz mesmo quando
verbalizamos uma observação, um pedido, uma ordem ou quando apontamos

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algo que não é permitido. A pessoa já fez, não há como mudar o que foi, por
isso aceitamos interiormente o que houve, não criando qualquer resistência
interior, pois sabemos que essa resistência gera apenas sofrimento para nós
mesmos e não muda o que passou. Assim, podemos nos expressar e impor os
limites.

ASSIM COMO PERDOAR, ACEITAR SIGNIFICA LIVRAR-SE DE


UMA NEGATIVIDADE INTERIOR. NESSE SENTINDO MAIS
PROFUNDO, PERDÃO E ACEITAÇÃO SE EQUIVALEM.

21. Perdoando cada momento

No nosso cotidiano, nos deparamos constantemente com situações que


não saem conforme desejaríamos. Quanto mais resistimos interiormente a
essas ‘não conformidades’, mais iremos sofrer.
Geramos dentro de nós uma não aceitação daquele momento e isso nos
causa irritação, impaciência e estresse. Essa resistência se manifesta
verbalmente através da reclamação.
Vou relatar, agora, inúmeras coisas das quais reclamamos: do trânsito,
da fila, do atraso de alguém, do frio, de algo que quebrou, da queda da
conexão da internet, do calor, do preço de algo, da falta de educação de
alguém, do salário, do Brasil, da chuva, dos políticos, dos homens, da falta de
dinheiro, dos defeitos de alguém, do computador que travou, do semáforo que
fechou na hora que você ia passar, do motorista da frente que andou devagar e
fez você perder o semáforo, do transporte coletivo, da violência, dos motoboys,
das construções dos prédios nas cidades, da economia, das mulheres, da
senha do cartão que bloqueou, do tele atendimento da operadora de celular
que caiu a ligação na quinta vez que você ligou, da falta da vaga para
estacionar, do barulho, da poluição, do defeito de alguém, do seu corpo, da
programação da TV, do tempo atual que não é tão bom como antigamente, do

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emprego, da falta de tempo, da justiça, dos buracos na rua, da incompetência
de alguém, de não conseguir mudar, da idade, da diarista, do lanche do avião,
da sogra, do chefe, dos funcionários, do cachorro do vizinho, da demora do
elevador, da mensalidade escolar, das obras na rua que tornam o trânsito lento
etc.
A reclamação é a manifestação mais óbvia da resistência interior em não
aceitar as situações que surgem, nos causando bastante desconforto
emocional. Se pudéssemos ver a nossa química corporal mudando a cada
reclamação, certamente iríamos parar na hora.
Existe um vício, uma verdadeira compulsão em reclamar. A crença
inconsciente que está por trás disso é que se a gente reclamar bastante, as
coisas vão mudar ou teremos nosso desejo atendido. Aprendemos isso na
infância quando bebês e carregamos esse hábito pela vida a fora.
Quando somos recém-nascidos, aprendemos que ao chorar, ou seja, ao
reclamar e demonstrar toda a nossa infelicidade, ganhamos um peito para
mamar, um abraço gostoso e um banho para ficarmos limpinhos. Nessa fase
da vida é natural e saudável que seja dessa forma.
Conforme crescemos, o choro deve ser substituído pela fala
gradualmente. Ao invés de chorar, aprendemos a pedir o que precisamos e os
adultos nos atendem. As crianças passam por fases de transição onde elas às
vezes choram, às vezes pedem e às vezes pedem chorando. Eu mesmo passei
uma fase na infância em que eu pedia tudo chorando. Já sabia falar, minha
mãe não entendia porque eu me comportava assim. Era ainda uma imaturidade
infantil; estava apegado ao método que usava quando ainda não sabia falar.
Nesses casos, os adultos devem ensinar a criança a pedir sem chorar e
somente atendê-las quando elas pedirem o que desejam, sem choro. Isso,
obviamente, só deve ser feito quando a criança já tem condições de se
expressar. Então você pode dizer para seu filho, com paciência e carinho, algo
do tipo: "meu filho, peça o que você quer, sem chorar. Mamãe só vai entender
e atender quando você pedir sem chorar". E se a criança continuar chorando,
ignore, não a atenda. Ela certamente vai aprender que a nova ‘técnica para ser
atendida’ é pedir as coisas de forma tranquila. Dessa forma, ensinamos à

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criança a passar da fase da reclamação para outra mais em conformidade com
a sua idade.
Na idade adulta devemos aprender a satisfazer nossas próprias
necessidades sem depender de outras pessoas. Chorar para ganhar algo ou
pedir a outro adulto que nos alimente ou nos dê banho torna-se algo
completamente absurdo. Entretanto, tem uma parte dentro de nós que ainda
não amadureceu. Tem um bebê chorão que está condicionado a conseguir o
que deseja quando demonstra toda sua insatisfação através do choro, mas o
choro, na idade adulta, seria completamente inaceitável socialmente. Então,
não choramos mais, mas criamos um sentimento interior de insatisfação e
resistência, e verbalizamos isso através das reclamações que estão sempre
contaminadas com muita negatividade. É o disfarce do nosso choro infantil.
Ao reclamar da chuva, é como se estivéssemos dizendo
inconscientemente "estou chorando e minha mãe vai vir aqui e fazer essa
chuva parar, assim eu vou ficar feliz de novo". É claro que isso soa
completamente absurdo quando olhamos dessa forma, mas lá no nosso
inconsciente, acreditamos que, quando reclamamos, ou seja, quando
choramos interiormente, nossa mãe ou alguém vai tirar aquilo que nos
incomoda do nosso caminho.
Um adulto plenamente amadurecido poderia estar 100% liberto do hábito
infantil de reclamar para obter o que deseja. O ego carrega ainda muita coisa
da infância que nos causa sofrimento na vida adulta.
É importante ressaltar que não estou falando para que deixemos de ver
aquilo que poderia ser mudado e melhorado. Também não estou dizendo para
não tomarmos nenhuma ação diante de algo que poderíamos. Podemos
perfeitamente ver que as coisas poderiam ser melhores, ao mesmo tempo em
que nos sentimos em paz por elas ainda não serem como gostaríamos.
Podemos, então, aceitar as coisas como são agora. E o sentido da palavra
‘aceitar’, nesse caso, significa não criar uma resistência interior, que é uma
negatividade. Podemos fazer o que estiver ao nosso alcance para mudar o que
for possível, mantendo a paz interior o tempo inteiro. Mesmo que a situação

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não possa ser mudada, podemos também nos sentir em paz através da
aceitação.
Aceitar cada momento como ele se apresenta é o mesmo que perdoar
cada momento. Sempre que reclamamos, estamos brigando com uma
realidade. Isso só adiciona sofrimento à situação. O que pode transformar a
situação é a nossa ação e não a reclamação.
Quanto mais reclamação, mais geramos estresse e negatividade para
nossas vidas. Nossa mente fica cada vez mais treinada em enxergar detalhes
para que possamos nos sentir insatisfeitos. Isso ocorre porque a mente tem a
capacidade de prestar atenção seletivamente àquilo que damos importância.
Se dermos valor para as coisas negativas, as coisas boas passam a não ter
importância, e cada vez mais tudo o que não sair em conformidade com suas
expectativas terá mais valor. Assim, ficamos com uma percepção cada vez
mais negativa e distorcida de realidade.
Ao perdoarmos cada momento na hora em que ele se apresenta
estaremos caminhando para uma vida de crescente paz e satisfação.

AFIRMAÇÃO: “SEMPRE QUE ALGUM MOMENTO SE


APRESENTAR EM MINHA VIDA DE UMA FORMA CONTRÁRIA AO
MEU DESEJO, EM PRIMEIRO LUGAR, EU PERDOO ESSE
MOMENTO PARA QUE POSSA FICAR EM PAZ. SE LOGO EM
SEGUIDA EU PUDER AGIR E TRANSFORMAR AQUELE
MOMENTO, EU FAÇO O QUE FOR POSSÍVEL E, CASO NÃO SEJA
POSSÍVEL FAZER NADA, EU ESCOLHO ACEITAR EM PAZ”.

22. Testando o perdão

Já vimos que no início da aplicação da EFT não vamos falar frases que
digam "eu perdoo fulano" ou "eu me perdoo". Pelo contrário, vamos falar todos

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os sentimentos negativos que estão dentro de nós: "sinto raiva, mágoa, não
perdoo, nunca vou me perdoar" etc.
À medida que as rodadas vão avançando, os sentimentos negativos são
dissolvidos. Chega um ponto onde a mágoa, raiva e ressentimentos parecem
não ter mais nenhum efeito sobre nós. Nesse momento, podemos usar frases
que falam sobre perdão para testar se ainda guardamos algum sentimento
negativo que possa estar mais escondido.
Você pode repetir a frase, sem fazer EFT, somente verbalizando "eu
perdoo fulano incondicionalmente". Observe, então, se a frase soou verdadeira,
se pareceu falsa, se surgiu alguma resistência. Se ainda não soou 100%
verdadeira é porque ainda tem algum sentimento negativo guardado. Talvez
haja ainda alguma crença mais sutilmente escondida: “se eu perdoar estarei
concordando”; “se eu perdoar vou ter que conviver de novo com essa pessoa”;
“se eu perdoar ficarei desprotegido” etc. Pode ter restado também um pouco de
raiva ou mágoa que veio à tona durante a rodada.
Para tentar descobrir, faça as perguntas para si mesmo:
 Por que ainda não consigo perdoar incondicionalmente?
 Que pensamentos e sentimentos contrários surgem na minha cabeça
quando repito a frase "eu perdoo fulano incondicionalmente"?
 O quanto eu sou capaz de perdoar até o presente momento? Cinquenta
por cento? Setenta por cento?
Após qualquer uma das perguntas, pare e escute os pensamentos que
surgem. Eles podem revelar o que ainda está bloqueado. Aplique EFT para
dissolver esses pensamentos.
Se não surgir nada com as duas primeiras perguntas, faça a terceira
pergunta e observe quanto você acha que já consegue perdoar. A partir daí,
você pode usar frases genéricas que falam que você ainda não conseguiu
perdoar 100%. Exemplo:

Frase de preparação: mesmo que eu ainda não consiga perdoar fulano 100%,
incondicionalmente, eu me aceito profunda e completamente. Mesmo que eu
não saiba a o motivo de não conseguir perdoar 100%, eu me aceito profunda e

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completamente. Mesmo que eu tenha medo de perdoar 100%, eu me aceito
profunda e completamente. Mesmo que eu nunca consiga perdoar fulano
100%, eu me aceito profunda e completamente.
Topo da cabeça: Não consigo perdoar 100%.
Início da sobrancelha: Só consigo perdoar, no máximo, 60%.
Lateral do olho: Não sei por que ainda não consigo perdoar 100%.
Embaixo do olho: Talvez eu tenha medo de perdoar 100%.
Embaixo do nariz: Talvez eu sinta que se eu perdoar vou aprovar o que fulano
fez e não quero dar essa impressão.
Embaixo do lábio inferior: Tenho algum bloqueio em perdoar 100%.
Osso da clavícula: Talvez seja demais perdoar 100%.
Embaixo da axila: Quem sabe eu ainda não tenha capacidade de perdoar
100%.
Topo da cabeça: Talvez eu ainda precise guardar um pouco da mágoa.
Início da sobrancelha: Talvez eu precise aprender mais com esse sofrimento.
Lateral do olho: Venho guardando isso a tanto tempo.
Embaixo do olho: Talvez eu precise sofrer mais X anos para poder liberar
esses ressentimentos 100%.
Embaixo do nariz: Ainda não estou pronto para perdoar 100%.
Embaixo do lábio inferior: Por enquanto só consigo até 60%.
Osso da clavícula: Quem sabe algum dia poderei perdoar 100%.
Embaixo da axila: Por enquanto ainda não estou pronto para isso.

Durante a rodada, podem surgir os pensamentos e sentimentos que


estão impedindo o perdão 100%, é só, então, verbalizar tudo e deixar a EFT
desbloquear.

23. Perdoando e pedindo perdão aos pais e antepassados

Já vimos que o acúmulo de ressentimentos traz inúmeras


consequências para a nossa vida, tanto na parte emocional quanto na saúde

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física. Além disso, acabamos por projetar, inconscientemente, nossos
sentimentos mal resolvidos nas pessoas mais próximas e, assim, criamos uma
série de dificuldades de relacionamento.
Uma parte muito importante de nossas vidas, quando ainda estamos em
formação, a infância, é vivida junto com os pais ou com a figura que nos criou
como pai ou mãe. Ao acumularmos ressentimentos dessa relação, iremos
afetar todo o resto das nossas vidas.
Observe as pessoas que têm um alto grau de conflito emocional com os
pais: como é a vida dessas pessoas, como elas se relacionam, sua autoestima
etc. Haverá uma enorme tendência nelas em criar uma realidade infeliz, pois
estão carregadas de ressentimentos desde a infância. Muitas vezes elas nem
percebem isso. Alguns não têm consciência da raiva e mágoa que sentem dos
pais, pois a culpa não as permite sentir tais sentimentos que, teoricamente, não
deveríamos ter contra os pais. Outros têm essa consciência, mas não
conseguiram se libertar ainda dos ressentimentos.
Por isso, é mais do que fundamental dissolver as raivas e
ressentimentos da infância, de todos os tipos de situações vividas com os pais:
falta de apoio, críticas, surras, abandono, rejeição, comparações negativas etc.
Podemos fazer uma lista enorme sobre o assunto.
E porque será que os pais agiram de forma a causar ressentimentos nos
filhos? Porque eles também guardam ressentimentos de seus pais, ou seja,
dos nossos avós. Estes, por sua vez, também tinham guardados inúmeras
coisas emocionais mal resolvidas com nossos bisavós.
Essa cadeia de sofrimento que passa de geração em geração vem de
um passado muito distante. Podemos interromper essa corrente de
negatividade se dissolvermos em nós os ressentimentos, perdoando nossos
pais e antepassados. Dessa forma, iremos beneficiar não só a nós mesmos,
mas a todos os nossos descendentes.
E quando o pai ou a mãe fizeram algo realmente muito grave, como
abuso físico, sexual, abandono?
É de fundamental importância, se você deseja realmente melhorar a sua
vida e ficar em paz consigo mesmo, liberar todos esses ressentimentos. As

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mágoas e ressentimentos que sentimos dos pais são as que mais prejudicam
as nossas vidas. 50% da nossa carga emocional, genética e espiritual veio do
pai e 50% veio da mãe. Rejeitar pai e mãe é como rejeitar uma parte de si
próprio, de uma forma intensa. Lembrando, mais uma vez, que perdoar não
significa concordar, apoiar, ou ter que conviver. Significa, apenas, liberar toda a
negatividade sentida e voltar a ficar em paz. Mas, nesses casos mais graves, a
mente vai começar a nos dizer que é injusto, que não dá pra perdoar e todas
aquelas crenças sabotadoras que já vimos anteriormente.
A EFT sempre funciona melhor quando listamos nossos sentimentos e
fazemos rodadas específicas falando sobre eles. Essa é sempre a forma mais
eficaz, que traz melhores resultados.
Entretanto, na rodada abaixo, fiz diferente do que seria o mais
recomendável. Criei uma lista de frases que falam sobre perdão, liberação,
dissolução de sentimentos. Isso também pode produzir bons efeitos. A rodada
é um tanto genérica para que qualquer pessoa possa se beneficiar dela de
alguma forma.
É possível que você sinta alívio durante a rodada, suspiro, bocejo etc. É
possível, também, que, ao falar sobre o perdão e dissolução dos sentimentos,
venha a surgir mágoas e ressentimentos que ainda estão guardados. Se isso
ocorrer, você deve anotar o material que surgiu e aplicar EFT especificamente
para o que brotou.

Rodada positiva de liberação de EFT:

Topo da cabeça: Eu escolho perdoar meu pai e minha mãe;


Início da sobrancelha: Por todo e qualquer ato que me tenham causado
sentimentos de;
Lateral do olho: Raiva, mágoa, culpa, medo, frustração, humilhação;
Embaixo do olho: Rejeição, abandono, tristeza e qualquer outro
ressentimento.
Embaixo do nariz: Eu escolho perdoar meu pai e minha mãe;
Embaixo do lábio inferior: Por qualquer falta de apoio;

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Osso da clavícula: Ou por não terem correspondido às minhas expectativas
em algum momento.
Embaixo da axila: Eu escolho perdoar a imperfeição dos meus pais.
Topo da cabeça: Eu escolho liberar e dissolver todos esses sentimentos.
Início da sobrancelha: Eu escolho me perdoar por ter guardado qualquer tipo
de ressentimentos contra os meus pais.
Lateral do olho: Eu escolho perdoar meu avós, bisavós e todos os meus
antepassados;
Embaixo do olho: Por toda a mágoa, medo, culpa, traumas, rejeição,
abandono, frustração, tristeza;
Embaixo do nariz: E quaisquer outros sentimento que foram passados de
geração em geração até chegar a mim.
Embaixo do lábio inferior: Eu peço perdão ao meu pai e minha mãe;
Osso da clavícula: Pelo meu julgamento, pelas minhas críticas;
Embaixo da axila: Por todos os meus atos que lhes causaram;
Topo da cabeça: Mágoa, raiva, culpa, medo, frustração, abandono, tristeza,
rejeição e qualquer outro ressentimento.
Início da sobrancelha: Peço perdão aos meus pais;
Lateral do olho: Se em algum momento eu não correspondi às expectativas.
Embaixo do olho: Eu peço perdão a meus pais e antepassados pela minha
imperfeição.
Embaixo do nariz: Eu agradeço aos meus pais, avós, bisavós e antepassados
por tudo que me ensinaram;
Embaixo do lábio inferior: E por terem sido o canal que meu deu a vida neste
mundo
Embaixo da axila: Eu me sinto grato por ter a oportunidade de quebrar essa
corrente de sofrimento.

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Topo da cabeça: Ao quebrar essa corrente de sofrimento;
Início da sobrancelha: Eu trago alívio e paz para mim;
Lateral do olho: Eu trago alívio e paz para meus pais, avós, bisavós e
antepassados;
Embaixo do olho: Eu beneficio meus filhos e todos os meus descendentes.

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