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A Representação do Negro na

Revista Nosso Amiguinho

Jônathas Sant’Ana Luz


Tecnólogo em Design Gráfico pelo Uni-BH
Bacharelando em Teologia pelo Unasp-EC
Revista Nosso Amiguinho, v.4, n. 58, Abril de 1958
A importância das Representações

“A representação inclui as práticas de


significação e os sistemas simbólicos por
meio dos quais os significados são produzidos,
posicionando-nos como sujeito. É por meio dos
significados produzidos pelas representações
que damos sentido à nossa experiência e
aquilo que somos.” (WOODWARD apud RAPOSO, 2012, p. 47)
A importância das Representações

“as identidades nacionais não são coisas com


as quais nós nascemos, mas são formadas e
transformadas no interior da representação
[...] esses sentidos estão contidos nas estórias
que são contadas sobre a nação, memórias
que conectam seu presente com seu passado e
imagens que dela são construídas
[...] as identidades nacionais não subordinam
todas as outras formas de diferença e não
estão livres de jogo de poder, de divisões
e contradições internas, de lealdades e de
diferenças sobrepostas” (HALL, 2005, p. 48-49, 65)
A importância das Representações

“os significados transmitidos através do


conhecimento e realidades diretas são limitados
em relação aos conhecimentos e realidades
transmitidos através da educação, meios de
comunicação e instituições [...] Contudo, a
representação de uma realidade ou objeto não
corresponde à sua percepção real” (SILVA, 2011, p. 28)

“os objetos que são colocados na nossa


consciência pela ideologia do recalque das
diferenças, ao articularem-se com a percepção
inicial do negro, transformam-no em um
ser estigmatizado, na maioria das vezes,
tornando-o cada vez mais estranho e não
familiar.” (SILVA, 2011, p. 29)
A Representação Gráfica do Negro

“numa forma de expressão que é ao mesmo


tempo um meio de comunicação em massa,
como os quadrinhos, a intenção é fazer com que
o leitor rapidamente identifique o personagem
retratado, sem precisar de maiores explicações.
Na necessidade de apresentar um negro, um
oriental, um judeu, somente por meio de
traços, modos e sotaques, a simplificação e
estilização acabam sendo uma exigência da
limitação das técnicas de reprodução gráfica.
Mas essa generalização, muitas vezes, esbarra
no arriscado limite que é tornar-se ofensivo.”
(CHINEN, 2013, p. 76)
A Representação Gráfica do Negro

“O que marca a diferença é o grau de intensidade


de ambos os processos: na ausência de outra
informação, um certo grau de generalização
permite formular previsões; um grau excessivo
impede de captar as matizações individuais
ou talvez a absoluta falta de correspondência
entre o indivíduo real e o que é traçado pelo
estereótipo; é necessário um mínimo de
coerência e estabilidade para que o estereótipo
seja útil na interpretação dos outros. [...] (O
estereótipo é) um conjunto coerente e bastante
rígido de crenças negativas que um certo
grupo compartilha em relação a outro grupo
ou categoria social” (CHINEN, 2013, p. 76)
A Representação Gráfica do Negro

“o modelo dominante e consensual, passa a ser


o ideal buscado, mesmo que não corresponda
à sua realidade [...] (a personalidade da
criança) pode entrar em choque com os
padrões de cor, credo ou valores de seu grupo
[...] a representação humanizada nos livros
didáticos é muito importante para a criança
negra na construção de sua autoestima e
identidade étnico-racial” (SILVA, 2011, p. 77, 137)
A Representação Gráfica do Negro
A Representação Gráfica do Negro
A Revista Nosso Amiguinho

“apresenta bons valores, por meio de


histórias, experiências, receitas saudáveis,
brincadeiras, curiosidades e atividades que
ajudarão as crianças a se desenvolver social
e intelectualmente”

Revista Nosso Amiguinho. In: CASA PUBLICADORA BRASILEIRA. 2017. Dis-


ponível em: <http://bit.ly/2u8woIE>. Acesso em: 31 de agosto 2017.
A Revista Nosso Amiguinho

Período 1 (Pré-Cazuza)
Julho de 1954 - Junho de 1972

Período 2 (Pós-Cazuza)
Julho de 1972 - Novembro de 1978

Período 3 (Pós-Cazuza)
Janeiro de 2014 - Julho de 2017
A Revista Nosso Amiguinho

Período 1 (Pré-Cazuza)
Julho de 1954 - Junho de 1972
(Cerca de 204 edições)
19 não-brancos
Período 2 (Pós-Cazuza)
Julho de 1972 - Novembro de 1978
187 negros | mestiços
contando o Cazuza
(Cerca de 72 edições)

63 negros | mestiços
Período 3 (Pós-Cazuza)
Janeiro de 2014 - Julho de 2017
(13 edições)
contando o Cazuza
A Revista Nosso Amiguinho
Período 1 (Pré-Cazuza)

Agosto 1954 Outubro 1958


A Revista Nosso Amiguinho
Período 1 (Pré-Cazuza)

Publicidade repetida diversas vezes 1967

1970
A Revista Nosso Amiguinho
Período 2 (Pós-Cazuza)

Julho de 1972
A Revista Nosso Amiguinho
Período 2 (Pós-Cazuza)

Julho de 1972
A Revista Nosso Amiguinho
Período 2 (Pós-Cazuza)

Outubro de 1976 Julho de 1977 Outubro de 1977


A Revista Nosso Amiguinho
Período 3 (Pós-Cazuza)

Novembro de 2014
A Revista Nosso Amiguinho
Período 3 (Pós-Cazuza)

Novembro de 2015
A Revista Nosso Amiguinho
Período 3 (Pós-Cazuza)
Considerações Finais
“O racismo e os preconceitos irracionais operam em um círculo vicioso. O
racismo está entre os piores dos arraigados preconceitos que caracterizam
seres humanos pecaminosos. Suas consequências são geralmente mais
devastadoras porque o racismo facilmente torna-se permanentemente
institucionalizado e legalizado e em suas extremas manifestações pode
levar à perseguição sistemática e mesmo ao genocídio.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia deplora todas as formas de racismo,


inclusive a atuação política do apartheid com sua imposta segregação e
discriminação legalizada. [...] Qualquer outra abordagem destrói o âmago
do Evangelho cristão.”
Esta declaração pública foi liberada por Neal C. Wilson, presidente da Associação Geral, depois de consulta com os
16 vice-presidentes mundiais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em 27 de junho de 1985, na sessão da Associação
Geral em Nova Orleans, Louisiana.
Referências
Revista Nosso Amiguinho. In: CASA PUBLICADORA BRASILEIRA. 2017. Disponível em: <http://bit.ly/2u8woIE>. Acesso em: 31 de agosto 2017.

RAPOSO, S. C. S. A representação da criança negra nas histórias em quadrinhos: possibilidades educativas a partir da lei 10.639/03.
Universidade Estadual da Paraíba, 2012. Disponível em <http://bit.ly/2vmZbcp> Acesso em: 26 jun. 2017.

LOPES, R. S. Representação dos negros nos quadrinhos americanos: identidade e alteridade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA
COMUNICAÇÃO, 25., 2012, Fortaleza. Resumos eletrônicos... Fortaleza, CE: Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação, 2012. Disponível em: <http://bit.ly/2v1sWP3> Acesso em: 26 jun. 2017.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

SILVA, A. C. A representação social do negro no livro didático: o que mudou? Por que mudou?. Salvador BA: EDUFBA, 2011.

CHINEN, N. O papel do negro e o negro no papel: representação e representatividade dos afrodescendentes nos quadrinhos brasileiros.
Universidade de São Paulo, 2013. Disponível em <http://bit.ly/2vu5Gd4>. Acesso em: 23 de jun. 2017.

_________. A construção do preconceito na representação dos negros nos quadrinhos. 9ª arte: revista brasileira de pesquisas em histórias em
quadrinhos. São Paulo, v. 2, n.2 74-90, 2º sem. 2013. Disponível em < http://bit.ly/2v1e9nk>. Acesso em: 23 de jun. 2017.

_________. A imagem do negro no humor gráfico brasileiro do século XIX até meados do século XX. Via Atlântica, São Paulo, n.18, 57-75, dez.
2013. Disponível em <http://bit.ly/2wbq68q>. Acesso em: 23 de jun. 2017.

SANTOS, V. de L. Com que cor se pinta o negro nas histórias em quadrinhos? Universidade da Bahia, 2014. Disponível em <http://bit.
ly/2vuspFX>. Acesso em: 25 de jun. 2017.

Igreja Adventista do Sétimo Dia (Instituição). Nisto cremos. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013.
Declaração sobre racismo. In: CENTRO DE PESQUISAS ELLEN G. WHITE. 1985. Disponível em: <http://bit.ly/2fcF61K>. Acesso em: 31 ago. 2017.

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