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1 Teorias domésticas
A ideia por trás das Teorias Domésticas parte da definição de regiões com
base em sua semelhança étnica-racial, língua, religião, cultura, história e
herança comum. Com base nisto, haveriam três fatores de relevância para o
sucesso de uma integração regional no conceito doméstico: Regionalismo e
Coerência Estatal; Tipo de Regime e Democratização; Teoria de Convergência.

O primeiro fator citado apresenta uma crítica no que diz respeito a visão
da defesa de algumas teorias de que o regionalismo pode ser considerado o fim
da soberania estatal e a quebra permanente das fronteiras nacionais entre
Estados.

É um equívoco pensar que todos os acordos internacionais resultarão,


no futuro próximo ou longínquo, em uma Integração Econômica Total,
alguns acordos, como no caso do Mercosul, tem como objetivo se
alcançar um Mercado Comum. (SOARES NUNES, PREVIDELLI, 2017,
p. 13)

Entretanto, tais afirmações não devem ser tidas como verdades


absolutas, pois os maiores conflitos pós-Guerra Fria vieram da falta de
legitimidade dos Estados entre si, o que gerou uma instabilidade até os dias
atuais como desentendimentos políticos, guerras civis, etc.

Ainda que hajam problemas com relação a legitimidade, o que pode


dificultar a prática do ideal de regionalização, não é impossível que haja sucesso
dentro de uma integração. Uma integração como o Mercosul pode ser vista como
um símbolo desse sucesso nesse primeiro fator, afinal, a legitimidade entre
Estados é reconhecida e há um nível de coerência estatal que traz resultados
positivos dentro desse “Mercado Comum”.

O segundo fator, Tipos de Regime e Democratização, abre espaço para


uma discussão clássica das Relações Internacionais, a relação entre democracia
e paz entre Estados. O maior argumento de autores renomados como Small,
Singer, Rummel e Doyle é que a democracia é fundamental para que haja
integração, sem a democracia os Estados entram em guerra entre si, o que gera
instabilidade política e leva ao fracasso da integração.

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Um exemplo notório desse fator na América do Sul foram os diversos
acordos bilaterais firmados antes da criação do Mercosul. A Declaração de
Iguaçu, assinada por Sarney e Alfonsin em 1985, foi o primeiro dos acordos. O
documento salutava a importância da consolidação do processo democrático e
da união de esforços para a promoção da defesa de interesses comuns nos foros
internacionais.

No entanto, há a questão da desproporcionalidade democrática entre os


Estados (Imagem 1).

Imagem 1: Tabela de estabilidade democrática no Mercosul.

A América Latina possui um histórico marcado por governos autoritários


e ditatoriais, ainda que a maior parte dos Estados da América do Sul sejam
repúblicas democráticas alguns países possuem maiores limitações
democráticas do que outros, o que impõe barreiras de integração.

Por fim, a Teoria de Convergência propõe que a dinâmica de cooperação


regional deve estar ligada aos interesses domésticos. O exemplo utilizado como
ideal para este fator é a forma que a União Europeia utilizou a forma de economia
doméstica da maior parte dos Estados, o Keynesianismo, em conciliação com o
bem-estar social e o corporativismo social, assim a integração apenas reforçou
essas medidas.

No âmbito dos países do Sul, a Associação Latino-Americana de


Integração - ALADI, uma prévia do que viria se tornar o Mercosul, entrou em
vigor após a assinatura do novo Tratado de Montevidéu, em agosto de 1980.

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Tinha como objetivo do acordo o de compatibilizar a tendência anterior a acordos
bilaterais ou sub-regionais com a sobrevivência do aparelho institucional
preexistente. No tratado, havia a ideia de uma integração econômica ‘por
convergência’.

Sendo assim, as teorias domésticas permitiram uma visão distinta de


análise sobre a regionalização e a relevância dos três fatores pontuais citados
acima para com a integração regional.

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