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Marabá - Pará
2011
Relatório da Prática de Campo de Geologia Geral - Página 2
Marabá - Pará
2011
Relatório da Prática de Campo de Geologia Geral - Página 3
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.1 Clima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4.2 Solos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4.3 Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.4.4 Hidrografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2 ATIVIDADES E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1 ATIVIDADES PRELIMINARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2 TRABALHO DE CAMPO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.3 TRABALHO COMPILATÓRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3 GEOLOGIA REGIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1 ARCABOUÇO TECTÔNICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.2 DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.3 LITOESTRATIGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.3.1 Bacia do Parnaíba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.3.2 Faixa Orogênica Araguaia-Tocantins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.3.3 Área do Cráton do Guaporé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.4 DIAGNÓSTICO GEOECONÔMICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.5 EVOLUÇÃO GEOLÓGICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4 GEOLOGIA LOCAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.1 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.3 CORRELAÇÃO COM A GEOLOGIA REGIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
6 RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
8 ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Relatório da Prática de Campo de Geologia Geral - Página 4
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
A região que foi selecionada como área de estudo para a realização da Prática de
Campo de Geologia Geral encontra-se situada na região norte/noroeste do estado do
Tocantins, mais precisamente ao longo da BR-153 e de estradas estaduais e vicinais que
cortam a porção sudeste do município de Xambioá, que está localizado cerca de 507 km de
Palmas e aproximadamente 160 km da cidade de Marabá (Figura 1.1). Na área destacam-se
as rodovias pavimentadas BR-230 (Rodovia Transamazônica) e BR-153 (São Domingos do
Araguaia-Palmas). Partindo-se das rodovias estadual e federal existe uma boa rede de estradas
municipais e vicinais. A escolha dessa área deve-se à variabilidade de tipos de rochas e dos
registros dos eventos geológicos que ocorreram no passado e que podem ser percebidos na
paisagem contemporânea com a ajuda dos conhecimentos adquiridos em sala de aula.
Relatório da Prática de Campo de Geologia Geral - Página 5
O acesso por terra, a partir de Marabá, pode ser efetuado pela BR-230, no sentido
Marabá-Araguatins, até as proximidades da cidade de São Domingos do Araguaia; a partir daí
o acesso será pela BR-153 (passando pela travessia de balsa no rio Tocantins, entre São
Geraldo do Araguaia e Xambioá) até a cidade de Xambioá. Estradas vicinais e rodovias
estaduais facilitam o acesso para os locais de estudo da Prática de Campo.
Na área destacam-se as rodovias pavimentadas BR-230 (Rodovia Transamazônica) e
BR-153 (São Domingos do Araguaia-Palmas). Partindo das rodovias estadual e federal há
uma quantidade expressiva de estradas municipais e vicinais. O transporte fluvial restringe-se
a pequenas embarcações que trafegam pelo rio Tocantins. O transporte aéreo limita-se à
operação de táxis-aéreos, sendo as pistas de pouso de leito natural, com exceção de Araguaína
e Marabá, que contém aeroportos de boa estrutura.
A Folha Xambioá está inserida numa área de clima do tipo Aw, contransição para Am,
segundo a classificação de Köeppen (1948), O clima Aw, predominante na parte leste,
apresenta as seguintes características: duas estações bem distintas, verão úmido (outubro a
abril) e inverno seco bem acentuado (maio a setembro); temperaturas, média mínima e
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máxima anual entre, respectivamente, 13°C e 14°C e, 35°C e 36°C (Estação de Araguaína,
dados de 1985 a 1989); e índice pluviométrico médio anual entre 1.548 mm (estações
Xambioá e Ananás, dados de 1969 a 1987) e 1.795 mm (Estação Piraquê, dados de 1974 a
1987). O clima Am, que prevalece na parte oeste, distingue-se por exibir uma estação chuvosa
mais prolongada, com índice pluviométrico médio anual superior a 2.000 mm (Estação
Marabá), e uma estação seca de pequena duração junho a agosto e temperatura média mínima
superior a 24°C. Segundo Veloso et al. (1974), 80% da área encontrava-se coberta de floresta
tropical densa e aberta. O cerrado, no extremo-leste da folha, perfazia pouco mais de 5%, e
uma faixa de transição cerrado/floresta ocupava o restante. Atualmente, grande parte da
cobertura original foi eliminada, notadamente nas margens da rodovia PA-150, cedendo lugar
às extensas pastagens.
1.4.1 Clima
1.4.2 Solos
1.4.3 Vegetação
Pau-Brasil. Essa formação esta desposta em varias regiões da folha, inclusive na região onde
foi feita a Pratica de Campo, sua maior ocorrência esta também na porção central da folha.
A vegetação é o espelho do clima. Em área, o cerrado ocupa o primeiro lugar no
estado do Tocantins. As árvores do cerrado estão adaptadas à escassez de água durante uma
estação do ano. Caracterizam-se por uma vegetação campestre, com árvores e arbustos
esparsos, útil à criação extensiva do gado, por ser uma vegetação de campos naturais, em
espécie vegetal dos diferentes tipos de Cerrado;
Cerradão: Formação florestal do cerrado, com árvores podendo alcançar até 15
metros de altura. Nos cerradões agregam-se as linhas de matas e matas de galeria. O cerradão
é a uma formação florestal do bioma cerrado com características esclerófilas (grande
ocorrência de órgãos vegetais rijos, principalmente folhas) e xeromórficas (com
características como folhas reduzidas, suculência, pilosidade densa ou com cutícula grossa
que permitem conservar água e, portanto, suportar condições de seca). Encontra-se dividida
na porção do extremo nordeste e do extremo sudeste da folha e encontra-se em um grau baixo
de quantidade;
Campo Cerrado: Vegetação campestre, com predomínio de gramíneas,
pequenas árvores e arbustos bastante esparsos entre si, as árvores geralmente ficam isoladas
(tipo de Cerrado). Transição entre campo e demais tipo de vegetação ou, às vezes, resultantes
da degradação do cerrado. Prejudicada na estação seca pelos incêndios anuais provocados
pelo homem. Localiza-se no extremo leste com ocorrência contínua do nordeste ao sudeste da
folha;
Parque: Região natural posta pelo governo sob sua proteção legal, a fim de preservar
sua fisiografia, flora e fauna. Localiza-se no extremo nordeste da folha com ocorrências
mínimas;
Contato: Essa vegetação é a transição entre o cerrado e a floresta, está desposta na
porção nordeste e sudeste da folha;
Floresta dos Cocais: Essa vegetação, como o nome já diz, apresenta uma abundância
em cocais, então se pressupõe que o solo é rico em carbonato (CaCO3), dando indícios de que
já foi fundo de mar no passado, observados dentro da faixa Araguaia.
O geólogo a partir de observações rápidas consegue fazer levantamentos da evolução
geológica bastante precisa. Esses levantamentos só não foram mais precisos, pois o objetivo
principal da prática de campo não consiste nesse tipo de trabalho e pelos conhecimentos que
ainda não foram desenvolvidos neste tipo de área.
Relatório da Prática de Campo de Geologia Geral - Página 11
1.4.4 Hidrografia
2 ATIVIDADES E MÉTODOS
A metodologia adotada para dividir e organizar nosso trabalho se deu em três etapas
contínuas e bem definidas, a saber:
3 GEOLOGIA REGIONAL
questão dispõe-se no sentido norte-sul, seguindo uma faixa que varia de 2,5 (Formação Piauí)
a 25 km (Formação Mosquito). A referida disposição tem uma extensão superior a 300 km,
abrangendo as Folhas Araguaína e Xambioá em praticamente toda extensão latitudinal. A
diversidade litológico-estrutural encontra-se seccionada pelo pediplano intermontano,
elaborado no Plio-Pleistoceno, ainda testemunhado por aplainamentos conservados ou pelo
menos preservados nos topos dos interflúvios. A primeira referência implica imposição
direcional sul norte à sub-bacia do ribeirão Lago Grande. A Depressão do Araguaia apresenta
solos Podzólicos Vermelho-amarelos Pedregosos Petroplintossolos e Cambissolos Pedregosos
subordinados. As associações de Podzólicos Vermelho-amarelos com Podzólicos Vermelho-
amarelos Pedregosos relacionam-se às formas convexizadas da seção leste associadas aos
argilitos, siltitos e arenitos da Bacia do Parnaíba. As Areias Quartzosas vinculam se ao
domínio tabular dos sedimentos areno-conglomeráticos da cobertura cretácica (Formação Rio
das Barreiras) da sub-bacia do rio Muricizal (seqüênciade entulhamento do gráben do
Muricizal). As Areias Quartzosas com Latossolos Amarelos e Latossolos Vermelho-amarelos
subordinados, situadas na seção leste da Unidade, bem como as associações de Latossolos
Vermelho-Amarelos e Latossolos Amarelos prevalecem nas sequências sedimentares das
formações Motuca, Pedra de Fogo, Piauí e Pimenteiras. Enquanto as associações de
Gleissolos e Solos Aluviais distribuem-se em diversos trechos dos vales dos rios Araguaia e
Corda e do ribeirão Muricizal. As unidades pedológicas individualizadas apresentam caráter
distrófico, o que identifica baixa troca de bases, bem como baixo teor de ferro;
Chapadas do Meio Norte: Essa unidade localiza-se na parte leste da folha Xambioá
limitando-se a Oeste com a Depressão do Araguaia. No trecho do entroncamento para Natal
(rodovia TO-010), apresenta o domínio de Cerrado. Nela observa-se a presença de sedimentos
arenosos da Formação Sambaiba, especificamente por Areias Quartzosas. Com determinada
ocorrência nota-se a presença de basalto intemperizado sotoposto por seqüências arenosas da
formação Sambaiba, favorecendo assim, ao desenvolvimento das várzeas.
Nas proximidades rio São Marinho constata-se a presença de arenitos de coloração
avermelhada, ainda relacionados à Formação Sambaiba, destacando-se a mata ciliar e a
ocorrência de babaçuais;
Planalto Residual do Araguaia: Ocupa extensa faixa longitudinal na área,
caracterizando-se pelo domínio de formas aguçadas nas serras Verde e do Sororó, todas
localizadas a Sul de Xambioá; no interflúvio entre o córrego do Zuza e o ribeirão Gameleira, e
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na serra Azul, onde é interrompida pela inflexão do rio Araguaia, que continua no Estado do
Pará com o nome de serra das Andorinhas.
As Serras da Ametista, Serra do Lontra, Serra do Bodocó, Serra do Sororó e Verde, se
formaram a partir de seqüências metassedimentares proterozóicas (micaxistos, moscovita-
biotita-quartzitos, metaconglomerados, quartzitos e ortoquartzitos) do Cinturão Araguaia
(Formações Xambioá e Morro do Campo).
Os solos são predominantemente Podzólicos Vermelho amarelos Plínticos ou
Pedregrosos Distróficos e Álicos associados a Petroplintossolos Pedregosos Distróficose
Álicos, na superfície evidencia-se a presença de matacões e quartzo leitoso/mármore;
Planícies e Terraços Fluviais: Essa área corresponde a planície de várzeas que
sofrem inundações periódicas, vinculam-se também às feições ligadas a acumulação fluvial de
forma plana, levemente inclinada, apresentando ruptura de declive em relação ao leito do rio e
às várzeas recentes situada sem nível inferior, entalhada devido às mudanças de condições de
escoamento e conseqüente retomada de erosão, os denominados terraços.
3.3. LITOESTRATIGRAFIA
O Cráton Amazônico é uma das maiores áreas cratônicas do mundo que abrange uma
superfície de aproximadamente 4,3 x 105 km², localizado na região norte do Brasil, no
contexto da Plataforma Sul-americana. Foi formado no período Pré-Cambriano superior B,
datado a aproximadamente 1.380 Ga.
A área cratônica Brasil Central foi submetida a eventos orogenéticos e epirogenéticos,
responsáveis por estabelecer o ciclo tecnomagmático. Sobre essa área cratônica foi depositada
uma sequência de rochas ricas em ferro, representada por jaspilitos hematíticos, itabiritos,
metabasitos espilíticos, dobrados e falhados.
Foram identificadas duas fases orogênicas: uma marginal Araguaia-Tocantins e outra
que reativou o Complexo Xingu e dobrou as rochas Grão-Pará, estabelecendo falhamentos e
fraturamentos com direção N 30° W e N 40° E, e cuja direção de esforço primário se pode
supor ao redor de N 20° e E (NNE). Nesta última, as principais estruturas formadas foram o
sinclinório de Carajás e sinclinal da Tocandera com direção e caimento para NW. O evento
magmático deste estágio corresponde ao "emplacement" de granitos pós-cinemáticos do tipo
Granito da Serra dos Carajás, com 1800-200 Ma.
Essa porção do Cráton evoluiu para o estágio do "quasicraton" ou do "vulcanismo
subsequente" depois de cessados os movimentos diastróficos, manifestando-se então intensos
falhamentos. Nas bacias intermontonas acumulou-se uma sedimentação pelítica com estratos
de material carbonoso. Durante a fase do vulcanismo houve o "emplecement" de granitos,
granófiros, com feições circulares, cratogênicos, mineralizados em cassiterita, topázio e
tentalita. Esta fase vulcano-sedimentar é representada pelo Grupo Uatumã. Após um episódio
erosional começou a ser depositada uma sequência continental denominada Formação
Gorotire, sobreposta discordantemente pela Formação Triunfo de igual caráter.
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4 GEOLOGIA LOCAL
por clastos de quartzito, quartzo e mica xisto imersos em matriz fina de cor marrom e preto,
com predominância de matriz sobre clastos (Figura 4.4).
Figura 4.7: Afloramento natural constituído por blocos rolados, caracterizado pela presença
de migmatitos, gnaisses e tonalitos. Margem direita da TO-164, no sentido
Xambioá-Wanderlândia. Coordenadas geográficas: S 06º 31,067’ W 48º 35,250’ - Ponto 6.
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Unidade III: Outro ponto de estudo, foi o afloramento com dimensões de aproximadamente
3,5 x 300 metros. O solo da área apresentava coloração avermelhada (Figura 4.10). No local
havia uma quantidade expressiva de moscovita e rochas como quartzito, argilito e
conglomerados (Figura 4.11). No topo do barranco há a seleção de clastos para a formação de
conglomerados e no meio há duas faixas pretas.
Figura 4.11: Amostra de mão, no mesmo afloramento da Figura 4.9, mostrando que no local
foram encontrados conglomerados. Margem direita da BR-153, no sentido Xambioá-Araguaína.
Coordenadas geográficas: S 06º 29,117’ W 48º 28,204 - Ponto 10.
Figura 4.12: Afloramento artificial de corte de estrada, caracterizado por apresentar moscovita
e por possuir basalto e veio de quartzo no local. Margem direita da BR-153, no sentido
Xambioá-Araguaína. Coordenadas geográficas: S 06º 28,751’ W 48º 29,537 - Ponto 10.
Relatório da Prática de Campo de Geologia Geral - Página 30
Unidade I: No afloramento cujas coordenadas são S 06º 26,421’ W 48º 31,325’, foram
encontrados rochas metamórficas como gnaisses, migmatitos e rochas ígneas como granito.
As rochas do tipo gnaisses do afloramento são de protólitos sedimentar, na qual a moscovita
sofreu processo de recristalização confirmando a teoria da mesma. O paredão possui faixas de
cores predominantemente rosa devido à presença de feldespato-K, possui também coloração
cinza de composição máfica (parte mais escura) e cores amarelo e branco de origem félsica
(partes mais clara). Já o migmatito (félsicos que se fundem e os máficos recristalizam),
consiste de porções claras e escuras, sendo que as porções claras apresentam um aspecto
ígneo e as porções escuras exibem feições metamórficas, como bandamento, alinhamento
mineral, foliação e dobras.
As falhas e fraturas são devidas ao tectonismo da área de momentos distintos e como o
paredão é artificial algumas fraturas e falhas podem ter sido causadas pela ação humana com
o uso de explosivo para a abertura da rodovia.
Unidade II: Nesta unidade geológica encontram-se rochas metamórficas do tipo moscovita
xisto, granada-biotita-moscovita xisto, migmatitos e minerais de quartzo.
A referida unidade, cujas coordenadas geográficas são S 06º 59,320’ W 48º 25,270’,
apresenta rochas metamórficas, como moscovita xisto de baixo grau bastante intemperizada e
dispersa no terreno. Outras rochas encontradas na área foram os lateritos denominados
paraconglomerados polimíticos de blocos rolados desagregados da rocha matriz. O solo da
área apresenta coloração avermelhada devido à oxidação dos íons de ferro.
As rochas metamórficas do tipo granada-biotita-moscovita xisto são de origem
sedimentar por conta da moscovita em sua composição. Ao atravessar a rodovia, próximo ao
local, localizado segundo as coordenadas S 06º 48,782’ e W 48º 36. 183’encontrou-se um
veio de quartzo discordante na rocha por um processo distensivo na qual os minerais de
quartzo preencheram a fratura da rocha dando origem o veio.
Outro litotipo, encontrado nessa unidade geológica foi o migmatito que é uma rocha
de protolito ígneo, onde as partes claras são félsicas e as escuras são máficas. Essas rochas
metamórficas de alto grau foram soerguidas dentro da faixa por atividade tectônica.
O metamorfismo dessa unidade é progressivo, devido ao aumento do gradiente de
temperatura e pressão, onde é evidenciado através do primeiro ponto visitado de moscovita
xisto de baixa temperatura e pressão e variando ao mais alto grau até ao migmatito.
Relatório da Prática de Campo de Geologia Geral - Página 31
Unidade III: Nesta unidade, após observar a região, percebeu-se que a área é extremamente
rica em ferro, pois o solo, que apresenta uma coloração avermelhada, é oriundo de sucessivos
derrames de lava rica em ferro, de composição máfica, que entraram em contato com arenitos.
A partir do derrame basáltico percebeu-se que houve um metamorfismo de contato
desencadeado pelas altas temperaturas da lava que alteraram a superfície do arenito. No
entanto, o arenito não alterado por apresentar granulometria bastante fina, então, leva-nos a
concluir que o agente de transporte foi o vento.
Além disso, na área encontram-se outros tipos de rocha, tais como, sedimentares do
tipo ortoconglomerado (pouca quantidade partindo do todo) e há a seleção de clastos para a
formação de conglomerados e rochas metamórficas como moscovita xisto intemperizada,
basalto e quartzo dispersos no solo.
Unidade II: Esta unidade trata dos afloramentos que fazem parte da Faixa Orogênica
Araguaia-Tocantins, que apresentam rochas metamórficas como xistos e metassedimentares
como metaconglomerados. A presença de rochas sedimentares na faixa é explicada pela
presença de uma bacia sedimentar que foi invertida tectonicamente acompanhada de
transporte de massa. As rochas metamórficas presentes na faixa são resultado da colisão
continental associado a regime tectônico compressivo de baixo ângulo, que propiciaram
através de deslaminações e/ou imbricamentos das diversas fatias crustais, o desenvolvimento
de nappes, além de permitir a exposição de unidades de graus metamórficos diferenciados.
Unidade III: Nesta unidade, os afloramentos são referentes à Bacia do Parnaíba, onde
predominam as rochas sedimentares. No entanto, em alguns afloramentos visitados, notou-se
que no passado houve derrames basálticos sobre rochas sedimentares e rochas
metassedimentares. Foram encontradas rochas sedimentares sob um derrame basáltico. Elas
foram formadas no paleozóico decorrente de um regime de tectônica germanótipa que
Relatório da Prática de Campo de Geologia Geral - Página 32
reativou antigas zonas de fraqueza, que possibilitaram a deposição dos sedimentos da Bacia
do Parnaíba. Durante o triássico esse regime continuou condicionando a extrusão de lavas
basálticas na Bacia do Parnaíba.
Os afloramentos visitados desta unidade correspondem com a literatura da Bacia do
Parnaíba por apresentar cobertura laterítica, rochas metassedimentares e derrame basálticos.
5 CONCLUSÃO
6 RECOMENDAÇÕES
Não há dúvidas de que a Prática de Campo de Geologia Geral é uma atividade muito
importante, que contribui para ampliar nossos conhecimentos. Por isso, a partir dessa visão,
pensando nas próximas turmas do curso de Geologia que estão por vir, recomendamos
algumas ideias que podem enriquecer essa atividade e deixá-la ainda mais produtiva, a saber:
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS