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Pablo Neruda

Pablo Neruda

Pablo Neruda, em 1973


Nome Ricardo Eliécer Neftalí Reyes
completo Basoalto
Pseudônimo(s) Pablo Neruda
Nascimento 12 de julho de 1904
Parral, Maule
Morte 23 de setembro de 1973 (69 anos)
Santiago
Nacionalidade Chileno
Cônjuge Matilde Urrutia
Ocupação Poeta, escritor
Prêmios Prêmio Nacional de Literatura do
Chile (1945)

Nobel de Literatura (1971)

Magnum opus Nasci para nascer


Assinatura

Pablo Neruda, pseudônimo de Ricardo


Eliécer Neftalí Reyes Basoalto[1] (Parral,
12 de julho de 1904 — Santiago, 23 de
setembro de 1973), foi um poeta chileno,
considerado um dos mais importantes
poetas da língua castelhana do século
XX e cônsul do Chile na Espanha (1934
— 1938) e no México. Neruda recebeu o
Nobel de Literatura em 1971.
A escolha do pseudônimo foi uma
declaração de afinidade com o escritor
checo Jan Neruda. Esse pseudônimo
seria utilizado durante toda a vida e
tornou-se seu nome legal, após ação de
modificação do nome civil.[2]

Biografia
Em 1906 seu pai se transferiu para
Temuco, onde se casou com Trinidad
Candia Marverde, que o poeta menciona
em diversos textos, como "Confesso que
vivi" e "Memorial de Ilha Negra", com o
nome de Mamadre. Estudou no Liceu de
Homens dessa cidade e ali publicou seus
primeiros poemas no periódico regional
A Manhã. Em 1919 obteve o terceiro
lugar nos Jogos Florais de Maule com o
poema Noturno Ideal.

Em 1921 radicou-se em Santiago e


estudou pedagogia e francês na
Universidade do Chile, obtendo o
primeiro prêmio da festa da primavera
com o poema "A Canção de Festa",
publicado posteriormente na revista
Juventude. Em 1923 publica
Crespusculário, que é reconhecido por
escritores como Raúl Silva Castro e
Pedro Prado. No ano seguinte aparece
pela Editorial Nascimento seus Vinte
poemas de amor e uma canção
desesperada, no que ainda se nota uma
influência do modernismo.
Posteriormente se manifesta um
propósito de renovação formal de
intenção vanguardista em três breves
livros publicados em 1936: O habitante e
sua esperança, Anéis (colaboração com
Tomás Lagos) e Tentativa do homem
infinito.

Em 1927 começa sua longa carreira


diplomática quando é nomeado cônsul
em Rangum, na Birmânia. Em suas
múltiplas viagens conhece em Buenos
Aires Federico Garcia Lorca e, em
Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935,
Manuel Altolaguirre entrega a Neruda a
direção da revista Cavalo verde para a
poesia na qual é companheiro dos
poetas da geração de 1927. Nesse
mesmo ano aparece a edição madrilenha
de Residência na terra.

Em 1936, eclode a Guerra Civil


espanhola; Neruda é destituído do cargo
consular e escreve Espanha no coração.
Em 1945 é eleito senador. No mesmo
ano, lê para mais de 100 mil pessoas no
Estádio do Pacaembu em homenagem
ao líder comunista Luís Carlos Prestes.
Em 1950 publica Canto Geral, em que
sua poesia adota intenção social, ética e
política. Em 1952 publica Os Versos do
Capitão e em 1954 As uvas e o vento e
Odes Elementares.
Em 1953 constrói sua casa em Santiago,
apelidada de "La Chascona", para se
encontrar clandestinamente com sua
amante Matilde, a quem havia dedicado
Os Versos do Capitão. A casa foi uma de
suas três casas no Chile, as outras estão
em Isla Negra e Valparaíso. "La
Chascona" é um museu com objetos de
Neruda e pode ser visitada, em Santiago.
No mesmo ano, recebeu o Prêmio Lênin
da Paz.

Em 1958 apareceu Estravagario com


uma nova mudança em sua poesia. Em
1965 lhe foi outorgado o título de Doutor
Honoris Causa pela Universidade de
Oxford, Grã-Bretanha. Em outubro de
1971 recebeu o Nobel de Literatura.
Após o prêmio, Neruda é convidado por
Salvador Allende para ler para mais de 70
mil pessoas no Estadio Nacional de
Chile.

Morreu em Santiago em 23 de setembro


de 1973, de câncer na próstata. Depois
do golpe militar de 11 de setembro sua
saúde havia se agravado e no dia 19 é
transferido com urgência de sua casa na
Isla Negra para Santiago, onde veio a
morrer no dia 23 às 22 horas e 30
minutos na Clínica Santa Maria. Em 2011
um artigo[3] recolheu declarações de
Manuel Araya Osorio, assistente do
poeta desde novembro de 1972 até sua
morte, quem assegurava que Neruda
havia sido assassinado na clínica com
uma injeção letal. A casa de Neruda em
Santiago foi saqueada depois do golpe
encabeçado pelo general Augusto
Pinochet e seus livros, incendiados. O
funeral do poeta foi realizado no
Cementerio General. Teve a presença
dos membros da diretiva do Partido
Comunista, mesmo estando em
condições de perseguidos pelo regime
de Pinochet. Ainda que cercados por
soldados armados, escutou-se
desafiantes gritos em homenagem a
Neruda e Salvador Allende, junto a
entonação da Internacional. Depois do
funeral, muitos dos participantes não
puderam fugir e acabaram engrossando
a lista de mortos e desaparecidos pela
ditadura.

Encontra-se sepultado no jardim da sua


propriedade em Isla Negra, Santiago, no
Chile[4], ao lado da sua esposa Matilde
Urrutia[5]. Postumamente foram
publicadas suas memórias em 1974,
com o título Confesso que vivi.

Em 1994 um filme chamado Il Postino


(também conhecido como O Carteiro e O
Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no
Brasil e em Portugal) conta sua história
na Isla Negra, no Chile, com sua terceira
mulher Matilde. No filme, que é uma obra
de ficção, a ação foi transposta para a
Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá,
numa ilha, torna-se amigo de um carteiro
que lhe pede para ensinar a escrever
versos (para poder conquistar uma
bonita moça do povoado).

Durante as eleições presidenciais do


Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de
sua candidatura para que Allende
vencesse, pois ambos eram marxistas e
acreditavam numa América Latina mais
justa o que, a seu ver, poderia ocorrer
com o socialismo. De acordo com Isabel
Allende, em seu livro Paula, Neruda teria
morrido de "tristeza" em setembro de
1973, ao ver dissolvido o governo de
Allende. A versão do regime militar do
ditador Augusto Pinochet (1973-1990) é
a de que ele teria morrido devido a um
câncer de próstata. No entanto, fontes
próximas, como o motorista e ajudante
do poeta na época, Manuel Araya,
afirmam com insistência que o poeta
teria sido assassinado[6][7], estando a
própria justiça do Chile a contestar a
versão oficial sobre a sua morte. Em
Fevereiro de 2013, um juiz chileno
ordenou a exumação do corpo do poeta,
no âmbito de uma investigação sobre as
circunstâncias da morte[8].

O juiz Mario Carroza, que anteriormente


havia aberto uma investigação para
esclarecer as circunstancias da morte de
Neruda, ordenou, depois de 20 meses de
interrogatórios e perícias, a exumação do
corpo do poeta. Em novembro de 2013,
Patricio Bustos, diretor do Serviço
Médico Legal do Chile, deu a conhecer
os resultados dos exames toxicológicos
realizados nos EUA e Espanha, que
descartaram que Neruda havia sido
envenenado e confirmou-se que seu
falecimento foi produto de um avançado
câncer de próstata.[9] Porém, Rodolfo
Reyes, sobrinho do poeta, insistiu que
uma terceira pessoa estava envolvida na
morte de Neruda e anunciou que se
pedirá novas investigações.[10]
Em 2004, por ocasião das
comemorações do Centenário de seu
nascimento, foi instituído o Prêmio
Iberoamericano de Poesia Pablo
Neruda.[11]

Em 2016, foi lançado o filme "Neruda",


que aborda aspectos da vida de Neruda
no final da década de 1940, com foco na
perseguição anticomunista sofrida por
Neruda. Nessa película, dirigida por
Pablo Larraín, Neruda foi interpretado por
Luis Gnecco.[12]

Obra
Frase de Neruda pichada em Feira de Santana,
Bahia, Brasil.

Montanhas de Macchu Picchu


Crepusculario. Santiago, Ediciones
Claridad, 1923.
Veinte poemas de amor y una canción
desesperada. Santiago, Nascimento,
1924.
Tentativa del hombre infinito. Santiago,
Nascimento, 1926.
El habitante y su esperanza. Novela.
Santiago, Nascimento, 1926. (prosa)
Residencia en la tierra (1925-1931).
Madrid, Ediciones del Arbol, 1935.
España en el corazón. Himno a las
glorias del pueblo en la guerra: (1936-
1937). Santiago, Ediciones Ercilla,
1937.
Tercera residencia (1935-1945).
Buenos Aires, Losada, 1947.
Canto general. México, Talleres
Gráficos de la Nación, 1950.
Los versos del Capitán. Losada, 1952.
Todo el amor. Santiago, Nascimento,
1953.
Odas elementales. Buenos Aires,
Losada, 1954.
Nuevas odas elementales. Buenos
Aires, Losada, 1955.
Tercer libro de las odas. Buenos Aires,
Losada, 1957.
Estravagario. Buenos Aires, Losada,
1958.
Cien sonetos de amor (Cem Sonetos
de Amor). Santiago, Ed. Universitaria,
1959.
Navegaciones y regresos. Buenos
Aires, Losada, 1959.
Poesías: Las piedras de Chile. Buenos
Aires, Losada, 1960.
Cantos ceremoniales. Buenos Aires,
Losada, 1961.
Memorial de Isla Negra. Buenos Aires,
Losada, 1964. 5 vols.
Arte de pájaros. Santiago, Ediciones
Sociedad de Amigos del Arte
Contemporáneo, 1966.
Fulgor y muerte de Joaquín Murieta.
Bandido chileno injusticiado en
California el 23 de julio de 1853.
Santiago, Zig-Zag, 1967. (obra teatral)
La Barcaola. Buenos Aires, Losada,
1967.
Las manos del día. Buenos Aires,
Losada, 1968.
Fin del mundo. Santiago, Edición de la
Sociedad de Arte Contemporáneo,
1969.
Maremoto. Santiago, Sociedad de Arte
Contemporáneo, 1970.
La espada encendida. Buenos Aires,
Losada, 1970.
Discurso de Stockholm. Alpigrano,
Italia, A. Tallone, 1972.
Invitación al Nixonicidio y alabanza de
la revolución chilena. Santiago,
Empresa Editora Nacional Quimantú,
1973.
Libro de las preguntas. Buenos Aires,
Losada, 1974.
Jardín de invierno. Buenos Aires,
Losada, 1974.
Confieso que he vivido. Memorias.
Barcelona, Seix Barral, 1974.
(autobiografia)
Para nacer he nacido. Barcelona, Seix
Barral, 1977.
El río invisible. Poesía y prosa de
juventud. Barcelona, Seix Barral, 1980.
Obras completas. 3a. ed. aum. Buenos
Aires, Losada, 1967. 2 vols.

Referências
1. Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto ,
em espanhol, acesso em 8 de dezembro
de 2016.
2. Biografia de Pablo Neruda
3. «Francisco Marín. Neruda fue
"asesinado", diario Clarín, 11.05.2011;
acceso 25.12.2011» . diario Clarín. 11 de
maio de 2011
4. Pablo Neruda (em inglês) no Find a
Grave
5. Lit Hub (26 de Março de 2018). «HOW
TO VISIT THE GRAVES OF 75 FAMOUS
WRITERS» . Consultado em 27 de Março
de 2018
6. Neruda foi assassinado, reitera ex-
ajudante do poeta.' Portal Vermelho.
Fonte: Prensa Latina. 20 de Novembro de
2011.
7. Farinelli, Victor. O Código Neruda.
Revista Fórum. 126. Janeiro de 2012.
8. «Corpo do poeta chileno Pablo Neruda
vai ser exumado»
9. «Andrea González Schmessane. Caso
Neruda: Informes periciales descartaron
que el poeta haya sido envenenado, El
Mercurio, 08.11.2013»
10. ««Familia de Pablo Neruda insiste en
que se interfirió en la muerte del poeta».
La Tercera (8 de noviembre de 2013).» . 8
de noviembre de 2013 Verifique data em:
|data= (ajuda)
11. Ernesto Cardenal recibió en Chile el
Premio Pablo Neruda , em espanhol, em
20 de fevereiro de 2016.
12. Neruda: Filme é exercício de ‘pura
invenção’, diz o premiado diretor Pablo
Larraín (Exclusivo) , acesso em 11 de
fevereiro de 2017.

Ligações externas
Perfil no sítio oficial do Nobel de
Literatura 1971 (em inglês)
Neruda (site desenvolvido pela
Universidade do Chile - em espanhol)
Fundación Pablo
Neruda (espanhol/inglês)
Poemas de Amor - Poemas de Pablo
Neruda
Neruda - Poeta do Mar
Farol do Saber Pablo Neruda
Nobel de Sucedido
Precedido por
Literatura por
Alexander Soljenítsin
1971 Heinrich Böll

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