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Universidade de Brasília - Departamento de Economia

FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL – Turma A – 1o/2018


Prof. Flávio Rabelo Versiani

EMENTA DO CURSO

O objetivo da disciplina é proporcionar uma visão geral da evolução da economia brasileira, desde a fase colonial,
enfatizando a influência desse passado histórico sobre o presente. Alguns conceitos e instrumentos básicos de análise econômica
(como determinação de preços, formas de mercado, balança de pagamentos, taxa de câmbio e seus regimes, criação de moeda),
cobertos em Introdução à Economia, aparecem em textos da bibliografia e serão usados nas aulas. Quem tiver dúvidas sobre esses
pontos deve revê-los.

ORGANIZAÇÃO DAS AULAS. As aulas cobrirão um ou mais textos da bibliografia, conforme o Cronograma anexo, e
constarão de uma exposição, seguida de discussão dos tópicos principais envolvidos, a partir de um roteiro de questões. No final de
cada aula (às vezes, no princípio) será aplicado um controle de leitura: uma ou duas perguntas a serem respondidas em 15 a 20
minutos. Esse teste abrange não só as leituras do dia, como pontos que foram expostos ou discutidos em classe. É indispensável,
assim, que os textos sejam lidos com antecedência. Notar que os textos variam muito de extensão, de aula para aula (ver o
Cronograma). É bom ter isso em mente, para não se atrasar nas leituras. Em média, são cerca de 60 páginas por semana.

AVALIAÇÃO. Haverá três provas, nos dias indicados no Cronograma. Uma quarta nota será a média das notas dos
controles de leitura (calculada como a soma das notas dividida pelo número de controles menos dois). A menção final será baseada
na média dessas quatro notas: as das três provas e a média dos controles. Arredondamentos para mais ou para menos serão
influenciados pela participação dos alunos nas discussões.
Quem perder uma das duas primeiras provas, ou pretender substituir a nota de uma delas, poderá fazer uma prova extra, na
data indicada no cronograma. A matéria dessa prova será a das duas primeiras provas. Não haverá substituição de controles de
leitura, nem da terceira prova.

TEXTOS DE LEITURA. As aulas terão como tema central a bibliografia indicada abaixo. Os textos são, portanto, de
leitura obrigatória (exceto uns poucos indicados como optativos). Em algumas aulas haverá um ou dois textos complementares, de
uma ou duas páginas, também de leitura obrigatória.

Os textos de leitura estarão disponíveis na internet, pelo sistema moodle. Para ter acesso a eles (e a gabaritos e notas),
inscreva-se na página “Aprender” da UnB: entre em www.aprender.unb.br, cadastre-se e siga as instruções. O rótulo da disciplina
(em FACE / Economia) é: “Formação Econômica do Brasil-2018-1º sem. -Turma A”. A chave (senha) será dada em classe.

O livro Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado, que será lido em boa parte, não estará na internet, mas a Biblioteca
Central tem um bom número de exemplares (todas as edições são idênticas). Comprá-lo pode ser um bom investimento. O livro,
publicado em 1959, não é um manual da disciplina: é uma obra clássica, que ilumina aspectos importantes da evolução da economia
brasileira; mas, como veremos, alguns de seus argumentos e interpretações são hoje pouco aceitáveis. Passados mais de cinquenta
anos, o conhecimento factual sobre nossa história econômica é agora bem mais amplo; além disso, as condições atuais da economia
brasileira e internacional são muito distintas das que vigoravam quando o livro foi escrito.

PROGRAMA E BIBLIOGRAFIA

UNIDADE I - PERÍODO COLONIAL

Texto optativo para a Unidade: Versiani, Flávio R. “The Colonial Economy”, versão preliminar do cap. 1 de: The Oxford
Handbook of the Brazilian Economy (Baer, W., C.R.Azzoni & E.Amman, eds.), em publicação.

A) O historiador e seu meio; Celso Furtado e influências


Carr, Edward H. “A Sociedade e o Indivíduo”, cap. 2 de: Que é História? Trad. L.M.Alverga. 4 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1985
Versiani, Flávio R. "O Economista como Historiador". Revista de Conjuntura 17 (60); 32-34. Brasília, CORECON/DF: maio/ago.
2017.

B) O “sentido” da colonização
Prado Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. 17 ed. S. Paulo: Brasiliense, 1981 (1ª edição: 1942). Cap. 1: "Sentido da
Colonização".

C) Bases econômicas da ocupação territorial


Prado Jr., Caio. Formação do Brasil.... Cap 3: “Povoamento Interior".
_______. Ibid. Cap. 2: “Povoamento”. (leitura optativa).

D) Expansão da economia açucareira


Furtado, Celso. Formação.... Caps. 1 a 6.
2

E) Aspectos da economia do açúcar


Furtado, Celso. Formação.... Caps. 8 e 9.
Gonçalves de Melo, J. A. “Os Cristãos Novos e o Açúcar Pernambucano.” Em: Gente da Nação. Recife: Ed. Massangana, 1996.
pp. 5-33.
Cabral de Mello, Evaldo. “Os Alecrins no Canavial”. Em: Rubro Veio. 2 ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997. Ler até a pág.
432; o restante do texto é de leitura optativa.

F) Pecuária
Furtado, Celso. Formação.... Caps. 10 a 12.
Prado Jr., Caio. Formação do Brasil.... Cap. 10: “Pecuária”.

G) Mineração, manufatura
Furtado, Celso. Formação.... Caps. 13 a 15.
Prado Jr., Caio. Formação do Brasil.... Cap. 12: “Artes e Indústria”.

H) Final da Colônia, início do Império


Furtado, Celso. Formação.... Caps. 7, 16 , 17 e 19.

I) Brasil e Estados Unidos


Furtado, Celso. Formação.... Cap. 18.
Mueller, Bernardo. “Uma Análise Comparativa da Evolução Histórica do Sistema de Propriedade de Terras no Brasil e nos
Estados Unidos”. Brasília: Dep. de Economia da UnB. (Série Textos Didáticos).

J) Contraponto político: centralismo x poder local


Oliveira Viana. Populações Meridionais do Brasil. Vol.1. Rio: Paz e Terra, 1973. Caps. 11 e 12: “Os Grandes Caudilhos
Territoriais e a Anarquia Colonial” e “Organização da Ordem Legal”.

K) O sistema educacional: período colonial e império


Azevedo, Fernando de. A Cultura Brasileira; Introdução ao Estudo da Cultura no Brasil. 6ed. Brasília: Editora da Universidade
de Brasília, 1996. Parte terceira, cap.II: “As Origens das Instituições Escolares”
________. Ibid., cap. I: “O Sentido da Educação Colonial.” (Leitura optativa).

UNIDADE II – ECONOMIA CAFEEIRA

A) Café e a demanda por mão de obra


Furtado, Celso. Formação..., caps. 20 a 24.

B) A economia do escravismo
Versiani, Flávio R. “Entendendo a Escravidão”, cap. 4 do livro Muitos Escravos, Muitos Senhores; Escravidão Nordestina e
Gaúcha no Século XIX. Brasília: Editora da UnB, 2016.
“Tráfico para o Brasil” e “Tamanho de Plantéis” (tabelas).
Versiani, Flávio R. “Escravidão no Brasil: uma Análise Econômica” (“Brazilian Slavery: Toward an Economic Analysis”. Revista
Brasileira de Economia 48(4):463-478, dez. 1994., trad. Fábio S. de Oliveira). (Leitura optativa).

C) Aspectos do uso do trabalho escravizado


Lamounier, Maria L. “Agricultura e Mercado de Trabalho: Trabalhadores Brasileiros Livres nas Fazendas de Café e na Construção
de Ferrovias em São Paulo, 1850-1890”. Estudos Econômicos 37(2):353-372, abr./jun. 2007.
Gorender, Jacob. O Escravismo Colonial. S. Paulo: Ática, 1978. Caps. 20 e 22.
Versiani, Flávio R. “Os Escravos que Saint-Hilaire Viu.” História Econômica e Economia de Empresas 3(1):7-42, 2000. (Leitura
optativa).
________. “Escravidão ‘Suave’ no Brasil: Gilberto Freyre tinha Razão?.” Revista de Economia Política, vol. 27(2), nº 106:163-
183, abr./jun. 2007. (Leitura optativa).

D) Furtado e o mercado de trabalho – um sumário


Versiani, Flávio R. “Trabalho Livre, Trabalho Escravo, Trabalho Excedente: Mão-de-Obra na Formação Econômica Do Brasil”.
Em: Coelho, Francisco. S e Rui G. Granziera (orgs.). Celso Furtado e a Formação Econômica do Brasil; Edição
Comemorativa dos 50 Anos de Publicação (1959–2009). São Paulo: Ed. Atlas / Ordem dos Economistas do Brasil, 2009.

E) Difusão do café: consequências


Furtado, Celso. Formação.... Caps. 26, 28 e 29.
F) Café, câmbio, moeda
Franco, Gustavo H.B. “A Primeira Década Republicana”. Em: Marcelo P. Abreu (org.). A Ordem do Progresso. Rio de Janeiro:
Campus, 1990.
Oliveira, Mª Teresa R. e Mª Luiza F. Silva. “O Brasil no Padrão-Ouro; a Caixa de Conversão de1906-1914".
3

UNIDADE III - INDUSTRIALIZAÇÃO

A) Origens da indústria
Versiani, Flávio R. “Industrialização e Economia de Exportação: a Experiência Brasileira antes de 1914". Revista Brasileira de
Economia 34(1):3-40, jan./mar. 1980.
Dean, Warren. A Industrialização de São Paulo. S. Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1971. Cap. 2.

B) Década de 1920 e industrialização


Versiani, Flávio R. A Década de 20 na Industrialização Brasileira. Rio de Janeiro:, IPEA/INPES, 1987. Caps. 3, 4 e 5.

C) A crise do café e a política de “valorização”


Furtado, Celso. Formação.... Cap. 30.
Bacha, Edmar. “Política Brasileira do Café: uma Avaliação Centenária.” Em: Martins, Marcellino e E. Johnston (orgs.). 150 Anos
de Café. 2ed. Rio de Janeiro: Salamandra, 1992. Seção: “Primeiras Valorizações” (trecho).

D) Década de 1930: política cafeeira e efeitos sobre a indústria


Furtado, Celso. Formação.... Caps. 31 e 32

E) Industrialização e política industrial: um sumário


Versiani, Flávio R. e Wilson Suzigan. "O Processo de Industrialização no Brasil: uma Visão Geral." Brasília: Dep. de Economia
da UnB. (Série Textos Didáticos).
Versiani, Flávio R. “As Longas Raízes do Protecionismo: 1930 e as Relações entre Indústria e Governo.”
EconomiA , 13 (3b): 867–895, set/dez 2012. (Leitura optativa).

F) Política industrial pós-1930 – raízes conceituais e características


Furtado, Celso. Desenvolvimento e Subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. Cap. 3 (“O Processo Histórico
do Desenvolvimento”), seções: “A Técnica de Produção como Ponto Focal do Novo Sistema Econômico” e “Imanência
do Crescimento e da Instabilidade na Economia Industrial de Livre-Empresa”; cap. 6 (“Industrialização e Inflação”),
seções: “A Marcha para a Industrialização” e “Transferência dos Centros de Decisão”).
Villela, A. “Dos ‘Anos Dourados’ de JK à Crise Não Resolvida”. Em: Giambiagi, Fábio et al. (orgs.). Economia Brasileira
Contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

UNIDADE IV – PROBLEMAS E DILEMAS ATUAIS E SUAS RAÍZES HISTÓRICAS

A) Políticas para o setor rural


Mueller, Charles. “Agricultura, Desenvolvimento Agrário e o Governo Lula.” Revista de Política Agrícola 14(2), abr./jun. 2005.
“INCRA Quer Proibir...”. Estado de S. Paulo, 27/1/2008.
“Nostalgia Agrária”. Estado de S. Paulo., 15/1/2008.

B) Indústria e Governo
Bonelli, Regis. Ensaios sobre Política Econômica e Industrialização no Brasil. Rio de Janeiro: SENAI, 1995. Cap. 3.1: “Notas
para uma Agenda de Política Industrial”.
Lazzarini, Sérgio G. Capitalismo de Laços; os Donos do Brasil e suas Conexões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Cap. 3:
“Ligações Perigosas? O Entrelaçamento entre Capital Público e Capital Privado no Brasil”.
“Debate Expõe Divergência...”. Estado de S. Paulo, 25/6/2012.
“Resistência à Cultura de Inovação...”. Valor Econômico, 27/1/2012.
IEDI. “O Quadro Pouco Animador da Inovação no Brasil.” Carta IEDI nº 770, 27/1/2017.
Frischtak, Cláudio e Katharina Davies. “O ‘Ajuste’ Microeconômico: por uma Nova Política Industrial e de Inovação no Brasil.”
Em: Fórum Nacional. Plano Nacional de Desenvolvimento; A Hora e Vez do Brasil. Rio de Janeiro, 2010. (Leitura
optativa).

C) Políticas para o Nordeste: assistencialismo ou produção?


Gomes, Gustavo M. Velhas Secas em Novos Sertões; Continuidade e Mudanças na Economia do Semi-Árido e dos Cerrados
Nordestinos.” Brasília: IPEA, 2001. Caps. 5, 8 e 9.

D) Desigualdade e políticas para a educação


Ferreira, Sérgio F. e Fernando A. Veloso. “A Reforma da Educação”. Em: Pinheiro, A.C. & F. Giambiagi (orgs.). Rompendo o
Marasmo; a Retomada do Desenvolvimento no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
CRONOGRAMA

Nº de
Aula Data Tema
págs.
1 05/mar Segunda INTRODUÇÃO AO CURSO
2 07/mar Quarta Versiani, "O Economista como Historiador" / Carr, "A Sociedade e o Indivíduo" 23
4

3 12/mar S Prado, cap. 1: "Sentido..." / Prado, cap 3: "Povoamento Interior" 30


4 14/mar Q Furtado, caps. 1 a 6 27
5 19/mar S Furtado, caps. 8 e 9 13

Gonsalves de Mello, "Os Cristãos Novos..." / Cabral de Mello, “Os Alecrins....”


6 21/mar Q
(o trecho que nos interessa vai até a p. 432).
53

7 26/mar S Furtado, caps. 10 a 12 / Prado, cap. 10: "Pecuária” 41


8 28/mar Q Furtado, caps. 13 a 15 / Prado, cap. 12: "Artes e Indústrias” 22
9 02/abr S Furtado, caps. 7, 6, 17, 19 21
10 04/abr Q Furtado, cap. 18 / B. Mueller, "Uma Análise Comparativa....” 32
11 09/abr S 1ª PROVA
12 11/abr Q Oliveira Vianna 30
13 16/abr S Fernando Azevedo 40
14 18/abr Q Furtado, caps. 20 a 24 32

Versiani, “Entendendo a Escravidão.” / “Tráfico para o Brasil” e “Tamanho de


15 23/abr S
plantéis” (tabelas). Optativo: Versiani, “Escravidão .... uma Análise Econômica.”
24

Lamounier / Gorender, caps. 20 e 22. Optativos: Versiani, “Escravidão


16 25/abr Q
‘Suave’....” e “Os Escravos que Saint-Hilaire....”
50

17 02/mai Q Versiani, "Trabalho Livre..." 27


18 07/mai S Furtado, caps. 26, 28, 29 16
19 09/mai Q Franco, “A Primeira Década....” / Oliveira & Silva, “O Brasil no Padrão-Ouro....” 50
20 14/mai S 2ª PROVA
21 16/mai Q Versiani , “Industrialização....” / Dean 52
22 21/mai S Versiani, A Década .... 54
23 23/mai Q Furtado, cap. 30 / Bacha, “Primeiras Valorizações” (pp. 42-50). 18
24 28/mai S Furtado, caps. 31 e 32 15
25 30/mai Q Furtado, Desenvolvimento e Subdesenvolvimento / Villela 45
26 04/jun S Versiani & Suzigan, “O Processo…” Optativo: Versiani, “As Longas Raízes ....” 31
C. Mueller, “Agricultura, Desenvolvimento Agrário....” / “Incra quer proibir
27 06/jun Q
cana....” / “Nostalgia agrária”.
27

09/jun SÁBADO PROVA EXTRA


Bonelli, “Notas para uma Agenda....” / Lazzarini, “Ligações....” / “Debate
expõe divergência...” / “Resistência à cultura da inovação....” / "O Quadro Pouco
28 11/jun S
Animador da Inovação no Brasil - Sumário". Optativos: Frischtak & Davies;
51
restante de "O Quadro Pouco Inovador ..."
29 13/jun Q Gomes, Velhas Secas...., 5, 8 e 9 76
30 18/jun S Ferreira e Veloso, “ A Reforma da Educação” 22
31 20/jun Q Revisão
32 25/jun S 3ª PROVA 922

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