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Importante...
Não era apenas uma doutrina, um ensino, um catecismo; era um verdadeiro encontro, uma experiência de vida
que encantava, empolgava, apaixonava o catecúmeno, no amor a Deus e aos irmãos.
Se dá o nome de Iniciação Cristã, por que era o início de uma caminhada, um itinerário, com diversas etapas,
através das quais o catequizando adquiria maturidade, profundidade, transformação de sua vida, tornando-se
um cristão adulto, um verdadeiro discípulo missionário.
NÃO ESQUECER....
INICIAÇÃO CRISTÃ É O INÍCIO DE UM CAMINHO QUE LEVA A UM PROCESSO DE ENCONTRO COM CRISTO
ATRAVÉS DE UMA TRANSFORMAÇÃO PESSOAL, COMUNITÁRIA E SOCIAL.
A Iniciação, o caminho para entrar e viver a vida de batizado é a inserção na vida, morte e ressurreição de Jesus.
É inserir-se na Comunidade-Igreja pela prática da fé cristã. É participar como membro ativo da vida eclesial,
aprofundando o conhecimento, a celebração e a vivência da Palavra de Deus na interação fé e vida.
Passos DA INICIAÇÃO...
O processo de Iniciação Cristã passa por seis momentos específicos que envolvem toda a vida da pessoa:
O ENCONTRO
A CONVERSÃO
O DISCIPULADO
O ENGAJAMENTO NA COMUNIDADE
A CELEBRAÇÃO
A MISSÃO
Todos esses passos levam ao TESTEMUNHO.
A rigor falar de iniciação cristã propriamente dita só seria possível a partir de Jesus Cristo e das primeiras
comunidades, o que equivale a situar biblicamente a iniciação apenas na etapa final da revelação. No entanto é
possível identificar um processo iniciático em toda a história do povo de Deus.
Primeira etapa: de 1800 - 1300 a.c.: tempo dos patriarcas – origem do povo de Deus
Deus escolhe os Patriarcas e vai se revelando a eles como Deus único e verdadeiro. Aos poucos, o grupo dos
Patriarcas vai assimilando a fé e deixando de lado a idolatria.
Foi um período de iniciação para aprender a ser o Povo de Deus, acreditando no Deus único e verdadeiro que fez
uma aliança com os patriarcas.
Segunda etapa: de 1250 - 1210 a.c. – tempo de Moisés – a fundamentação do povo de Deus
Trata-se da experiência da libertação da escravidão para a liberdade, da escravidão da morte para a liberdade
da vida, saindo do Egito e entrando na Terra Prometida. Os grande introdutores deste processo foram Moisés e
Arão.
Foi um período de iniciação para aprender a fundamentar-se como Povo de Deus em torno da Aliança de Iahweh.
Terceira etapa de 1200 -1000 a.c.: tempo dos juízes – a primeira organização: as tribos
A organização configura-se numa forma de tribos, onde o poder era exercido por Deus e em nome de Deus
através das pessoas (os juízes). Tudo era planejado, decidido e encaminhado em forma de Assembléias feitas
desde os núcleos menores até os maiores.
Foi um período de iniciação para aprender a organizar-se em torno de Deus e em nome de Deus.
Quarta etapa de 1000-586 a.c: tempo dos reis – a segunda organização: a monarquia
O poder agora é centralizado no rei que deveriam reinar apenas em nome de Iahweh. Neste período surgem os
profetas, voz de Deus para conter o abuso dos reis.
São os profetas os verdadeiros introdutores da iniciação à continua fidelidade à aliança estabelecida por Iahweh.
Foi um período de iniciação para aprender a organizar-se como Povo de Deus em um regime com grandes perigos
de infidelidade em relação à aliança de Iahweh.
Quinta etapa de 586 – 538 a.c: tempo dos exilados a inspiração do povo de Deus
A infidelidade à Aliança no período monárquico levou o povo ao exílio babilônico.
O processo de iniciação consistiu em: 1º voltar à fonte da aliança com Abraão e Moisés; 2º assimilar as promessas
de Iahweh a respeito da terra, da posteridade e da benção; 3º interpretar a histórica de fidelidade de Deus e de
infidelidade do Povo de Deus; 4º reelaborar e assumir a Lei de Iahweh, o Decálogo; 5º criar uma tradição escrita
em vista da fidelidade à aliança de Iahweh.
Sexta etapa de 538 A.c. ao ano 0: tempo de Judeus – a legislação do povo de Deus
Na volta do exílio babilônico começa para o Povo de Deus um longo processo iniciático na legislação da Aliança.
A tentação de assimilar a cultura pagão desses povos era contínua, e acontecia paralelamente com a tentação
de criar um fechamento na compreensão e vivência de Povo de Deus e de criar um legalismo exagerado.
Foi um período de iniciação para aprender a normatizar a vivência da Aliança de Iahweh
Sétima etapa do ano 0 – 100 d.c: tempo dos cristãos – universalização do povo de Deus
Com a encarnação do Filho de Deus, a vinda de Jesus de Nazaré, começa a primeira, a fundamental e a grande
iniciação. Urge voltarmos a essa prática iniciática do cristianismo, para formarmos hoje discípulos missionários
de Jesus Cristo, ser Igreja cristã, sinal de salvação de todos.
O período cristão primitivo foi um período de iniciação para aprender a universalizar a salvação do Deus
Trindade.
KERIGMA
“A proposta que pode gerar mudança, desde que mude primeiramente quem anuncia.”
DO QUE SE FALA COM A PALAVRA “kERIGMA”?
O termo “kerigma” é uma derivação do verbo grego keryssein (pregar, proclamar, tornar conhecido) e designa,
já desde os primeiros dias do cristianismo, o núcleo central da “boa notícia” da salvação de Jesus Cristo. É o
primeiro anúncio do Evangelho, cuja essência é proclamar um grande acontecimento de salvação, até então
jamais pensado ou imaginado: que o homem Jesus de Nazaré é o Filho de Deus, que assumiu inteiramente a
carne humana, que abraçou a cruz, morreu e ressuscitou para a salvação de todos.
OBJETIVOS DO KERIGMA
Anunciar a Boa – Nova de Jesus Cristo;
Tornar presente em nossas vidas a salvação;
Levar a uma verdadeira e profunda experiência de Deus em nossas vidas.
PORTANTO...
O anúncio é o despertar da fé; o ensino é o viver da fé;
Kerigma não é instrução doutrinal de nenhum tipo, mas, sim, proclamação e anúncio testemunhal e ungido de
uma boa-nova, dada por pessoas já evangelizadas e que sejam verdadeiramente testemunhas ungidas.
CONTEÚDO DO KERIGMA
Cristo Crucificado e ressuscitado, força e sabedoria de Deus que transformar e salva a vida;
Tem um caráter imperioso e expansivo que não é possível sem uma profunda e contagiante experiência de Deus;
A experiência pascal suscita o envio de pessoas que reconhecem no Senhor ressuscitado a resposta plena às
suas necessidades e ao desejo infinito de vida.
“MOVIMENTO” DO kERIGMA...
Diante dessa realidade se faz necessário repensar a própria maneira de evangelizar, de anunciar Jesus Cristo e
sua mensagem. Os homens e mulheres estão sedentos e a Igreja se renova para oferecer ao mundo de hoje a
água pura e cristalina da salvação que nos vem em Jesus Cristo.
O kerigma é um anúncio envolvente e provocador. Pede uma resposta na qual se decide o rumo da vida do
ouvinte. Questiona a auto-suficiência humana e oferece a possibilidade de vida plena, pois de uma lado se
relativiza o poder deste mundo e do outro é dada uma resposta ao desejo de realização da pessoa.
A conseqüência prática da acolhida do kerigma se traduz no seguimento de Jesus.
Por meio do kerigma o próprio Senhor entra em diálogo vital com a liberdade das pessoas.
Acolher o kerigma significa abrir-se ao mistério de Cristo que vem ao encontro da pessoa como Senhor e
Salvador, reconhecendo somente a sua soberania. A adesão ao kerigma introduz o discípulo no Reino de Deus.
O QUE É MISTAGOGIA?
É uma palavra derivada da língua grega, que pode ser traduzida como: “a ação de guiar para dentro do mistério”.
A palavra mistagogia, num sentido mais amplo, significa também “iniciação”, introdução ao caminho que liga ao
mundo invisível, àquilo que está escondido, que se faz no silêncio, no interior de cada ser humano.
“A Palavra de Deus nos faz mergulhar no mistério de Deus, no mistério da vida, da história e de nós mesmos”.
“Ser iniciado é mergulhar no mistério”.
O QUE É MISTÉRIO?
“Palavra grega “Mystérion” usada no Novo Testamento para designar o Plano de Salvação que o Pai realizou
em Cristo Jesus.
Mistério é tudo o que a Igreja realiza para manifestar e realizar essa Salvação Divina ao longo da História,
sobretudo, os Sacramentos.
A Iniciação Cristã é sempre iniciação aos mistérios de Cristo Jesus e de sua Igreja, através sobretudo do exercício
da vida crista e da celebração dos sacramentos.
RELAÇÃO: kERIGMA-MISTAGOGIA...
O kerigma é a proclamação com poder e autoridade do ato de Cristo e de tudo o que significou a primeira vinda
(sua pessoa e obra, vida e ensino, morte e ressurreição, ascensão e senhorio, a descida do Espírito Santo e o
surgimento da Igreja.
A mistagogia é caminho para que se possa ir penetrando nesse mistério de Cristo. É preciso conhecê-lo para
amá-lo e querer ficar com ele.
CATEQUESE MISTAGÓGICA...
Na catequese mistagógica, mais do que ponto de chegada, os sacramentos passam a ser ponto de partida e de
crescimento na fé e da vivência cristã.
O catequista como guia passa a ser um mistagogo e pedagogo, tem a missão de estar envolvido numa
experiência fascinante com Cristo.
IMPORTANTE: o catequista deve sentir-se amado por Deus, transmitir o ensinamento, conduzir o catequizando
aos mistérios da fé e estar engajado na comunidade.
CAMINHOS DA MISTAGOGIA...
Linguagem adequada a cada grupo cultural sintonizada com as experiências de vida;
Sensibilidade pastoral, atenta, presente, acompanhando a comunidade e a sociedade em suas mudanças e
interpelações;
Priorizar o cristocentrismo centrado no Mistério Pascal;
Valorização dos ritos litúrgicos não apenas no sentido representativo simbólico.
Experimentar verdadeiramente a plenitude da vida através da Celebração Eucarística;
Destacar a iniciativa de Deus que vem, que convida, que se revela, que se entrega, que é misericordioso e amigo;
Tem como eixo norteador a Sagrada Escritura;
Conversão como exigência que norteia o caminho;
A oração do “Creio” é apresentada como sinal de identidade e adesão a Cristo e compromisso com a
comunidade;
Enfoque na dimensão missionária, profética e testemunhal que torna a pessoa discípulo e apóstolo no mundo;
Integração da dimensão contemplativa, levando a pessoa a assumir um caminho orante, passo a passo, sentindo
a grandeza do amor de Deus que é experimentado no mistério.
ESTRUTURA DO RICA
Introduções importantes: ‘A Iniciação Cristã.
Observações preliminares gerais’ e Introdução ao Rito da Iniciação Cristã de Adultos’.
Capítulos quase todos compostos por ritos.
Apêndice: ‘Rito de admissão na plena comunhão da Igreja católica das pessoas já batizadas validamente’
ESTRUTURA DO RICA
Cap. I: Ritos do Catecumenato em torno de suas etapas.
Cap. II: Rito simplificado para a Iniciação de adultos.
Cap. III: Rito abreviado de Iniciação de adultos em perigo ou artigo de morte.
Cap. IV: Preparação para a Confirmação e a Eucaristia de adultos que, batizados na infância, não receberam a
devida catequese.
Cap. V: Rito de iniciação de crianças em idade de catequese.
Cap. VI: Textos diversos na celebração da iniciação de adultos.
Cap. VII: Textos omitidos no ordenamento prático geral dos ritos de iniciação cristã de adultos.
Apêndice: Rito de admissão na plena comunhão da Igreja Católica das pessoas já batizadas validamente.
PROJETO DIOCESANO...
1º PASSO: estudo no CDP sobre a temática da Iniciação Cristã;
2º PASSO: estudo no CDP sobre a temática do RICA;
3º PASSO: concretização do Projeto de Catequese com Adultos;
2012: Formação nas paróquias (1º semestre) para que as lideranças tomem conhecimento de toda discussão
sobre Iniciação Cristã. Formação dos catequistas de adultos (2º semestre) estes catequistas serão indicados
pelos párocos e coordenações paroquiais.
CONCLUSÃO.
A Iniciação à Vida Cristã é um caminho gradual e contínuo envolvendo toda a Igreja no processo mistagógico da
alegre revelação dos mistérios da fé, levando a uma opção pessoal pelo encontro com a Pessoa de Jesus Cristo.
“Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber, tê-lo encontrado foi o melhor que
ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossas palavras e obras é nossa alegria” (DAp 29).
FONTES BIBLIOGRÁFICAS.
DOCUMENTO DE APARECIDA. Texto conclusivo da V Conferencia Geral do Episcopado Latino-Americano e do
Caribe. Edições CNBB. 2007.
DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA 2011-2015. Documentos da CNBB 94. Edições CNBB, 2011.
INICIAÇAO À VIDA CRISTÃ. Um processo de Inspiração Catecumenal. Estudos da CNBB 97. Edições CNBB, 2009.
DIRETÓRIO NACIONAL DA CATEQUESE. Publicações da CNBB 1, Edições CNBB, 2006.
RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS. 3 ed. Paulus, 2004.
REVISTA DE CATEQUESE. Centro Universitário Salesiano de São Paulo. Ano 33, N 129 – Jan/Mar 2010.
REVISTA DE CATEQUESE. Centro Universitário Salesiano de São Paulo. Ano 31, N 126 – Abr/Jun 2009.
CELAM. A CAMINHO DE UM NOVO PARADIGMA PARA A CATEQUESE. III Semana Latino-Americana de
Catequese. Edições CNBB, 2008.
PANAZZOLO, João. CAMINHOS DE INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS. Paulus, 2011.
BRANDES, Dom Orlando. DIMENSÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA, ARQUIDIOCESE DE LONDRINA. CARTILHA SOBRE
A INICIAÇÃO CRISTÃ. Texto Base, S/D.
ALMEIDA, Antônio José. ABC DA INICIAÇÃO CRISTA. Paulinas, 2010.
NERY, Irmão, FSC. CATEQUESE COM ADULTOS E CATECUMENATO. História e proposta. 4 ed. Paulus,2008.
CENTRO CATEQUÉTICO DIOCESANO. Diocese de Osasco. QUERIGMA E MISTAGOGIA. Paulus, 2011.