Altares, Tronqueiras e Assentamentos

Desenvolvido e Ministrado por Jorge Scritori

Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória

Altares, Tronqueiras e Assentamentos – EAD – Curso On Line

ALTAR E ALTARES
Apresentação:
O Curso de Altar e Altares faz parte do curso de Sacerdócio que é ministrado no Instituto Cultural
Sete Porteiras do Brasil (www.seteporteiras.org.br) . Tem por objetivo dar base e apoio ao sacerdote,
assim como ao leigo, no que diz respeito à montagem e a manutenção de Altares religiosos (terreiros) e
estruturas caseiras (oratórios).

Histórico:
Quando olhamos para um altar umbandista é possível enxergar varias correntes e influencias que
fazem parte do seu todo. Estas influencias são oriundas de sistemas religiosos que buscam um único
sentido: Representar a ligação com o Alto. Daí temo a ideia de Altar.
Em culturas mais antigas, determinadas civilizações já se utilizavam de mesas de rituais, para
oferendas e sacrifícios, como locais pré determinados para estas ritualísticas.
Com a influência católica adotamos o habito de elevarmos as nossas estruturas de poder. Pela
influência nagô yorubá, assim como a estrutura banto, mantivemos o uso do chão como base para as
liturgias práticas. Com o Kardecismo e outras estruturas como a Jurema de mesa ou catimbó, herdamos
o apoio (mesa) como referência de trabalho.
Tudo isso é visível dentro de um terreiro, por menor que seja a vontade do dirigente em relação a
estas correntes.

Altar de Terreiro
Função:
Um Altar representa a polaridade positiva de uma casa, serve como ponto de apoio, estruturação,
sustentação, magnetização e estabilização de encarnados e desencarnados. Funciona como um grande
canalizador das vibrações verticais de poder, canalizando-as na horizontal para todos aqueles que se
colocam de frente a ele.
Exemplo: toda vez que você visita um trabalho espiritual ou participa de um trabalho em terreiro,
seu chacra frontal recebe um pequeno cordão energético, que servira de ligação entre aquele dia e o
seu retorno a casa. Dentro de sete dias, caso você não volte à ligação se dilui. Mas ao voltar, você
continua sendo alimentado e energizado por aquela estrutura de poder que tem por função estabilizar
os seus corpos energéticos e campos espirituais.
Todos passam por este processo: consulentes, médiuns, dirigentes, todos! Daí a necessidade e o
pedido da parte espiritual para que tudo fique acesso e firmado.
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Isto também ocorre do lado espiritual, onde desencarnados são levados para o terreiro, para
tratamento e encaminhamento. Doce ilusão acreditar que o terreiro só funciona em dia de gira,
devemos ficar atentos a esta necessidade básica de nossas casas.

Preparação do Solo:
Ao iniciarmos o processo de montagem, temos em mente que um local para as atividades
espirituais já foi selecionado, sendo ele um salão ou uma sala.
Em algumas literaturas percebemos a preocupação em direcionar o altar para o norte, mas levando
em consideração que existem 3 tipos de norte: norte geográfico, norte magnético e norte quadricula.
Fica ai uma difícil tarefa, e muitas vezes em função da posição do imóvel, praticamente impossível
direcionar o altar para o norte.
Temos em mente que quando acionado e magnetizado, ele cria uma estrutura polarizada, sendo
assim, ali temos o norte religioso de nossos trabalhos.
Após a escolha do local do altar, o ambiente deve passar por uma mudança energética na qual
damos o nome de : Mudança de solo.
Em nossa aula prática em vídeo, vamos acompanhar com maiores detalhes esta passagem, fica aqui
registrado a oração que deve ser feita ao efetuarmos a mudança de Solo:

Oxalá,
Pelo seu poder co- criador e modelador do mundo, que o seu magnetismo aqui se estabeleça,
mudando este solo de profano para Sagrado, e a partir deste- momento o seu grande chamado ao
campo da fé se manifeste, trazendo aqueles que buscam alimento espiritual. Amem.

Esta mudança deve ser feita somente por pessoas que irão realizar trabalho de atendimento
coletivo (terreiro) lembrando que o Altar em questão, atende as necessidades do coletivo, sendo assim,
esta não é uma prática recomendada para atividades caseiras.
É importante lembrar que caso haja a necessidade de devolver ou abandonar o imóvel, o mesmo
procedimento deve ser feito, recolhendo a imantação, devolvendo o ambiente ao aspecto profano.
Em tempo: alguns Irmãos que já possuem casas abertas devem se perguntar: Mas eu não fiz isso,
devo fazer?
Não! Com certeza no dia da sua abertura ou inauguração, algum mentor ou guia riscou um ponto
para magnetização do solo com este mesmo principio, ou seja, esta feito!

Simetria:
Antes de entrarmos no quesito montagem, é necessário salientar alguns detalhes.
Já reparou que todo Altar tem um formato? Sim, é verdade! Esta simetria nos mostra o ponto ou a
forma de manifestação da força quando colocada na horizontal com o nosso campo. São altares
triangulares, em arco, em concha, pentagramas e hexa gramas. Cada um dando referência a um tipo de
portal. Geralmente a disposição simétrica do altar é definida por uma entidade da casa, e com o tempo
este formato pode mudar, sempre se adequando ao caminho e o crescimento que a casa esta fazendo.
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Em relação à estrutura utilizada, podem ser de prateleiras de madeira, alvenaria e as tradicionais

mesas. A base de certa forma não tem influência direta, mas também pode se somar ao conjunto de
elementos, quando por exemplo colocamos como base, estruturas minerais ou metálicas.

Montagem:
De acordo com a escola que se segue, cada um tem uma referência de montagem, desde a idéia
que Oxalá sempre vem em primeiro lugar e mais alto, como em alguns casos a coroa do dirigente serve
como referência geral do que vai ser colocado e onde vai ser colocado. Neste tópico de montagem
devemos pensar no conjunto de elementos como: imagens, pedras, ervas, quartinhas, ferramentas e
etc.
O posicionamento das imagens pode obedecer à estrutura da coroa, como temos também altares
onde não estão presentes todas as forças e também não encontramos todas as linhas. Isto se deve ao
fato do segmento que a casa tem, mas isto não pode ser usado como referência de força. Vamos
acompanhando nas filmagens a disposição e o entendimento da montagem.

Manutenção:
A manutenção de um altar, deve ser feita no mínimo semanalmente. Alem da limpeza básica e
higienização do local, devemos tem em mente que a troca de elementos por outros, trazem um aspecto
de harmonia e renovam a estrutura energética. Uma forma de criar um novo tipo de pensamento para o
Altar, é colocar de forma prática a disposição de elementos simples mas de grande eficácia. Um
exemplo perfeito é a colocação de água em várias qualidades em grandes recipientes: água de
cachoeira, água de chuva, água de mina, água do mar (prestando atenção na baixa da maré) água de
poço entre outras (água de cheiro também!).
Quando colocadas e firmadas, trazem purificação e limpeza ao Altar, alem de combater forças
nocivas que transitam pela casa. Devemos abandonar o hábito de tacar fogo em nossas demandas,
quando deveríamos esfriar e lavar algumas coisas...

Elementos de Apoio:
Como o Altar funciona em função da polaridade positiva do terreiro, dando amparo, sustentação e
estabilidade, devemos ter em mente que a variedade de elementos cria condições para um bom
trabalho por parte do Altar, criando condições de apoio a todos aqueles que se colocam de frente com
ele. Então vamos lá: pós, sementes, espadas, punhais, conchas, pedras, peles cruas, flores, brotos,
animais vivos (em alguns altares temos a presença de fontes com peixes, isto cria um campo aquático
muito poderoso, no meu caso, tenho uma serpente da família da Jibóia, que uma vez ao mês a coloco
para deslizar pelo altar, pedindo diluição dos excessos energéticos e presença de prosperidade e fartura
espiritual) pembas, setas, machadas, sinetas, plantas de terra e plantas de água (plantas de terra em
vasos e plantas de água e recipientes com águas).
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Dica:
Para fechar este capitulo em relação ao Altar de Terreiros, fica aqui uma dica de manutenção e
interação entre os médiuns, o dirigente e o Altar da Casa:
Uma vez ao ano, recolha todas as imagens do Altar, deixando cada uma à responsabilidade de um
filho da casa. Cada imagem deve ser levada ao seu respectivo ponto de força, banhada nas águas do
local ou com a bebida ritual do Orixá ou da Linha, colocada de frente ao ponto de força no solo com
uma oferenda no seu entorno, pedindo que ali se renovem as vibrações daquele poder, trazendo
benfeitorias espirituais a casa e os seus participantes.
Deixado por uns 30 minutos a imagem deve ser recolhida e coberta com um pano na cor da força,
para em seguida ser depositada novamente no Altar.
Isto traz interação entre os de casa, e dá um UP em nossos trabalhos...elementos são como pilhas
recarregáveis.

Altar Caseiro

Introdução:
A condição de um Altar caseiro muda radicalmente em relação ao Altar de um terreiro. O que
acontece no coletivo dentro de um templo se reduz ao individuo em sua residência, sendo assim, o Altar
em casa assume um perfil de oratório e um local reservado para meditação.
Nele depositaremos elementos de nossas crenças e valores, cuidando do nosso eu e do nosso intimo
espiritual.

Localização:
O processo de urbanização nas grandes cidades nos desafia cada vez mais, ao morarmos de forma
compactada, e antes, as grandes residências deram lugar a uma grande maioria de pequenas moradias.
Um apartamento para um casal já é bem difícil, com um filho mais ainda, o cachorro virou sonho de
consumo, um altar neste cenário se torna um caos.
Dentro deste contexto devemos sempre pensar bem na montagem de um local, por mais diminuto
que seja.

Individualidade e Respeito:
Além do espaço, lidamos com a diferença de crenças e valores que habitam uma casa. Pensar um
altar que invada o espaço do outro, que muitas vezes não compartilha a sua fé, pode ser uma roubada,
gerando brigas futuras que são desnecessárias.
Se você mora sozinho ou tem espaço reservado, melhor, caso contrario, contenha-se.
Para algumas pessoas manter a pequena estrutura no quarto onde se dorme, soa com normalidade,
lembrando que a longo prazo, há prejuízos a saúde respiratória em função da queima das velas que
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libera um tipo de fumaça que será inalada por no mínimo cinco horas de sono. Uma outra delicadeza é
encarar que o local onde você dorme, também tem relações sexuais e usa como descanso. Sem falso
moralismo, pois considero o sexo sagrado, mas para o seu parceiro ou parceira, pode ser um tanto
“brochante” no auge do ato dar de cara com a imagem do preto velho...
Devemos pensar de forma aberta em relação ao espaço, às pessoas e a localização, às vezes algo
pequeno e confortável é mais viável do que algo, que a longo prazo lhe trará problemas.

Modelos:
Podemos usar de pequenas mesas de canto, aparadores, prateleiras de parede e coluna de gesso,
seja como apoio ou como espaço de oração.
Na sua casa, monte o seu oratório com elementos que ecoem pelo seu intimo, algo personalizado
não só com a sua coroa, mas algo com o seu jeito. Podemos ter oratórios específicos:
Oratórios para Ciganos;
Oratórios para Caboclos e Preto velho;
Oratórios para Orixás;
Em aula filmada você vai poder acompanhar a disposição dos elementos e como usá-los ao seu
favor.