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(Sondagens, Fundações Rasas e Profundas


Cálculos de Blocos ou Sapatas Isoladas)
CONCRETO
ARMADO III
1° semestre 2017

Prof. Antônio Augusto G. Abreu


Faculdade Pitágoras

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FUNDAÇÕES:
• Conceito: São estruturas realizadas em obras com a
finalidade de transmitir as cargas de uma edificação
para uma camada resistente do solo.
As Fundações de Construção Civil são essenciais no
processo de construção de uma edificação, que
começa pela sondagem do terreno que ela será
erguida.

• Sondagem: Podemos considerar que seja o primeiro


“RX ou exame” da estratificação do solo, ao qual será
carregado com pesos de uma obra; para tal verifica-se
a real condição e tipo de solo, a capacidade de carga, e
o nível do lençol freático. Este diagnostico é
necessário para termos como projetar e definir a
Fundação ideal, e tem um custo mínimo perante ao
total da Obra.
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Ilustrações: Fundações de obras

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Ilustrações: Fundações de obras

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As Sondagens promovem condições essenciais de
interesse e verificação do solo, para o Projetista, local em
que a obra será implantada, e assim definimos os
principais:
• Tipos de solos por camadas, no subsolo, até a cota de
interesse e capacidade de carga admissível.
• Determinação da espessura das camadas que compõem
a estratificação do subsolo, tipos de solos (Argilosos,
arenosos, siltosos, etc.)
• Informação sobre a cota e existência do lençol freático.

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Sondagem SPT: “Standart Penetration Test “
A sondagem SPT foi regulamentada no Brasil pela ABNT
com a NBR 6484 - "Solo - Sondagens de Simples
Reconhecimento com SPT – Método de ensaio“

Ilustrações: Equipamentos de Sondagem SPT

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Ilustrações: Equipamentos de Sondagem SPT

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Os procedimentos do ensaio SPT são:
1. De acordo com as características do terreno e tipo de
obra, o Eng° determina a quantidade e a posição dos
pontos a serem sondados.

2. Em cada ponto monta-se um tripé com um conjunto de


roldanas e cordas, sendo a amostra à zero metro
coletada.

3. Na base do furo apoia-se o amostrador padrão acoplado


a hastes de perfuração.

4. Marca-se na haste, com giz, um segmento de 45 cm


dividido em trechos iguais de 15 cm. Ergue-se o peso
batente de 65 kg até a altura de 75 cm e deixa-se cair
em queda livre sobre a haste.
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5. Tal procedimento é repetido até que o amostrador
penetre 45 cm do solo. A soma do número de
golpes necessários para a penetração do amostrador
nos últimos 30 cm é o que dará o índice de
resistência do solo na profundidade ensaiada.

6. Nas operações seguintes de perfuração, intercaladas


às operações de amostragem, utiliza-se o trado
cavadeira ou o helicoidal até se atingir o nível d’água
ou até que o avanço seja inferior a 5 cm após 10
minutos de operação. Nestes casos e passa-se ao
método de perfuração por circulação de água
(lavagem).

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7. As amostras coletadas a cada metro são
acondicionadas, etiquetadas e enviadas ao
laboratório para análise táctil-visual do material por
geólogo especializado.

8. Na perfuração por lavagem utiliza-se um trépano


como ferramenta de escavação e a remoção do
material é feita pela bomba d’água motorizada.

9. O ensaio será interrompido quando já tiver atingido


o critério técnico adequado para aquela obra ou
atingir o impenetrável.

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10. O relatório final constará a planta do local da obra
com a posição das sondagens e o perfil individual de
cada sondagem e/ou seções do subsolo; indicando a
resistência do solo a cada metro perfurado, o tipo e
a espessura do material e a cota do lençol freático
encontrados durante a perfuração.

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Ilustrações: Tipo de Relatório de Sondagem SPT

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Ilustrações: Tipo de Relatório de Sondagem SPT

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Ilustrações: Tipo de Relatório de Sondagem SPT

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Ilustrações: Sondagens x Fundações de obras

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Ilustrações: Fundações de obras x Eficiência

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Ilustrações: Índices de Resistência do SPT X Tipo de Solo

Índices de resistência à penetração e respectivas designações

Solo Índice de Resistência á Penetração Designação

<= 4 Fofo

5 - 10 Pouco compacto

Areias e siltes arenosos 11 - 30 Medianamente compacto

31 - 50 Compacto

> 50 Muito compacto

<= 2 Muito mole

3-4 Mole

5-8 Média
Areias e siltes argilosos
9 - 15 Rija

16 - 30 Muito rija

> 30 dura

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Qual a Importância das Sondagens nas Fundações?

1. O que é a Sondagem Simples de Reconhecimento de Solo (SPT)?


RESP. = É um tipo de investigação do subsolo, bastante utilizado
na construção civil, também conhecido como Sondagem à
percussão, que tem como objetivo conhecer o tipo de terreno
(argila, areia, rocha e etc.), as camadas que constituem os solos,
suas resistências, nível do lençol freático e outras características
que permitirão definir e dimensionar o tipo de fundação mais
adequado da obra ou até mesmo, decidir pela necessidade de
estudos geológicos mais aprofundados.

2. Por que preciso fazer sondagem no terreno antes da construção?


RESP. = Para não depender do fator sorte e não colocar em risco a
qualidade da obra. Assim, uma das primeiras questões a ser
resolvida é o reconhecimento do subsolo, pois será este que
suportará a carga da obra projetada, independente de sua altura.

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3. Quais os problemas que podem ocorrer se não for feita a
sondagem do terreno?
• RESP. = Sem fazer a sondagem não se conhece o terreno do
ponto de vista da geológico, morfológico e de sustentação,
consequentemente a opção e adotação pelo tipo de
fundação e seu dimensionamento na obra de Construção
Civil não estarão corretos, gerando custos adicionais tanto
pelo superdimensionamento das fundações, como pelo
surgimento de problemas de difícil recuperação dos
insucessos ocasionados no subdimensionamento =
RECALQUES.

• ASSISTAM O VÍDEO: Sobre a sondagem SPT.


Ou outros no Yotube
https://www.youtube.com/watch?v=SRNbJx6ldv0

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Ilustrações: Sondagem SPT

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Tipos de Fundações:
1. Rasas:
São aquelas executadas em valas rasas, com profundidade máxima
de 3,0 m, devido ao solo bom, isto é, com capacidade de suporte
necessário ao carregamento da construção específica.

• Blocos: Os blocos são elementos de grande rigidez executados


em concreto simples ou ciclópico (portanto não armados),
dimensionados de modo que as tensões de tração neles
produzidas sejam absorvidas pelo próprio concreto.

• Sapatas: As sapatas, podem ser isoladas ou corridas, e ao


contrário dos blocos, são elementos de fundação executados em
concreto armado, de altura reduzida em relação às dimensões da
base e que se caracterizam principalmente por trabalhar a
flexão.

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Radiers:
• Os Radiers, são elementos de fundação contínuos em
só corpo de forma monolítica, podendo ser executado
em concreto armado, concreto protendido ou concreto
reforçado com fibras de aço. Trata-se de uma laje
única que recebe as cargas de todos os pilares de uma
construção ou sua carga em sua totalidade. Deve
resistir às cargas diferenciadas de cada pilar, além de
suportar eventuais pressões do lençol freático. O
consumo de concreto pode ser minimizado com uso da
protensão.

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Ilustrações: Radiers

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Ilustrações: Fundações de obras

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2. Profundas:
São aquelas com grande dimensão de comprimento, em relação as
dimensões da seção transversal, e que transferem a carga da
construção por meio do atrito lateral do elemento e da ponta ou
fuste, e são implantadas a profundidades acima de 3,0m.

a) Fabricadas e transportadas: (As principais mais utilizadas)


• Estacas de concreto armado – pré-moldadas
• Trilhos
• Madeira.

a) Moldadas “in situ”: (As principais mais utilizadas)


• Brocas
• Strauss
• Franki
• Hélice contínua
• Tipo Raiz
• Tubulões
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Ilustrações: Fundações de obras

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Ilustrações: Fundações de obras

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Ilustrações: Fundações Rasas e Profundas - tipos

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Ilustrações: Fundações – Tubulões e Sapata armada

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Classificação do Solo X Critérios para escolha do tipo de
Fundações:
O austríaco Terzaghi, também conhecido como o “Pai da
Mecânica dos Solos”, elaborou fórmulas, que relacionam
dimensões das fundações e cargas, com as características
do solo: coesão, resistência a esforços: compressivos e
cisalhantes, momentos, excentricidade do eixo da força
axial, etc.
1. Na concepção de um Projeto de Fundação, devemos
condicionar as cargas da estrutura para uma
resistência tal do solo, que não provoque ruptura.
2. Faz-se a Sondagem e verifica-se os tipos de camadas
dos solos conforme a profundidade, nível d´água =
lençol freático, e tomar ciência das vizinhanças e qual
tipo de fundações adotadas. 30
3. As sondagens e a quantidade de pontos
regulamentados por Norma conforme área de
terreno, devem ser previamente e criteriosamente
localizados, de acordo com a maior projeção de carga
da construção, e de maneira que “varre” o terreno
em questão para ter uma maior precisão de
resultados e simbolizar fielmente a estratificação do
solo.
4. De posse das Cargas da Estrutura da obra e da
Sondagem, passa-se a escolha técnica do tipo de
Fundação.
• Terreno Bom nas camadas superficiais = Fundação
Rasa
• Terreno ruim nas camadas superficiais = Fundação
profunda
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5. Verifica-se o nível d´água = “lençol freático”

• Se for muito alto, ou muito aflorado na superfície,


não se deve optar por Fundações moldadas “in locun”,
pelas dificuldades inerentes da execução com este
empecilho.

• Se for bem mais profundo que a camada de solo a ser


adotado como suporte da fundação profunda, abre-se
a condição de escolha da Fundação profunda,
podendo ser uma das classificações e tipos estudados,
visando sempre o melhor custo/benefício, como
também: Tipo de obra, Mobilidade no canteiro,
transporte, disponibilização no mercado, prazo de
obra/fabricação/in locun, etc.
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6. Em relação as construções existentes das vizinhanças
deve-se ter a preocupação com:
• O tipo da Estrutura das construções vizinhas as
interferências e principalmente prever as fragilidades,
perante a execução da nova Obra.
• Existência ou não de subsolo
• Existência ou não de subsolo
• Possíveis consequências de escavações e vibrações
ocasionados pela nova Obra.
• Danos Existentes = “Laudo Pericial” de todos os
imóveis interagidos e que tenham proximidade e
absorvam influências da nova Obra.

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7. Aspecto econômico: Custo por metro de fabricação ou
moldagem, frete, custo por metro de cravação, prazos
da obra, velocidade de execução do método em
comparação a outros.

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Valores da Pressão ou Tensão Admissível
NBR 6122 e 6502:
No caso de não haver dúvida nas características do solo,
conhecidas com segurança, como resultado da experiência
ou fruto de sondagens, pode-se considerar como Pressões
Admissíveis sobre o solo as indicadas na tabela abaixo.

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CÁLCULOS E DIMENSIONAMENTOS:
Sapatas:
Recapitulando o conceito de Sapatas:
“As sapatas, podem ser isoladas ou corridas, e ao
contrário dos blocos, são elementos de fundação
executados em concreto armado, de altura reduzida em
relação às dimensões da base e que se caracterizam
principalmente por trabalhar a flexão.”

• Sapatas Cêntricas: (Internas)


Os pilares que se situam no interior da área da estrutura
serão cêntricos, não havendo problemas de divisa.
As Sapatas cêntricas serão aquelas em que seu centro de
gravidade coincide com o centro de gravidade do pilar.
Sua adoção e uso é preferível, sendo possível, ao das
excêntricas, pois ficam mais econômicas.
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• Sapatas Excêntricas: (Ou de Divisas)
Quando a carga do pilar está fora do centro de inércia.
As sapatas excêntricas com carga razoável, isto é,
superiores a 20 a 25 t., irá exigir outro elemento estrutural
chamado: “VIGA DE EQUILÍBRIO”, ou também chamadas
de “VIGAS ALAVANCAS”, sendo que a excentricidade é
medida pela distância entre os centros de gravidade do
pilar e da área da sapata.

Fundações em Blocos:
Recapitulando temos novamente a definição de Blocos:
“Os blocos são elementos de grande rigidez executados
em concreto simples ou ciclópico (portanto não armados),
dimensionados de modo que as tensões de tração neles
produzidas sejam absorvidas pelo próprio concreto.”

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Ilustrações: Fundações Rasas: Blocos e Sapatas, Viga alavanca

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Sistemas de Unidades:
• Unidades de Força:

1 Kgf = 9,8 N >>>> 1 Kgf = 10N

• Unidades de Pressão:

1 Kgf / cm² = 10 N / cm²

1 N / mm² = 10 Kgf / cm²

1 N / m² = 1 Pa(Pascal)

10>6 Pa= 1 Mpa (MegaPascal)

10 Kgf / cm² = 1 N / mm² = 1 Mpa


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Cálculos e Dimensionamentos de Blocos:

tg α / α = Ʈs / Ʈt
s = Área da Base do Bloco
Ʈ adm = Tensão Adm. do
terreno

S = l² = 1,05 * P / Ʈ adm

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Relação de Incógnitas:
• Ʈs = Tensão aplicada ao solo pelo Bloco
• Ʈt = Tensão admissível de tração do concreto
• α = Ângulo da tensão do pilar ao bloco.
• B` , B = Dimensões do Bloco
• A, h = Área da base do Bloco, e Altura.
• a0, b0 = Dimensões do pilar
• pp = Peso próprio do Bloco
• P = Peso ou Carga total aplicada ao Pilar.

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Exemplo e Roteiro de Cálculos: Bloco diretamente sobre o solo
Dimensionar um Bloco de Fundação, confeccionado com concreto Fck = 15
Mpa, para suportar uma carga final de 1700 kN, aplicada por um pilar de
35 x 60 cm, e apoiado em solo com Tensão = 0,5 Mpa. Desprezar o peso
próprio do bloco.
1. Primeiro passo: Dimensiona-se a base do Bloco:
• Toma-se neste caso, o centro de gravidade da sapata coincide com o
centro de carga do pilar.
• A = P / Ʈs = 1700 / 500 = 3,4 m²
2. Pode-se adotar para os lados da base do bloco, por exemplo: 1,80 x
1,90. (Conferência: 3,4 = 1,8 x 1,9) OK!
• Sempre que possível, a relação entre os lados a e b , deverá menor ou
no máximo igual a 2,5.
3. Verifica-se as dimensões do Bloco conforme condições: P = 0,17 Kgf ou
P = 1,7 Mpa

• Ʈt ≤ - Fck / 25 = 15/25 = 0,6 Mpa Então: Ʈt = 0,6 Mpa.


- 0,8 Mpa - Opção pelo menor valor
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Ʈt = 0,6 Mpa.
Pelo Ábaco e Gráfico da pag. 30, tem que α = 60° (+-)
Ʈs = 0,5 Mpa.
4. Toma-se nos cálculos as dimensões do Bloco e pilar:
• a = 1,90m ; a0 = 0,60m
• b = 1,80m ; b0 = 0,35m
4. Calcula-se h. do Bloco
(1,90 - 0,60 / 2 ) * tg 60° = 1,13 m
• h≥ h ≥ (B – a) / 2
Adotado h = 1,25 m
(1,80 - 0,35 / 2) * tg 60° = 1,25 m

5. Pode-se adotar o Bloco escalonado, ou laterais de forma inclinada,


fazendo o ângulo de 60°. (Vide Desenho)

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Ilustrações: Detalhe da Planta do Bloco
• Sempre que possível deve-se escolher a e b de
maneira que os balanços do Bloco, em relação as
faces do pilar sejam iguais nas duas direções.

α=60°

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2. Cálculos de Blocos sobre 01 Estaca ou Tubulão:
2.1) Fixação das dimensões dos Blocos:

• Neste caso é dispensável a existência do Bloco, contudo


é seguro e recomendável projetar um Bloco para
envolver o contorno da estaca e do pilar. Portanto
tal Bloco serve para conter as pontas de ferros da base
do Pilar e propriamente da cabeça da “estaca”.

• O valor da altura do Bloco deve-se usar o valor do dobro


da maior saliência do Bloco em relação ao pilar e à
estaca.

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Ilustrações: Blocos sobre 01 Estaca/Tubulão

Pilar

d h
B
10

D
Estaca ou Tubulão 15 15

B Estaca ou Tubulão

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B ≥ D + 30 cm

Fixação das d≥ 0,75 * (B – D)

Dimensões: 0,75 * (B – a)

Ab = B * B ; (lmin. = 60 cm)

2.2) Cálculo da Força de Tração: (Z)


Onde:
D = Diâmetro da estaca
B = Largura do Bloco
a = Maior dimensão do pilar Z = 0,25 * N * ((B – b) / d)
b = Menor Largura do pilar
d = Altura útil do Bloco
h = Altura do Bloco
N = Carga do pilar
Z = Força de Tração
NOTA: Quando se tem h > B, substitui-se no denominador da
fórmula de Z; d por B. 47
• Cálculo de Armaduras: Estribos, pela fórmula abaixo.

AsH = 1,4 * Z / 2 * fyd (Estribos Horizontais)

AsV = ρmin. * Ac1


Ac1 = ɣN * ɣF * P / (0,85 Fcd) + (ρmin. * Ʈsd) (Estribos Verticais)
Ac1 = Área de concreto teoricamente necssária

• Verificação: Faz-se a verificação sobre a Tensão de tração do


concreto

Ʈt = Z /B*d Ʈt ≤ 1,5 Mpa ou 15 Kg/cm²


Onde:
B = dimensão da Sapata na direção normal
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Exercício de Fixação:
1) Calcular um bloco que recebe um pilar de 0,20 x 1,00m e
se apoia em 01 (uma) estaca de 0,50m de diâmetro,
sendo a carga atuante de 100 Tf, e o Bloco foi
previamente dimensionado: 1,00m x 1,00m e altura
0,80m. Utilizar Aço CA50-A, FCK=15,0 Mpa e c=5,0cm.
Ilustrações: Detalhes de Ferragem e montagem - Blocos

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3. Cálculo de Bloco sobre 02 Estacas:
Método das Bielas

Como procedimento de Cálculo, a NBR 6118 demonstra


preferência ao modelo de cálculo chamado “biela-
tirante” tridimensional, “por definir melhor a distribuição
de esforços pelos tirantes”, onde a biela é a
representação do concreto comprimido e o tirante as
armaduras tracionadas.

O método das bielas admite uma “Treliça Espacial”, como


modelo resistente, no interior do bloco, para blocos
sobre várias estacas, ou plana, para blocos sobre duas
estacas.

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Ilustrações: Detalhe das Bielas e Planta do Bloco

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Ilustrações: Detalhe “Planta dos Blocos (01 e 02 Estacas)

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3. Cálculo de Bloco sobre 02 Estacas:
Método das Bielas - continuação....

As forças atuantes nas barras comprimidas da treliça são


resistidas pelo concreto e as forças atuantes nas barras
tracionadas são resistidas pelas barras de aço
(armadura).

A principal incógnita é determinar as dimensões das


bielas comprimidas, resolvida com as propostas de
Blévot (1967).

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O Método das Bielas é recomendado quando:
a) O carregamento é quase centrado, comum em edifícios.
O método pode ser empregado para carregamento não
centrado, admitindo-se que todas as estacas estão com a
maior carga, o que tende a tornar o dimensionamento
antieconômico;
b) Todas as estacas estejam igualmente espaçadas do centro
do pilar.
O Método das Bielas é o método mais empregado, porque:
a) É um Método simplificado e tem amplo suporte
experimental = 116 ensaios de Blévot, entre outros;
b) Ampla tradição no Brasil e Europa;
c) Modelo de treliça é intuitivo.

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Roteiro de Cálculo: Bloco sobre 02 Estacas

Cálculo da Força de Tração:


• Equação de Equilibrio na direção dos Momentos

Nd/2 * (L/2 - b/2) = Zd * d

Cálculo de Momento e Força de Tração:

Md = Nd/2 * (L/2 - b/4)

Zd = Md / d

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Roteiro de Cálculo: Bloco sobre 02 Estacas

Nd

Nd/2 Nd/2

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Cálculo da Seção de Ferros - As: (Nas 02 direções)

As = Md / d * fyd

Verificação ao Cisalhamento: (Através da Tensão)

Ʈ wd = (Nd / 4) / (B` * d) ≤ 0,25 * fcd

45 Kg / cm²

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2. Exercício de Fixação: Bloco sobre 02 Estacas
Projetar um Bloco com 02 estacas distantes entre si de 2,0
m, e que recebe um pilar de b = 0,40m e Carga de 100 t.
Adotar h = 80cm, Diâmetro Estacas = 50cm, d = 70cm e
Aço CA-50A, Fck = 16,0 Mpa. Verificar dimensões pré-
adotadas
Ilustração: Detalhe de Armação de Blocos de 02 Estacas

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4. Cálculo de Bloco sobre 04 Estacas: (Método das Bielas)
a) Usando Armaduras no sentido “diagonal da estaca ao
centro do pilar”, temos: Onde X0 (Diagonal) é a distância
entre os centros da estaca e pilar.

Md = Nd/4 * X0 Zd = Md / d

As = Md / d * fyd

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Ilustrações: Bloco sobre 04 Estacas (Tipos de Armações)

Armação paralela às Faces Armação na Diagonal

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b) Usando Armaduras no sentido “Paralelas aos lados”
do Bloco ou pilar.
Esforços atuantes:

Md = Nd / 2 * (L / 2 - b / 4) Zd = Md / d

Armaduras nas 02 Direções a e b (Pilar)

As = Md / d * fyd

Verificação ao Cisalhamento: (Através da Tensão)

Ʈ wd = (Nd / 4) / (B` * d) ≤ 0,25 * fcd

45 Kg / cm²
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Exercício de Fixação: Bloco sobre 04 Estacas
3. Calcular e Projetar um Bloco com 04 estacas com
diâmetro de 50cm, para um pilar de 218 t de carga,
sendo 1,60m a distância entre as estacas e 50 cm o
diâmetro do pilar. Adotar h = 120cm, d = 110cm e Aço
CA-50A, Fck=16,0 Mpa, cobrimentos laterais = 10cm e
superior = 5cm. Detalhar com as 02 opções (Paralela e
na Diagonal).
4. Idem ao Exercício anterior, com dados: Bloco com 04
Estacas, com D = 40cm, para um Pilar com 285ton de
carga, distância entre estacas = 2,10m, Pilar quadrado
com a=b= 40cm. Adotar h = 1,50m, d`= 10cm, e Aço
CA50A, Fck=16,0 Mpa, cobrimentos idem.
Detalhamentos das 02 formas (Paralela e na Diagonal).
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CÁLCULO DE SAPATAS RÍGIDAS ISOLADAS SOBRE O SOLO:
• Como sabemos, não é possível transmitir as cargas dos
pilares diretamente ao terreno, pois as Tensões que
ocorreriam seriam grandes, podendo-se assim
transmitir recalques à estrutura do prédio, em função
de rupturas do solo.

• Lembrando que, o solo em profundidades próximas ao


nível do “greide” ou de implantação e uso da obra
(Profundidade até 3,0m), e se tal solo for bastante
resistente, concluímos que poderemos apoiar a sapata
diretamente no mesmo, daí chamamos de “Fundações
Rasas”.

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Sapatas Rígidas: Segundo a NBR 6118/2014, serão
utilizadas quando ocorrer a seguinte condição:
• h > (A – a)/3, nas duas direções
• h ≤ (A – a)/3 : Ao contrário serão consideradas “Sapatas
Flexíveis” que são de uso mais raro, sendo mais
utilizadas em fundações sujeitas a pequenas cargas.
Outro fator que determina a escolha por sapatas
flexíveis é a resistência do solo. ANDRADE (1989)
sugere a utilização de sapatas flexíveis para solos com
pressão admissível abaixo de 150kN/m2 (0,15MPa).

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Sapatas Rígidas: Detalhes Típicos
P
a ou b
Ca

T T

A ou B

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Sapatas Isoladas e Rígidas: Dimensionamento geométrico
e fórmulas - Método das Bielas

Asap. = P / Ꚍadm.(solo) A–a/4


d≥ B–b/4
ho ≥ 20 cm 1,44 * ѴP /( 0,85*Fck/1,96)

h/3 h ≥ lb pilar (*)

Ca = A – a /2 h > (A – a) / 3
Cb = B – b /2
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Sapatas Rígidas: Cálculos de Armaduras – Método das
Bielas
Cargas na base, lado a e b (Pilar) Armaduras paralelas lado a e b (Pilar)

Tx = P * (A – a) /8*d Asx = ɣN * ɣF *Tx /fyk

Ty = P * (B – b) /8*d Asy = ɣN * ɣF *Ty /fyk

Armadura Mínima

ɣN = 1,20
Asmin ≥ 0,10 * h
φ 10mm - c25cm ɣF = 1,40

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Sapatas Rígidas: Cálculos de Armaduras – Método das
Bielas
Notas:
1. A NBR 6118/2014 prescreve que a altura da Sapata seja suficiente
para permitir a ancoragem da armadura do arranque do pilar,
considerando o efeito da compressão transversal às barras.
2. (*) Caso a altura fique muito grande, devido a ancoragem das
barras do arranque do pilar, somente poderemos considerar no
cálculo, para efeito de armadura, a seguinte expressão abaixo para
Verificação de h. da sapata.
3. Perante a Mecânica dos Solos, temos de ter a segurança de que a
Área da Sapata deve ser suficientemente grande, para que a Tensão
(Ꚍsap. = P / Asap. ) não exceda a Tensão Admissível do Solo (Ꚍadm.).

4. A forma e Armadura das Sapatas deverão ser adotadas, projetadas


e calculadas, de forma que não ocorra o puncionamento da peça,
isto é o Pilar “furar a sapata”
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Exercícios de Fixação: Sapatas Rígidas – Método das Bielas
5. Projetar e calcular uma sapata isolada quadrada, com
lado pré-adotado igual a 1,30m, e que serve de apoio a
um pilar, também quadrado, com dimensão igual a 45cm,
e carga de 1000 KN, Tadm. Solo = 0,6 Mpa. Adotar aço
CA 50A, Fck = 15 Mpa, e cobrimento igual a 5cm.

6. Idem ao Exercício anterior, com os seguintes dados:


• Pré-adoção dos Lados da Sapata Retangular = 2,00 e 1,50m
• Pilar = 30 x 50cm
• Carga aplicada de 1500KN, Tadm solo=0,6 Mpa.
• Adotar Aço CA 50A, Fck = 20 Mpa e cobrimento = 5cm.

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Sapatas Corridas: Método das Bielas
Quando a Sapata é flexível, ou seja α ≤ 45°, podemos
adotar e projetar a estrutura como peças em balanço
invertidos e carregados pela pressão do terreno.
Esforço Atuante e Dimensão de “d”:

T = P * (B – bo) / 8 * d
Armaduras:
(B – bo)/4 As = ɣN * ɣF * T / fyk
d≥
1,44*ѴP/(0,85*Fck/1,96)

Onde: ɣN = 1,20
T = Tensões aplicadas na base da Sapata
P = Carga aplicada pelo Pilar à Sapata ɣF = 1,40
B = Largura da Sapata
bo = Largura do Pilar (corrido)
d = Altura útil da sapata 70
AÇOS CLASSE A:

AÇO Fyk (Kgf/cm²) fyd = fyk / ys Eyd = fyd / Es


%

CA –25 (LISO) 2500 2174 1,035

CA – 32 (LISO) 3200 2782 1,325

CA - 40A 4000 3478 1,656

CA – 50A 5000 4348 2,070

CA – 60A 6000 5217 2,484

AÇOS CLASSE B:

AÇO Fyk (Kgf/cm²) fyd = fyk / ys Eyd = fyd / Es


%

CA – 40B 4000 3478 3,656

CA – 50B 5000 4348 4,070

CA – 60B 6000 5217 4,484

71
Tabela de Escoamento de Aço fyd e Tsd.: (ɣs=1,15)
AÇO fyk (Mpa) fyd (Mpa) ƹyd (%0) Ʈsd (Mpa)
CA-25 250 217,4 1,035 217,4

CA-32 320 278,3 1,325 278,3

CA-40A 400 347,8 1,656 347,8

CA-50A 500 434,8 2,070 420,0

CA-60A 600 521,7 2,484 420,0

CA-40B 400 347,8 3,656 304,6

CA-50B 500 434,8 4,070 364,1

CA-60B 600 521,7 4,484 397,9

Ʈsd = Es * ƹs(2% ) 0
Es = 2,1 x 10>5
fyd =fyk / 1,15
Ƹyd = fyd / Es
72
73
Tabela de Aços / bitolas: N° 01

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Bibliografias:
1) FUSCO, Péricles Brasiliense. Estruturas de Concreto. 1ª ed. Rio de
Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 1981, v.1.
2) X. ADÃO, Francisco; HEMERLY, Adriano C. (orgs.). Concreto Armado
novo Milênio : Cálculo Prático e Econômico. 2ª ed. São Paulo:
Interciência, 2010.
3) BOTELHO, Manoel H. C.; MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto
Armado Eu Te Amo. 7ª ed. : Edgard Blücher, 2010, v.1.
4) BOTELHO, Manoel H. C.; MAECHETTI, Osvaldemar. Concreto
Armado Eu Te Amo. 3ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2007, v.2.
5) ROCHA, Aderson Moreira; Concreto Armado, 17ª Edição, v.3
6) BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos, Dimensionamento de Vigas de
Concreto Armado à Força Cortante, Apostila UNESP, 08/2015

FIM

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