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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS


CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITACOATIARA
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

ITACOATIARA – AM
ABRIL/2010
1

EMILY GENTIL VINHOTE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Relatório de estágio supervisionado


apresentado à Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA) na Disciplina de
Estágio em Engenharia Florestal,
supervisionada pelo professor Roberval
Monteiro Bezerra de Lima, Dr.

ITACOATIARA – AM.
ABRIL/2010
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÁO DO ESTAGIÁRIO .................................................. 5

2 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ................................... 5


2.1 HISTÓRICO ................................................................................................................ 5

3 PROGRAMA DE ESTÁGIO ........................................................................................ 6


3.1 INFORMAÇÕES GERAIS ........................................................................................ 6
3.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO ...................................................................................... 6
3.2.1 Geral .......................................................................................................................... 6
3.2.2 Específicos ................................................................................................................. 6

4 ATIVIDADES PROPOSTAS PELA EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA


AGROPECUÁRIA (EMBRAPA ) EM PARCERIA COM A FAZENDA ARUANÃ 6
4.1 QUANTIFICAÇÃO DE BIOMASSAS SUBTERRÂNEA ...................................... 7
4.1.1 Biomassa .............................................................................................................. 7
4.1.2 Biomassa subterrânea .............................................................................................. 8
4.1.3 Biomassa total ........................................................................................................... 8
4.2 METODOLOGIA ....................................................................................................... 8

5 DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES DIÁRIAS ........................................... 9


5.1 RETIRADA DAS RAÍZES......................................................................................... 9
5.2 CLASSIFICAÇÃO E MENSURAÇÃO .................................................................. 10
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6 OBSERVAÇÕES.......................................................................................................... 11

CONCLUSÃO ................................................................................................................. 13

OBRAS CONSULTADAS .............................................................................................. 14


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INTRODUÇÃO

As florestas, principalmente as pertencentes à região Amazônica, têm recebido


durante os últimos anos, crescente atenção no que se refere ao seu grande potencial para
contribuição com a redução do “efeito estufa”, por meio de sua capacidade de captar e
armazenar grandes quantidades de carbono durante o processo natural de produção de
biomassa. A expansão da cobertura florestal global apresenta-se como uma possibilidade para
aumentar o estoque de carbono terrestre armazenado e diminuir o crescimento da
concentração de gás carbônico na atmosfera (HOSOKAWA et al., 1998). Nesse contexto
muitas espécies amazônicas tem sido estudadas em busca de descobrir seu potencial de
acúmulo de biomassa, entre essas espécies estudadas a castanheira-do-brasil (Bertholletia
excelsa Kunt.) está entre as mais indicadas para formação de florestas para captação de gás
carbônico e formação de biomassa.
A castanheira-do-brasil Ocorre em toda a região amazônica, incluindo os estados de
Rondônia, Acre, Amazonas, Pará e norte dos Estados de Goiás e Mato Grosso. Habita matas
de terra firme, quase sempre em locais de difícil acesso com dispersão natural abrangendo
desde o Alto Orinoco (5° de latitude norte) até o Alto Beni (14° de latitude sul). No entanto,
as formações mais compactas ocorrem no Brasil (LORENZI, 2000). A castanheira-do-brasil
representa a única espécie existente no gênero Bertholletia e embora exista uma considerável
variação no tamanho, forma e número de sementes por fruto (MORI; PRANCE, 1990).
A biomassa vegetal pode ser estimada, separadamente, considerando os seguintes
componentes: (1) biomassa acima do nível do solo, que inclui tronco, galhos grossos e finos,
casca, flores, frutos e folhas; (2) a biomassa abaixo do solo ou biomassa de raízes maiores do
que 2 mm em diâmetro de base e (3) biomassa de matéria morta ou necromassa, sejam em pé
ou no solo. Usando os teores de água e carbono, a biomassa florestal pode ser transformada
em carbono da vegetação, que é a principal variável considerada no jargão de mudanças
globais.
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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO

Nome: Emily Gentil Vinhote


Curso: Engenharia florestal
Numero de Matricula: 0525020016
Supervisor Institucional (EMBRAPA-AM): Dr. Roberval Monteiro Bezerra de Lima

2 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Nome: Agropecuária Aruanã S.A.


Endereço e localização: O estudo foi realizado na Fazenda Aruanã, cuja localização está às
margens da rodovia Torquato Tapajós, AM-010, Km 215, Município de Itacoatiara, tendo
como coordenadas geográficas 03°00’29” latitude Sul e longitude a 58°49’53” a Oeste de
Greenwich.

2.1 HISTÓRICO

Constituída em 1970 a empresa iniciou suas atividades em Itacoatiara no mesmo ano


implantando a Fazenda Aruanã na Rodovia Manaus Itacoatiara km 232 (depois reduzido para
215 com o asfaltamento), em uma área de 12.000 hectares adquirida de particulares.
Sua atividade é ininterrupta até hoje, tendo implantado em 32 anos a maior Fazenda
Ecológica da Amazônia, com mão de obra local, onde hoje trabalham pais, filhos e netos,
estes últimos nascidos na própria Fazenda.
Os empregados são residentes no núcleo habitacional, em casas com água corrente e
luz elétrica, próprias. Há uma escola primária, área de lazer e capela, utilizados pela
comunidade residente e vizinhos.
Seus trabalhos são realizados sob a supervisão de engenheiro agrônomo residente e
em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, Secretaria da Produção Estadual, Municipal,
Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas - IPAAM, Universidade do Estado do
Amazonas - UEA e Universidade de São Paulo - USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz).
Por serem desenvolvidos diversos estudos na Fazenda, esta recebe visitas de
instituições locais, estaduais, de outros estados da Federação e do exterior.
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É sede de inúmeros experimentos desenvolvidos pela EMBRAPA, INPA, bem como


de diversas teses de doutoramento.Sua maior especialidade é o cultivo da Castanheira-do-
brasil e da Pupunheira para palmito (INPA, 2009).

Supervisor no Local de Estágio: Engenheiro Florestal Roberval Monteiro Bezerra de Lima,


Dr. - Gerente de Projetos Especiais e Infra-Estrutura.

3 PROGRAMA DE ESTÁGIO

3.1 INFORMAÇÕES GERAIS

Período de Estágio: 6 meses


Data de início: 15 de setembro de 2009
Data de término: 15 de Março de 2010
Carga horária semanal no local de estágio: 30 horas
Turno: Diurno
Dias da semana: segunda a sábado
Carga horária total: 720 horas

3.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO

3.2.1 Geral

 Estimar a biomassa subterrânea em um plantio homogêneo de castanha-do-brasil


(Bertholletia excelsa Kunt.), localizado na Fazenda Aruanã, no município de Itacoatiara
no Amazonas.

3.2.2 Específicos

 Determinar o percentual de biomassa seca existente nos componentes estudados


(toco, raiz pivotante, raízes grossas, raízes médias e raízes finas);
 Quantificar a distribuição da biomassa nos compartimentos subterrâneos e aéreos.

4 ATIVIDADES PROPOSTAS PELA EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA


AGROPECUÁRIA (EMBRAPA ) EM PARCERIA COM A FAZENDA ARUANÃ

• Coleta e tratamento dados para construção do trabalho de conclusão de curso titulado


como Estimativa da biomassa total em plantios homogêneos de Castanha-do-brasil
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(Bertholletia excelsa Kunt.), na Amazônia central, submetido por Emily Gentil


Vinhote como parte para obtenção do grau de Engenheiro Florestal da Universidade
do Estado do Amazonas - UEA.
• Inventário do plantio experimental de Castanha-do-brasil, submetido a diferentes
condições de espaçamento com o objetivo de avaliar o espaçamento ótimo entre
plantas para produção de biomassa;
• Instalação de um experimento que tem como objetivo Avaliar o comportamento da
espécie Castanha-do-brasil submetida à adubação superficial com diferentes doses de
fósforo, com e sem a presença de Calcário.

4.1 QUANTIFICAÇÃO DE BIOMASSAS SUBTERRÂNEA

4.1.1 Biomassa
Entende-se por biomassa o peso de matéria orgânica seca por unidade de área. Para
90 % da biomassa da terra encontra-se nos ecossistemas florestais, os quais ocupam
aproximadamente 40 % da superfície terrestre e a sua acumulação difere de acordo com o
local onde são tomadas as amostras, cujas diferenças são atribuídas às condições ambientais
(SCHUMACHER, 1996).
Outra definição importante para o termo biomassa é descrito como sendo a
quantidade de material vegetal contida por unidade de área numa floresta e expressa em
unidade de massa. Em geral, os componentes utilizados na medição da biomassa são;
biomassa vertical acima do solo, composição das árvores e arbustos, composição da
serrapilheira e troncos caídos (fitomassa morta acima do solo) e composição de raízes
(biomassa abaixo do solo). A biomassa média por hectare varia entre os tipos florestais e
dentro de um mesmo tipo de floresta (TEIXEIRA, 2003).
A produção de biomassa é influenciada diretamente pelos fatores que influenciam na
fotossíntese e na respiração. Estes fatores estão relacionados com a luz, temperatura, umidade
e disponibilidade de nutrientes do solo, teor de carbono no ar, doenças e pragas e ainda fatores
fisiológicos internos da planta como idade, estrutura e disposição das folhas, teor de clorofila,
acúmulo de carboidratos e distribuição e comportamento dos estômatos (KRAMER; et al.,
1972).
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4.1.2 Biomassa subterrânea


Alguns autores classificam o termo biomassa subterrânea como matéria orgânica
armazenada sob o solo da floresta, tratando-se principalmente das raízes das árvores presentes
em um determinado ecossistema, pois especifica o valor numérico dos componentes
radiculares presentes, além de ser fundamental nos estudos de ciclagem de nutrientes,
absorção e armazenamento de energia solar e também possibilita tirar conclusões para uma
exploração racional dos ecossistemas (TEIXEIRA, 2003).
A biomassa abaixo da superfície do solo tem grande importância para a manutenção
do equilíbrio do ciclo biogeoquímico, uma vez que as plantas absorvem os nutrientes do
solo, produzem biomassa e a devolvem posteriormente ao solo em forma de
serapilheira, sendo mineralizada e novamente os nutrientes são absorvidos pelas raízes
(SCHUMACHER; et al.,2003).
O termo biomassa florestal subterrânea significa toda a biomassa existente sob o solo
da floresta ou apenas na sua fração arbórea, e, em se tratando de biomassa de origem vegetal,
vem sendo empregado o termo fitomassa subterrânea (KRAMER; KOSLOWSKI, 1972).
A biomassa subterrânea pode ser expressa por massa verde ou massa seca. A massa
verde refere-se ao material fresco amostrado, contendo uma proporção variável de água. A
massa seca refere-se à massa de uma árvore, de um arbusto ou seus componentes, sendo
obtido após a secagem do material em estufa. A massa seca é a expressão preferida da massa
em trabalhos com cic1agem de nutrientes, em função da garantia da consistência dos
resultados e da sua relação direta com o potencial de energia (CALDEIRA,1998).

4.1.3 Biomassa total


A biomassa total é a soma da biomassa das várias componentes da árvore. A
avaliação da biomassa de uma árvore, total e por componentes, é, hoje em dia, de extrema
importância para a análise da sustentabilidade da gestão florestal, uma vez que é a base para o
cálculo de stocks e balanços de carbono, assim como de balanços de nutrientes (CAMPOS,
1991).

4.2 METODOLOGIA

A metodologia aplicada na coleta de dados para elaboração deste trabalho consistiu


na remoção de 24 raízes, classificadas em toco, pivotante e secundárias, estas divididas em 3
classes. As com o diâmetro maior que 2 centímetros classificadas como grossas, as com o
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diâmetro entre 0,6 e 1,9 centímetros. Após a classificação determinou-se o peso verde total e
amostral com 3 amostras por compartimento. A secagem destas amostras foi conduzida em
estufa com circulação de ar forçado por 48 horas a temperatura de 102 ± 3 °C. Em seguida
realizou-se a pesagem para determinação do peso seco ou biomassa que foi utilizado no ajuste
das equações. Escolhida a melhor equação, determinou-se a biomassa das 24 raízes e
extrapolou-se o total para as 800 árvores, tendo assim a biomassa subterrânea total do plantio.

5 DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES DIÁRIAS

5.1 RETIRADA DAS RAÍZES

Depois a localização das raízes dentro dos blocos e dos tratamentos era feito uma
limpeza ao redor dos tocos a serem retirados, buscando melhorara a segurança durante as
atividades de escavação.
Em seguida demarcava-se, com o auxilio de uma trena, uma área de 2 m x 2 m
distribuídas igualmente para ambos os lados a partir do toco como referencia do centro, ou
seja, o toco sempre ficava a distância de um metro da borda de qualquer que fosse o lado. As
dimensões da cova foram planejadas em função do espaçamento entre os indivíduos do
plantio (1,5 x 2,5 m).
Dentro da área de 4 m2 demarcada anteriormente estabeleceu-se uma profundidade
mínima para as covas e 2 m. O início do processo de escavação se dava com a utilização de
ferramentas manuais com picareto e enxadas. Toda terra removida era retirada com uma pá e
colocados na borda da cova, para facilitar a posterior devolução do local de onde estava sendo
retirada.
As raízes finas, menores que dois centímetros de diâmetro, devido à facilidade com
que se rompiam eram coletadas durante a retirada da terra, onde a grande maioria delas ainda
estavam aderidas. Já as raízes mais grossas, maiores que dois centímetros de diâmetro, eram
desmembradas do restante do toco com o auxílio de motosserra, machado ou de facões, e
posteriormente recolhidas.
Quando a raiz apresentava profundidade superior a 2 m utilizava-se o boca-de-lobo
para escavar um furo paralelo as raízes buscando diminuir o contato com solo, facilitar a
remoção e retirar o maior comprimento possível das raízes. Em seguida a raiz era amarrada a
uma peça de madeira que servia como alavanca movida a tração humana. Com esse
procedimento todas as raízes foram arrancadas de forma completa do solo. Em seguida foi
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feito uma limpeza na cova para coletar fragmentos das raízes que ainda estavam aderidas ao
solo.
Segundo a metodologia estabelecida para execução do trabalho as raízes que se
estendiam por uma distância maior que 2 m não foram coletadas, devido ao risco destas
pertencerem a outras árvores vizinhas e acabar por superestimar os valores de biomassa
acumuladas nas raízes secundárias.
As covas resultantes da retirada das raízes foram fechadas com a terra que se
acumulou nas bordas durante as etapas anteriores. E em cada cova fechada foi fixado um toco
que recebeu uma identificação referente ao número que a árvore ocupava no tratamento.

5.2 CLASSIFICAÇÃO E MENSURAÇÃO

Na sede da fazenda, com o auxílio de uma suta (paquímetro florestal) as raízes


secundárias foram classificadas em três classes diamétricas conforme é mostrado (tabela 1):

Tabela 1
Classificação das raízes secundárias
Classe Diâmetro inf (cm) diâmetro sup (cm)
R. grossas 2 >2
R. médias 0.6 1.9
R. finas < 0.5 0.5

Também na sede da fazenda, utilizando um motosserra, toco que é parte pertencente


da biomassa aérea foi desmembrado da raiz pivotante para que não venha a distorcer os
resultados do trabalho.

Classificadas as raízes, separou-se 13 fragmentos como amostras, sendo que três


foram de raízes finas, três de raízes médias, três de raízes grossas, um disco do toco e 3 discos
da pivotante, sendo que o primeiro no início (0 %), o segundo no meio (50 %) e o terceiro nos
últimos 30 centímetros (30 Cm), conforme ilustrado na figura 5. Em seguida estas amostras
foram submetidas a pesagem em balança de precisão para determinação do seu peso úmido e
armazenadas em sacos de papel identificados com o número do bloco, número do tratamento,
número da árvore, seguimento amostrado, número da amostra e peso verde.
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6 OBSERVAÇÕES

Tabela 2
Distribuição geral de biomassa nos compartimentos aéreos e subterrâneos (kg)
Fuste Raiz Ponteira Folhas Galhos verdes Galhos secos
126,616 35,563 2,313 12,461 33,273 2,192

A tabela (2) mostra o valor geral dos componentes aéreos e sistema radicular obtidos
por do cálculo da média dos 24 indivíduos amostrados de quatro classes diamétricas
diferentes de um plantio homogêneo, na Fazenda Aruanã.

Galhos Secos
Galhos Verdes 1%
16%
Folhas
6%

Ponteira
1%

Raiz Fuste
17% 59%

Figura 10: Média geral da biomassa por compartimentos

A análise gráfica dos valores percentuais pode-se afirmar que a média geral
componentes fica em torno de 59 % da biomassa total acumulada no fuste, 17 % encontra
acumulada nas raízes acumulada nos galhos verdes, 6 % acumulada nas folhas, 1 % na
ponteira e 1 % nos galhos secos. Observou-se que o percentual de raiz e bastante
representativo com relação a parte aérea da árvore,resultado este, bastante próximo do obtido
por Watzlawick et al., (2003), estudando um plantio homogêneo da espécie Araucaria
angustifólia com 30 anos de idade, que atingiu um valor médio de 15,09 % de biomassa
radicular.Silva (2007) estudando a biomassa total viva em floresta primária chegou a
conclusão de que os valores percentuais de biomassa subterrânea variam entre o limite
mínimo de 19 % e limite máximo de 32 %, ao nível de confiança de 95 %.
Os numerosos trabalhos referentes à biomassa subterrânea publicados demonstram
que existem muitas variações em torno do valor percentual de biomassa subterrânea, em
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diferentes plantios sujeitos a diferentes condições de solo, espaçamentos, que culminam em


oportunidades diferentes de desenvolvimento. Ressaltando a importância que a metodologia
de execução desses trabalhos exerce no valor final estimado, por tanto é muito difícil de
encontrar um valor percentual padrão aplicável a todas as condições. A deficiência desta
informação dificulta a determinação precisa do balanço do carbono em um ecossistema
florestal. Desta forma, é imprescindível que mais estudos sejam feitos no sentido de elucidar a
porção representada pela biomassa e pelo carbono, fixado pelos diferentes tipos de floresta
(REIS et al., 1993).
Durante os trabalhos de campo percebeu-se que as raízes secundárias encontravam-
se dentro do intervalo de 1 cm a 70 cm de profundidade, provavelmente em conseqüência da
baixa fertilidade do solo e as pivotantes a uma profundidade média de 2,2 m, podendo-se
sugerir que a castanheira pode não apresentar bom desenvolvimento em solos rasos.
Através do ajuste das equações chegou-se a estimativa de 277,17 toneladas de
biomassa subterrânea de castanha-do-brasil no perímetro 1 da Fazenda Aruanã.
No plantio de castanha-do-brasil da Fazenda Aruanã perímetro 01, através dos
cálculos e ajuste de equações, estimou-se uma biomassa aérea total de aproximadamente
1.764,9 toneladas de biomassa (TELES, 2009).
Portanto, a soma desses dois valores corresponde ao valor total da estimativa de
biomassa do plantio, ou seja, 2.041,42 toneladas de biomassa.
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CONCLUSÃO

As análises dos dados mostraram que a média geral da biomassa em percentual dos
componentes ficam em torno de 59 % da biomassa total acumulada no fuste, 17 % acumulada
nas raízes, 16 % acumulada nos galhos verdes, 6 % acumulado nas folhas, 1 % na ponteira e 1
% nos galhos secos. Assim podendo-se concluir que em um plantio de castanha-do-brasil de
10 anos a biomassa esta acumulada 92 % no fuste e galhos verdes e nas raízes e 8 %
distribuído entre as folhas, galhos secos e ponteira.
A estimativa da biomassa total do plantio foi de 1764,29 toneladas para componentes
aéreos e de 277,13 para componentes subterrâneos que chegam a um total 2.041,42 toneladas
de biomassa em um plantio de 10 anos de idade nas condições de clima e solo do sitio da
Fazenda Aruanã.
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OBRAS CONSULTADAS

CALDEIRA, M. V. W. Quantificação da biomassa e do conteúdo de nutrientes em


diferentes procedências de Acácia-Negra (Acacia mearnsii Wild.). Santa Maria: 1998.
96p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Santa Maria.
CAMPOS, M. A. Balanço de biomassa e nutrientes em povoamentos de Ilex
paraguariensis: Avaliação na safra e na safrinha. Curitiba: 1991.106p. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Florestal)- Universidade Federal do Paraná.
KRAMER, P. J.; KOSLOWSKI, T. Fisiologia das Árvores. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1972. 745p.
SCHUMACHER, M. V.; HOPPE, J. M.; WITSCHORECK, R.; SALVADEGO, M.;
FARIAS, J. A. Quantificação do carbono e dos nutrientes em florestas de eucalipto de
diferentes idades. Santa Maria: CEPEF/UFSM, 2003. 112p. (Relatório Técnico).
SCHUMACHER, M. V.; VOGEL, H. L. M.; BARICHELLO, L. R.; CALDEIRA, M. V. W.
Quantificação do carbono orgânico em floresta de Acacia mearnsii De Wild. Em diferentes
idades. In: SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO SOBRE MANEJO FLORESTAL, 2. Santa
Maria, 2001. Anais ... 2001. p. 387-399.
TEIXEIRA, L. M. Influência da Intensidade de Exploração Seletiva de Madeira no
Crescimento e Respiração do Tecido Lenhoso das Árvores em uma Floresta Tropical de
Terra-Firme na Região de Manaus. Manaus, 2003. Dissertação Mestrado - INPA/UFAM.
TELLES,M, R, O. Estimativa da biomassa aérea em plantios homogêneos de castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa Kunt.), na Amazônia central. Itacoatiara, 2008, Trabalho de
conclusão de curso – UEA.

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