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Extensometria Basica PDF
Extensometria Basica PDF
1 INTRODUÇÃO
Diferentes métodos de inspeção não destrutivos para medidas de tensões têm sido
explorados e desenvolvidos, mas nenhum outro dispositivo tem uma utilização mais ampla do
que os extensômetros com relação à sua aplicabilidade. Isto devido à precisão das medidas,
facilidade de manipulação e da capacidade do mesmo de monitorar as deformações até as
cargas últimas em ensaios destrutivos.
2 OS EXTENSÔMETROS
∆l
ε= Equação 1
l
Tensão (σ)
Deformação (ε)
Figura 1 - Curva tensão-deformação
σ
=E Equação 2
ε
d d'
l ∆l
Na Figura 2 a linha contínua mostra parte de um fio metálico, como usado nos
extensômetros, onde l é o comprimento original antes da deformação, e este apresenta uma
resistência elétrica, R. A linha pontilhada apresenta o fio metálico alongado, seu comprimento
agora igual a l+∆l e resistência igual a R+∆R. A resistência elétrica R é dada por:
l
R=ρ⋅ Equação 3
A
Onde:
• A: área da seção transversal do fio;
• ρ : resistividade do material do fio.
Para obter uma mudança relativa na resistência, os logaritmos para todos os membros
da equação devem ser diferenciados. Primeiramente tira-se o logaritmo, e então, faz-se a
derivada.
⎛ l ⎞
ln R = ln⎜ ρ ⋅ ⎟ ∴ ln R = ln ρ + ln l − ln A Equação 4
⎝ A⎠
Resultando na expressão:
∆R ∆ρ ∆l ∆A
= + − Equação 5
R ρ l A
Onde a área da seção transversal de um círculo como mostrado na Figura 2 será dada
por:
π
A= ⋅d2 Equação 6
4
A = b×t Equação 7
Onde:
• b: largura da seção retangular;
• t: espessura da lâmina.
Extensômetro Extensômetro
de fio de lâmina
- foil -
Vista Superior Vista Superior
⎛π ⎞ π
ln A = ln⎜ ⋅ d 2 ⎟ ∴ ln A = ln + ln d 2 ∴ ln A = ln C + 2 ⋅ ln d Equação 8
⎝4 ⎠ 4
∆A ∆d d′ − d ∆l
= 2⋅ = 2⋅ = −2 ⋅ν ⋅ Equação 9
A d d l
∆A ∆b ∆t ∆l
= + = −2 ⋅ν ⋅ Equação 10
A b t l
∆R ∆ρ ∆l ∆l ∆l ∆ρ
= + + 2 ⋅ν ⋅ = (2 ⋅ν + 1) ⋅ + Equação 11
R ρ l l l ρ
Onde, ∆l/l não é nada mais que a deformação, ε, e finalmente pode-se escrever a
Equação 11 da seguinte forma:
⎛ ∆R ⎞ ⎛ ∆ρ ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ R ⎟ = (2 ⋅ν + 1) + ⎜ ρ ⎟
⎜⎜ ε ⎟⎟ ⎜ ε ⎟
Equação 12
⎝ ⎠ ⎜ ⎟
⎝ ⎠
∆ρ ∆V
= m⋅ Equação 13
ρ V
E que:
∆V ∆l ∆A ∆l ⎛ ∆l ⎞ ∆l
= + = + ⎜ − 2 ⋅ν ⋅ ⎟ = (1 − 2 ⋅ν ) = (1 − 2 ⋅ν ) ⋅ ε Equação 14
V l A l ⎝ l ⎠ l
⎛ ∆R ⎞
⎜ ⎟
⎜ R ⎟ = (2 ⋅ν + 1) + [m(1 − 2 ⋅ν )] = (1 + m ) + 2ν (1 − m )
⎜⎜ ε ⎟⎟
Equação 15
⎝ ⎠
( ∆RR )
≅2 Equação 16
ε
∆R
= K ⋅ε Equação 17
R
∆ρ
= πl ⋅ σ Equação 18
ρ
R+∆R R2
A C e
R3 R4
D
E
⎡ R3 ⎤
e AD = ⎢ ⋅E
⎣ R3 + R 4 ⎥⎦
Equação 19
⎡ R + ∆R ⎤
e AB = ⎢ ⋅E
⎣ R + ∆R + R 2 ⎥⎦
Equação 20
eAD eAB
R3 R4 R+∆R R2
A D C A B C
E E
⎡ R3 R + ∆R ⎤
e = e AD − e AB = ⎢ − ⋅E
⎣ R3 + R 4 R + ∆R + R 2 ⎥⎦
Equação 21
⎡ + ∆R ⎤
e=⎢ ⎥⋅E
⎣ 2 ⋅ (2 R + ∆R )⎦
Equação 22
E ∆R
e≅+ ⋅ Equação 23
4 R
E
e≅± ⋅ K ⋅ε Equação 24
4
A B A B
Medidor de vazão
de água
Circuito da ponte
G H
C D C D
largura
da base
largura
da grade
lâmina base
resistiva
Uma resina especial obtida pela modificação do fenol em epóxi é usada em sua base,
assim este extensômetro é fino, flexível e fácil de colar e apresenta pouca variação do sinal de
saída ao longo do tempo. Pode ser chamado de extensômetro universal por estas vantagens.
Combinados com adesivos de utilização em temperatura ambiente exibem excelente
características de funcionalidade e tem aplicação em campo muito satisfatória. Também são
utilizados na fabricação de transdutores. A faixa de temperatura de operação vai de -50 °C a
+180 °C.
Base de poliamida
Como usam resinas de poliamida de excelente resistência ao calor em sua base, este
extensômetro tem utilização em temperaturas de -50 °C a +200 °C, utilizando as colas
adequadas. São apropriados para medidas em ensaios de longa duração. Existem ainda
extensômetros construídos com o elemento resistivo entre duas camadas de resina de
poliamida, formando um sanduíche com o elemento resistivo. Esse tipo de extensômetro é o
de construção mais robusta, porém fácil de manusear.
Composto por um fio fino resistivo, com diâmetro entre 13 e 25 micra, colados em
base de papel ou plástico em forma de grade. Estes também são classificados de acordo com o
material de base, que podem ser: papel, poliéster e resina epóxi-fenólico (phester).
Base de Papel
Papéis especialmente selecionados são usados como base, e colas de secagem rápida
devem ser usadas com este tipo de extensômetro para tornar o trabalho mais fácil. Assim, este
extensômetro é usado para aplicações comuns de medidas de tensão. Entretanto, esses não são
adequados para uso em ensaios prolongados ou para medições em campo devido a sua alta
capacidade de absorção de umidade. A oxidação ocorrerá nos fios resistivos dos
extensômetros quando armazenados por um longo período de tempo. Estes tipos de
extensômetros devem ser usados dentro de seis meses de sua fabricação, dependendo do
fabricante. A faixa de temperatura de operação vai de -50 °C a +80 °C.
Base de Poliéster
Usando resina de poliéster em sua base, este extensômetro pode ser colado em
temperatura ambiente usando adesivos de poliéster. A faixa de temperatura de operação vai de
-50 °C a +170 °C o que faz este tipo de extensômetro popular em aplicações de medições em
campo.
resultará em uma não efetiva aquisição de medidas. Para a correta escolha dos extensômetros
é necessário atentar para algumas características de operação, tais como:
Cada fabricante de extensômetro trará suas especificações mais precisas sobre cada
tipo fabricado, assim a tabela abaixo é somente uma indicação sobre os tipos mais usuais de
extensômetros usados e suas características.
Mudança da
Temperatura
Tipo Alongamento Corrente resistência do
de operação Principais aplicações
(base) máximo (%) máxima (mA) extensômetro
(ºC)
com a idade
Medidas gerais de tensão,
Lâmina
-50 ~ +180 2 30 ou menos Pequena transdutores, medidas de
(Phester)
tensões residuais.
Fios * Ligeira
-50 ~ +80 1,2 25 ou menos Medidas usuais de tensões
(papel) variação
Para medidas de deformações estáticas a escolha deve estar associada ao material a ser
ensaiado, pois esse irá reger o processo. No caso de medidas de deformações dinâmicas o
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Avenida Brasil, 56 - Centro / CEP: 15385-000 Ilha Solteira, SP. / Fone: (18) 3743-1000 Ramal: 1362
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Extensometria Básica - Rodrigo P. Andolfato, Jefferson S. Camacho e Gilberto A. de Brito. 16
extensômetro deve apresentar materiais resistentes à fadiga, devido ao numero repetitivo das
variações das grandezas. Os extensômetros mais comumente utilizados apresentam
alongamento máximo de 2%, porém extensômetros de finalidade especial pode apresentar
limites maiores que este.
E A - 06 - 250 BG - 120
Resistência elétrica
expressa em Ohms
Geometria da grade
Comprimento da grade (elemento
resistivo)em milésimos de polegadas
Identificação da autocompensação de temperatura
Material utilizado como elemento resistivo
Material utilizado como elemento da base
KFG - 5 - 350 - C1 - 11
Código para
autocompensação de
temperatura
Padrão do extensômetro ou
forma da grade
Resistência elétrica expressa em Ohms
Comprimento da grade em milímetros
Tipo do elemento do extensômetro e material de base
3 TÉCNICAS DE MEDIÇÃO
R1 R2
A C saída
R3 R4
entrada
⎡ R3 R1 ⎤
e=⎢ − ⋅E
⎣ R3 + R 4 R1 + R 2 ⎥⎦
Equação 25
⎡ R3 ⋅ (R1 + R 2) − R1 ⋅ (R3 + R 4) ⎤
e=⎢ ∴⎥ ⋅ E ∴
⎣ (R3 + R 4) ⋅ (R1 + R 2) ⎦
⎡ (R3 ⋅ R1) + (R3 ⋅ R 2) − (R3 ⋅ R1) − (R1 ⋅ R 4) ⎤
e=⎢ ⎥⋅E∴
(R3 + R 4) ⋅ (R1 + R 2)
Equação 26
⎣ ⎦
e=⎢
⎡ (R3 ⋅ R 2) − (R1 ⋅ R 4) ⎤
⎥⋅E
⎣ (R1 ⋅ R3) + (R 2 ⋅ R3) + (R1 ⋅ R 4) + (R 2 ⋅ R 4) ⎦
Supondo agora que exista uma variação em cada braço da ponte devida uma
deformação, e que a ponte esteja, antes desta deformação, balanceada com resistências R,
assim, o que acontece em cada braço da ponte pode ser escrito da seguinte forma:
R1 = R + ∆R1
R 2 = R + ∆R 2
Equação 27
R3 = R + ∆R3
R 4 = R + ∆R 4
⎡
e=⎢
[(R + ∆R3) ⋅ (R + ∆R2)] − [(R + ∆R1) ⋅ (R + ∆R4)] ⎤
[( + ∆ ) ⋅ ( + ∆ )] + [( + ∆ ) ⋅ ( + ∆ )] + [( + ∆ ) ⋅ ( + ∆ )] + [( + ∆ ) ⋅ ( + ∆ )]⎥⋅E
⎣ R R1 R R 3 R R 2 R R 3 R R1 R R 4 R R 2 R R 4 ⎦
Sabendo que R2 é um valor muito grande e que ∆Ra ⋅ ∆Rb é um número muito
pequeno, ∆Ra ⋅ ∆Rb dividido por R2 são considerados valores de segunda ordem, e podem ser
desprezados na equação desde que apresentem valores pequenos, e deste modo a Equação 29
passa a se tornar:
⎡ ∆R1 ∆R 2 ∆R3 ∆R 4 ⎤
⎢ − + + − ⎥
e= ⎢ R R R R ⎥⋅E Equação 30
⎢ ⎛ ∆R1 ∆R 2 ∆R3 ∆R 4 ⎞ ⎥
⎢ 4 + 2 ⋅ ⎜⎝ R + R + R + R ⎟⎠ ⎥
⎣ ⎦
⎡ − K ⋅ ε1 + K ⋅ ε 2 + K ⋅ ε 3 − K ⋅ ε 4 ⎤
e=⎢ ⎥⋅E
⎣ 4 + 2 ⋅ (K ⋅ ε 1 + K ⋅ ε 2 + K ⋅ ε 3 + K ⋅ ε 4 ) ⎦
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ Equação 31
⎢ K ⋅ (− ε 1 + ε 2 + ε 3 − ε 4) ⎥ K ⋅E ⎢ (− ε 1 + ε 2 + ε 3 − ε 4) ⎥⎥
e=⎢ ⎥⋅E = ⋅⎢
⎢ ⎛ ε1 + ε 2 + ε 3 + ε 4 ⎞ ⎥ 4 ⎢ ⎛ ε1 + ε 2 + ε 3 + ε 4 ⎞ ⎥
⎢ 4 + 4 K ⋅ ⎜⎝ ⎟⎥
⎠⎦ ⎢1+ K ⋅⎜
⎝
⎟⎥
⎠⎦
⎣ 2 ⎣ 2
⎛ ε1 + ε 2 + ε 3 + ε 4 ⎞
1+ K ⋅⎜ ⎟ ≅1
⎝ 2 ⎠
K ⋅E
e= ⋅ (− ε 1 + ε 2 + ε 3 − ε 4) Equação 32
4
e⋅4
− ε1 + ε 2 + ε 3 − ε 4 = Equação 33
K ⋅E
É importante deixar claro que os valores de ε calculados pela Equação 33, englobam as
variações devido às deformações do corpo de prova em função da carga (mecânica) e em
função de sua dilatação (temperatura). Sendo que ε pode ser representado pela fórmula
abaixo:
Onde εF1 é a deformação devido aos esforços de flexão, εN1 é a deformação devido
aos esforços normais (compressão e tração), e εT1 é a deformação devido à dilatação ou
retração (temperatura).
Neste item serão apresentados alguns exemplos dos tipos de conexões usuais para cada
tipo de medição de deformação, com alguns exemplos numéricos fictícios para mais fácil
interpretação. Em cada caso, ainda será apresentada, quando for pertinente, ligações feitas de
forma incorreta e suas implicações.
Este tipo de ligação é usual quando se quer medir as deformações, em uma dada
direção, de um corpo de prova. Porém este tipo de ligação só é satisfatório em ambiente onde
a mudança de temperatura é pequena.
Vista em planta
B
R2
A C
saída = e
Vista lateral
R3 R4
entrada = E
1
Mesmo não sendo iguais, a Equação 32 continua válida se os valores de cada braço da ponte forem
muito próximos um dos outros.
2
Este procedimento não é usual, o que geralmente se faz é medir a saída da ponte e anotar seu valor
inicial, ou então em multímetros mais modernos, tomar as leituras relativas (off-set) depois do
carregamento.
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− 0,00107 ⋅ 4
− ε1 = = −407,61 ⋅ 10 −6
2,10 ⋅ 5
Deve-se deixar claro então que, se não houve variações de temperatura, e o ensaio se
tratava de um carregamento a tração sem qualquer excentricidade, o usuário determinou,
segundo a Equação 34:
− ε 1 = εF + εN + εT = 0 − 407,61 ⋅ 10 −6 + 0 ∴ ε 1 = 407,61 ⋅ 10 −6
Rcabo1
Rcabo2
Rext
R2
A C
saída = e
R3 R4
entrada = E
Este procedimento consiste na transformação das resistências de cada um dos fios que
sai do extensômetro e vai para a ponte, em resistências dispostas em braços adjacentes da
ponte. Isto é feito soldando mais um fio em um dos terminais do extensômetro, o qual torna o
terminal do extensômetro o ponto de leitura da tensão de saída, conforme apresenta o
esquema da Figura 13, que agora apresenta um ponto E.
Rcabo1
Rcabo2
Rext E
R2
A C
saída = e
R3 R4
entrada = E
Porém a Figura 13 pode ser redesenhada conforme mostra a Figura 14, e que volta a
apresentar a forma de uma ponte de Wheatstone. A variação de temperatura que causar um ∆R
nos fios, será anulada, uma vez que estes ∆R’s estarão em série como no circuito apresentado
anteriormente na Figura 5, e suas variações podem ser adotadas como εT1 e εT2. Do ensaio
anterior, a partir da Equação 33:
R cabo2
R ext R cabo1
B
R2
A C
saída = e
R3 R4
entrada = E
Figura 14 - Esquema da ponte com o terceiro fio soldado e redesenhada para formar a ponte.
− εT 1 − εN1 + εT 2 = −407,61 ⋅ 10 −2
Para que Rcabo1 = Rcabo2 e ∆Rcabo1 = ∆Rcabo 2 sejam iguais ou o mais próximo possível é
necessário que sejam utilizados o mesmo tipo de fio com o mesmo comprimento. Está
implicação fará com que εT1 = εT2, e assim:
εN1 = 407,61 ⋅ 10 −2
Alguns autores preferem chamar este tipo de técnica de: medida em meia ponte, porém
neste texto, preferiu-se denominá-la com o título acima em negrito, uma vez que só um
extensômetro está sendo efetivamente utilizado, sendo o segundo extensômetro um resistor de
precisão que varia com a temperatura de modo a anular as variações desta grandeza no corpo
de prova.
Vista em planta
B
R ext-ativo
R2
R ext-comp
A C
saída = e
Vista lateral
R3 R4
entrada = E
e⋅4
− ε1 + ε 2 + ε 3 − ε 4 = ∴ −ε 1 + ε 2 = −407,61µε ∴ −εN1 − εT 1 + εT 2 = −407,61µε ∴
K ⋅E
− εN1 − 20 + 20 = −407,61µε ∴ εN1 = 407,61µε
As técnicas de medição em meia ponte podem ser utilizadas para se obter esforços de
flexão ou normais, dependendo da posição dos dois extensômetro nos braços da ponte e de
como estes estão posicionados no corpo de prova. Esta posição ainda implicará na
autocompensação de temperatura ou não, dependo da ligação efetuada.
Vista em planta
B
R1
R2
A C
saída = e
R3 R4
Vista lateral
entrada = E
e⋅4
− ε1 + ε 2 = = −815,22µε
K ⋅E
− εF1 − εN1 − εT 1 + εF 2 + εN 2 + εT 2 = −815,22µε
Como εF1 e εF2 apresentam mesmo valor absoluto, a deformação em cada ponto será
a metade do valor lido:
815,22µε
− 2εF1 = −815,22µε ∴ εF1 = εF 2 = ≅ 407,61µε
2
Percebe-se que este procedimento é muito eficaz nos ensaios de flexão, uma vez que
carregamentos de tração ou compressão que possam surgir oriundos do procedimento de
ensaio serão anulados, assim como haverá uma autocompensação de temperatura.
Supondo agora que o usuário resolva montar a ponte com os extensômetros disposto
da forma apresentada pela Figura 17, e introduzisse carregamento de flexão e tração. Sua
leitura de saída seria:
Vista em planta
B
R1 R2
A C
saída = e
R3
Vista lateral
R4
entrada = E
e⋅4
− ε1 − ε 4 = = −815,22µε
K ⋅E
− εF1 − εN1 − εT 1 − εF 4 − εN 4 − εT 4 = −815,22 µε
Novamente da resistência dos materiais: εF1 = -εF4 e εN1 = εN4 e εT1 = εT4,
portanto:
− εN1 − εT 1 − εN 4 − εT 4 = −815,22 µε
815,22µε
− εN1 − εN 4 = −815,22µε ∴ εN1 = εN 4 = ≅ 407,61µε
2
O fato é que, se o usuário tivesse ensaiando a barra à flexão, e no ensaio não houvesse
esforços de tração, não haveria saída alguma de tensão.
Vista em planta
B
R1 R2
A C
saída = e
R3
Vista lateral
R4
entrada = E
Da resistência dos materiais: εN1 = εN4 e εT1 = εT4, porém agora, como os
extensômetros estão na mesma face da barra tem-se que εF1 = εF4.
O usuário estaria medindo o total de deformação causada pelos esforços sem poder
mensurar as proporções entre elas, além de estar medindo as variações devido à temperatura
no corpo de prova.
Vista em planta
B
R1
R2
A C
saída = e
R3 R4
Vista lateral
entrada = E
− εF1 − εN1 − εT 1 + εF 2 + εN 2 + εT 2 = 0
• Pressão de colagem;
• Condição para endurecimento;
• Faixa de temperatura de operação;
• Condições de estocagem.
Com relação à pressão de colagem, cada tipo de cola apresenta um determinado valor
ou, como usualmente acontece, um intervalo de pressão a ser aplicada. Esta pressão vai desde
a pressão aproximada exercida pelos dedos do operador (0,5 ~ 1 kgf/cm²) até valores que
chegam a 3 kgf/cm².
Para cada tipo de cola existirá uma faixa de temperatura de operação para qual a
mesma apresentará comportamento ideal de utilização ao qual o fabricante a recomenda.
Com relação à estocagem, por se tratarem de polímeros, estas colas sofrem influência
da temperatura de armazenamento e até da incidência direta da luz do sol (raios ultravioletas).
Por esse fato, muitas colas apresentam em seus rótulos indicações como: “não expor
diretamente à luz” e “preservar em local escuro ao abrigo da luz”.
Como as colas baseadas em resina epóxi, resina poliéster, etc, são formadas por dois
componentes, elas devem ser preparadas misturando os dois componentes imediatamente
antes de serem usados.
Uma vez misturados os componentes, estas colas não podem mais ser usadas depois de
passado um período fixo de tempo. Assim, é economicamente recomendável, que se preparem
as colas para cada procedimento e em quantidade que possa ser usada dentro do período
fixado. Isto pode ser feito levando-se em consideração o número de extensômetros que podem
ser colocados dentro do período máximo de reação da cola.
Outro ponto que requer especial atenção é o fato de que a vida útil das colas se
diferencia de acordo com a quantidade misturada. O período de tempo útil dado para cada tipo
de adesivo refere-se a quantidade padrão de mistura de 5 g.
Para colar um extensômetro num corpo de prova, a cola é aplicada na parte de trás da
base do extensômetro e na área de colagem do próprio corpo de prova, e então o extensômetro
é colocado na posição requerida e permitido o endurecimento da cola com uma pressão
aplicada sobre o conjunto.
Algumas colas apresentam um endurecimento tão rápido que em quase todos os casos
uma mera pressão na superfície do extensômetro com a ponta dos dedos é suficiente para
completar o trabalho colagem. Outras colas, no entanto, necessitam a aplicação de uma
pressão contínua por um período fixo de tempo para completar o trabalho colagem.
É de praxe utilizar pinças de mola para fornecer a pressão necessária na colagem dos
extensômetros. Existem vários tamanhos de pinça com diferentes pressões de mola, porém, a
adequada pressão de colagem é ajustada segundo a área do homogeneizador de tensões, que
usualmente é uma chapa de aço que tem uma chapa de borracha de silicone colada a ela.
Se a área de colagem do extensômetro não for uma superfície plana, e sim uma
superfície circunferêncial, côncava ou convexa, o homogeneizador de tensões deve apresentar
geometria semelhante.
4.2.3 Cura
4.2.4 Envelhecimento
Quando um extensômetro é colado e a cura está completa, este está pronto para
operação. Neste estado, entretanto, a colagem não é perfeitamente estável. Se um alto grau de
precisão e estabilidade for requerido, como no caso de transdutores, a cura deve ser seguida
de um envelhecimento por um período prefixado de tempo.
De maneira a realizar medidas estáveis, deve existir uma resistência de isolação maior
do que 100MΩ entre os extensômetros e o corpo de prova, bem como entre os próprios
extensômetros no caso das rosetas.
extensômetros em roseta é necessário fazer esta verificação, onde neste caso uma das pontas
do ohmímetro vai conectada em um dos terminais de um dos extensômetros e a outra ponta
em um dos terminais de outro extensômetro, sendo necessário que se apresente uma
resistência maior que 100MΩ entre eles.
Esta operação deve ser realizada sem a presença de umidade, uma vez que a
resistência de isolação é bastante prejudicada por este fator. É de suma importância ainda, que
não sejam utilizados ohmímetros com tensão de alimentação maior do que 20 volts.
Um dos métodos práticos consiste em cortar parte da base do extensômetro que está
colado com um bisturi e ao retirá-la verificar se a mesma está se descascando da superfície do
corpo de prova facilmente. Se isto ocorrer, a colagem não está satisfatória. Este teste deve ser
feito com o material da base o mais distante possível do material metálico do extensômetro.
Este tipo de teste não é o mais usual.
borracha, e posicionando-a em cima da área onde o extensômetro foi colado, faz-se uma
pressão com a ponta do dedo. Se a leitura ao variar não retornar a leitura inicial indica que há
bolhas de ar entre o extensômetro e o corpo de prova.
Passo 1a - Este passo refere-se apenas para materiais porosos, como o caso do
concreto, onde é necessário fazer uma regularização da superfície para que o extensômetro ao
ser colado apresente uma superfície homogeneamente aderida ao corpo de prova.
A Figura 20 apresenta um bloco de concreto tendo sua superfície interna regularizada.
Porém, tal procedimento não deve deixar uma quantidade em excesso deste material na área
de colagem, pois isto faria com que o extensômetro medisse a deformação do material de
regularização e não do corpo de prova a ser ensaiado.
Uma vez com material de regularização endurecido deve-se retirar todo o excesso de
material com uma micro-retífica ou lixa, de modo que a camada desse material seja a menor
possível, somente tampando os vazios do material superficialmente. Vários materiais podem
ser utilizados para regularização de corpos de prova. Na Figura 21 pode ser visto o material de
regularização após a retirada dos excessos.
Passo 2 - Com a área de colagem limpa e regularizada deve-se proceder com a leve
escarificação do lugar onde o extensômetro será colado. Esta escarificação é feita com uma
lixa número 320 passando-a em duas direções ortogonais entre si e que formam um ângulo de
45º com a direção preferencial do extensômetro.
Estas ranhuras que se formam nas duas direções servem para melhorar as
características de adesão da cola com o corpo de prova.
manchados de sujeira, a Figura 21 apresenta uma das passadas para o desengraxe. Tenha
certeza sempre de usar a parte limpa do material absorvente, nunca usando o mesmo algodão
ou gaze por mais de uma vez. A área a ser desengordurada deve ser maior que a área de
colagem do extensômetro.
podem ser levantados de forma basculante facilitando o passo seguinte. É importante lembrar
sempre que deste passo adiante a utilização de pinças adequadas será imprescindível.
Passo 8 - Posicionar as pinças de mola para que seja fornecida a correta pressão
definida pelo fabricante da cola. É interessante notar que as pinças de molas apresentam uma
força constante, e desta forma para se obter a pressão ideal de colagem é necessário que o
homogeneizador de tensões apresente uma área adequada para tal.
Para algumas colas à pressão de colagem é aquela exercida pela ponta dos dedos, e
nestes casos, as colas são de secagem rápida a temperatura ambiente. A Figura 30 apresenta as
duas pinças de mola utilizadas para fornecer a pressão de prensagem.
A ligação dos fios pode ser feita diretamente nos terminais dos extensômetros, ou por
intermédio de terminais de ligação colados nos corpos de prova. Estes terminais são
usualmente vendidos pelas empresas que comercializam e produzem os extensômetros. A
Figura 32 apresenta um extensômetro ligado aos terminais de ligação onde também são
ligados os fios.
A soldagem dos fios no extensômetro é feita com solda de estanho sem o uso de pastas
comuns ou ácidos para facilitar a soldagem. Usualmente são utilizados fios de solda de
estanho φ 0,7 ou φ 0,8mm, e que possua em sua composição química uma quantidade maior
de estanho em relação a chumbo.
Podem ser utilizados os ferros de solda para ligação dos fios nos extensômetros,
porém, o ideal é a utilização de estações soldadoras com temperatura controlada. Estas
estações podem ser encontradas em casa de equipamentos pra eletrônica ou mesmo nas
grandes empresas que comercializam os extensômetros. A Figura 33 apresenta uma estação de
solda com controlador de temperatura.
6 PROTEÇÃO E IMPERMEABILIZAÇÃO
7 E Q U I PA M E N T O S D E L E I T U R A
Tendo o circuito montado, sabe-se da Equação 33 que a deformação total de saída será:
e⋅4
− ε1 + ε 2 + ε 3 − ε 4 = ∴
K ⋅E
⎛ 4 ⎞
− ε1 + ε 2 + ε 3 − ε 4 = e ⋅ ⎜ ⎟
⎝K ⋅E⎠
Figura 36 - Modelo P3 Gravador e Indicador de Figura 37 - Modelo SB-10 Com seletor para dez canais
Deformação (Measurements Group) (Measurements Group)
8 I N F O R M A Ç Õ E S S O B R E FA B R I C A N T E S
KYOWA
http://www.kyowa-ei.co.jp/english/index_e.htm
Representante no Brasil: PANAMBRA
+55 (11) 3346-6329
MEASUREMENTS GROUP
http://www.vishay.com/company/brands/micromeasurements/
Representante no Brasil: AROTEC
+55 (11) 4613-8600
EXCEL SENSORES
http://www.excelsensor.com.br/
+55 (11) 4781-1490
9 BIBLIOGRAFIA
KYOWA. Measuring instruments for stress solutions. Tokyo, Cat. Nº. 901D-U62.
KYOWA. Strain gages: A complete lineup of high performance strain gages and
accessories. Tokyo, Cat. Nº. 101E-U1.
MEASUREMENTS GROUP. Student manual for strain gage technology. Raleigh, 1993.
TAKEYA, T. Análise experimental de estruturas. EESC, São Carlos, 2001. Notas de aula.