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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-

grandense – Campus Charqueadas


Curso Superior de Engenharia de Controle e Automação
Disciplina: Instrumentação Industrial
Professor: Valter Henrique Diedrich

Lista de Exercícios 02 – Medição de força


Nome: Rafael Trindade Miranda Data: 03 / 01 / 2020
Instruções:
- Os exercícios propostos por esta lista são referentes às técnicas de solução para circuitos elétricos na sua ampla maioria
em corrente contínua com alguns em corrente alternada, portanto sofrem de processos de variação das tensões e
corrente elétricas;
- A utilização de um software de simulação se faz necessário para a solução complementar dos exercícios. Portanto,
sugere-se a utilização do software chamado PSIM (Powersim Inc.). Alternativamente, pode-se utilizar os softwares TINA
(DesignSoft Inc.), PROTEUS (Labcenter Electronics) ou então MICROCAP (Spectrum Software);
- A simbologia eletroeletrônica utilizada para expressar os circuitos elétricos de cada exercício foram extraídas de dois
softwares de simulação: PSIM e Tina. Sendo assim, sugere-se a utilização de um destes softwares de simulação para
evidenciar os resultados teóricos finais de cada questão;
- Do ponto idealista dos componentes passivos e ativos dos circuitos apresentados, deve-se ter em mente de que os
mesmos não são ideais e desta forma o estudo e a análise de efeitos reais distintos aos componentes ideais é inevitável
e imprescindível para a completa compreensão dos fenômenos químico-físicos e eletrônicos envolvidos.

1. Na deformação de peças ou formas de alguns materiais, os mesmos respondem mecanicamente a


estas deformações de maneira tal que alteram suas dimensões. O que é o módulo de Yong e o que é o
módulo de Poisson.
R: O módulo de Young tem origem na energia de ligação entre os átomos do material e divide os materiais
em aproximadamente duas grandes classes: os flexíveis e os rígidos; um material com um elevado valor do
módulo de Young é um material rígido. Desta forma, o módulo de Young, basicamente, é um parâmetro
mecânico que proporciona a medida de rigidez de um material, sendo definido pela lei de Hooke na
equação 1.

O coeficiente de Poisson é a relação entre as deformações longitudinal e lateral, com a relação constante e
proporcional dentro da faixa de elasticidade de um material homogêneo e isotrópico.
Quando uma tensão axial é aplicada em um corpo gerando uma deformação elástica surge uma razão
negativa entre as tensões lateral e axial, conforme a equação 2 e 3.

Ou,

2. Tecnicamente o nome dado aos sensores de deformação ou mesmo sensores de força é “célula
de carga”, porém a célula de carga é apenas a massa, peça ou forma que sofrerá as forças de tensão ou
pressão para então (conhecidamente) identificarmos as deformações causadas. Descreve como pode-se
aferir tais deformações.
R: Basicamente, são aferidas por extensômetros em diferentes estruturas que converte a deformação
causada em uma quantidade elétrica (tensão) e amplificando-a para leitura em um local remoto. Os
extensômetros fornecem um método excelente de converter deformações em quantidade elétrica.
Característica: Alta precisão, compacto, excelente linearidade, fácil utilização e entre outros.
E, para complementar, uma célula de carga possui os sensores resistivos posicionados nos pontos de maior
deformação para captar a maior deformação sofrida pela peça, para eliminar prováveis erros de medição se
utiliza a calibração em laboratório e no local de instalação. Para garantir o correto funcionamento se utiliza
um peso padrão conhecido para este processo, encontrando prováveis forças parasitas presentes no
sistema. Ainda, existem as deformações
3. Explique o princípio de funcionamento dos extensômetros de resistência elétrica com auto
compensação de temperatura. Qual situação tal extensômetros são indicados e porquê?
R: Os extensômetros elétricos são afetados tanto pela sua deformação como pela variação de temperatura.
A variação da resistência devido à dependência da resistividade do material com a temperatura acarreta
numa "deformação aparente induzida termicamente" que produz erro no valor da verdadeira deformação
que estamos interessados em medir, desta maneira, os extensômetros que possuem auto compensação de
temperatura levam em consideração a dilatação térmica do material medindo as forças em sentidos
diferentes e utilizando técnicas na ligação dos mesmos como a ligação a 3 fios para compensar o
aquecimento do cabo.
São indicados onde o ambiente de operação sofre com grandes variações de temperatura, por quê? Pois
evita que a dilatação térmica influencie na resposta do sistema.

4. O que é o chamado “fator de extensômetro”?


R: É a variável básica denominada fator do extensômetro, K, fornecido nos catálogos dos fabricantes. O fator
do extensômetro é a razão entre a variação relativa da resistência e a deformação axial, (dR/R/єa).
É importante desenvolver a equação final da operação do extensômetro em termos do fator de
carregamento K, para mostrar a influência do termo piezoresistivo (o que contém a variação relativa da
resistividade do material) no cálculo:

E, por curiosidade, como medir com extensômetros? Inicialmente deve-se selecionar o extensômetro
dentre os ofertados por fabricantes. O extensômetro é então instalado (colado) no material que sofrerá
carregamento e ligado ao circuito eletrônico (ponte de Wheatstone) que o alimentará e medirá. O material
é submetido ao carregamento, a variação relativa da resistência, dR/R, será medida, e a deformação axial
poderá ser calculada. Usando então a lei de Hooke, a tensão poderá ser calculada.

5. Os extensômetros, ou strain gages, são formados por uma “película” de um material com
condutor elétrico e que responde bem às deformações que pode ficar exposto. O formato desta
“película” pode ser específico dependendo da aplicação, mas todas são formadas por uma “grade” e por
uma “base”. Explique qual é a função da grade e da base.
R: A grade é onde está o material condutor resistivo que será alongado ou comprimido alterando o valor
resistivo, a base é responsável por receber a grade e fazer o papel de isolante entre o sensor e a superfície
onde ocorrerá a deformação, e, também, melhora a dissipação de calor e a estabilidade do strain gage.
A grade é colada a um suporte fino, denominado base, que é fixado diretamente no corpo de prova. Dessa
forma, tem como função fazer com que a deformação sofrida pelo corpo de prova seja transferida
diretamente ao strain gage, que responde com uma variação linear de sua resistência elétrica.

6. No exercício anterior, 5 acima, mencionou-se sobre a “grade”. Explique o porquê do seu formato
particular e em especial explique porque nas extremidades da grade o condutor tem maior largura.
R: A grade de maior largura, melhora a dissipação de calor e melhora a estabilidade do strain gage.
Entretanto, se o corpo de prova estiver sujeito a gradientes de deformação severas perpendiculares ao eixo
primário da deformação, considere o uso de uma grade mais estreita, para minimizar os erros decorrentes
da deformação de cisalhamento e do efeito de Poisson.
Em resumo, O formato da grade é de linhas finas para sofrerem deformações longitudinais, já as
extremidades são com maior espessura devido não querer se mensurar a deformação nesta região.
7. Um extensômetro de 350 Ω com 𝐾 = 2 é colocado numa barra de alumínio com o diâmetro de
12 𝑚𝑚 (𝐸 = 73 𝐺𝑃𝑎) de seção circular. Determine a variação da resistência deste extensômetro quando
a barra é submetida a uma compressão de 500 𝑘𝑔.

R:

8. Num ensaio (Tabela 1) de uma célula de carga com strain gages ligados na forma de uma ponte
completa foram medidos os valores de resistência para se verificar qual extensômetro está danificado.
Os terminais 1 e 2 são os terminais de energização da ponte de extensômetros, enquanto que os
terminais 3 e 4 são os terminais centrais da ponte (saída da ponte de Whetstone).
Tabela 1 – Tabelas de medidas.
Medição entre os terminais Medição entre os terminais
Resistência Resistência
da ponte de Whetstone da ponte de Whetstone
1 2 127 Ω 2 3 92 Ω
1 3 92 Ω 2 4 106 Ω
1 4 92 Ω 3 4 127 Ω

R: Resistor entre os terminais 2 e 4, considerando o valor de resistência igual nos 4 sensores quando sem
falha, temos R4 em paralelo com a série dos demais resistores com um valor diferente de resistência.

Medição entre os Medição entre os


terminais da ponte Resistência terminais da ponte Resistência
de Whetstone R de Whetstone R
1 2 (R1+R3)/(R2+R4) 2 3 R3/(R1+R2+R4)
1 3 R1/(R2+R3+R4) 2 4 R4/(R1+R2+R3)
1 4 R2/(R1+R3+R4) 3 4 (R1+R2)+(R3+R4)

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