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Forças e Potencias no Corte dos Metais

• Força de Usinagem
• Força de usinagem é a força total que atua sobre
a cunha cortante da ferramenta, durante a
usinagem, esta força é considerada agindo em
direção é sentido sobre a ferramenta.
• As figuras ao lado apresentam as componentes
da força de usinagem para operação de
torneamento e fresamento, segundo o projeto
de norma DIN 6584. Particularmente nos
interessam as componentes: Força de Corte e/ou
força de apoio, Força de Avanço e Força de
Profundidade. As direções destas componentes
definem as arestas de um triedro tri ortogonal,
cujo vértice constitui o ponto de referencia da
ferramenta, onde a força é considerada aplicada
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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Componentes da Força de usinagem
Força de Usinagem [Fu]
Componentes da Força de Usinagem

No Plano de Trabalho Perp. ao Plano de Trabalho


Força Ativa [Ft] Força Passiva [Fp]

A força ativa pode ser decomposta nas seguintes componentes:

Na direção de corte
Força de corte [Fc]

Na direção de avanço
Força de avanço [Ff]

Perp. a direção de avanço


Força de apoio [Fap]

Na direção efetiva de corte


Força efetiva de corte [Fe]

Perp. a direção efetiva de corte


Força normal [Fn]

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Força de Usinagem no corte

     2  2
Fu  Ft  Fp  Fu  Ft  Fp

Quando f = 90º valem as seguintes relações:


 
Fc  Fap

     2  2
Ft  Fc  Ff  Ft  Fc  Ff

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Força de Usinagem no corte Para qualquer valor de f valem as seguintes
relações:
     2  2
Fu  Ft  Fp  Fu  Ft  Fp

     2  2
Ft  Fap  Ff  Ft  Fap  Ff

     2  2
Ft  Fe  Fn  Ft  Fe  Fn

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
Potencia de corte [Pc]
Pf  Ff.Vf Potencia de avanço [Pf]
Pe  Pc  Pf Potencia efetiva [Pe]


Ângulo da direção efetiva [  ]
Ângulo entre a direção efetiva e a direção de corte
Fe Ângulo da direção de avanço [ f ]
cos  
Ft
Ângulo entre a direção de avanço e a direção de corte
Fc Ângulo da força efetiva [  ]
cos  
Ft
Ângulo entre as direções da força efetiva e força ativa
sen
tg 
Vc Ângulo da força de corte [  ]
 cos 
Vf Ângulo entre as direções da força de corte e força ativa
Decompondo-se os vetores
nas direções “x” e “y” temos:
 
Vc.Vf Vcx.Vfx  Vcy.Vfy
cos   
Vc Vf Vc Vf
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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Força de Usinagem no corte
Ortogonal
• O modelo do corte ortogonal permite
simplificar o entendimento da atuação
das forças de corte na cunha cortante,
todas as componentes da força de
usinagem atuam no plano de trabalho.
• A decomposição de Fu, nas diversas
direções obedece a um teorema da
geometria que permite representar
todas as componentes em um circulo, Onde:
onde Fu é o seu diâmetro. Esta Fu Força de usinagem
representação é chamada de circulo de Fc Força de corte
Merchant. Ff Força de avanço
Fn Força normal
Ft Força radial
Fz Força no plano de cisalhamento
Fnz Força normal ao plano de cisalhamento
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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Circulo de Merchant, utilizando as
relações permitidas, temos:
• = .
• = .
• = . −
• = . −
• = . ∅+ −
• = . ∅+ −

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• As relações anteriores podem ser
expressas em função das componentes
de corte (Fc) e avanço (Ff), que podem
ser determinadas por um
dinamômetro, pois suas direções são
perpendiculares entre si. Podemos
então determinar todos os outros
componentes em função do ângulo de
saída e do ângulo de cisalhamento:
• = . + .
• = . − .
• = . ∅− . ∅
• = . ∅+ . ∅

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Usando-se as componentes de Fu, decompostos
sobre a superfície de saída da ferramenta,
podemos calcular um coeficiente de atrito, (b),
na interface ferramenta/ cavaco dada por:
• = =
.
• =
.
• A interface ferramenta/cavaco envolve alta
pressão normal e a superfície real em contato
pode aumentar ate seu limite máximo, sendo a
força necessária para o deslizamento associada a
menor tensão de ruptura ao cisalhamento entre
os materiais de contato. Pode-se afirmar
também que a distribuição dessa tensão ao
longo do comprimento cavaco/ferramenta não é
uniforme, pois há regiões de aderência e
deslizamento

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• usando-se as componentes de Fu,
decompostos sobre o plano de
cisalhamento, podemos calcular um
coeficiente de atrito interno, (bz),
dado por:
• =

. ∅
• =
. ∅

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• No plano de cisalhamento admitindo-se uma distribuição uniforme de
tensão de cisalhamento, o que permite calcular as tensões de
cisalhamento e normal por intermédio de:
• = = . ∅
• = = . ∅
• Onde:
• Sz é a área do plano de cisalhamento e S = A é a área do cavaco indeformado
.
• = =
∅ ∅
• Portanto, a força necessária para formar cavacos depende da resistência ao
cisalhamento do material e da área do plano de cisalhamento nas condições
particulares de corte
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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• A força de corte e a força de avanço estão relacionadas com a tensão de
escoamento por cisalhamento do material trabalhado. Estas relações
podem ser estabelecidas por:
. . . .
• = = . ∅= . ∅→ = =
. ∅. ∅ ∅

. . . .
• = = . ∅= . ∅→ = =
. ∅. ∅ ∅
• As equações acima possibilitam estimar a força de corte e avanço em
uma operação de corte ortogonal se a tensão de escoamento por
cisalhamento do material é conhecida

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Exemplo 1
• Em uma operação de usinagem que se aproxima do corte ortogonal, a
ferramenta tem um ângulo de saída de 10°, a espessura teórica do
cavaco é de 0,5 mm e a espessura do cavaco medido após o corte é
de 1,125 mm. As forças de corte e avanço foram medidas durante
esta operação e possuem os seguintes valores: Fc = 1559 N e Ff =1271
N. A profundidade de corte ap = 3,0mm. Calcule:
a) O indice de recalque;
b) O ângulo do plano de cisalhamento;
c) A deformação de cisalhamento do cavaco;
d) A tensão de escoamento por cisalhamento do material;

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• Solução
• O índice de recalque é dado por:
,
• = = ,
= 2,25
• O ângulo de cisalhamento é dado por:
• ∅= = ,
= 0,474 → ∅ = 25,4°
• A deformação de cisalhamento é dada por:
• = ∅+ ∅− = 25,4 + 25,4 − 10 = 2,38
• A força de cisalhamento é dada por:
• = . ∅− . ∅ = 1559. 25,4 − 1271. 25,4 = 863
• A área do plano de cisalhamento é dada por:
. , .
• = = = = 3,497 2
∅ ∅ ,
• A tensão de cisalhamento que é igual a tensão de escoamento por cisalhamento é dada por:
• = = = = 247
,

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Equação de Merchant
• A partir da definição de tensão de cisalhamento Merchant obteve a seguinte equação:
. ∅− . ∅ . ∅− . ∅
= = . ∅= . ∅= → =
.ℎ .ℎ . ℎ⁄ ∅

• Merchant argumentou que, de todos os ângulos possíveis provenientes da aresta de corte da
ferramenta em que a deformação cisalhante pode ocorrer, existe um ângulo, “f” que predomina.
Este é o ângulo em que a tensão de cisalhamento e igual a tensão de cisalhamento de
escoamento do material, deste modo a deformação de cisalhamento ocorre neste ângulo. Para os
outros ângulos de cisalhamento possíveis, a tensão de cisalhamento é menor que a tensão de
escoamento por cisalhamento, de modo que a formação do cavaco não pode ocorrer nestes
outros ângulos. O material trabalhado assumira o ângulo do plano de cisalhamento que minimiza
a energia. Este ângulo pode ser determinado tomando a derivada da tensão de cisalhamento em
relação ao ângulo, “f”. Resolvendo temos:
• ∅ = 45° + − que em homenagem foi chamada de equação de Merchant
• As hipóteses admitidas em sua demonstração são: tensão de escoamento por cisalhamento do
material constante, portanto, não é afetada pela taxa de deformação, temperatura e outros
fatores. Como esta hipótese é violada consideramos a equação como um valor aproximado.

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Para os dados do exemplo 1, estime o ângulo de atrito (r), e o coeficiente de atrito (b).

• ∅ = 45° + − → = 2.45 + − 2. ∅ = 2.45 + 10 − 2.25,4 = 49,2°

• = = → = 49,2 = 1,16

• Considerações sobre a equação de Merchant.


• O valor real da equação de Merchant é que define a relação geral entre o ângulo de saída, o atrito
cavaco-ferramenta e o ângulo do plano de cisalhamento. O ângulo do plano de cisalhamento
pode ser aumentado pelo aumento do ângulo de saída e pela diminuição do ângulo de atrito
(coeficiente de atrito) entre a ferramenta e o cavaco. O ângulo de saída pode ser aumentado por
um projeto adequado da ferramenta e o ângulo de atrito pode ser reduzido pelo uso de um fluido
lubrificante

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Equação de Kinzle 4000
3500
• = . = . .ℎ

ks[N/mm2]
3000
2500
• No gráfico superior verificamos que a relação entre ks e h não 2000
é uma reta, mas, uma função exponencial, aplicando 1500
logaritmo, temos a equação de Kienzle: 1000
500
• = 1. ℎ 0
0 0,5 1
• Substituindo temos: h [mm]
• = 1. . ℎ
• Para valores de b > 4.h, ks não varia com b 4000
3500

Log Ks [N/mm2]
Onde:
3000
2500
Fc Força de corte N
2000
ks Pressão especifica de corte N/mm2 1500
A Área do cavaco mm2 = 1000
ap profundidade de corte mm 500
b largura de corte mm 0
cr ângulo de posição da ferramenta ° ℎ = f. 0,1 1
f avanço mm
Log h [mm]
h espessura de corte mm
ks1 Pressão especifica de corte para h = 1 mm N/mm2
z expoente da equação de Kinzle
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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Equação de Kinzle
• A equação de Kienzle pode ser estendida para as outras componentes da força de
usinagem, força de avanço e força passiva.
• = 1. . ℎ
• = 1. . ℎ
Onde:
Ff Força de avanço N
kf1 Pressão especifica de avanço para h = 1 mm N/mm2
x expoente da equação de Kinzle
Fp Força passiva N
kp1 Pressão especifica de profundidade para h = 1 mm N/mm2
z expoente da equação de Kinzle
b comprimento de corte mm
h espessura de corte mm

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Correções de Victor a equação de kinzle

100000 Experiências demonstraram que a representação em


Força especifica de corte, Kc

coordenadas bilogaritimicas por intermédio de uma reta


da força especifica de corte, em função da espessura de
corte, só é possível, para intervalos da espessura de
corte, desta forma, define-se:
[N/mm2]

10000
KC10,01 : força especifica de corte para h entre 0.001 a 0.01mm;
KC10,1 : força especifica de corte para h entre 0.01 a 0.1mm;
K C11 : força especifica de corte para h entre 0.1 a 1.0mm;

1000
0,001 0,01 0,1 1
Espessura de corte, h [mm]

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Correções de Victor a equação de kinzle
Substituindo Kc na expressão da força de corte obtém-se
Kienzle-Victor constataram que: a expressão de Kienzle-Victor para calculo da força de corte.

1- A força específica de corte para valores de b > 4.h o


1 c1
valor da força especifica corte é praticamente
constante, como nas operações usuais de usinagem esta
Fc  Kc1.b.h
relação é igual ou maior que quatro, pode-se considerar
que a largura de corte não exerce influência na força
específica de corte. Onde:
“Kc1” e “c1” são os coeficientes da equação de
2- A força especifica de corte varia de forma exponencial Kienzle-Victor para força de corte
com a espessura de corte h, desta forma, temos:

Kc  Kc1.h  c1

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Correções de Victor a equação de kinzle
O modelo desenvolvido por Kienzle-Victor para força de
corte pode ser aplicado também as demais componentes da
força de usinagem. Não se aplica, contudo diretamente a
força de usinagem. Desta forma obtém-se:

Onde:
1 c 2
Ff  Kf 1.b.h - Ff = Força de avanço;
- Fp = Força passiva ou de profundidade;
- “Kf1” e “c2” são os coeficientes da equação de
Kienzle-Victor para força de avanço;
Fp  Kp1.b.h1c 3 - “Kp1” e “c3” são os coeficientes da equação de
Kienzle-Victor para força passiva.

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INFLUÊNCIAS INFLUÊNCIAS
BÁSICAS CORRIGÍVEIS

MATERIAL DA PEÇA GEOMÉTRIA DA


FERRAMENTA

PROFUNDIDADE DE VELOCIDADE DE
CORTE CORTE

AVANÇO MATERIAL DA
FERRAMENTA

DESGASTE DA
FERRAMENTA

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Influencias do material da peça na força especifica de corte
Propriedades do material da peça:
Carbono:
Dentre as propriedades dos materiais a que apresenta
A medida que aumenta o teor de carbono
aumenta o valor de Kc; uma melhor correlação com a força especifica de corte é
a tensão de ruptura (ou de escoamento) ao cisalhamento
Fósforo, chumbo, boro, sulfeto de manganês: do material ( r ), já que a formação do cavaco envolve
cisalhamento concentrado, mas, deve-se tomar
A medida que aumenta o teor dos elementos cuidados pois a tensão de ruptura é obtida em ensaios
acima diminui o valor de Kc [durante a formação estáticos e a temperatura ambiente e o processo de
do cavaco estes elementos deformam-se formação de cavaco acontece à uma frequência e
plasticamente e produzem planos de baixa temperaturas altas;
resistência, estas inclusões funcionam também
Podemos utilizar como aproximação a relação abaixo:
como lubrificante na interface];
onde:
Dureza do material da peça:
r - tensão de cisalhamento limite, obtida em ensaio de
Em geral quando a dureza da peça aumenta o
valor de Kc também aumenta, entretanto, deve-se torção;
levar em conta o teor de elemento de liga ki - força especifica;
Ki  K.Rc .r
presentes nos materiais, pois materiais com
dureza semelhantes podem apresentar valores K - constante;
hmedido
Rc 
diferentes de Kc; h teórico
Rc - grau de recalque;

Maquinas Ferramenta I 23
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Influencias do material da peça na força especifica de corte

Propriedades do material da peça:


Com o aumento da resistência do
material a sua capacidade de
deformação diminui e o valor do grau
de recalque torna-se menor, desta
forma, em iguais condições de
usinagem, o valor da força especifica
para um aço com o dobro da
resistência quando comparado a outro
aço não será o dobro.

Grau de recalque em função da Valor da constante K em função do


espessura de corte para diferentes grau de recalque para diferentes
metais ângulos de saída

Maquinas Ferramenta I 24
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Influencias do material e da geometria da ferramenta na força especifica de corte
Material da ferramenta: Ângulos de saída [go] e de inclinação [ls]:
Variando-se o material da ferramenta varia-se o A medida que os valores dos ângulos acima
coeficiente de atrito entre o cavaco e a superfície de aumentam provocam uma diminuição no valor de
saída da ferramenta, segundo Nakayama e Arai (1976), Kc, pois diminuem a deformação do cavaco, esta
esta variação não é significativa quando se varia o influencia é marcante na usinagem de materiais
material da ferramenta entre as diversas classes P de dúcteis, entretanto, na usinagem de materiais
metal duro adequado para à usinagem de aços. frágeis tais como ferro fundidos a influencia destes
Ferramentas de cerâmica e metal duro com cobertura de ângulos é desprezível, pois a ruptura ocorre para
nitreto de titânio tendem a diminuir o coeficiente da atrito pequenas deformações. Desta forma, recomenda-
entre o cavaco e a superfície de saída da ferramenta, se à utilização de go e ls negativos na usinagem de
desta forma, propiciam uma redução no Kc; materiais frágeis que propiciam uma maior
Ângulo de folga [ao]: resistência da cunha cortante da ferramenta.
Quando o ângulo de folga diminui, aumenta o atrito entre Recomenda-se também à utilização de geometria
a superfície de folga da ferramenta e a peça, desta forma, negativas mesmo para metais dúcteis, pois esta
tem-se o aumento de Kc, entretanto, para ângulos de geometria leva a cunhas cortantes mais resistentes
folga maiores que 5º praticamente não há influencia no e também pelo fato de que, pastilhas
Kc, mas ângulos de folga grandes provocam uma intercambiáveis com geometria negativa possuem
diminuição da resistência da cunha cortante; aresta de corte dos dois lados da pastilha,
Ângulo de posição da aresta secundaria de corte [c’r]: diminuindo-se o custo da aresta de corte;
Este ângulo deve ser maior que 5º para que não haja
interferência entre a aresta secundaria de corte com a
superfície usinada da peça Maquinas Ferramenta I 25
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Influencias do material e da geometria da ferramenta na força especifica de corte
Ângulos de posição [cr]:
Para seções de corte com espessuras de corte h, iguais, o valor da força especifica de corte é
praticamente constante, desde que, o índice de esbeltez seja maior que 4 e o ângulo de posição
da aresta de corte maior que 40 graus, valores estes normais no processo de usinagem.

ap
G b
f Gc 
h

1
Gc  2
.G
senc r

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Influencias da velocidade de corte na força especifica de corte
A figura ao lado mostra o comportamento típico da
variação de Kc com a velocidade de corte. Para
valores de velocidade de corte onde não há formação
de aresta postiça de corte [APC] os valores de Kc
tendem a diminuir com o aumento da velocidade de
corte, devido à diminuição da deformação e da dureza
do cavaco e também do coeficiente de atrito,
entretanto, acima de 150 m/min a diminuição de Kc
não é tão acentuada, portanto, para Vc maiores que
150 m/min podemos dizer que Kc não é influenciado
pela velocidade de corte.

A presença da APC tende a diminuir o valor de Kc


devido ao fato da APC aumentar o ângulo de saída,
desta forma, na usinagem de materiais dúcteis com
velocidades de corte baixas, na presença de APC, os
valores de Kc variam dependendo do tamanho e
geometria da APC.

Maquinas Ferramenta I 27
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Influencias das condições de refrigeração e lubrificação na força especifica de corte

As condições de lubrificação e refrigeração • De temperatura na região de corte, desta


influem sobre a força especifica de corte forma, quanto maior for o efeito refrigerante
modificando as condições: do fluido de corte, menores serão as
• De atrito entre o cavaco e a superfície de temperaturas da peça, do cavaco e da
saída da ferramenta, desta forma quanto ferramenta. Temperatura menor na ferramenta
melhor for a penetração do fluido de corte e é altamente benéfica ao processo
quão maior for o efeito lubrificante do fluido aumentando a vida da ferramenta, entretanto,
de corte maior será a diminuição de Kc, temperaturas menores na região de formação
entretanto, em altas velocidades de corte a do cavaco implicam em maiores esforços
penetração do fluido de corte é dificultada; para realizar o corte;

Maquinas Ferramenta I 28
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Influencias do estado de afiação da ferramenta na força especifica de corte
Na presença somente de desgaste de flanco, conforme
demonstra a figura 1, para diferentes valores de avanços, o
valor de Kc aumenta a medida que o desgaste de flanco [VB]
aumenta, devido ao aumento do atrito entre a superfície de
folga da ferramenta e a peça.
Na presença de desgaste de flanco e cratera simultaneamente
o aumento de Kc não é tão significativo pois o aumento de VB
leva a um aumento de Kc, entretanto, o aumento do desgaste
de cratera leva a uma diminuição de Kc, desta forma, os
efeitos são compensados, região 2 da figura 2.
Na região 1, da figura 2, no inicio do processo de corte o
desgaste de flanco ocorre mais rapidamente que o desgaste
de cratera, este fato ocasiona um aumento de Kc e
conseguinte aumento da força de corte.
Na região 3, da figura 2, o crescimento dos esforços de corte
nesta fase da vida da ferramenta se dá pela excessiva
deformação já causada pela aresta de corte, com valores
grandes para desgastes de flanco e cratera.

Maquinas Ferramenta I 29
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Fatores de correção das componentes da força de usinagem segundo Ferraresi

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Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Fatores de correção das componentes da força de usinagem segundo Ferraresi

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• Fatores de correção das componentes da força de usinagem segundo Ferraresi

Maquinas Ferramenta I 32
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• Fatores de correção das componentes da força de usinagem segundo Ferraresi

Maquinas Ferramenta I 33
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• Fatores de correção das componentes da força de usinagem segundo Ferraresi

Maquinas Ferramenta I 34
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Fatores de correção das componentes da força de usinagem segundo Ferraresi

Maquinas Ferramenta I 35
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Fatores de correção das componentes da força de usinagem segundo Ferraresi
Variação Variação
Variavel Componente Modo Variavel Componente Modo
percentual percentual
Fc
Fc 1,5%  go   Fc Mat. Fer.
Diminue quando comparada
Ff com ferramentas de metal
go Ff 5,0%  go   Ff Ceramica
Fp
– 10,0%
duro sem revestimento
Fp 4,0%  go   Fp Fc
Mat. Fer. Diminue quando comparada
Fc 1,5%  ls   Fc Metal duro Ff com ferramentas de metal
– 5,0 a 10,0%
com cobertura duro sem revestimento
ls Ff 1,5%  ls   Ff Fp

Fp 10,0%  ls   Fp Fc
2 r < ap
Raio de ponta Ff
Fc xxx Considerada na eq. Kienzle não existe variação
Fp
cr Ff 2,5%  cr   Ff
Fc A força de usinagem diminue
Fp xxx Considerada na eq. Kienzle Velocidade de Interpolar aproximadamente de forma
Ff
corte Ki e (1-ci) hiperbolica com o aumento da
Fc 7,0 a 12,0% Aumenta as componentes da Fp velocidade de corte
Ff 18,0 a 26,0% força de usinagem. Fc Vc < 30 m/min
Desgaste Para cada 0,1 mm de Fluído de Diminui Fc, Ff, Fp.
Fp 20,0 a 32,0% aumento de VB utilizar os Ff Caso a caso
corte Vc > 70 m/min
Fp valores dados ao lado . Fp Aumenta Fc, Ff, Fp.

Maquinas Ferramenta I 36
Forças e Potencias no Corte dos Metais

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Forças e Potencias no Corte dos Metais

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Forças e Potencias no Corte dos Metais

Maquinas Ferramenta I 39
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Potencia de corte
• A potencia de corte pode ser obtida pelo produto corte da força pela velocidade de corte.
• = .
• Considerando as unidades usuais temos:
.
• = → , , [ ]
.
• = → , , [ ]
.
• Podemos estabelecer relações entre a potencia de corte, do motor e de linha através dos
rendimentos da maquina e do motor. Onde:
Pc Potencia de corte W ou cv
• = Pm Potencia do motor W ou cv
Pl Potencia de linha W
• = nmaq Rendimento da maquina
nmotor Rendimento do motor
• = 3. . . ∅ V Tensão da rede elétrica V
I Corrente da rede elétrica A
cosf Fator de potencia
Maquinas Ferramenta I 40
Forças e Potencias no Corte dos Metais
• Potencia de corte unitária (Pu) ou energia especifica (U).
• A potencia de corte unitária é a potencia de corte por unidade da taxa do volume (frm) de metal
removido.
. . .
• ∅ = →∅ [ ]
.
• = =∅ = . .
= .
→ é [ ]
• Exemplo:
• Qual a potencia de corte e a energia especifica em uma operação de usinagem com
vc = 100m/mim, com h = 0,5 mm, ap = 3,0 mm e Fc= 1557 N.

. 1557.100
= = = 2595 2595 2595
60000 60

. . 1000.100.3.0,5
∅ = = = 2500
60 60
2595 .
= = = 1,038
∅ 2500
Maquinas Ferramenta I 41
Forças e Potencias no Corte dos Metais

Os valores da tabela são baseados em duas hipóteses: (1) a ferramenta de corte é afiada e (2)a espessura do cavaco
h = 0,25 mm. Para ferramentas desgastadas, a potencia necessária é maior, neste caso devemos multiplicar por um
Fator entre 1 a 1,25 (acabamento 1,1 e desbaste 1,25) dependendo do grau de desgaste da ferramenta. Para valores
De h diferentes de 0,4 mm podemos utilizar o gráfico acima para efetuar a correção
Maquinas Ferramenta I 42

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