Grupo 4 – Luiz Gustavo Martinez Martins GRR20190272
Vitor Eduardo Emmerich Genilheu GRR20190709
O objetivo do experimento realizado foi determinar o gap do antimoneto de índio através da
variação da resistividade desse material com a variação de temperatura. Para isso foi montado um setup de experimento que consiste em uma peça de antimoneto de indio soldada a um termopar e a quatro polos de prova, protegidos por ampola de vidro e imersos em banho termostatizado. As pontas de prova estavam ligadas a uma fonte de alimentação e um sensor que detectou a diferença de potencial ma superfície do semicondutor. A técnica utilizada para medir a diferença de potencial que se observa devido a passagem de corrente pelo semicondutor foi o método de medição de 4 terminais, que consistem em utilizar dois polos mais externos para inferir uma corrente continua (200 mA neste caso) e, nos dois polos mais internos, um voltímetro de alta impedância, que impede a passagem de corrente em seus sistema interno. Essa montagem evita que seja computada na medida as resistências de contato da fonte de corrente e do próprio cabo de medição do potencial. A fim de aumentar a precisão dessa medida, um gatilho para a rápida inversão de polos da fonte de corrente foi montado. Isso é interessante para se evitar o acúmulo de cargas no entorno dos terminais de alimentação, o que pode perturbar a passagem da corrente elétrica e mascarar os resultados. Portanto duas medidas de diferença de potencial foram tomadas para uma mesma temperatura, uma em cada sentido da passagem da corrente. O comportamento esperado para um semicondutor é que com o aumento da temperatura, mais elétrons tenham a energia necessária para vencer o gap eletrônico e passar da banda de valência para a banda de condução. Em termos de resistência, espera-se observar uma diminuição da resistência com o incremento de temperatura. Como a relação entre corrente elétrica, diferença de potencial e resistência é dada por U = Ri, para i constante, e R diminuindo, espera-se observar valores de diferença de potencial menores com o aumento da temperatura no experimento. Foram coletados dados de ΔU para várias temperaturas, iniciando na mais baixa possível com banho de gelo (~4°C) e com incremento de 5°C até o valor máximo alcançado pelo banho termostatizado de 90°C, sempre promovendo a inversão dos polos de alimentação a cada passo. Com os dados foi possível montar a seguinte tabela: Com os dados obtidos podemos elaborar um gráfico de ΔU(V) x T(K) para verificar o comportamento do semicondutor durante o experimento:
O comportamento do material semicondutor no experimento está de acordo com a dedução da
resistividade (ρ) em função da temperatura (T) que pode ser expressa por:
ρ(T) = ρo(2kBT/h2)-3/2 exp(Eg/2kBT)
onde kB é a constante de Boltzmann; h é a constante de Planck, E g é a largura do gap e ρo é
resistividade residual a 0 K. Observe que a parcela exponencial da equação tem muito mais influência no comportamento da curva, pois a taxa em que evolui é muito maior do que a parte polinomial. Para obtermos a largura do gap do InSb é útil a estrategia da linearização do gráfico acima, e aplicando o logarítmo natural em ambos os lados da equação obtemos:
ln(ρ) = ln (ρo) – 3/2ln(2kBT) + 3ln(h) + Eg/ 2kBT
Para efeitos de simplificação, como o fenômeno observado é influenciado muito mais
fortemente pela parte exponencial da equação original, podemos aproximar os termos [ln (ρo) – 3/2ln(2kBT) + 3ln(h)] para uma constante, desprezando a influência da temperatura nesse termo. Com essa consideração a equação toma a forma de uma reta e o coeficiente angular é utilizado para calcular a largura do gap. Elaborando o gráfico de ln (ΔU) x 1/T, e aplicando a regressão linear para obter a reta que descreve os dados e seus coeficientes temos: Sendo o coeficiente angular da reta Eg/2kB = 1,434263 103 K e kB = 8,6173 10-5 eV/K temos que Eg vale 0,247 eV (T=0K). Os valores de referencia encontrados para o Gab do InSb foram de 0,17 eV (300K) e 0,23 eV (0K). Utilizando a referencia de mais baixa temperatura temos um erro de 6,8% na determinação, o que indica que a aproximação feita para a linearização do grafico de ΔU(V) x T(K) foi satisfatoria. REFERÊNCIAS