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1§ edição
outubro de 1997
Tradução
ALVAMAR LAMPARELU
Revisão da tradução
Jefferson Luiz Camargo
Revisão técnica
Dr- Vera Tess e Dr. Bernard Range
Revisão gráfica
Lilian Jenkino e Solange Martins
Produção gráfica
Geraldo Alves
Paginação/Fotolitos
Studio 3 Desenvolvimento Editorial
C apa
Katia Harumi Terasaka
CDD-616.89142
97-4636 NLM-WM 400
índices p a ra catálogo sistemático:
1. Terapia cognitivo-comportamental : Distúrbios
psiquiátricos : Medicina 616.89142
2. Terapia do comportamento cognitivo : Distúrbios
psiquiátricos : Medicina 616.89142
Apresentação VII
Prefácio IX
Agradecimentos X I
Colaboradores XIII
Oxford K .H
1988 P.M. S
J.K
D. M .C
Agradecimentos
i l
Colaboradores
Gillian Butler
Psicólogo de Pesquisa Clínica, Departamento de Psiquiatria, Uni
versidade de Oxford, Reino Unido.
D avid M. Clark
Professor de Psicologia, Departamento de Psiquiatria, Universida
de de Oxford, e Professor Adjunto, University College, Oxford,
Reino Unido.
Peter Cooper
Professor de Psicopatologia, Departamento de Psiquiatria e Psico
logia Experimental, Universidade de Cambridge, Reino Unido.
Christopher Fairburn
Professor Sênior do Wellcome Trust, Departamento de Psiquiatria,
Universidade de O xford Reino Unido.
Melanie Fennell
Psicóloga de Pesquisa Clínica, Departamento de Psiquiatria, Uni
versidade de Oxford Reino Unido.
Alan E. Fruzzetti
Aluno de Doutorado em Psicologia Clínica e Coordenador de
Pesquisas, Centro para o Estudo de Relacionamentos, Universida
de de Washington, EUA.
John Hall
Psicólogo Clínico Distrital e Professor, Wameford Hospital e De-
pni lamento de Psiquiatria, Universidade de Oxford, Reino Unido.
XIV Terapia cognitivo-comportamental
Keith Hawton
Consultor e Professor de Psiquiatra, Warneford Hospital e Depar
tamento de Psiquiatria, Universidade de Oxford, Reino Unido.
N eil S. Jacobson
Professor de Psicologia e Diretor de Treinamento Clínico, Univer
sidade de Washington, EUA.
Joan Kirk
Psicóloga Clínica, Departamento de Psicologia, Warneford Hospi
tal, Oxford Reino Unido.
Paul M. Salkovskis
Psicólogo de Pesquisa Clínica, Departamento de Psiquiatria, Uni
versidade de Oxford Reino Unido.
Karen B. Schmaling
Professor-Assistente de Psiquiatria, Faculdade de Medicina da Uni
versidade do Colorado, e Assistente, Centro Nacional Judaico de
Imunologia e Medicina Respiratória, EUA.
1. Desenvolvimento eprincípios das abordagens
cognitivo-comportamentais
Os organizadores
campainha-----------►nenhuma salivação
Reforçador
Presente Ausente
i 1
Positivo (Reforçamento (Frustração pela
positivo) não-recompensa)
Tipo de
reforçador
1 t
Negativo (Punição) (Reforçamento
negativo)
Introdução
I nlirvlNta comportamental
AlikimnnítoruçSo
■\iiln irlmo (questionários, escalas de avaliação global)
hilnimiiçfleN obtidas através de outras pessoas
i'IiIivvInIiis com pessoas-chave
miiltlloi nçAo por outras pessoas-chave
«*1i>,i IVai. ili >dirctii do comportamento em ambientes clínicos
h pu iniliiçrto de papéis (role-play)
h Mit >icomportamentais
IStinun'llIis objetivos comportamentais
1 li illilil', IllIllIÓgicilS
24 Terapia cognitivo-comportamental
M odos de avaliação
Por favor, dê uma nota para o mal-estar que está sentindo neste momento,
utilizando a seguinte escala:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I__________ I__________ I__________ I__________ I__________ I__________ I__________ I__________ I__________ I__________ I
Dê uma nota para o mal-estar que sentiu durante cada período do dia, utili
zando a seguinte escala:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I I I I I I I I I I_________ I
29 Nov. 4 5 3
30 Nov. 2 5 4
1 Dez. 6 6 7
2 Dez. 5 4 2
3 Dez. 6 7 8
Figura 2.2 Escala de avaliação de tensão três vezes ao dia para um paciente
obsessivo
Avaliação cognitivo-comportamental 27
1' luura 2.4 Diário de uma paciente ansiosa com o fato de ficar sozinha
seu êxito na solução do que antes fora um problema sério (ver Fi
gura 2.4).
As medidas regulares também permitem que o terapeuta e o
paciente continuem a focalizar sua atenção nas metas estabeleci
das por ambos para o tratamento.
Fase inicial
Evolução do problema
Início
Desenvolvimento
este vem de longa data, então será útil fazer um gráfico de sua evo
lução no tempo, com as variações de sua gravidade registradas de
um lado da linha do tempo, e as mudanças de vida mostradas do
outro lado. Um exemplo é dado na Figura 2.5. Como em outras par
tes da entrevista, enfatiza-se a previsibilidade do problema para
1980
<- - Morte da mãe
Ataques de pânico
mimentam rapidamente - Começou viagem aos Estados
Unidos
I Ijiiii « 2.^ <iráfico da relação entre datas e fatos para uma paciente com sin-
iniiitir, de iinsiediule
34 Terapia cognitivo-comportamental
Fatores predisponentes
Análise comportamental
Para o paciente, pode ser útil falar livremente por alguns mi
nutos, mas isso deve ser seguido por perguntas, até que o terapeuta
tenha uma idéia clara do que aconteceu no exemplo específico e da
seqüência em que ocorreu. O paciente desse exemplo concentrou-
se em como se sentia, por isso o terapeuta perguntou-lhe sobre ou
tros aspectos do problema. Ele então respondeu:
Fatores mantenedores
acontece com frases do tipo “Ele nunca diz nada”. Uma mulher so
cialmente fóbica ofereceu informações muito mais úteis quando
especificamente interrogada:
\
Engajamento no tratamento
Incapacidade de progredir
eles indica, em geral, que o paciente não acha que possam ajudá-
lo a alcançar os objetivos do tratamento - seja por serem irrele
vantes, ou por outros fatores (por exemplo, incompetência ou
falta de esperanças) impedirem o progresso. Isso pode se dar por
ser o exercício irrelevante, revelando talvez novas facetas do pro
blema, ou porque o paciente receia o resultado do exercício, ou
porque compreendeu mal a relação entre o exercício e o objetivo.
Por exemplo, exercícios anteriores podem ter visado à aquisição
de uma nova habilidade, mas o paciente pode ter desanimado por
que essa prática não resultou em nenhuma melhora visível do pro
blema, o que o deixou relutante em gastar mais tempo com ela.
I Ima nova discussão sobre o papel da aquisição de habilidades na
superação dos problemas pode tornar o exercício de casa mais re
levante.
Por outro lado, a não-aderência pode atingir as crenças mais
fundamentais que os pacientes têm de si mesmos e de seus proble
mas. Pode-se então proceder a uma abordagem para descobrir cog
n is e s , descrita nos Capítulos 3 e 6. Por exemplo, pode-se pedir ao
pm iente que imagine, em detalhes, como seria a tentativa de fazer
0 exercício de casa, e que diga quais os pensamentos que lhe pas-
Niiinin pela cabeça.
Stliuição psicossocial
Formulação preliminar
I tlMholccIincnto de objetivos
uma hora” em vez de “não ter rituais de lavar as mão durante o tra
balho doméstico”. Gambrill (1977) refere-se à “solução do homem
morto” como sendo aquela que pode ser conseguida por um ho
mem morto; por exemplo, um homem morto não teria ataques de
pânico, nenhuma necessidade de se exceder, nem noites insones,
l ia recomenda que essas soluções sejam evitadas. Como é difícil,
muitas vezes, afastar a atenção do paciente dos sintomas e dirigi-la
às metas positivas, pode ser útil dizer alguma coisa como;
Autom onitoração
Exatidão da automonitoração
t da freqüência
ções mais exatas. Isso tem ampla aplicabilidade, e vale a pena ten
tar descobrir aspectos discretos de um problema para se contar; por
exemplo, o número de consultas ao médico da família por semana,
de pensamentos de autocrítica, de fios de cabelo arrancados, de
ataques de pânico, de discussões com o cônjuge. Os dados podem
ser registrados em diários, ou em forma de registros de freqüência;
mas para os problemas que apresentam altas freqüências, é mais
fácil usar um contador mecânico (por exemplo, um contador de
golfe ou de fazer crochê).
Duração do problema
Auto-avaliações
ItülH
I luiit li 2,7 I srnlii visual analógica para que os terapeutas meçam a quantidade
tit I iMthilnb vlNimis mostrados pelo paciente
li i i h h n
Reatividade à automonitoração
Questionários de auto-relatos
Ht f i r u de papéis ( “role-play”)
Testes comportamentais
Conclusões
Introdução
Tipos de fobia
Origens
mente puxar seu rabo e ser mordida. A criança reage com medo e
perturbação, aprendendo a evitar cachorros no futuro (ver também
Capítulo 1).
Contudo, é incomum que um paciente fóbico descreva um
único evento traumático, como o de ser mordido, ao qual possa
atribuir o início da manifestação do distúrbio. O medo geralmente
se desenvolve aos poucos, como resultado de experiências repeti
das e mais ou menos assustadoras, ou através de uma aprendiza
gem social. As vezes isso acontece num período de estresse ou de
grande agitação, quando as respostas de medo são facilmente
aprendidas. As fobias simples podem se desenvolver gradualmen
te a partir dos medos da infância, e o mais comum é que as fobias
sociais se iniciem no final da adolescência. A agorafobia parece
começar mais freqüentemente ou no final da adolescência, quando
se espera que as mulheres se tomem mais independentes, ou ao
redor dos 30 anos (Marks e Gelder, 1966). De acordo com Marks
(1969), a presença e a natureza dos fatores précipitantes não têm
nenhuma relação evidente para o subseqüente desenvolvimento do
distúrbio. Não é necessário conhecer a causa exata da fobia para
poder tratá-la com êxito.
Sintomas
DESENCADEANTE SITUACIONAL
SINTOMAS
Diretrizes da exposição
Avaliação
Pontos gerais
Fatores mantenedores
Recursos
Adequação ao tratamento
Medir a fobia
Gravidade da fobia
Escala de avaliação
0-100
1. Olhar por cima da balaustrada no nível superior da escada 5
2. Olhar pela janela fechada do primeiro andar 7
3. Debruçar-se na janela do primeiro andar 10
4. Como acima, na casa de um amigo, + janelas do segundo
andar 10-20
5. Olhar para baixo, das janelas com vidro laminado no
escritório, até o sexto andar 30-40
6. Olhar para baixo, do topo da escada rolante (descendente) 35
7. Usar uma escada para trocar a lâmpada no meio do quarto 40
8. Andar pela ponte sobre o rio, próximo às grades de segurança 50
9. Dirigir sobre uma ponte suspensa 60
10. Torre da igreja: subir até o telhado 70
11. Caminhar ao longo de uma trilha próxima ao penhasco 80
12. Dirigir pelas estradas nas montanhas, por exemplo em
North Wales 90
13. Fazeruma refeição na Post Office Tower 100
Automonitoração
Medidas de cognições
Data
META: Freqüentar as lojas locais diariamente. Ir à cidade uma vez, se possível.
PS: Decidir o que fazer antes de sair, e preencher o cartão antes e depois
de cada percurso.
Introdução do tratamento
Exposição gradual
ansiedade e/ou fazer com que seja mais fácil percorrer a hierarquia
de forma mais rápida. Também pode ser uma maneira de demons
trar determinadas habilidades, como, por exemplo, administrar a
ansiedade ou as interações sociais. O perigo reside no fato de os
pacientes passarem a confiar mais em quem os acompanha do que
em si próprios, razão pela qual é aconselhável que os pacientes tra
balhem independentemente, se possível, e suspendam o acompa
nhamento bem antes do final do tratamento. Para um paciente ago-
rafóbico essa suspensão pode progredir, por exemplo, na seguinte
ordem: o acompanhante viaja de ônibus junto com o paciente, de
pois ambos se separam no mesmo ônibus, em seguida o acompa
nhante vai encontrar o paciente no ponto de ônibus e, por último,
vai encontrá-lo no fim do percurso.
Medicação ansiolítica
Distúrbios afetivos
Distúrbios de personalidade
Questões gerais
Manutenção da mudança
medos. Mas eles também podem fazer um mau uso dessa oportuni
dade, mesmo quando os indícios estejam à sua frente na forma de
folhas de registros, o que não acontecerá se o tópico for discutido.
As conclusões podem ser anotadas para uma futura referência.
Muitas outras estratégias também aumentam a probabilidade
de que os ganhos sejam mantidos.
As expectativas quanto ao futuro devem sempre ser discutidas,
já que as flutuações na ansiedade fóbica são comuns, e a ocorrência
de contratempos menores bastante provável. Isso pode ser pertur
bador se não for esperado, de modo que alertar os pacientes a espe
rar por elas constitui uma boa maneira de ajudá-los a continuar es
perançosos e ativos quando ocorrerem. A maioria dos pacientes
tem consciência de que a quantidade de ansiedade experimentada
varia não só com o grau de dificuldade da situação fóbica, mas tam
bém com índices de estresse como fadiga e saúde física, além de
todos os outros problemas de suas vidas. Assim, as recaídas são
mais prováveis em períodos de estresse, e talvez seja irreal esperar
por um “futuro sem fobias” em alguns casos. Todavia, uma recaída
(precipitada ou não pelo estresse) pode ser tratada utilizando-se os
mesmos métodos, e uma posterior deterioração do quadro pode ser
impedida se forem tomadas medidas no devido tempo. Em geral, a
recaída será menos provável se se planejar uma exposição regular,
ainda que esta tenha de ser elaborada através de artifícios; por exem
plo, ao se fazer com que o paciente doe sangue, ou ao se escolher a
fila mais longa do supermercado.
Antes do final do tratamento convém elaborar um plano para
o futuro, ou um “projeto”, especificando como lidar com as difi
culdades que possam surgir. Esse plano pode ser expresso nas
palavras do próprio paciente, e deve enumerar todas as estratégias
que se mostraram úteis. Além das observações sobre a exposição e
as conclusões das discussões sobre melhora acima mencionadas,
deve-se também incluir técnicas de automonitoração como a ma
nutenção de registros e diários, e técnicas adicionais como o rela
xamento. Um exemplo é fornecido no Quadro 4.3.
Um dos principais objetivos do tratamento é levar os pacien
tes a desenvolverem a confiança para lidar com o problema de mo
do independente. Os terapeutas podem promover esse objetivo ao
delegarem gradualmente a responsabilidade pelo trabalho na ses-
I Hstúrbios fóbicos 181
I Nflo recue diante das coisas que são difíceis de realizar. Faça-as rapidamente,
untes que tenha tempo de começar a se preocupar novamente.
.' I.embre-se de quantas vezes teve de ir ao correio até que se sentisse bem.
Agora, até mesmo as lojas na cidade não apresentam problema.
I Faça os exercícios de relaxamento corretamente uma vez por mês, a fim de não
esquecê-los.
(P.S.: Escreva isso no diário como lembrete)
•I, Não se deixe ficar emaranhado no horror de tudo isso; é mais encorajador refle
tir sobre o progresso que se alcançou antes, e sobre o que se deve fazer depois.
Anote os passos.
5. Reexamine as folhas de registros antigos. Elas mostram em que ordem fazia as
coisas anteriormente, e o quanto teve de praticar até que ficasse mais fácil.
(). Vá ao supermercado sozinho, às vezes. Não vá sempre com a família, mesmo
que assim seja mais conveniente.
7. Planeje ir a todos os concertos de música da escola no próximo semestre.
H. Respire devagar quando se sentir mal.
(). Tome cuidado com a idéia de que o pior pode acontecer. Ainda não aconteceu.
Tratamentos alternativos
•I eficácia da exposição
I natureza do problem a
Avaliação
Fatores emocionais
Comportamen tos
Fatores fisiológicos
Testes comportamentais
I I
0 .-f
O X X X X X X X X X X
O X X X X X X X X X X
o o o o o o o o o o
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I
207
Distúrbios obsessivos
Entrevistar parentes
Questionários
Automonitoração
Dificuldades de avaliação
Efeitos da discussão
Implicações da obsessão
Constrangimento
Cronicidade
Introdução da exposição
Reasseguramento
Nome
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não me sinto Sinto-me tão
de forma alguma incomodada quanto
incomodada jamais me senti
Nome Data W
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não me sinto Sinto-me tão
de forma alguma incomodada quanto
incomodada jamais me senti
Figura 5.2 Registro de paciente do desconforto no período de quatro exercí
cios de casa
Distúrbios obsessivos
221
Nome Data
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não me sinto Sinto-me tão
de forma alguma incomodada quanto
incomodada jamais me senti
Nome
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não me sinto Sinto-me tão
de forma alguma incomodada quanto
incomodada jamais me senti
Razão Remédio
Não-adesão
Estilo de terapia
Avaliação
Procedimentos de tratamento
Treinamento da habituação
(1) fazer com que o paciente ouça a fita em situações muito di
fíceis, possivelm ente utilizando um gravador portátil (por
exemplo, os pacientes com pensamentos sobre fazer mal às
pessoas na rua podem ouvir a fita enquanto caminham pela
cidade);
(2) fazer com que o paciente ouça a fita enquanto está ansioso,
seja em decorrência do estresse circunstancial (por exemplo,
ir ao dentista, tirar proveito das variações de humor natural)
ou por razões planejadas (por exemplo, ao imaginar-se numa
situação estressante ou usar procedimentos para indução de
humor; Clark, 1983); e
(3) variação deliberada da habituação gravada em fita (por exem
plo, ao utilizar-se uma fita não reversível, variando o conteú
do dos pensamentos, o volume da fita, seu dinamismo e assim
por diante); ruídos altos podem ser introduzidos na fita para
provocar respostas de surpresa.
Supressão de pensamentos
até que essa prática esteja mais estabelecida; isso raramente se faz
necessário.
O paciente pode interromper os exercícios de casa; se os
princípios gerais da adesão tiverem sido seguidos, a explicação
mais freqüente sugere que o paciente tentou aplicar a supressão
de pensamentos a pensamentos difíceis, fora do âmbito das ses
sões de prática, mas que esse procedimento se mostrou pouco útil.
Isso talvez se deva ao fato da supressão de pensamentos não ter
sido suficientemente praticada. O paciente pode, por outro lado,
simplesmente ter achado os exercícios de casa demasiado difí
ceis, tanto devido à prática com pensamentos muito perturbado
res quanto à inadequação da própria situação de prática (por
exemplo, pela manhã, quando o humor se encontrava relativa
mente baixo, ou à hora do jantar, quando havia muitas exigências
concomitantes).
Se o paciente tiver praticado o procedimento da maneira reco
mendada, mas as avaliações de mal-estar e intensidade não tive
rem sofrido uma queda, o mais provável é que esteja havendo neu
tralização encoberta contínua ou procura de reasseguramento. Per
guntas como “O que está tendo de dizer a si mesmo que não teria
se não tivesse esses pensamentos?” identificarão a neutralização
encoberta, e poderão levar a uma discussão adicional de seu papel
na manutenção dos pensamentos. Se a procura de reasseguramen
to for um problema persistente, talvez seja conveniente fazer uma
sessão conjunta com parentes e outras pessoas envolvidas.
Tratamentos alternativos
caídas quando de sua alta. Esse fenômeno pode levar a falsas con
clusões sobre a base de seus problemas. A hospitalização pode ser
uma maneira útil de iniciar o programa de tratamento de pacientes
cujos problemas dizem respeito basicamente à contaminação, e
que acham a exposição autodirigida particularmente difícil de ini
ciar. A admissão deve ser planejada (isto é, não em resposta a uma
crise), e durar por um tempo limitado (geralmente uma semana ou
menos). Durante a admissão, a exposição e a prevenção de respos
ta 24 horas por dia constituem a melhor abordagem, com o envol
vimento de uma equipe altamente qualificada nos dois primeiros
dias (Foa e Goldstein, 1978). A generalização para o contexto do
méstico deve começar a partir do segundo dia com um programa
de visitas inicialmente supervisionadas à casa do paciente, com o
objetivo de ampliar o programa.
Introdução
A natureza da depressão
O desenvolvimento de tratamentos
psicológicos para a depressão
Experiência (anterior)
Incidentes(s) crítico(s)
Sintomas de depressão
Comportamentais Somáticos
Motivacionais Cognitivos
Afetivos
A entrevista inicial
2. Definição de metas
3. Apresentação dosfundamentos lógicos do tratamento
Detalhes práticos
Círculo vicioso de pensamentos negativos e depressão
Possibilidade de mudança
4. Início do tratamento:
Específico: Selecionar primeira meta do tratamento
chegar a um consenso quanto aos exercícios de casa apropriados
Geral: Proporcionar ao paciente experiência do estilo da terapia cogniti
vo-comportamental
Metas gerais:
Estabelecer o relacionamento
Evocar esperança
Proporcionar ao paciente uma compreensão preliminar do modelo
Estabelecer um esquema de trabalho para testá-lo na prática
Experiência passada
Comparações desfavoráveis com a irmã gêmea
O pai (seu principal esteio) morre
1
Suposições disfuncionais
Sou inferior como pessoa
Meu valor depende do que as pessoas pensam a meu respeito
A menos que faça o que as outras pessoas querem, serei rejeitada por elas
1
Incidente crítico
Casamento fracassa
Sou estúpida
Sintomas
Níveis baixos de atividade, retraim ento social
C o m p o r t a m e n t a is :
1. Incapacidade de me expressar.
dificuldade em dizer “não”
dificuldade em discordar
dificuldade em dizer aquilo que quero quando os outros querem algo diferente
2. Sentir-se inferior como pessoa
4. Depressão:
oprimida pelas exigências diárias
evitar pessoas
sentar-se pelos cantos ruminando
fazer nada
incapaz de se concentrar
não encontrar prazer em nada
etc.
2. Definição de objetivos
4. O início do tratamento
1. Estabelecer a agenda
2. Itens semanais:
exame dos eventos desde a última sessão
feedback da sessão anterior
revisão dos exercícios de casa:
resultados?
dificuldades?
o que foi aprendido?
4. Exercício(s) de casa:
tarefa?
fundamentos lógicos?
dificuldades previstas?
5. "Feedback":
compreensão?
reações?
260 Terapia cognitivo-comportamental
1. Estabelecer a agenda
2. Itens semanais
Exame dos eventos. Esse exame deve ser breve mas suficiente para
mostrar ao terapeuta qual foi o andamento das coisas desde a últi
ma sessão, e para permitir que questões e incidentes importantes
para a terapia sejam trazidos à luz.
4. Exercício(s) de casa
5. “Feedback”
cada vez, serei capaz de lidar com eles”, “Descobri que não é que
não seja capaz de fazer nada, mas sim que penso não ser capaz de
nada”, “Quando a terapia tiver terminado, ainda serei capaz de en
frentar as situações sozinho ao usar aquilo que aprendi”. Segundo,
significa verificar como os pacientes se sentem a respeito da ses
são e, em particular, se algo os perturbou ou ofendeu. Deve ficar
claro ao paciente que o feedback honesto é sempre bem-vindo, não
importando o quanto seja negativo, uma vez que permite a elucida
ção de mal-entendidos e ajuda o terapeuta a agir de acordo com as
necessidades do paciente.
Técnicas de distração
Enfoque no objeto
Percepção sensorial
Exercícios mentais
Contagem de pensamentos
Atividades de monitoração
Nome
12-13 Procurei meu gato que Lavei roupa (PO, D4) Dormi
estava perdido
(PO, D10)
13-14 Sentei-me no jardim Ouvi rádi 3 Levantei-me
(P0, DO) (P1,D0) Almocei
(P2, D5)
14-15 Ouvi rádio no jardim Ouvi rádio
(Pl, D0) (Pl, D0)
Início de semana em
Quinta Sexta Sábado Domingo
Ouvi rádio (P2, DO) Fui de carro encon Ouvi rádio (P4, DO) Telefonei a uma
trar um amigo para amiga a respeito de
almoçarmos (PI, D6) emprego (P5, D5)
Fui de carro até a Almocei com Fui às co mpras Li o jornal (P3, DO)
casa de amiga amiga (P5, D2) (P2.D2)
(P1,D5)
Jantei (P3, D3) Bebi corr amigos Assisti te evisão Assisti te levisão
(P5.D1) (P3, Dl) (P3,D0)
Assisti televisão
(P3, DO)
\ r
A programação de atividades
Identificar a situação-problema
Confrontação verbal
1. Qual é a evidência?
2. Quais visões alternativas se apresentam?
3. Quais são as vantagens e desvantagens desta maneira de pensar?
4. Quais erros lógicos estou cometendo?
P.: Bem, ele tem trabalhado muito ultimamente. Quer dizer, ele
chega tarde na maioria das noites, e tem de ir ao escritório nos
fins de semana. Então acho que talvez possa ser isso.
T.: Talvez possa, não é? E como poderia constatar que é isso
mesmo?
P.: Bem, poderia comentar que havia notado que parecia cansado
e perguntar como vem se sentindo, como está indo no trabalho.
Não fiz isso ainda; venho apenas me aborrecendo porque ele
não presta atenção em mim.
T. : Isso me parece uma excelente idéia. Que tal fazer disso uma
tarefa de casa para esta semana?
Terapeuta: Parece que você tem sido muito dura consigo mesma
quando tenta fazer algo e a tentativa não funciona.
Paciente: Não concordo. Quer dizer, se eu não me estipulasse altos
padrões, nunca faria nada.
T. : Para funcionar, então, tem de ser dura consigo mesma?
P. : Exatamente.
T.: Você tem uma garotinha, não é? Quando ela estava aprenden
do a falar, como a ajudava? Você lhe chamava a atenção para
todos os erros que ela cometia, e ficava zangada com ela quan
do usava a palavra errada?
P. : Não, não era o que eu fazia.
T. : O que você acha que teria acontecido se tivesse feito isso?
P.: Bem, imagino que ela teria se desestimulado e não voltasse a
fazer novas tentativas.
T.: Agora, como isso se ajusta ao modo como você é consigo
mesma?
P. : Bem, eu realmente fico farta e penso em desistir.
T. : Então, o que aconteceria se parasse de ser tão dura com relação
aos seus erros e se encorajasse mais?
P.: Você quer dizer com relação a mim mesma, como faria com
alguém que estivesse tentando aprender alguma coisa nova?
T.: Exatamente. Quais seriam as vantagens de tentar essa aborda
gem durante a próxima semana?
P. : Bem, imagino que poderia ser mais fácil de se continuar ten
tando.
(1) Estou me condenando como pessoa com base num único fa
to? (hipergeneralização);
(2) Estou me concentrando em minhas fraquezas e esquecendo
meus pontos fortes? (abstração seletiva);
(3) Estou pensando em termos de tudo ou nada? (raciocínio dico
tômico);
(4) Estou assumindo responsabilidade por um erro que não co
meti? (personalização);
(5) Estou tirando conclusões precipitadas? (inferência arbitrária).
E x p e rim e n to s co m p o rta m e n ta is
C o n ta m in a r-se p e la fo r m a d e p e n s a r d o p a c ie n te
C o n testa r o im p o ssív e l
Situação: Sessão com paciente que confessava não sentir nenhuma melhora no
final
Emoções: Culpado, ansioso, deprimido
Pensamentos: Esta sessão foi horrível - não chegamos a lugar algum
I
O paciente não vai melhorar
Supondo-se que ele não melhorasse, o que isso significaria para você?
T
Que eu teria feito um mau trabalho
!
Que eu sou um péssimo terapeuta
1
Mais cedo ou mais tarde me descobririam
I
Que todos saberiam que não sou bom e me desprezariam
Isso provaria que meu sucesso até agora é uma fraude, pura sorte
soai. Sua suposição era: “A pessoa deve ser sempre capaz de lidar
com tudo por si mesma, não importando quão mal esteja se sentin
do.” No decorrer da terapia, uma alternativa mais útil e realista foi
formulada: “É bom ser capaz de lidar com problemas independen
temente. Mas não é justo que eu pretenda ser capaz de fazê-lo o
tempo todo. Sou simplesmente humano, e preciso de ajuda algu
mas vezes, assim como qualquer um. Então: enfrentar aquilo que
for capaz, mas, quando isso não for possível, aceitar toda ajuda
que puder.” Alternativas às suposições disfuncionais podem ser
escritas em pequenos cartões, para que os pacientes as leiam repe
tidamente até que agir de acordo com elas se tome quase parte de
seu jeito de ser (ver Capítulo 3, p. 124).
Como acontece com os pensamentos negativos, as contesta
ções verbais das suposições disfuncionais devem ser sempre testa
das e reforçadas por mudanças de comportamento. Dada a proba
bilidade de que as suposições sejam há muito existentes, a mudança
talvez não ocorra da noite para o dia. E bem possível que os expe
rimentos comportamentais precisem ser repetidos por um período
mais longo do que os experimentos relacionados a pensamentos
específicos, e numa variedade mais ampla de situações. Os experi
mentos podem tomar uma série de formas, dentre as quais: coletar
informações sobre os padrões de outras pessoas (em vez de supor
que os nossos sejam universais); observar o que as outras pessoas
fazem (uma indicação de seus padrões diferentes); agir contra as
suposições e observar as conseqüências (o que pode provocar uma
ansiedade considerável), e testar a nova regra na prática. No exem
plo acima, o homem se propôs a pedir ajuda no trabalho, em casa,
a seus amigos, mesmo que realmente não a necessitasse. Consta
tou que isso não trazia nenhuma conseqüência catastrófica; na ver
dade, seus relacionamentos melhoraram, pois as pessoas se de
ram conta de que não era invulnerável e passaram a apreciá-lo mais
por isso.
O uso de contratempos
Descobertas de pesquisa
Favor observar que estes não devem ser utilizados sem a ajuda de
um terapeuta qualificado.
O p roblem a
A atividade o faz sentir-se melhor. No mínimo, ela afasta sua mente dos
sentimentos traumáticos. Pode dar-lhe a sensação de que está tomando o
controle de sua vida novamente, e conquistando algo válido. Você pode
até achar que há coisas que aprecia, uma vez que experimentá-las.
Como fazê-lo
Pensar que não estáfazendo nada. Sentar-se numa cadeira diante da tele
visão é uma atividade, assim como ir para a cama e ficar olhando fixa
mente pela janela, conjeturando. Nunca se está fazendo “nada”. Porém,
algumas atividades podem lhe ser menos úteis do que outras. Para conse
guir identificá-las, convém especificar em sua folha de registros o que
elas são, em vez de simplesmente escrever “nada”.
Agora que pode ver como dispende seu tempo, o próximo passo é
planejar cada dia com antecedência, assegurando-se de que vai incluir ati
vidades que lhe darão uma sensação de prazer e domínio.
O planejamento antecipado lhe permitirá sentir que está assumindo
o controle de sua vida, além de dar-lhe um sentimento geral de propósito.
O enquadramento ao qual você se propõe vai impedir que afunde num
atoleiro de pequenas decisões (“O que devo fazer agora?”) e continuará
ajudando-o a seguir em frente mesmo quando não estiver se sentindo
bem. Uma vez que as atividades do dia estejam anotadas por escrito, pa
recerão menos opressivas. Você terá desmembrado o dia numa série de
segmentos exeqüíveis, em vez de fazer dele um trecho disforme de tempo
que deve de alguma forma preencher.
Como fazê-lo
1. Planeje suas atividades. Toda noite, ou logo pela manhã, reserve al
gum tempo para planejar o dia com antecedência. Verifique qual o
horário mais adequado para fazer isso, lembrando-se de que é mais
provável que seja capaz de planejar de forma mais realista e construti
va quando estiver se sentindo relativamente bem e com as idéias mais
claras. Se achar difícil lembrar-se de reservar um tempo para o plane
jam ento do dia, faça uso de lembretes. Coloque avisos pela casa, por
exemplo, ou peça a alguém para lembrá-lo de que às 9h30 começa o
seu horário de planejar o dia de amanhã. N a medida do possível, pro
cure certificar-se de que seu horário de planejamento não seja inter
rompido, e de que não haja outras exigências prementes que possam
distraí-lo. Desligue a televisão e tire o telefone do gancho.
Almeje um equilíbrio entre prazer e domínio ao longo de seu dia.
Se preencher seu tempo com deveres e tarefas, sem deixar tempo para
divertimento ou relaxamento, pode ser que se sinta cansado, ressenti
do e deprimido ao final do dia. Por outro lado, se ignorar por completo
Depressão. 303
aquilo que tem de fazer, seu prazer talvez seja comprometido pela sen
sação de que nada foi conquistado, e sua lista de tarefas necessárias
vai tomar-se maior. Você talvez ache útil ter como meta o padrão de
atividades que achava mais recompensador no passado. Há um a boa
possibilidade de que, uma vez que começar, acabe por constatar que
esse padrão funciona para você novamente.
Ao começar seu dia, procure estimular-se com uma atividade que
lhe dê um a sensação de domínio, e que tenha boas probabilidades de
concluir com êxito. Isso é particularmente importante se tiver proble
mas para começar a funcionar pela manhã. E planeje recompensar-se
com um a atividade prazerosa ou relaxante depois de ter lidado com
algo difícil. Você pode, por exemplo, reservar um tempo para tomar
uma xícara de café e ouvir seu programa de rádio favorito depois de
ter passado uma hora com os serviços da casa. Evite a cama. As camas
são para dormir, e não para se recolher durante o dia. Se precisar de
descanso ou relaxamento, planeje obtê-lo de outra maneira.
De início, talvez ache que tentar planejar o dia inteiro de uma só
vez é muito difícil para você. Se assim for, desmembre o dia em partes
menores e lide com cada um a delas por vez.
2. Registre aquilo que realmente faz. Ponha seu plano em prática. Anote
na folha de registro de que modo usa seu tempo, exatamente como fez
na fase de automonitoração. Avalie cada atividade em termos de do
mínio e prazer, atribuindo uma nota de 0 a 10.
3. Reexamine o que fez. Ao final de cada dia, reexamine o que fez. Dê-se
um tempo para sentar e examinar como passou o dia, quanto prazer e
domínio depreendeu daquilo que fez, e até onde conseguiu realizar as
atividades às quais se propôs. Isso ajudará a ver claramente como está
dispendendo seu tempo, qual o espaço existente para aperfeiçoamento,
e quais as mudanças que gostaria de introduzir no padrão de seu dia.
Se, de uma maneira geral, já conseguiu se m anter fiel ao seu plano
e constatou que aquilo que fez foi razoavelmente satisfatório, essa
constatação vai dar-lhe algo em que possa fiindamentar-se. Se, por ou
tro lado, você não se ateve a seu plano ou obteve pouca satisfação com
o que fez, isso irá oferecer-lhe uma informação valiosa sobre o tipo de
coisas que o estão impedindo de obter o máximo de seu dia. Qual, exa
tamente, era o problema? Você superestimou aquilo que poderia fazer
no tempo disponível? Você almejou alto demais, esquecendo-se de
levar em conta como se sente no momento? Você passou o dia fazen
do coisas que sentia que devia fazer, em vez de coisas que lhe dão pra
zer e ajudam a relaxar? Seus melhores esforços foram obstruídos por
304 Terapia cognitivo-comportamental
Ser muito rígido. Seu plano é um guia, não um deus. Não está entalhado
em placas de pedra. Ele existe para ajudá-lo, não para governar sua vida.
Então, por exemplo, algo de imprevisto pode acontecer e desviá-lo de sua
programação. Um amigo faz uma visita sem avisar, ou a máquina de lavar
quebra. A essa altura, pode sentir que seus esforços para planejar seu dia
foram por água abaixo; a menos que consiga ater-se àquilo que planejou,
poderá simplesmente não se incomodar.
• Não tente recuperar coisas que deixou defazer. Se, por algum motivo,
não puder fazer aquilo que havia planejado para um determinado horá
rio (você queria limpar o quarto, e acabou conversando com seu filho
sobre seus planos de férias), não tente voltar atrás e fazê-lo mais tarde.
306 Terapia cognitivo-comportamental
Não saberei como lidar com isto. A idéia é fazer um a tentativa, e não
produzir um desempenho perfeito. É
melhor tentar e descobrir como me
saio do que não fazer absolutamente
nada.
Não estou pronto para isto no Não saberei se estou pronto até que
exato momento; esperarei até tente. Se esperar até que esteja me
que esteja me sentindo melhor. sentindo melhor, nunca o farei. Se
tentar, vou sentir-me melhor.
É tarde demais, deveria ter feito Talvez teria sido melhor se tivesse
isso antes. feito isso antes, mas o fato é que não
o fiz. O sentimento de culpa em nada
me ajudará. Antes tarde do que
nunca - faça-o agora para não perder
tempo com lamentações.
Não há razão para tentar. Vou Só terei certeza disso quando tentar.
fazer tudo errado e me sentir Ninguém está exigindo um desem
pior. penho cinco-estrelas. Mesmo que
faça tudo errado, não é o fim do
mundo - posso aprender a partir de
meus erros desde que não os leve
muito a sério.
Não vou gostar disso. Como posso saber? Não sou nenhum
vidente. Posso gostar mais do que
imagino, desde que me envolva
naquilo que estou fazendo. Isso já
aconteceu antes.
Não serei capaz de fazer tudo Ninguém faz tudo que planejou o
que planejei. tempo inteiro, então não preciso me
sentir mal por esse motivo. Antes de
ficar deprimido, se não conseguia
fazer tudo, eu passava para o dia
seguinte. Faça só o que pode, e
esqueça o que não pode. O mundo
não vai acabar só porque não limpei
o sótão hoje.
Não faço nada que valha a pena. Eu não via as coisas assim antes de
ficar deprimido. Fazia exatamente o
mesmo que faço agora, mas
conseguia ver que valia a pena,
mesmo que nada fosse muito
envolvente ou estimulante. Se
depreciar tudo o que faço, só vou
conseguir me desestimular.
Não mereço me divertir. Devo Fazer as coisas que aprecio vai fazer
apenas prosseguir com todas as com que eu me sinta melhor. E isso o
coisas que tenho de fazer. que desejo. Também, se estiver mais
310 Terapia cognitivo-comportamental
O problem a
Superar o problem a
( 'omo agir
1. A data
2. As emoções que sentiu. Atribua a cada uma delas uma nota de 0 a 100
quanto à sua intensidade. Um avaliação que confira 0 significaria
nenhuma emoção, 50 um grau moderado de emoção, e 100 um a emo
ção em grau máximo. Você pode atribuir qualquer nota entre 0 e 100.
Comofazê-lo
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3 1 4 ________________________________ Terapia cognitivo-comportamental
Depressão 315
Mais adiante neste folheto, você encontrará vinte perguntas mais es
pecíficas, agrupadas junto com exemplos, todas elas remetendo a esses
quatro títulos principais. Pode usá-las para ajudá-lo a encontrar alternati
vas para seus pensamentos negativos. Lembre-se de que os exemplos são
apenas possibilidades. As respostas que funcionam para você, pessoal
mente, podem ser bem diferentes. Precisará encontrá-las por si mesmo.
É extremamente importante que registre e responda ao máximo de
pensamentos que for possível, todos os dias. Anotá-los vai permitir que se
distancie deles. No final, talvez seja capaz de respondê-los mentalmente,
à medida que ocorrem; mas, se tentar fazer isso de início, os pensamentos
serão quase sempre muito intensos com relação às respostas, e poderão
apagá-las. Anotar as respostas lhes confere poder; ali estão elas, por escri
to. Talvez precise elaborar, no papel, respostas para cinqüenta ou cem
pensamentos antes que se tome fácil - ou nem tanto - elaborá-las m ental
mente. Mesmo assim, encontrar respostas eficazes ficará cada vez mais
fácil quanto mais você praticar.
Manutenção de registros
2. Resultado
(a) Retorne aos pensamentos automáticos negativos originais. Agora
que já respondeu a eles, qual a sua crença nesses pensamentos?
Confira a cada um um a nova nota de 0 a 100.
Se suas respostas tiverem sido eficazes, constatará que sua
crença diminuiu até certo ponto. Se não o fez, pode significar que
está desqualificando a resposta de alguma maneira - dizendo a si
mesmo que é só uma racionalização, ou que pode se aplicar a ou
tras pessoas, mas não a você. Escreva estes “sim, mas...” na colu
na dos pensamentos automáticos negativos e responda-os da m es
ma maneira que fez com relação aos pensamentos originais.
Não espere que sua crença nos pensamentos negativos desa
pareça por completo de uma só vez. Ela talvez já exista há muito,
enquanto as respostas podem ser bem novas para você. Levará
tempo e prática para que desenvolva crença nas respostas, e tal
vez precise testá-las na prática.
(b) Reexamine a coluna intitulada emoções e verifique como se sen
tia antes de responder aos pensamentos negativos. Quais são suas
emoções agora, à luz das respostas que encontrou? Avalie cada
uma de 0 a 100.
Novamente, se suas respostas tiverem sido eficazes, constata
rá que sua emoções diminuíram até certo ponto. Não desanime se
elas não desapareceram por completo, pois isso exige tempo e
prática.
(c) Elabore um plano de ação. O que pode fazer, seja para mudar a
situação para melhor, ou para testar as respostas a seus pensamen
tos negativos? Como gostaria de lidar com a situação de maneira
diferente quando ela voltar a ocorrer? O que fará ao se encontrar
pensando e sentindo desse modo novamente? Procure elaborar
uma estratégia que possa utilizar no futuro, sempre que se deparar
com uma dificuldade semelhante. (Mais adiante, você encontrará
mais detalhes sobre a maneira de testar seus pensamentos na prá
tica na seção intitulada “Terceiro passo”.)
Depressão 317
Qual é a comprovação?
3. Estou supondo que minha visão das coisas é a única possível? Há mais
de uma maneira de se analisar uma situação. Como teria reagido antes de
ficar deprimido? Como reagiria mesmo agora, num dia em que estivesse
se sentindo relativamente bem? Como outra pessoa poderia analisar as
coisas? Qual seria sua reação se um amigo conversasse com você sobre a
320 Terapia cognitivo-comportamental
situação que o está perturbando? Sua maneira de pensar seria tão pessi
mista se outra pessoa estivesse nessa situação em vez de você?
Pensamentos automáticos Respostas possíveis
Foi um erro terrível. Nunca Se eu não estivesse deprimido,
aprenderei a fazer isso direito. talvez desse de ombros e o
atribuísse à experiência. Faria o
que pudesse para corrigir as coisas
e aprender a partir de meu erro.
Tom cometeu exatamente o
mesmo erro a semana passada, e
fez disso uma piada.
15. Estou apenas prestando atenção ao lado negro das coisas? Você está,
por exemplo, voltando sua atenção para tudo aquilo que deu errado durante
o dia, e esquecendo ou desprezando as coisas que apreciou ou conquistou?
Pensamentos automáticos Respostas possíveis
Este foi, realmente, um dia terrível. Espere um pouco, cheguei atrasado
a uma reunião, tive uma discussão
com minha filha mas, no geral,
meu trabalho caminhou bem, e
gostei muito do filme que vi agora
à noite. No fim das contas, portanto,
não foi um dia ruim. Só lembrar-se
das coisas ruins faz parte da
depressão. Preste atenção a isso.
16. Estou superestimando as possibilidades de acontecerem coisas ruins?
As pessoas deprimidas freqüentemente acreditam que, se as coisas derem
errado, algo de desastroso vai ocorrer. Se o dia começa mal, por exemplo,
só pode ficar pior. Essas idéias podem atuar como profecias auto-realiza-
326 Terapia cognitivo-comportamental
doras. Mas qual é, de fato, a probabilidade de que aquilo que espera acon
teça? O que pode fazer para mudar o rumo dos acontecimentos?
Pensamentos automáticos Respostas possíveis
Não terminei meu trabalho hoje. Qual foi a última vez que alguém
Serei despedido. foi despedido da empresa por não
ter terminado o trabalho?
É perfeitamente normal não acabar
a tempo, quando todos temos de
trabalhar sob tamanha pressão. Se
meu chefe fizer algum comentário,
posso expor-lhe a situação.
18. Estou preocupado com o modo como as coisas deveriam ser, em vez de
aceitá-las e lidar com elas como são? Está permitindo que o que acontece no
mundo em termos gerais alimente sua depressão? Dizendo a si mesmo que
a vida não é justa, e que as pessoas são estúpidas? E lamentável que haja
tanto sofrimento no mundo, e você pode tomar algumas atitudes para mu
dar o rumo das coisas. Entrar em depressão, porém, não vai ajudar em nada.
Pensamentos automáticos Respostas possíveis
Aquele programa de televisão As coisas são como são, e querer
sobre pessoas idosas era que sejam diferentes é tão absurdo
terrivelmente perturbador. A vida quanto querer ter dois metros de
é tão cruel. Não deveria ser assim. altura. O fato é que não tenho.
Depressão. 327
Testar previsões
5. Tirar conclusões com base em seus resultados. O que estes lhe reve
lam sobre si mesmo, ou sobre a maneira como a depressão o afeta?
Que regras gerais pode formular para ajudá-lo a lidar melhor com si
tuações semelhantes no futuro?
Exemplo 1
festa estarão todos os meus velhos amigos. Eles sabem como estou, e
não vão esperar muito de mim. Se não for, perderei uma oportunidade
de ter prazer, o que fará com que me sinta melhor se realmente der
certo.
4. Resultados. Não me diverti. Fui embora cedo. O que deu errado? Pas
sei a noite inteira pensando em como as pessoas pareciam alegres, e
dizendo a mim mesmo como as coisas eram diferentes comigo. Estava
tão ocupado em pensar em mim mesmo que não consegui me concen
trar em nada que estava acontecendo.
Novo plano de ação. Da próxima vez, vou empenhar-me mais em res
ponder aos pensamentos negativos com antecedência, e em me distrair
enquanto estiver lá. Enquanto isso, vou praticar exercícios de distra
ção todos os dias, e ver se consigo encontrar os amigos em outras si
tuações, quando as coisas ficarão mais fáceis. Para começar, vou ligar
para o Pete e sugerir uma partida de squash.
Exemplo 2
3. Plano de ação. Não reaja de modo exagerado - isso deve ser apenas
um contratempo, nem mais, nem menos. Volte ao básico. Planeje seu
tempo cuidadosamente a fim de fazer as coisas que aprecia, e que
podem lhe dar um a sensação de conquista. M antenha-se ocupada. Se
puder encontrar alternativas a seus pensamentos negativos, tanto
melhor. Se não o puder, não se preocupe - será capaz de encontrá-las
assim que estiver melhor. Enquanto isso, procure se distrair. E conver
se com Paul [marido] - você sabe o quanto isso ajuda quando o faz,
em vez de guardar tudo para si mesma.
Hipertensão. P r e s s ã o s a n g u í n e a a l t a
Tiques e espasmos. M o v i m e n t o s o u c o n t r a ç õ e s m u s c u l a r e s i n v o l u n t á r i o s
Asma
Insônia. D i f i c u l d a d e e m d o r m i r , p e r c e b i d a e r e a l , a s s o c i a d a à q u e i x a d e f a d i g a du
ra n te o d ia ; d iv id id a e m d ific u ld a d e e m a d o r m e c e r (in s ô n ia in ic ia l) , s o n o p e rt u r
b a d o p o r fr e q ü e n t e s d e s p e r t a r e s , d e s p e r t a r n a s p r im e ir a s h o r a s d a m a n h ã e s o n o
in s a t is f a t ó r io
Distúrbios do sono. P e s a d e lo s , s o n a m b u lis m o , e n u r e s e , p r o b le m a s d e m o v im e n t o
( b r u x is m o , b a la n ç o s d e c a b e ç a d u r a n t e a n o it e ) , a p n é ia d o s o n o , r o n c o s
Vômitos psicogênicos
Dificuldades de engolir e comer
Problemas de pele. L e s õ e s , i r r i t a ç õ e s o u e r u p ç õ e s d a p e le , fr e q ü e n t e m e n t e a g r a v a
d a s p e lo c o ç a r ( e c z e m a , p s o r ía s e ) .
g r a v e , n ã o ( c o m p le t a m e n t e ) j u s t if i c á v e l p e la c o n d iç ã o f ís ic a ; r e s is t e n t e a o “ r e a s -
s e g u ra m e n to m é d ic o ” ; in c lu in d o fo b ia d e d o e n ç a s
Distúrbios de somatização. M u it a s q u e ix a s f ís ic a s m e n o r e s , c a r a c t e r iz a d a s p e la
c r e n ç a d o p a c ie n t e d e q u e e s tã o “ a d o e n t a d o s ”
Distúrbio de dor idiopático. P re o cu p a çã o co m a d o r
Conversão histérica. P e r d a d e fu n c io n a m e n t o f ís ic o o u a lt e r a ç ã o , s u g e r in d o u m
d is t ú r b io f ís ic o
Dismorfofobia. P r e o c u p a ç ã o c o m u m d e f e it o im a g in á r io n a a p a r ê n c ia f ís ic a
f u n c io n a m e n t o c e r e b r o v a s c u la r , r e s p e c t iv a m e n t e
Dispnéia desproporcional. O b s t r u ç ã o p e r c e b id a d a s v i a s r e s p ir a t ó r ia s n a a u s ê n c ia
d e u m a d e b ilit a ç ã o o b je t iv a s u f ic ie n t e d o f u n c io n a m e n t o f is i o l ó g i c o
Dor torácica/neurose cardíaca funcional. D o r n a r e g iã o c a r d ía c a , g e r a lm e n t e i m i
t a n d o u m m a u f u n c io n a m e n t o c a r d ía c o
Sintomas vestibulares. T o n t u r a s , z u n id o n o s o u v id o s
Dor crônica. D o r q u e p e r s is t e a lé m d o d e cu rso n o rm a l d e cu ra , o u q u e p ro v é m de
u m p r o b le m a d e g e n e r a t iv o - in c lu i a d o r n a r e g iã o lo m b a r
D i s t ú r b i o s a lim e n t a r e s ( a n o r e x i a n e r v o s a , b u li m ia n e r v o s a ) , a t a q u e s d e p â n ic o e p r o
b le m a s s e x u a is s e rã o a b o r d a d o s n o s C a p ít u lo s 8 , 3 e 1 1 .
338 Terapia cognitivo-comportamental
Desencadeante
(informações, eventos, doença, imagem)
Percepção de ameaça
Interpretação de
«ensações do corpo
c/ou sinais como
indicadores de
doença grave
Enfoque crescente Estimulação Comportamento
do corpo fisiológica de verificação
e procura de
reconforto
Preocupação com a
alteração/anormalidade percebidas
de sensações/estados do corpo
Avaliação
Avaliação geral
Entrevista
Atitude do paciente com relação ao encaminhamento e ao problema
Detalhes do problema: cognitivos, fisiológicos, comportamentais, afetivos;
histórico de tratamentos anteriores
O que o agrava e o que o melhora
Grau de incapacitação: social/profissional/lazer
Crenças quanto à origem, causa e desenvolvimento da doença
Crenças gerais sobre a natureza e o significado dos sintomas
Automonitoração
Diários do problema-alvo, pensamentos associados, humor, comportamentos,
utilização de medicamentos, conseqüências do problema
Questionários
Ansiedade, depressão, questionários específicos
Medidas fisiológicas
Critérios específicos de medidas, quando apropriados
Definir qualquer variação que se perceba nos sintomas corporais
Problemas somáticos 349
perguntou: “Por que você tem de descobrir a causa; será que tudo
tem de ter uma causa que pode ser identificada?” O paciente respon
deu: “Sempre fui o tipo de pessoa que precisa saber a causa de um
problema; por exemplo, eu desmontaria meu carro completamente
para descobrir de onde provinha um ruído; um ruído significa que
há algo de errado que tende a piorar.” Então, dizer a esses pacientes
algo como “Pudemos excluir a possibilidade, sem qualquer dúvida
razoável, de que seus sintomas indicam um problema grave” talvez
não ajude muito, a menos que essas crenças sejam modificadas.
Automonitoração
Questionários
Medições fisiológicas
b)
u^sporiMeia.
korSLao HM3Ú5-
Àh,L
c) Medicação ^ DATA . 9 ^ r í ^ ? * r .
Tratamento
Técnicas de tratamento
Engajamento no tratamento
T.: Há outras coisas que a fazem pensar que também tem ansie
dade; por exemplo, no final de nosso último encontro, disse
que o seu problem a de sono era ansiedade com o fato de po
der m orrer enquanto dormia, e que lutava contra o sono. Quer
dizer que seu problem a de sono é explicado por estar preocu
pada?
P. : Sim, acho que sim.
T.: Agora, também tem problemas com dor, com a alimentação,
com o sistema urinário e com os intestinos. Esses problemas a
fazem pensar que esteja doente. Uma preocupação com rela
ção a eles é que os médicos não os teriam levado a sério porque
já teve problemas semelhantes no passado.
P.: Como poderiam saber se, em termos orgânicos, havia algo de
seriamente errado comigo? O que tenho hoje é diferente do
que tinha no passado. Não consigo passar por isso agora.
T.: O médico ouviu o relato de seus sintomas, mas está preocupa
da porque ele presta muita atenção a seus problemas anterio
res. [Discute por alto o modo como os diagnósticos são feitos.]
Ele acha que tem um tipo de fobia com relação à sua saúde, c
que os sintomas são provenientes da ansiedade. [Discute os
sintomas da ansiedade, pede à paciente que identifique se já
experimentou algum deles, descreve os efeitos da ansiedade na
dor e no apetite...] Qual é sua reação a essa idéia?
P.: Posso lhe dizer que, quando meus sintomas começarem a
desaparecer, então acreditarei que estou bem.
T.: OK. Tenho um a proposta para você. Sua preocupação é a de
que existe algo de fisicamente errado consigo, e entendo por
que as coisas que discutimos a fazem pensar assim. Também
examinamos coisas que me levam a pensar que tem um tipo de
fobia de estar doente. Então há duas possibilidades, e precisa
mos levar ambas em consideração. As duas possibilidades são:
aquela em que você acredita e da qual duvido, isto é, a de que
existe algo de fisicamente errado consigo. A outra possibilida
de, na qual eu acredito e da qual você duvida, é a de que está
ficando muito ansiosa e tendo pensamentos perturbadores. Es
ses pensamentos levam-na a fazer coisas que a concentram
mais em suas preocupações, e podem produzir sintomas em
seu corpo, m udar sua alimentação. A síntese lhe parece boa?
P. : Sim, é exatamente isso.
T.: Recentemente, até que ponto vem tentando agir como se esti
vesse doente e lidar com o problema dessa maneira?
/ 'riiblemas somáticos 361
M udar o comportamento
Cefaléia
por muito tempo. Por exemplo, supondo que tenha bebido muito ;i
noite anterior, você não iria gostar da dor de cabeça, mas pensaria
“Pois é, o que posso esperar? Pelo menos ela vai passar, e da próxima
vez saberei que devo beber menos”. Com as dores de cabeça, porém,
você identificou um conjunto de pensamentos diferentes, que são:
“Aqui está a dor de cabeça outra vez - estão arruinando minha vida,
não posso fazer nada com relação a elas.” Quando são particular
mente dolorosas, tem pensamentos como: “Talvez tenha um tumor
cerebral.” Quando compara esses diferentes tipos de pensamentos,
quão estressantes as dores de cabeça lhe parecem?
Insônia
In iliação
Educação
Estratégias cognitivas
Relaxamento
Controle de estímulo
I et nicas paradoxais
Essas técnicas podem ser úteis nos casos que resistem a ou-
II us tratamentos. Diz-se ao paciente: “Seria bom descobrir os pen
samentos que lhe ocorrem logo antes de adormecer. Quando for
pura a cama, procure notar os pensamentos que lhe passam pela
l'iihcça. Concentre seus esforços em não adormecer, apenas em
perceber o fluxo de seus pensamentos. Mesmo que não consiga
ilormir quase nada nessa noite, estará obtendo uma grande ajuda
para o futuro.” Isso reduz a preocupação quanto ao fato de não dor
mir e facilita o sono daqueles para os quais esse problema constitui
um fator principal. A demonstração disso pode ser um recurso de
avaliação bastante útil, ajudando a ilustar o papel da preocupação.
I mais eficaz para os pacientes que acreditam que o distúrbio do
sono é um sinal não de preocupação, mas de doença.
( ólon irritável
Isso pode ser levado ainda mais longe; entretanto, foi sufi-
eiente para esse paciente, que foi capaz de verificar que seus ami
gos nunca o abandonariam se tivesse acontecido um “acidente”;
fin vez disso, seriam solidários e solícitos, como ele o seria se os
papéis se invertessem. Essa avaliação da probabilidade de ser ex-
eluído caiu para 0%, e ele se preparou para ingressar em situações
i j U C anteriormente evitara, com o objetivo de testar se os seus me
( onsiderações especiais
em outros problem as
Dificuldades no tratamento
líf e it o s e s p e r a d o s d o t r a t a m e n t o
Hipertensão:
A pressão sanguínea deve ser periodicamente monitorada. Patel obteve um sucesso
considerável utilizando o relaxamento combinado aos procedimentos meditativos e de
biofeedback. (Patel, Marmot e Terry, 1981; Johnston, 1984; Leenan e Haynes, 1986).
Tiques e espasmos
A prática positiva tem sido amplamente usada; nela, pede-se ao paciente que imite
repetidamente a contração muscular por períodos concentrados (Bird, Cataldo c
Parker, 1981).
Asma
Sintomas semelhantes aos do pânico são comuns em alguns pacientes quando não há
nenhuma obstrução nas vias repiratórias; os ataques de pânico às vezes culminam
em ataques de asma e vice-versa, o que toma o tratamento do pânico importante (ver
Capítulo 3). A automonitoração detalhada e os experimentos comportamentais (às
vezes fazendo uso de medidores de fluxo de pico) são usados para auxiliar os pacien
tes a discriminar entre um ataque de ansiedade e a asma característica. O controle de
pânico/ansiedade e as estratégias de exposição podem ser úteis quando usados para
abortar ataques e desenvolver tolerância ao estresse (Creer, 1982; Jonhston, 1984).
Distúrbios do sono
Os problemas de sono associados ao sono profundo ou intermediário (bruxismo[ran
ger de dentes], jactatio capitis nocturna [sacudir de cabeça], enurese noturna e ron
co) podem beneficiar-se de um sistema de alarme no qual a ocorrência do comporta
mento indesejado é condicionada (associada) ao despertar com um barulho forte. Há
indícios de que as estratégias usadas para a insônia podem ser úteis, assim como o
controle do estresse (Lindsay, Salkovskis e Stoll, 1982; Delprato e McGlynn, 1986).
Vômito psicogênico
Uma avaliação cuidadosa faz-se obrigatória para a discriminação entre este e a buli
mia (Capítulo 8). Os procedimentos utilizados geralmente incluem a análise detalha
da do padrão alimentar. A diminuição do ritmo alimentar e o aumento da exposição
aos alimentos evitados emporções pequenas e regulares são úteis. A explicação deve
incluir alguma referência aos efeitos de se tentar fazer uma enorme refeição quando
se comeu muito pouco por algum tempo. O relaxamento é quase sempre útil.
Problemas de pele
A principal intervenção usada no eczema é a redução do coçar, que às vezes ocorre
com o mínimo de consciência. O fundamento lógico remete ao fato de que coçar pro
porciona um alívio imediato, mas agrava o problema a longo prazo. A automonitora
ção aumenta a consciência; um comportamento alternativo substitui, então, o coçai
da área afetada. Isso inclui tocar delicadamente a área afetada, ou coçar uma área que
não esteja afetada. (Risch e Ferguson, 1981; Melin, Fredericksen, Norene Swebelius,
1986).
I '/11blcmus somáticos 387
I U\!urbio de somatizaçâo
Semelhante ao tratamento da hipocondria, com a crença predominante (que deve ser
modificada) de que o paciente é vulnerável à doença (Lipowski, 1986b).
I Hsmorfofobia
As intervenções cognitivas destinadas a modificar as crenças sobre a área de preocu
pação e a reduzir as verificações de qualquer natureza são sugeridas. É preciso cui
dado ao eliciar os indícios que conduzem o paciente à sua crença; freqüentemente,
pode tratar-se de coisas ditas no passado ou de interpretação errônea do comporta
mento atual de outras pessoas no mesmo contexto social.
I Hspnéia desproporcionada
As mudanças no padrão respiratório podem estar presentes em muitos casos. In
cluem a hiperventilação e a falta de ar paradoxal, e a respiração normal com quanti
dade total de ar mobilizado no ciclo ventilatório (isto é, respiração com o peito cheio).
A demonstração dos efeitos dessas manobras como parte de um experimento com
portamental são complementadas por exercícios de casa que incluem a automonito
ração estimulada e a mudança. Por exemplo, um ponto amarelo é anexado ao relógio
do paciente, que então atenta para o seu padrão respiratório ou o modifica (se neces
sário) naquele momento.
Esse problema às vezes inclui a “síndrome de hiperventilação”, que é melhor consi
derar como pânico/hipocondria (Capítulo 3; Salkovskis, 1988c).
Problemas vestibulares
Na tontura crônica, exercicios que envolvem a exposição gradativa aos movimentos
abruptos da cabeça e outras manobras que induzem as sensações de tontura podem
ser particularmente úteis. No tinido, tanto o relaxamento quanto as intervenções cog
nitivas elaboradas para ajudar os pacientes a fazer interpretações mais realistas de
seus sintomas foram usados com êxito considerável (Hallam e Stephens, 1982; Beyts,
1987).
Dores crônicas (ver também a seção sobre cefaléia)
Uma vasta gama de comportamentos de evitação domina o quadro em muitos pacien
tes com dores crônicas, podendo dificultar a avaliação de cognições (ver também
p. 349). Reduzir a evitação é um componente importante do tratamento. Aumentar a
percepão de controle representa uma variável crucial. Chegar a um consenso sobre um
fundamento lógico de um tratamento que envolva um aumento dos exercícios fisicos
também é importante. Os objetivos explícitos do tratamento consistem em levar à
mudança gradual na qualidade de vida do paciente ao limitar ou reduzir o grau de inca-
pacitação comportamental e ansiedade experimentadas; se isso resultar em redução da
dor, teremos obtido uma vantagem adicional. Os níveis crescentes de exercícios tam
bém podem aumentar a tolerância à dor. Os procedimentos cognitivos enfatizam que
“a dor não tem, necessariamente, a mesma intensidade do problema” (Weisenberg,
1987; Philips, 1988).
388 Terapia cognitivo-comportamental
( onclusões
Introdução
Introdução
Quadro 8.1 Critérios Diagnósticos DSM III R para anorexia nervosa e buli
mia nervosa (Associação Psiquiátrica Americana, 1987)
Anorexia nervosa
A. Recusa a manter o peso do corpo de acordo com o peso mínimo normal con
forme a idade e a altura; por exemplo, perda de peso levando à manutenção ilc
um peso corporal 15% abaixo do esperado; ou incapacidade de alcançar um
ganho de peso esperado durante o período de crescimento, levando ao peso
corporal 15% abaixo do esperado.
B . Medo intenso de ganhar peso ou de ficar gordo, apesar de estar abaixo do peso
C. Perturbação do modo como o peso, o tamanho ou a forma do corpo são perco
bidos; por exemplo, a pessoa queixa-se de “estar gorda” mesmo quando mau
lenta, e acredita que uma parte do corpo está “muito gorda” mesmo quando
obviamente abaixo do peso.
D. Em mulheres, a ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos
quando se espera que ocorram de outra maneira (amenorréia primária ou sc
cundária - considera-se que uma mulher tem amenorréia se os seus ciclos só
ocorrerem após a administração de hormônios [por exemplo, o estrogênio] ).
Bulimia nervosa
A. Episódios recorrentes de excessos alimentares (rápido consumo de uma grau
de quantia de comida num período descontínuo de tempo).
B. Sensação de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante os
episódios de excessos alimentares.
C. Para não engordar, a pessoa regularmente recorre ao vômito auto-induzido, ai>
uso de laxantes ou diuréticos, ao regime rigoroso, ao jejum ou a exercícios ex
tenuantes.
D. Uma média mínima de dois episódios de excessos alimentares por semana poi
pelo menos três meses.
E. Preocupação excessiva e persistente com relação ao peso e à forma corporais
Psicopatologia específica
1. Preocupações extremas com relação à forma e ao peso corporais. Avaliação dc
auto-estima quase exclusivamente em termos de forma e peso.
2. Comportamento destinado a controlar forma e peso
dieta extrema
vômito auto-induzido
uso inadequado de laxantes e diuréticos
exercícios rigorosos (especialmente AN)
3. Episódios bulímicos (especialmente BN)
Psicopatologia geral
1. Variedade de sintomas depressivos e de ansiedade
2. Características obsessivas (especialmente AN)
3. Concentração deficiente
4. Desempenho social comprometido
E stág io 1
Entrevista 1
Baixa auto-estima
Regimes rigorosos
Entrevista 2
DATA.?..‘èr.'*'?v a í^ °
IM MIA C O M ID A E L ÍQ U ID O S LOCAL B V /L C IR C U N S T Â N C IA S
C O N S U M ID O S
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1G ô c a r c ô k . Àoe^icc2>L 0
I iilrevistas 3-8
Estágio 2
Reestruturação cognitiva
a paciente peça a uma amiga confiável que lhe dê sua opinião siu
cera sobre sua aparência. É também comum que as pacientes ins is
tam em afirmar que estão “gordas” em alguns dias, e “magras” ou
“menos gordas” em outros. Essa proposição pode ser testada ao se
sugerir que, por um período de uma semana ou duas, a pacienlc
decida a cada manhã se está ou não “gorda”, e então verifique se
essa impressão realmente corresponde ao seu peso. Quase ínvaria
velmente, constata-se que não há uma relação exata entre uma coi
sa e outra.
Uma vez que a paciente tiver aprendido a examinar os pensa
mentos problemáticos durante as sessões, deve praticar a técnica
por conta própria, anotando os passos no verso da folha de monito
ração do dia. Deve ser estimulada a praticar essa técnica o mais
freqüentemente possível, e suas tentativas devem ser examinadas a
cada sessão de tratamento.
As técnicas para identificação e questionamento de posturas
problemáticas também se assemelham àquelas utilizadas em ou
tros distúrbios (ver Capítulos 3 e 6). No caso de pacientes com ano
rexia nervosa e bulimia nervosa, exemplos típicos incluem o que
se segue:
• Preciso ser magra, pois ser magra é ser bem sucedida, atraente e
feliz.
• Não posso evitar ser gorda, pois ser gorda é ser um fracasso,
feia e infeliz.
• A indulgência comigo mesma é ruim, pois é sinal de fraqueza.
• O autocontrole é bom, pois é sinal de força e disciplina.
• Tudo que representar menos que o sucesso total constitui uni
fracasso total.
Estágio 3
gci ni, ò preciso lidar com o problema do álcool ou das drogas antes
tin uliordagem dos problemas alimentares. Um período de intema-
VÄHpode ser indicado.
1’iirlciites diabéticos
O contexto do tratamento
Modalidade de tratamento
Ht tluiiração do peso
Progresso do tratamento
ifiradecimentos
Introdução
Os problem as
Avaliação
tie checagem cobre, por exemplo, até que ponto as portas externas
»An Irançadas, o nível de restrição da posse de facas, fósforos e
dinheiro, e a tolerância quanto ao uso de álcool.
A realidade de muitos contextos em que os pacientes crônicos
vivem ó que o único assessor disponível para a maioria das áreas
pude ser um assistente despreparado e exaurido, ou um parente
win nenhuma aptidão para avaliar. Isso significa que a maioria dos
procedimentos de avaliação e monitoração deve utilizar um nível
de vocabulário e um estilo de redação simples, claramente expres-
m)n para minimizar omissões ou erros de escrita, e conter informa
ções básicas em cada tabela ou folha de resposta - os manuais
nvulsos acabam sempre perdidos! Apesar das reservas que foram
expressas quanto ao nível de envolvimento dos pacientes em seu
tuitamento, a avaliação feita por eles mesmos deve ser encorajada
Kempre que possível. Um exemplo seria uma tabela simples de
milo-registros que ficasse perto da cama do paciente, que deveria
lieá-la sempre que fosse a uma loja ou ao correio. A auto-avaliação
pode ajudar o paciente a manter-se esclarecido quanto às metas de
qualquer intervenção, mesmo que os resultados da auto-avaliação
não sejam psicometricamente confiáveis.
O Quadro 9.1 ilustra a seqüência de avaliações e a coleta de
mlbrmações que podem estar envolvidas na introdução de um pro
grama comportamental no âmbito da ala hospitalar, ou de um
programa num hospital-dia.
Sempre que possível, o paciente deve ser entrevistado. Entre
tanto, certas habilidades são necessárias para se entrevistar pacien
tes com deficiências crônicas. Já que podem ter uma baixa tolerân
cia com relação a perguntas demasiadamente importunas, é impor
tante, no caso de muitos pacientes, que se façam relativamente
poucas perguntas em uma entrevista, e que a sessão tenha um tem
po limitado. Tendo em vista que podem ser lentos para responder
às perguntas, é importante dar-lhes uma ampla oportunidade de
resposta antes que estas sejam incitadas. Devido à possibilidade de
algum distúrbio em seu raciocínio, as perguntas devem ser o mais
diretas possível, sem frases ou sentenças predicativas. Para ficar
mais fácil obter respostas de alguns pacientes, convém pedir-lhes
que as anotem, ou que indiquem a resposta correta num cartão pre
parado anteriormente, em vez de esperar por uma resposta verbali-
________________________________________________________________________Terapia cognitivo-comportamailnl
nicos:
I
perturbado de alguns pacientes sejam abordados de maneira seme
lhante. Por exemplo, a observação de uma série de ataques físicos
I ilc um paciente pode revelar vários tipos de respostas da equipe, co
mo repreensão, apartar o agressor da vítima, evitar a situação ao
tlcixar o recinto ou forçar o paciente a se desculpar. Uma resposta
apropriada para ataques deve ser estabelecida de comum acordo
I (litre a equipe. A coesão também é importante no caso das “regras”
gerais da ala, como o horário em que os residentes devem ir para a
cama, ou se o uso de álcool vai ser permitido em seus aposentos
I Iver cm Lavender, 1985, uma discussão de práticas de equipe).
Hsse nível de coesão geralmente requer um treinamento for-
I
I mal da equipe, cobrindo toda a equipe de assistência direta e enfa-
I ii/ando as habilidades práticas. Milne (1986) faz uma descrição
I detalhada de como elaborar um programa de treinamento de enfer-
Programa de vestuário
Recompensas e reforços
TAREFAS DA SÉRIE 3
TAREFA N? 1
CAFÉ DA MANHÃ
1. Lavar as mãos
2. Arrumar o carrinho: Parte superior-cereais de milho, cereais dc lugn,
pratos, leite
Parte inferior - bandejas
3. Depois dos cereais, retirar o carrinho e limpar
4. Arrumar o carrinho com recipientes, talheres e pratos
5. Retirar o carrinho, colocar os recipientes num carrinho menor
6. Entregar o cartão
((Viu I
Ureve esboço sobre o desenvolvimento do conceito da esquizofrenia, e in-
fimniição epidemiológica sobre quem pode desenvolver esquizofrenia. Explica-
simples de possíveis fatores causais, por exemplo o papel de anomalias gené-
Hhin e bioquímicas, embora a ausência de indícios conclusivos seja ressaltada. O
jllipol do possível estresse ambiental, incluindo os fatores familiares, no desenvol
vimento e no curso da doença. As famílias são tranqüilizadas quanto ao fato de
HÃo serem responsáveis por causar a doença, embora se enfatize seu importante
| ih | « 'I no processo de recuperação. Um prognóstico reservado (porém otimista) é
I pçiIo 4
Como ajudar os familiares a identificar serviços de apoio como hospitais
disponíveis e recursos comunitários. Endereços de filiais de várias organizações
Im nis e nacionais são fornecidos, inclusive dos grupos de auto-ajuda e apoio fami-
liiii, e também se apresenta uma breve lista de referência para encorajar leituras
«tlídonais. Uma orientação geral é fornecida para estimular os familiares a cuidar
tie suas próprias necessidades:
( 1) Cuide de suas próprias necessidades ao continuar a realizar as atividades
. |ilt- costumava fazer ou ao retomá-las. (Os familiares fazem um exercício de casa
« fim de articularem seus estilos de vida passados e ideais.)
(2) Não centre sua vida demasiadamente ao redor do paciente.
(3) Não se preocupe em distribuir as responsabilidades individuais com
icliição à casa - por exemplo, tarefas domésticas - , mas não sobrecarregue o pa-
I lente imediatamente após a alta.
(4) Procure planejar e fazer, junto com o paciente, coisas que a família intei-
Iti iiprccie- por exemplo, viagens, etc.
(5) Planeje minuciosamente sua rede de apoio social, e converse sobre seus
pioblemas e dificuldades com amigos.
(6) Espere por tempos ruins quando as coisas não derem certo, e espere
íNlrcsse, frustração e um pouco de infelicidade.
474
Terapia cognitivo-comportann iilnl
í onclusões
Leitura recomendada
litlliolt, J. A. (1984). The Chronic Mental Patient: Five Years Later. Grune e
Stratton, Nova York.
WiiIIh, F. N. e Bennett, D. H. (1983). Theory and Practice o f Psychiatric Reha
bilitation. Wiley, Chichester.
Win}!. J. K e Morris, B. (1981). Handbook o f Psychiatric Rehabilitation Practice.
( )x lord University Press.
11. Disfunções sexuais
Keith Hawton
Disfunções sexuais
Categoria
Mulheres Homens
Fatores predisponentes
Educação restritiva, inclusive posturas inibidas/distorcidas dos pais com relação ao
sexo. Relacionamentos familiares perturbados, inclusive relacionamento insatisfatório
com os pais e falta de afeição.
Expenencias sexuais precoces traumaticas, inclusive o abuso sexual infantil e incesto.
Educação sexual insatisfatória.
Fatores précipitantes
Conflitos nos relacionamentos gerais Falha ocasional
Parto (embora isto também possa causar Depressão/ansiedade
dificuldades sexuais devido à depressão Experiência sexual traumática
ou a fatores físicos) Envelhecimento
Infidelidade Reação psicológica a
Disfunção do parceiro fator orgânico
Fatores mantenedores
Ansiedade quanto ao desempenho Perda de atração
(por exemplo, a necessidade do homem Conflitos no relacionamento geral
de ser sempre o amante habilidoso, ou Medo de intimidade emocional
da mulher, de ter um orgasmo para agradar Informação sexual inadequada (por
ao parceiro sempre que fizer sexo) exemplo, sobre como estimular o
Medo de falhar (por exemplo, perda parceiro de maneira eficaz)
de ereção) Troca de carícias muito comedida
Exigências do parceiro (por exemplo, quando o parceiro
Comunicação insatisfatória (especialmente não fica adequadamente excitado)
com relação às necessidades ou Depressão/ansiedade
ansiedades sexuais do parceiro)
Culpa (por exemplo, com relação a um casi
Avaliação
Objetivos da avaliação
Programa de avaliação
Escolha do tratamento
Avaliação
y
Formulação
________________________ i _______________________
Lições de casa Aconselhamento Educação
!
Encerramento
I
Sessão de acompanhamento
Formulação
Jane, 26 anos, e Peter, 36 anos, se apresentaram porque Jane não tinha inte
resse sexual e não apreciava as relações sexuais.
Ao final de sua avaliação, o terapeuta explicou que o problema parecia ser a
falta de interesse de Jane pelo sexo, e também a dor que sentia durante as relações
sexuais, o que ocorria por ela não estar suficientemente excitada.
Fatores predisponentes
Vários fatores contribuíram para que Jane começasse a se sentir incerta com
relação à sexualidade, especialmente:
( 1) sua educação repressora, que a encorajou a encarar o sexo como “sujo”;
(2) sua falta de educação sexual, e conseqüente informação sexual insatisfatória; e
(3) sua culpa com relação a seu único relacionamento sexual anterior, com um
homem mais velho, casado.
Quando o relacionamento de ambos começou, Peter não tinha segurança em
sua capacidade sexual, em grande parte devido ao fato de sua primeira mulher tê-
lo trocado por outro homem.
Précipitantes
Compreensivelmente, ambos os parceiros se mostraram muito hesitantes e
incertos quando seu relacionamento sexual começou. Como resultado, Jane não
ficou muito excitada e, portanto, a relação sexual foi dolorosa. Mais tarde, sempre
que tentavam fazer amor Jane começava imediatamente a se sentir ansiosa, preo
cupando-se com a possível dor proveniente da relação sexual. Portanto, dificil
mente ficava excitada, a relação sexual era sempre tão incômoda como temia que
fosse, e aos poucos perdeu totalmente o interesse pelo sexo.
Fatores mantenedores
O problema parecia ter persistido porque ambos os parceiros consideravam
que cada episódio sexual seria um fracasso, e a ansiedade antecipatória impediu
que Jane sentisse qualquer interesse pelo sexo. Além disso, Jane e Peter mostravam
dificuldade em discutir o problema e, desse modo, elaborar possíveis soluções.
Lições de casa
Penetração vaginal
Disfunção orgásmica
Os passos abaixo devem ser recomendados. O ritmo dc uma mulher deve ser
dilado pelo quanto ela se sente à vontade com o programa, e não por um cronograma
rígido. Em cada estágio, as posturas da mulher com relação ao que está sendo solici-
lada a fazer e ao que acabou de fazer devem ser exploradas. Um trabalho cognitivo
ndicional pode ser necessário se forem identificadas posturas altamente negativas.
Vaginismo
Dispareunia
Disfunção erétil
Ejaculação precoce
Ejaculação retardada/ausente
Fantasias sexuais (Friday [1980] pode ajudar os homens que têm dificuldade
em criar fantasias sexuais).
Literatura erótica
Vibrador
A conselham ento
Dificuldades iniciais
Dificuldades posteriores
Dificuldades menores
Dificuldades maiores
Pensamentos
(freqüentemente automáticos)
ou
imagens
Posturas
Experiência
anterior ou atual
Educação
Sessão educacional
Encerram ento
Resultados de tratamento
Conclusões
Educação e terapia
Bancroft, J. (1983). Human Sexuality and its Problems. Churchill Li
vingstone, Edimburgo.
Hawton, K. (1985). Sex Therapy: a Practical Guide. Oxford University
Press, Oxford.
Kaplan, H. S. (1987). The Illustrated M anual o f Sex Therapy (2? ed. ).
Brunner/Mazel, Nova York.
Auto-ajuda
Barbach, L. G. (1976). For Yourself: the Fulfilment o f Female Sexuality.
Signet, Nova York.
Brown, P. e Faulder, C. (1979). Treat Yourself to Sex: a Guide fo r Good
Loving. Penguin, Londres.
Delvin, D. (1974). The Book o f Love. New English Library, Londres.
Heiman, J. e LoPicollo, J. (1976). Becoming Orgasmic: a Sexual Growth
Program fo r Women. Prentice Hall, N ew Jersey.
Phillips, A. e Rakusen, J. (1978). Our Bodies Ourselves. Penguin, Londres.
Y affe, M. e Fenwick, E. ( 1986). Sexual Happiness: a Practical Approach.
Dorling Kindersley, Londres.
Zilbergeld, B. (1980). Men and Sex. Fontana, Londres.
12. Resolução de problemas
Keith Hawton e Joan Kirk
Introdução
Educação e terapia
Bancroft, J. (1983). Human Sexuality and its Problems. Churchill Li
vingstone, Edimburgo.
Hawton, K. (1985). Sex Therapy: a Prdctical Guide. Oxford University
Press, Oxford.
Kaplan, H. S. (1987). The Illustrated M anual o f Sex Therapy (2? ed.).
Brunner/Mazel, Nova York.
Auto-ajuda
Barbach, L. G. (1976). F or Yourself: the Fulfilment o f Female Sexuality.
Signet, Nova York.
Brown, P. e Faulder, C. (1979). Treat Yourself to Sex: a Guide fo r Good
Loving. Penguin, Londres.
Delvin, D. (1974). The Book o f Love. New English Library, Londres.
Heiman, J. e LoPicollo, J. (1976). Becoming Orgasmic: a Sexual Growth
Program fo r Women. Prentice Hall, New Jersey.
Phillips, A. e Rakusen, J. (1978). Our Bodies Ourselves. Penguin, Londres
Yaffe, M. e Fenwick, E. (1986). Sexual Happiness: a Practical Approach.
Dorling Kindersley, Londres.
Zilbergeld, B. (1980). Men and Sex. Fontana, Londres.
12. Resolução de problemas
Keith Hawton e Joan Kirk
Introdução
Aspectos históricos
Avaliação
Procedimento
cise ser estendido por mais duas ou três sessões, em parte porque
pode levar bastante tempo para se obter uma avaliação detalhada e
exata dos problemas do paciente, e em parte porque pode ser ne
cessário que o paciente dispenda algum tempo coletando novas
informações (por exemplo, mantendo registros diários - ver p. 27)
e refletindo sobre os problemas. Para reiterar o que foi dito ante
riormente, não se deve apressar esse estágio para não se inconvi
na possibilidade de que a eficácia da resolução de problemas scjii
reduzida, levando o tratamento, no final, mais tempo do que o ne
cessário.
O caso abaixo ilustra o modo como uma lista de problenur.
surgiu em seguida à avaliação:
Mary era uma mulher casada de 32 anos, com dois filhos. Iui
encaminhada porque tinha estado deprimida nos últimos einen
meses, um pouco depois de ter perdido seu emprego de supervisoi ,i
numa loja de tapetes. Sentia muita falta dos amigos que havia feil»
no trabalho, e começou aos poucos a abandonar atividades recoin
pensadoras, como a jardinagem. Não achava que seu marido com
preendia o jeito como se sentia, e seu problema se agravou pela m
tromissão de sua mãe, que lhe pedia insistentemente para telelbnni
todos os dias. A lista de problemas estabelecida entre Mary e sen te
rapeuta está ilustrada no Quadro 12.3.
Resolução de problemas__________________________________ 58 3
Disposições práticas
O contrato terapêutico
Procedimento
vários passos, dos quais os últimos não ficam muito claros nesse
estágio, especialmente se o problema for complexo ou envolver
uma situação de escolha (por exemplo, a decisão quanto a mudar
ou não de emprego, deixar o parceiro, etc.). O terapeuta deve dis
suadir o paciente de optar imediatamente pela solução que parecer
mais óbvia. Em vez disso, o paciente deve ser encorajado a fazer
uma lista de possíveis soluções (ver p. 595), não importando quão
implausíveis pareçam.
Revisão do progresso
Quadro 12.5 Lista de Mary dos prós e contras de deixar seu marido
Prós Contras
Encerram ento
Razões do fracasso
Distúrbio psiquiátrico
Conclusões