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AMBEV

ANTECEDENTES DA FUSÃO

Case elaborado por Michelle R. Higuthi, sob supervisão do


Prof. Alexandre Gracioso

Destinado exclusivamente ao estudo e discussão em classe, sendo proibida a sua utilização ou reprodução em
qualquer outra forma. Direitos reservados ESPM/EXAME.

www.espm.br centraldecases@espm.br
(11) 5085-4625
*Resumo

Este caso discute a necessidade de fusões entre empresas concorrentes, como forma de
enfrentar as oportunidades e desafios do novo ambiente global de negócios. A fusão entre a Brahma e
Antarctica é um bom exemplo disso. Se essas empresas não tivessem se unido, correriam o sério
risco de serem “engolidas” por um concorrente estrangeiro. No entanto, após a fusão, é a AMBEV
que passa a ameaçar os mercados dos fabricantes dos outros países. Há uma contradição entre as
leis antitruste e a nova realidade do mercado global. O futuro parece pertencer aos gigantes que
operam em escala mundial.
PALAVRAS-CHAVE: fusão, ambiente global de negócios, leis antitruste

*Abstract

This case discusses the need for merges between opposite companies, as an alternative to face
opportunities and challenges in a new kind of world business scenario. The merge involving the
companies Brahma and Antarctica is a good example of this. If those companies hadn´t merged,
they would have had the risk of being acquired by a foreign company. However, after the merge,
AMBEV is seen as a “threat” abroad. There is a contradiction between antitrust laws and the
actual global market reality, in the sense future seems to belong to giant companies that operate
worldwide.
KEYWORDS: merge, world business scenario, antitrust laws

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Estrutura do Case

1. Introdução
2. Principais cervejarias antes da fusão
3. Processo de Fusão
4. Conclusão
5. Anexos

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1. INTRODUÇÃO nários em particular e dos necessitados em geral.
Através dos anos, o processo de expansão manteve-
No dia 1º de julho de 1999, o mercado de cervejas se como prioridade, com a construção de novas fábri-
e refrigerantes foi surpreendido pelo anúncio da fu- cas e compra de concorrentes mais fracos, entre eles
são de duas grandes empresas do setor brasileiro, a Bohemia . Em 1970, a Antarctica produzia mais de
a Antarctica e a Brahma, formando a terceira maior 500 milhões de litros de cerveja e refrigerantes. Ao
cervejaria do mundo, a AmBev, Companhia de Bebi- final daquela década, a empresa começou a se ex-
das das Américas (American Beverage Company). A pandir internacionalmente, através da exportação do
união passaria a concentrar 73% do mercado de cer- Guaraná Antarctica.
veja, fato que desagradou a muitos no setor e levou o
Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) Nos anos 80, foi formado o Grupo Antarctica com 22
a suspender a fusão até que fosse avaliado o impacto empresas coligadas. Em 1992, a Antarctica iniciou um
do acontecimento no mercado interno. profundo processo de modernização, para enfrentar
o mercado que se tornara mais competitivo. Nesse
A “guerra” foi mais visível e direta entre as marcas de processo, a empresa reduziu o quadro de funcioná-
cerveja, um segmento que é bastante promissor no rios, aumentou a qualificação de novos profissionais
Brasil, que é o quarto maior mercado do mundo. Po- contratados e ampliou sua linha de produtos.
rém, perto de outros países o consumo per capita de
cerveja no Brasil ainda é baixo, ficando em torno de Ao longo dos anos 90, o segmento de cerveja come-
44 litros, frente aos 100 litros per capita consumidos çou a ficar cada vez mais competitivo com o fortale-
na Alemanha e aos 80 litros consumidos nos EUA. cimento da Brahma e com o crescimento da Kaiser,
o que tornou o quadro desfavorável para a Antarc-
Apesar de toda a controvérsia, no final a fusão foi tica, que começou a perder fatias deste mercado.
aprovada, o que mudou totalmente o panorama com- Sua participação, que era de 32% em 1995,caiu para
petitivo nesse setor, no Brasil. Este caso coloca em 24% em 1997. A perda de participação se tornou
questão as razões pelas quais a fusão foi realizada, constante tanto no mercado de cervejas como no de
pede para que sejam levantadas alternativas à fusão refrigerantes; o grau de endividamento ficava cada
e também que se discuta a decisão do Cade. vez mais alto, chegando a 550 milhões de reais em
99 e o desânimo atingiu a todos do Grupo.

2. PRINCIPAIS CERVEJARIAS ANTES DA


FUNÇÃO

2.1 - Antarctica
Fundada em 1885 por sete empresários, a Antarctica
começou como uma pequena fábrica de gelo e comi-
da. Em 1888, passou a produzir cerveja, alcançando
dois anos mais tarde 4 milhões de litros produzidos.
No ano de 1893, Zerrener, Büllow & Cia assumiram o
controle da companhia, iniciando um forte processo Fonte: Economática.

de expansão do negócio, sendo uma de suas ações


a compra da Cervejaria Bavaria em 1904. Em 1911, Em um artigo do início de 20001, o professor Oscar Mal-
o grupo inaugurou a fábrica de Ribeirão Preto, a pri- vessi fez uma análise das duas participantes da AmBev
meira fora da cidade de São Paulo. antes de sua formação, onde são utilizados sistemas
de mensuração financeira que avaliam a sua criação de
Em 1922, a empresa começou a produzir o Guaraná valor aos acionistas. A Antarctica, no ano anterior ao
Antarctica, carro-chefe na categoria refrigerantes e anúncio da fusão, havia apresentado destruição do valor
que ocupa o segundo lugar no segmento. Nos anos investido pelos acionistas da ordem de R$ 1,4 bilhão.
30 a Antarctica passou a ser controlada pela Fun- Refletindo essa destruição de valor, para cada R$ 1,00
dação Antônio e Helena Zerrener, uma organização
filantrópica, que visava ao bem-estar de seus funcio- 1
“Empresas criam ou destroem a riqueza dos acionistas”, Oscar Malvessi.

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anos, o valor de mercado de ação da empresa caiu su- vejas. Os novos dirigentes adotaram uma adminis-
cessivamente. tração agressiva, implementando um profundo e ex-
tenso processo de expansão, modernização e busca
2.1.1. Portfólio de eficiência. A empresa mudou radicalmente suas
Cervejas Refrigerantes estratégias, passando a utilizar política agressiva de
Antarctica Pilsen (Extra e Extra Cristal) Guaraná Antarctica (Diet)
Antarctica Pilsener Chopp Soda Antarctica (Diet) promoção de vendas, de redução de custos, de au-
Malzibier Água Tônica (Diet)
Munchen Extra Pop Cola (Diet) mento da capacidade produtiva e de expansão inter-
Rio Cristal Pop Laranja (Diet)
Bavaria (Pilsen e Premium) Clube Soda Antarctica nacional. No início da década de 90, a participação
Budweiser Baré Cola
Bohemia Baré Tuti-Frutti somada da marca Brahma era de 38% superando a
Kronenbier Guaraná Frisante Polar
Serramalte da Antarctica. No ano de 1994, a Brahma incorporou
Original
Polar (Export, Pielsen) a Cia. Anónima Cervecera Nacional, na Venezuela, e
Niger
Chopp Antarctica inaugurou uma fábrica na Argentina. No ano seguin-
Polar
te, concluiu acordo com a norte-americana Miller
2.2 Brahma Brewing Company e passou a produzir e distribuir a
A Brahma teve origem em 1888, quando o imigran- cerveja Miller no Brasil.
te suíço Joseph Villiger inaugurou a “Manufatura de
Cerveja Brahma Villiger & Companhia” no Rio de Ja- A cerveja Brahma manteve-se líder de mercado por
neiro, com produção diária de 12.000 litros de cerve- quase toda década de 90; apesar disso tanto a marca
ja e 32 funcionários. Brahma como a Antarctica perderam fatias do mer-
cado devido ao crescimento de concorrentes como a
No ano de 1894, Villiger abriu uma nova sociedade cerveja Kaiser e Schincariol e da própria Skol, marca
no mesmo local da anterior: a empresa cervejeira associada ao grupo Brahma, que obteve um impres-
Georg Maschke & Cia. Dez anos mais tarde, nasceu sionante avanço, e chegou à liderança em 1998, com
a Companhia Cervejaria Brahma, resultante da fusão 27% do mercado.
entre a Georg Maschke & Cia. e a Preiss Häussler &
Cia. A produção naquele ano chegou a 6 milhões de No mesmo estudo realizado pelo professor Oscar
litros. Malvessi (citado no tópico anterior), no qual são ana-
lisados os resultados econômicos da Antarctica e da
Em 1965 iniciou-se o trabalho das primeiras reven- Brahma, antes da formação da AmBev, averiguou-se
das exclusivas da Brahma, realizadas em grande par- que a Brahma proporcionou ao seus acionistas um
te por antigos funcionários da Brahma. No ano de incremento de riqueza da ordem de R$ 1,8 bilhão.
1968, foi inaugurada sua Estação Experimental de Em termos de retorno, para cada R$ 1,00 investido
Cevada no Rio Grande do Sul, com a finalidade de os acionistas possuíam R$ 2,00.
testar novas variedades de cevada cervejeira e estu-
dar suas adaptações ao solo e clima da região. 2.2.1. Portfólio
Cervejas Refrigerantes Isotônicos Chás Águas
Bhama Chopp Guaraná Bhama (Light) Marathon Isotônico Marathon Ice Tea (Diet) Águas Fratelli Vita

Nos anos 70, a empresa expandiu a fabricação e dis- Brahma Bock


Brahma Extra
Limão Brahma
Sukita
Fonti

Brahma Light Tônica Brahma

tribuição de seus produtos para as regiões Norte e Chopp da Brahma


Chopp Escuro da
Soda Cristal Brahma
Pepsi (Light)
Brahma Mirinda
Nordeste do Brasil e lançou sua linha de refrigerantes. Malzibier
Cerveja Miller
7UP
Kas
Carlsberg Teem
No início da década seguinte, a Brahma adquiriu o Skol
Caracu

controle acionário das Cervejarias Reunidas Skol Ca-


racu S.A., passando a ser chamada Brahma Adminis- 2.3 . Kaiser
tração, Investimentos e Participações Ltda. Alguns A Kaiser surgiu em 1982, por iniciativa do fabrican-
anos mais tarde (1984 ), foi firmado um acordo com a te e distribuidor da Coca-Cola no Estado de Minas
PepsiCo Internacional para a fabricação e distribuição Gerais, Luiz Otávio Pôssas Gonçalves. Sua primeira
da marca Pepsi no Rio de Janeiro, além de operar três fábrica foi instalada em Divinópolis, com capacidade
fábricas no Rio Grande do Sul. A parceria foi poste- para produzir cerca de 50 milhões de litros anuais e
riormente desfeita e retomada somente em 1997. utilizava uma tecnologia até então inédita no país:
um processo de maturação e fermentação em tan-
Em 1989, o Grupo Garantia comprou a Brahma e ques fechados, sem interferência ambiental, que redu-
introduziu grandes mudanças no mercado de cer- zia em 30% o consumo de energia e mão-de-obra.

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Nos anos 80, a estabilidade da economia havia criado 3. PROCESSO DE FUSÃO
um ambiente favorável ao surgimento de novos com-
petidores no mercado. Nesta época, a demanda era Duas semanas após o anúncio da fusão, o Cade
maior que a oferta, o que auxiliou o sucesso do lança- (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), ba-
mento da cerveja Kaiser em Minas. Assim, distribuido- seado na lei Antitruste (nº 8.884), havia suspendido
res de Coca-Cola de outras regiões também se uniram qualquer operação das duas empresas, que ficariam
ao empreendimento, e passaram produzir e comercia- impedidas de desativar fábricas, demitir pessoal ou
lizar a nova cerveja unificar suas estruturas, antes da avaliação das con-
seqüências da formação da AmBev no mercado bra-
Na distribuição e venda a Kaiser passou a praticar o sileiro de cervejas e refrigerantes.
processo de “venda casada”, também utilizado pelas Paticipação no mercado de cervejas (1999) Paticipação no mercado de refrigerantes (1999)
Outras
líderes do mercado, no qual a venda de cerveja era vin- Schincariol 5%
Skol
9% Outras Coca-Cola
27% 33%
culada à compra de refrigerante, usando os canais de Kaiser
49%
15%

distribuição da Coca-Cola. No final de 83 a maior ex- Antarctica Brahma


Brahma 22% 4%
portadora de cerveja do mundo, a cervejaria Heineken, 22% Pepsi
Cola
Antarctica
10%
Fonte: Nielsen 4%

da Holanda, passou a dar assistência técnica a Kaiser.


No ano seguinte, a Coca-Cola Internacional entrou na Lei Antitruste: A lei antitruste de 1994 passou a
sociedade comprando 10% da cervejaria. regulamentar os acordos de união ou cooperação
entre empresas, dentre os quais os chamados “atos
Em 1989, a Heineken passou a ser acionista da em- de cooperação”, quando a junção representa mais de
presa, que na época já possuía quase 8% do mercado. 20% do mercado. Para chegar a um veredicto, são
Com uma estratégia agressiva de preços, a Kaiser, na percorridos três fóruns. O primeiro é a Secretaria de
década de 90, apresentou um rápido crescimento, pas- Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério
sando a incomodar as cervejarias líderes. No ano de da Fazenda, que dá o parecer sobre os efeitos econô-
1996, sua produção anual era de 1,3 bilhão de litros e micos do “ato” no mercado. Logo depois, o processo
sua participação alcançava 16% do mercado nacional. segue para a Secretaria de Direito Econômico (SDE),
do Ministério da Justiça, responsável pela análise dos
2.3.1 Portfólio aspectos jurídicos da petição. Os dois pareceres são
independentes e servem como uma forma de orien-
Cervejas tação para o outro órgão do Ministério da Justiça, o
Kaiser Pilsen
Conselho de Administração Econômica (Cade), este
Kaiser Bock
Kaiser Summer Draft sim com poderes para aprovar ou vetar o pedido das
Kaiser Gold empresas. 3

Santa Cerva
Heineken
Com o slogan “multinacional verde-e-amarela”, a
Xingu
AmBev, já no dia 1º de julho, deixou claro que sua
intenção era expandir-se no mercado internacional
com a estratégia de distribuição mundial do Guaraná
2.4 Participação no mercado de cervejas 2
Antarctica, por meio da estrutura oferecida pela Pep-
si. O principal argumento a favor da fusão, anunciado
pelos grupos controladores da Antarctica e da Brah-
ma, era o seu fortalecimento para não serem presas
futuras do capital estrangeiro e da desnacionalização.

A Kaiser foi a primeira empresa a se pronunciar contra


a fusão, alegando que a haveria formação de mo-
nopólio, o que permitiria à AmBev impor aumentos
abusivos de preços e que a fusão nada mais seria que

2
No gráfico as participações da Brahma/1997-1998, da Skol/1997 e da Antarctica/1998 são
Fonte: Nielsen e Panorama Setorial.
valores estimados.
3
Parágrafo retirado do artigo “A Guerra das Cervejas” publicado pela revista Exame em

janeiro de 2000.

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um disfarce da aquisição da Antarctica pela Brahma. redução de empregos no setor, restrição à possibi-
A Cervejaria apresentou cálculos que previam milha- lidade de escolha do consumidor (exclusividade no
res de demissões nas duas empresas. A Coca-Cola, ponto-de-venda); por outro lado, a união das duas
ligada à Kaiser, também se sentiu prejudicada pela empresas permitiria um aumento do bem-estar eco-
fusão, que tem como objetivo levar seu concorren- nômico por meio de ganhos de eficiência da ordem
te, o Guaraná Antarctica, para competir no merca- de R$ 177 milhões/ano4.
do internacional. Porém, os interesses da gigante
estrangeira não foram mencionados no processo. A AmBev conseguiu a aprovação do Cade, porém
3 Parágrafo retirado do artigo “A Guerra das Cervejas” foram impostas medidas para compensar os custos
publicado pela revista Exame em janeiro de 2000. econômicos do ato:

Decisão do Cade
No mês de novembro de 1999, foi divulgado o pa- Restrições principais:
Venda da marca Bavaria no prazo de oito meses, com a transferência dos contatos de fornecimento e
recer do primeiro fórum: a Secretaria de Acompa- distribuição da cervejaria. O comprador não poderá ter participação acima de 5% do mercado de cerveja.
Venda de cinco fábricas da Antarctica e da Brahma com capacidade total de 709 milhões de litros,

nhamento Econômico (Seae) recomendou a venda da também no prazo de oito meses, localizadas em Getúlio Vargas (RS), Ribeirão Preto (SP), Cuiabá (MT),
Salvador (BA), Manaus (AM).
A AmBev deverá compartilhar, por quatro anos, sua rede de distribuição com cinco pequenas empresas
Skol, a marca mais consumida no país, pertencente à (com até 5% de participação no mercado), uma em cada região.

cervejaria Brahma. A venda evitaria a concentração Restrições adicionais:


A nova empresa fica proibida de desativar fábricas por um período de quatro anos. Se quiser se desfazer
no mercado de cervejas, impedindo o aumento de de uma unidade durante este prazo, terá de vendê-la a terceiros.
Deverá ser mantido o nível de emprego anterior à fusão. Em caso de demissão conseqüente de programas
tamanho da empresa. A opinião do segundo fórum, a de reestruturação, a AmBev terá de oferecer cursos de qualificação e realocação profissional aos traba-
lhadores.
Secretaria de Direito Econômico (SDE), foi anunciada A fábrica da Antarctica de Ribeirão Preto deverá ser equipada antes da venda, passando a oferecer
também envasamento em latas.
no início de 2000, que propôs a venda de uma três A AmBev terá de compartilhar sua rede de distribuição com os compradores da Bavaria e das outras
cinco fábricas por um período de quatro anos, renovável por mais dois anos.

marcas de cerveja da empresa (Antarctica, Brahma A Ambev não poderá obrigar a venda exclusiva de seus produtos nos pontos-de-venda.
A Empresa assinará com o Cade um termo de compromisso de desempenho com metas de redução de
custos e ganhos de eficiência que devem ser cumpridos por um período de cinco anos, sob pena de pagamento
ou Skol), além da venda de duas fábricas de cerve- de multa.

ja (uma em Manaus e outra em Cuiabá). Ambos os Na análise feita pelo Cade, foram avaliados os impac-
pareceres foram considerados pela AmBev inviáveis, tos de cada uma das possíveis decisões do caso, que
pois eliminariam os ganhos com a fusão. A decisão inclui os pareceres da Seae e da SDE:
do caso ficou sob os cuidados dos membros do Con- Decisão do Cade: Caso AmBev
Opções Alternativas Desvantagens
selho Administrativo de Defesa Econômica (Cade),
1. Aprovação sem restrições Perda de um concorrente se compensação
que teve um prazo de 60 dias para aprovar ou não a 2. Venda da marca Skol Não resolve o problema em todas as regiões;
inviabiliza o negócio; perda de eficiência.
AmBev. 3. Venda Skol ou Antartica ou Brahma Idem acima

4. Desconstitiução do operação Perda de eficiência de no mínimo R$ 177


milhões/ano possível perda d concorrente.
5. Decisão do Cade Eliminação dos dados à concorrência se perda
Durante estes 60 dias, o clima era de apreensão. Pelo das eficiências.
Fonte: Ministério da Justiça _ Conselho Administrativo de Defesa do
código, a AmBev não poderia existir, porém o Cade
consumidor – resumo do Caso AmBev.
já havia aprovado outras fusões que também resul-
taram na concentração do mercado:
Com a imposição da venda da marca Bavária e das
fábricas, o Cade visa possibilitar a entrada de um novo
Fusões aprovadas pelo Cade
concorrente com potencial para crescer e conquistar
20% de participação no mercado nacional em um prazo
Empresas Setor Concentração
de mercado de quatro anos. Na época da decisão, a Bavária possuía
Brosol / Echin Autopeças 96% 4,5% do mercado de cervejas e um índice de 25% de
Helio / Carbex Material de escritório 85%
Colgate / Kolynos Higiene 78% lembrança junto ao consumidor5. A distribuição nesse
Mahle / Cofap / Metal Leve Autopeças 78%
Ajinomoto / Oriento Alimentação 72% mercado é muito pulverizada e dispendiosa, tornando-
Eletrolux / Oberdorfer Eletrodomésticos 61%
se uma das principais barreiras para entrada de novos
Fonte: Revista Veja, 9 de fevereiro de 2000.
concorrentes. Dados da Antarctica e da Anheuser-Bush
afirmam que no Brasil, para atingir o ponto de equilí-
3.1. Decisão do Cade
brio, uma planta de produção de cerveja precisa ter
Cumprindo o prazo estipulado, em 31 de março de
uma capacidade de aproximadamente 200 milhões de
2000, o Conselho Administrativo de Defesa Econô-
litros por ano e produzir efetivamente ao menos 160
mica divulgou o parecer final sobre o caso. A decisão
milhões de litros por ano.
foi baseada nas relações custo/benefício da fusão:
4
Estimativa feita pela Consultoria Ruy Santa Cruz. No processo foram divulgadas outras estima-
por um lado, o ato de concentração ocasionaria a eli- tivas de ganho de eficiência: Seae – R$ 282 milhões/ano; SDE – R$ 373 milhões/ano; Trevisan

minação de um concorrente do mercado, a potencial – R$ 504 milhões/ano.


5
Pesquisa Intermeios.

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Segundo o Gesner de Oliveira, presidente do Cade, pra dos ativos da AmBev, por terem participação de
o novo quadro poderá garantir uma redução de 10% mercado superior a 5%. Para o presidente da Kaiser,
nos preços das cervejas para o consumidor. Ges- Humberto Pandolpho, os votos do Cade não foram
ner deixou claro que, se caso alguma das determi- técnicos; foram mais troca de opiniões entre os con-
nações do Conselho não fosse cumprida, a AmBev selheiros. Segundo ele, o relatório final era frágil e in-
estaria sujeita a multas diárias de até R$ 106 mil. conseqüente, acusando o procurador-geral do Cade,
Amauri Serralvo, de ter desprezados 177 páginas de
Mesmo com restrições à concretização da fusão, os informações baseadas em análises técnicas de seis
interesses da nova cervejaria não foram prejudica- procuradores do próprio Conselho, que elaboraram o
dos; das três principais condições impostas, apenas relatório sobre a AmBev.
uma não estava de acordo com o que a AmBev dese-
java e planejava: a que determinava que sua distri- A decisão do Cade gerou bastante controvérsia e nem
buição fosse compartilhada com outras cervejarias. todos saíram satisfeitos. No mesmo dia da decisão
do Cade, o Jornal Folha de S.Paulo publicou algumas
A união entre a Antarctica e a Brahma criou a tercei- opiniões de profissionais do mercado a respeito da
ra maior cervejaria do mundo e a maior da América formação da AmBev: O gerente nacional de vendas
Latina, em produção; e no mercado de bebidas mun- da Schincariol, Francisco Martins, afirmou que as con-
dial assumiu a quinta colocação. No Brasil, a AmBev dições impostas prejudicariam frontalmente os inte-
passou a concentrar 67% do mercado de cervejas, resses dos consumidores e das demais empresas que
passou a atuar em 18 Estados da Federação, além atuam no setor, sendo esta uma situação inadmissível
das fábricas no Uruguai, na Argentina e na Venezue- em uma economia de mercado, que defende mecanis-
la, e conta com franquias de refrigerantes no EUA, mos éticos de concorrência. Percival Maricato, presi-
Japão e Portugal. As operações de exportação das dente do conselho Deliberativo da Abredi (Associação
duas empresas juntas já se encontravam em mais de dos Bares e Restaurantes de São Paulo) declarou estar
25 países. bastante temeroso, pois a aprovação da AmBev leva
à formação de uma empresa muito forte, e um grupo
grande, sempre quer aumentar seu poder, portanto é
As maiores cervejarias do mundo obrigação da Abredi exigir que as autoridades cuidem
para que todos os pontos da decisão do Cade sejam
Empresa País Bilhões de litros
cumpridos. De acordo com Maricato, as pressões para
1 Anheuser-Bush EUA 12,1
2 Heineken NV Holanda 7,3 que haja, vendas casadas e aumento de preços es-
3 AmBev Brasil 6,2
tão ficando cada vez maiores, o que o setor não pode
4 Miller Brewing EUA 5,2
5 S. African Beweries África do Sul 4,3 suportar mais. Para Melquíades de Araújo, vice-pre-
6 InterBrew Bélgica 3,6
7 Carlsberg Dinamarca 3,3
sidente da Força Sindical, existem dois pontos posi-
8 Ceveceria Modelo AS México 3 tivos que podem ser destacados na decisão do Cade.
9 Kirin Japão 2,9
10 Foster’s Austrália 2,8 O primeiro é o da obrigatoriedade da venda da cer-
Fonte: Impact Databank Consultoria. veja Bavaria, o que diminui os riscos de cartelização.
O outro é a garantia da manutenção do emprego por
quatro anos. Ele espera que essa garantia se estenda
também aos trabalhadores terceirizados. O presidente
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo), Horácio Lafer Piva, considera a criação da Am-
Bev um processo positivo; o Brasil começa a criar suas
próprias multinacionais. Já Jorge Siqueira, gerente
comercial e de marketing da Santa Marina, empresa
fornecedora da Antarctica e da Brahma, afirmou que a
fusão cria um potencial exportador e isso deverá au-
Fonte: Nielsen mentar a demanda por seus produtos e melhorar tam-
bém a programação de fornecimento. Segundo ele, o
As principais prejudicadas na decisão do Cade foram lado negativo da união é que a Ambev poderá exercer
a Kaiser e a Schincariol, que foram excluídas da com- uma pressão maior durante as negociações.

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3.2. Ações pós-fusão canadense. No primeiro ano (2001) o faturamento
Com a aprovação da fusão, a AmBev iniciou suas líquido da Bavaria foi de cerca de R$ 210 milhões,
ações para cumprir as restrições impostas pelo Cade com uma produção de 300 milhões de litros. As cinco
no prazo de oito meses. Em maio de 2000, a cerve- fábricas empregam 750 funcionários. Para 2002, a
jaria assinou convênios com o Senai (Serviço Nacio- Molson planeja exportar uma nova marca, a Bavaria
nal de Aprendizagem Industrial) e o Sebrae (Serviço Export, para o Canadá. Serão 30 milhões de garrafas
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) (10 milhões de litros) por ano. Além disso, a Molson
para requalificação de funcionários. O primeiro ficou adquiriu no início de 2002 o controle da Kaiser, pas-
responsável pela elaboração de cursos de atualiza- sando a ter uma participação expressiva no mercado
ção e requalificação profissional e o segundo, pela brasileiro.
realização de cursos de desenvolvimento de novos
empreendedores. Os termos dos convênios tiveram
aprovação do Cade, os quais são orientados e su- 4. CONCLUSÃO
pervisionados pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE). O mercado mundial de cervejas é altamente con-
centrado, em muitos países uma ou duas cervejarias
No mês de junho, a AmBev contratou o banco de dominam mais de 70% do mercado, entre elas po-
investimentos norte-americano Donaldson, Lufkin & dem ser citadas a South African Breweries que detém
Jenrette Securities Corp. (DLJ), especializado em fu- mais de 90% do mercado da África do Sul e a Quinsa
sões e aquisições no mercado mundial. O grupo pas- que possui 73% do mercado argentino. O mercado
sou a cuidar do processo de negociações da venda brasileiro de cerveja não foge à regra, apesar de per-
da marca Bavaria e das fábricas. No final de julho, correr um longo processo as cervejarias Antarctica e
já havia 10 companhias estrangeiras interessadas Brahma conseguiram concretizar a fusão e passaram
na marca, entre elas foram citadas a South African a dominar 67% deste mercado.
Breweries (SAB) e Anheuser-Busch, nomes fortes do
mercado cervejeiro. Enfim, a formação da AmBev teve grande repercus-
são no setor e na mídia, deixando muitas questões
O DLJ manteve contato com as principais empresas em aberto. Com a leitura do caso e se julgar neces-
de bebidas do mercado internacional e investidores sário com pesquisa complementar, discuta:
financeiros. A melhor proposta foi apresentada pela
Molson Inc., cervejaria líder no mercado canaden- 1) Que outras alternativas Antarctica e Brahma te-
se com 45% de participação e 24º lugar no ranking riam? Analise, especialmente, a importância de eco-
mundial. As negociações foram concluídas em no- nomias de escala na indústria de cerveja e refrige-
vembro de 2000 e a marca Bavaria foi vendida à rantes e o seu impacto sobre as empresas do setor.
Molson Inc. por US$ 213 milhões, dos quais US$ 98
milhões foram pagos no fechamento do negócio e o 2) Analise as estratégias seguidas pelas duas em-
restante condicionado à performance da companhia. presas no período anterior ao da fusão (você prova-
velmente terá que realizar pesquisas em materiais
A operação obteve aprovação do Cade, a qual tam- suplementares a este caso para fazer isso) e compa-
bém envolveu a venda das fábricas de cerveja loca- re os resultados econômicos de cada uma das em-
lizadas em Ribeirão Preto (SP), Getúlio Vargas (RS), presas. Por que Antarctica e Brahma apresentavam
Cuiabá (MT), Manaus (AM) e Camaçari (BA). As uni- resultados tão diferentes?
dades foram e entregues pela AmBev em plena ope-
ração, que investiu cerca de R$ 17 milhões para a 3) Como as empresas do setor de bebidas(cervejas
venda, cumprindo a determinação do Conselho. No e refrigerantes) devem agir no novo cenário compe-
acordo, a AmBev se responsabilizou pela distribuição titivo que surgiu após a fusão?
da Bavaria por um período de 10 anos.
4) Opinião do leitor/ concorda ou discorda com a
Fundada em 1786, a Molson atuava até então apenas decisão do Cade? Se pudesse fazer o papel do Cade,
na América do Norte, a compra da Bavaria faz par- quais seriam suas medidas?
te de sua estratégia de internacionalização da marca

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5. ANEXOS (...)

5.1. Fragmentos do Parecer da Procuradoria do DA ANÁLISE DA OPERAÇÃO À LUZ DO ART. 54:


Cade sobre processo do caso AmBev6 : A idéia de eficiências surgiu e tomou corpo com a
Escola de Chicago, que reconhecia seu valor como
(...) justificativa para aprovação de fusões de empresas
que gerassem concentração de mercado. Essa cor-
DAS MANIFESTAÇÕES SOBRE A FUSÃO
rente de pensamento surgiu como um movimento
Em manifestação oferecida pela cervejaria Kaiser, foram
que questionava a utilização do paradigma estrutu-
apresentadas diversas tabelas e informações, forneci-
ra-conduta-desempenho.
das pela A.C. Nielsen, a respeito do market share por
unidade da federação, cujos valores são apresentados
Na teoria econômica neoclássica, o termo eficiência
na tabela I a seguir:
abrange dois enfoques diferentes, a saber:

TABELA I
1-Eficiência produtiva: Aquela que revela ganhos de
UF KAISER COM BRAHMA SKOL ANTARCTICA
FUSÃO produtividade decorrentes da sinergia entre os recur-
Alagoas 14,2 79,4 48,8 5,6 25,0
Bahia 10,9 71,9 31,0 11,7 29,2 sos tecnológicos de ambas as empresas.
Ceará 3,8 95,7 28,6 2,8 64,3
Distrito Federal 4,8 82,8 13,9 37,9 31,0 2-Eficiência alocativa: Aquela que se relaciona com a
Espirito Santo 9,9 73,7 30,6 29,8 13,3
Goiás 3,7 82,9 25,4 43,6 13,9 distribuição dos recursos na sociedade.
Mato G. do Sul 15,3 71,4 30,0 27,7 13,7
Mato Grosso 10,8 81,1 5,8 48,4 26,9
Minas Gerais 10,7 80,9 28,8 35,3 16,8
Pará
Paraná
11,9
27,2
58,4
55,1
5,8
11,5
3,7
23,2
48,9
20,4
Em termos econômicos, a análise das eficiências dá-
Piauí 4,7 94,7 33,3 20,5 40,9
Rio de Janeiro 3,9 81,2 15,6 39,5 26,1 se através de estudos econômicos, que mensuram,
Rio G. do Sul 17,9 67,8 21,9 20,9 25,0
Santa Catarina 17,9 70,7 26,2 28,9 15,6 ou buscam quantificar, os níveis de eficiência produ-
São Paulo 23,5 65,5 26,5 16,9 22,1
Sergipe 24,3 68,8 19,6 4,2 45,0 tiva e alocativa versus a redução da concorrência,
Média 16,0 73,2 24,5 23,4 25,3
Nacional a fim de verificar se há ou não ganhos líquidos, em
Fonte: AC Nielsen.
termos de bem-estar, para o mercado.

A seguir, também apresentaram tabela demonstran-


(...)
do capacidade e utilização das respectivas fábricas,
apresentada na tabela II, abaixo:
É importante destacar que ambas as Secretarias
(Seae e SDE) fizeram incursões nas análises quan-
TABELA II
Localização Empresa Capacidade Utilização Incentivos titativas, a fim de aferir os ganhos líquidos advindos
(hl/ano) (%)
AM Manaus ANTARCTICA 1.150.000 38% Não da operação, adotando, cada uma, critérios metodo-
AM Manaus BRAHMA 380.000 38% Não
BA
BA
Camaçari
Lagoinha
BRAHMA
Schincariol
3.500.000
3.500.000
48%
50%
Sim
Sim
lógicos diferentes.
BA Camaçari ANTARCTICA 3.225.000 48% Sim
BA Feira de Santana Kaiser 2.160.000 46% Sim
CE Pacatuba Kaiser 1.500.000 34% Sim
CE
DF
Fortaleza
Brasília
Brahma
BRAHMA
1.200.000
990.000
100%
100%
Sim
Sim
(...)
GO Anápolis BRAHMA 1.000.000 100% Sim
GO Goiânia ANTARCTICA 650.000 100% Não
MA São Luís BRAHMA 1.000.000 77% Sim
MG Mateus Leme BRAHMA 3.100.000 100% Não Desse modo, a análise ora empreendida por esta Pro-
MG Pirapora ANTARCTICA 1.200.000 100% Não
MG
MT
Divinópolis
Cuiabá
Kaiser
ANTARCTICA
1.032.000
2.000.000
41%
100%
Não
Não
curadoria pauta-se, unicamente, em critérios qualita-
MT Cuiabá BRAHMA 600.000 100% Sim
PA Belém ANTARCTICA 1.000.000 100% Sim tivos de avaliação das alegações das empresas, em
PB João Pessoa ANTARCTICA 3.800.000 40% Sim
PE
PI
Cabo
Teresina
BRAHMA
ANTARCTICA
2.000.000
1.870.000
100%
91%
Sim
Sim
termos de juízo de mérito acerca da certeza jurídica
PR Ponta Grossa Kaiser 2.880.000 61% Sim
PR Curitiba BRAHMA 1.850.000 100% Sim e da verossimilhança da realização das eficiências no
RJ Rio de Janeiro BRAHMA 12.000.000 62% Sim
RJ Jacarepaguá ANTARCTICA 7.500.000 62% Sim mercado. Destaque-se, por completude, que a maio-
RJ Queimados Kaiser 3.240.000 48% Sim
RN
RS
Natal
Viamão
ANTARCTICA
Brahma
1.500.000
3.000.000
56%
78%
Sim
Sim
ria das análises de eficiências realizadas por este
RS Estrela ANTARCTICA 700.000 78% Não
RS Gravatai Kaiser 1.680.000 62% Não Conselho costuma pautar-se tão-somente em ava-
RS Montenegro ANTARCTICA 680.000 78% Não
RS Getúlio Vargas ANTARCTICA 580.000 78% Não
Sim
liações qualitativas. Afinal, uma intervenção estrutu-
SC Lages BRAHMA 4.000.000 59%
SC Joinville ANTARCTICA 185.000 59% Não
SE Estância BRAHMA 3.000.000 20% Não ral não pode basear-se em probabilidades, falecendo
SP Itaú Schincariol 11.000.000 50% Não
SP Jacareí BRAHMA 8.000.000 44% Não diante da necessidade de segurança jurídica.
SP Jacareí Kaiser 7.200.000 54% Não
SP Jaguariúna ANTARCTICA 7.000.000 44% Não
SP Agudos BRAHMA 3.500.000 44% Sim
SP Ribeirão Preto ANTARCTICA 3.200.000 44% Não
SP Guarulhos BRAHMA 3.000.000 44% Não (...)
SP Araraquera Kaiser 2.400.000 78% Não
Total Brasil 125.012.000
Fonte: Kaiser (estimativa). 6
O Parecer completo encontra-se no site do Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

www.espm.br/publicações 10
Em tradução livre, temos: “Definição de ganhos de 5.2 Detalhamento da Tabela II:
eficiência. Um ganho de eficiência é a mesma coisa
que um ganho de produtividade. Resulta, ainda, na
redução de custos unitários. Pode envolver a utili-
zação de: menores recursos para produzir a mesma
saída de bens ou serviços; diminuição na qualidade
de recursos para a mesma saída de bens ou serviços;
os mesmos recursos para produzir mais; os mesmos
recursos para produzir bens ou serviços de qualida-
de mais elevada; os mesmos recursos para produzir
uma maior variedade de bens ou serviços.”

As Requerentes aduzem que a operação gerará efici-


ências econômicas e, classificando-as em áreas, aduz
as seguintes sinergias positivas ensejadoras da apro-
vação:

1_ÁREA INDUSTRIAL: alegam as Requerentes que


haveria redução nos custos fixos com o fechamen-
to de fábricas, redução de custos fixos nas unidades
produtivas com a transferência de melhores práticas,
redução dos custos variáveis de produção, redução
dos custos com embalagens PET e com CO2.

2_ÁREA ADMINISTRATIVA FINANCEIRA: dar-


se-á a unificação das administrações das duas em-
presas, a renegociação da dívida da Antarctica, a
implantação das melhores práticas e a redução dos
custos com informática.

3_ÁREA DE DISTRIBUIÇÃO: defendem as Reque-


rentes a otimização da frota para puxada e implanta-
ção de programas de produtividade na rede de distri-
buidores da Antarctica.

4_ÁREA DE SUPRIMENTOS: as Requerentes adu-


zem a realização de ganhos de escala oriundos da
operação, permitindo às empresas o alinhamento de
preços de matérias-primas e insumos. Sites para pesquisa

5_ÁREA COMERCIAL: consideraram as Requeren- http://www.cade.gov.br


tes que haverá redução de custos pela unificação das http://www.ambev.com.br
diretorias regionais, com a redução de diretores e http://www.oscarmalvessi.com.br
staff, bem como redução do número de repositores. http://www.fazenda.gov.br/seae/documentos/Por-
tConjSeae-SDE.PDF
(...) http://www.kaiser.com.br
http://www.abradisa.com.br/index2.htm
http://www.alaface.com
http://www.sindicerv.com.br

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