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PATOLOGIA – AULA 3 MORTE CELULAR

MORTE CELULAR
-processo irreversível, além das alterações no citoplasma há alterações no núcleo.

MECANISMOS DE ALTERAÇÕES CELULARES


-Depende do tipo de célula(algumas células são mais susceptíveis, sensíveis, com diversos estados
e grus de adaptação) – especial atenção ao neurônio, miocárdio e musculatura esquelética.
-Depende do tipo de agressão, da intensidade e duração do estímulo que causa o dano (aumento
de ATP, de cálcio intracelular, aumento de ROS, lesão da membrana celular).
- Dependendo desses fatores, é possível ou não a reversibilidade da lesão.
- As alterações funcionais e bioquímicas podem ocorrer em qualquer local da célula (organelas,
citoplasma, núcleo).

APOPTOSE
-Morte celular programada  auto-destruição
-Processo ativo com gasto de energia
-A célula se programacomandada pelo genoma da célula

Diminuição das funções da célula condensação do núcleo e do citoplasma fragmentação da


célulafagocitose desses fragmentos por células vizinhas ou macrófagos.

 A célula não deixa nenhum resquício (não provoca resposta dos tecidos adjacentes). Não há
resposta inflamatória local. Nada acontece com células vizinhas. Macrófago digere a célula
como etapa final.
 A célula adquire aspecto em bolha  CORPÚSCULOS APOPTÓTICOS.
 Pode ocorrer em condições fisiológicas ou patológicas

Nós sinciciais- apoptose dos núcleos do sinciociotrofoblasto.


Processo peritônio vaginal, manutenção do conducto peritônio vaginalhérnias.
AIDS gp 120
Nas infecções, especialmente por vírus, além da necrose, há apoptose
PATOGÊNESE
Expressão de genes celulares
1-degradação de proteínas  ativação de caspases
2-Condensação e fragmentação do DNA
3-Reconhecimento fagocitário

Sinalização: Via intrínseca e extrínseca


Controle e Integração: PTNs Bcl, citocromo C
Execução : Caspases
Remoção células mortas: fagocitose realizada pelos macrófagos e células vizinhas

CASPASES (enzimas proteolíticas):


cliva PTNs em locais de ácido aspártico
têm cisteína no sito ativo e quebram PTNs nos resíduos de asparagil
degradam proteínas, levando a fragmentação do DNA e da células (os fragmentos
são reconhecidos por fagócitos).
clivam proteínas do citoesqueleto

FASES DA APOPTOSE:
ATIVAÇÃO:
-Ativação das caspases (que geralmente inativas no citoplasma)
EXECUÇÃO:
-Atuação enzimática provocando degradação do material nuclear e das organelas
citoplasmáticas. Degradam tanto proteínas do núcleo como do citoplasma (principalmente
do citoesqueleto).

VIAS DA APOPTOSE (sinalização):


EXTRÍNSECA -
-Receptores de morte celular na membrana  TNF tipo 1, Fas

INTRÍNSECA (MITOCONDRIAL)
-aumento da permeabilidade da mitocôndriagerando a liberação de componentes, como
o CITOCROMO C, que ativam CASPASES induzem cascata de apoptoses.
-Perda de proteínas ANTI-APOPTÓTICASBcl-2- mitocôndria e citoplasma
- O bcl-2 suprime a apoptose deixando a membrana da mitocôndria íntegra.
 Em células cuja proliferação é estimulada por hormônio, a falta desse hormônio pode
atuar como ativador da apoptose.
 Normalmente, a mitocôndria e os lisossomos mantêm-se íntegros. Os fragmentos
formados são os corpúsculos apoptóticos e eles têm receptores em suas membranas
que facilitam a fagocitose (tanto que não são somente os macrófagos que os
fagocitam), esses corpúsculos apoptóticos vão se desprendendo.
 Dentro das bolhas, corpúsculo apoptóticos, as organelas estão inteiras.
 Cada corpúsculo contém: UM PEDAÇO DE NÚCLEO DESTRUÍDO +ORGANELAS
 Célula fragmentada em pequenos componentes.

CARACTERÍSTICAS
-Retração celular, MP íntegra. -Bolhas citoplasmáticas, corpúsculos
-Organelas íntegras, compactadas. apoptóticos.
-Condesação da cromatina  ação das -Fagocitose pelas células vizinhas,
caspases. macrófagos.

APOPTOSE PATOLÓGICA
Inibição da apoptose
-câncer, dç auto-imune, infecções virais.
-neoplasiassupressão do GENE P53 (PRÓ-APOPTÓTICO)

Aumento da apoptose
- dçs neurodegenerativas – Alzheimer
-lesões isquêmicas  coração
-dçs do fígado - toxinas

NECROSE

Diagnóstico diferencial:
-Degeneração (é reversível limita-se ao citoplasma)
-Apoptose (tem gasto enérgico, não há resposta inflamatória)
-Morte somática indivíduo como um todo
-Autólise destruição por enzimas lisossomais que são liberadas, ocorre com tecidos fora
do indivíduo vivo, após a morte somática.
-Necrobiosemorte fisiológica células da epidermecélulas que se diferenciam,
aumentando o número de grânulos de queratina no citoplasma, o núcleo diminui, picnose, até que
todo o citoplasma é substituído por queratina, geralmente isso é um processo fisiológico.

-Processo sempre patológico – morte de uma célula, tecido ou órgão, permanecendo o


organismo como um todo vivo, havendo reação local dos tecidos vizinhos.
-Processo passivo, gera uma resposta inflamatória que pode deixar cicatriz.

Necrose- Patogênese

PATOGÊNESE:
-Estímulos são os mesmo: diminuição da síntese de ATP, diminuição da disponibilidade de
oxigênio e de nutrientes (hipóxia, isquemia), lesão direta à membrana citoplasmática, à membrana
do lisossomo ou à membrana da mitocôndria, aumento de cálcio na célula, que é causado por
alterações, lesões na membrana, o cálcio ativa várias enzimas que levam a proteólise, o mesmo
fazem espécies reativas de oxigênio. O Cálcio também lesa a membrana da mitocôndria.
-O marco da irreversibilidade do processo de necrose parece ser A ENTRADA DE CÁLCIO NA
CÉLULA, ativando fosforilases, proteases e endonucleases, gerando lesão das organelas e ruptura
de membrana.
- A resposta dos tecidos vizinhos é fundamental para a caracterização da necrose. Os vasos renais
são terminais, portanto qualquer lesão neles leva à isquemia. Halo inflamatório surge na necrose
devido à resposta dos tecidos; no início da necrose, o limite do halo é escuro (hiperemia,
hemorragia e inflamação), com o passar do tempo, a chegada dos leucócitos em grande
quantidade deixa o halo esbranquiçado.

MORFOLOGIA GERAL
-Reação inflamatória do organismo com formação de halos.
MICROSCOPIA
Citoplasma
Alta eosinofilia  desnaturação das PTN, expressa + ácidos
Menor basofilia RER, ribossomos antes corados estão alterados
Perda dos limites celulares, junções aglomerado celular
Mitocôndrias tumeficadas e rotas ou com cristas alargadas
Lisossomos túrgidos e rompidos
Citoesqueleto distanciado e desorganizado

Núcleo Para ser necrose deve haver alteração no núcleo.


Alterações mais grave:
1º PICNOSE – pequeno e condensado e mais corado.
2ºCARIORREXE – fragmentação.
3º CARIÓLISE – lesado, começa a sumir, não mais visualizado

MACROSCOPIA
Tipos de Necrose:
NECROSE COAGULATIVA (ISQUÊMICA):
 Falta de O2
 Causa química: ácido ou base forte
 Causa física: queimaduras, temperatura muito alta ou muito baixa
 Hipóxia ou anóxia é a causa mais comum
 Causada pela diminuição de ATP, que gera aumento da glicólise, diminuição do pH,
liberação de enzimas lisossomais, lesão da membrana e aumento do cálcio intracelular. Na
macroscopia é observada uma região esbranquiçada, umedecida e com um halo; na
microscopia, é uma região eosinofílica, com presença de hemácias e a cariólise é a alteração
do núcleo mais comum de ser observada.
 Doenças pulmonares – insuficiência respiratória
 Doença cardíaca – insuficiência cardíaca
 Isquemia redução do fluxo sanguíneo
 Rim infarto renal, área mais vermelha, eosinofílica
 Coração  infarto área branca, inflamatória
 Ocorre desnaturação de proteínas estruturais e enzimas, preservação do contorno celular.
Aspecto firme, pálido e ressecado. Células anucleadas, aumento da eosinofilia, citoplasma
aglomerado, arquitetura do órgão normal.

NECROSE LIQUEFATIVA:
 Liquefação enzimática
 Também causada pela falta de oxigênio e de nutrientes, principalmente quando essa ocorre
no sistema nervoso, que é rico em lipídios e em água, de forma que a necrose torna o tecido
nervoso menos consistente, pode ocorrer também na supra-renal. Na microscopia é
observado um aumento da eosinofilia citoplasmática e cariólise.
 Infecção por bactérias ou fungos, AVC.
 Orgão mole e despedaçando, destruição completa das células.

NECROSE CASEOSA:
 Freqüentemente causada pela bactéria da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis), quando
a resposta é muito intensa, gera inflamação crônica, que gera a necrose, o material é mais
esbranquiçado (aspecto de massa de queijo fresco) e tem bacilos, esse material pode ser
expelido (drenado) na expectoração, ficando apenas o espaço vazio, que são as cavernas
(sequela). Na microscopia, é observada principalmente cariorréxis.
 Inflamação granulomatosa padrão Th1. Tentativa de fagocitar o Mycobacterium.
Células obrigatórias
- Macrófagos e seus derivados: Células epitelióides e gigantes.
-Linfócitos T com resposta celular e B com resposta humoral (Anticorpos,
ativação do sistema complemento)

NECROSE GOMOSA:
 causada por Treponema pallidum (bactéria causadora da sífilis), ocorre na pele e na parede de
vasos (vasa vasorum). Similar à caseosa, o material fica amolecido e grudento (por isso
gomosa), ocorre, por exemplo, na parede de artérias, deixando-as fracas, podendo gerar
aneurisma (dilatação), o aneurisma sifilítico, que pode até se romper.

NECROSE FIBRINÓIDE
 “semelhante à fibrina”: ocorre quando há alterações em vasos que geram pequenas
hemorragias e a parede deles é substituída por material fibrótico, que é eosinofílico,
composto por fibrose, proteínas do plasma e fibrina, ocorre na hipertensão arterial maligna,
eclampsia, pré-eclampsia (caracterizadas também por proteinúria, convulsões e pressão
alta), em lesões na mucosa do estômago como úlceras agudas de stress (pequenas e
múltiplas) ou úlceras únicas e maiores (úlcera péptica crônica), a lesão fibrinóide é
encontrada no fundo da úlcera, pois, o conteúdo estomacal atinge e lesa os vasos da
submucosa.
 Lesão vascular maligna  extravasa fibrina
 HAS maligna – sistólica maior 220  nefroesclerose maligna  rim em picada de pulga
 Pontos enegrecidos
 Estômago

CITOESTEATONECROSE:
 Típica de pancreatite, alcoolismo, hiper triglicérides
 Liberação de lipases, fosfolipases e algumas proteases
 gerada pela liberação das lipases, ocorre quando há lesão no pâncreas, as enzimas
liberadas atacam a membrana dos adipócitos e da gordura neutra, liberando ácidos graxos
no sangue, que se combinam ao cálcio e precipitam, gera diminuição dos níveis de cálcio,
que é consumido nas áreas de necrose. Ocorre no tecido adiposo, caracterizada por
pontilhados esbranquiçados, na microscopia, a área fica mais arroxeada pois cora-se pela
hematoxilina.
 Pontos brancos  aspecto em CHAMA DE VELA
 Intestino e região peripancreática.
NECROSE PURULENTA:
 caracterizada macroscopicamente por área esbranquiçada, material purulento rico de
infiltrado inflamatório, ocorre em inflamações agudas, geralmente causadas por bactérias
 pneumonia, infecções, abcessos, principalmente presente em peças de pulmão.

NECROSE POR ESFACELO:


 células separam-se uma das outras, geralmente causada por infecção por Nocardia, lesões
citopáticas causadas por vírus e por linfócito t citotóxico, na macroscopia, há uma intensa
diminuição da consistência.
 Hepatite viral  fígado esfacela na mão.

EVOLUÇÃO DAS NECROSES:


 depende da extensão da necrose e da área lesada, se as células regeneram-se ou não. Se a
lesão é extensa e não se regenera, na área é produzido colágeno, formando fibrose,
cicatrizes , que substitui a necrose, gerando uma área afundada, de retração do
parênquima, pode haver calcificação, como por exemplo, no nódulo de Gohn (característico
da tuberculose), o tecido necrosado também pode se desprender, originando caverna; no
encéfalo, não há formação de fibrose, o que existe é um aumento da produção de células da
glia, mas sobra muito espaço vazio (pseudo cisto, é pseudo pois não há epitélio de
revestimento), quando há fraturas de ossos fragmentos podem ir para outro local
(seqüestro). Toda vez que células morrem em local que tem contato com o meio externo, o
material é desidratado gerando a chamada gangrena, por exemplo, ocorre com cordão
umbilical de forma fisiológica, ou quando ocorre infecções bacterianas na pele, a gangrena
pode ser seca, mas pode haver também gangrena úmida (colonização por bactérias) ou
gasosa (colonização por bactérias que produzem gases).

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