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1998-1999 - Estudos Culturais-Cultura Visual PDF
1998-1999 - Estudos Culturais-Cultura Visual PDF
Estudos
culturais,
cultura visual
and Its Theoretical Legacies” (“Os Estu- dos estudos culturais será necessariamente
dos Culturais e seus Legados Teóricos”), localizada, interessada e parcial.
Stuart Hall, que escreveu inúmeros artigos Se “a mudança da história da arte para
sobre a genealogia desse terreno, afirma a cultura visual é marcada por uma mudan-
sobre os estudos culturais: “Não é apenas ça nos princípios de coerência de uma his-
qualquer coisa velha” (25). Concordo, mas tória do estilo ou uma análise da forma,
acrescentaria: também não poderia ser qual- para uma genealogia do sujeito,” como diz
quer coisa. Certamente podemos discutir Foster (28), o verdadeiro significado desse
sobre o que seja, o que não seja e o que movimento é que este sujeito – fosse o
deveria ser, como faz Cary Nelson sujeito espectador, a audiência popular, o
prescritivamente em seu “Always Already fã, o sujeito construído na representação,
Cultural Studies” (“Sempre já os Estudos realmente o outro – não pode ser teorizado
Culturais”) (26), mas isso não impedirá que de uma posição exterior a essa genealogia. 22 Idem, ibidem, p. xi.
alguém apresente um argumento diferente. O sujeito do discurso não pode estar isento
23 Rosalind Krauss e Hal Foster,
Significa que os estudos culturais são das questões de historicidade, do ego e do “Introdução”, in October 77,
1996, p. 4.
genealógicos no sentido em que Foucault outro, que são levantadas pela própria teo-
24 Krauss, op. cit, p. 96.
vem de Nietzsche. Estudos culturais é a ria da subjetividade. Isso não quer dizer
25 Stuart Hall, “Cultural Studies and
história de suas próprias discutidas que eu esteja simplesmente inserido, que Its Theoretical Legacies”, in
autodefinições, que não serão jamais deci- automaticamente identifique ou internalize, Lawrence Grossberg, Cary
Nelson and Paula Treichler
didas. Curiosamente, Stuart Hall começa mas que também devo localizar-me a mim (eds.), Cultural Studies, New
este ensaio sobre os legados teóricos dos mesmo, meus interesses, investimentos, York, Routledge, 1992, p.
278.
estudos culturais com a seguinte afirma- suscetibilidades, identificações, desiden-
26 Cary Nelson, “Always Already
ção: “Em geral se pensa na autobiografia tificações; meus prazeres, meus medos e Cultural Studies: Academic
Conferences and a Manifesto”,
como apossando-se da autoridade do au- meus desagrados – pois a crítica genea- in Storey, pp. 273-86.
têntico. Mas, para não ser autoritário, tive lógica deve realmente envolver a paralaxe 27 Hall, op. cit., p. 277.
de falar autobiograficamente” (27). Com que Foster exige, interrogando o sujeito ao
28 Foster, “The Archive Without
isso, Hall quer dizer que a sua genealogia mesmo tempo em que interroga o objeto. Museums”, op. cit., p. 103.