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Robert Alexy Teoria Dos Direito PDF
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DIÁLOGO JURÍDICO
BREVES APONTAMENTOS SOBRE A TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ROBERT ALEXY 303
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Desse modo, para Alexy (apud GUERRA, p. 85), “os princípios são
normas jurídicas, (...) e são normas qualitativamente distintas das regras,
rejeitando a concepção de que entre regras e princípios a distinção seria
somente de grau de generalidade, menor na primeira, maior na última”.
3. O critério da proporcionalidade
Na qualidade de comandos de otimização, que comandam “n”
condutas da melhor maneira possível para a consecução de um fim, os
princípios jamais poderiam ser aplicados em “bloco”, ou seja, não é
possível validar, num plano hipotético, todas as condutas derivadas de
um princípio simultaneamente.
Essa aplicação, conforme elucida Guerra (2005) geraria um impasse
interno e um impasse externo. O primeiro consiste na impossibilidade de
determinar qual das regras seria aplicável, quando não o possam ser
conjuntamente; o segundo se traduz na impossibilidade de determinar,
racionalmente, qual princípio será seguido, quando regras deriváveis de
ambos são antinômicas.
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2 Muitos autores como, por exemplo, Willis Santiago Filho (2005, p.57) advogam que a
proporcionalidade é um princípio e não uma regra. No entanto, se considerarmos válida
a teoria de Alexy, jamais poderemos aplicar a terminologia princípio à regra da
proporcionalidade, justamente por uma questão de coerência lógica e argumentativa.
“É que sendo adotado o conceito de princípio sugerido pelo filósofo alemão, não se pode
enquadrar como tal, isto é, como mandado de otimização, as prescrições que integram a
regra da proporcionalidade (adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido
estrito). Tais prescrições, ainda que sirvam como critérios orientadores da aplicação de
princípios, como se verá, são corretamente classificadas por Alexy como regras,
justamente porque se aplicam mediante subsunção.” (GUERRA, 2003, p.91)
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W i · Ii · Ri
W ij =
W j · Ij · Rj
Legenda
Ii = o grau de interferência que a medida M causa em Pi;
Ij = o grau de interferência que a omissão da medida M causa em Pj;
Wi = o peso abstrato de Pi;
Wj = o peso abstrato de Pj;
Ri = as evidências sobre a interferência em Pi
Rj = as evidências sobre a interferência em Pj
Grandezas utilizadas
l = leve (1)
m = moderada (2)
s = séria (4)
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5. Conclusão
A teoria dos direitos fundamentais de Robert Alexy situa-se na fase
pós-positivista. Sua contribuição doutrinária é de essencial importância
para a consolidação normativa dos princípios. Nessa fase, os direitos
fundamentais foram constitucionalizados na forma de princípios, ocupando
o topo da pirâmide normativa e a máxima normatividade.
Robert Alexy parte da premissa de que princípios e regras são espécies
do gênero normas jurídicas, já que ambas derivam de expressões
deônticas fundamentais.
Na qualidade de mandamentos de otimização, que comandam “n”
condutas da melhor maneira possível, dentro de limites fáticos e jurídicos
para a consecução de um fim, os princípios jamais poderiam ser aplicados
em “bloco”, i.e., simultaneamente validar todas as condutas derivadas
de um princípio. A solução, então, é inserir o critério da proporcionalidade
dentro do conceito de princípio e garantir a validade prima facie de suas
regras.
O critério da proporcionalidade operacionaliza a aplicação dos
princípios, estabelecendo um verdadeiro teste que selecionará a regra
mais adequada para a consecução dos fins pretendidos. Consiste a
proporcionalidade em três sub-regras fundamentais: a adequação, a
necessidade e a proporcionalidade em sentido estrito.
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Referências
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