A autora não se arrepende de ter rejeitado o modelo de "mulher perfeita" que sua mãe desejava, preferindo seguir seu próprio caminho rebelde e transgressivo, apesar das críticas das "mulheres internas" que a culpam por sua felicidade conquistada.
A autora não se arrepende de ter rejeitado o modelo de "mulher perfeita" que sua mãe desejava, preferindo seguir seu próprio caminho rebelde e transgressivo, apesar das críticas das "mulheres internas" que a culpam por sua felicidade conquistada.
A autora não se arrepende de ter rejeitado o modelo de "mulher perfeita" que sua mãe desejava, preferindo seguir seu próprio caminho rebelde e transgressivo, apesar das críticas das "mulheres internas" que a culpam por sua felicidade conquistada.
às vezes me entrego a contemplar aquelas que eu poderia ter sido; as mulheres primorosas, modelo de virtudes, trabalhadoras, boas esposas que minha mãe desejou para mim. Não sei por quê passei minha vida inteira me rebelando contra elas
gostaria de ter a aceitação universal,
ser a “boa menina”, a “mulher decente” a impecável Gioconda, tirar dez em conduta com o partido, o estado, as amizades, minha família, meus filhos e todos os demais seres que, abundantes, povoam este nosso mundo.
Nesta contradição invisível
entre o que deveria ter sido e o que é travei numerosas batalhas mortais, batalhas inúteis delas contra mim - elas contra mim que sou eu mesma -
Com a “psique dolorida” despenteio-me
transgredindo ancestrais programações desgarrando-me das mulheres internas que, desde a infância, torcem o rosto para mim pois não me encaixo no molde perfeito de seus sonhos, pois me atrevo a ser esta louca falível, terna e vulnerável
Não culpo ninguém. Melhor, agradeço a eles pelos dons.
Não me arrependo de nada Porém, nos poços escuros em que me afundo; nas manhãs em que, ao entreabrir os olhos, sinto as lágrimas fazerem força apesar da felicidade que finalmente conquistei rompendo estratos e camadas de rocha terciária e quaternária, vejo minhas outras mulheres sentadas no vestíbulo fitando-me com olhos doídos e me culpando pela felicidade. Irracionais boas meninas rodeiam-me e desfilam suas canções infantis contra mim; contra esta mulher feita plena esta mulher de peitos em peito e largos quadris que, por minha mãe e contra ela, eu gosto de ser.