ERGONOMIA APLICADA AO DESIGN DO MOCHO DO CIRURGIÃO
DENTISTA: ANÁLISE DE PRODUTOS, PATENTES E EVIDÊNCIAS
CIENTÍFICAS.
BERTOLACCINI, Guilherme da
Silva
PPG-Design UNESP
Bauru, São Paulo, Brasil
guilhermebertolaccini@gmail.com
MEDOLA, Fausto Orsi
PPG-Design UNESP
Bauru, São Paulo, Brasil
medola@faac.unesp.br
RESUMO
A postura estática e inadequada mantida por
tempo prolongado tem sido apontada como um
dos fatores que contribuem para a sobrecarga
postural na atividade do cirurgião dentista. O
mocho, interface de suporte postural do dentista,
tem sido apontado como um dos aspectos de
inadequação ergonômica, contribuindo para
elevado índice de desconforto/dor entre os
profissionais. Este estudo teve como objetivo
analisar, do ponto de vista da ergonomia, o
projeto de mochos disponíveis no mercado, em
bases de patentes e em artigos científicos, e
discutir os problemas biomecânicos relacionados
à atividade do cirurgião dentista, de forma a
contribuir para o conhecimento dos aspectos
ergonômicos da prática em odontologia.
Palavras-chaves: Odontologia; Ergonomia;
Design ergonômico.
ABSTRACT
The static and inadequate posture maintained for
a long time has been appointed as this factors
what contribute for a overload postural in the
dentistry activity. The dentistry stool has been
appointed as an aspects of ergonomic
inadequate, contribute for a high level of
discomfort/pain among the professionals. the
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PASCHOARELLI, Luis Carlos
PPG-Design UNESP
Bauru, São Paulo, Brasil
paschoarelli@faac.unesp.br
objective of this study was analyze, from the
point of view the ergonomics, the project of the
dentistry stool available on the market, in patents
bases and scientific articles, and discuss the
biomechanics problems related to dentistry
activity, of the form to contribute for the
knowledge the aspects ergonomic of the dentistry
activity.
Keywords: Dentistry; Ergonomics, Ergonomic
Design.
INTRODUÇÃO
O quadro em que se encontra o profissional
da área odontológica tem se caracterizado pelo
emprego frequente de novas tecnologias e
materiais de tratamento, devido ao elevado
aumento da demanda de novos tratamentos
odontológicos, resultando em uma atividade
ocupacional mais intensiva.
Os problemas da atividade do cirurgião
dentista (CD) partem do ponto que a execução
de seu oficio ocorre em uma área muito restrita
de atuação: a cavidade oral do paciente. Isso
proporciona ao profissional uma invariabilidade
postural que pode levar a condições deletérias de
trabalho [1,2].
 Pela dificuldade que os CDs têm em decorrência de sobrecarga musculoesquelética.
estabelecer um equilíbrio postural na execução No entanto, ao invés de se buscar a compreensão
de seu oficio, tornam-se indivíduos vulneráveis a a respeito dos fenômenos que os causam, na
riscos ocupacionais, o que resulta em elevada maioria das vezes busca-se somente tratá-los
prevalência de problemas de origem [6]. Neste sentido, o ambiente de trabalho e,
musculoesquelética (93% dos profissionais) mais especificamente, a interface postural
[3,4]. Muitos desses problemas estão (mocho), assumem relevada importância nos
relacionados à postura estática e inadequada aspectos ergonômicos da atividade do
mantida por tempo prolongado. Estudos indicam profissional de odontologia.
que o tronco, pescoço e ombros são as regiões Aguiar et al [7] apontou como principais
com maiores problemas de dor/desconforto entre regiões de dor/desconforto dos CDs a região
os dentistas. Segundo Shikha Baghi et al[5], foi cervical, pelve, coluna lombar e torácica, ombro
quando o CD passou de uma postura de trabalho direito e ombro esquerdo. As mãos e punhos
em pé para sentado que as dores também são regiões relevantes no caso de
musculoesqueléticas nos ombros e pescoço se dor/desconforto, porém essas dores estão
tornaram mais prevalentes, não deixando de lado relacionadas à repetitividade presente em muitos
a região inferior das costas. atos operatórios que o profissional realiza e
A questão dos problemas de desconforto e podem sinalizar uma sobrecarga de esforço
dor, investigados neste estudo, merece especial repetitivo[7], Figura 1.
atenção, pois há um número crescente de
profissionais que adoecem no trabalho em

Figura 1. Principais regiões de dores, desconforto nos cirurgiões dentistas. Fonte: Autor

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 Entre as variáveis de um estabelecimento de
assistência odontológica, os fatores ergonômicos
têm sido considerados determinantes para a
melhor eficiência, produtividade e o conforto. A
ergonomia sempre esteve presente na história da
odontologia, mesmo que intrinsicamente, em
todas as circunstâncias onde se arquitetou algum
aspecto seja do local de trabalho, equipamento
ou de instrumento a ser utilizado em algum
procedimento da atividade. A ergonomia aplicada
à atividade de CD tem como finalidade melhorar
e diminuir o estresse físico e cognitivo, prevenir
doenças relacionadas à prática odontológica,
melhorando assim a produtividade do profissional
com melhor qualidade e conforto tanto do
paciente como do odontólogo [8].
Nesse sentido, diversos estudos visam
normatizar e definir os parâmetros com os quais
os CDs devem trabalhar, de forma a reduzir ao
máximo possível os custos biomecânicos. Porém,
no que diz respeito à postura de trabalho, estes
têm se mostrados insuficientes, em vista dos
diversos problemas de origem
musculoesquelética existentes entre profissionais
de odontologia.
A FDI (Fédération Dentaire Internacionale)
juntamente com a ISO (International Standards
Organization) são organizações que tem buscado
uma reforma para a padronização das rotinas de
trabalho odontológico, visando a melhoria do
trabalho, bem como a promoção de saúde,
conforto e segurança ao trabalhador. A FDI
institui uma classificação antiga, mas muito
utilizada quanto ao posto de trabalho do CD, a
qual define o posicionamento dos equipamentos
odontológicos em quatro tipos distintos,
conforme a disposição dos itens (Figura 2):
Tipo 1 ou disposição lateral;
Tipo 2 ou disposição posterior;
Tipo 3 ou transtorácica;
Tipo 4 (Finkbeiner, 2001).

Figura 2. Tipos de arranjo do posto de trabalho odontológico, de acondo com a classificação da FDI: a) tipo 1, b) tiopo
2, c) tipo 3 e d) tipo 4. Modificado de: GARBIN et al, 2009

Por sua vez, a ISO 4073, do ano de 1980, horizontal de uma área circular dividida em 12
recomenda as posições de trabalho do CD e seu setores (Figura 3).
auxiliar, através de uma diagramação no plano

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Figura 3. Diagrama preconizado pela norma ISO 4073
para a posição de trabalho do cirurgião dentista e
auxiliar. Fonte: ISO 4073, 1980.
Tendo em vista os principais fatores
associados ao posto de trabalho do CD e,
buscando métodos eficazes para a sua
prevenção, Castro et al. [9] e Chaffin et al. [10],
afirmam que, para que o trabalho sentado atenda
as exigências ergonômicas corretas,
Deve-se manter as costas relativamente retas e
apoiadas no encosto posterior do mocho, os pés
completamente apoiados sobre o chão, distribuindo
o peso uniformemente, reduzindo a carga sobre as
nádegas e sobre a região posterior das coxas, além
de manter a posição de equilíbrio, pois a pressão
aplicada na região poplítea pode levar a edema das
pernas e pressão sobre o nervo ciático.
Aconselham, também, que as coxas devem estar
paralelas ao chão e com o ângulo formado com a
perna entre 90° e 120°, pois quanto mais aumenta
essa angulação, maior será a compressão da
circulação venosa de retorno, o que causa
desconforto e favorece o aparecimento de varizes
nos membros inferiores. Referem, ainda, que a
posição da cabeça do dentista deve ser
ligeiramente inclinada para frente e para baixo,
evitando-se a curvatura excessiva do pescoço, e a
distância média recomendada entre os olhos do
profissional e a boca do paciente deve ser de 30 a
40 cm [9,10].
Ainda, os profissionais de saúde bucal que
trabalham com visão direta acabam tendo maior
atividade muscular no pescoço, maior quantidade
de posturas não neutras e maior desconforto nos
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músculos cervicais, em comparação aos
profissionais que trabalham com visão indireta,
ou seja, com o auxílio de uma câmera e monitor
ou também com a utilização de um óculos
prismático a 90°, ambas alternativas para
intermédio no auxílio da visão da boca do
paciente [11]. Portanto, as exigências da
atividade odontológica tendem a provocar
perturbações de ordem postural na região da
coluna cervical, pois nestas atividades existe uma
tendência de se aproximar a cabeça e flexionar a
coluna, aproximando os olhos do objeto [12].
Hokwerda [13], ao descrever um programa
com visão geral das diretrizes ergonômicas para
orientação de uma postura de trabalho saudável
durante o tratamento odontológico, propõe a
elaboração de uma norma internacional que tem
por objetivo determinar um padrão postural
saudável para o desempenho da atividade, a qual
tem como meta:
“Definir um sistema homem-máquina funcional
para o dentista, como base de um produto de
análise do sistema a partir de funções humana em
relação a dados da antropometria atual e regras
existentes” [13].
Pensando que uma postura adequada para o
trabalho seja “neutra e equilibrada”, essa postura
não está livre de problemas ergonômicos, pois a
posição é totalmente vertical a partir do marco
zero grau, o que demanda atividade muscular
para mantê-la. Wunderlich et al. [14],
encontraram que em mais de 85% dos dias de
trabalho, durante os procedimentos periodontais,
o CD mantém posturas isométricas. Além disso,
aproximadamente 90% dos desvios mensurados
foram inferiores a 10 graus no sentido anterior. É
importante considerar que, mesmo em posturas
aparentemente sem inclinações de tronco, há
atividade dos músculos posturais para manter a
posição.
Marklin et al. [15], analisando a atividade do
CD e sua postura durante o exercício de seu
oficio, encontrou que o profissional passa 35% do
tempo da atividade com uma inclinação posterior
de pescoço. Sendo que essa inclinação é de 30°,
partindo do ponto de 0° como sendo o pescoço
alinhado com o eixo do tronco. O profissional
passa também 78% do seu trabalho sentado e
apenas 22% em pé. Além disso, o CD passa
quase 58% do tempo com algum grau de
inclinação posterior de tronco seja sentado ou em
pé. Uma flexão de tronco de 30° é mais
prevalente em sua atividade, ocorrendo quase
que em 45% do tempo (marco 0° é quando o
tronco está na vertical). Os dados referentes à
postura dos ombros mostram que existe algum
grau de elevação (abdução) durante mais de
50% do tempo no ombro esquerdo, enquanto
apenas 25% do tempo no ombro direito.
As doenças profissionais, causadas por
agentes mecânicos, têm efetiva relevância na
prática odontológica, e medidas ergonômicas
adequadas ainda são o melhor método de
eliminá-las [16].
Apesar de todos os cuidados e foi realizada nas seguintes bases de dados:
recomendações tomados para a prevenção dos
constrangimentos posturais presentes no posto
de trabalho do CD, os problemas de sobrecarga
biomecânica persistem entre os profissionais da
área. Isso se dá devido à preocupação em tornar
o momento do tratamento odontológico o menos
traumático possível ao paciente, proporcionando
a este o conforto e bem-estar, desta forma
fazendo com que o posto de trabalho do dentista
perca o foco enquanto importância para o
desenvolvimento de projetos ergonomicamente
adequados à sua atividade.
Segundo Hokwerda [13] até agora nenhum
equipamento odontológico foi projetado ou
construído para que os CDs trabalhem dentro dos
limites fisiológicos aceitáveis. Porém é de
fundamental importância o design ergonômico,
que tem por intuito o desenvolvimento do projeto
de produto com a aplicação do conhecimento
ergonômico, no desenvolvimento do equipamento
odontológico. Diante disso, a interface de
suporte postural do profissional dentista, o
mocho, tem sido apontada como um dos fatores
responsáveis pela inadequação do posto de
trabalho do dentista, sendo por isto objeto de
estudos e propostas que visam melhorar a
postura do profissional durante o trabalho.
Sendo assim o objetivo desse estudo é
analisar, sob a perspectiva ergonômica, o projeto
de mochos disponíveis no mercado, em bases de
patentes e em artigos científicos. Desta forma,
pretende-se contribuir para o melhor
entendimento das limitações e benefícios dos
produtos mais encontrados e utilizados pelos
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profissionais, assim como das evidências
científicas que fundamentam os aspectos
ergonômicos do Design de interfaces posturais do
Cirurgião Dentista.
2.MÉTODOS
Este estudo de revisão estruturada por uma
busca em bases de dados, a partir da qual é
realizada uma análise crítica - sob o ponto de
vista da ciência ergonômica - das interfaces
posturais do CD (mochos). A estratégia de busca
utilizou como descritores os termos “cirurgião
dentista”, “mocho”, “biomecânica”, “dentistry
chair”, “dentistry stool”, “biomechanics”. A busca
Google Patentes, Google Acadêmico, Biblioteca
Nacional da Saúde, Pubmed, Web of Science,
além de sites especializados na venda de
produtos odontológicos.
3.RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da busca realizada, foram
encontrados 11 produtos e patentes relacionados
à interface postural do CD, com diferenciais
relevantes entre si, encontrados em sites de
comércio de produtos odontológicos, bases de
patentes e estudos publicados em revistas
científicas. Com base nos resultados da busca, foi
realizada uma revisão crítica (ergonômica) dos
dispositivos, os quais são apresentados e
discutidos a seguir.
O mocho convencional mostra poucas
diferenças entre seus fabricantes, tendo os
aspectos estéticos e ergonômicos em grande
maioria próximos de uma cadeira convencional,
como as utilizadas em escritório, (figura 4).
Caracteriza-se por um assento e um encosto
geométricos, regulagem de altura do assento e
encosto e estrutura com 5 rodízios para
mobilidade. As formas geométricas com
regulagem facilitam a adaptação da estrutura de
qualquer usuário, porém, suas formas pouco
anatômicas, falta de apoio para os membros
superiores e falta de apoio anterior de tronco
mostram que o produto não teve seu projeto
especificamente desenvolvido para a atividade
odontológica, não incorporando características
que resguardem a postura do profissional durante
sua atividade.

Figura 4. Design de um mocho convencional. Fonte:
www.gnatus.com.br
O Seatball (Figura 5), é uma proposta de
assento composto por uma bola inflável como a
utilizada em fisioterapia (bola suíça). Com
estrutura de 5 rodízios para mobilidade, o
produto permite estabilidade postural através do
assento deformável (composto de material
elástico). Esse produto promete uma postura
neutra, pois a elasticidade da bola e a
instabilidade que ela cria, faz com que o usuário
mantenha sempre uma pequena contração dos
músculos estabilizadores da coluna. O problema
desse dispositivo é que ele não ajuda na questão
da redução da atividade isométrica dos músculos
da coluna o que pode levar a fadiga rapidamente
durante o dia de trabalho, além de não possuir
regulagens como altura do assento o que não
permite que ele seja utilizado pela maioria das
pessoas, descaracterizando-o como projeto
universal. Ainda, o produto não oferece suporte
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para o tronco, desta forma não permitindo ao
profissional breves repousos posturais,
minimizando assim a sobrecarga biomecânica.
Figura 5. Seatball: proposta de postura adequada e
Liberdade de movimento. Fonte:
www.Coraldent.com.br
O equipamento oferecido pela empresa Salli
(Figura 5) possui assento ergonômico, apoio para
os membros superiores, estrutura com 5 rodízios.
Essa configuração garante maior conforto para os
membros superiores por conta de seu apoio ser
articulado, possibilitando assim uma maior
variabilidade de configurações para a posição dos
braços com o respaldo do suporte. Além de ter
como fundamentos para a concepção do assento
a sela de cavalo, o que ajuda na manutenção de
uma postura neutra, ou seja, zero grau de
inclinação de tronco, porém essa postura se
mostra inadequada para a atividade odontológica
que se caracteriza por uma postura inclinada de de conforto, o que é desfavorável para a região
tronco. do quadril podendo levar a dor/desconforto.

Figura 6. Mocho Salli: proposta de postura adequada

Figura 7. Kobo Chair: proposta de mocho com apoio
através de assento em forma de sela de cavalo. Fonte:
anterior de tronco. Fonte: www.kobochair.com
www.sallibrasil.com

O Kobo Chair, (Figura 6), apresenta como Em uma busca por patentes foi priorizado os
principal característica o apoio anterior de tronco projetos com a patente publicada nos últimos 20
e suporte para os membros superiores, propondo anos, a fim dos resultados serem mais relevantes
maior conforto na realização da atividade quanto à inovação. Os resultados encontrados
odontológica, possui também estrutura com 5 foram resumidos em cinco patentes diferentes,
rodízios para mobilidade. Sua limitação é não estas por se tratarem dos conceitos que mais se
permitir inclinação de tronco para frente, o que diferenciavam dos produtos disponíveis no
compromete a redução da atividade muscular da mercado. Um fato interessante sobre esses
região da coluna lombar e torácica conceitos encontrados é que nenhum deles foi
principalmente. Além de o assento ser muito desenvolvido apenas com a função de mocho
pequeno, não respeitando o comprimento glúteo odontológico, mas sim em qualquer atividade de
poplíteo do usuário, fundamental para a sensação
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cirurgia ou que se tenha a necessidade do
trabalho com inclinação anterior de tronco.
A patente 01[17], Número da publicação
ep2438883 a1, publicado em 11/04/2012, possui
características de uma cadeira convencional,
apenas com o diferencial da regulagem na parte
frontal do assento que tem como função facilitar
a circulação de retorno das pernas. Mostrando
que não foi concebida com o fim prioritário de
mocho odontológico, este sendo como função
secundária do projeto, pois não possui suporte
para os membros superiores, (Figura 7).
Figura 8. Patente 01, inventor: Chistoph nussbaumer.
Fonte:
https://www.google.com.br/patents/EP2438883A1?cl=
en&dq=dentistry+chair&hl=pt-
BR&sa=X&ei=wXIyVYXDH_aAsQSCDw&ved=0CFoQ6AE
wBzhG
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A patente 02 [18], (Figura 10), n° da
publicação: US7618090 B2, publicado em
17/11/2009. Tem seu diferencial no apoio
dianteiro para o tronco que permite inclinação e
formato mais anatômico, além da estrutura com
muitos rodízios o que previne quedas do usuário
e facilita o movimento. Porém não possui apoio
para os membros superiores.
Figura 9. Patente 02, inventor: Daniel Grenon. Fonte:
https://www.google.com.br/patents/US7618090?dq=d
enstistry+stool&hl=pt-
BR&sa=X&ei=bH4yVcn_F6GSsQSMnIGAAg&ved=0CD8
Q6AEwBDhk
 Patente 03 [19], (Figura 8), n° da
publicação: us20090278391 a1, publicado em
12/11/2009. Tem como características suporte
anterior e posterior de tronco, apoio para os
membros superiores, o que garante um respaldo
para a postura inclinada de tronco. Porém a
estrutura com 4 rodízios para mobilidade pode
levar o usuário quedas.
Figura 10. Patente 03, inventor: Hans Jurgen Ulrich.
Fonte:
https://www.google.com.br/patents/US20090278391?
dq=dentistry+chair&hl=pt-
BR&sa=X&ei=CXcyVZ7kB5LasAS36YCwAg&ved=0CC0
Q6AEwAjh4
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O projeto da patente 04 [20], (Figura 9), n°
da publicação: EP0691120 A1, publicado em
10/01/1996. Tem seu conceito fundamentado na
junção do equipo odontológico, ou cirúrgico, com
a estrutura do banco, o que facilita o acesso aos
equipamentos e diminui a amplitude e
quantidade de movimentos durante a realização
do oficio. A falta de suporte para garantir o
trabalho com postura inclinada de tronco e falta
de apoio para os membros superiores mostram
que o projeto não resguarda a postura inclinada
de tronco, essa fundamental para o exercício da
atividade odontológica, isso somado a falta de
rodízios o que compromete a mobilidade do
usuário.
Figura 11. Patente 04, inventor: Leo Zaccarini. Fonte:
https://www.google.com.br/patents/EP0691120A1?cl=
en&dq=denstistry+stool&hl=pt-
BR&sa=X&ei=Ln4yVbLREtLbsATn8ICwDw&ved=0CDYQ
6AEwAzha
Patente 05 [21], (figura 11), n° da
publicação: US5029941 A, Data da publicação
9/07/1991. Possui suporte para os membros
superiores articulados, o que garante maior
liberdade e variedade de posições para os braços
na realização das atividades odontológicas, mas a
falta de rodízios dificulta o odontólogo de se
movimentar dentro do consultório.

Figura 12. Patente 05, inventor: Lorenz Twisselman.
Fonte:
https://www.google.com.br/patents/US5029941?dq=d
enstistry+stool&hl=pt-
BR&sa=X&ei=JoQyVZGGLq_IsASUl4HgAw&ved=0CGM
Q6AEwCDi0AQ
Durante a revisão bibliográfica e busca por
artigos científicos sobre o assunto foi encontrado
um protótipo chamado de AnterioRest[22],
(Figura 12), esse projeto por sua vez não é um
mocho propriamente dito, mas sim um suporte
postural que vai acoplado a cadeira do paciente
com a finalidade de servir de suporte anterior de
tronco para o profissional. Essa configuração
permite que o profissional trabalhe com uma
postura inclinada de tronco, porém não oferece
apoio para os membros superiores e tem uma
dificuldade de ajuste se o profissional precisar
trocar de posição durante o atendimento.
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Figura 13. AnterioRest, proposta de apoio anterior de
tronco independente do mocho. Fonte: Gregory J.
Books et al., 2012
Além deste, foi encontrado outro protótipo de
mocho denominado EDC (ergonomically design
chair) [23], (Figura 13) que tem como
características apoio anterior de tronco, apoio
para os membros superiores e permitir o usuário
trabalhar com uma postura inclinada de tronco.
Esse protótipo foi submetido a testes com
usuários e comparado com um mocho
convencional, a fim de se avaliar a atividade
elétrica muscular através de testes com
eletromiografia de superfície (EMG). Os
resultados foram favoráveis para o EDC, com
diminuição significativa da atividade elétrica
muscular com destaque para: trapézio superior
direito; trapézio superior esquerdo; trapézio
médio direito e trapézio médio esquerdo. Além do
teste eletromiográfico os participantes
responderam a um questionário, no qual a
maioria dos participantes relatou preferir utilizar
o EDC ao invés do mocho convencional. Porém o
apoio anterior de tronco se mostra muito grande
o que pode gerar desconforto para profissionais
do sexo feminino, além de os sujeitos envolvidos
no teste relataram dificuldade na mobilidade
durante os procedimentos do teste.

Figura 14. EDC, proposta de postura adequada através
de suporte anterior de tronco e membros superiores.
Fonte: O Haddad et al, 2012
3.CONCLUSÃO
O presente estudo identificou diferentes
propostas para o design de interfaces posturais
do cirurgião dentista. Os conceitos e produtos
analisados apresentam variabilidade nas
propostas de suporte postural, o que implica em
diferentes posturas de trabalho. De uma forma
geral, os produtos demonstram uma preocupação
com a sobrecarga muscular para a manutenção
da postura durante a atividade do profissional, e
a maioria propõe suporte para o tronco, com o
objetivo de minimizar a fadiga muscular. Sob a
perspectiva ergonômica, os produtos apresentam
aspectos positivos e negativos, o que implica em
uma demanda para o design ergonômico aplicado
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aos instrumentos e ambiente de trabalho do
profissional dentista.
Desordens musculoesqueléticas relacionadas
ao trabalho têm como característica serem
multifatoriais, no entanto, fatores ocupacionais,
tais como o design do posto de trabalho mal
concebido, técnicas de trabalho que não são
respeitadas, postura estática e sem o suporte
necessário, mantida por longo período de tempo,
e instrumentos de trabalho difíceis de manipular
são fatores com impacto significativo no
desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas e
problemas de dores e desconfortos em dentistas.
A análise das questões ergonômicas da
atividade do CD é importante para o
favorecimento da atuação do design ergonômico
no desenvolvimento do equipamento
odontológico, pois permitirá aos CDs trabalhar de
maneira mais saudável.
Desta forma, a identificação dos problemas
da atividade do CD e suas causas, oferecem as
informações necessárias para a elaboração e
desenvolvimento inicial da adequação do seu
posto de trabalho, bem como a execução de sua
atividade com menores custos biomecânicos.
Melhorar os aspectos ergonômicos da atividade
do cirurgião dentista envolve uma abordagem do
design na interface de suporte postural, em vista
do longo período de interação entre o profissional
e o mocho. Neste sentido, o presente estudo
contribui para o conhecimento dos aspectos
positivos e negativos dos produtos e patentes
relacionados ao tema, bem como das evidências
científicas sobre os problemas biomecânicos e
ergonômicos presentes na atividade do
profissional de odontologia. Em última análise,
estas informações propiciam os fundamentos
para novas propostas de design da interface
postural, com o objetivo de aprimorar o conforto,
eficiência e satisfação dos profissionais com seu
trabalho.
4.AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à CAPES pelo apoio
financeiro (Bolsa DS).
5.REFERÊNCIAS
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