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Interbio v.3 n.

2 2009 - ISSN 1981-3775 11

APLICAÇÃO DE PRINCÍPIOS DE ERGONOMIA NO ATENDIMENTO


ODONTOLÓGICO

APPLICATION OF ERGONOMICS PRINCIPLES IN DENTAL CARE.

YARID, Sergio Donha1; DINIZ, Diego Garcia 2; ORENHA, Eliel Soares 3; ARCIERI,
Renato Moreira 3; GARBIN, Artenio José Isper 3

Resumo
O cirurgião-dentista tem sido apontado como um profissional vulnerável a riscos ocupacionais principalmente
relacionados à postura de trabalho. Este estudo analisou a aplicação de princípios de ergonomia durante a execução
de procedimentos odontológicos efetuados por acadêmicos do último semestre da Faculdade de Odontologia de
Araçatuba-SP. Vinte e quatro atendimentos foram fotografados e as imagens obtidas analisadas digitalmente para a
verificação de 10 requisitos que determinam uma postura saudável de trabalho, definidos pelo projeto de Norma
ISO/TC 106/SC 6 N 411. Observou-se que 50% dos itens da lista de checagem obtiveram maiores porcentagens de
respostas negativas. Os alunos apresentaram maiores dificuldades quanto à posição correta do ângulo entre a parte
superior e inferior da perna quando sentados, o ajuste ideal do foco de luz do refletor no campo de trabalho e o
posicionamento do paciente. Concluiu-se que os atendimentos foram realizados sem a observância dos requisitos
ergonômicos. As maiores dificuldades quanto à postura de trabalho tratam do ajuste do acento do mocho, do feixe de
luz e do posicionamento do paciente. Os alunos necessitam de melhor orientação quanto à aplicação dos princípios e
exigências ergonômicas, o que deve ocorrer em qualquer momento da vida profissional, porém quanto mais
precocemente eles forem instalados, maiores serão os benefícios, assimilação e incorporação de posturas de trabalho
adequadas. É necessária uma reforma que contemple todos os setores do sistema odontológico, para que a
aprendizagem e aplicação da ergonomia na odontologia se tornem efetivas, eficientes e eficazes.

Palavras – chaves: ergonomia, educação em odontologia, saúde do trabalhador, engenharia humana

Abstract
The dentist has been suggested as a professional vulnerable to labor risks mainly related to working posture. This
study examined the application of ergonomics principles during the dental attendances made by university student of
the last period of the Araçatuba Dental University. Twenty-four attendants were photographed and the images were
digitally analyzed for the verification of 10 requirements that determine a healthy labor posture, defined by the
project ISO Standard / TC 106/SC 6 N 411. It was observed that 50% of items from the check list obtained higher
percentages of negative replies. The students had greater difficulties as to the correct position of the angle between
the upper and lower leg when sitting, the ideal adjustment of the light focus reflector in the field of work and the
patient positioning. It was concluded that the dental attendances were held without compliance with the ergonomic
requirements. The greatest difficulties regarding the work posture were the sitting posture, the light beam and the
patient positioning. Students need better guidance about ergonomic principles and requirements, which should occur
at any time of life, but earliest they are installed, greater the benefits, assimilation and incorporation of adequate
working postures will be. We need a reform that addresses all sectors of the dental system, so that learning and
application of ergonomics in dentistry become effective, efficient and effective.

Key-words: ergonomics, dental education, worker health, human engineer

1
Doutorando em Odontologia Social e Preventiva. Departamento de Odontologia Infantil e Social da Faculdade de
Odontologia de Araçatuba. Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, São Paulo - Brasil.
2
Mestrando em Odontologia Social e Preventiva. Departamento de Odontologia Infantil e Social da Faculdade de
Odontologia de Araçatuba. Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, São Paulo – Brasil
3
Professor Assistente Doutor. Departamento de Odontologia Infantil e Social da Faculdade de Odontologia de
Araçatuba. Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, São Paulo - Brasil. E-mail: diegogdiniz@hotmail.com

YARID, S,D. et al.


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Introdução danos causados à saúde desses profissionais,


devido à repetição dos esforços, resultando
A evolução humana foi acompanhada dentre outros sinais e sintomas, degeneração
pelo crescente uso de utensílios, ferramentas e dos discos intervertebrais, cefaléia, fadiga e
procedimentos criados para melhorar o varizes. Outro aspecto a ser considerado é o
conforto das pessoas, a capacidade de custo envolvido neste tipo de problema, ou
sobrevivência e seu desempenho na vida seja, gastos com assistência médica, perda de
diária em todos os tipos de atividades dia de trabalho e indenizações. Assim, o
desenvolvidas. Ao utilizar uma pedra lascada desenvolvimento de programas de ergonomia
como faca, como ponta de uma lança ou que identifiquem, apontem e modifiquem as
fazendo fogo para aquecimento, o homem inadequações posturais vem sendo desejado
utiliza o ambiente natural e o adapta, na sua para prevenir e minimizar as conseqüências
labuta, as suas necessidades podendo assim ocasionais por traumas repetitivos (PEREIRA,
caracterizar um dos conceitos mais simples de 1993; LEWIS et al., 2002; CAMPOS et al.,
ergonomia: o estudo da adaptação do trabalho 2005).
ao homem (IIDA, 1990). Com os avanços da tecnologia, novos
Na odontologia não é diferente. O produtos, ferramentas e equipamentos foram
Cirurgião-Dentista interage constantemente inseridos no ambiente odontológico, além da
com ferramentas e equipamentos na sua rotina modernização e desenvolvimento dos já
de trabalho e tenta se adaptar para existentes. Atualmente se faz necessária à
desenvolver suas atividades da melhor forma presença de exigências ergonômicas
possível. Porém essa adaptação não é algo relacionadas a uma postura saudável de
individual, aleatório e/ou espontâneo. Provém trabalho às quais os equipamentos
de várias pesquisas científicas desenvolvidas odontológicos devem respeitar. A aplicação
ao longo do tempo. A Sociedade Européia de de princípios de ergonomia aos equipamentos
Ergonomia Odontológica - ESDE há mais de e ao ambiente de trabalho é uma maneira
duas décadas, promove encontros anuais com eficaz de se garantir a salubridade, segurança,
profissionais e pesquisadores de várias partes alto desempenho, motivação e a satisfação no
do mundo para o estudo dos aspectos trabalho odontológico (AKESSON et al.,
ergonômicos relacionados ao atendimento 2000; RIO, RIO 2001; DELLEMAN et al.,
odontológico (ESDE, 2008). 2004).
A ergonomia na Odontologia tem como O presente estudo teve como objetivo
objetivo a racionalização do trabalho visando analisar a aplicabilidade dos princípios e
sua simplificação, a prevenção da fadiga e o exigências ergonômicas, bem como
maior conforto tanto para o profissional diagnosticar as dificuldades de postura de
quanto para o paciente. Além de avaliar as trabalho durante o atendimento odontológico
condições físicas do ambiente de trabalho, executado pelos acadêmicos do último
estuda sistemas complexos de interação do semestre da Faculdade de Odontologia de
homem (BARROS, 1991). Araçatuba – UNESP.
O Cirurgião-Dentista tem sido apontado
como um profissional vulnerável a problemas Materiais e Métodos
ocupacionais de natureza diversa. Dentre estes,
ressalta-se os riscos relacionados às posturas Este é um estudo descritivo qualitativo
específicas adotadas durante sua atividade transversal. Após o parecer favorável do
ocupacional, sendo motivo de grande Comitê de Ética em Pesquisa (Protocolo
preocupação por parte da medicina do FOA-Unesp nº 2008-02554), o trabalho foi
trabalho. Tal preocupação decorre dos sérios desenvolvido junto à clínica odontológica da
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Fundação Mirim de Araçatuba – SP. No local fotografados e posteriormente, através de uma


são realizadas atividades de promoção, análise estática das imagens digitalizadas, foi
prevenção e tratamento odontológico em aplicada uma lista de checagem, elaborada por
adolescentes situados na faixa etária entre 12 Hokwerda et al. em 2002, para a verificação
e 17 anos pelos alunos quartoanistas sob da aplicabilidade das exigências ergonômicas
supervisão de profissionais de saúde bucal do odontológicas. Esta lista (Anexo 1) contempla
serviço público municipal e dos alunos e 10 exigências contidas no projeto de Norma
professores do Programa de pós-graduação ISO/TC 106/SC 6 N 411 que são aplicáveis ao
em Odontologia Preventiva e Social da atendimento com uso de equipamentos
Faculdade de Odontologia de Araçatuba - odontológicos a qual deve ser respondida se
UNESP. atende ou não o item analisado. Os dados
A amostra foi constituída por 24 foram tabelados e analisados utilizando o
atendimentos odontológicos, os quais foram programa EPInfo.

Figura 1 – Posição incorreta do


paciente.

Figura 2 - Posição inadequada do feixe


de luz e do ajuste do acento do mocho.

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Resultados Discussão

Os resultados são demonstrados no gráfico abaixo:

100% 100%
92%
90%

80%
75%
71% 71% 71%
70% 67% 67%

60% 58% 58%

50%

42% 42%
Atende
40%
33% 34% Não
30% 29% 29% 29% Atende
25%
20%

10% 8%

0%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Gráfico 1: Resultado da lista de checagem de exigências ergonômicas de acordo com projeto de Norma ISSO/TC
106/SC 6 N411 aplicada ao atendimento odontológico realizado pelos alunos do 4° ano da Faculdade de Odontologia
de Araçatuba na Fundação Mirim – Araçatuba, 2008 (n=24).

A lista de checagem ergonômica posicionado de forma inadequada limita a


revelou uma quantidade elevada de não observação correta do campo de trabalho.
conformidades em relação aos dez itens. Assim, com o objetivo de melhorar a
Pode-se observar que 50% dos itens da lista visualização da área onde o serviço está sendo
obtiveram uma maior porcentagem de executado, o profissional posiciona-se
respostas negativas. erroneamente. Observa-se,
A maior dificuldade encontrada pelos concomitantemente, que isso refletiu
alunos diz respeito à exigência número dois diretamente no item 1, relacionado a postura
(100% negativo). Isso pode ser explicado pelo de trabalho, já que 58,3 % não atenderam tal
desconhecimento dos recursos oferecidos exigência. É necessário que o profissional
pelos mochos utilizados, passíveis de ajustes adote uma postura ereta, simétrica e dinâmica,
para a angulação sugerida, em torno de 105 a ajudando-o a realizar procedimentos intra-
110° no acento a partir da sua metade . Essa orais de uma maneira mais simples e precisa,
posição, também pode ser conseguida implementando mais facilmente qualquer
aumentando a altura do acento do mocho, o alteração de postura e movimentos, mantendo
que não foi verificado nas situações uma mínima fadiga e distensão, restringindo
analisadas. ou prevenindo possíveis distúrbios de postura
A questão 6 apresentou o segundo maior e movimentos durante a prática da profissão
índice de discordância (91,7%). O foco de luz (HOKWERDA et al., 2002).

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A prevalência de respostas negativas trabalham com as mãos descansando


também foi observada nas questões 4 inadequadamente; 20% demonstram uma
( 78,2%) e 5 (66,7%). Partindo do princípio forte flexão do pulso; 65% trabalham com o
de que os alunos, dentro da grade curricular, assento cujo encosto proporciona apoio
obtiveram informações sobre a forma correta errôneo; 75% dos dentistas trabalham sem que
de postura ergonômica do atendimento a cabeça do paciente esteja simetricamente
odontológico, a não adoção da mesma, que posicionada à frente do tronco, junto à linha
também foi observada, em menores índices, média; 75% trabalham com iluminação e
nas questões 7 (29,2%), 8 (41,7%), 9 (25%) e diferenças na distribuição de luz que estão
10 (33,3%), pode estar relacionado a fora dos padrões.
desatenção, distração ou falta de assimilação Segundo HOKWERDA et al., 2002, a
de conteúdo. Cabe aos docentes responsáveis implantação de diretrizes ergonômicas para
tomar atitudes a fim de corrigir tal situação orientação de postura adequada, formas de
evitando que as mesmas se tornem um vício e tratamento, manuseio de instrumentais e
atrapalhe a vida futura dos novos profissionais. adequação do consultório odontológico no
A adoção de medidas ergonômicas durante o tratamento de pacientes; e a sua legalização
atendimento odontológico deve ocorrer em junto aos órgãos competentes, o que ainda é
qualquer momento da vida profissional, inexistente, é extremamente importante.Tal
porém quanto mais precocemente for normatização pode trazer benefícios para
instalado, ou seja, na fase de aprendizado da todos os setores e indivíduos envolvidos no
profissão (graduação), maiores serão os processo de trabalho odontológico. Aos
benefícios, assimilação e incorporação de Cirurgiões-Dentistas, orienta a escolha do
posturas de trabalho habituais adequadas equipamento de trabalho além de prover
(FIGLIOLI, 1993). informações adequadas sobre o bom uso
Durante três anos foram desenvolvidos destes, o que influencia no cuidado da
nos chamados países baixos Holanda, Bélgica proteção da saúde e a prevenção contra riscos
e Luxemburgo, o Projeto Sonde, com o ocupacionais desses profissionais. Aos
objetivo de avaliar a postura adotada por 1250 fabricantes, fornece um documento de
cirurgiões-dentistas e também quais os referência para o desenho e construção de um
problemas causados por se trabalhar de equipamento ergonômico além da
maneira contrária aos princípios possibilidade da elaboração de manuais que
recomendados (HOKWERDA; WOUTERS esclareçam sobre o modo adequado de uso de
2002). Os principais resultados, divulgados, seus equipamentos. Às instituições de ensino
mostraram que: 89% dos profissionais oferece atributos adequados para o ensino e
demonstram uma flexão da cabeça para frente, treinamento ergonômico dos estudantes. Desta
excedendo em 20-25º, que é o limite para uma forma, torna-se possível uma adequada
posição saudável; 61% demonstram uma prevenção de desordens ou comprometimento
rotação do pescoço em combinação com uma músculo-esquelético ou físico dos dentistas,
forte flexão para frente; 63% demonstram auxiliares etc, além de prevenir casos de
uma flexão da parte posterior do corpo responsabilidade do empregador por
excedendo 20º, que é o limite para uma dentistas/empregados o que pode resultar em
posição saudável; 36% trabalham com o ações judiciais quando os empregadores não
pescoço girado (rotacionado) combinado com fornecem equipamentos que estão de acordo
uma torção nas costas; 35% mantêm seus com critérios legais para seus empregados.
antebraços inclinados mais que 20º em relação Um ambiente de trabalho
ao plano horizontal; 32% mantêm seus braços ergonomicamente planejado, com
afastados do tronco mais que 25 º; 25% equipamentos ergonômicos racionalmente
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distribuídos proporciona um aumento de BARROS, O.B. Ergonomia 1: A eficiência ou o


produtividade, melhoria na qualidade do rendimento e a filosofia correta de trabalho em
Odontologia. São Paulo: Pancast Editorial, 1991.
serviço prestado e diminuição da fadiga na
equipe de trabalho (FRIEDENTHAL, 1954), CAMPOS, J.A; GARCIA P.P; ZUANON, A.C.
(IIDA, 1997). Quando a ergonomia é efetiva Ergonomia em odontologia. Revista paulista de
no ambiente de trabalho, o profissional tem odontologia ; v.27, n.2, p.36-38, 2005.
maior probabilidade de estar satisfeito e
DELLEMAN, N.J; HASLEGRAVE, C.M; CHAFFIN,
motivado para exercer suas atividades D.B. Working Postures and Movements. Tools for
(ROHMERT et al.,1988); Evaluation and Engineering. London, New York,
(STEENBEKKERS; BEIJSTERVELDT, Washington: CRC Press LLC, 2004.
1998); (ROODVELDT, 1997). ESDE - European Society of Dental Ergonomics.
General Information. Disponível em
<http://www.esde.org/generalinf.htm> Acesso em:
Conclusões 20/mai/2008.

Os atendimentos foram realizados sem a FIGLIOLI, M.D. Postura de trabalho em odontologia.


observância dos principais requisitos Revista Gaúcha de Odontologia, v.41, n.3, p.155-160,
ergonômicos. Das situações analisadas, as que 1993.
apresentaram maior dificuldade de adequação FRIEDENTHAL, M. Economia dental. Buenos Aires:
da postura de trabalho durante o atendimento Progrental, 1954.
odontológico tratam do ajuste do acento do
mocho, do feixe de luz e do posicionamento HOKWERDA, O; RUIJTER, R; SHAW, S. Adopting
do paciente. a healthy sitting working posture during patient
treatment. 1a. Ed. Groningen, NL:2002.
Os alunos necessitam de melhor
orientação quanto à aplicação dos princípios e HOKWERDA, O; WOUTERS, J.A.J. Eindrapportage
das exigências ergonômicas durante o Sonde project. Nieuwegein: Movir, 2002.
atendimento odontológico, o que deve ocorrer
em qualquer momento da vida profissional, IIDA, I. Ergonomia - Projeto e Produção.4ª Ed. São
Paulo: Edigard Blücher LTDA, 1997.
porém quanto mais precocemente eles forem
instalados, maiores serão os benefícios, IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 7.ed. Rio de
assimilação e incorporação de posturas de Janeiro: Edgar Blucher, 1990.
trabalho habituais adequadas.
É necessária uma ampla reforma que INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION
– ISO. ISO/TC 106/SC 6 N 411: 2006 Exigências
contemple todos os setores do sistema Ergonômicas para equipamento odontológico.
odontológico, para que a aprendizagem e Diretrizes e recomendações para projeto,
aplicação da ergonomia na odontologia se construção e seleção de equipamento odontológico.
tornem efetivas, eficientes e eficazes. Disponível em : <http://www.iso.org/iso/iso_catalogue
/catalogue_tc/catalogue_tc_browse.htm?commid=5132
0&published=on&development=on&withdrawn=on&d
Referências bibliográficas eleted=on> Acesso em 20/09/2007.
AKESSON, I; BALOGH, I; SKERFVING, S. LEWIS, R.J; KRAWIEC, M; CONFER, E;
Occupational health risks in dentistry— AGOPSOWICZ, D; CRANDALL, E. Musculoskeletal
musculoskeletal disorders and neuropathy in disorder worker compensation costs and injuries before
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vibrations and mercury. [Tese], Lund Sweden - journal of industrial ergonomics, v.29, n.2, p.95-99,
Department of Occupational and Environmental 2002.
Medicine, Lund University, 2000.

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PEREIRA, R.W.L. Riscos ocupacionais dos zahnärztlicher Arbeitshaltungen. Köln: Deutscher


odontólogos. Odontólogo Moderno, v.20, n.5, p.17-19, Ärzte-Verlag, 1988.
1993. ROODVELDT, W; DREYFUSS H; DRAWINGS, A.R.
The Measure of the Man and Woman. Human
RIO, R.P; RIO, L.M. Manual de Ergonomia Factors in Design. Designer. New York:1997.
Odontológica. 2ª ed. Rev. ampl. Belo Horizonte: CRO-
MG, 2001 STEENBEKKERS, L.P.A; BEIJSTERVELDT, C.E.M.
Design-relevant characteristics of ageing users.
ROHMERT, W; MAINZER, J; ZIPP, P. Der Zahnarzt University of Technology, Subfaculty of Industrial
im Blickfeld der Ergonomie. Eine Analyse Design Engineering. Delft: University Press, 1998.

ANEXO 1

Lista de checagem de exigências ergonômicas de acordo com projeto de Norma ISSO/TC 106/SC 6
N411.
1. A posição sentada fica estirada e simetricamente ereta, os ombros soltos e relaxados e os antebraços
ao lado da parte superior do corpo (tronco); os braços ligeiramente elevados.
2. O ângulo entre a parte superior e inferior da perna deve ser de aproximadamente 105º a 110º durante o
sentar dinâmico e deve estar assentado adequadamente na parte posterior do assento; em caso de
sentar-se passivamente, o apoio da coluna deve estar na parte superior lateral da pélvis
3. As pernas devem estar separadas no plano médio e os pés estarem planos e tocando o piso, enquanto
que o pedal de acionamento deve estar posicionado próximo em relação a um dos pés de maneira que
o pé não tenha que ser direcionado lateralmente durante sua operação.
4. O paciente deve estar posicionado horizontalmente, para que o encosto fique mais ou menos
horizontal e a parte superior das pernas do cirurgião-dentista possa mover-se livremente embaixo do
encosto.
5. A cabeça do paciente é rotacionada em 3 direções de forma que o campo de operação tenha sido
posicionado simetricamente em frente da linha média do tórax do dentista e que seja possível olhar
para o campo de operação na boca o mais perpendicular possível. No caso de visão indireta deve ser
mais ou menos perpendicular ao espelho.
6. O feixe de luz do refletor deve estar o mais paralelo possível à direção do eixo de visão do cirurgião-
dentista ao campo de trabalho (afastado no máximo 15º), estando o foco de luz posicionado à direita
ou esquerda, próximo lateralmente e acima da cabeça do dentista; em caso de uso de espelho (visão
indireta), ligeiramente à frente da cabeça.
7. O feixe de luz do refletor deve estar o mais paralelo possível à direção do eixo de visão do cirurgião-
dentista ao campo de trabalho (afastado no máximo 15º), estando o foco de luz posicionado à direita
ou esquerda, próximo lateralmente e acima da cabeça do dentista; em caso de uso de espelho (visão
indireta), ligeiramente à frente da cabeça.
8. Durante as atividades, a cabeça do paciente deve ser rotacionada e a posição do mocho é ajustada
quando um ângulo diferente de abordagem do campo de operação é desejado para um manuseio
adequado dos instrumentos, evitando-se uma postura assimétrica.
9. Os instrumentos devem ser seguros com as pontas dos primeiros três dígitos, de uma forma inclinada
ao redor do instrumento, para que se obtenham três pontos de contato, onde o quarto e o quinto dígito
são usados como descanso (apoio); se necessário um dedo da mão inativa é usado como apoio.
10. Os instrumentos manuais e dinâmicos devem estar posicionados o máximo possível dentro do campo
de visão do dentista; instrumentos manuais a uma distância de 20 – 25 cm e instrumentos dinâmicos a
30 – 40 cm.

YARID, S,D. et al.

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