Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
10.7308/aodontol/2020.56.e07
Samuel Trezena1, Luis Paulo Morais Farias1, Gabriel Felipe Albuquerque Barbosa2, Simone
de Melo Costa2, Edwaldo de Souza Barbosa Júnior2, Mânia de Quadros Coelho Pinto2
1
Hospital Universitário Clemente de Farias (HUCF), Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Montes Claros, Minas Gerais,
Brasil
2
Departamento de Odontologia, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Montes Claros, Minas Gerais, Brasil
Objetivo: descrever e comparar as práticas em biossegurança frente aos acidentes ocupacionais entre
profissionais da Odontologia, em uma Clínica Escola.
Métodos: estudo quantitativo, de caráter transversal realizado com cirurgiões-dentistas docentes (CDs)
e Técnicos em Saúde Bucal (TSBs). Para coleta dos dados foi utilizado questionário semiestruturado
autoaplicável com questões objetivas e relacionadas ao tema proposto. A comparação dos dados das
duas categorias profissionais foi feita pelo teste qui-quadrado de Pearson, com p < 0,05 considerado
estatisticamente significante.
Resultados: dos 51 pesquisados, 36 eram CDs e 15 TSBs. A maioria não realizou nenhum curso de
atualização sobre biossegurança, com maior proporção entre TSBs (p = 0,022). O uso de Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) foi maior entre CDs (p < 0,001). Acidentes com perfurocortantes ocorreram nas
duas categorias profissionais, envolvendo mais TSBs que CDs (p = 0,004). Os CDs não sofreram acidentes
com material biológico, diferentemente dos TSBs (p < 0,001). A maioria dos TSBs não recebeu treinamento
para monitorar acidentes com material biológico, ao contrário dos CDs (p < 0,001).
Conclusão: a maioria dos participantes não se capacitou, nos últimos anos, quanto aos acidentes
ocupacionais no âmbito da Odontologia. As práticas em biossegurança entre TSBs apresentaram resultados
mais desfavoráveis comparados aos CDs.
Submetido: 15/06/2019
Aceito: 02/12/2019
Autor Correspondente:
Samuel Trezena
Rua Lagoa Escura, 406, Carmelo, Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39.402.704. Telefones: +55 38 9 9174 9401
E-mail: samueltrezena@gmail.com
Tabela 2 – Práticas frente aos acidentes ocupacionais entre profissionais da Odontologia. Clínica
Escola. Minas Gerais, 2017
Categoria Profissional
Práticas frente aos acidentes
TSBs* CD** Docente Total p valor
n = 16 (31,4%) n = 35 (68,6%) 51 (100%)
Recebeu algum treinamento sobre a correta condução de acidentes com material biológico?
Quando perguntados sobre os fatores que “Ritmo de trabalho intenso/ acúmulo de função”
mais contribuíram para a ocorrência dos acidentes (20,0%). Apenas 2% dos respondentes afirmaram
no ambiente da Clínica Escola, o componente que a falta de adequação das clínicas e dos
“Falta de treinamento/qualificação” (22,0%) foi o equipamentos contribuíram para os acidentes
mais relatado pelos pesquisados, seguido pelo ocupacionais, conforme apresentado no gráfico 1.
Gráfico 1 - Fatores contribuintes para ocorrência de acidentes ocupacionais. Clínica Escola. Minas
Gerais, 2017
Soc Prev Community Dent. 2018;8(1):77-86. 24. Nogueira DN, Ramacciato JC, Motta RHL,
17. Santos SR, Novaes CO. Profile of accidents Brito Júnior RB, Fonseca-Silva AS, Flório
with sharps among health professionals FM. Strategy to control occupational risk for
from a hospital of the public network at hepatitis B: impact on the vaccination and
São Luís city. J Res Fundam Care Online. seroconversion rates in dentistry students.
2018;10(4):977-85. Rev Gaúch Odontol. 2018;66(1):8-14.
18. Fernandes LHF, Nunes WB, Silva LC, 25. León FC, Taméz MAT, Gámez DES, Márquez
Wanderley RL, Barros CMB, Cavalcanti AL. MCS. Magnitud de riesgo por accidentes
Needlestick and sharp instruments injuries con objetos cortopunzantes en la consulta
among brazilian dentistry students. Contemp odontológica. Univ Odontol. 2019; 38(80):38-
Clin Dent. 2017;8(1):112-5. 80.
19. Shah SM, Merchant AT, Dosman JA. 26. Al-Aslami RA, Elshamy FMM, Maamar
Percutaneous injuries among dental EM, Shannag AY, Dallak AE, Alroduni
professionals in Washington State. BMC AA. Knowledge and awareness towards
Public Health. 2006;6(1):269-83. occupational hazards and preventive
20. Chopra SS, Pandey SS. Occupational measures among students and dentists in
hazards among dental surgeons. Med J Jazan Dental College, Saudi Arabia. Open
Armed Forces India. 2007;67(1):23-5. Access Maced J Med Sci. 2018; 6(9):1722-6.
21. Wicker S, Rabenau HF. Occupational 27. Al-Khatib IA, Ishtayeh M, Barghouty H,
exposures to bloodborne viruses among Akkawi B. Dentist’s perceptions of hazards
German dental professionals and students and preventive measures in East Jerusalem.
in a clinical setting. Int Arch Occup Environ East Mediterr Health J. 2006;12(1-2):153-60.
Health. 2010;83(1):77-83. 28. Martins AMEBL, Pereira RD, Ferreira
22. Ali A, Khan S, Malik SM, Iqbal MH, Aadil RC. Adesão a protocolo pós-exposição
M. Comparison of knowledge and attitudes ocupacional de acidentes entre cirurgiões-
regarding hepatitis B among healthcare dentistas. Rev Saúde Pública. 2010;
professionals in Pakistan. Cureus. 44(3):528-40.
2017;9(2):e-1049. 29. Orestes-Cardoso SM, Farias ABL, Pereira
23. Guruprasad Y, Chauhan DS. Knowledge, MRMG, Orestes-Cardoso AJ, Júnior IFC.
attitude and practice regarding risk of HIV Acidentes perfurocortantes: prevalência
infection through accidental needlestick e medidas profiláticas em alunos de
injuries among dental students of Raichur, odontologia. Rev Bras Saúde Ocup.
India. Natl J Maxillofac Surg. 2011;2(2):152-5. 2009;34(119):6-14
Aim: To describe and to compare biosafety practices regarding occupational accidents among dental
professionals, in a dental school clinic.
Methods: This research was a qualitative and transversal study, conducted with dental school professors
and dental assistants. The data was collected through a self-administered, semi-structured questionnaire
with closed questions related to the proposed theme. The comparison of data from two professional
categories were performed using Pearson’s chi-squares test, with p < 0.05.
Results: Of the 51 subjects, 36 were dental professors, and 15 were dental assistants. The majority had
not taken any update course on biosafety, with a larger proportion found among dental assistants (p =
0.022). The use of individual protection equipment (IPE) was greater among dental professors (p < 0,001).
Accidents with sharp materials have happened with both professional categories, with more cases reported
among dental assistants than among dental professors (p = 0.004). The dental professors did not report any
accidents with biological hazards, different from the dental assistants (p < 0.001). The majority of the dental
assistants have not received any training to monitor accidents with biological hazards, which runs in direct
contrast with the dental professors (p < 0.001).
Conclusion: the majority of subjects did not receive any training in the years preceding this study regarding
occupational accidents in the field of dentistry. The practices in biosafety among dental assistants showed
less favorable results when compared to that among dental professors.