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ETICA EM LABORATORIOS DE ANALISES CLINICAS

O Respeito às Normas de Conduta em Laboratórios Clínicos

Os laboratórios clínicos são caracterizados pelo manuseio de amostras (em grande quantidade) e
pela diversidade dos métodos empregados durante as análises clínicas. Segundo Barker (2002) es-
ses laboratórios têm suas próprias regras e costumes, como qualquer organização social complexa,
no que diz respeito aos horários, vestimentas, tarefas, trabalhos, atribuições, reuniões, etc., obede-
cendo aos padrões impostos pela Biossegurança e pela ética profissional.

Entretanto, tais requisitos são costumamente quebrados por grande parte dos profissionais em seu
local de trabalho, o que resulta numa série de transtornos não só ao próprio profissional, como tam-
bém aos seus pacientes e à instituição (o laboratório) onde exerce suas funções.

O respeito às normas de conduta nos laboratórios de pesquisas clínicas é algo que vem chamando
muito a atenção nos dias atuais, não só dos profissionais de saúde como também dos seus próprios
pacientes, pois são mais valorizados aqueles que trabalham com segurança e confiabilidade. Por ou-
tro lado, a área de análises clínicas vem crescendo constantemente junto às evoluções tecnológicas
e ao emprego de novas formas de diagnóstico.

Segundo Barker (2002), em todo laboratório há uma grande variedade de pessoas trabalhando, mas
quase sempre com diferentes níveis de comprometimento e vários motivos para estar ali. As normas
são impostas para cada tipo de trabalho a ser realizado, que vão desde os equipamentos de proteção
individual e da organização geral do ambiente laboratorial até a realização dos experimentos e análi-
ses, respeitando os princípios da autonomia e da beneficência. Entretanto, nem todos obedecem tais
requisitos com a devida regularidade que lhes é imposta.

Os exames laboratoriais, na visão de Andríolo (2010), são realizados com várias finalidades, entre as
quais se destacam confirmar, estabelecer e complementar o diagnóstico clínico. Contudo, em tais
exames, há muitos casos de riscos e acidentes em laboratórios clínicos, principalmente por contami-
nação (área, cutânea, entre outras) causada pelo não uso dos equipamentos de proteção na obten-
ção e manipulação de amostras biológicas, além do descaso em relação aos padrões de segurança.
E é importante ressaltar também que nem todo profissional respeita a autonomia do paciente, man-
tendo-o ciente dos resultados prévios dos testes realizados.

Objetivo
O presente estudo tem como objetivo analisar os aspectos disponíveis na literatura sobre a execução
das normas de Biossegurança e dos padrões da ética profissional, relatando as questões que giram
em torno das normas de conduta atribuídas ao pesquisador, principalmente no que diz respeito às ir-
regularidades presentes em grande parte dos laboratórios de pesquisas, minimizando assim os ris-
cos, erros e danos, além de promover um trabalho cada vez mais eficiente.

Metodologia
Trata-se de uma revisão da literatura, de temática aberta, composta por uma seleção arbitrária de ar-
tigos obtidos em bancos de dados da Biblioteca Virtual de Saúde Scielo, utilizando a análise de con-
teúdo na modalidade temática. A metodologia utilizada é o levantamento de dados, com as devidas
observações, e o estudo da frequência dos casos de riscos, acidentes e outros transtornos em deter-
minadas instituições, tendo como base a pesquisa bibliográfica, a análise de conteúdo e as experiên-
cias profissionais de seus autores.

A Medicina Diagnóstica e os erros Pré-Analíticos


O laboratório clínico é uma ferramenta capaz de reduzir as incertezas da clínica, contribuir para a pre-
servação e/ou a restauração da saúde e aprimorar a qualidade do atendimento à saúde. Segundo Lo-
pes (2003), tais laboratórios têm por missão produzir resultados de exames que sejam de real utili-
dade para se fazer corretamente o diagnóstico, o prognóstico e, inclusive, acompanhar a terapia, a
evolução e a prevenção de enfermidades, ou seja, é trabalhada a medicina diagnóstica.

Como afirma Andriolo (2010) “os exames laboratoriais são realizados com várias finalidades, entre as
quais se destacam confirmar, estabelecer e complementar o diagnóstico clínico. Adicionalmente, os
resultados dos exames podem fornecer elementos para o prognóstico de determinadas doenças, es-
tabelecer critérios de normalidade e delinear fatores de risco evolutivos”.

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A medicina diagnóstica é de extrema importância nesse tipo de trabalho, pois tem como objetivo prin-
cipal auxiliar nas decisões dos profissionais frente aos seus pacientes, ao passo em que deve existir
confiança e segurança entre ambos os sujeitos perante os laudos emitidos pelo laboratório. Dentro
deste contexto, um dos aspectos mais discutidos é a quantidade de erros de diagnóstico que ocorrem
em grande parte dos laboratórios clínicos. Isso porque, segundo Guimarães et al. (2011), tais diag-
nósticos muitas vezes são imprecisos, ao passo em que a fase inicial das análises laboratoriais, co-
nhecida como fase pré-analítica, é definida, por diferentes estudos, como sendo a grande responsá-
vel pelos erros de laboratório.

O autor referido acima também afirma que os erros pré-analíticos decorrem da dificuldade de controle
de suas variáveis, que vão desde a solicitação da análise até a coleta, identificação, armazenamento,
transporte e recebimento das amostras biológicas. Isso ocorre porque tais processos envolvem dire-
tamente trabalhos manuais (sem automatização), gerando uma série de consequências que podem
prejudicar não só ao paciente, como também ao profissional responsável e ao próprio laboratório, tais
como: rejeição da amostra, demora da liberação do laudo e perda da credibilidade, da confiança e da
segurança entre os sujeitos participantes.

Segundo Guimarães et al. (2011), “para alcançar as metas de redução dos erros e aumentar a segu-
rança nos processos pré-analíticos, faz-se necessário implantar atividades que visam à formação,
educação e cultura de todos os profissionais envolvidos nos processos de obtenção e manipulação
de amostras biológicas. É necessária a busca de um novo olhar na investigação sobre como as pes-
soas, individualmente ou em grupos, devem realizar as suas atividades, não mais atribuindo os erros
às pessoas e sim aos processos que podem levar a determinada falha na obtenção de um resultado”.

Sendo assim, sabe-se que os erros de laboratório vão continuar existindo, porém podem ser minimi-
zados através de métodos de controle de qualidade empregados por todos os profissionais envolvi-
dos na medicina diagnóstica, trazendo benefícios ao paciente, ao médico e ao laboratório.
Questões de Biossegurança
Os transtornos passados pelos pesquisadores clínicos em seu ambiente de trabalho não se referem
apenas aos erros pré-analíticos, mas também à própria Biossegurança, ou seja, a um conjunto de
ações que objetivam prevenir, minimizar ou eliminar os riscos a que os profissionais encontram-se
submetidos em seu ambiente de trabalho, com o objetivo de evitar a contaminação por agentes infec-
ciosos.

Esta contaminação ocorre principalmente durante a manipulação das amostras biológicas, seja por
inalação ou por contato direto e/ou indiretamente com os materiais a serem analisados, lembrando
que toda amostra biológica analisada deve ser tratada como potencialmente patogênica, por ques-
tões de segurança.

Carvalho et al (2009) explica que as infecções, na área de saúde, são consideradas um problema de
saúde pública e que, nos dias atuais, a população passou a exigir mais e, principalmente, valorizar os
profissionais que investem em Biossegurança. Isso porque o emprego de práticas seguras reduz o
risco de acidentes ocupacionais, fazendo-se necessária a conscientização de cada pesquisador para
a utilização de técnicas assépticas, dos equipamentos de proteção individual (jaleco, luvas, máscara,
entre outros) e de outros procedimentos que possam garantir ao profissional e ao paciente um trata-
mento sem risco de contaminação.

Mesmo os equipamentos de proteção individual protegendo a integridade física e a saúde do traba-


lhador, a contaminação da pele e das vestimentas por respingos e pelo toque é consideravelmente
inevitável, provocando assim o acúmulo de bactérias que, em sua maioria, têm grande capacidade de
resistência ao meio em que se encontram.

De acordo com Carvalho et al. (2009), “bactérias multirresistentes, que podem provocar doenças
como faringites, otites, pneumonia, tuberculose e até mesmo a morte, são carregadas para lugares
públicos e retornam das ruas para consultórios médicos, odontológicos, enfermarias e salas de cirur-
gia nos jalecos dos mais diversos profissionais de saúde. Frequentemente, a seriedade da questão é
negligenciada por arrogância ou desconhecimento de alguns conceitos básicos de microbiologia”.

O profissional também deve ter cuidado com o descarte dos materiais após o uso, pois os mesmos
contêm bactérias que podem ser prejudiciais à sua saúde ou podem causar algum tipo de acidente. O

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lixo não contaminado deve passar por uma coleta convencional, enquanto o lixo contaminado deve
ser armazenado em recipientes próprios com identificação, respeitando o limite de acúmulo dos resí-
duos.
A Promoção da Saúde na Perspectiva da Bioética
As análises clínicas devem estar aliadas aos processos de promoção da saúde sob o olhar da bioé-
tica, estes explicados por Caponi et al. (2004) como sendo um conjunto de medidas ou ações de sa-
úde, como educação sanitária, condições de trabalho adequadas, entre outras, que buscam desen-
volver uma saúde geral melhor. Isso se aplica ao laboratório clínico pela necessidade de medidas ou
ações preventivas que envolvem, de maneira geral, a conduta do indivíduo, ou seja, os aspectos
ético-clínicos.

Por outro lado, um aspecto que deve ser amplamente discutido é o conjunto de implicações éticas
existentes na relação do médico com o seu paciente e na relação entre os próprios profissionais em
seu local de trabalho que, na concepção de Figueiredo (2011), devem preservar os valores pessoais
dos seres humanos envolvidos. Isso caracteriza o que se chama de Bioética Clínica.

No ponto de vista de Oliveira e Jorge Filho (2010), “o âmbito da Medicina a Bioética Clínica surgiu
como uma possibilidade de se pensar e discutir a prática da medicina na dimensão das diferentes ins-
tituições sociais que lidam com a saúde e com os profissionais da área da saúde. Ela tem a finalidade
de pensar a aplicação desses novos valores resultantes do desenvolvimento científico frente a uma
sociedade com respeito ao pluralismo e a aceitação das diferenças.

Por meio de estratégias – próprias da Bioética Clínica - os conflitos que podem emergir da relação
entre o médico e o paciente devem ser analisados a partir de valores éticos, enquanto ciência dos
fundamentos ou princípios das ações; e dos valores da moral, enquanto conjunto de normas culturais
que regulam as ações humanas”.

O indivíduo que trabalha em laboratórios clínicos, assim como qualquer outro profissional, deve visar
à promoção da saúde do paciente, mesmo se não estiver lidando diretamente com o mesmo. Con-
tudo, se houver este relacionamento direto, deve manter o paciente ciente de cada passo a ser reali-
zado antes e durante as análises laboratoriais, além de fazer as devidas recomendações (como je-
jum, suspensão de determinado medicamento, entre outras formas), respeitando a autonomia do
mesmo.

Os profissionais devem manter um bom relacionamento uns com os outros, pois no laboratório todos
vivenciam emoções e conflitos constantemente na prática de suas funções. Entretanto, nem sempre
isso acontece.

Como afirma Cruz et al. (2009), muitas vezes ocorrem uma série de conflitos definidos em casos nos
quais existem dois ou mais princípios, valores ou interesses de análise em uma mesma situação, re-
querendo uma revisão de atitudes e comportamentos tanto dos profissionais como da sociedade en-
volvidos direta ou indiretamente no processo da saúde. Precisa-se, portanto, de um ensino continu-
ado que resultará num preparo maior dos próprios indivíduos atuantes.

“É comum que os profissionais da saúde tenham uma atitude paternalista para com os clientes, ou
seja, decidam o que é melhor para eles, sem levar em conta seus pensamentos ou sentimentos e,
geralmente, justificam suas atitudes com uma frase semelhante a esta: “é para o seu próprio bem”,
mesmo que o cliente discorde. Desta forma, mesmo tendo a intenção de fazer o bem, estão redu-
zindo adultos a condição de crianças e interferindo em sua liberdade de ação” – é o que afirma
Koerich (2005).
Não é a toa que Albuquerque e Schuh (2009) ressaltam a importância do ensino da ética na formação
dos que trabalham na área da saúde, tanto em sua dimensão individual como social, onde a digni-
dade de todos deve ser priorizada, pois nos mais diversos espaços de atendimento à saúde, como
tais autoras afirmam, a observância dos princípios éticos na prática diária de cada profissional propõe
que sejam respeitados os valores morais e culturais dos indivíduos.

No laboratório clínico, que trabalha com a Medicina Diagnóstica, estão presentes diferentes profissio-
nais com variados níveis de compromisso, pois nem todos respeitam as normas de Biossegurança,
que vão desde os equipamentos de proteção até a manipulação das amostras biológicas, e os pa-
drões da Bioética Clínica, que se refere ao comportamento do profissional frente ao paciente e junto

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ao laboratório onde trabalha com os seus colegas. Ressalta-se a importância do ensino da ética na
formação dos que trabalham na área da Saúde. Precisa-se, portanto, criar um projeto de gestão de
qualidade que possa conscientizar, capacitar e treinar os profissionais para o exercício de suas fun-
ções.

Biossegurança

A biossegurança pode ser definida como um conjunto de medidas que busca minimizar os riscos ine-
rentes a uma determinada atividade. Esses riscos não são apenas aqueles que afetam o profissional
que desempenha uma função, e sim todos aqueles que podem causar danos ao meio ambiente e à
saúde das pessoas.

No que diz respeito aos profissionais de saúde, a biossegurança preocupa-se com as instalações la-
boratoriais, as boas práticas em laboratório, os agentes biológicos aos quais o profissional está ex-
posto e até mesmo a qualificação da equipe de trabalho. Isso é importante porque, nesses locais,
existe a frequente exposição a agentes patogênicos, além, é claro, de riscos físicos e químicos.

Apesar de muitos profissionais considerarem a biossegurança como normas que dificultam a execu-
ção de seu trabalho, são essas regras que garantem a saúde do trabalhador e do restante da popula-
ção. O não cumprimento das normas básicas de biossegurança pode acarretar problemas como
transmissão de doenças e até mesmo epidemias.

Uma das principais normas de biossegurança em hospitais, clínicas e laboratórios diz respeito à higi-
enização das mãos. Elas sempre devem ser lavadas antes do preparo e da ministração de medica-
mentos e do manuseio do paciente. Apesar de simples, essa é uma das medidas que mais evitam a
propagação de doenças.

Os profissionais de saúde também devem ficar atentos aos seus equipamentos de proteção, tais
como jalecos e aventais, que devem ser usados apenas no local de trabalho e nunca em áreas públi-
cas ou mesmo refeitórios e copas no interior da unidade de saúde. Além disso, é importante não
abraçar pessoas ou carregar bebês utilizando jalecos, uma vez que existe o risco de contaminá-los.

Apesar de ser uma recomendação conhecida por todos os profissionais da saúde, é muito comum ob-
servar essas pessoas utilizando jalecos em áreas públicas e transportando-os de maneira inade-
quada. Isso pode ocasionar o transporte de agentes patogênicos para fora das unidades de saúde,
causando doenças na população. Um ponto importante e que merece destaque é a propagação de
bactérias resistentes, que normalmente são encontradas restritas ao ambiente hospitalar, porém po-
dem ser facilmente levadas até a população em virtude da falta de conhecimento dessas normas de
biossegurança.

As luvas também são um dos equipamentos de proteção que merecem destaque. Elas devem ser
usadas sempre que necessário e trocadas após cada procedimento. Após a remoção, é fundamental
dar a destinação correta a esse material, assim como a todos os materiais que tiveram contato com
material biológico. O descarte correto é extremamente importante para a segurança de todos.

Os profissionais de saúde estão expostos frequentemente a material biológico, por isso os riscos de
contaminação podem ser altos a depender da atividade realizada. Os acidentes com esses profissio-
nais geralmente envolvem ferimentos com agulhas ou outro material cortante e contato direto com
sangue ou materiais contaminados. Dentre os mais envolvidos com esses acidentes, destacam-se os
profissionais de enfermagem.

Diante da exposição frequente a agentes patogênicos, recomenda-se que os profissionais de saúde


mantenham atualizadas suas carteiras de vacinação. As vacinas são umas das melhores formas de
prevenção contra doenças infecciosas.

É importante frisar que qualquer acidente ocorrido com os profissionais da saúde durante o desenvol-
vimento de sua atividade é considerado um acidente de trabalho. Em casos de acidentes com mate-
rial biológico, é importante lavar o local de contato ou a lesão e notificar a chefia imediata, que anali-
sará o acidente. Essa análise observará qual material biológico esteve envolvido e como ocorreu o
acidente. Posteriormente, será observado se o material pode ou não transmitir HIV e hepatites. Se for
esse o caso, será necessária a realização de uma quimioprofilaxia. Após esse momento, ocorrerá o
seguimento clínico laboratorial apropriado.

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Curiosidade: Um exemplo clássico de despreparo em relação à biossegurança foi o acidente com Cé-
sio 137, em que um aparelho de radioterapia foi abandonado em uma clínica desativada. O descarte
inadequado causou consequências graves à população guianense que ficou exposta à radiação.

A biossegurança é um conjunto procedimentos e estudos de relevante importância nos serviços de


saúde, que visam não apenas abordar medidas de controle de infecções para proteger os funcioná-
rios que prestam assistência e os usuários em saúde, mas também por desempenharem papel funda-
mental na comunidade onde atua da promoção da consciência sanitária, da importância da preserva-
ção ambiental com relação à manipulação e descarte de resíduos químicos, tóxicos e potencialmente
infectantes, e também, da diminuição, de um modo geral, de riscos à saúde e acidentes ocupacio-
nais. Este é um processo que há conclusão em sua terminologia, ou seja, é um processo progressivo,
que sempre deve ser atualizado e supervisionado.

Legalmente falando, a biossegurança voltada para os processos relacionados a organismos genetica-


mente modificados e pesquisas que utilizam células-tronco embrionárias, de acordo com a Lei de Bi-
ossegurança – N. 11.105 de 24 de março de 2005. Esta lei tem como enfoque os riscos envolvidos
nas técnicas de manipulação de organismos geneticamente modificados. O órgão que regula essa lei
é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, da qual faz parte profissionais de diferentes minis-
térios e indústrias tecnológicas. Um exemplo rotineiramente presente na discussão legal de biossegu-
rança são os alimentos transgênicos.

Contudo, a biossegurança também está presente em locais onde a tecnologia moderna se encontra,
como hospitais, indústrias, laboratórios de saúde pública, laboratórios de análises clínicas, universida-
des, hemocentros, entre outros. Nesses locais, objetiva prevenir os riscos gerados pelos agentes quí-
micos, físicos e ergonômicos, relacionados com processos onde o risco encontra-se presente ou não.
Esta parte da biossegurança acaba por confundir-se com a engenharia de segurança, a medicina do
trabalho, a higiene industrial, a saúde do trabalhador, a engenharia química e a infecção hospitalar.

A Importância das Normas de Biossegurança Hospitalar

Os profissionais da saúde estão constantemente expostos aos mais diversos riscos em seus locais
de trabalho, por isso, devem sempre seguir sempre as ações impostas pela Biossegurança.

O que é, de fato, a biossegurança hospitalar?

A Biossegurança hospitalar, é um conjunto de medidas que procura reduzir ao máximo, ou até erradi-
car, os riscos característicos de determinadas atividades.

Esses riscos podem afetar tanto a saúde do profissional quanto do paciente e causar danos ao meio
ambiente.

Quando falamos sobre profissionais de saúde, sabemos que os riscos são ainda maiores, e neste
caso, a biossegurança é aplicada principalmente em instalações laboratoriais e aos agentes biológi-
cos aos quais o profissional pode estar exposto.

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É importante lembrar que todos os profissionais de saúde devem segui-las! Além deles, qualquer pro-
fissional que trabalhe em ambiente hospitalar precisa estar atento a todas as regras.

A importância se deve ao fato de que nesses locais, todos os envolvidos são frequentemente expos-
tos a agentes patogênicos, riscos físicos e químicos.

Apesar disso, ainda existem muitos profissionais que consideram as normas de biossegurança fato-
res que dificultam a execução de seu trabalho.

São justamente as coisas simples que deixamos de fazer, por conta da correria do dia a dia, que po-
derão prejudicar os processos. Alguns erros comuns são:

Excesso de confiança e consequente falta de atenção;

Negligências às medidas de prevenção;

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Negligência das condições de armazenamento;

Não de instrução sob as versões de novos produtos;

Uso incorreto do equipamento de esterilização;

Ausência de limpeza do final do dia;

Equívocos de fiscalização;

Inexistência de manutenção nos equipamentos.

É por conta da lista apresentada acima que a biossegurança é tão importante! Problemas ocasiona-
dos por esses erros são prejudiciais até mesmo para a saúde da instituição.

Justamente por serem estes os princípios que garantirão a saúde e bem-estar do profissional e, auto-
maticamente, do restante da população.

No decorrer do texto, mostraremos que a adoção das normas de biossegurança é um processo que
depende, predominantemente, de uma eficiente gestão hospitalar.

O não cumprimento das normas básicas de biossegurança pode acarretar problemas como transmis-
são de doenças e até mesmo epidemias.

A biossegurança vai muito além de ações básicas como os sistemas de esterilização do ar ou câma-
ras de desinfecção das roupas de segurança.

Ela engloba medidas que devem atuar prevenindo a contaminação do profissional, que é, atualmente,
uma das principais causas de acidentes dentro do ambiente hospitalar.

Os funcionários tendem a sofrer acidentes que podem ter a saúde seriamente prejudicada por condi-
ções erradas de trabalho. São algumas delas:

Erro no uso de equipamentos;

Problemas estruturais;

Contato desprotegido com agentes contaminantes.

Por isso, a higienização frequente, o descarte correto de resíduos e outras normas, tem grande im-
pacto positivo na segurança e na rotina dos profissionais de uma instituição de saúde.

Segurança e saúde no trabalho em serviços

Foram estabelecidos na norma regulamentadora (NR 32) os requisitos mínimos e os critérios básicos
para a adoção de medidas de proteção aos funcionários dos serviços de saúde em seu ambiente pro-
fissional.

Esta norma engloba trabalhadores de todos os tipos de instituição de saúde, como:

Hospitais;

Clínicas;

Laboratórios;

Ambulatórios;

Unidade de complementação diagnóstica e terapêutica;

Serviços médicos empresariais.

Além disso, a norma também se aplica a profissionais que atuam nas atividades de promoção e recu-
peração, ensino e pesquisas em qualquer nível da área da saúde.

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Precauções Padrão

As precauções padrão interferem na tomada de decisão por todo trabalhado de saúde frente a qual-
quer paciente, com o objetivo de reduzir os riscos de transmissão de agentes infecciosos.

Principalmente aqueles transmitidos por sangue e fluidos corpóreos (líquor, líquido pleural, peritoneal,
pericárdico, sinovial, amniótico, secreções e excreções respiratórias, do trato digestivo e geniturinário)
ou contidos em lesões de pele, mucosas, restos de tecidos ou de órgãos.

Para o cumprimento das precauções padrão, faz-se necessário o uso simultâneo de vários equipa-
mentos que servem como bloqueio para a contaminação.

Atividades de Risco

Segundo a NR 32, são atividades de risco afazeres profissionais capazes de proporcionar dano, do-
ença ou morte aos indivíduos.

Risco Ambiental

São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos que existem nos ambi-
entes de trabalho e que, por conta de sua natureza, concentração ou intensidade, podem causar da-
nos à saúde do profissional.

Risco À Saúde

O risco à saúde são as possibilidades de acontecerem efeitos adversos relacionados à exposição do


indivíduo aos agentes físicos, químicos ou biológicos citados acima, em que uma pessoa exposta
apresente doença, agravo ou até mesmo a morte dentro de um período determinado de tempo ou
idade.

Classificação Dos Riscos

Para que os riscos fossem melhor organizados, eles foram mapeados em cinco categorias com cores
distintas.

Os riscos foram classificados da seguinte maneira:

Riscos físicos: Grupo 1 (cor verde)

Equipamentos que geram calor, frio ou que operam sob pressão;

Radiações; • Campos elétricos;

Umidade, etc.

Como exemplos, podemos citar: aparelhos de raio-X, radionuclídeos, autoclaves, nitrogênio líquido,
câmaras frias, centrífugas, estufas, etc.

Riscos Químicos: Grupo 2 (Cor Vermelha)

Produtos químicos, em geral, sob as diferentes formas e apresentações (líquida, sólida, vapor, fu-
maça, etc.) Alguns exemplos:

Ácidos;

Bases;

Reagentes oxidantes;

Reagentes redutores;

Colas;

Tintas;

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Gases;

Pesticidas;

Formol;

Medicamentos;

Metais presentes em lâmpadas;

Pilhas;

Baterias;

E uma infinidade de outros produtos químicos.

Riscos biológicos: Grupo 3 (cor marrom) Agentes biológicos tais como:

Microrganismos geneticamente modificados ou não;

Culturas de células;

Parasitas;

Toxinas e príons.

Riscos ergonômicos: Grupo 4 (cor amarela)

Esforços repetitivos;

Postura inadequada;

Levantamento de peso;

Rotina intensa de trabalho;

Jornadas prolongadas;

Situações causadoras de estresse físico e psíquico, etc.

Riscos de acidentes: Grupo 5 (cor azul)

Arranjo físico inadequado;

Máquinas e equipamentos desprotegidos;

Iluminação inapropriada;

Eletricidade;

Probabilidade de incêndio e explosão;

Animais peçonhentos;

Circunstâncias que podem provocar acidentes, etc.

Gestores hospitalares devem ficar atentos: todas essas medidas precisam ser adotadas nos ambien-
tes das instituições de saúde, seja ela qual for.

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Práticas Adotadas em Laboratório

As ações de biossegurança adotadas em ambientes laboratoriais visam proteger os funcionários, o


meio ambiente e a comunidade da exposição à agentes possivelmente patogênicos, presentes nestes
locais e que representam riscos.

Por isso, é extremamente importante que os profissionais recebam treinamento adequado e constan-
tes updates sobre técnicas que devem ser adotadas para manter o ambiente seguro.

A biossegurança é uma responsabilidade individual! Entretanto, cabe aos gestores hospitalares ga-
rantir um local seguro para a plena execução de todas as atividades.

Existem algumas normas gerais de biossegurança mais direcionadas para ambientes laboratoriais,
são elas:

Descartar todo o material perfurocortante, contaminado ou não, nos coletores de descarte;

Nunca reencape agulhas! De cada 10 acidentes que ocorrem, 3 são por reencapamento de agulhas;

Sempre utilize equipamentos de proteção individual, como touca, óculos, luvas, máscaras, avental ou
capote;

Nunca use calçados abertos no ambiente de trabalho;

Ao transportar tubos de ensaio ou seringas contendo material biológico pelos corredores, nunca leve-
os na mão.

Além destas, outras normas podem ser aplicadas para garantir proteção e qualidade à sua instituição.

Partiremos agora para os resíduos sólidos, mas antes é importante conhecermos o CONAMA.

O que é o CONAMA?

CONAMA é o conselho nacional do meio ambiente. É ele quem auxilia, estuda e sugere ao governo,
medidas para exploração e preservação dos recursos naturais.

Além disso, ele determina padrões ecologicamente equilibrados importantes para a boa qualidade de
vida e concebe normas compatíveis com a realidade do meio ambiente.

Dentre suas principais funções, o CONAMA determina a necessidade da realização de estudos sobre
alternativas de possíveis consequências ambientais dos projetos públicos e privados.

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos no Ambiente da Saúde – PGRSS

Apesar de ser um dos pontos mais importantes se tratando de Biossegurança, até 2006, o país ainda
não contava com uma lei que organizasse de forma abrangente a gestão de resíduos sólidos no terri-
tório nacional.

O gerenciamento desses resíduos é mais uma medida de biossegurança, que visa, além de tudo, a
sustentabilidade do meio ambiente.

O plano estabelece um conjunto de procedimentos que minimizam a produção de resíduos e também


os encaminha para o local apropriado de maneira segura e eficiente.

Isso garante proteção aos trabalhadores, preservação da saúde, recursos naturais e meio ambiente.
(Resoluções RDC ANVISA nº 306/04 e CONAMA nº 358/05).

O manuseio de materiais como:

Remédios;

Seringas;

Agulhas, etc.

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Pode gerar problemas de descarte por conta da contaminação, além de poluírem o meio ambiente
eles têm alto índice de patogenicidade.

O plano de gerenciamento, especifica tudo o que deve ser feito em relação à manipulação de resí-
duos sólidos desde a separação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte e tratamento
até o destino correto.

Para isto, são consideradas as características específicas de cada resíduo, seus riscos, as ações de
proteção à saúde e ao meio ambiente, os princípios da biossegurança através de técnicas administra-
tivas e normativas na prevenção de acidentes.

A coleta de acordo com o grupo dos lixos hospitalares

Para lidarmos melhor com o descarte do lixo hospitalar, prevenir acidentes que atinjam a população
ou profissionais da coleta, os resíduos são classificados de acordo com a Resolução RDC nº 33/03
como:

Grupo A (potencialmente infectantes)

Agentes biológicos presentes em materiais de maneira que apresentem risco de infecção.

Grupo B (químicos)

Materiais que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambi-
ente, independente de suas características inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxicidade.

Grupo C (rejeitos radioativos)

São os materiais que contém radioatividade em carga acima do padrão e que não podem ser reutili-
zados.

Grupo D (resíduos comuns)

Que é qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, lu-
vas, gazes, materiais passíveis de reciclagem e papéis.

Grupo E (perfurocortantes)

Objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vi-
dro.

Depois de entender a classificação de cada grupo, passaremos para outro gargalo encontrado pelas
instituições com relação à biossegurança

Desafios na Adoção da Biossegurança

Grande parte dos incidentes em instituições de saúde ocorrem pelo comportamento inadequado dos
profissionais. Um exemplo muito comum, é a higienização incorreta das mãos (ou a falta dela), que
pode ser a porta de entrada para inúmeras infecções e doenças.

Segundo Dener Silva, gerente corporativo da qualidade e sustentabilidade do Laboratório Hermes

Pardini, “Embora tenhamos uma norma específica para a área de saúde, muitos profissionais ainda
as desconhecem. Mudar a cultura para uma visão preventiva é um dos maiores desafios”.

Lá, os colaboradores da área técnica passam por um treinamento específico sobre biossegurança e
meio ambiente.

Outro desafio comum nas instituições é a falta de disseminação da informação para todos os setores.
Isso se dá pela carência de profissionais para implantar projetos de Biossegurança na área de saúde
em diferentes regiões do Brasil.

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Isso implica também na falta de adequação de infraestrutura e Equipamento de Proteção Individual


(EPI). Estes equipamentos englobam todos os produtos responsáveis por proteger cada trabalhador
individualmente.

Além de minimizar os riscos ambientais, os EPIs evitam as doenças ocupacionais, acidentes, e pro-
movem o bem-estar do profissional. Materiais como os que falaremos a seguir, são considerados
equipamentos de proteção individual:

Jaleco;

Luvas de proteção;

Máscaras de proteção;

Óculos de proteção.

Esses materiais oferecem proteção contra:

Respingos de materiais biológicos e substâncias reagentes;

Contato com matérias irritantes, contaminantes, tóxicas ou corrosivas;

Aspiração de gases e substâncias tóxicas que podem comprometer o aparelho respiratório;

Inalação de agentes infecciosos e vapores intoxicantes;

Percebe a importância de uma boa equipe de gestão hospitalar?

É ela que irá frequentemente fiscalizar se os colaboradores estão fazendo uso correto dos equipa-
mentos de proteção. Inicialmente a adaptação pode ser custosa por parte do profissional, mas eles
devem ser alertados e seguir corretamente as normas de biossegurança.

O Descuido da Biossegurança

Se procurar na internet sobre problemas de biossegurança, você perceberá como um “pequeno erro”
afetou gravemente várias pessoas.

Esses acidentes geralmente ocorrem durante o desenvolvimento das atividades dos profissionais de
saúde e são considerados acidentes de trabalho.

O Acidente de Trabalho

Sabemos que há uma ampla definição para o termo “acidente de trabalho”. Portanto, para começar-
mos a explicar este conceito, recorremos à definição jurídica.

Conforme o art. 19 da Lei nº 8.213/91,

“Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercí-
cio do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.” Ou seja:

Tudo o que acontece com o profissional durante a realização do serviço e provoca problemas ao
mesmo é considerado acidente de trabalho. Além deste conceito inicial de acidente de trabalho típico,
existem outros dois, são eles:

Doença Profissional

Doenças profissionais são aquelas causadas pela constante exposição dos trabalhadores à fatores
de risco que consequentemente causaram algum dano à saúde do colaborador.

Doença Do Trabalho

Doença causada pelas condições ambientais do local e trabalho.

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O que fazer em caso de acidente de trabalho?

Nesses casos, as primeiras medidas a serem tomadas pelos profissionais que foram lesados (seja
pelo ambiente ou pela exposição à fatores de risco químico, por exemplo) é entrar na justiça.

No entanto, quando o acidente envolve material biológico, as medidas mais urgentes a serem toma-
das são no próprio ambiente. O ato de desinfetar o local diminuirá o risco de contaminação.

A falta de dados mais elaborados sobre os acidentes de trabalho ou acidentes com envolvimento de
material biológico no Brasil, dificulta o conhecimento aprofundado da situação.

Entretanto, ainda é possível recordarmos de um fato que aconteceu por descuido com as normas de
Biossegurança.

Você se lembra do Césio 137?

O acidente aconteceu em Goiânia no dia 13 de setembro de 1987.

Um aparelho de radioterapia foi descartado de maneira incorreta e acabou sendo encontrado por pes-
soas que não sabiam do que se tratava. Essas pessoas, mantiveram em mãos por muito tempo, um
perigoso material radioativo.

Esse acontecimento causou grandes consequências a população, que ficou exposta à radiação libe-
rada pelo aparelho. O Césio 137 ficou conhecido como um dos maiores acidentes radiológicos.

Uma atitude pequena que afetou milhares de pessoas, assim como citamos anteriormente quando
falamos sobre as medidas de biossegurança. Por esses e outros motivos, a existência da biossegu-
rança é vital para o bom funcionamento da área da saúde.

O profissional da área

A profissão tomou destaque com o aparecimento de problemas como o citado acima e a crescente
preocupação com o meio ambiente e com os profissionais.

O que faz uma pessoa que trabalha com Biossegurança?

Este profissional avalia o controle necessário para o progresso de algumas atividades, treina e capa-
cita profissionais envolvidos em determinadas tarefas além de conscientizá-los. Entre outras funções,
ele também opera na prevenção e diminuição dos riscos para o meio ambiente e profissionais.

Um biossegurança pode atuar em:

Hospitais;

Clínicas;

Laboratórios; • Institutos de pesquisa;

Área acadêmica.

É importante dizer que o crescimento desse mercado é visível! Devido à crescente preocupação dos
hospitais nos últimos anos com o meio ambiente e com os profissionais. Além disso, o mercado foi
impactado com o crescimento da área da gestão da qualidade.

Um Biossegurança pode ajudar as empresas a controlar problemas ambientais. Proporcionando as-


sim uma melhor qualidade de vida para os clientes e profissionais.

O que a Biossegurança tem a ver com a CM Tecnologia?

Mesmo com todo o cuidado exercido pelos profissionais de biossegurança, instruções dadas cuidado-
samente aos médicos com relação aos pacientes, podem acontecer alguns problemas.

Confira um exemplo prático para entendermos melhor essa situação:

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Suponhamos que uma pessoa esteja com sintomas de qualquer doença de fácil contágio.

Ao se sentir mal, a pessoa busca auxílio médico na clínica mais próxima. No entanto, ao chegar no
hospital ela tem de ficar horas esperando em um local fechado com a ventilação de ar condicionado.

Qual é a chance de outras pessoas também contraírem a mesma doença deste paciente?

É por isso que a CM Tecnologia investe na automação da jornada do paciente, entre outras coisas,
ela:

Evita que esse tipo de contágio aconteça;

Facilita a vida dos pacientes e dos profissionais da saúde.

Com a automatização da jornada do paciente, todo o processo acontece de maneira mais rápida e
simples.

O que já significam vantagens para paciente e hospital.

O hospital poderá:

Reduzir custos;

Possuir mais agendamentos em um período menor de tempo;

Diminuir o risco de contaminação de outras pessoas que estariam perto do paciente infectado.

Com relação aos ganhos para o paciente, podemos considerar que ele terá, entre outras coisas:

Melhor experiência de atendimento, o que faz com que ele retorne à sua instituição;

Mais praticidade e agilidade nos procedimentos;

Processo mais organizado com informações transparentes.

A CM Tecnologia cuida de todas as etapas da jornada do paciente e isso resulta em benefícios para a
instituição.

O que é Biossegurança:

A biossegurança compreende um conjunto de normas e medidas que visam à proteção dos profissio-
nais de saúde e da população.

Ela é uma área do conhecimento definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que
garante a prevenção e o controle de riscos inerentes às atividades que possam comprometer à saúde
humana, animal e o meio ambiente.

A importância e objetivo principal é assegurar que qualquer procedimento realizado na área da saúde
seja feito de maneira segura, tanto para os profissionais quanto para os pacientes, para que gere re-
sultados satisfatórios.

Biossegurança Hospitalar

Neste sentido, a biossegurança se preocupa tanto com a fiscalização das instalações laboratoriais e
as práticas adotadas no laboratório como em ambientes maiores como hospitais, clínicas e centros
de enfermagem, pois os agentes biológicos aos quais o profissional da área tem contato podem estar
em todo lugar. É a biossegurança hospitalar.

Estas medidas são importantes pois, nestes locais, existe a exposição frequente de indivíduos a
agentes patogênicos, além dos riscos físicos e químicos.

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Normas Da Biossegurança

Uma das principais normas de biossegurança aplicada em hospitais, clínicas e laboratórios diz res-
peito à higienização das mãos. Elas devem sempre ser lavadas antes do preparo e da administração
de medicamentos e da verificação do paciente.

Outra recomendação é o uso de equipamentos e vestimentas de proteção como jalecos, luvas e


aventais. Estes devem ser usados somente no local de trabalho.

Lei Da Biossegurança

Em 2005, o Governo Federal aprovou a lei nª 11.105, chamada lei da biossegurança, que revoga a lei
anterior, de 1995 e estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização para instituições
que tenham organismos geneticamente modificados, além de regulamentar a utilização de célulastro-
nco para fins de pesquisa e terapia.

Como evitar riscos e atender as diretrizes da biossegurança na maquiagem?

Os maquiadores profissionais atuam em sua rotina de trabalho aplicando diversas técnicas. Isso vai
depender da categoria da maquiagem que pode ser: maquiagem social, maquiagem artística, e ainda
maquiagem de caracterização.

Para chegar ao resultado final, são usados produtos e materiais específicos, além de também contar
com uma estrutura física (ambiente) especial entre outros fatores. É nesse cenário que os conceitos
da Biossegurança devem ser aplicados para evitar riscos, como já mencionamos.

Conheça alguns dos riscos relacionados à profissão de maquiador:

Biológicos: a manipulação e o uso de produtos e objetos como batons, pincéis, lápis de olho, lápis de
lábios, etc., podem resultar em processos biológicos naturais que, se não forem equilibrados em um
ambiente asséptico e controlado podem gerar doenças. Conjuntivite, dermatites e herpes são as mais
frequentes.

Químicos: em geral os riscos químicos estão relacionados ao uso e ao tipo de produto que se aplica
durante a maquiagem. Fatores como a composição da fórmula, data de validade, devem ser observa-
dos para não causar alergias cutâneas.

Físicos: já os riscos físicos, estão mais associados a problemas de ergonomia. Altura da mesa de tra-
balho, da cadeira do maquiador e até do espelho podem contribuir para doenças como LER (lesão
por esforço repetitivo) ou até outros problemas encarados como “mais simples”, porém que atrapa-
lham a rotina do profissional, como ocaso de dores musculares e cefaleias.

Vale lembrar que todos os riscos descritos não atingem somente o maquiador profissional. Pode atin-
gir também o cliente e outros profissionais que atuem no mesmo ambiente e estejam expostos as
mesmas condições.

Por que maquiadores profissionais devem atentar para a biossegurança?

Atender as normas de biossegurança beneficia o próprio maquiador. Trabalhar todos os dias no


mesmo ambiente e na execução de uma tarefa repetitiva, muitas vezes, exige cuidados, entre eles
higienizar e cuidar de seus produtos e materiais de trabalho, evitando assim, riscos de contaminação,
beneficiando inclusive seus clientes, evitando alergias, cortes, irritações ou doenças mais graves.

Seu espaço de trabalho e seu “modus operandi” é o seu cartão de visita. Num mundo repleto de ma-
quiadores, você já pensou como você irá se destacar e fidelizar seus clientes? A resposta é: apos-
tando em entender o que é biossegurança e como aplica-la ao seu dia a dia.

Biossegurança

A Biossegurança é uma medida surgida no século XX, voltada para o controle e a minimização de ris-
cos advindos da prática de diferentes tecnologias, seja em laboratório ou quando aplicadas ao meio
ambiente

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A Biossegurança é uma medida surgida no século XX, voltada para o controle e a minimização de ris-
cos advindos da prática de diferentes tecnologias, seja em laboratório ou quando aplicadas ao meio
ambiente. A Biossegurança é regulada em vários países no mundo por um conjunto de leis, procedi-
mentos ou diretivas específicas.

No Brasil, a legislação de Biossegurança engloba apenas a tecnologia de Engenharia Genética —


que é a tecnologia do DNA ou RNA recombinante — estabelecendo os requisitos para o manejo de
Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), para permitir o desenvolvimento sustentado da Bio-
tecnologia moderna.

O órgão brasileiro responsável pelo controle das tecnologias de OGMs é a CTNBio (Comissão Téc-
nica Nacional de Biossegurança). A CTNBio é responsável pelas emissões de pareceres técnicos so-
bre qualquer liberação de OGMs no meio ambiente e acompanhar o desenvolvimento e o progresso
técnico e científico na Biossegurança e áreas afins, com o objetivo de promover uma segurança aos
consumidores e à população em geral, com permanente cuidado à proteção ambiental.

A Lei 8974 de Janeiro de 1995 - Lei de Biossegurança estabelece as diretrizes para o controle das
atividades e produtos originados pela tecnologia do DNA recombinante. Estabelece ainda que com-
pete aos órgãos de fiscalização do Ministério da Saúde, do Ministério da Agricultura e do Ministério
do Meio Ambiente a fiscalização e a monitorização das atividades com OGMs, bem como a emissão
de registro de produtos contendo OGMs ou derivados, a serem comercializados ou liberados no am-
biente.

Operacionalmente vinculada ao MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), a CTNBio iniciou suas ati-
vidades em Junho de 1996. É composta por 18 membros titulares e seus suplentes, entre os quais
especialistas indicados pela comunidade acadêmica, com notório saber científico nas áreas humana,
animal, vegetal e ambiental, obrigatoriamente com doutorado, além dos representantes dos Ministé-
rios da Ciência e Tecnologia, da Saúde, da Agricultura, do Meio Ambiente, da Educação e das Rela-
ções Exteriores.

A comissão reúne-se mensalmente, desde a sua criação, para certificar a segurança de laboratórios e
experimentos relativos à liberação de OGMs no meio ambiente e para julgar pedidos de experimentos
e de plantios comerciais de produtos que contenham OGMs.

O fundamento básico da Biossegurança é estudar, entender e tomar medidas para prevenir os efeitos
adversos da moderna biotecnologia, sendo prioritário proteger a saúde humana, animal e o meio am-
biente, para assegurar o avanço dos processos tecnológicos.

Pode-se afirmar que são recentes as discussões e a regulamentação no Brasil sobre a biossegurança
e as medidas necessárias para a proteção da saúde dos trabalhadores envolvidos com o estudo e a
aplicação das novas tecnologias, evoluindo mais recentemente para uma preocupação mais ampla,
no sentido de alcançar também os impactos sobre o meio ambiente, a economia e a saúde pública.

Da análise da legislação sobre o tema, observa-se como traço comum dos diversos sistemas legais
preocupações com o direito à informação, a composição multidisciplinar dos órgãos de controle e
uma visão mais complexa do conceito de biossegurança, de modo a abranger a salvaguarda para
além da saúde humana e do meio ambiente, a economia, o modo de produção de alimentos e outros
aspectos que pouco a pouco vão se apresentando como indispensáveis à segurança do indivíduo e
da coletividade.

A legislação brasileira segue o padrão internacional, embora não contemple um glossário amplo expli-
cativo de termos técnicos envolvidos na temática. Por outro lado, apresenta boas práticas para a ma-
nipulação de produtos OGM’s, conforme se pode constatar nas diversas instruções normativas em
uso pelo órgão competente – a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

Tais normas estão centradas na segurança das técnicas utilizadas, dos recipientes, do material em-
pregado, da localização dos laboratórios e do próprio objeto pesquisado.

A preocupação com os impactos sociais é refletida na possibilidade de realização de audiências pú-


blicas com o intuito de informar, colher informações e opiniões técnico-científicas e observar os refle-
xos sobre o consumidor do uso do produto e seus efeitos nas práticas agrícolas, na economia local,

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regional e nacional. Na Comunidade Europeia o mesmo se dá com a realização de consultas a gru-


pos específicos ou mesmo ao público em geral sobre a introdução de um OGM no meio ambiente.

Como visto, a legislação brasileira é mais avançada do que a estrangeira, na medida em que a aná-
lise da biossegurança compreende aspectos técnicos, que não se limita à ocorrência de riscos à sa-
úde humana e ao meio ambiente. Sua preocupação e abrangência vão além, com o intuito de alcan-
çar questões relativas aos impactos sobre a economia, o modo de produção, a preservação da cul-
tura indígena, dos ribeirinhos, dos quilombolas, dos pescadores, entre outros.

Contempla-se, assim, a democratização da pesquisa e da produção, sem prejuízo da proteção dos


conhecimentos e técnicas tradicionais, regulamentada na Lei de Patentes e na Lei de Propriedade
Industrial.

Registra-se, ainda, o aumento da preocupação com a conservação ambiental, com o desenvolvi-


mento internacional e com o bem-estar das comunidades locais e dos povos indígenas; e com o sur-
gimento de novos organismos vivos manipulados pela engenharia genética e de produtos derivados e
destinados ao consumo humano.

A atual lei de biossegurança brasileira – Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005 –, regulamenta os in-
cisos II e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal de 1988, e estabelece normas de segurança e
mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a
transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o con-
sumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados (OGMs)
e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e
biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da
precaução para a proteção do meio ambiente.

Os bens jurídicos diretamente tutelados pela referida lei são a vida, a saúde pública e o meio ambi-
ente. Infere-se do sistema normativo de regulação da biossegurança a existência de outros bens jurí-
dicos constitucionalmente protegidos, os quais classifico como bens jurídicos transversalmente tutela-
dos, quais sejam: a proteção da economia, a garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da
pobreza e marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais, o patrimônio cultural bra-
sileiro, como os conhecimentos tradicionais indigenistas, dos afro-brasileiros, das comunidades ribeiri-
nhas, dos quilombolas e dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

Isso decorre da interpretação e aplicação sistemáticas da Constituição Federal e de disposições infra-


constitucionais sobre a matéria. Trata-se de um conjunto de normas e princípios que “defendem os
interesses de toda a sociedade e de cada cidadão em particular, podendo ser invocada em ambos os
sentidos”.

Varella, ao cuidar da composição da CTNBio, assinala que cada representante tem o dever não só de
defender os interesses de sua classe ou Ministério, mas também de envidar todos os esforços no
sentido de promover o bem-estar da sociedade e a defesa do meio ambiente, da saúde e da própria
vida humana, que são os bens jurídicos tutelados pela lei. Na atualidade tem-se percebido a nomea-
ção de pessoas altamente reconhecidas por sua competência, geralmente com histórico no desenvol-
vimento de pesquisas e com importantes contribuições para o progresso científico e para a melhoria
do bem-estar do povo brasileiro.

Contudo, na prática, observa-se um viés predominantemente técnico-científico limitado aos impactos


ao meio ambiente, à saúde humana e animal nas discussões dos procedimentos em trâmite nessa
Comissão. Gradativamente, com exacerbados e acalorados debates, a Comissão vem entronizando
questões outras de significativa importância para embasar a decisão em pontos relacionados com as
implicações socioeconômicas.

Tais interesses estão expressamente albergados pela Constituição Federal e pela legislação da bios-
segurança.

A Lei n. 11.105/2005, no art. 8º, II, estabeleceu a competência do Conselho Nacional de Biossegu-
rança (CNBS), vinculado à Presidência da República, órgão de assessoramento superior do Presi-
dente da República para a formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança

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(PNB), para analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade soci-
oeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus de-
rivados.

Essa lei contempla o sistema de biossegurança nacional a partir da incerteza dos riscos que a evolu-
ção da biotecnologia demonstrou no curso dos últimos trinta anos, levando em consideração os inte-
resses econômicos, políticos, científicos e sociais. Também considera a imprevisibilidade dos efeitos
para a saúde humana, a agricultura e a biodiversidade no país e no planeta, e institui como instru-
mentos de salvaguarda desses interesses a avaliação de risco, o estudo de impacto ambiental e o
licenciamento ambiental.

As discussões mais recentes têm-se deslocado para as questões novas apresentadas pela produção
agrícola em grande escala, a partir de variedades vegetais derivadas de plantas transgênicas, ativi-
dade que começa nos Estados Unidos (Union of Concerned Scientists, 1994). Como resultado das
“plantações transgênicas” teremos “alimentos transgênicos”, outra atividade econômica que já co-
meça a ser regulamentada (Word Health Organization, 1971; OECD, 1993).

A Organização Mundial de Saúde vem enfatizando os temas abaixo relacionados para melhorar a co-
municação entre os cientistas e o desenvolvimento dos produtos OGM e seus derivados: as preocu-
pações sociais e éticas (incluindo a diversidade cultural e a percepção pública), a etiquetagem dos
alimentos OGM e alternativas dos consumidores, a coexistência de diferentes práticas agrícolas, o
custo econômico da adoção dos cultivos transgênicos, os aspectos socioeconômicos, a diversidade,
o monopólio e direitos de propriedade, os temas socioeconômicos e o comércio, a ética e o desenvol-
vimento do uso de OGM, a equidade e o desenvolvimento de mercados, os valores éticos subjacen-
tes à política de alimentos inofensivos à saúde, a desigualdade social e o desenvolvimento, assim
como investigações e desenvolvimento, objetivos sociais e o papel da Organização Mundial da Sa-
úde.

Os métodos modernos de biotecnologia permitem, segundo o estudo assinalado, o desenvolvimento


rápido de produtos alimentícios com características recombinantes ou melhoradas, com maior especi-
ficidade em comparação com técnicas convencionais. No entanto, a avaliação dos riscos e os proce-
dimentos para que a sociedade adote ou recuse tais alimentos dependem de encarar possibilidades
metodológicas sempre inovadoras.

A partir do exposto, concluímos que o sistema da biossegurança no contexto da legislação nacional e


das diretivas internacionais, conferências e debates sobre a introdução de organismos geneticamente
modificados e seus derivados deve priorizar os impactos sobre a saúde humana, animal e vegetal,
bem como as peculiaridades ambientais, culturais e econômicas.

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