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UNIVERSIDADE TIRADENTES

LEODEGÁRIO SERAFIM DOS ANJOS NETO

MONTAGEM ERGONÔMICA DE UM

CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

ARACAJU

2012
LEODEGÁRIO SERAFIM DOS ANJOS NETO

MONTAGEM ERGONÔMICA DE UM

CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Coordenação do
Curso de Odontologia da
Universidade Tiradentes como
partes dos requisitos para obtenção
do grau de Bacharel em
odontologia.

DOMINGOS ALVES DOS


ANJOS NETO

ARACAJU

2012
LEODEGÁRIO SERAFIM DOS SANTOS

MONTAGEM ERGONÔMICA DE UM

CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Coordenação do
Curso de Odontologia da
Universidade Tiradentes como
partes dos requisitos para obtenção
do grau de Bacharel em
odontologia.

Aprovado em: ____/____/____


Banca Examinadora
______________________________________________
Prof. Orientador: DOMINGOS ALVES DOS ANJOS NETO
1º Examinador:_______________
______________________________________
2º Examinador:_______________
______________________________________
AUTORIZAÇÃO PARA ENTREGA DO TCC

Eu, Domingos Alves dos Anjos Neto orientador do discente Leodegário Serafim
dos Anjos Neto atesto que o trabalho intitulado: “MONTAGEM ERGONÔMICA DE
UM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO” está em condições de ser entregue à
Supervisão de Estágio e TCC, tendo sido realizado conforme as atribuições designadas
por mim e de acordo com os preceitos estabelecidos no Manual para a Realização do
Trabalho de Conclusão do Curso de Odontologia.

Atesto e subscrevo,

________________________________________________________________
Orientador
“Pois a coragem cresce com a ocasião.”
William Shakespeare
MONTAGEM ERGONÔMICA DE UM CONSULTÓRIO
ODONTOLÓGICO

Leodegário Serafim dos Anjos Netoa; Domingos Alves dos Anjos Netob
(a)
Graduando em Odontologia – Universidade Tiradentes; (b) M.Sc. Professor Titular do Curso de
Odontologia – Universidade Tiradentes.

Resumo

A montagem ergonômica de um consultório odontológico requer entre outras coisas um conhecimento prévio dos
equipamentos a serem empregados no ambiente, bem como uma correta escolha do local. Todos os requisitos devem
ser analisados como a iluminação da sala e recepção e do próprio equipo. Água, esgoto, ar comprimido, eletricidade,
ar-condicionado, entre outros, devem ser planejados afim de que não comprometa a ergonomia do ambiente. Além
disso, é imperioso que a auxiliar do consultório odontológico esteja ambientada com aparelhos e instrumentais,
permitindo assim um tratamento mais ágil e menos traumático para o paciente.

Palavras-chaves: Ergonomia; montagem de consultório odontológico; equipamentos odontológicos.

Abstract

The ergonomic mounting a dental office requires among other things a prior knowledge of the equipment to be used
in the environment, as well as a correct choice of location. All requirements must be analyzed as room lighting and
reception and the actual unit. Water, sewer, compressed air, electricity, air conditioning, among others, should be
planned so that it will not compromise the ergonomics of the environment. Furthermore, it is imperative that the
dental auxiliary apparatus is acclimated and instrumental, thus allowing a more agile and less traumatic for the
patient.

Keywords: Ergonomics; mount dental, dental equipment.

1. Introdução profissional no momento da consulta. A


aquisição de equipamentos que
A ergonomia em espectro dificultam a execução das atividades
singular envolve os aspectos de relação odontológicas tende a refletir de formar
entre o homem e seu ofício assim como peculiar na reprodução do
o meio e o ambiente ao qual está produto/serviço oferecido gerando
inserido, confluindo em reflexos psico- estresse e esforços desnecessários
físicos do profissional atuante (DIAS et (KILPATRICK, 1974 apud DIAS et al.,
al., 2007). Dentre os inúmeros conceitos 2007). A obtenção de meios e sistemas
já concebidos, segundo Dul e com o intuito de diminuir a maior carga
Weerdmeester (2004), pode-se definir a de estresse físico e cognitivo se
ergonomia como uma ciência que se configura como a mais importante
baseia em um conjunto de saberes finalidade da introdução e difusão dos
multidisciplinares aplicados na preceitos ergonômicos na odontologia
organização da atividade laborativa e (CASTRO, FIGLIOLI, 1999; DINIZ,
nos elementos que compõem o posto de 2009).
trabalho a fim do estabelecimento de Eventos específicos na
ambientes mais seguros, saudáveis e cronologia do progresso odontológico
confortáveis prevenindo agravos e representam de maneira significativa a
contribuindo para a eficiência inserção passiva da organização
produtiva. ergonômica: a fabricação de cadeiras
Em Odontologia os preceitos de odontológicas (inicialmente
ergonomia expandem-se além da ação denominadas relax) baseadas em
protótipos da engenharia aeronáutica; a Segundo alguns artigos pesquisados, as
utilização dos sistemas de sucção; e a necessidades mínimas para um
confecção do mocho rodante consultório odontológico em relação a
(BARROS, 1999 apud DINIZ, 2009). sua área é: (sala de recepção de 6 a 8m²,
De acordo com Lida (1999), é sala clinica com 9m² e um sanitário com
necessária a adequação dos 2m², ou seja, uma área total de 17 a
equipamentos, máquinas, instrumentos 19m², ate uma instalação “ideal” que
e mobiliário utilizados durante o seria: sala de recepção de 8m², sanitário
desenvolvimento das tarefas em um de paciente de 2m², escritório de 6m²,
local de trabalho. A ergonomia tem sala clinica de 9m², sanitário privativo
primaz preocupação com o elemento de 4m² e uma copa de 4m², totalizando
humano, sendo o seu alvo a satisfação uma área de cerca de 33m² totalmente
do trabalhador, entendendo-se que o aproveitáveis (BWEHRENBERG,
acréscimo de produção de melhoria da 1986; CORLETT, 1998;
qualidade de produtos são resultados de GRANDJEAN, 1997; PORTO, 1994;
uma interação adequada entre o homem THOMPSON 1982, VERDUSSEN,
e o sistema de produção (SANTOS et 1978).
al., 2008). Há também que se atentar para o
Órgãos internacionais como IEA fluxo interno, ou seja, a disposição das
(International Erconomics Association), salas que devem ser bem elaboradas,
ISSO (Internatinal Standardization evitando pontos de atritos entre os
Organization) e FDI (Federation ocupantes, bem como o trajeto do
Dentaire International) homologaram as paciente entre a entrada e seu
normas e diretrizes oficiais extraídas atendimento, devendo ser o mais curto
das conclusões de estudo bem como possível (BARROS, 2006; CASTRO,
catalogaram os conceitos ergonômicos 1997; FARAH, 1997).
aplicados à odontologia. (NARESSI, Em relação à sala de recepção,
2012). deve ser a mais agradável possível uma
Embora de fundamental vez que é o primeiro ponto de contato
importância à prática clínica entre o paciente e o consultório. Assim,
odontológica, ainda são escassos a primeira preocupação é quanto à área
estudos sobre ergonomia bem como o a ser destinada a sala de recepção, em
seu ensino nos cursos de odontologia torno de 6 a 8m², de acordo com o fluxo
pelo país (NARESSI, 2012). dos pacientes. O piso e paredes deverão
Sendo assim, o objetivo desse ser revestidos em material refratário e
trabalho foi realizar uma revisão de de fácil limpeza. A escolha, por
literatura sobre montagem ergonômica exemplo, de piso frio deverá ser muito
de um consultório odontológico, criteriosa, pois este deve ser
instruindo os profissionais para uma absolutamente não escorregadio, da
correta organização do mesmo. mesma maneira, não se recomenda o
uso de carpete ou forração similar, por
2. Revisão de literatura e Discussão razões óbvias: a probabilidade de
retenção de poeiras e/ou manchamentos,
2.1 Instalação do Consultório Odontológico decorrentes do uso continuo. Pisos tipo
emborrachados tendem a sofrer desgaste
Para se obter uma melhor nos locais de uso mais constante
distribuição de espaço no consultório (MEDEIROS, 1979; MORAIS, 1997;
odontológico, o local deverá permitir RIBEIRO, 1999; SAQUY, 1986).
uma instalação ergonômica do As paredes poderão ser
equipamentos, propiciando condições simplesmente revestidas de massa
ideais de ambientação e de integração corrida, pintadas com tinta acrílica, que
ao trabalho, melhorando sua qualidade. permite fácil higienização. Sempre que
Por isso, a instalação do consultório possível utilizar poltronas individuais
demanda de dois importantes fatores: para cada usuário (BARROS, 2006;
adequação do imóvel e a infraestrutura GRADJEAN, 1997; NARESSI, 2012).
(BARREIRA, 1994; BARROS, 2008; Em relação à sala clínica, a sua
GRANDJEAN, 1997; NARESSI, concepção deve conter todos os detalhes
2012). da infraestrutura (agua, energia, ar
comprimido, esgoto) (BARROS, 2008; bucal. O comando da cadeira deve ser
CORLETT, 1998; NARESSI, 2012; elétrico tanto para elevação como para
PORTO, 1994; THOMPSON, 1982; descanso e deve estar localizado no
VERDUSSEN, 1978). pedal para ser acionado tanto pelo o
- Água: É necessário haver registro cirurgião dentista como pelo THD.
específico para sala clínica. Além disso, o apoio de braço deve
- Eletricidade: É necessário haver um permitir fácil acesso ao paciente
quadro de disjuntores para tomadas, (FIGLIOLI, 1996; KNOPLICH, 1981).
motores, iluminação e ar condicionado. O mocho deve proporcionar
- Ar comprimido: Deverá conter um correto apoio à coluna lombar
tubo de cobre para conter a pressão apresentando regulagem em altura e
vinda do compressor, que por sua vez profundidade (FIGLIOLI, 1996;
estará em um local afastado cerca de no KNOPLICH, 1981).
mínimo 5 metros da sala clínica. Em relação ao refletor, esse deve
- Esgoto: deve ter pelo menos o dobro possuir conjunto de lâmpadas de
do diâmetro da tubulação da água, tungstênio, halogênio ou LEDs, com
comum filtro que impeça o seu uma intensidade luminosa entre 8.000 a
entupimento com fácil acesso para 35.000 LUX, o que permite uma
permitir a inspeção eventual. adequada iluminação de todos os
É importante enfatizar a quadrantes da cavidade oral. O braço do
necessidade de dois lavatórios para refletor deve ter extensão suficiente para
higienização das mãos e outro para que o foco luminoso recaia
lavagem do instrumental a ser verticalmente na boca do paciente
esterilizado, ambos com liberação (BWEHRENBERG, 1986; NARESSI,
automatizada da Água 2012; PORTO, 1994).
(BWEHRENBERG, 1986; CORLETT, Em relação à mesa clinica e
1998; NARESSI, 2012) armário clinico, estes devem estar
Sobre a iluminação, esta deve dispostos de uma maneira que facilite o
proporcionar um ambiente agradável e cirurgião dentista ao seu manuseio,
se possível que haja iluminação natural, assim como os periféricos que também
proporcionando assim condições de devem estar ao alcance, facilitando os
visibilidade dos objetos com mais procedimentos bem como permitindo o
segurança e eficiência (MANUAL DE livre acesso do cirurgião dentista e de
PRÉ-INSTALAÇÃO GNATUS, 1988; sua auxiliar no consultório odontológico
MARQUART, 1980; NARESSI, 2012; (FIGLIOLI, 1996; GUANDALINI,
PORTO, 1994). 1087; MEDEIROS, 1979; NARESSI,
A temperatura do consultório 2012; PORTO 1994).
odontológico deve ser mantida entre
21a 22C° através de um aparelho de ar 3. Considerações finais
condicionado, mantendo-se assim um
controle térmico, além da renovação do Uma correta montagem ergonômica
ar saturado do interior do consultório do consultório odontológico é um fator
(KIMMEL, 1985; PORTO, 1994; primordial para que o cirurgião dentista
VERDUSSEN, 1978). e sua auxiliar possam executar as tarefas
Sobre ruídos, este deve ser o rotineiras sem prejudicar a as saúde,
menor possíveis ficando entre 60 e 70 além de favorecer uma maior agilidade
decibéis (db) (NARESSI, 2012; ao tratamento.
PORTO, 1994; RIBEIRO, 1999). Os conceitos de montagem e
ergonomia devem ser utilizados durante
2.2 Equipamentos Ergonômicos o planejamento do consultório
odontológico.
Cadeira clínica: sua forma deve É importante também que a auxiliar
ser reta e simples, permitindo o conforto esteja devidamente treinada e
do paciente, além disso, esta deve ambientada com o consultório,
permitir o posicionamento horizontal do agilizando assim o tratamento proposto.
usuário (posição supina). O apoio de Orientar os órgãos fiscalizadores,
cabeça deve ser ajustável permitindo divulgar nas construtoras a metragem
uma visão direta de toda cavidade ideal, é de 32m².
10. DUL, J.; WEERDMEESTER, B.
Referências Ergonomia prática. 2ª Ed. São
Paulo: Edgard Blucher; 2004.
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de Ciências Médicas da Santa Paulo: Quest, 1997.
Casa de São Paulo. Departamento 12. FIGLIOLI, M.D. Treinamento do
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(Apostila). Porto Alegre: Ed. R.G.O., 1996.
2. BARROS, O.B. Ergonomia e 13. GRANDJEAN, E. Ergonomia:
Organização- Condutas e ajustando a tarefa ao homem. Saúde
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6. CASTRO, S. L.; FIGLIOLI, M. D. 17. MANUAL DE PRÉ-
Ergonomia aplicada à dentística: INSTALAÇÃO GNATUS. Dez.
avaliação da postura e posições de 1988.
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e da auxiliar odontológica em ergonômica a 4 mãos. Rio de
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3(14): 56-62. 19. MEDEIROS, E.P.G., BERVIQUE,
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and evaluation of work and Bauru, Autor, 1979.
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5, p. 727-34, 1998. interpessoal; o contato direto com o
8. DIAS, M. C.; ORENHA, E. S.; cliente. Belo Horizonte: s. ed., 1997.
SUNDEFELD, M. L. M. M. 2ª ed.
Avaliação ergonômica dos 21. NARESSI, W.G. O ambiente físico
equipamentos presentes nos de trabalho e a produtividade. Ars
estabelecimentos de assistência Cvrandi, v. 9, n. 1, Jan/ Fev/ Mar,
odontológica pertencentes à cidade 2012.
de Araçatuba-SP. Rev Inst Ciênc 22. PORTO, F.A. O consultório
Saúde. 2007; 25(3):307-11. odontológico. São Carlos: Scritti,
9. DINIZ, D. G. Ergonomia 1994.
odontológica: fator indutor de saúde 23. RIBEIRO, A.I. Marketing
e educação para acadêmicos de odontológico. Curitiba; Odontex,
odontologia – Tese de mestrado. 1999.
Universidade Estadual Paulista, 24. SAQUY, P.C., PÉCORA, J.D.
Faculdade de Odontologia, Orientação profissional em
Araçatuba, 2009. odontologia. São Paulo: Livraria
Santos Editora Ltda. 1986.
25. THOMPSON, H., WAGNER, B.
Ergonomia: a saúde do Cirurgião-
Dentista. Quintessência do Brasil, v.
9, n. 1, p. 73-5, 1982.
26. VERDUSSEN, R. A Ergonomia: a
racionalização humanizada do
trabalho. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1978.

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