Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE VIDA
UNIDADE 1
Principais conceitos
e a evolução
histórica do suporte
básico de vida
A reação das pessoas que presenciam um fato como esse, na maioria das
vezes, é de perplexidade. Algumas saem correndo, umas gritam, outras
simplesmente não conseguem sair do lugar e uma boa parte delas tenta
colocar a vítima num automóvel para buscar socorro em um hospital
mais próximo. Errado! Segundo os especialistas, essa é a pior medida
que poderemos tomar, porque provavelmente estaremos transportan-
do um cadáver, tendo em vista que dentro de cinco minutos 50% das
pessoas em parada cardiorrespiratória irão apresentar sequelas irrever-
síveis ou inclusive a morte encefálica.
3
AULA 1 - PRINCIPAIS CONCEITOS
DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Você sabe o que é Suporte Básico de Vida?
O Suporte Básico de Vida (SBV) compreende o conjunto de medidas uti-
lizadas no atendimento a uma vítima em parada cardiorrespiratória
(PCR), visando à manutenção de seus sinais vitais e à preservação da
vida, além de evitar o agravamento das lesões existentes, até que uma
equipe especializada possa transportá-la ao hospital e oferecer um tra-
tamento definitivo.
Ressuscitação ou reanimação?
A escolha do termo mais apropriado para denominar o con-
junto de medidas terapêuticas utilizado no atendimento à
vítima em PCR vem sendo uma das maiores discussões entre
os estudiosos ao longo dos anos.
A palavra ressuscitação vem do latim resuscitatio, formado
pela partícula re no sentido de renovação e o verbo suscito
que significa despertar, acordar, recobrar os sentidos. Já o
termo reanimação, também derivado do latim, é formado pelo
prefixo re + anima + sufixo: ção, tendo o significado de sopro,
respiração, como vida e alma.
Existe uma tendência atual de se utilizar o termo reanimação
nos casos de parada cardiorrespiratória, em lugar de ressus-
citação, provavelmente pela conotação mágico-religiosa que
adquiriu o termo ressuscitação quando traz-nos à mente o
milagre da ressureição, ou seja, a volta à vida de quem já se
encontrava definitivamente morto.
Apesar disso, até o presente, o termo ressuscitação é o mais
utilizado nas bases de pesquisa e nas publicações científicas.
Pode ser que no futuro a situação se reverta, mas nenhuma
previsão pode ser feita quanto a isso em termos de linguagem.
4
O que é parada cardiorrespiratória
e quais são os seus fatores de risco?
A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida como cessação abrupta
das funções cardíacas, respiratória e cerebral, comprovada pela ausên-
cia de pulso central (carotídeo e femoral), perda da consciência devido à
diminuição da circulação cerebral e de movimentos respiratórios.
• traumas;
5
Você se lembra dos fatores de risco que o Sr. Ernani possuía para doen-
ças cardiovasculares? Além do histórico familiar (seu pai morreu de um
infarto agudo do miocárdio), ele era sedentário, andava estressado, esta-
va acima do peso e foi tabagista por muitos anos. Além disso, consumia
bebida alcoólica e comidas gordurosas, o que nos leva a pensar que o
seu colesterol provavelmente deveria estar acima dos níveis considera-
dos normais. Prato cheio para um colapso súbito, não é mesmo?!
Alguns dados:
6
Estima-se que mais da metade das PCR relacionadas à doença cardíaca
isquêmica ocorrem fora do hospital. Ocorrem geralmente nos lares das
pessoas, em vias públicas ou em lugares de grande concentração de
pessoas. Na maioria das vezes são presenciadas pela família, colegas de
trabalho ou por desconhecidos.
Infográfico 1
Você também quer ser capaz de salvar muitas vidas? A partir da aula a
seguir, vamos detalhar esse aprendizado. Vamos começar!!
7
AULA 2 - O SUPORTE BÁSICO
DE VIDA ATRAVÉS DOS TEMPOS
Para entender o que é hoje a ressuscitação cardiopulmonar, é funda-
mental que você acompanhe o percurso histórico desta possibilidade
terapêutica que só foi realmente estabelecida no século passado.
A partir daí, foram necessários mais duzentos anos até que as manobras
de ressuscitação fossem desenvolvidas e somente na década de 1960
elas se tornaram uma realidade.
Linha do tempo 1
8
AULA 3 - EVOLUÇÃO DAS
DIRETRIZES EM SUPORTE BÁSICO
DE VIDA AO LONGO DOS ANOS
O Brasil segue os padrões internacionais de atendimento para a res-
suscitação cardiopulmonar da American Heart Association (AHA). Como
você pôde ver, as primeiras diretrizes internacionais foram publicadas
no 2000 e, a cada cinco anos, são atualizadas.
Ficou curioso para saber quais foram as modificações nas diretrizes de 2015?
Não se preocupe, nas próximas unidades você aprenderá!
9
AULA 4 - A CADEIA DE
SOBREVIVÊNCIA 2015
Se você estivesse jogando futebol com Sr. Ernani e presenciado a PCR, você
saberia o que fazer para salvá-lo? Calma! Se a resposta foi negativa, não
se apavore. Na cadeia de sobrevivência, também conhecida como “cadeia
do socorro”, estão os primeiros passos para você seguir e proporcionar a
probabilidade máxima de sobrevivência para o Sr. Ernani e outras várias
pessoas que sofrem de parada cardiorrespiratória todos os dias.
Para que o resultado final possa ser, efetivamente, uma vida salva, cada
um dos elos da cadeia é vital e todos devem ter a mesma força. Todos
eles são igualmente importantes.
A primeira novidade que a AHA trouxe com a publicação das novas Dire-
trizes 2015 foi o uso de cadeias de sobrevivência distintas que identifi-
quem as diferentes vias de cuidado dos pacientes que sofrem uma PCR
no hospital ou no ambiente extra-hospitalar.
10
a desfibrilação até que o serviço de emergência móvel chegue e assuma
a responsabilidade para, em seguida, transportar a vítima para uma uni-
dade de pronto atendimento ou um serviço de hemodinâmica. Por outro
lado, os pacientes que já estão internados dependem de um sistema de
vigilância adequado para evitar a parada cardiorrespiratória intra-hospi-
talar (PCRIH). Ao ocorrer uma PCR, os pacientes dependem da interação
harmoniosa dos vários departamentos e serviços da instituição e de um
time multidisciplinar de profissionais, que inclua médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas, entre outros.
13
REFERÊNCIAS
AMERICAN HEART ASSOCIATION. Aspectos mais Relevantes das
Diretrizes da American Heart Association sobre Ressuscitação
Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular de Emergência.
Currents in Emergency Cardiovascular Care, v. 16, n. 4, 2006.
14