Você está na página 1de 14

CAMÕES – INSTITUTO DA COOPERAÇÃO E DA LÍNGUA (PORTUGAL)

Luís Alberto Alves e Francisco Miguel Araújo1 (Universidade do Porto/CITCEM)

“Meus amigos, a verdade é a seguinte: a lusofonia não começou hoje. A nossa língua
comum foi construída por laços antigos, tão antigos que por vezes lhes perdemos o rastro”
(Couto 2007). As antiquíssimas origens da Língua Portuguesa e a sua diáspora mundial nos
rumos da Expansão Marítima desde Quatrocentos, são um património linguístico e cultural
valioso e com um peso mundial inegável. Entre outras tantas instituições nacionais e
transnacionais que se avocam da defesa de uma política linguística e cultural externa de
Portugal, afinal em alvores do século XXI a quinta língua mais falada no mundo, esta
idoneidade permanece ainda como uma das matrizes-chave do Camões – Instituto da
Cooperação e da Língua (Camões, I.P.).
Este instituto público com a sua sede na cidade de Lisboa e polos nos cinco continentes,
sob a tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros, assegura concretamente no domínio da
Linguística uma ampla missão de promoção do ensino e divulgação da Língua e Cultura
portuguesas no estrangeiro. Contudo, esta linha programática não deixa de ser uma herança de
outras tantas instituições nacionais que se foram sucedendo na última centúria, imiscuídas na
transmutação das opções internas das políticas linguísticas e culturais para o exterior,
acompanhando a própria evolução política, cultural e educativa de Portugal na transição entre
diferentes modelos políticos.
Num total de seis organismos precedentes com uma tónica similar face à salvaguarda e
divulgação da Língua e Cultura portuguesas, a história do Camões, I.P. pode ser desdobrada
genericamente em duas grandes fases. Uma primeira na égide do autoritarismo político da
Ditadura Militar (1926-1933) e do Estado Novo (1933-1974), onde se encontrava intimamente
ligada com uma política internacional para a Ciência, partilhando as relações culturais externas
o destaque e a projeção com a promoção da investigação científica. Uma segunda fase após o
triunfo do 25 de abril de 1974 e a consolidação do modelo democrático, num cenário de
abertura europeia e do subsequente processo de globalização, em que passou a usufruir de uma
maior autonomia e de uma missão mais coesa na divulgação da herança cultural e linguística de
Portugal.
No período que antecedeu de imediato à institucionalização do primeiro organismo
público com tais características, parte destas ideias de expansão do ensino e difusão da Língua e
Cultura portuguesas tinham vindo já a ser ensaiadas pelos círculos políticos e intelectuais da 1.ª
República (1911-1926), uma estratégia resultante da necessidade de inovação e atualização
científica e cultural face aos padrões além-fronteiras, mas também de reconhecimento e

1
Faculdade de Letras da U.Porto / CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e
Memória”.
validação do novo regime político entre as potências europeias de então. Neste âmbito, o
alargamento do sistema educativo universitário nacional com as novas Universidades de Lisboa
e do Porto a juntar-se à de Coimbra, foi um contributo importante para a abertura científica e
cultural numa evidente ótica de internacionalização: bolsas de estudo e de aperfeiçoamento no
exterior, intercâmbios académicos, missões de estudo, permutas de publicações, conferências e
cursos livres por professores estrangeiros, etc.2
Ainda durante a Grande Guerra de 1914-1918, os soldados portugueses mobilizados
para a França no Corpo Expedicionário Português foram responsáveis por algumas iniciativas
de palestras sobre a Língua e Literatura portuguesas entre os aliados, outros mesmo por convite
durante a estada nos campos de prisioneiros alemães, estabelecendo-se protocolos
governamentais para cursos de Português a reger nas Universidades de Bordéus, Sorbonne e
Paris. Em 1923 foi inaugurada a primeira cátedra de Português na Universidade de Londres, a
“cadeira Camões” com o apoio do governo brasileiro, enquanto se procurou fomentar uma rede
de escolas públicas nas colónias portuguesas e junto das grandes comunidades nacionais
emigrantes. Estas e outras experiências acabaram por não manifestar resultados expressivos
derivado da instabilidade governativa republicana, não só porque escasseavam os fundos e
investimentos para tais pretensões, como as constantes clivagens entre equipas ministeriais
ditavam o abandono precoce das medidas promulgadas.
Seria em plena Ditadura Militar que o conceito de um organismo centralizador da
Ciência, Cultura e Artes portuguesas se materializaria na Junta de Educação Nacional (1929-
1936), agregado ao Ministério da Instrução Pública e inspirado no modelo espanhol da Junta
para Ampliación de Estudios e Investigaciones Científicas3, coordenando a atividade intelectual
e a cultura científica do país.4 No objetivo mais lato de «modernização da cultura nacional e a
indispensável renovação pedagógica, científica e económica» (Monteiro 1935: 248) inscreviam-
se diferentes projetos de apoio à investigação científica, aperfeiçoamento artístico e expansão e
intercâmbio cultural. Neste último ponto o ensino da Língua e Culturas portuguesas seriam o
foco central e prioritário da sua atuação, reconhecendo a premência da sua divulgação no acesso
às Universidades e academias internacionais e de reconhecimento da identidade nacional além-
fronteiras.
Deste modo, nesta simbiose estratégica de motivações políticas e académicas para uma
inserção no panorama mundial, naturalmente sujeito aos jogos diplomáticos e às relações
externas de um país que se aproximava dos modelos fascistas emergentes, a Junta de Educação

2
Um estudo de caso sobre este processo da internacionalização referente à Universidade do Porto, entre a
1.ª República e o final do Estado Novo, foi recentemente publicada revelando a modernidade e
contrariedades das políticas educativas e académicas nacionais face ao exterior (Alves/Araújo 2014).
3
Originalmente fundado em 1907 e integrado no Ministério da Instrução Pública e Belas-Artes, em 1939
foi reformulado no Consejo Superior de Investigaciones Científicas que mantém a sua tónica na
promoção da investigação científica e tecnológica.
4
Decreto n.º 16 831, de 16 de janeiro de 1929: cria a Junta de Educação Nacional.
Nacional concedeu bolsas de estudo dentro e fora do país, subsídios a centros de estudos, a
elementos da comunidade académica e a publicações científicas. No referente à Língua
Portuguesa ampliou-se o número de leitores e a criação de novos leitorados em Universidades
estrangeiras, que se contabilizaram num total de sete entre França, Inglaterra e Alemanha,
oferecendo uma preparação pedagógica a leitores e professores e estreitando os laços
institucionais entre academias para a defesa e promoção linguística e cultural de Portugal.
Enfrentando um problema recorrente da falta de meios e recursos necessários para
consolidar esta rede de leitorados, muitas das iniciativas pedagógicas e culturais idealizadas
ficavam dependentes das condições disponibilizadas pelos países estrangeiros e outras propostas
de leitorados foram goradas, já então muito centradas na Europa porque os cursos de Português
pelo continente americano eram afiançados pelas representações brasileiras. Na lógica
corporativista e centralizadora do Estado Novo, este organismo foi extinto em favor do Instituto
para a Alta Cultura (1936-1952) que herdava as suas competências e funções, perdendo a
autonomia legal e administrativa enquanto 7.ª secção da nova Junta Nacional de Educação, um
órgão técnico e consultivo do Ministério da Educação Nacional.5
Só que a relação umbilical subsistira, uma vez que para o novo instituto jamais se
promulgou oficialmente um regulamento interno, seguindo as disposições aplicáveis da anterior
nas questões de promover o aumento do património espiritual através da expansão da
investigação científica e da cultura portuguesa. Entre as suas finalidades mantinha-se a
coordenação da investigação científica no país e nas colónias, a concessão de bolsas de estudo
nacionais e internacionais, a gestão e financiamento dos Centros de Estudos, os subsídios para a
publicação de trabalhos, missões académicas, conferências científicas, etc. Já as relações
externas continuavam a privilegiar a promoção do intercâmbio cultural (viagens de estudos,
exposições internacionais, representações artísticas, cursos de férias para estrangeiros, etc.) e do
incentivo da divulgação da Língua e Cultura portuguesas através da tradução das mais reputadas
obras literárias nacionais, da ação dos leitorados e das relações culturais com instituições e
universidades no exterior, caso da Fundação Rockefeller, British Council ou Alexander von
Humboldt Foundation.
Paradoxalmente, os serviços de leitorados com o ensino da cadeira de Estudos
Portugueses em Universidades estrangeiras seriam aqueles que congregariam maior apoio das
entidades governativas e das personalidades lusitanófilas no seu funcionamento, com 15 centros
em sete países europeus no período em análise e as novas colocações de leitores em Espanha,
Suíça, Bélgica e Itália, além da criação da Escola Portuguesa de Rabat em Marrocos.
Delineados com um reforço da dimensão de propaganda linguística e cultural, pelo ensino do
Português e o intercâmbio científico e cultural, neles convergiriam as diretrizes da “política de

5
Decreto n.º 26 611, de 19 de maio de 1936: aprova o regimento da Junta de Educação Nacional.
espírito” do Estado Novo e de cooperação às aspirações da diplomacia portuguesa. Não
obstante, os orçamentos para o Instituto para a Alta Cultura eram consideravelmente inferiores
aos do Secretariado da Propaganda Nacional/ Secretariado Nacional de Informação, ao ponto
de as verbas pouco ultrapassarem “as que a companhia de bailado do SPN/SNI, de inspiração
folclórica, recebia” (Ó 1996: 483).
Na sequência de uma remodelação burocrática do Estado Novo no pós-2.ª Guerra
Mundial, em correlação com o atraso e as dificuldades económicas e a desconfiança e o maior
zelo na tomada das decisões políticas face ao exterior, o instituto passa à nova designação de
Instituto de Alta Cultura (1952-1976).6 Recobrando a sua autonomia funcional e financeira, mas
sempre longe de um desafogo orçamental para lançar ou ampliar os seus projetos, a sua missão
continuava a contemplar o apoio às correntes investigações científicas e relações culturais
externas, pouco modificadas com a posterior reforma orgânica de 1964. Relativamente à Língua
e Cultura portuguesas perseveravam as bolsas de estudo, o estabelecimento e manutenção dos
Leitorados em Universidades e instituições estrangeiras, a publicação de obras de carácter
cultural, o fomento das permutas científica, cultural e artística e a promoção do ensino do
Português como língua materna junto das comunidades portuguesas emigradas.7
O início da Guerra Colonial em 1961 e a hostilidade e isolamento internacional face a
um regime autoritário e colonialista alteraram, de forma mais ou menos profunda, o
relacionamento diplomático e o papel dos leitorados de Português no exterior, “onde as opções
de criação ou manutenção de leitorados foram sendo o resultado nacional de motivação de
ordem político-estratégica e condicionada pela natureza ideológica do regime” (Rollo, et al
2012: 17). A natural tendência europeísta acentuar-se-ia ao longo dessa década, uma
aproximação aos países mais ocidentais compreensível pelos desígnios políticos de congregar
apoios e colaborar nos novos organismos mundiais, recuperando e instalando-se novos postos
de leitores com um alargamento para outros países como a Holanda e a Áustria. E, finalmente,
demarcando-se uma presença intercontinental da Língua e Cultura portuguesas com leitores no
Brasil, Japão e Senegal, que uma reestruturação interna e já triunfada a Revolução Democrática
de 1974, permitiram uma projeção mundial de cerca de meia centena de leitorados com o acesso
a instituições na Polónia, Roménia, E.U.A., Senegal e Gabão.
Perante uma certa estagnação e pouca capacidade interventiva que o Instituto de Alta
Cultura vinha acusando desde finais dos anos de 1960, ainda que tendo procurar intensificar o
ensino da Língua Portuguesa no estrangeiro, a nova República Portuguesa ciente da importância

6
Decreto-Lei n.º 38 680, de 17 de março de 1952: reorganiza os serviços do Instituto para a Alta Cultura,
que deixa de constituir a 7.ª secção da Junta Nacional da Educação e passa a designar-se «Instituto de
Alta Cultura».
7
No caso das então províncias ultramarinas de Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, S. Tomé e
Príncipe, Macau, Timor e o Estado Português da Índia, até ao final do Estado Novo a rede educativa de
ensino primário, liceal e técnico seguiu o modelo da metrópole, sob administração direta do Ministério da
Educação Nacional.
desse desafio optou pela cissão entre a Ciência e a Cultura ao fundar o Instituto de Cultura
Portuguesa (1976-1980), ainda sob tutela do Ministério da Educação e da Investigação
Científica.8 Os seus fins principais de difundir e cooperar na difusão da Língua e Cultura
portuguesas através dos leitorados e de todo o tipo de eventos em harmonia internacionalmente,
fundamentavam-se num plano político-diplomático de preparação para a entrada na C.E.E. e de
consertar as relações com as antigas colónias africanas e asiáticas. A renovação e especialização
das suas funções nesta área específica das relações culturais externas, mormente a asserção
junto das comunidades portuguesas pelo estrangeiro, prontamente ditaram uma transmutação
num organismo com incremento desse compromisso estratégico, após uma breve passagem sob
a gestão da Secretaria de Estado da Cultura.
O novo termo na designação do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (1980-1992)9
denota uma maior orientação na promoção do ensino do Português, em particular com a nova
competência de orientar a constituição de uma rede educativa da língua nacional aos níveis de
ensino básico e secundário no estrangeiro, em conexão com os programas oficiais ministrados e
respetiva equivalência. Do mesmo modo, o mapa de leitorados continuou a ampliar-se a novos
países um pouco por todos os continentes, à exceção da Oceânia, e deu-se início à inauguração
dos Centros de Língua e Cultura portugueses em algumas cidades europeias, promovendo
atividades educativas, culturais e artísticas junto de núcleos portugueses com expressão e
influência social nesses locais, como no caso do mundo lusófono. Pela natureza das suas
funções e no entrosamento desses vários domínios entre diversas autoridades e serviços
ministeriais, a premência de uma maior articulação entre os assuntos de Negócios Estrangeiros,
Educação e Cultura no plano internacional foram o mote para a fundação do Instituto Camões
(1992-2013).10
Ao longo de uma década de atividade e de várias reformas orgânicas, das quais a mais
significativa foi a passagem para o âmbito do Ministério dos Negócios Estrangeiros em 1994, a
sua missão, objetivos e serviços resistiram com transmutações pontuais, especialmente tendo em
conta as imposições e o papel de Portugal nas relações culturais e linguísticas com a União
Europeia, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a Comunidade Ibero-Americana.
Os pontos estruturantes do Instituto Camões eram a promoção e execução da Língua Portuguesa
como língua de comunicação internacional, uma política de ensino e difusão da mesma além-
fronteiras e a valorização do país na assinatura de acordos culturais e programas de
cooperação. Em conjunto com outros organismos europeus homólogos, em 2005, este seu
trabalho foi agraciado com o “Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicações e Humanidades”.

8
Decreto-Lei n.º 541/76, de 9 de julho de 1976:determina que o Instituto de Alta Cultura passa a
designar-se por Instituto de Cultura Portuguesa.
9
Decreto-Lei n.º 50/80, de 22 de março de 1980: reintegra no Ministério da Educação e Ciência o
Instituto de Cultura Portuguesa (ICAP).
10
Decreto-Lei n.º 135/92, de 15 de julho de 1992: cria o Instituto Camões.
A projeção internacional da Língua e Cultura portuguesas passava pela coordenação do
ensino do Português nos diferentes níveis num mapa geográfico alargado, manutenção e criação
dos Centros de Cultura e Língua Portuguesa, atribuição de bolsas de investigação e de subsídios
de edição de periódicos e monografias, formação de professores de Português no estrangeiro e
apoio às atividades culturais e artísticas das comunidades portuguesas espalhadas pelo globo.
Uma política cultural externa «sempre e necessariamente associada a uma forte
responsabilidade na divulgação do nosso património cultural e linguístico a nível
mundial, é pensada nos domínios da valorização económica do Português, da sua
importância no quadro das relações internacionais e no reforço do papel da língua num
espaço de crescente competitividade internacional» (Rollo, et al 2009: 999).
Por fim, em 2012, no rescaldo da crise económica mundial e as suas graves sequelas em
Portugal, no âmbito do “Programa de Assistência Económica e Financeira” e do redesenho
organizativo da Administração Pública, assistiu-se à fusão do Instituto Camões e do Instituto
Português de Apoio ao Desenvolvimento11 numa entidade única: o Camões - Instituto da
Cooperação e da Língua.12 As exigências de racionalização de custos e recursos humanos
conduziram a um retorno a uma duplicidade de funções, sem amputar as competências e
propósitos funcionais das suas antecessoras: desenvolvimento da política de cooperação
internacional e promoção externa da Língua e da Cultura portuguesas. O novo organismo
público permanece sob a superintendência do Ministério dos Negócios Estrangeiros, com
autonomia administrativa e financeira, numa dinâmica organizacional liderada por um Conselho
Diretivo comum e dois órgãos de conceção e coordenação: a Comissão Interministerial para a
Cooperação e o Conselho Consultivo para a Língua e Cultura portuguesas.
Quanto a este último funciona como agente de consulta, apoio e participação na
definição do programa de atuação do Camões I.P., numa perspetiva de concerto entre as
diferentes agências governativas nas áreas dos Negócios Estrangeiros, Economia, Educação e
Ciência, representantes sindicais e personalidades de mérito nesses mesmos campos, avaliando
os serviços da rede de ensino do Português, dos Centros Culturais portugueses e demais
atividades culturais para o espaço estrangeiro. Entre os serviços executivos associados constam
ainda a Direção de Serviços da Cooperação, a Direção de Serviços de Língua e Cultura e a
Direção de Serviços de Planeamento e Gestão. A penúltima engloba, por sua vez, a Divisão de
Programação, Formação e Certificação, a Divisão de Coordenação do Ensino Português no
Estrangeiro e a Divisão de Ação Cultural Externa, aquelas diretamente responsáveis pela

11
O Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (2003-2012) remonta as suas origens ao Instituto
da Cooperação Portuguesa (1994-2003), organismo público de sustentação da política de cooperação em
diferentes níveis para o desenvolvimento nacional.
12
Decreto-Lei n.º 21/2012, de 30 de janeiro de 2012: aprova a orgânica do Camões - Instituto da
Cooperação e da Língua, I. P.
valorização permanente e a difusão internacional das políticas linguísticas e culturais de
Portugal.
No que diz respeito somente aos temas da Linguística, este instituto é responsável num
cenário global pela observância de uma política de ensino e divulgação da Língua e Cultura
portuguesas, da firmação dos leitorados de Português ou cátedras do Camões em Universidades
internacionais e a gestão da rede de ensino de Português no estrangeiro ao nível básico e
secundário, respeitando a escolaridade nacional obrigatória instituída de doze anos de formação
escolar. Assim, foram definidos como eixos estratégicos de ação para este primeiro ciclo
institucional a Promoção Cultural, a Cultura e Desenvolvimento e a Educação numa tríplice
missão de promoção da Língua, Ciência e Inovação, a partir das quais radicam as suas
atribuições legais no domínio da promoção externa da Língua e Cultura portuguesas e do ensino
do Português.
De acordo com o artigo 3.º do respetivo diploma legal, contabilizam-se dezassete
alíneas do ponto 3 para a primeira dessas alçadas, a saber:
a) Assegurar a representação do País na negociação de acordos culturais e respetivos
programas de cooperação, coordenando a participação dos departamentos do Estado
com atribuições nos domínios da cultura, educação, ensino superior, juventude,
desporto e comunicação social;
b) Estabelecer programas de apoio à criação de cátedras e de departamentos de
português ou estruturas equivalentes em universidades estrangeiras e escolas e à
contratação local de docentes;
c) Promover, coordenar e desenvolver a realização de cursos de língua portuguesa e
outros conteúdos culturais, quer em sistema presencial, quer por recurso a tecnologias
de informação e comunicação;
d) Desenvolver, em cooperação com universidades portuguesas ou estrangeiras,
sistemas de avaliação e certificação de competências pedagógico-didáticas para o ensino
e ou aprendizagem do português e de competências comunicativas em português;
e) Estabelecer parcerias e apoiar a realização de estudos e trabalhos de investigação
sobre a presença e estatuto da língua e cultura portuguesas, designadamente na
perspetiva da sua difusão internacional;
f) Conceber, promover, propor, apoiar e executar a produção de obras e projetos de
divulgação da língua e da cultura portuguesas no estrangeiro;
g) Estimular, apoiar e promover ações que favoreçam a divulgação e o intercâmbio
internacional das formas de expressão artística, designadamente nas grandes mostras e
eventos internacionais;
h) Estabelecer as linhas de orientação e as áreas prioritárias de intervenção dos centros
culturais portugueses no estrangeiro, bem como propor a sua criação;
i) Conceder bolsas, subsídios ou outros apoios decorrentes de acordos culturais ou
programas de difusão da língua e da cultura portuguesas, em conformidade com o
regulamento interno;
j) Coordenar a atividade dos leitorados de língua e cultura portuguesas;
l) Desenvolver e coordenar a atividade de formação de professores nas áreas da língua e
cultura portuguesas;
m) Desenvolver os mecanismos necessários para a consolidação da rede de docência
junto de instituições de ensino estrangeiras, nomeadamente através da criação de centros
de língua portuguesa;
n) Promover a celebração e acompanhar a execução de acordos de cooperação cultural;
o) Editar materiais de divulgação da língua e cultura portuguesas em distintos suportes;
p) Coordenar a atividade dos docentes de língua e cultura portuguesas no estrangeiro e
promover a interação entre os vários níveis e modalidades de ensino;
q) Assegurar a qualidade do ensino da língua e cultura portuguesas no estrangeiro,
mediante o necessário apoio científico e pedagógico;
r) Fomentar o ensino do português como língua não materna e estrangeira nos curricula
e sistemas de ensino, designadamente em países com comunidades de língua
portuguesa.
Por seu lado, o ponto 4 do mesmo artigo, concernente à educação pré-escolar e dos
ensinos básico e secundário do ensino português no estrangeiro, estabelece uma parceria com o
Ministério da Educação e Ciência em seis alíneas:
a) A qualificação do ensino da língua portuguesa no estrangeiro, nomeadamente no
desenvolvimento de formas e modelos complementares de certificação e avaliação das
respetivas aprendizagens e de acreditação e transferência dos respetivos créditos;
b) O desenvolvimento de mecanismos apropriados para a formação de professores,
especialmente para o ensino da língua portuguesa como língua segunda, para o ensino
junto das comunidades e para a divulgação da cultura portuguesa;
c) A promoção da produção e divulgação de materiais pedagógicos e culturais
especificamente para o ensino da língua portuguesa no estrangeiro;
d) A coordenação da atividade da rede de docência de língua e cultura portuguesas no
estrangeiro, ao nível dos ensinos básico e secundário;
e) O desenvolvimento e promoção da utilização de plataformas para o ensino e a
aprendizagem do português à distância e a divulgação da cultura portuguesa;
f) A difusão do ensino da língua portuguesa no estrangeiro, através das Escolas
Portuguesas tuteladas pelo Ministério da Educação e Ciência.
Logo, a pertinência e relevância do Camões, I.P. resiste enquanto protagonista
privilegiado no desenvolvimento global do património linguístico e cultural de Portugal e de
defesa da lusofonia. As Cátedras do Camões salvaguardam o estatuto dos Estudos Portugueses
com a investigação e o ensino por leitores em 35 Universidades estrangeiras, abrangendo uma
multidisciplinariedade de áreas científicas como a Linguística, a História, a Literatura e outras
no leque das Ciências Humanas e Sociais. Os Centros de Língua Portuguesa-Camões
operam como espaços de apoio logístico às atividades educativas, científicas e culturais,
disponibilizando centros de recursos (bibliotecas, videotecas, acervos musicais e
conteúdos multimédias) ao público em geral. Os programas de Bolsas do Camões aberto
a cidadãos nacionais e estrangeiros, onde constam os de cursos de verão e anuais de Língua
e Cultura portuguesas, Fernão Mendes Pinto, Pessoa, Vieira e de Investigação, facultam a
estudantes universitários e professores dos diferentes níveis de ensino o desenvolvimento dos
seus projetos de investigação na área de formação inicial e contínua de professores de Português
ou de formação e aperfeiçoamento em serviços de Tradução.
Em termos da promoção exterior da Cultura portuguesa, o organismo coordena o grosso
das atividades culturais e artísticas no estrangeiro, concebendo e financiando-as para as redes
externas: exposições itinerantes, projetos especiais, cooperação com instituições internacionais,
o que tem permitido a realização de eventos comemorativos dos marcos da História nacional, as
“Semanas Portuguesas”, exposições de várias formas de Arte, workshops e cursos livres,
espetáculos musicais, etc. Muitos destes eventos decorrem nos Centros Culturais portugueses,
instalados junto dos postos consulares e missões diplomáticas nacionais, fortalecendo o
intercâmbio cultural com os restantes países e o conhecimento da vitalidade e interculturalidade
junto dos círculos intelectuais e artísticos portugueses. No capítulo editorial o Programa de
Apoio à Edição tem proporcionado a tradução para outros idiomas de autores de Língua
Portuguesa e de monografias versando temas da Língua e Cultura portuguesas, publicitando um
acesso global aos escritores portugueses antigos e coevos, como o patrocínio e encomenda de
conteúdos multimédias e da tiragem do seu próprio periódico Camões – Revista de Letras e
Culturas Lusófonas.
Sobre a coordenação da rede do ensino português no estrangeiro o Camões I.P., além
das mencionadas Cátedras Camões e Centros de Língua Portuguesa-Camões, tem
procurado assinar novos protocolos para a criação de novos departamentos de Estudos
Portugueses em outras Universidades além-fronteiras e o apoio aos Centros de Língua
Portuguesa e de Leitorados de Português que vão sendo requisitados por diversas
entidades e instituições. Se por um lado procura-se o desenvolvimento do ensino da
Língua Portuguesa como língua não materna e estrangeira nos sistemas de ensino
internacionais, de modo mais contumaz junto de países com grandes comunidades
portuguesas e pelo projeto “rede de escolas ou centros associados”, também se têm
apostado em programas prioritários para o desenvolvimento da língua portuguesa que passam
pela formação pedagógica e científica de professores, tradutores e investigadores do Português.
Porém, têm-se assistido a um recrudescimento das vozes críticas quanto ao atual modelo
orgânico e missão desta entidade pública, sobretudo face a uma certa posição subalterna da
cultura nacional no conjunto de países de Língua Portuguesa, derivado da natural limitação da
densidade populacional em contraste com países como o Brasil, Angola ou Moçambique. O
ponto mais sensível, porventura, será mesmo um retorno à simbiose de funções do Camões I.P.
entre a Língua e a Cooperação, curiosamente uma questão muito discutida nas décadas de 1950-
1960 pela autonomia e exclusividade institucional na salvaguarda da Língua e Cultura
portuguesas. Num contexto de contenção orçamental e de racionalização de recursos do país,
alguns consideram pernicioso este arquétipo bicéfalo com a redução do investimento público
para as atividades entre os dois ramos de gerência, pois o vetor da Cooperação almeja o
desenvolvimento económico, social e cultural, que poderá traduzir-se num eventual desvio de
verbas no respeito pelo cumprimento das convenções internacionais de recuperação financeira.
Analogamente, pelo disparo dos índices de emigração portuguesa nos últimos cinco
anos, não tem sido possível dar uma resposta pronta e ampliar os programas e projetos que têm
sido implementados de promoção linguística e cultural. Não obstante estes novos emigrantes,
pelas características de uma população mais jovem e de melhores qualificações académicas, não
se sentirem compelidos a recorrer exclusivamente aos Centros de Língua e Cultura portugueses
no estrangeiro para a sua integração. Só que no planeamento da reestruturação da rede de ensino
do português no estrangeiro não aparenta haver um cuidado de assegurar aos lusodescendentes o
ensino do Português como língua materna, considerando a progressiva redução de número de
professores para esse sistema educativo específico e a cobrança de propinas aos alunos, tendo o
número de docentes no estrangeiro sofrido um corte de perto de uma centena numa média anual
de trinta profissionais dispensados na corrente década.13
Este retrato pouco abonatório é o resultado de uma política estratégica do governo
português em exercício de reclassificação da política de promoção da língua, antevendo a
supressão em alguns países do ensino estrangeiro do Português como língua materna em favor
da sua dinamização como segunda língua estrangeira. A integração nos sistemas de ensino de
cada país será uma forma de partilhar as despesas e a lógica funcional com outros governos e de
estimular a sua procura e oferta a outros públicos, tornando a rede de ensino suficiente para as
novas necessidades da sociedade global e em articulação com o papel da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa neste sentido. O reverso presumível desta opção será o ensino do
Português no Estrangeiro não cobrir algumas zonas mais isoladas e perder algum fulgor junto
13
Pelos dados do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas, o número de professores em
exercício no ano letivo de 2011-2012 era de 382 elementos na da rede de Ensino do Português no
Estrangeiro, prevendo-se para o próximo ano letivo de 2014-2015 somente 295 docentes exclusivamente
dependentes do Estado português.
das comunidades lusodescendentes, atraídas por outras línguas do poder e do comércio como
“segunda língua” retirando alguma influência à aprendizagem da língua materna dos seus
progenitores.
Alguns indicadores da eficácia e ação do plano de atividades do Camões, I.P.,
obviamente ainda transitados do precedente Instituto Camões nesta breve existência legal,
podem ser auferidos pela rede global de Língua e Cultura no contexto da política externa do
Ministério dos Negócios Estrangeiros. Os resultados de 2013 apontam para uma presença em 72
países através da sua rede de leitorados e centros de cultura e de língua, situados nos cinco
continentes tanto em países com fortes ligações históricas a Portugal como em novos parceiros
globais. Nas instituições de ensino superior funcionam 64 Centros de Língua Portuguesa e
Cátedras Camões e existem protocolos com 283 Universidades e Institutos, empregando 499
professores de Estudos Portugueses para cerca de cem mil alunos, nas 11 Coordenações de
Ensino para os sistemas básico e secundário empregam 402 docentes para cerca de 56 mil
alunos.14
Os Centros Culturais Portugueses seguem esta tendência com a presença em 15 países:
Espanha, França, Luxemburgo, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, Marrocos, Índia, China, Tailândia e Japão, com programas
multifacetados e intercâmbios em prol da Língua, Cultura e Artes nacionais. E desde há um ano,
por acordo entre os Ministérios da Administração Interna e dos Negócios Estrangeiros, o
instituto passou a fiscalizar e certificar as entidades estrangeiras autorizadas a aplicar as provas
de conhecimento da Língua Portuguesa, requisito no processo de concessão da nacionalidade
portuguesa, até aqui realizadas somente nos consulados.
As novas tecnologias são potencializadas pela atualização de conteúdos online no
“Centro Virtual Camões” para aprendizagens à distância ou mero interesse e curiosidade
individual, com funcionalidades como o e-learning, a biblioteca digital, exposições virtuais,
bases de dados temáticas e recursos eletrónicos, parte resultantes dos trabalhos de investigação
dos bolseiros, das Universidades e centros de investigação portugueses. Ou então a doação de
bibliotecas, materiais pedagógicos e de equipamentos informáticos para escolas e universidades
aos países de Língua Portuguesa e de forte presença de emigrantes, estabelecendo permutas com
organismos supranacionais na realização de eventos e exposições promotoras do país. Uma
especial atenção tem também merecido a ressalva e divulgação dos dialetos portugueses em
estratégias de ensino e aprofundamento do saber científico, procurando não deixar cair no
esquecimento variantes do Português como o mirandês, o barranquenho ou o minderico.
Num espetro algo menos positivo da sua intervenção, acrescendo à situação comentada
de reformulação do ensino do Português no estrangeiro, a análise das iniciativas culturais do

14
Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, Relatório de Atividades do Camões, I.P. – 2013.
Camões, I.P. aludem a uma certa marginalização do campo linguístico pelos dados de 2012.15
Por domínio artístico, a Literatura ocupou a terceira posição nos 626 eventos produzidos
(14,85%), suplantada pelo Cinema (22,84%) e a Música (15,02%), ligeiramente acima das Artes
Visuais (14,37%) por comparação à História e Património, Teatro, Cruzamentos Artísticos,
Dança, Arquitetura e outros que não atingem isoladamente um décimo do universo total.
Mesmo por áreas geográficas persiste uma maior projeção aos países de expressão portuguesa e
de enquadramento com os membros da União Europeia, pois o conjunto da Europa congrega
quase metade dessas iniciativas (47,60%), seguindo-se a África (24,76%) e as Américas
(14,70%) pelo peso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, rematado pela presença
na Ásia (8,95%), Médio Oriente e Magreb (3,51%) e a Oceânia (0,48%).
Sem um consenso interno e externo continua a aplicação do “Novo Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa”, preconizado desde finais de 1990, em negociação entre os nove países
membros da lusofonia, incluindo a recente entrada polémica da Guiné Equatorial. Os diferendos
nacionalistas e algumas heterogeneidades linguísticas em cada país têm protelado a sua
ratificação em prol de uma maior homogeneização do idioma, sendo que no caso português o
Camões I.P. foi dos principais rostos na sua defesa e no fomento de uma política de língua
comum, articulando os debates com as instituições públicas e educativas nacionais e
estrangeiras para o seu sucesso. Em causa estará a visão fundamental de reconhecimento da
riqueza e importância do Português e da sua expansão global como uma “língua do futuro”,
assim como o incremento da sua utilização nas instâncias políticas, económicas e culturais em
que estes países estejam representados: União Europeia, Comunidade Ibero-Americana,
Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, União Africana e União das Nações
Sul-Americanas.
O Camões I.P. continua a desempenhar um papel importante e influente na promoção e
difusão da Língua Portuguesa, quiçá mais relevante pela sua qualidade de organismo público
associado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, um elemento de unificação e aproximação
entre os países que o empregam como idioma oficial e que irredutivelmente terá uma maior
projeção futura entre as principais línguas mundiais. De igual modo, é investido à instituição
uma forte participação na definição das políticas linguísticas nacionais, particularmente
considerando que somente as populações de Portugal e do Brasil são classificadas como
integralmente falantes do Português e a sua salvaguarda e expansão integram os pontos
prioritários das suas agendas políticas internacionais. E se o Brasil e os Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa têm despertado um maior interesse global por este idioma, à força da
sua emergência económica no tecido empresarial e económico, Portugal terá de colaborar

15
Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, Relatório de Atividades do Camões, I.P. – 2012.
ativamente nesse fenómeno de globalização e sustentar a sua radicação europeia entre as línguas
mais influentes.
Quer em articulação com a Academia das Ciências de Lisboa, quer com o Instituto
Internacional da Língua Portuguesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o
intercâmbio linguístico e cultural proporcionado pelo Camões I.P. contribui para a execução de
uma política comum nesses domínios, a procura da conquista de um lugar para o idioma entre as
segundas e terceiras línguas noutros países fora da sua esfera histórico-cultural e a sua
divulgação mundial pelos mecanismos tradicionais e os cada vez mais decisivos da world wide
web. O mais recente exemplo será o da criação do portal “Fontes Linguísticas do Português”
com a Biblioteca Nacional de Portugal ou a escolha no vigente programa de apoio à edição de
autores de Língua Portuguesa para obras em alemão, italiano e turco. Sem olvidar a sua
representação na negociação e assinatura dos Acordos Culturais, estabelecendo programas de
cooperação cultural, educativa, desporto, juventude e comunicação social, que contemplam 77
países em todos os continentes ou até do apoio à associação comemorativa dos “8 Séculos da
Língua Portuguesa” no presente ano (2014).
Sobre os desafios nos novos horizontes para o Camões – Instituto da Cooperação e da
Língua, numa conjuntura interna pouco favorável a grandes investimentos públicos, outros
ensaios, propostas e projetos terão de ser concetualizados, desenvolvidos e implementados para
que a Língua Portuguesa atinja a influência mundial esperada para as próximas décadas. Um
primeiro passo consolidado foi o da afirmação da Lusofonia, um dos valores culturais mais
essenciais para a difusão e prestígio internacional deste idioma, promovendo a partilha das
vivências e de uma identidade cultural semelhante pela histórica diáspora portuguesa. O
próximo trecho será o de saber retirar proveito da crescente popularidade mundial da Língua e
Cultura Portuguesa, esboçando novas estratégias para a sua defesa e fomento global, que a
menoridade institucional deste organismo não permite ainda aferir plenamente os seus efeitos
futuros…

Referências bibliográficas

Alves, Luís Alberto/Araújo, Francisco Miguel (2014): “Rumos da internacionalização na


história da U.Porto”, en: Teixeira, Pedro (ed.): Percursos da internacionalização na
Universidade do Porto – uma visão centenária. Porto: U.Porto-Edições Centenário, 83-173.

Camões, Instituto da Cooperação e da Língua (2012), Relatório de Atividades do Camões, I.P.


<http://www.instituto-camoes.pt/planos-e-relatorios-de-atividades/planos-e-relatorios-de-
atividades> (14 agosto 2014).

Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, Camões, I.P. – Portugal – Ministério dos


Negócios Estrangeiros. <http://www.instituto-camoes.pt/>
Camões, Instituto da Cooperação e da Língua (2013), Relatório de Atividades do Camões, I.P.
<http://www.instituto-camoes.pt/planos-e-relatorios-de-atividades/planos-e-relatorios-de-
atividades> (14 agosto 2014).

Couto, Mia (2007): Língua portuguesa - cartão de identidade dos moçambicanos.


<http://www.ciberduvidas.com/lusofonias.php?rid=1279&template> (13 agosto 2014).

Guedes, Armando Marques (1998): “A identidade, a propaganda e o nacionalismo: o projecto


de leitorados de língua e cultura portuguesas, 1921-1997”, en: Lusotopie: des protestantismes
en "lusophonie catholique", 107-132.

Monteiro, Hernâni (1935): “A Junta de Educação Nacional. Sua história, seus fins, suas
realizações principais”, en: Anais da Faculdade de Sciências do Porto XX, 246-254.

Monteiro, Hernâni (1936): “A Junta de Educação Nacional. Sua história, seus fins, suas
realizações principais (continuação)”, en: Anais da Faculdade de Sciências do Porto XXI, 50-
64 e 122-128.

Ó, Jorge Ramos (1996): “Instituto de Alta Cultura”, en: Rosas, Fernando/ Brito, J. M. Brandão
de (ed.): Dicionário de História do Estado Novo I. Lisboa: Bertrand Editora 482-483.

Rollo, Maria Fernanda/Queiroz, Maria Inês/Brandão, Tiago/Salgueiro, Ângela (2012): Ciência,


Cultura e Língua em Portugal no século XX: da Junta de Educação Nacional ao Instituto
Camões. Lisboa: Instituto Camões/Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Rollo, Maria Fernanda/Queiroz, Maria Inês/Brandão, Tiago/Salgueiro, Ângela/Pereira, José


(2008): “Da Junta de Educação Nacional ao Instituto Camões”, en: Jornal de Letras 133,
suplemento 997.

Rollo, Maria Fernanda/Queiroz, Maria Inês/Brandão, Tiago/Salgueiro, Ângela/Pereira, José


(2009): “Da Junta de Educação Nacional ao Instituto Camões (2.ª parte)”, en: Jornal de Letras
134, suplemento 999.

Você também pode gostar