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A história humana sempre esteve pautada pela luta de classes, disputada de um lado
pela classe dominante e opressora e, de outro, pela classe oprimida e dominada. Nem
sempre este contraste é tão perceptível, estando muitas vezes camuflado nas entrelinhas
da história, mas sempre presente.
É evidente que este processo começa com a divisão da sociedade em grupos segregados
por classes ou condições sociais e, mesmo dentro dos níveis hierárquicos mais baixos,
como no caso dos servos da Roma Antiga, existiam subdivisões, aqueles a quem é
devido maior respeito e cuja voz deve ser ouvida por todos.
A evolução da burguesia ocorria a medida que evoluía o mercado mundial, puxada pela
extensão da indústria, comércio, navegação e vias férreas, e com ela, crescia também o
progresso político, onde os burgueses passaram a exercer sua soberania como
representantes modernos do Estado.
De acordo com Marx e Engels: “O governo moderno não é senão um comitê para gerir
os negócios comuns de toda a classe burguesa”.
Desde o princípio, só foi possível a existência da burguesia por conta de seu incessante
esforço na revolução dos meios produtivos, que destruíram as relações sociais. A
expansão mundial da indústria levou aquelas industrias nacionais, que antes produziam
com matéria prima local, à utilização de matérias vindas de toda parte do globo, e cujo
produto era consumido também globalmente, obrigando o mundo, com seu produto de
menor preço, a portar-se à sua semelhança.
Com os grandes centros urbanos, o homem do campo abandonou suas atividades rurais
e prostrou-se ao sistema produtivo revolucionário e que lhe pagaria miseravelmente por
boa parte das horas de seu dia e trabalho.
Para que a burguesia vença esta força que não cessa de se expandir, só há duas
maneiras: ou destruir boa parte das forças produtivas, ou conquistar novos mercados e
explorar ainda mais os antigos.
O proletariado nasce lutando contra a burguesia, inicialmente isolado, depois com outros
operários de uma mesma fábrica, depois com todos os operários de uma mesma
indústria, quebrando máquinas, destruindo mercadorias, queimando fábricas, buscando
reconquistar a posição perdida do artesão da Idade Média e defendendo seus salários.
Fundam associações permanentes para preparar-se para eventuais choques com a
burguesia. São poucas vitórias, mas cada vez maior a união dos trabalhadores. O
proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária, pois nada tem de seu a
salvaguardar, mas somente promover a degradação das garantias e seguranças da
propriedade privada existente até então. O mesmo não pode ser dito daquela fração da
burguesia que, devido à violência gerada pelo conflito de interesses entre os burgueses,
separam-se deste grupo.