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A BÍBLIA DE JERUSALÉM

Muitos perguntam, qual é a melhor versão bíblica. Existem muitas bíblias de estudo e com excelentes
rodapés, mas a melhor versão na minha opinião é a bíblia de Jerusalém. Não existe uma tradução fiel da
bíblia, por mais que se queira pelas diferenças linguisticas. O hebraico, idioma em que foi escrito o antigo
testamento é muito complexo, e existem palavras que não existem nos demais idiomas, então as bíblias
utilizam similares, como Elohim, por exemplo. Elohim tanto é traduzido como Deus, como deuses, anjos e
até juizes. Pois não tem nos demais idiomas e no hebraico, esta simples palavra tem diversos
significados. Já o novo testamento, apesar de termos os manuscritos em grego, nós não temos os
originais, isto é, os autógrafos. O manuscrito mais antigo de Marcos, por exemplo, não é o mesmo que o
próprio Marcos escreveu, mas uma cópia do livro de Marcos. E como existem várias cópias, elas diferem
entre sí. Não existem dois manuscritos iguais, pois sempre haverá palavras e expressões diferentes. Isto
se deve aos copistas, ou por erro ou por tendenciosidade.

A bíblia começou a ser escrita em hebraico, o antigo testamento. Depois tivemos a versão dos setenta, a
septuaginta, uma tradução para o grego do Tanakh, com erros diversos e a substituição de termos
hebraicos por termos gregos, como senhor. Depois tivemos a versão latina, a vulgata sendo a mais
popular, sendo uma péssima tradução do grego para o latim. Jerônimo, responsável pela tradução foi
quem colocou lucifer na profecia de Isaias 14 e chifres na cabeça de Moisés, tamanho era seu
desconhecimento linguistico. A Vulgata foi base de diversas traduções bíblicas, inclusive a de Lutero e a
ferreira de Almeida. A bíblia do rei James já foi uma tradução melhor, apesar de alguns erros de tradução.
As traduções do novo mundo dos testemunhas de Jeová, é considerada pelos teólogos uma das piores
em tradução, onde inclusive, substituem a proibição de ingerir sangue por transfusão. Ela prisma por não
conter os acréscimos, ou seja, não tem o que não tem nos textos gregos. As ferreiras de Almeida não tem
uma unidade, pois devido as divergências dos textos gregos, fizeram várias revisões e várias edições. O
ideal para quem estuda a bíblia é ter mais de uma versão e sempre consultar todas ou as que mais confia.
Mas no geral, a bíblia de Jerusalém é uma das melhores em tradução e rodapé. Apesar de ser católica, é
uma versão ecumênica, isto é, ela foi feita com a colaboração de católicos e protestantes nas traduções e
também contou com a ajuda de judeus ortodoxos.Portanto, é uma versão imparcial.

A Bíblia de Jerusalém apresenta um TEXTO com muitas revisões e novas opções textuais. Certos livros
(Miquéias, Eclesiástico, p. ex.) foram substancialmente remodelados. No Antigo Testamento há
considerável volta ao texto hebraico, deixando de lado versões preferidas anteriormente. Certos textos do
Novo Testamento também trazem uma tradução inteiramente nova (cf. p. ex. Filipenses 2,6-11).

Como conseqüência das novas opções de tradução do texto, as NOTAS também foram modificadas,
ampliadas ou substituídas. O volume de notas aumentou consideravelmente.

É visível a incorporação das novas pesquisas e estudos posteriores à edição do texto francês em 1973. As
INTRODUÇÕES apresentam novas opções que também estão refletidas nas notas. Isso se verifica
principalmente na visão da formação do Pentateuco. O evangelho de João, p. ex., mostra uma virada
hermenêutica total, que se pode constatar tanto na introdução como nas notas. Vários livros e conjuntos
literários receberam novas introduções, completamente diferentes das anteriores (p. ex.: Cântico,
Sinóticos, João, Hebreus etc.).

A Bíblia de Jerusalém é a edição brasileira (1981, com revisão e atualização na edição de 2002) da edição
francesa Bible de Jérusalem, que é assim chamada por ser fruto de estudos feitos pela Escola Bíblica de
Jerusalém, em francês: École Biblique de Jérusalem. De acordo com os informativos da Paulus Editora, a
edição revista e ampliada inclui as mais recentes atribuições das ciências bíblicas. A tradução segue
rigorosamente os originais, com a vantagem das introduções e notas científicas.

Essas notas diferenciais em relação às outras traduções prestam-se a ajudar o leitor nas referências
geográficas, históricas, literárias, etc. Suas introduções, notas, referências marginais, mapas, cronologia e
traduções de material elaborado pela Escola Bíblica de Jerusalém fazem dela uma ferramenta útil como
livro de consulta, para quem precisa usar passagens bíblicas como referência literária ou de citações.

Se para os cristãos e parte dos judeus a Bíblia foi escrita por homens sob inspiração divina, para um não-
cristão, um ateu ou um agnóstico, a Bíblia pode servir como referência literária, já que se trata de um dos
mais antigos conjuntos de livros da civilização.

Traduções da Escola Bíblica de Jerusalém

A Escola Bíblica de Jerusalém é o mais antigo centro de pesquisa bíblica e arqueológica da Terra Santa.
Foi fundada em 1890 pelo Padre Marie-Joseph Lagrange (1855-1938) sobre terras do convento dominicano
de St-Étienne à Jérusalem, convento fundado em 1882 sob o nome original de Escola Prática de Estudos
Bíblicos, título que sublinhava sua especificidade metodológica.

Quase sessenta anos depois, em 1956, foi publicada pela primeira vez, em francês, em um só volume, a
Bíblia da Escola de Jerusalém, contemplando uma tradução que levava em consideração o progresso das
ciências. Para tanto, foram convidados para a colaboração os mais diversos pesquisadores: historiadores,
arqueólogos, lexicógrafos, lingüistas, teólogos, exegetas, cientistas sociais, geógrafos e
cartógrafos. Atribui-se que foi a diversidade de colaboradoras que garantiu traduções acuradas, em temas
que cada qual conhecida com profundidade. Mas, em contrapartida, a Bíblia não tinha homogeneidade de
texto. Cada qual escrevia no seu estilo.

A próxima etapa, portanto, foi empreender esforços na harmonização do texto, trabalho terminado quase
duas décadas depois, em 1973, quando se publicou uma edição revisada, aí então já sob o título Bible de
Jérusalem, cuja primeira edição no Brasil chamou-se Bíblia de Jerusalém (1981, Paulus Editora). A revisão
francesa, de 1998, acabou gerando a nova edição brasileira (Nova Bíblia de Jerusalém), revista e
atualizada, pela mesma Paulus Editora, em 2002. Nesta tradução dos originais para a língua
portuguesa, também colaboraram exegetas católicos e protestantes.

Contextualização

Os exegetas apontam que o grande diferencial da Bíblia de Jerusalém é que, além da tradução dos
originais do hebraico, aramaico e grego, existe a contextualização histórica, dentro do ambiente físico,
ambiental e cultural relativo à época em que cada livro foi escrito. Trata-se de uma obra que representara a
união do monumento e do documento, de acordo com Lagrange, criador da Escola Bíblica de Jerusalém,
unindo assim a arqueologia, a crítica histórica e a exegese dos textos.

A Bíblia de Jerusalém é considerada atualmente, pela maioria dos lingüistas, como uma das melhores
Bíblias de estudo, aplicável não apenas ao trabalho de teólogos, religiosos e fiéis, mas também para
tradutores, pesquisadores, jornalistas e cientistas sociais, independente de serem católicos, protestantes,
ortodoxos ou judeus, ou mesmo de qualquer outra religião ou crença.

Sem dúvida, a Bíblia de Jerusalém é a preferida pelos acadêmicos ecumenicistas. Aliás, a própria Bíblia é
uma tradução ecumênica e imparcial. Parte de seus tradutores eram protestantes.

Por exemplo, o tradutor de Levítico, Números e Josué, Samuel Martins Barbosa, foi pastor da IPB, tendo
passado posteriormente para a IPUB (http://www.mackenzie.com.br/10188.html).
O tradutor de Juízes, 1 e 2 Samuel, Marcos e Tito, Jorge César Mota, foi pastor da IPB e capelão do
Mackenzie
(http://www.ultimato.com.br/pg=show_artigos&artigo=252&secMestre=194&sec=213&num_edicao=275)

Isaac Nicolau Salum (tradutor de Efésios, Filipenses e Colossenses) foi hinólogo e professor do Instituto
José Manuel da Conceição, mantido pela IPB e IPI até 1969 (http://jmc.org.br/sono.htm).

Em relação às Escrituras gregas, ela evidentemente usa o Texto Crítico e sempre faz comparações com o
texto receptus, e com as demais versões gregas, como o sinaiticus.

As notas de rodapé, os comentários e até as citações do quem não contém nos manuscritos gregos,
fazem desta bíblia realmente única. Passagens que não existem como 1Jo5,7-8 ou que foram alteradas
como Mt 28,19 ou que simplesmente não figuram nos melhores manuscritos gregos como João 8, são
sempre citadas imparcialmente em seus rodapés, fazendo um diferencial enorme desta bíblia para as
demais. Enfim, para quem estuda a bíblia e gosta da verdade, doa a quem doer, atualmente é com certeza,
uma das melhores versões bíblicas.

Outra versão igualmente diferente que corrige certos erros do grego é a versão peshitta, traduzida do
aramaico, onde vemos que alguns termos gregos foram revisados em sua época.

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