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Cap - Tulo2 - Fluidodin - Mica PDF
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Capítulo 2
Velocidade terminal
Coeficiente de Arraste
Efeito de população
Exercícios
Elutriação
Centrifugação
Separação eletromagnética
Exercícios
21
Fluidodinâmica da Partícula
Introdução - Muitas etapas de processos, especialmente as separações mecânicas, envolvem o
movimento de partículas sólidas, ou gotas de um líquido, através de um fluido - líquido ou gás -
escoando ou estagnado. São exemplos disto a remoção de pós e fumos do ar, ou de um gás de
chaminé, a remoção dos sólidos de líquidos residuais antes de sua descarga nos sistemas públicos
de drenagem, ou ainda a recuperação da névoa ácida do gás perdido numa planta industrial de
produção de ácido.
Dinâmica da Partícula Sólida em Suspensão - Para que uma partícula se desloque através de um
fluido, é necessário que exista uma diferença de densidade entre a partícula e o fluido e, obviamente,
que uma força externa atue sobre o sistema proporcionando o movimento relativo sólido-fluido. A
força externa normalmente é a gravitacional, mas, quando a partícula é muito pequena, tornando a
gravidade ineficaz para movê-la através do fluido, aplica-se uma força centrífuga. Quanto maior a
diferença de densidades, mais eficaz o processo. Se o fluido e a partícula têm densidades iguais, o
empuxo causado por sua imersão será igual à força externa, e ela não se moverá através do fluido.
Pelo menos três forças atuam sobre uma partícula submersa num fluido:
Em princípio, a direção do movimento da partícula em relação ao fluido pode não ser paralela
à direção das forças externa e de empuxo; então a força de arraste faz um ângulo com as outras
duas. Neste caso, a força de arraste deverá ser decomposta em componentes, resultando um
escoamento bidirecional, complicando o tratamento da mecânica do escoamento da partícula. Na
literatura existem equações disponíveis para o movimento bidirecional, mas aqui consideraremos
apenas o movimento unidirecional, onde as linhas de ação de todas as forças que atuam sobre a
partícula são colineares.
Considere uma partícula de massa m, movendo-se através de um fluido sob ação de uma força
externa FE. Sejam U a velocidade relativa, FB o empuxo sobre a partícula e FD a força de arraste. A
força resultante sobre a partícula será:
∑F i = FE − FB − FD
22
dv dv
∑F i =m
dt
ou m
dt
= FE − FB − FD
A força externa é dada pela Lei de Newton: FE = maE onde aE é a aceleração externa (gravitacional
ou centrífuga) que atua sobre a partícula. A força de empuxo, pelo princípio de Archimedes, é igual
ao peso do volume de fluido deslocado pela partícula. O volume da partícula é ( m /ρS ) e é igual ao
volume de fluido deslocado. Logo, a massa de fluido deslocado é:
m
mF = .ρ
ρS
e, portanto, a força de empuxo será:
ρ
FB = m aE (2.3)
ρS
a força de arraste é dada por:
AP CD ρU 2
FD = (2.4)
2
onde CD é o coeficiente de arraste, adimensional, AP é a área projetada da partícula, medida na
direção perpendicular à direção do escoamento e U é a velocidade relativa sólido-fluido, ou seja, U =
u - v. Substituindo esses valores, obtém-se a equação do movimento para a partícula sólida
submersa num fluido:
2
dv ρ ApρCDU
m = maE − m aE − (2.5)
dt ρS 2
Simplificando,
2
ρS − ρF ApρCDU
dv
= aE − (2.6)
dt
ρS
2.m
a) equação do movimento da partícula no campo gravitacional:
Sob ação do campo gravitacional, a aceleração externa aE é a aceleração da gravidade, g = 981
cm/s2 e a equação 2-6 torna-se
dv (ρS − ρF )g 1 APρCDU 2
= − (2.6 - a)
dt ρS 2 m
b) equação do movimento sob campo centrífugo:
Uma força centrífuga aparece sempre que a direção do movimento da partícula é mudada. A
aceleração centrífuga, no movimento circular, é aE = r ω2 , sendo r o vetor posição e ω a aceleração
angular (radianos/segundo). Substituindo na equação 2-6,
dv
= rω 2
(ρS − ρ) − 1 APCDρU 2 (2.6 - b)
dt ρ 2 m
23
2 g (ρs − ρ )m
vt = (2.7)
AP ρs CDρ
2r (ρs − ρ )m
vt = ω (2.8)
APCDρsρ
Coeficiente de Arraste
O uso das equações anteriores requer que sejam estimados valores numéricos para o
coeficiente de arraste, CD. O gráfico da Figura 1 mostra a curva experimental do coeficiente de
arraste em função do número de Reynolds, Re, para esferas.
Para partículas não esféricas, são obtidas curvas para cada forma diferente de partícula, em
função da esfericidade. Essas curvas, na prática, aplicam-se somente para uma orientação
especificada da partícula. Partículas não esféricas, em queda livre, têm sua orientação
constantemente alterada, consumindo energia e aumentando o arraste efetivo sobre a partícula,
fazendo com que o coeficiente de atrito, CD, seja maior que no escoamento do fluido ao redor de uma
24
No tratamento a seguir as partículas serão consideradas esféricas, pois uma vez conhecido o
coeficiente de arraste para o movimento livre desta espécie, os mesmos princípios aplicam-se a
quaisquer formas.(Pettyjohn and Christiansen: Chem. Eng. Prog., 48:157(1948))
Quando as partículas estão a uma distância suficiente das paredes do recipiente e de outras
partículas, de modo que seu movimento não seja afetado por elas, o processo é chamado
sedimentação livre. Se o movimento da partícula é impedido por outras partículas, o que fatalmente
ocorrerá quando as partículas estão próximas umas das outras, mesmo que não em trajetórias
colidentes, o processo é chamado sedimentação retardada (ou impedida). O coeficiente de arraste na
sedimentação retardada é maior que na sedimentação desimpedida.
Quando as partículas são de tamanho muito reduzido (2 -3 µm) aparece o efeito do movimento
Browniano, que é um movimento aleatório provocado pelo choque da partícula com moléculas do
fluido que a cerca. Esse efeito predomina sobre a força da gravidade em partículas de 0,1µm ou
menores. O movimento randômico da partícula tende a suprimir o efeito da força externa e o seu
deslocamento pode não ocorrer. A aplicação de uma força centrífuga reduz o efeito relativo ao
movimento Browniano.
Se a partícula é uma esfera de diâmetro DP, sua massa é obtida do produto da densidade pelo
volume, ou
πDp3 πDP2
m= ρS e AP =
6 4
Substituindo m e DP na equação 2-7
dv
= aE
(ρS − ρ) − 3 CD.vtρ ( 2.9 )
dt ρS 4 ρS.DP
aE
(ρs − ρ) = 3 CD.vt2
ρ 4 DP
Na velocidade terminal, a partícula não tem aceleração, então (dv/dt) = 0, e
O coeficiente de arraste gerado pelo movimento relativo entre o fluido e uma esfera sólida
movendo-se sob ação da gravidade será, portanto,
4 g (ρS − ρF )DP
CD = ( 2.10 )
3 ρ.vT 2
25
A equação acima não permite a estimativa direta da velocidade terminal uma vez que o
coeficiente de arraste é uma função do número de Reynolds, CD = ƒ(Re), que por sua vez é função
direta da velocidade e do tamanho da partícula Re = ƒ (ρ, Dp, vT, µ-1). Este problema pode ser
contornado pela utilização de métodos gráficos ou analíticos, conforme descreveremos a seguir.
4 Dp(ρs − ρ )g
CD = Eq. 2.10
3 ρ.vT 2
Aplicando as propriedades do logaritmo à equação,
4(ρs − ρ )gDp
log CD = log − 2 log(vt )
3ρ
Podemos eliminar vt na expressão acima, tomando o logaritmo do número de Reynolds
correspondente à velocidade terminal:
Dp ρ
log Re = log + log(vt )
µ
e assim,
4 Dp 3(ρs − ρ )ρg
log CD = −2 log Re+ log
3µ 2
26
4 g (ρs − ρ )ρDp3 3µ 2 . Como a expressão não contém vt., é possível determinar-se a velocidade
terminal traçando a reta definida por estes pontos no Gráfico “CD x Re” . A perpendicular ao eixo das
abscissas, traçada a partir da interseção desta reta com a curva de esfericidade apropriada, dará o
valor numérico do número de Reynolds correspondente à velocidade terminal desta partícula de
tamanho conhecido (veja a Figura 2). Conhecido o número de Reynolds, se determina então vt.
Por procedimento análogo se obtém uma expressão independente do tamanho da partícula, Dp.
A equação é:
4 g (ρs − ρ )µ
log CD = log Re+ log
3ρ2v
3
A expressão acima corresponde também a equação de uma reta, de inclinação +1, passando
pelo ponto “Re = 1” e “CD = 4 g (ρs − ρ )µ 3ρ2v 3 ”. A interseção desta reta com a curva de esfericidade
adequada dará o número de Reynolds na velocidade terminal, a partir do qual se obtém Dp.
Apesar da relação “CD x R e ” na Figura 2 ser uma curva contínua, para simplificar
os cálculos, ela pode ser substituída por três linhas retas sem perda considerável na
27
precisão[McCabe-Smith, 1976]. Cada uma dessas linhas cobre uma faixa definida de
números de Reynolds, como mostrado pelas linhas tracejadas na Figura 2-3
As equações para as linhas retas e as faixas do número de Reynolds onde cada uma se
aplica, são:
24
Região de Stokes: Re < 2 CD =
Re
FD = 3πµvtDp
aE (ρs − ρ )Dp
vt =
18µ
18
CD =
Re 0,6
CD = 0,44
FD = 0,55π(vtDp )2ρ
ae(ρs − ρ )Dp 1 / 2
vt = 1,75
ρ
aE (ρS − ρ)ρ
K = Dp 3
µ2
Então, da equação anterior,
K3
Re = para Re = 2, K = 3 36 = 3,3
18
Procedendo de modo análogo para a região onde vale a lei de Newton, obtém-se
Re = 1,74K1, 5. Fazendo Re = 500 (limite inferior da região) e resolvendo, dá K = 43,6.
Então, se K é maior que 3,3 e menor que 43,6, o escoamento ocorre na região
intermediária. Se o valor de K está compreendido entre 43,6 e 2.360 a Lei de Newton é
válida. Quando K é maior que 2.360, o coeficiente de arraste pode mudar abruptamente
com pequenas mudanças na velocidade do fluido. Sob essas condições a velocidade
terminal é calculada da equação 2-10, estimando-se o valor de CD na Figura 3.
EXEMPLO - Gotas de óleo de 15 µm de diâmetro devem ser separadas de sua mistura com
ar, por sedimentação. a massa específica do óleo é 0,90, e o ar está a 70 ºF (21,1 ºC) e 1
atm. O tempo de sedimentação disponível é de 1 minuto. Que altura deverá ter a câmara para
permitir a sedimentação dessas partículas? (McCabe-Smith, exemplo 7.1, p.156).
SOLUÇÃO - Os efeitos do fluxo dentro das gotas e o período inicial de aceleração são
desprezados. Além disso, a densidade do ar é muito pequena em comparação com a das
gotas de modo que ρp pode ser usada em lugar de (ρP - ρ). A densidade do ar a 70 ºF e 1
atm. é 0,018 cP (0,018 x 6,72 x 10-4) = 1,21 x 10-5 lb/ft-s. A densidade das partículas é
(0.90 x 62,37) = 56,1 lb/ft3
32,17 x56,1x0,075
K = 4 ,92 x10 − 5 3 = 0 ,479
( 1,21 )2x10 -10
29
O movimento das gotas está bem dentro da região da lei de Stokes, então:
aE (ρs − ρ )Dp
vt =
18µ
DP2 ρ 2g
Ga =
µ2
Como se pode ver, esse grupo adimensional independe da velocidade terminal, vt.
REGIME NGa
Laminar < 60
CD 4 DP (ρS − ρ )g µ
= .
Re 3ρvt 2
ρ.DP.vt
CD 4 µ(ρS − ρ )aE
= ( 2.12 )
Re 3 ρ2U 3
30
REGIME NGa
A equação 11 pode ser usada para o cálculo de vt, pois CDRe2 não inclui esta
variável; já a equação 12 deve ser utilizada no cálculo de Dp já que o adimensional CD/Re
independe do diâmetro. Em ambos os casos, vt e Dp são obtidos a partir do número de
Reynolds (Tabelas 1 a 4; gráficos 2 e 3)
Tabela I - Partícula esférica isolada; correlações de Coelho & Massarani (1996) com
base nos dados de Lapple & Shepherd (1940) e Pettyjohn & Christiansen
(1948).
Re < 5x104
Descrição n Valor médio e desvio
padrão
24 n n (Re ) exp = 1,00 ± 0,09
CD = + 0,43 n
Re
0,63 (Re )cor
CD Re 2 − n CD Re 2 − n 2 − 1 n (Re ) exp = 1,00 ± 0,06
Re = + 0,95 (Re )cor
24 0,43
24 n 2 0,43 n 1 n (CD )exp = 1,00 ± 0,09
Re = + 0,88 (CD )cor
CD Re CD Re
onde
Tabela 2 - Partícula isométrica isolada: correlações de Coelho & Massarani (1966) com
base nos dados de Pettyjohn & Christiansen (1948)
Onde:
DPUρF 4 ρF (ρS − ρF )aEDP3 CD 4 (ρS − ρF )µ.aE
Re = , CD Re =2
, =
µ 3 µ2 Re 3 ρF2 U 3
φ
K 1 = 0,843 log 10 e K 2 = 5,31 − 4,88φ
0,065
0,65 < φ ≤ 1
Variável a ser Regime de Stokes Regime de Newton
estimada Re < 0,5 103 < Re < 5 x 104
24
CD K 1 Re K2
4(ρS − ρF )aEDP
U K 1aE (ρS − ρF )DP 2
3ρK 2
18µ
18µU 3K 2 ρFU 2
DP K1 (ρS − ρF )aE 4(ρS − ρ )aE
vT DP
Dpv∞ρ kP = e β=
Re ∞ = v∞ Dt
µ
< 0,1 1− β 4
kP =
(Francis, 1933) 1 − 0,475β
10
0,1 − 103 kP =
1 + A Re ∞B
A = 8,91e 2, 79β, B = 1,17 x10 − 3 − 0,281β
>103 kP = 1 − β 3 2
(Francis, 1933)
φ
K 1 = 0,843 log 10 , K 2 = 5,31 − 4,88φ
0,065
vt = vt∞ε n
33
Re∞ n
< 0,2 4,65
0,2 − 1 4,4 Re∞-0,03
1-500 4,4 Re∞-0,1
> 500 2,4
Para sistemas de baixa porosidade a velocidade terminal pode ser calculada com
auxílio do Gráfico mostrado na figura abaixo (Massarani, 1979, p.57):
ρSUSP = ερ + (1 − ε )ρ S e
(ρS − ρSUSP ) = ε(ρS − ρ) ( 2.14 )
101,82 (1− ε )
µSUSP =µ ( 2.15 )
ε
Substituindo (14) e (15) em (13), vem:
ε 2 DP2 (ρS − ρ )g
vSUSP = 10 − 1,82 (1 − ε ) ( 2.16 )
18µ
ϕP = e −4,19 (1− ε )
Utilizando este fator de correção, a velocidade terminal de uma suspensão de
partículas esféricas, em regime laminar, será dada por:
aE.ρm(ρS − ρm )ϕp 2 1 3
K = DP ≤ 3,3
µ2
Finalidade:
• Promover a separação de partículas suspensas em fluidos (ou, inversamente, mantê-
las em suspensão), para vazões definidas em função da capacidade de produção
fixada
35
PARTE DOIS
4 g ρs − ρ DA 4 g ρs − ρ DB DA ρB ρ CD A
=
3 CD A ρ 3 CD B ρ DB ρA ρ CD B
36
Sejam dois materiais A e B, sendo A mais denso que B. Se a faixa de tamanhos for
grande, é possível que a velocidade terminal das maiores partículas de B sejam
superiores às das menores partículas de A. Ocorrendo isto, evidentemente a separação não
será completa. O intervalo de separação possível (razão de separação) pode ser determinado
à partir da relação entre as dimensões das partículas de A e B que têm mesma velocidade
terminal. Então, igualando as velocidades terminais de A e B,
DA ρB − ρ 24µDB ρvB
=
DB ρA − ρ 24µDAρvA
Ocorrem dois casos extremos: a) No regime laminar, (para baixos valores do número de
Reynolds), CD = 24/ Re. Substituindo e simplificando a expressão resultante, temos:
0.5
DA ρB − ρ
=
DB ρA − ρ
n
DA ρB − ρ
>
DB ρA − ρ
ρ
ρ ρ
EXEMPLO: Uma mistura de galena (densidade 7.500 kg/m3) e sílica (densidade 2.650 kg/m3),
deve ser separada por Elutriação. A mistura tem dimensões entre 0,7 e 0,8mm.
Admitindo que a esfericidade de ambos os materiais é a mesma e igual a 0,806,
determine:
a) Qual a velocidade da água para se ter como produto a galena pura (admitir
sedimentação livre a 20ºC. viscosidade = 0,001 N.s/m2).
componente x:
A
= P ρP F x + ρF −v D ux − vx
como a gravidade não tem componente no eixo x, o primeiro termo do lado direito da
igualdade se anula e, para que a expressão seja verdadeira é necessário que ux = vx ,
isto é, a componente da velocidade do fluido é igual à componente da velocidade da
partícula, na direção x.
componente Y
38
A
0 = VP ρP − ρF gy + ρF u − v CD uy − vy
2
u−v = ux − vx 2 + uy − vy 2
u−v = − vy 2
= vy = vt
2Vp ρp − ρ g
vy = vt =
ρApCD
L
t=
u
Q
onde u é a velocidade média do fluido entre as placas, relativa à vazão Q. ( u = ).
HB
H
t=
vt
39
Para a partícula ser coletada, estes tempos devem ser iguais. Igualando-se as
expressões, obtemos a equação para o cálculo da velocidade terminal da partícula de
diâmetro crítico:
Hu
vt =
L
Como nos interessa o diâmetro dessa partícula, podemos estimá-lo através do grupo
CD / Re ou com auxílio do gráfico CD x Re. A velocidade pode também ser dada em
função da vazão, como:
Q Q
vt = =
BL Aproj
18 µHu 18 µHQ
D= ≡ sendo V = HBL
ρS − ρ gL ρS − ρ gV
EXEMPLO: Uma suspensão diluída de cal em água, contém areia como produto indesejável.
Determinar a capacidade da unidade abaixo esquematizada para a separação completa da
areia (m3 suspensão /h). Não há efeito de população pois a suspensão é bem diluída. Determine
também a percentagem de cal perdida na separação.
DADOS: Faixa granulométrica da areia = 70 < Da < 250 µm
Para a cal: esfericidade = 0,80; densidade = 2,2 g/cm3
Para a areia: esfericidade = 0,7; densidade = 2,6 g/cm3
Temperatura de operação = 30ºC
Dp(µm) 20 30 40 50 60 70 80 100
% < Dp 15 28 48 54 64 72 78 88
(G.Massarani, Problemas em Sistemas Particulados IV, Publicação Didática-PDD 03/82, COPPE/UFRJ, p.17,
1982)
40
SOLUÇÃO:
Hu
Diâmetro crítico da areia = 0,70µm vt =
L
2 4 ρS − ρ ρgDP 2
CD Re = = 7 ,18 ⇒ Re = 0,12
3 µ2
Re .µ
vt = = 0,17cm / s
ρDp
Lvt
u= = 2,27cm / s
H
Qual o diâmetro da partícula que sedimenta com velocidade terminal de 0,17 cm/s? A
determinação pode ser feita com auxílio do gráfico CD / Re x Re:
CD 4 ρS − ρ gµ
= = 3.195 ⇒ Re = 0,11
Re 3 ρ2vt3
Re µ
Dp = = 6,47 x10 − 3cm = 64µm
ρvt
100.00
% < Dp 88.0
80.00
78.0
72.0
64.0
60.00
54.0
48.0
40.00
28.0
20.00
15.0
0.00
20.0 30.00 40.0 50.00 60.0 70.00 80.0 90.00 100.0
20.00 40.00 60.00
Dp 80.00 100.00
ur = 0
uθ = r Ω
ac.tan gencial = aθ = 0
a=
ac.radial = ar = vθ 2 r
desprezando a aceleração da partícula e substituindo os valores acima, resulta para a
equação do movimento:
componente tangencial:
A
0 = V ρS − ρ aθ +
ρ u − v CD uθ − vθ
2
da expressão se conclui que: uθ = vθ = rΩ
42
componente radial:
A
0 = V ρS − ρ ar + ρ u − v CD ur − vr
2
u−v = uθ − vθ 2 + uθ − vθ 2
= vr
2V ρS − ρ rΩ2
vr = vt =
ρACD
2V ρS − ρ r
vter min al = Ω = vradial
ρACD
Bc / Dc 0,25
De / Dc 0,50
Hc / Dc 0,50
Lc / Dc 2,00
Sc / Dc 0,13
Zc / Dc 2,00
Jc / Dc 0,25
A queda de pressão, na qual o ciclone é projetado para operar, pode variar em até
20 vezes a pressão cinética inicial. Nos ciclone do tipo Lapple, a queda de pressão é
∆p = 4ρu 2
Va Bc 2
=
Q ρs − ρ Dpc2 ae 18µ
u = rΩ
2πNe
e que Ω=
Vs / Q
44
9 µBc
Dpc =
2 πNe ρs − ρ u
Dpc µDc
= 0 ,095
Dc Q ρS - ρ
Q 8Q
u= =
BcHc Dc 2
Dpc µDc
=K
Dc Q ρS - ρ
EXEMPLO: Estimar a bateria de ciclones Lapple (ciclones iguais, em paralelo) para operar
com 3500 ft3/ min de ar (520ºC, 1 atm) contando cinzas de carvão. A eficiência global de
coleta deve ser da ordem de 85%. A densidade das partículas sólidas é ρs = 2,3 g/cm3. A
análise granulométrica dos sólidos é a seguinte:
45
D(µm) 5 10 15 20 30 40
100X 12 27 48 63 80 88
SOLUÇÃO Pode-se verificar que a análise granulométrica pode ser representada pelo
modelo log-normal, com D50 = 15,5 e σ = 2,3.
Dpc µDc
= 0 ,095
Dc Q ρS - ρ
resultando Dc = 30cm e u = 48,6 ft/s (dentro da faixa recomendada). A queda de pressão na
bateria é de 3,9 cm de coluna de água e, portanto, a potência do soprador pode ser estimada
em 1,5 HP.
46
HIDROCICLONE
L / Dc 5 - 3,8
θ 10 - 20º 9º 22º
47
Dpc µDc
= 0 ,056 e4c
Dc Q ρS - ρ
Para o hidrociclone CBV-DEMCO, a equação fica
∆p = αQ 2
psi
α=
(l min)2
D D
η=
| 0 ,5
D50
NA FAIXA 0,1 <
D50
< 2
|| 1 PARA
D
D50
< 2
Entretanto, não há uma separação nítida, ou seja, uma determinada dimensão tal
que as partículas maiores saiam no underflow e as menores no overflow, mas há sempre
uma determinada classe de partículas, isto é, um determinado tamanho tais que 50%
delas saem pelo underflow e os outros 50% pelo overflow: é o tamanho cinqüenta por
cento, ou diâmetro de corte, convencionalmente denotado d50 ou Dpc
Uma maneira simples de determinar este ponto d50 é traçar as curvas das
percentagens simples, tomadas em relação à alimentação: retidas versus tamanhos,
traçando-se uma curva para o underflow e outra para o overflow. A interseção das duas
curvas dá o tamanho da partícula de corte, d50:
Nos ciclones que usam como fluido um meio denso, a separação se dá em função
da massa dos sólidos e não do seu tamanho. A densidade de separação é tomada
convencionalmente como aquela que corresponde à descarga de 50% no underflow e
50% no overflow. Uma característica dos ciclones separadores é o ângulo do cone, que
atinge até 60º.
Pressão de alimentação
Exemplo
Dpc µDc
= 0 ,056 exp(4c)
Dc Q ρS - ρ
D D
η=
|05
D50
para 0,1 <
D50
< 2
| 1 para
D
D50
< 2
a) Especificar a bateria de ciclones CBV 4H (Dc = 4”) para operar com 4.800 l/min de
suspensão de minério de ferro (ρs = 4,9 g/cm3) com uma concentração de 20% em peso
de sólidos. Queda de pressão = 35 psi; Temperatura = 30ºC.
∆P(psi) 20 25 30 35 40 45 50
20
4,9
c= = 0,05
20 80
+
4,9 1
4800
n= = 16 hidrociclones
300
Dpc µDc
= 0 ,056 exp(4c)
Dc Q ρS - ρ
Dpc = 14,1µm
52
Com os dados da tabela, traça-se o gráfico “ηi x fração > D” e a eficiência global
η é obtida por integração gráfica (dada pela ordenada tal que a área a seja igual a
área b)
20 0,560 1,42 1
30 0,340 2,13 1
40 0,200 2,84 1
50 0,090 3,55 1
60 0,020 4,25 1
70 0,000 4,46 1
II.2-2 CENTRÍFUGAS
com sólidos até uma taxa de 50 ton./h. São construídos com diâmetros variando entre 4
e 54 polegadas. Estas máquinas podem ser utilizadas como classificadores, ajustando-se
as taxas de alimentação e velocidade do vaso de modo que as partículas pequenas não
tenham tempo de sedimentar e saiam com o filtrado. A Centrífuga decantadora provoca
forças centrífugas 3.000 vezes maior que a da gravidade, com velocidades que vão até
6.000 rpm, permitindo efetuar separações de partículas na faixa de 1 mícron.
Cálculos da Centrifugação
2r ρs − ρ m
vt = vR Ω
AρCD ρS
Vamos agora estabelecer a relação entre o
diâmetro de corte, Dpc e as propriedades físicas do
sistema sólido-fluido, as dimensões do equipamento e as
condições de operação. Seja a centrífuga decantadora
tubular mostrada na figura abaixo. As hipóteses de cálculo
são:
π R 2 − R12 = π R1 2 − R02
e portanto,
R 2 − R02
R1 =
2
b) Prevalece o regime de Stokes
L L
t= =
u Q
π R − R 02
2
54
R R 2 − R 02
Combinando as expressões para o tempo e fazendo ln = 2 , resulta
R1 3R + R 02
para o diâmetro de corte Dpc:
18 µ R
t= ln
Q = 2(vt)Σ k 1Ω ρS - ρ Dpc
2 2
R1
por 2g, vem:
0,5
18 µQ
Dpc =
k1Ω ρs − ρ πL 3 R 2 + R02
2
πLΩ2
Σ= 3 R 2 + R02
2g
Q Q
=
Σ 1 Σ 2
Separação líquido-líquido
rf rf rf
dF aE .dm
∫Ri dP = ∫ri A = ∫ri A
dm = ρ (2π r L) dr
rf rf rf
(rΩ 2)2πrLdr
∫ri dP = ∫ri 2πrL = ∫ri ρΩ2rdr
ρΩ 2 2
P= (rf − ri 2 )
2
ρPΩ 2 2
PP = (r 2 − r 4 2)
2
ρLΩ 2 2
para a fase leve: PL = (r 2 − r1 2) = PP
2
56
ρL (r 2 2 − r 4 2)
=
ρP (r 2 2 − r1 )
2
Portanto, para haver a separação das fases a interface deve estar num raio menor que r3
e maior que o raio do topo da superfície do líquido pesado à jusante do vertedor, ou
seja: r4 < r2 < r3.
Exemplo:
ρL (r 2 2 − r 4 2) 0,92 r 22 − 0,512
Solução: = =
ρP (r 2 2 − r1 )
2
0,98 r 22 − 0,50 2
r22 = 0,426
Rolos - São fabricados em aço carbono ou inox, com diâmetro variável de 15 a 30 cm. Os
rolos são montados sobre rolamentos superdimensionados, protegidos contra o
pó, com rotação variável de 50 até 400 rpm. O rolo e a armação são ligados à
terra evitando qualquer descarga elétrica.
Eletrodos - Em número de três para cada rolo, são fabricados com tubo de alumínio,
possuindo regulagem de posicionamento. O eletrodo dinâmico possui um fio de
tungstênio montado ao longo do tubo, trabalhando com corrente contínua, em
conjunto com o estático.
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Todos estes eletrodos são montados sobre material isolante, evitando qualquer
descarga direta na armação.
Operação
A superfície das partículas deve ser limpa, sem pó, o que exige às vezes lavagens
anteriores à separação eletromagnética. O estado da superfície contaminada pode ser
modificado com uma simples lavagem de água limpa ou por reações químicas,
empregando vapores de ácidos e outros produtos.
Outros fatores importantes que afetam uma boa separação são: a) o diâmetro dos
rolos usados; b) a velocidade dos rolos; c) o número de passes; d) a alimentação e a
posição dos divisores reguláveis sobre as moegas de coleta.
Principais aplicações:
Concentração de Vermiculita
Limpeza de carvão.
EXERCÍCIOS
a) A capacidade do conjunto
Resposta
Estimar o teor de cinzas do concentrado de carvão (overflow) que deve ser alcançado
numa bateria de hidrociclone em paralelo de 2 in de diâmetro, nas configurações (a)
Bradley e (b) Rietema, operando a uma queda de pressão de 45 psi. Fornecer também
a capacidade de cada hidrociclone.
Resposta:
(overflow/alimentação)