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Fichamento

É uma das fases da Pesquisa Bibliográfica, seu objetivo é facilitar o desenvolvimento das
atividades acadêmicas e profissionais. Pode ser utilizado para:

 Identificar as obras;
 Conhecer seu conteúdo;
 Fazer citações;
 Analisar o material;
 Elaborar a crítica;
 Auxiliar e embasar a produção de textos;

Classificação de Fichamento:

1. FICHAMENTO TEXTUAL - é o que capta a estrutura do texto, percorrendo a


seqüência do pensamento do autor e destacando: idéias principais e secundárias;
argumentos, justificações, exemplos, fatos etc., ligados às idéias principais. Traz, de
forma racionalmente visualizável - em itens e de preferência incluindo esquemas,
diagramas ou quadro sinóptico - uma espécie de “radiografia” do texto.

2. FICHAMENTO TEMÁTICO - reúne elementos relevantes (conceitos, fatos, idéias,


informações) do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo, com título e
subtítulos destacados. Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu
resumo, ou, ainda, no registro de idéias, segundo a visão do leitor. As transcrições
literais devem vir entre aspas e com indicação completa da fonte (autor, título da
obra, cidade, editora, data, página). As que contêm apenas uma síntese das idéias
dispensam as aspas, mas exigem a indicação completa da fonte. As que trazem
simplesmente idéias pessoais não exigem qualquer indicação.

3. FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO - consiste em resenha ou comentário que dê idéia


do que trata a obra, sempre com indicação completa da fonte. Pode ser feito também
a respeito de artigos ou capítulos isolados, a arquivado segundo o tema ou a área de
estudo. O Fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática e
representa um importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores.

O fichamento consiste em armazenar em fichas informações relevantes para a pesquisa.


Ao conjunto de fichas denominamos arquivo.
Este trabalho pressupõe a anotação. Anotação é um procedimento de seleção de dados
para futura utilização. Uma das características marcantes de uma anotação adequada é
permitirem a redação. Deste modo, elas não podem ser sintéticas demais, a ponto de
serem incompreensíveis. Muitas vezes queremos reduzir a informação e usamos
códigos que não são lembrados posteriormente, inviabilizando a escritura a partir
deles.
As notas podem ser:

Corridas quando são registrados apenas as palavras-chave.

Esquemáticas quando se reproduz a ordenação hierárquica das partes.

Resumitivas quando se tentam a condensação do conteúdo.

As fichas compreendem: cabeçalho, corpo da ficha e referências bibliográficas. O


cabeçalho engloba título genérico ou específico e letra indicativa da seqüência das
fichas se for utilizada mais de uma. O corpo da ficha engloba as informações
propriamente ditas. A referência equivale à indicação da fonte bibliográfica do material.
Outro elemento de informação é a fonte, ou seja, a indicação da procedência do
material.

Para tornar o uso da biblioteca mais produtivo, apresenta-se um método para tomar
notas:
Antes de começar a tomar nota, folhear a fonte de referência. É básica uma visão do
conjunto antes de se poder decidir o material a ser recolhido e usado.
Manter em cada ficha um tema ou título determinado. Colocar o tema na parte superior
da ficha e, na parte inferior fazer a citação bibliográfica completa.
Incluir somente um tema am cada ficha e, se as notas são extensas, usar várias fichas
numeradas consecutivamente.
Antes de guardá-las, ter a certeza de que as fichas estão completas e são compreendidas
com facilidade.

As clássicas fichas de cartolina têm perdido espaço para programas de computador que
garantem economia de trabalho e tempo. A vantagem de se fichar o conteúdo em
computador é a facilidade de transposição delas para o texto. Basta digitar o dado a ser
anotado para um arquivo de documento e copiá-lo e colá-lo ao texto do pesquisador
quando for conveniente. Além disto, qualquer arquivo de documento pode ser impresso
e catalogado como se fosse uma ficha comum.

No fichamento as leituras realizadas numa pesquisa bibliográfica devem ser


registradas, documentadas, através de anotações, que permitem a apreensão das idéias
fundamentais de cada texto. Esta é a fase mais demorada da pesquisa, pois as
anotações devem ser feitas somente após a compreensão e apreensão das idéias
contidas no texto.Não se pode sublinhar um livro pertencente à biblioteca; portanto, as
anotações serão feitas em folhas avulsas, depois lidas, selecionadas para serem
transcritas em fichas.
O fichário é um excelente instrumento de trabalho. Constitui-se na tomada de
apontamentos. É o meio pelo qual o pesquisador retem o material levantado.
As anotações em fichas compreenderão resumos, análises, transcrições de trechos,
interpretações, esquemas, idéias fundamentais expostas pelos autores, tipos de
raciocínio etc.
Como a ficha é de fácil manuseio, agiliza a ordenação do assunto, ocupa pouco espaço e
pode ser transportada sem problema, possibilitando não só o ordenamento do material,
mas também sua seleção.
Para o pesquisador, a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível. Que permite:
a) Identificar as obras;
b) Conhecer seu conteúdo
c) Fazer citações;
d) Analisar o material;
e) Elaborar críticas.

1. COMPOSIÇÃO DAS FICHAS:


As fichas são elaboradas com base em retângulos de cartão pautado, especialmente
fabricado para esse fim. Há tamanhos universalmente definidos para as fichas, que são:
Tipo grande 12,5 x 12,5 cm
Tipo médio 10,5 x 15,5 cm
Tipo pequeno 7,5 x 12,5 cm

Também é possível confeccionar as fichas eletronicamente. Para tanto, basta dispor de


um programa de processamento de textos ou de um banco de dados.
As fichas tanto,bibliográficas quanto de apontamentos compreendem três partes
principais: cabeçalho, referência bibliográfica e texto.

2. TIPOS DE FICHAS:

Para cada objetivo ou assunto abre-se uma ficha específica, que obedecerá uma ordem
numérica ou alfabética.Na ficha consta:
a) título geral (tema ou área de concentração da pesquisa);
b) título específico ( título de capítulo ou subtítulo de capítulo);
c) código de ordem de fichamento (numérica ou alfabética);
d) referência bibliográfica (conforme normas da ABNT)

De acordo com o conteúdo as fichas podem ser:


2.1 Fichas bibliográficas: comentário de toda obra, de modo resumido, indicando o
pensamento do autor e concluindo com um comentário pessoal. Recomenda-se ser
breve, utilizar verbos ativos (ex: analisa, contém, critica, define, descreve, apresenta,
revisa, sugere e outros).
Exemplo:

Metodologia científica
(ASSUNTO OU TÍTULO) Nº1
(As fichas podem ser numeradas para facilitar sua organização)
RUIZ, João.Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São
Paulo,Atlas,1977,168p.

Destaca a importância do estudo e apresenta um método para a eficiência. Apresenta


indicações para o bom aproveitamento da leitura trabalhada. Indica como elaborar
trabalhos de pesquisa, destacando a pesquisa bibliográfica em todas as suas etapas.
Na parte teórica, aborda a natureza do conhecimento,diferenciando conhecimento
científico,filosófico, teológico, comum. Discute questões relacionadas à verdade e
certeza, espírito científico,método científico, concluindo com um estudo sobre a
indução. Finaliza com um apêndice referente às normas da ABNT.
Indicado para estudantes iniciantes do terceiro grau.
2.2. Fichas de citações: parte da obra , capítulo ou artigo.Transcrição fiel, deve vir entre
aspas; consta o ano e o número da página ao final da citação.(seguir as orientações para
citação bibliográficas utilizadas para elaborações de trabalhos científicos).

Exemplo:
Metodologia científica Nº2
SEVERINO,Antônio.J.A documentação como método pessoal. In: Metodologia do
trabalho científico.3 ed. São Paulo:Cortez,1978,237p.
“Tal documentação é feita, portanto, seguindo-se um plano sistemático, constituído
pelos temas e subtemas da área ou trabalho em questão” (p.111)
“...as idéias pessoais(...) também devem ser transcritas nas fichas...(p112)
2.3. Fichas de esboço ou sumário: apresenta as idéias principais expressas pelo autor,
ao longo de sua obra ou parte dela. É a mais detalhada, em virtude da síntese das idéias
ser realizada quase que de página a página. Exige a indicação das páginas à esquerda da
ficha à medida que vai sintetizando o material.Pode ocorrer que uma idéia do autor
venha expressa em mais de uma página.Nesse caso, a indicação da página será dupla.

Exemplo:
Ocupações Marginais na área rural
(título ou assunto) Setor de mineração
(pode ser usado subtítulo) 2.3
(as fichas são numeradas conforme os subtítulos)
MARCONI,Marina de Andrade. O garimpeiro – aspectos sócio-culturais. In:
Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista. São Paulo: Conselho de Arte e Ciências
Humanas, 1978. p93-110.

93 Economicamente independentes, pois começam a trabalhar cedo, os garimpeiro em


geral possuem família nuclear.

95/6 Freqüentemente casando cedo, os garimpeiros não vêem com bons olhos o
celibato, considerando a aquisição de uma esposa como um ideal que lhes confere
prestígio.

97 A mulher é a principal encarregada da educação dos filhos, que segue padrões


diferentes, conforme o sexo da criança.

99 O círculo de amizade é restrito, predominando os laços de parentesco e de traba -


lho. A mulher desempenha papel secundário, raramente dirigindo a palavra a homens,
com exceção dos parentes.

100/ 1 O compadrio é considerado um laço forte, unindo famílias, sendo as crianças


educadas no respeito aos padrinhos, cujo relação com os pais aproxima-se da de
parentesco.

102/5 A escolaridade dos garimpeiros é geralmente baixa, mas sua preocupação com os
filhos e familiares leva a insistência na escolarização, pois aspiram à independência
para os
mesmos e consideram penosa sua atividade. O principal fator da baixa escolaridade é a
situação econômica, que conduz à atividade remunerada com pouca idade. Porém, em
média, sua escolaridade é mais elevada que a dos pais.

106/10 A quase totalidade dos garimpeiros é católica, tal como são ou eram seus pais,
sendo
que as mulheres e filhos revelam maior assiduidade aos cultos. Mantêm, em suas
residências,
sinais exteriores de suas crenças (imagens de santos). A prática religiosa está mesclada
com crendices, mas é comum a fé em promessas. Sua religião é um misto de
catolicismo e
práticas mágicas.

2.4. Fichas de comentário ou analítica: consiste na explicação ou na interpretação


crítica pessoal das idéias expressas pelo autor, ao longo do seu trabalho ou parte dele.
Pode apresentar: comentários, análises críticas ao texto,comparações com outros
trabalhos,explicitação da importância da obra para o estudo em pauta.
Exemplo:
Metodologia científica Eficiência nos estudos 1
RUIZ, João.Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São
Paulo,Atlas,1977,168p.
Obra útil ao estudante iniciante de terceiro grau, principalmente quando trata do
método de estudo e da leitura trabalhada. É fácil leitura e interpretação.
Posiciona-se favoravelmente ao empirismo ao tratar do método científico, não dando a
devida atenção às outras correntes metodológicas..

2.5. Fichas de resumo: apresenta uma síntese bem clara e concisa das idéias principais
do autor ou resumo dos aspectos principais da obra.
Exemplo:
Metodologia científica Eficiência nos estudos 1
RUIZ, João.Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São
Paulo,Atlas,1977,168p.
Deve ser feito o resumo das partes principais do texto ou obra estudada.
2.6. Fichas de vocabulário técnico:utilizada para separar definições, conceitos e termos
técnicos.
Exemplo:

CIÊNCIA 1
“Um conhecimento que inclua, em qualquer forma ou medida, uma garantia da própria
validade”.
(ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia)
“É o conhecimento certo das coisas por suas causas principais”.
(BRUGGER, Walter.Dicionário de filosofia.)

3. Disposição do fichário:
Como há diferentes maneiras de organizar um fichário, a escolha de uma delas cabe ao
pesquisador.
Organizam-se os fichários por ordem alfabética de autores, de títulos ou de assuntos.
Para separar assuntos (títulos) ou mesmo disciplinas, caso o estudante utilize um único
fichário para todas as disciplinas, usam-se fichas-guia,que indicam o assunto ou o
autor.Essa ficha poderá ter uma “pestana”,isto é ,ter um dos cantos mais altos que os
demais, onde será anotado o assunto ou autor, para facilitar o manuseio.
Alguns pesquisadores usam cores diferentes para as fichas-guia, para melhor destaque.
Arranjo alfabético de cabeçalhos específicos de assuntos ou títulos: fichas devem seguir
a chamada ficha- guia, em cujo cabeçalho, à margem superior, colaca-se a palavra-
chave, ou seja, aquela que indica o assunto. O significado deve ser preciso.As fichas são
ordenadas alfabeticamente por assunto.Entre as fichas-guia são colocadas as que levam
os sobrenomes dos autores, também em ordem alfabética.

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