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Avaliação de Língua Portuguesa – 1° ano Ensino Médio

1- São características do gênero narrativo:

a) No gênero narrativo, há sempre um eu que se expressa, elemento que é responsável pelo subjetivismo atribuído a
esse tipo de composição.

b) O gênero narrativo é marcado pela afetividade e pela emotividade do clima lírico, sempre relacionado com o íntimo e
a introspecção.

c) O gênero narrativo apresenta um enredo, no qual existe uma situação inicial, a modificação da situação inicial, um
conflito, o clímax e o epílogo. Os elementos que compõem o gênero narrativo são narrador, tempo, lugar, enredo ou
situação e as personagens.

d) O gênero narrativo faz referência à narrativa feita em forma de versos, contando histórias e fatos grandiosos e
heroicos sobre a história de um povo. O narrador fala do passado, o que justifica os verbos sempre empregados no
tempo pretérito.

Leia o texto abaixo, de Marina Colasanti:

PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE (Marina Colasanti)

Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se
pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora
os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias. E vendo que, ainda
assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.
Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como
um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.
Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos,
mimetizada com os móveis e as sombras.
Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que
tivera por ela.
Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o
que restava dos cabelos.
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido em uma gaveta,
esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
In: Conto de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. P. 111-2.

2- Explique por que o texto acima pode ser considerado um conto?

3- Que informação se pode inferir do texto?


A) todas as atitudes do homem em relação à mulher foram de respeito e carinho
B) apesar de todas as investidas do homem em modificar a mulher, ela continuou a seduzir os homens
C) a mulher reagiu às atitudes do homem e tornou-se dona de seu próprio destino
D) as ações do homem demonstram a insegurança dele em relação à mulher

4- Segundo o texto, o homem mandou que a esposa descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Um
fragmento do texto que apresenta o argumento do homem defendendo essa ideia é
A) “... ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes...”
B) “Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias”
C) “Porque os homens olhavam demais para a sua mulher...”
D) “... pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos”

Leia a fábula abaixo para responder às questões:

O CÃO E SEU REFLEXO

Um cão estava se sentindo muito orgulhoso de si mesmo. Achara um enorme pedaço de carne e a levava na boca,
pretendendo devorá-lo em paz em algum lugar.
Ele chegou a um curso rio e começou a cruzar a estreita ponte que o levava para o outro lado. De repente, parou e
olhou para baixo. Na superfície da água, viu seu próprio reflexo brilhando.
O cão não se deu conta que estava olhando para si mesmo. Julgou estar vendo outro cão com um pedaço de carne
na boca. Opa! Aquele pedaço de carne é maior que o meu, pensou ele. Vou pegá-lo e correr. Dito e feito. Largou seu
pedaço de carne para pegar o que estava na boca do outro cão. Naturalmente, seu pedaço caiu na água e foi parar bem
no fundo, deixando-o sem nada.

(Esopo)

5- Identifique no texto três características que classificam o texto lido como fábula:

6- O texto trata principalmente da:


a) coragem do cão.
b) fome do cão.
c) ambição do cão.
d) sabedoria do cão.

7- redija uma moral para a fábula lida:

Leia a crônica abaixo para responder as questões:

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de
casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando
pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não
fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranqüilamente. Liguei baixinho para
a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior
da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar
alguém assim que fosse possível. Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão
com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no
cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade
do resgate , uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles
prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que
aquela era a casa do Comandante da Polícia. No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

Luis Fernando Veríssimo

8- Identifique os elementos que constituem o gênero crônica?

9- Qual é a finalidade comunicativa da crônica lida?

10- Qual é a pessoa do discurso que ele utiliza para narrar os fatos? Justifique sua resposta com elementos do
texto.

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