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12
História
Educação
Física
ISBN 978-85-78266-19-6
Ciências Artes
9 788578 266 1 96
Química Biológicas Plás�cas Computação Física Matemá�ca Pedagogia
Ciências Biológicas
Ensino de Microbiologia
através de experimentos práticos
História
2015
Educação
Física
Ciências Artes
Química Biológicas Plásticas Computação Física Matemática Pedagogia
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados desta edição à UAB/UECE. Nenhuma parte deste material poderá
ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autori-
zação, por escrito, dos autores.
Editora Filiada à
Apresentação..................................................................................................... 5
Capítulo 1 – Normas de Biossegurança em Laboratórios
de Microbiologia................................................................................................ 7
Introdução.............................................................................................................. 9
1. Definições........................................................................................................ 10
2. Níveis de Biossegurança................................................................................ 10
3. Boas Práticas Laboratoriais (BPL)................................................................. 14
Capítulo 2 – Vidraçarias e Equipamentos................................................... 19
Introdução............................................................................................................ 21
1. Lavagem de vidrarias...................................................................................... 22
2. Secagem da vidraria....................................................................................... 23
3. Preparo e montagem do material.................................................................. 23
Capítulo 3 – Técnica de Coloração de Gram e Visualização
de Bactérias...................................................................................................... 27
Introdução............................................................................................................ 29
1. Tipos de coloração.......................................................................................... 30
2. Coloração de Gram......................................................................................... 30
Capítulo 4 – Preparo de meios de cultura................................................... 37
Introdução............................................................................................................ 39
1. Classificação dos meios de cultura............................................................... 40
2. Preparo de meio de cultura............................................................................ 42
Capítulo 5 – Técnicas de semeadura primária........................................... 47
Introdução............................................................................................................ 49
1. Técnicas de Semeadura Primária................................................................. 50
Capítulo 6 – Visualização do Crescimento Bacteriano
e Provas Químicas.......................................................................................... 55
Introdução............................................................................................................ 58
1. Características macroscópicas das colônias bacterianas........................... 59
2. Provas bioquímicas......................................................................................... 61
Capítulo 7 – Eficácia do calor no crescimento microbiano..................... 67
Introdução............................................................................................................ 72
1. Métodos de controle físicos............................................................................ 72
Capítulo 8 – Eficácia de Desinfetantes Sobre
Micro-organismos in vitro.................................................................... 77
Introdução........................................................................................................... 80
1. Escolha do agente químico........................................................................... 80
2. Agentes químicos........................................................................................... 81
Os autores
Capítulo 1
Normas de Biossegurança em
Laboratórios de Microbiologia
Ensino de Microbiologia 9
Objetivos
l Apresentar a história da biossegurança no mundo e no Brasil
Introdução
A lógica da construção do conceito de Biossegurança teve seu início na dé-
cada de 1970 na reunião de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade cien-
tífica discutiu sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. Esta
reunião, segundo Goldim (1997), “é um marco na história da ética aplicada à
pesquisa, pois foi a primeira vez que se debateu os aspectos de proteção aos
pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas áreas onde se realiza o
projeto de pesquisa”. A partir daí o termo biossegurança, vem, ao longo dos
anos, sofrendo alterações.
Ainda na década de 1970 o foco de atenção voltava-se para a saúde do
trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente ocupacional. De acordo
com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2004) a definição de biossegu-
rança tratava-se de “práticas preventivas para o trabalho em contenção a nível
laboratorial, com agentes patogênicos para o homem”.
Já na década de 1980, a própria OMS (WHO, 2004) incorporou a essa
definição os chamados riscos periféricos presentes em ambientes laborato-
riais que trabalhavam com agentes patogênicos para o homem, como os ris-
cos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos.
Nos anos 1990, verifica-se que a definição de biossegurança sofre mu-
danças significativas. Em seminário realizado no Instituto Pasteur em Paris
(INSERM, 1991), observa-se a inclusão de temas como ética em pesquisa,
meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombi-
nante, em programas de biossegurança.
10 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
1. Definições
A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental im-
portância em serviços de saúde, uma vez que aborda medidas de controle
de infecções para a proteção da equipe de assistência e usuários em saúde,
reduzindo os riscos à saúde e acidentes ocupacionais, bem como exerce um
papel fundamental na promoção da consciência sanitária e preservação do
meio ambiente, já que estipula normas sobre a manipulação e descarte de
resíduos químicos, tóxicos e infectantes.
Uma definição baseada na cultura da engenharia de segurança e da me-
dicina do trabalho é encontrada em Costa (1998), onde aparece como “conjun-
to de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas,
empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos”.
Teixeira; Valle, 1996 dizem que “a biossegurança é o conjunto de ações
voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e pres-
tação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do
meio ambiente e a qualidade dos resultados.” Este foco de atenção retorna ao
ambiente ocupacional e amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade.
A biossegurança é um processo progressivo, deve ser sempre atuali-
zado, supervisionado e sujeito à exigências de respostas imediatas ao surgi-
mento de micro-organismos mais resistentes e agressivos identificados pelas
notificações epidemiológicas.
2. Níveis de Biossegurança
Existem quatro níveis de biossegurança: NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4, crescen-
tes no maior grau de contenção e complexidade do nível de proteção. O nível
de biossegurança de um experimento será determinado segundo o organismo
de maior risco envolvido.
O nível de Biossegurança 1 (NB-1) é adequado ao trabalho que en-
volva agentes bem caracterizados e conhecidos por não provocarem do-
ença em seres humanos sadios e que possuam mínimo risco ao pessoal
do laboratório e ao meio ambiente. Esse nível se aplica aos laboratórios de
ensino básico, onde são manipulados os micro-organismos pertencentes a
Classe de Risco 1, por exemplo o Bacillus subtilis. Não é requerido nenhum
tipo de desenho especial das instalações. O laboratório não está separado
das demais dependências da edificação. O trabalho é conduzido, em geral,
em bancada, com adoção das boas práticas laboratoriais (BPL). Equipa-
mentos específicos de proteção ou características especiais de construção
não são geralmente usados ou exigidos. O pessoal do laboratório deve ter
Ensino de Microbiologia 11
l Extintores de incêndio;
l Chuveiro de Segurança;
l Lava olhos;
l Pia para lavagem das mãos;
l Cabine de Segurança Biológica;
l Capelas de Exaustão;
l Caixa de primeiros socorros;
l Recipientes especiais para transporte de material.
Atividades de avaliação
1. Pesquise sobre a rede de laboratórios com nível de segurança NB-3 existen-
tes na região do Nordeste. Existe algum no Ceará? Se sim, defina seu perfil.
2. Quais as diferenças entre os Níveis de Biossegurança em laboratórios?
Cite pelo menos duas diferenças de cada nível.
3. Qual a principal diferença entre um equipamento de proteção individual
(EPI) e um equipamento de proteção coletiva (EPC)? Cite pelo menos 3
exemplos de cada.
4. Paula foi sequestrada por razões desconhecidas, dias depois quando foi
libertada, em seu depoimento para a polícia, Paula informou que estava
vendada, mas conseguiu ver uma placa de proibido comer ou beber, outra
com um rosto com máscara, ela lembra também de uma placa azul com
uma espécie de camisa longa e uma placa com uma caveira. Se você fos-
se ajudar a polícia, qual o provável local para esse cativeiro? Por que?
5. Uma jornalista visitou o laboratório de Microbiologia de uma Faculdade,
nessa visita ela passou o dia no laboratório e anotou tudo que viu. Segue
um trecho do artigo que ela publicou em um jornal local: “...em tal labora-
Ensino de Microbiologia 17
Leitura
http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/148.html
http://www.biosseguranca.com/home.htm
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/csb.html
http://www.ibilce.unesp.br/instituicao/comissoes/biosseguranca/index.html
Referências
COSTA, M. A. F. Biossegurança e Qualidade: uma necessidade de inte-
gração. Revista Biotecnologia, ano I, número 4, jan/fev., p.32-32, 1998.
GOLDIM, J. R. Conferência de Asilomar. 1997. Http://www.ufrgs.br/HCPA/
gppg/asilomar.htm
INSERM. Les Risques Biologiques en Laboratoire de Recherche. Paris:
Institut Pasteur, 1991.
TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidiscipli-
nar. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 1996.
WHO. Laboratory Biosafety Manual. Geneva: 3 ed., 2004.
Capítulo 2
Vidrarias e Equipamentos
Ensino de Microbiologia 21
Objetivos
l Mostrar as vidrarias, utensílios e equipamentos comumente encontrados em
um laboratório de Microbiologia.
l Demonstrar os procedimentos adequados para lavagem, secagem e prepa-
Introdução
Comumente em nossas vidas acadêmicas, visitamos laboratórios dos mais
diversos tipos, mas nessa aula, nosso foco será o laboratório de Microbiologia.
Para os que não são familiarizados com o mesmo, esse tipo de laboratório
trabalha com diversos micro-organismos, patogênicos ou não, para as mais
diferentes finalidades, sendo geralmente amplos e bem estruturados.
As vidrarias clássicas, como béquer, tubos de ensaio, pipetas, entre ou-
tros, são essenciais em qualquer laboratório. Sendo importante saber a utili-
dade das vidrarias, e com ela, o seu grau de exatidão. Aferir o volume em um
balão volumétrico ou proveta é muito mais fácil e preciso quando comparado
a um béquer, por exemplo.
Alguns utensílios também são utilizados, como a alça bacteriológica e
pisseta, sendo também importantes para a realização das atividades de rotina.
Na tabela 1, estão listadas algumas vidrarias e utensílios utilizados em um
laboratório de Microbiologia.
Nos laboratórios que manipulam micro-organismos é necessário que
estes possuam alguns equipamentos essenciais para o cultivo, estudo e ma-
nutenção dos mesmos, tais como: estufa, autoclave e dependendo do tipo de
pesquisa, o mesmo pode ter também equipamentos mais sofisticados, como
termocicladores e espectrofotômetros, muito usados em pesquisas na área
de biologia molecular de micro-organismos. Na tabela 2, estão listados os prin-
cipais equipamentos.
22 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
1. Lavagem de vidrarias
Todas as vidrarias utilizadas em um laboratório devem ser lavadas inicialmente
com água e sabão neutro. Em algumas ocasiões, se faz o uso de soluções quí-
micas, como as soluções sulfocrômica, potassa alcoólica e a sulfonítrica. Co-
mumente ainda se usa a solução sulfocrômica, apesar de comprovadamente
levar ao desenvolvimento de câncer, além de causar impactos ambientais.
Tabela 1
1
O Balão de Erlenmeyer Vidrarias e utensílios utilizados em um laboratório de Microbiologia
(em alemão: Erlenmeyer Vidrarias Utensílios
kolben) é um frasco em Béquer Agulha de platina
balão, usado como recipiente
Bastão de vidro Alça bacteriológica
no laboratório, inventado
pelo químico alemão Emil Kitassato Bisturi
Erlenmeyer. Balão volumétrico Caçapas de plástico
Erlenmeyer1 Estantes para tubos de ensaio
2
Placas de Petri: o nome
foi dado a este instrumento Pipetas Garfo de platina
de laboratório em honra ao Pistilo e almofariz Lamparina
bacteriologista alemão J.R. Placa de Petri2 Lâminas de corte
Petri (1852-1921) que a Proveta Pêra
inventou em 1877 quando
Tubos de ensaio Pisseta
trabalhava como assistente
de Robert Koch.
Tabela 2
3
O agitador magnético Equipamentos encontrados em um laboratório de Microbiologia
promove agitação através Equipamentos Equipamentos
de um campo magnético Agitador magnético3 Estufa Bacteriológica
formado por um imã acoplado Autoclave Estufa de Esterilização
à um pequeno motor e um
Balança analítica e/ou semi-analítica Estufas de Secagem
bastão magnético.
Bico de Bunsen Geladeira
Bomba de vácuo Manta aquecedora
Cabines de Segurança Biológica Microondas
Centrífuga Microscópio
Contador de Colônias pHmetro
Espectrofotômetro Termociclador
Esta solução deve ficar em contato com a vidraria a ser lavada por um
período de tempo variável em função do grau de contaminação do mesmo.
Assim, vidrarias relativamente limpas necessitam apenas de alguns minutos,
enquanto que, se houver resíduos, talvez seja necessário deixar toda uma
noite. Devido sua intensa ação corrosiva, é de boa prática colocar o frasco
de solução em bandeja de vidro, chumbo ou revestida com chumbo, e em
seguida, lavar com água destilada.
Ensino de Microbiologia 23
2. Secagem da vidraria
A vidraria lavada deverá ser colocada em estufa de secagem a 70 ºC e poste-
riormente deve ser devidamente montada para esterilização.
Pode-se optar pela secagem natural. Neste caso a vidraria lavada deve
ser colocada em bandejas e deixada à temperatura ambiente até a completa
evaporação de água.
Atividades de avaliação
1. Supondo que um dos seus colegas de laboratório seja surdo e mudo, e que vo-
cês precisam limpar determinadas vidrarias, desenhe duas vidrarias para que
esse colega possa entendê-lo. Aproveite para citar a função dessas vidrarias.
2. Pedrinho estava lavando vidrarias em seu laboratório, após colocá-las na
estufa, ele as embalou, identificou e levou a autoclave, no dia seguinte le-
vou uma tremenda bronca do chefe do laboratório, pois ele tinha autoclava-
do algumas vidrarias que não deveria. Explique quais as prováveis vidrarias
que Pedrinho autoclavou errado e porque não poderiam ser autoclavadas.
3. Mariana precisava medir um determinado volume de água para preparar
um meio de cultura. Para isso, usou um béquer, e após realizar todas as
etapas percebeu que o meio não estava na consistência correta. Diante do
exposto, qual o provável erro cometido por Mariana? Explique qual deveria
ter sido o procedimento correto.
4. A solução sulfocrômica tem sido substituída por outras soluções na lava-
gem de vidrarias. Discorra sobre os riscos da utilização dessa solução para
a saúde humana, assim como a ocorrência de impactos ambientais em
decorrência de sua utilização.
5. Quais os tipos de estufas usadas em um laboratório de microbiologia? Fale
das características e da função de cada uma.
Ensino de Microbiologia 25
Objetivos
l Aprender a confeccionar esfregaços e fazer sua fixação.
2. Coloração de Gram
2.1 Histórico
A técnica de coloração de Gram foi descrita inicialmente pelo médico bacte-
riologista e farmacologista dinamarquês Hans Christian Joachim Gram, em
1884. Ele desenvolveu esta técnica enquanto pesquisava uma maneira para
demonstrar a bactéria Streptococcus pneumoniae em tecido pulmonar de pa-
cientes que morreram de pneumonia (PELCZAR et al., 1996).
Ensino de Microbiologia 31
2.3 Classificação
O mecanismo de ação da coloração de Gram baseia-se nas diferenças da es-
trutura da parede celular das bactérias, diferenciando-as em Gram (+) e Gram
(-), de acordo com a reação aos vários reagentes utilizados. A composição quí-
mica da parede celular é usada para diferenciar os principais tipos de bactérias.
A parede celular bacteriana promove rigidez estrutural, confere forma
à célula e cria uma barreira física contra o ambiente externo. O componente
rígido da parede celular da maioria das espécies de bactérias é constituído de
glicopeptídeo (peptideoglicano). A estrutura do peptideoglicano é formada por
um esqueleto de resíduos de carboidratos formados por unidades alternadas
de N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico.
Atividades de avaliação
1. Faça um desenho esquemático do que foi visualizado na prática e descre-
va, analisando a morfologia e a reação tintorial.
2. Qual a utilidade prática da coloração de Gram para o microbiologista e
como ela pode ser útil no diagnóstico e tratamento de doenças?
3. Faça um desenho esquemático evidenciando as diferenças morfológicas
entre as paredes celulares de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.
4. Discorra sobre a reação de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas à
ação da lisozima e das penicilinas.
5. Explique o motivo das bactérias do gênero Mycobacterium não se corarem
pelo método de Gram. Aproveite para descrever quais os procedimentos
utilizados para a visualização desse gênero.
36 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Leitura
http://www.fop.unicamp.br/microbiologia/aulas/morfologia_citologia_bacteria-
na.pdf
http://www.forp.usp.br/restauradora/calcio/citolog.htm
http://br.geocities.com/pri_biologiaonline/estrutura_celula_bacteriana.html
http://www.unb.br/ib/cel/microbiologia/morfologia1/morfologia1.html
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/HansChr1.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ 115_03gram.pdf
http://www.egasmoniz.edu.pt/ficheiros/alunos/anos_anteriores/microbiologia/
pratica/CAPITULO02.pdf
Referências
MADIGAN, M. T., MARTINKO, J. M ., PARKERT, J. Microbiologia de Brock.
12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
PELCZAR, J. P., CHAN, E. C. S., KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e
aplicações. Volume 1. 2. ed. São Paulo: Makron Books,1996.
RIBEIRO, M. C., SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1. São Paulo:
Atheneu, 2002.
SOARES, J. B.; CASIMIRO, A. R. C; ALBUQUERQUE, L. M. B. Microbiolo-
gia Básica. 1. ed. Fortaleza: Edições UFC, 1987.
TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2012.
Capítulo 4
Preparo de meios de cultura
Ensino de Microbiologia 39
Objetivos
l Conhecer a classificação dos meios de cultura.
l Identificar as etapas de preparo dos meios de cultura.
l Descrever os fatores que podem interferir na preparação dos meios de cultura.
l Lamparina e fósforo;
l Caneta para identificação de vidrarias;
l Meio de cultura - pó desidratado;
l Erlemeyer;
l Béquer para pesagem do pó desidratado;
l Água destilada;
l Espátula.
Introdução
O cultivo dos micro-organismos em condições laboratoriais é pré-requisito
para seu estudo adequado. Para que isso possa ser realizado é necessário o
conhecimento de suas exigências nutricionais e dos fatores físicos e/ou am-
bientais requeridos.
Assim, os meios de cultivo, também chamados meios de cultura são
utilizados com o propósito de fornecer as condições nutricionais mínimas para
o cultivo artificial de micro-organismos.
Os meios de cultura devem conter todas as substâncias exigidas pe-
los micro-organismos para o seu crescimento e multiplicação. Para que os
micro-organismos possam fazer a síntese de sua própria matéria nutritiva de-
vem dispor de fontes de carbono (proteínas, açúcares), fontes de nitrogênio
(peptonas) e outras fontes de energia. São também necessários alguns sais
inorgânicos, vitaminas e outras substâncias favorecedoras do crescimento.
40 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
O que é o ágar?
O ágar é um hidrocolóide extraído de algas marinhas vermelhas da classe Ro-
dophyta (Ahnfeltia spp., Gracilaria spp. e Gelidium spp.) largamente utilizado na
indústria alimentícia e farmacêutica. Dentre as suas principais propriedades,
as temperaturas de fusão (94 ºC) e solidificação (42 ºC) são bem definidas.
Assim, o mesmo é adicionado ao meio de cultura líquido para torná-lo sólido.
Salienta-se que o ágar é apenas um agente solidificante, nunca sendo
adicionado ao meio de cultura como nutriente, pois, em geral, não consegue
ser utilizado pelos micro-organismos.
1.5 Quanto ao pH
Tamponado: Para que não haja variação de pH, em consequência da
eliminação de metabólitos ao meio, alguns meios são acrescidos de tam-
pões. Um exemplo é o meio RPMI, que ao ser preparado apresenta pH em
torno de 7,9, sendo tamponado com MOPS [ácido 3-(N-morfolino propano
sulfônico)], para atingir pH 7.
Não tamponado: Não são acrescidos de tampões, embora alguns constituin-
tes como a peptona e os aminoácidos possam funcionar como tais.
l Distribuição do meio em tubos ou placas, caso este não tenha sido autocla-
vado nos mesmos.
l Armazenamento do meio em condições adequadas que permitam a manu-
tenção das suas propriedades nutricionais e a garantia da sua esterilidade
até o momento da utilização.
Inoculando um micro-organismo em um meio de cultura que possua
todos os requisitos nutritivos necessários e fatores ambientais favorecidos o
microrganismo inicia seu desenvolvimento neste meio, passando pelas diver-
sas fases da curva de crescimento, desde a fase de latência, logarítmica, es-
tacionária, até a fase da morte (figura 1).
Atividades de avaliação
1. Esquematize as etapas de preparo de um dos meios utilizados na aula prá-
tica e faça a classificação desse meio quanto aos cinco critérios descritos
na introdução desta aula.
2. Durante o preparo de um meio de cultura, um microbiologista ausentou-se
do laboratório, deixando o meio de cultura preparado em cima da bancada.
Ele assim o fez, pois sabia que, ao voltar, iria autoclavar o mesmo, ou seja,
embora o tenha deixado exposto, o processo de autoclavação iria eliminar
qualquer microrganismo presente. O modo de proceder do microbiologista
está correto? Justifique claramente citando, pelo menos, dois aspectos.
3. Explique a diferença entre os meios de cultura ágar sangue e ágar chocola-
te, por que é preferível usar sangue de carneiro ao invés de sangue huma-
no em meio ágar sangue, e por que o meio de cultura Mac Conkey é dito
seletivo diferenciador e o ágar Sangue é dito enriquecedor diferenciador?
4. Observe a receita de um meio de cultura descrito por Dahmen em 1943:
“Cozinhar 500 gramas de carne sem tendões nem gordura em um litro de
água durante 2 horas e meia. Filtrar. Adicionar peptona e sal. Cozinhar du-
rante outras duas horas. Distribuir em tubos ou balões e esterilizar por três
dias consecutivos”. A partir dessa descrição:
l Classifique esse meio quanto a composição, função, consistência e natureza.
l Discuta sobre qual técnica de esterilização o autor está se referindo no
seu relato.
Ensino de Microbiologia 45
Leitura
www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_4_2004.pdf
www.microbiologia.ufba.br/aulas/MEIOS%2520DE%2520CULTURA.doc+me
io+semi+s%C3%B3lido+agar&cd=5&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
www.ucg.br/ACAD_WEB/professor/siteDocente/admin/arquivosUpload/3909/
material/MEIOS%20DE%20CULTURA.pdf
www.mbiolog.com.br/micro_macconkey.asp
www.mbiolog.com.br/micro_sabouraud.asp
www.biocendobrasil.com.br/meio_MacConkey.asp
www.biocendobrasil.com.br/placa_AgarSangue.asp
Referências
PELCZAR, J. P., CHAN, E. C. S., KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e
aplicações. Volume 1. 2. ed. São Paulo: Makron Books,1996.
RIBEIRO, M. C., SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1. ed. São
Paulo: Atheneu, 2002.
TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2005.
Capítulo 5
Técnicas de semeadura primária
Ensino de Microbiologia 49
Objetivo
l Identificar e executar as etapas de técnicas de semeadura em meios sóli-
dos; semi-solídos e líquidos.
Introdução
Os micro-organismos na natureza normalmente existem em cultura mistas,
com muitas espécies diferentes ocupando o mesmo ambiente. Para determi-
nar as características de um microrganismo, ele deve estar em cultura pura,
ou seja, todas as células na população são idênticas no sentido de que elas
se originaram de uma mesma célula parental.
Em laboratório, os micro-organismos são cultivados ou desenvolvidos
em material nutriente denominado meio de cultura. O material a ser analisado
é semeado no meio de cultura e o processo de inoculação pode ser feito me-
diante técnicas de semeadura.
50 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
dos por flambagem antes e após qualquer cultivo, ou seja, devem ser aqueci-
dos ao rubro no cone interno da chama do bico de Bunsen. Havendo sempre
o cuidado de esfriá-las antes de introduzí-las na amostra a ser semeada;
l Para garantir uma semeadura correta, deve-se evitar ao máximo perfurar ou
rasgar meios de cultura sólidos, pois poderá ocorrer acúmulo de bactérias
neste setor do meio, além de alterar as condições de crescimento bacteriano;
l Os recipientes devem sempre ser abertos próximos à chama do bico de
Bunsen ou da lamparina, ou ainda em fluxo laminar;
l A boca dos tubos de ensaio deve ser aquecida após a retirada e antes da
colocação da tampa. A tampa dos tubos deve ser mantida segura pelo dedo
mínimo da mão que manipula a alça durante a inoculação;
l As tampas dos tubos e placas nunca devem ficar sobre as bancadas du-
rante os processos de manipulação. Este ato facilita uma possível contami-
nação dos tubos ou placas, consequentemente, das amostras.
Técnica:
l Identificar a placa de Petri na base (fundo);
l Flambar a alça de platina;
l Introduzir a alça esterilizada no tubo contendo a amostra a ser analisada;
l Dispensar o conteúdo da alça e fazer o espalhamento do material na placa
com meio de cultura (ver figura 1);
l Flambar novamente a alça de platina, deixando-a pronta para novo uso.
O sucesso desta técnica está em:
l Grande número de estrias;
l Não perfurar o meio;
l Não voltar alça sobre a estria já inoculada;
l Selecionar pequena quantidade de material para semear.
l Técnica Quantitativa
Esta técnica é utilizada para isolar e quantificar as colônias de micro- 9
A alça não deve ser
organismos. É essencial que se use um inóculo conhecido através do uso de recarregada no momento da
troca da direção das estrias
uma alça de platina9 calibrada. de inoculação.
l Técnica:
l Identificar a placa de Petri na base;
l Flambar a alça de platina;
l Introduzir a alça esterilizada perpendicularmente na amostra previamente
homogeneizada;
l Dispensar o conteúdo da alça e fazer o espalhamento do material na placa
com meio de cultura (ver figura 2).
l Flambar novamente a alça de platina, deixando-a pronta para novo uso.
52 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
l Técnica em Tapete
Esta técnica é utilizada para que o crescimento bacteriano ocorra em
abundância e sem individualização de colônias. É usado principalmente para
a confecção de antibiograma.
Técnica:
l Identificar a placa de Petri na base;
l Mergulhar um swab estéril no inóculo;
Como fazer a manutenção l Remover o excesso de inóculo comprimindo o swab na parede do tubo;
das cepas-padrão? l Semear na superfície do ágar apropriado em diferentes direções.
Para manter as cepas
bacterianas do controle O swab, inicialmente, é passado na periferia do ágar dando uma volta
de qualidade em seu de 360°, sendo depois friccionado sobre toda a superfície do meio de cultura,
laboratório, você deverá girando a placa em um ângulo de 60° após cada aplicação para que ocorra
repicá-las, a cada 15
dias, em ágar nutriente. crescimento em toda a superfície do meio de cultura.
O controle da pureza das O sucesso desta técnica repousa em:
cepas bacterianas deverá
ser realizado a cada 2
l Swab sem excesso de inóculo;
meses. As cepas deverão l Não perfurar o meio;
ser repicadas em placas
(método do esgotamento
l Semear todo o meio uniformemente.
por estrias) e identificadas
segundo procedimentos l Técnica em Ágar Inclinado
microbiológicos tradicionais. Técnica muito utilizada para o isolamento de micro-organismos e reali-
zação de testes bioquímicos.
Ensino de Microbiologia 53
l Técnica:
l Mergulhar a alça de platina flambada na cultura bateriana e/ou inóculo que
lhe é apresentado;
l Encostar levemente a alça na parte mais baixa do plano inclinado e suba
fazendo estrias na superfície do ágar, conforme figura 3:
Atividades de avaliação
1. Esquematize os resultados das técnicas realizadas em aula prática.
2. A inoculação de uma amostra por uma determinada técnica de semeadura
depende de diversos fatores. Supondo que você tenha uma amostra a ser
semeada, porém em quantidade muito pequena. Qual o procedimento mais
adequado para semear a mesma? Por quê?
3. Explique como se analisa o resultado obtido nos crescimentos dos meios
semi-sólido e líquido?
4. Durante uma aula prática de microbiologia, uma aluna, ao executar a técnica
de esgotamento, perfurou um meio sólido em placa com a alça de platina.
Quais as possíveis consequências desse descuido? Explique claramente.
5. Um aluno de iniciação cientifica suspeita que um de seus tubos de ensaios
contendo amostras de sua pesquisa foi contaminado. Seu orientador disse
que deveria passar para outro meio de cultura para verificar. Qual o tipo de
meio de cultura (sólido, líquido, semi-sólido) e qual a técnica de semeadura
primária ele deve utilizar? Explique.
Referências
PELCZAR, J. P., CHAN, E. C. S., KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e
aplicações. Volume 1. 2. ed. São Paulo: Makron Books,1996.
RIBEIRO, M. C., SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1. Ed. Athe-
neu, 2002.
TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2012.
http://www.fop.unicamp.br/microbiologia/aulas/isolamento.pdf
Capítulo 6
Visualização do Crescimento
Bacteriano e Provas Bioquímicas
Ensino de Microbiologia 57
Objetivos
l Verificar a presença ou ausência de crescimento bacteriano em diferentes
meios de cultura.
l Diferenciar o crescimento bacteriano nos meio de cultura sólidos, líquidos e
semi-sólidos.
l Identificar as principais características das culturas bacterianas;
l Caracterizar e diferenciar as colônias de acordo com as características ma-
croscópicas.
l Identificar e executar os testes bioquímicos para detecção das enzimas ca-
talase e coagulase.
l Relacionar as características enzimáticas do micro-organismo com a iden-
tificação da sua espécie.
Introdução
Os micro-organismos necessitam tanto de condições nutricionais como de
fatores ambientais específicos, tais como temperatura, pH e concentração de
ar adequada para que ocorra seu crescimento in vitro.
Nesse sentido após a inoculação de espécimes clínicos e/ou biológicos
nos meios de cultura e sua posterior incubação em estufas bacteriológicas, ini-
cia-se o desenvolvimento dos micro-organismos.
Nas bactérias o processo ocorre por fissão binária, onde a célula sofre
aumento gradual, seguido de partição equitativa, originando duas células. O
crescimento de micro-organismos em um recipiente fechado permite a cons-
trução de uma curva de crescimento típica conforme a figura 1.
O início e o término de cada uma das fases são mediados por reações
químicas e fisiológicas desencadeadas pelo aumento da população inicial,
outro fator que também influencia a mudança dessas fases é o nutriente.
Essa curva pode ser dividida em várias fases distintas e denominadas:
2. Provas bioquímicas
Após realizadas as etapas de identificação presuntiva das colônias presentes
na placa, o passo seguinte para a identificação de uma bactéria é dado pelo
estudo do seu perfil bioquímico. Para que seja dada essa continuidade é cru-
cial a utilização de culturas puras, pois a presença de outro microrganismo
pode mascarar o resultado.
Podemos realizar uma série de testes, optando por aquele que nos pa-
rece mais adequado.
Por exemplo, pesquisar aspectos enzimáticos fundamentais para o me-
tabolismo de alguns gêneros e espécies de bactérias, tais como a presença
ou ausência das enzimas urease, DNAse, catalase, coagulase, endonuclea-
se, bem como resistência a antibióticos como a novobiocina, e capacidade de
fermentação de diversos açucares como o manitol.
Para identificação de Staphylococcus spp. os primeiros testes a serem
realizados são catalase e coagulase.
Metodologia
1. Com o auxílio da alça de platina flambada, transferir um fragmento da colô-
nia para a superfície de uma lâmina limpa e identificada;
2. Adicionar um pouco de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) sobre o
fragmento da colônia que encontra-se na superfície da lâmina ou direta-
mente sobre as colônias crescidas no meio de cultura.
3. Aguardar alguns segundos e interpretar os resultados.
Resultado
O rápido aparecimento e produção sustentada de bolhas de gás ou eferves-
cência constituem uma reação positiva. Como algumas bactérias possuem
outras enzimas que não a catalase e que podem decompor o peróxido de
hidrogênio, a observação de umas poucas bolhas pequenas após 20 ou 30
segundos não é considerada como resultado positivo.
Resultado:
A reação positiva deve ser detectada em 10 a 15 segundos, após a mistura do
plasma com a suspensão, pela formação de um precipitado branco e aglutina-
ção dos micro-organismos da suspensão. A prova é considerada negativa se
não for observada aglutinação ao término de 2 minutos. As cepas coagulase-
-positivas podem ser informadas como Staphylococcus aureus. Esta
prova é considerada presuntiva, já que algumas cepas de S. aureus podem
não produzir a coagulase (cerca de 97% dos S. aureus são coagulase positi-
vos) e outras que produzem lentamente.
Procedimentos
1. Semear a bactéria na superfície do ágar TSI;
2. Incubar o tubo a 35 – 37 °C por 18 a 24h na estufa bacteriológica;
3. Analisar as alterações ocorridas no meio de cultura (figura 5).
Resultados
ÁPICE BASE INTERPRETAÇÃO
Alcalino Alcalina Ausência de fermentação dos carboidratos. Característica das bactérias não-fermentado-
(vermelho) (vermelho) ras, como P. aeruginosa.
Alcalino Ácida Glicose fermentada. Lactose e sacarose não fermentadas. Características de bactérias não
(vermelho) (amarela) fermentadoras de lactose, tais como Shigella.
Alcalino Glicose fermentada. Lactose e sacarose não fermentada; Produção de H2S. Características
Negra
(vermelho) de algumas espécies tais como Salmonella.
Ácido Ácida Glicose, sacarose e lactose fermentadas. Características de coliformes fermentadores de
(amarelo) (amarela) lactose, tais como E. coli.
Ensino de Microbiologia 65
Atividades de avaliação
1. Classifique uma colônia de sua placa de Petri quanto aos critérios apre-
sentados na aula prática e descreva os resultados das provas bioquímicas
executadas no laboratório.
2. Um aluno foi pedir uma nova correção de sua prova, pois não entendia o
que tinha errado. O mesmo escreveu a seguinte afirmativa na prova: Não é
necessário isolar as colônias bacterianas para identificá-las, uma vez que
mesmo em cultura mista podemos visualizar as características macroscó-
picas e estas são as únicas utilizadas para identificar uma bactéria. Supon-
do que você seja o professor, explique o que o aluno errou, corrigindo-o,
aproveitando para explicar a utilidade de isolar uma colônia bacteriana an-
tes de identificá-la.
3. A consistência e a forma das colônias de determinadas espécies bacteria-
nas é diretamente relacionada à presença de algumas estruturas citológi-
cas. Assim, caracteristicamente cepas de Klebsiella pneumoniae possuem
consistência mucóide, enquanto que espécies de Proteus spp. desenvol-
vem colônias com formato de ondas ou nuvens. Descubra quais são as
estruturas presentes nessas bactérias que são responsáveis por esses
achados macromorfológicos típicos.
4. Quais os principais testes bioquímicos necessários para identificação de
enterobactérias? Descreva o princípio de 2 deles.
5. Discorra sobre as diferenças entre os meios TSI e KIA e cite seus principais usos.
66 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Leitura
Site do instituto de Química de São Carlos
www.iqsc.usp.br:8181/iqsc/ensino/graduacao/disc_online/bacharel/microbio-
logia/crescimento-microbiano.ppt
http://www.microbelibrary.org/images/Johnson/HTMLpages/Catalase-Portu-
guese.htm
www.ccih.med.br/mod_5_2004.pdf
http://www.vetmed.wisc.edu/pbs/courses/bact/labmanual/c1coagulase.html
http://biosci.usc.edu/courses/2002-fall/bisc300.html
http://medic.med.uth.tmc.edu/path/coag.htm
Referências
MADIGAN, M. T., MARTINKO, J. M ., PARKERT, J. Microbiologia de Brock.
12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
RIBEIRO, M. C., SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1 ed. São
Paulo: Atheneu, 2002.
TORTORA, G. J., FUNKE, B.R., CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2012.
Capítulo 7
Eficácia do calor no
crescimento microbiano
Ensino de Microbiologia 69
Objetivos
l Observar o efeito do calor sobre os micro-organismos.
l Demonstrar que alguns micro-organismos são mais resistentes ao calor que
outros.
l Conhecer os equipamentos utilizados no processo de esterilização.
l Manta Aquecedora
l Autoclave
l Estufa de bacteriológica
l Teste de esterilidade
Saiba mais
Como realizar a autoclavagem?
• Inicialmente deve-se verificar o nível da água no interior da autoclave, o qual deverá
estar cobrindo a resistência elétrica (a troca de água do equipamento deve ser reali-
zada semanalmente).
• Acondicionar o material a ser autoclavado no cesto de amianto e fechar bem a tampa
da autoclave apertando diametralmente os parafusos ou rosetas, de modo a fechar
hermeticamente.
• Abrir totalmente a torneira de remoção de ar e vapor (válvula de escape) e ligar o
equipamento à rede elétrica. Quando o vapor começar a sair pela válvula de escape,
esperar 5 minutos para que haja remoção de todo ar residual e, em seguida, fechar a
válvula de escape.
• O manômetro começará a subir registrando o aumento da pressão. Quando a pressão
atingir 15 Ib/pol2 (1 atm) correspondendo a 121 °C, inicia-se o processo de esteriliza-
ção. Regula-se o dispositivo de aquecimento de modo que a temperatura permaneça
constante, juntamente com a pressão, o que se sabe pela estabilidade do ponteiro do
manômetro, cronometrando-se o tempo adequado para a esterilização (15 – 30 minu-
tos). Decorrido o tempo marcado, desligar o equipamento da rede elétrica, aguardan-
do que a pressão e a temperatura zerem espontaneamente.
• Retirar todo o material da autoclave, verificando a efetividade da esterilização através
de teste de esterilidade, e acondicionar o material esterilizado em locais adequados
para que não ocorra contaminação.
Introdução
Até agora estudamos assuntos relacionados com a visualização de micro-or-
ganismos e sua nutrição. Ou seja, descobrimos como identificá-los e fazê-los
crescer. Nesta aula e na seguinte, discutiremos os métodos mais usados no
controle dos micro-organismos.
O controle científico microbiano existe há pouco mais de um século, po-
rém, desde a antiguidade o homem desenvolve técnicas para conter o avanço
de bactérias e fungos em um dado material. Esse controle corresponde a um
dos principais objetivos dos microbiologistas experimentais e clínicos, bem
como uma batalha diária nos lares, hospitais, restaurantes e qualquer outro
local onde a higienização seja necessária.
Os métodos físicos incluem uso de calor, filtração, baixas temperatu-
ras, ressecamento, pressão osmótica, radiação, entre outros. O mais antigo e
conhecido agente de destruição de micro-organismos é o calor, e é sobre ele
que trataremos nessa aula.
A principal forma de controle do crescimento bacteriano corresponde à
esterilização, que geralmente se dá pelo emprego de métodos físicos como o
vapor e calor seco.
Ensino de Microbiologia 71
15
Radiação Ionizante
Vantagens:
Figura 3 – Estufa Bacteriológica
• Alto poder de penetração;
1.3 Radiação • Atravessa embalagens de
papelão, papel ou plástico;
A esterilização por radiação é um método que utiliza elementos, que penetram • O material que se esteriliza
na célula bacteriana alterando seu DNA de uma forma que impede sua proli- não sofre danos físicos ou
outros que podem ocorrer
feração. Existem dois tipos de esterilização por radiação: Radiação Ionizante15
nos demais processos.
e Radiação Não-ionizante. Desvantagens:
• Custo elevado;
Radiação Ionizonte: A radiação ionizante é um método de esteriliza- • Necessidade de pessoal
ção que utiliza a baixa temperatura, podendo ser utilizado em materiais especializado;
• Necessidade de controle
termosensíveis.A ação antimicrobiana dessa radiação se dá através de alte- médico constante para o
ração da composição molecular das células, modificando seu DNA, sofren- pessoal que trabalha.
do as células perda ou adição de cargas elétricas.
74 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Leitura
http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/calor.html
http://www.e-escola.pt/topico.asp?id=365
http://www.ceet.hpg.ig.com.br/Treinamentos/treinamentovolks.htm
http://www.cogumelohobby.bravehost.com/esterilizacao.htm
http://www.unig.br/manual_odonto2.htm
Ensino de Microbiologia 75
Referências
JORGE, A. O. C. Microbiologia - Atividades Práticas. 2 ed. São Paulo : Livra-
ria Santos Editora LTDA, 2008.
MADIGAN, M. T., MARTINKO, J. M ., PARKERT, J. Microbiologia de Brock.
12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
PELCZAR, J. P., CHAN, E. C. S., KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e
aplicações. Volume 1. 2. ed. São Paulo: Makron Books,1996.
TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2012.
Capítulo 8
Eficácia de Desinfetantes Sobre
Micro-organismos in vitro
Ensino de Microbiologia 79
Objetivos
l Verificar a ação dos desinfetantes sobre os micro-organismos.
l Listar condições sobre escolhas e desempenho de agentes químicos.
l Tubos de ensaio
l Placas de Petri
l Pipetas
l Meio de cultura Ágar Batata Dextrose
l Solução salina estéril
l Caneta para identificação
l Estufa bacteriológica.
Introdução
O controle científico do crescimento bacteriano começou somente há cerca de
100 anos. Na metade do século XIX, o médico húngaro Ignatz Semmelweiss
e o médico inglês Joseph Lister utilizaram essa ideia em algumas das primei-
ras práticas de controle microbiano para procedimentos médicos. Essas prá-
ticas incluíam a lavagem das mãos com cloreto de cal e técnicas de cirurgia
assépticas para impedir a contaminação microbiana das feridas cirúrgicas.
Os agentes químicos são usados para controlar o crescimento de mi-
cróbios em tecidos vivos e objetos inanimados, mas infelizmente são pou-
cos os que atuam como esterilizante, a maioria apenas reduz as populações
microbianas em níveis mais seguros ou removem dos objetos as formas
vegetativas dos patógenos, sendo um problema comum na desinfecção a
seleção de um agente.
Desinfetantes são substâncias ou produtos capazes de destruir, in-
discriminadamente, os micro-organismos de uma superfície, instrumento,
aparelhos, entre outros, sem entretanto, eliminar as formas esporuladas.
Vários tipos de desinfetantes são utilizados para a desinfecção de dife-
rentes itens do laboratório, ambulatório e consultórios (superfícies, instru-
mentos, chão, aparelhos, entre outros). Sua escolha deve ser feita cui-
dadosamente, pois um produto usado para uma finalidade pode não ser
igualmente efetivo para outra.
Os agentes químicos não apresentam todos a mesma capacidade para
a destruição dos micro-organismos de interesse médico, que incluem: bacté-
rias na forma vegetativa, vírus lipofílicos e hidrofílicos, fungos, Mycobacterium
tuberculosis e esporos bacterianos.
1.1 Cuidados
Em função da toxicidade dos agentes químicos, que é tanto maior quanto
mais eficiente ele for. Sua manipulação deve ser feita utilizando o EPI (equipa-
mento de proteção individual) adequado, e seu armazenamento deve ser feito
em local arejado, fresco e ao abrigo da luz.
Ensino de Microbiologia 81
2. Agentes químicos
Entre os agentes químicos estão o álcool, compostos biclorados, halogênios,
e com poder esterilizante os aldeídos e o óxido de etileno.
2.1 Álcool
São utilizados o álcool etílico e isopropílico, com ação bactericida rápida, eli-
minando também o bacilo da tuberculose, os fungos e os vírus. Não age, po-
rém, contra os esporos bacterianos. Sua concentração ótima dá-se entre 60
e 90% por volume, sua atividade caindo muito com concentração abaixo de
50%. Suas propriedades são atribuídas ao fato de causarem desnaturação
das proteínas quando na presença de água. Os alcoóis não devem ser usa-
dos em materiais constituídos de borracha e certos tipos de plásticos, poden-
do danificá-los. Evaporam de forma rápida, dificultando exposição prolonga-
da, a não ser por imersão do material a ser desinfetado.
2.3. Halogênios
Os halogênios, particularmente o iodo e o cloro, são agentes microbianos efi-
cazes. O iodo (I2) é um dos anti-sépticos mais antigos, sendo eficiente contra
todos os tipos de bactérias, muitos endósporos, vários fungos e alguns vírus,
tendo um modo de ação exato ainda desconhecido.
O cloro (Cl2) tem sua ação germicida causada pelo ácido hipocloroso
(HOCl), sendo um forte agente oxidante impedindo boa parte do sistema en-
zimático celular.
Uma forma líquida de gás cloro comprimido é usada para desinfetar
a água potável municipal, a água de piscinas e esgoto. Outro composto do
cloro, o hipoclorito de sódio (NaCl) é usando como desinfetante doméstico e
alvejante, e como desinfetante em fábricas de processamento de laticínios e
alimentos, e em sistemas de hemodiálise.
82 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
2.4 Aldeídos
São utilizados o glutaraldeído e o formaldeído. O primeiro é um dialdeído,
que pode se apresentar pronto para o uso, mas em pH ácido, necessita
de ativação pelo bicarbonato de sódio para exibir atividade esterilizante.
Ele age alterando o ácido desoxirribonucléico e o ribonucléico, bem como
a síntese protéica dos micro-organismos, sendo mais comumente usado
como desinfetante de alto nível para equipamentos médicos, como endos-
cópios, transdutores, equipamento de anestesia, de terapia respiratória e
de hemodiálise.
O segundo, o formaldeído é um dos mais comuns produtos químicos
de uso atual. É o aldeído mais simples, de fórmula molecular H2CO e nome
oficial metanol.
É usado como desinfetante ou esterilizante nas formas gasosa ou líqui-
da. É comumente encontrado como formalina, sendo esta sua diluição aquo-
sa a 37%. A formalina é bactericida potente, fungicida, agindo também contra
vírus, bacilos da tuberculose e esporos bacterianos. Tem seu uso limitado por
se tratar de um composto cancerígeno. Age alcalinizando determinados gru-
pos das proteínas e das purinas.
É indicado para a descontaminação, desinfecção de instrumentos se-
mi-críticos, superfícies, e para a limpeza e desinfecção de paredes, pisos,
superfícies fixas, em locais de alto risco.
A exposição de curta duração pode ser fatal, entretanto, o limiar de odor
é suficientemente baixo para que a irritação dos olhos, membranas e muco-
sas ocorra antes deste nível ser alcançado. Exposições de longa duração a
baixas concentrações de formaldeído podem causar dificuldade respiratória,
enfisema e a sensibilização. O formaldeído em concentrações acima do limite
é classificado como carcinogênico humano e tem sido relacionado principal-
mente com câncer de pulmões e nasal, com possível relação também com
câncer no cérebro e leucemia.
Atividades de avaliação
1. Faça um desenho esquemático da placa de Petri destacando a pigmenta-
ção e a forma das colônias bacterianas.
2. Pesquise por que os biofilmes agem como uma barreira à ação dos desinfe-
tantes, e como os tensoativos podem amenizar a barreira desses biofilmes,
facilitando a ação dos desinfetantes.
3. Floriswhaldo é um homem versátil, que busca diversas formas para traba-
lhar e ganhar dinheiro. Certo dia decidiu entrar no ramo de fabricação de
desinfetantes e água sanitária. Sem muito dinheiro para comprar a matéria
prima, decidiu preparar a fórmula da água sanitária com metade da concen-
tração de hipoclorito de sódio indicada pelo fornecedor. Ao sair pelas ruas
para vender seus produtos, uma dona de casa perguntou-lhe se seu produ-
to era de qualidade e matava todos os micróbios da sua casa. Floriswhaldo
garantiu que sim. Indique quais as possíveis falhas de limpeza que a água
sanitária diluída irá causar, e sabendo que a dona de casa usará a água
sanitária também para a limpeza de frutas e verduras, quais riscos à saúde
a mesma e sua família estará correndo?
4. Diferencie os seguintes termos: desinfecção, esterilização, anti-sepsia
e degermação.
5. Pesquise o porquê de alguns gêneros bacterianos como Mycobacterium,
Pseudomonas e Bacillus serem frequentemente resistentes aos desinfetantes.
84 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Leitura
http://www.cih.com.br/desinfetantes.htm
http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/agua_sanitaria.asp
www.forp.usp.br/restauradora/biosseguranca/temas/temas_files/desinfec-
cao.pdf
http://www.racine.com.br/default.asp?UrlSite=conteudo.asp&idpagina=906&I
dNavegacao=220&IdPortal=6&IdFerramenta=1
www.valicamp.com.br/loja/images/LinhaVeja.jpg
Referências
JORGE, A. O. C. Microbiologia - Atividades Práticas. 2 ed. São Paulo : Livra-
ria Santos Editora LTDA, 2008.
RIBEIRO, M. C., SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1 ed. São
Paulo: Atheneu, 2002.
TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2012.
Capítulo 9
Anti-sepsia de Mãos:
Experimento de Price
Ensino de Microbiologia 87
Objetivos
l Verificar a microbiota da pele.
l Observar a eficácia de lavagem das mãos e do uso de um anti-séptico na
redução dos micro-organismos da pele.
l Caneta permanente
l 3 swabs estéreis
l Tubos de ensaio contendo 10 mL de solução salina esterilizada
Introdução
17
Lavagem X Antissepsia A higienização das mãos17 é reconhecida, mundialmente, como uma me-
de mãos dida primária muito importante no controle de infecções hospitalares. His-
Lavagem comum: Remoção toricamente foi comprovada sua importância pelo médico húngaro Ignatz
de sujidade e flora transitória
Antissepsia: Remoção e
Semmelweiss e merecido atenção das revistas científicas mais relevantes
destruição de flora transitória sobre infecções hospitalares.
Antissepsia – preparo Semmelweiss, um dos pioneiros em controle de infecção hospitalar, re-
cirurgico: Remoção,
destruição da flora
duziu as taxas de infecções puerperais através da determinação do ato de
transitória e redução da flora lavagem das mãos com solução germicida, após as necrópsias e antes do
permanente atendimento a partos, em 1848.
Anti-sepsia é a destruição dos patógenos em tecido vivo, utilizando-se
principalmente antimicrobianos químicos (anti-sépticos)18.
P. B. Price (1938), em seu clássico estudo sobre a quantificação da mi-
crobiota da pele, dividiu as bactérias isoladas das mãos em duas categorias:
transitória e residente.
A microbiota transitória, que coloniza a camada superficial da pele, so-
18
A escolha de um anti- brevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização
séptico é baseado na análise simples das mãos, como a Escherichia coli.
dos seguintes aspectos:
• Modo de ação Há outros micro-organismos que são persistentemente isolados da pele
• Espectro de ação da maioria das pessoas, formando a microbiota residente. São os de mais
• Rapidez de ação difícil remoção, sendo necessária uma fricção vigorosa durante a lavagem
• Persistência
• Segurança e toxicidade das mãos. Exemplos: Staphylococcus coagulase-negativos, Corynebacterium
• Inativação por matéria e Propionibacterium, entre outros.
orgânica Diversos compostos têm sido usados como anti-sépticos, entre eles os
• Disponibilidade do produto
bifenóis, biguanidas (clorexidina), halogênios (iodo), metais pesados (prata),
álcool e agentes de superfície.
Os agentes de superfície (tensoativos ou surfactantes), mais especifica-
damente o sabão, tem pouco valor como anti-séptico, mas tem a importante
função de remoção mecânica dos micróbios através do ato de esfregação.
A pele normalmente contém células mortas, pó, suor seco, micróbios e
secreções oleosas. O sabão rompe o filme oleoso em gotículas pequenas,
um processo denominado emulsificação, e juntamente com a água removem
o óleo emulsificado e resíduos, fazendo-os flutuar para longe à medida que a
pele é lavada.
Ensino de Microbiologia 89
1. O Experimento de Price
Price (1938), realizando pesquisas bacteriológicas criteriosas, verificou a efi-
ciência do método de desinfecção das mãos geralmente usados pelos cirurgi-
ões em seu estudo sobre a quantificação da microbiota da pele.
As principais conclusões de seu estudo foram:
l Escovar as mãos com água e sabão reduz a microbiota bacteriana de 50%
a cada 6 minutos, sendo necessário escová-las durante 2 a 3 horas para
obter uma desinfecção satisfatória;
l Álcool a 77 °GL, e melhor ainda, álcool iodado a 2%, mostram-se de grande efi-
cácia, produzindo em 1 minuto o mesmo que água e sabão em 6 a 10 minutos;
l Esfregando-se o álcool com pano áspero, o efeito desinfetante é melhor do
que pela simples imersão.
l Na figura 1, podemos observar os resultados esperados do experimento
de Price após a incubação da placa de Petri contendo meio nutriente e se-
meada com micro-organismos depois da realização dos procedimento de
anti-sepsia das mãos.
Atividades de avaliação
1. Faça um desenho esquemático da placa de Petri comparando os resulta-
dos obtidos na aula prática após a incubação com os resultados originais
do experimento de Price.
2. Leia atentamente o quadrinho a seguir sobre recomendações para evitar a
gripe A (H1N1) e responda:
Ensino de Microbiologia 91
a) Por que não se deve utilizar álcool em concentração de 100 °GL como
anti-séptico ou desinfetante? Qual o modo de ação do álcool contra os
micro-organismos?
b) Por que não é ideal lavar constantemente as mãos?
3. No dia 5 de maio é comemorado o Dia Mundial de Higienização das Mãos.
Pesquise como se deu a criação dessa data e cite duas campanhas ou
atividades que são promovidas anualmente nesse dia.
4. Escolha dois compostos químicos utilizados como anti-sépticos e explique
seu mecanismo de ação, uso preferencial e para qual grupo de micro-orga-
nismos tem bons efeitos.
5. Durante a aula foi discutido quais os movimentos adequados que devem
ser realizados durante a lavagem das mãos, pois sabe-se que os micro-or-
ganismos têm preferências por certas regiões. Pesquise três micro-organis-
mos e suas respectivas áreas de preferência para proliferação nas mãos.
92 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Sites
http://www.cih.com.br/maos.htm#l12
http://www.ebah.com.br/seguranca-do-paciente-higienizacao-das-
maos-pdf-a35956.html
http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/cgvs/usu_doc/higienizacao_
maos.pdf
Referências
JORGE, A. O. C. Microbiologia – Atividades Práticas. 2 ed. São Paulo: Li-
vraria Santos Editora LTDA, 2008.
OKURA, M. H., KENDE, J. C. Microbiologia – Roteiros de aulas práticas.
Tecmedd Editora, 2008.
Capítulo 10
Antibiograma/teste de
susceptibilidade a
antimicrobianas
Ensino de Microbiologia 95
Objetivos
l Descrever a técnica de antibiograma.
l Fazer a leitura dos resultados do antimicrobiama.
Introdução
Vimos nas aulas anteriores que convivemos diariamente com micro-organis-
mos e que alguns deles podem ser patogênicos e causar doença. Portanto, é
preciso conhecê-los e saber a qual antibiótico são resistentes, e qual pode ser
utilizado para combatê-los, para isso, a técnica de antibiograma é essencial.
Por definição, antibiograma é uma prova de susceptibilidade aos an-
timicrobianos utilizada para alguns grupos de bactérias sendo utilizado para
orientar um tratamento clínico, realizar algum tipo de investigação epidemioló-
gica e testes com novos antimicrobianos, ou ainda quando existem problemas
com resistência de bactérias a antibióticos.
É importante salientar que a grande maioria dos antibióticos são produ-
zidos principalmente por três gêneros de micro-organismos. São eles:
Gênero Antibióticos
Penicillium sp. Penicilina e Griseofluvina
Bacillus sp. Bacitracina e Poliminia
Streptomyces sp. Cloranfenicol, Eritromicina, Estreptomicina e Tetraciclina
Atividades de avaliação
1. Faça um desenho esquemático do resultado do antibiograma realizado du-
rante a aula prática. Descreva os resultados, indicando se a bactéria seme-
ada foi sensível, intermediária ou resistente para cada antibiótico testado.
2. O perfil de susceptibilidade também pode ser utilizado como característica de
diferenciação de espécies em um mesmo gênero. Pesquise sobre o teste da
optoquina e da novobiocina, definindo para qual gênero bacteriano cada um
desses testes é utilizado e o critério para diferenciação das espécies.
3. Os plasmídios são elementos bacterianos extra-cromossomiais que podem
codificar informações de resistência antimicrobiana. Pesquise sobre a con-
jugação bacteriana, descrevendo em detalhes como as bactérias podem
adquirir resistência a antimicrobianos através desse mecanismo. Quais os
principais grupos bacterianos que realizam processos de conjugação?
4. Pesquise sobre a escala de Mac Farland e sua importância para a padroni-
zação de um antibiograma.
5. Explique qual a utilidade clínica do teste de antibiograma, e quando ele
é recomendado.
98 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Sites
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=23740
Referências
MADIGAN, M. T., MARTINKO, J. M., PARKERT, J. Microbiologia de Brock.
12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
PELCZAR, J. P., CHAN, E. C. S., KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e
aplicações. Volume 1. 2. ed. São Paulo: Makron Books,1996.
RIBEIRO, M. C., SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1. São Paulo:
Atheneu, 2002.
SOARES, J. B.; CASIMIRO, A. R. C; ALBUQUERQUE, L. M. B. Microbiolo-
gia Básica. 1. ed. Fortaleza: Edições UFC, 1987.
TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2012.
Capítulo 11
Microbiota da Água
Ensino de Microbiologia 101
Objetivos
l Conhecer a microbiota da água.
l Aplicar métodos tradicionais e modernos da análise microbiológica da água.
l Tubos de Durhan
l Pipeta
l Alça de platina
l Bico de Bunsen.
Procedimentos da aula prática
l Aplicar o Método dos Tubos Múltiplos
1. Microbiota da água
Os micro-organismos encontrados em um ambiente aquático são, de certa
forma, determinados pelas condições físicas e químicas que prevalecem na-
quele ambiente, tais como temperatura, pressão, luminosidade, pH, nutrientes.
A coleção de vida microbiológica que flutua e se movimenta na região
superficial dos pântanos, lagos e oceanos é denominada plâncton, subdividi-
do em fitoplâncton (algas planctônicas e cianobactérias) e zooplâncton (crus-
táceos minúsculos, larvas de animais de diferentes filos, muitos protistas he-
terotróficos e bactérias).
No ambiente aquático podemos encontrar grande quantidade de or-
ganismos patogênicos e não-patogênicos ao homem. Os principais micro-
organismos patogênicos veiculados pela água estão citados na tabela 1.
Ensino de Microbiologia 103
Tabela 1
Principais micro-organismos patogênicos veiculados pela água
Micro-organismos Exemplos Doenças
Shigella dysenteriae Disenteria Bacilar
Escherichia coli Gastroenterites
Bactérias Leptospira sp. Leptospirose
Salmonella typhi Febre Tifóide
Vibrio cholerae Cólera
Microcystis sp.
Carcinoma
Cianobactérias Anabaena sp.
Dermatites
Cylindrospermopsis sp.
Candida albicans
Fungos Dermatites
C. tropicalis
Protozoários Entamoeba histolytica Disenteria amebiana
Ascaris lumbricoides Ascaridíase
Helmintos
Schistosoma mansoni Esquistossomose
Poliomielite
Poliomielite
Hepatite A
Vírus Hepatite infecciosa
Rotavirus
Gastroenterites
Adenovirus
l Teste confirmativo
l Teste completo
Teste Presuntivo
Inocular os tubos de caldo lactose em número de 15 (5 para cada série) sendo
as alíquotas das amostras adicionadas em cada série, respectivamente: 10
mL, 1 mL e 0,1 mL. Em seguida incubar os tubos na estufa a 35 ºC.
Após a incubação por 48 horas, deve se remover os tubos da estufa
e fazer a leitura dos resultados que consiste em verificar o aspecto de cada
tubo, conforme o seguinte critério:
Critérios Interpretação
Crescimento com produção de gás Presença de organismos fermentadores de lactose, possivelmente coliformes.
Crescimento sem produção de gás Ausência de coliformes.
Teste Confirmativo
Os tubos positivos devem ser repicados em tubos com caldo bile verde
brilhante 2% (incubação por 24 horas a 35 ºC) e em Caldo EC (incubação por
24 horas a 44,5 ºC).
106 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Critérios Critérios
Crescimento com produção de gás: Presença de coliformes totais.
Crescimento sem produção de gás : Ausência de coliformes totais.
l Caldo EC:
Critérios Critérios
Crescimento com produção de gás Presença de coliformes termotolerantes.
Crescimento sem produção de gás: Ausência de coliformes termotolerantes.
Teste Completo
As amostras positivas para coliformes totais são submetidas ao cultivo em
meio eosina azul de metileno. Caso haja formação de colônias característi-
cas, essas colônias são repicadas para um meio ágar nutriente e após perío-
do de crescimento, realiza-se o teste da coloração de Gram, para comprovar
a presença de coliformes.
Sites
www.webciencia.com/21_agua.htm
www.decomposicao.vilabol.uol.com.br/frames.htm
www.dms.ufsc.br/mip5131/arquivos/3149_9a%2520aula-
-Microbiologia%2520da%2520agua.ppt+micro-
-organismos+aquaticos&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=10&gl=br
www.qaonline.iqsc.usp.br:8180/FCKeditor/UserFiles/File/
Marcia%2520Nitschke/Microbiologiadaagua.pdf+mICROBIOTA+DA+%C3%
81GUA&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=3&gl=br
http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/1469_00.htm
108 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Referências
SOARES, J. B.; CASIMIRO, A. R. S.; ALBUQUERQUE, L. M. B. Microbiolo-
gia basica. Fortaleza/CE : EUFC, 1991.
SILVA FILHO, G. N., OLIVEIRA, V. L. Microbiologia - Manual de aulas práti-
cas 2ª Ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2007.
Capítulo 12
Microbiota do Solo
Ensino de Microbiologia 111
Objetivos
l Tubos Falcon® 50 mL
l Bastão de vidro
l Lâminas para microscopia óptica
l Micropipetador
l Pipeta
l Balança semi-analítica ou analítica
l Álcool
l Alça de platina
Introdução
Ao considerar os ambientes terrestres, nossa atenção se dirige ao solo e as
plantas. Na formação do solo são produzidas interações complexas entre o
material original, a topografia do terreno, o clima e os seres vivos
O solo, além de ser o principal substrato para a agricultura, é suporte
para estradas, fornece materiais para a construção civil, e é utilizado como
depósito de lixo. É também nos solos que se realiza a maior parte da ciclagem
de nutrientes da qual o planeta Terra depende para se manter vivo.
A biodiversidade de solos tem um papel fundamental na regulação dos
processos biogeoquímicos formadores e mantedores dos ecossistemas. Den-
tre estes, incluem-se: a formação e estruturação de solos; a decomposição da
matéria orgânica; a ciclagem de nutrientes e a formação dos gases compo-
nentes da atmosfera terrestre.
O solo constitui um sistema muito dinâmico e organizado e representa um
excelente meio para a sobrevivência de uma variedade de micro-organismos re-
presentada por componentes macro e microscópicos. O solo é constituído por
uma grande quantidade de micro-organismos – bactérias, fungos, algas, protozo-
ários e vírus, os quais são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica
do solo em matéria inorgânica simples que servem de alimento para as plantas.
Ensino de Microbiologia 113
3. Diversidade microbiana
O solo típico tem bilhões de organismos, principalmente os microscópi-
cos. Mas a quantidade de micro-organismos declina rapidamente com o au-
mento da profundidade, como mostrado na tabela 1.
Tabela 1
Micro-organismos por grama de um solo típico de jardim em várias profundidades
Profundidade (cm) Bactérias Fungos Algas
3-8 9.750.000 119.000 25.000
20-25 2.179.000 50.000 5.000
35-40 570.000 14.000 500
65-75 11.000 6.000 100
135-145 1.400 3.000 -
3.1 Bactérias
Especula-se que são conhecidos apenas 1% das bactérias de solos. O nú-
mero de espécies de bactérias de solos descrita na leitura vem crescendo
nos últimos anos em virtude do desenvolvimento de ferramentas de biologia
molecular que possibilitam a análise de sequências de DNA a partir de mate-
rial genômico estraído diretamente do solo. As novas técnicas evidenciaram
a enorme diversidade genética de bactérias presentes apenas em 1g de solo.
Estima-se que em 1g de solo ocorram entre 20 a 40 mil espécies bacterians.
As bactérias desempenham papel importante na decomposicão de re-
síduos orgânicos e na formação do húmus, e incluem organismos que parti-
cipam do ciclo do nitrogênio (nutrificação). Alguns exemplos são as bactérias
dos gêneros Rhizobuim e Azotobacter.
As bactérias são, em geral, bastante exigentes em cálcio e properam
especialmente em solos de reação levemente ácida a levemente alcalina. Ou-
tros gêneros bacterianos encontrados no solo: Bacillus, Clostridium, Athrobac-
ter, Pseudomonas, Nitrobacter, Nocardia, Streptomyces e Micromonospora.
Ensino de Microbiologia 115
23
Onde estudar no Brasil?
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE VIÇOSA
(Pós-graduação em
Microbiologia Agrícola)
Algumas linhas de pesquisa
são: fixação biológica de N2;
associações micorrízicas;
qualidade microbiológica de
alimentos; bactérias láticas
e probióticos; microbiologia
Figura 2 – Microscopia eletrônica do dos processos fermentativos
de produtos agroindustriais;
gênero bacteriano Arthrobacter
fungos produtores de
encontrado no solo.
Fonte: http://www.musee-afrappier.qc.ca enzimas de interesse
industrial; biologia molecular
3.2 Fungos de fungos de interesse
industrial e metabolismo
Estima-se que apenas 5% dos fungos existentes nos solos tenham sido descritos. de carboidratos em micro-
organismos.
Os fungos envolvem-se em inúmeras relações mutualistas, comensais e
Fonte: http://www.ufv.br/dmb/
competitivas com outros organismos do solo. Muito progresso tem sido feito com cpmicrag.htm
relação à catalogação de fungos superiores, que formam sistemas de repro-
dução macroscópicos (cogumelos). Já os micorrízicos, que formam relações
mutualistas com plantas, foram muito pouco estudados. Os fungos micorrízicos
arbusculares são comuns em todo o mundo, porém apenas as espécies asso-
ciadas a plantas de interesse agrícola foram estudadas de maneira adequada.
Os fungos podem atingir no solo uma massa total superior à das bacté-
rias. São em geral menos exigentes em cálcio e mais tolerantes da acidez do
que as bactérias. Ex.: Penicillium sp., Mucor sp., Rhizopus sp., Fusarium sp.,
Cladosporium sp., Aspergillus sp. e Trichoderma sp.
3.3 Protozoários
Estima-se que apenas 10% dos protozoários do solo são conhecidos. Eles são,
juntamente com os nematóides, os principais predadores de micro-organismos
dos ecossistemas terrestres. Alterações na diversidade de protozoários pode-
riam ser relacionadas a mudanças nos processos ecológicos do ecossistema.
116 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Atividades de avaliação
1. Faça desenhos da lâmina e da placa visualizadas na aula prática descre-
vendo os resultados.
2. Em um congresso de microbiologia, um estudante, ao apresentar um traba-
lho, afirmou que quanto maior a profundidade, menor vai ser a densidade
microbiana. Você concorda com o aluno? Explique.
3. Quais as vantagens dos fungos que vivem em simbiose com raízes de plantas
superiores? Pesquise dois gêneros fúngicos sapróbios de interesse médico.
4. Cite dois ciclos biogeoquímicos, salientando sua importância e os micro-
organismos envolvidos.
5. Conceitue rizosfera. Explique as principais funções desta região exemplifi-
cando os principais micro-organismos que lá habitam.
Leituras
SILVEIRA, A. P. D.; FREITAS, S .S. Microbiologia do solo e qualidade ambien-
tal. São Paulo: Instituto Agronômico, 2007.
Sites
http://www.bdt.fat.org.br/bacteria/
Referências
PELCZAR, M. J.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e
aplicações. Volume 2. 2. ed. São Paulo: Makron Books,1996.
SILVA FILHO, G. N.; OLIVEIRA, V. L. Microbiologia - Manual de aulas Práti-
cas. Florianópolis: Editora da UFSC, 2007.
LACAZ-RUIZ, R. Manual Prático de Microbiologia Básica. São Paulo: Edi-
tora USP, 2000.
Capítulo 13
Microbiota do Corpo Humano
Ensino de Microbiologia 119
Objetivos
l Trabalhar o conceito de Microbiota
Introdução
Todo ser humano nasce livre de qualquer microrganismo. Porém, durante a
passagem pelo canal vaginal durante o parto, há o primeiro contato do recém
nascido com diversos micro-organismos oriundos da microbiota da mãe.
O termo MICROBIOTA é tido como o conjunto de micro-organismos
que estabelecem uma residência fixa ou temporária no corpo, mas que, em
condições normais, não produzem quaisquer doenças.
2. Funções da Microbiota
A microbiota constitui um dos mecanismos de defesa mais eficazes do corpo,
além de participar de diversas outras atividades.
Na defesa, ela atua na interferência bacteriana, competindo com bacté-
rias patogênicas e estimulando o desenvolvimento das defesas imunológicas.
Há também o auxílio na fabricação e absorção de nutrientes, com a produção
de vitaminas do complexo B e vitamina K.
Atividades de avaliação
1. Faça um desenho esquemático da placa de Petri e explique os resulta-
dos obtidos.
2. Como a microbióta consegue modular o sistema imune?
3. Como alguns micro-organismos da microbiota normal podem se tornar
patógenos oportunistas? Qual a diferença entre colonização e doença.
Cite exemplos.
4. Como a microbióta natural pode oferecer proteção contra a invasão por
micro-organismos patogênicos?
5. Defina pré e probióticos.
Leituras
Projeto Micro-organismos. http://www.fam.br/micro-organismos/bacteriologia_
microbiologia_ _humana_pele_e_conjuntiva.htm
Referências
MADIGAN, M. T., MARTINKO, J. M ., PARKERT, J. Microbiologia de Brock.
12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
PELCZAR, J. P., CHAN, E. C. S., KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e
aplicações. Volume 1. 2. ed. São Paulo: Makron Books,1996.
RIBEIRO, M. C., SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1. São Paulo:
Atheneu, 2002.
SOARES, J. B.; CASIMIRO, A. R. C; ALBUQUERQUE, L. M. B. Microbiolo-
gia Básica. 1. ed. Fortaleza: Edições UFC, 1987.
TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2012.
Capítulo 14
Micro-organismos em
Processos Biotecnológicos
Ensino de Microbiologia 127
Objetivo
l Observar a presença de micro-organismos em produtos comerciais obtidos
pela atividade microbiana.
Introdução
O termo Biotecnologia se refere a um conjunto de tecnologias utilizadas em di-
versos setores da economia e que têm em comum o uso de micro-organismos
vivos ou células e moléculas, para a produção de bens e serviços (SILVEIRA
et al., 2004). Mais resumidamente, segundo BUIATTI (2004), biotecnologias
são tecnologias em que são utilizados seres vivos como instrumentos para
mudar o mundo.
Há centenas de anos, a humanidade consome alimentos produzidos
pela ação de micro-organismos. Pão, vinho, queijo e iogurte são alguns exem-
plos de produtos derivados da atividade microbiana. No entanto, somente há
cerca de 100 anos, os cientistas demonstraram que os micro-organismos são
responsáveis por esses produtos.
25
As leveduras estão entre
os micro-organismos mais
Especialmente após a Primeira Guerra Mundial, os micro-organismos amplamente utilizados pela
passaram a ser reconhecidos e amplamente utilizados na produção de ali- indústria. Alem da importância
mentos, vacinas, antibióticos e vitaminas, além de substâncias químicas, na panificação e produção
de bebidas as leveduras
como o etanol, a acetona e o ácido cítrico. Eles são utilizados como verdadei- podem ser cultivadas
ras “fábricas” para produzir substâncias químicas de interesse humano, que visando a utilização como
outros organismos não conseguem produzir. complemento alimentar.
128 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
1.3 Na medicina
A utilização de micro-organismos na medicina abrange diversos setores. Para
indústria farmacêutica, por exemplo, eles contribuem com o desenvolvimento
de novos medicamentos. Um dos exemplos clássicos é o do fungo Penicillium
spp., descoberto pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming
enquanto observava uma cultura de bactérias do gênero Staphylococcus spp..
O isolamento da penicilina foi de importância crucial para o desenvolvimento
Ensino de Microbiologia 129
1.4 No Bioterrorismo
O bioterrorismo é caracterizado pela liberação intencional de produtos quí-
micos ou agentes infecciosos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Os
avanços nas pesquisas acerca de diversos micro-organismos com potencial
bioterrorista têm provocado um alerta mundial quanto aos riscos envolvidos
em possível ataque com agentes biológicos. A União Européia vêm estabe-
lecendo uma parceria com diversos países e com a Organização Mundial da
Saúde, visando a prevenção e possível reação em âmbito mundial frente à
ameaça potencial que o bioterrorismo representa.
Um exemplo de micro-organismo com grande potencial bioterrorista é o
Bacillus anthracis, o qual provoca uma infecção conhecida como antraz. Essa
bactéria está normalmente presente em animais como o gado bovino e outros
animais herbívoros, embora também possa aparecer em pessoas expostas
a animais infectados ou a seus produtos, podendo ser contraída através da
ingestão da carne desses animais ou do simples manuseio dos produtos in-
fectados, além da própria inalação. É a forma inalatória que é utilizada em
bioterrorismo, pois é de fácil dispersão. Estima-se que 10 kg de esporos em
condições ideais possam contaminar 100 mil pessoas em uma semana. Fe-
lizmente, é raro conseguir esporos em condições ideais, o que torna o antraz
uma arma biológica não muito fácil de ser utilizada.
Atividades de avaliação
1. Uma garrafa de vinho tinto “orgânico” (sem conservantes) parcialmente
consumida é novamente tampada e armazenada sob refrigeração. Ao pro-
var novamente o vinho, você percebe um novo sabor azedo característico,
que impossibilita seu consumo. Descreva o que pode ter acontecido com o
vinho e que processo microbiano ocorreu.
2. Pesquise sobre o tema: Micro-organismos X Indústria cervejeira.
3. Dona Maria estava tentando fazer uma receita de pão salgado, e viu que
teria que adicionar açúcar. Ajude Dona Maria e explique porque devemos
adicionar açúcar quando estamos preparando pão, mesmo no preparo de
pães salgados.
4. Recentemente foi publicado um artigo sobre uma bactéria com material genéti-
co completamente sintetizado a partir de informações de computador. Comen-
te sobre os possíveis riscos e benefícios dessa criação. (máximo 15 linhas).
Sites
http://www.saudenainternet.com.br/portal_saude/cuidado-com-
os-cosmeticos.php
http://pt.wikibooks.org/wiki/Engenharia_gen%C3%A9tica/As_DNA_polimera-
ses_Taq_e_Pfu
http://www.hottopos.com/regeq10/rafael.htm
http://www.anbio.org.br/pdf/2/mct_recursos_biologicos.pdf
http://www.redetec.org.br/inventabrasil/crescer.htm
http://www.unicamp.br/fea/lsfm/cursos/ta918_13.html
http://www.livronline.com/servicos/gratuitos/ma002/capitulos/cap4.html
Ensino de Microbiologia 131
Referências
BUIATII, M. Biotecnologias: a engenharia genética entre biologia, ética e
mercado. São Paulo: Edições Loyola: Paulinas, 2004.
SILVEIRA, J. M. F. J., POZ, M. E. D., ASSAD, A. L. D. Biotecnologia e recur-
sos genéticos. Campinas: FINEP, 2004.
TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed , 2012.
www.abc-cosmetologia.org.br/biblioteca/descr_revistas.php?id=35
www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/bioterrorismo.htm
www.pwp.netcabo.pt/sistema.imune/Producao_Insulina.htm
www.naturale.med.br/botox.htm
www.emglab.com.br/html/toxina_botulinica.html
http://ec.europa.eu/health-eu/my_environment/bio_terrorism/index_pt.htm
www.unificado.com.br/calendario/09/penicilina.htm
Capítulo 15
Análise macro e
micromorfológica dos Fungos
Ensino de Microbiologia 135
Objetivos
l Verificar o crescimento fúngico em meio de cultura;
l Definir e descrever as características macromorfológicas das colônias fúngicas;
l Diferenciar macroscopicamente os fungos filamentosos das leveduras;
l Conhecer e classificar as principais estruturas de ornamentação e frutificação;
l Diferenciar através de estruturas microscópicas alguns gêneros e/ou espé-
cies fúngicas.
26
Características Introdução
morfológicas dos
fungos Leveduras Os fungos estão amplamente distribuídos na natureza, sendo encontrados em
• Macro: apresentam colônias quase todos os lugares do planeta Terra; alguns (fungos saprófitas) vivem na
de aspecto glabroso,
matéria orgânica, na água e no solo, e outros (fungos parasitas) vivem na su-
às vezes, intensamente
mucóides, apresentando perfície ou no interior de animais e vegetais (BURTON; ENGELKIRK, 2005).
uma variação de tons que Alguns são prejudiciais, enquanto outros são benéficos. Nos últimos
vai do branco ao creme,
anos, a incidência de infecções causadas por fungos nos seres humanos tem
algumas podem apresentar
matizes diferenciados do aumentado, como as infecções hospitalares em indivíduos com sistema imu-
salmão ao preto. nológico comprometido. Além disso, os fungos podem produzir micotoxinas
• Micro: numerosas (aflotoxinas) que contaminam alimentos (principalmente grãos e sementes)
estruturas redondas ou
e podem também produzir doenças em vegetais, prejudicando plantações
ovaladas, unicelulares,
algumas apresentando (JORGE, 2008).
brotamento, denominadas Por outro lado, alguns fungos filamentosos e leveduras26 são benéficos
blastoconídios.
para o homem, auxiliando na indústria alimentícia, através da fabricação de
• Diagnóstico laboratorial:
semeaduras secundárias queijos, cervejas, vinhos e outros alimentos, e na industria farmacêutica, atra-
em meios mais específicos, vés da produção de antibióticos (JORGE, 2008).
técnica do microcultivo,
provas bioquímicas e
enzimáticas. 1. Macromorfologia dos fungos
A cultura de um micro-organismo refere-se à capacidade que este tem de
crescer em meios nutritivos especiais, sendo evidenciado macroscopicamen-
te pela formação de uma unidade estrutural, denominada de colônia.
A caracterização de uma colônia fúngica consiste na análise de um
conjunto de características subjetivas, de expressão fenotípica, encontradas
em uma espécie. Não raro, tais características deixam de manifestar-se e
apontam em direção a uma espécie fúngica, não correlacionada aos achados
microscópicos e clínicos.
Devemos lembrar que os fungos são organismos que apresentam um
pleomorfismo acentuado, o que pode inviabilizar sua identificação. Dessa
forma, deve-se sempre ter em mente que, embora a colônia fúngica possa
sugerir, indicar e, muitas vezes, até acertar o caminho da identificação, não
se deve, contudo, considerá-la como a única ou a principal forma de iden-
tificação fúngica. Visto que quando usada como único critério pode levar o
micologista a diagnósticos pouco precisos ou incorretos.
27
Fungos Filamentosos
• Macro: apresentam colônias
com imensa diversidade
de relevos, texturas e
pigmentações.
• Micro: constituídos por um
conjunto de estruturas
Figura 1 – Colônia de Penicillium sp., evidenciando as zonas de uma colônia fúngica. tubulares, denominadas
de hifas, que, quando
I: Zona Periférica; II: Zona de Crescimento; III: Zona de Frutificação; IV: Zona Central.
agrupadas, denominam-se
Fonte: http://cpralmun.educa.aragon.es/wq/microbio/images/penici.jpg
de micélio.
• Diagnóstico laboratorial:
Na observação das características macroscópicas dos fungos27, devem- semeaduras secundárias
se observar os seguintes aspectos: em meios mais específicos,
técnica do microcultivo,
Tamanho: a colônia pode apresentar-se com tamanho bastante variável; provas nutricionais.
Bordos: na periferia das colônias fúngicas, podem ser observadas muitos de-
senhos, além do mais, também se observa uma variação da coloração destes
em relação ao centro;
Textura: classificação em diversos tipos, por exemplo: colônias algodonosas,
furfuráceas, penugentas, arenosas, veludosas, glabrosas, entre outros.
Relevo ou Topografia: as colônias podem apresentar-se como: colônias
cerebriformes, rugosas, apiculadas, crateriformes, entre outras.
Pigmentação: deve-se levar em consideração o pigmento no verso e no re-
verso da colônia e o se o mesmo é difusível no meio de cultura.
Sites
www.doctorfungus.org/search/query.asp
www.terravista.pt/bilene/5547/
www.microbiologia.vet.br/fungos.htm
Referências
BURTON, G. R. W.; ENGELKIRK, P. G. Microbiologia para as ciências da
saúde. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
JORGE, A. O. C. Microbiologia - Atividades Práticas. 2 ed. São Paulo: Li-
vraria Santos Editora LTDA, 2008.
LACAZ, C. S. et al. Tratado de Micologia Médica – Lacaz. São Paulo: Sar-
vier, 2002.
SIDRIM, J. J. C. et al. Micologia Médica à Luz de Autores Contemporâne-
os. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
Capítulo 16
Microbiota do ar
Ensino de Microbiologia 143
Objetivos
l Conhecer a microbiota do ar.
l Diferenciar a qualidade do ar de ambientes fechados e abertos.
l Definir fungos anemófilos.
l Discutir técnicas de análise do ar.
29
Produção de bioaerossóis
Materiais utilizados na aula prática O uso incorreto de
l Placas de Petri de 150 mm equipamento de laboratório
como pipetas, alças de
l Meio ágar Sabouraud ou ágar Batata inoculação, agulhas,
l Pincel para identificação e filme transparente (PVC). seringas, centrífugas e
homogeneizadores, pode
produzir grandes quantidades
Procedimentos da aula prática de aerossóis potencialmente
infectantes.
l Aplicar a técnica da sedimentação passiva em placas de Petri num ambien-
Exemplos de procedimentos
te fechado (sala de aula) e num ambiente aberto a ser analisado e expor por que produzem aerossóis:
20 minutos; • destampar frascos que
l Vedar as placas de Petri contendo as amostras com filme transparente e foram fechados com tampa
de pressão;
encaminhar ao Laboratório de Microbiologia;
• esvaziar seringas ou
l Incubar a placa de Petri à temperatura ambiente, por três dias;
eliminar o ar das seringas;
l Fazer a verificação de presença ou ausência de crescimento no meio seme- • quebrar frascos que
ado baseado em características macroscópicas de colônias fúngicas. contenham cultura de
micro-organismos;
• centrifugar tubos ou frascos
Introdução sem tampa adequada;
Equacionar o problema do desenvolvimento sustentável, ou seja, viver em
harmonia com as atividades humanas que vêm alterando o ambiente natural
de forma rápida, e praticamente, irreversível para muitos ecossistemas, se
constituindo num dos grandes desafios da ciência moderna. Sendo fato, que
o aumento da contaminação do ar, principalmente nos grandes centros urba-
nos, tem se tornado cada vez mais importante como fonte de agravo à saúde
do homem e dos demais seres vivos.
A Aerobiologia é a ciência que estuda os organismos biológicos presen-
tes no ar, os bioaerossóis29, que são definidos como partículas de origem bio-
lógica suspensas no ar, geradas natural ou artificialmente, que podem existir
na forma de uma única célula, aglomerados de micro-organismos viáveis ou
partículas não viáveis de vários tamanhos.
144 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
3. Legislação
No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente, por meio da Resolução n°
3, de junho de 1990, estabelece os padrões de qualidade do ar nos ambientes
externos que, ultrapassados, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-es-
tar da população (CONAMA, 1990). Porém para os níveis de contaminantes
32
A limpeza periódica do ar-
condicionado, cortinas, biológicos do ar de interiores32, que variam enormemente em função do tempo
tapetes e do ambiente e espaço, não existem métodos e padrões amplamente aceitos no país.
são pontos fundamentais
Ressalta-se ainda a publicação de uma Orientação Técnica elaborada
para evitar as doenças
respiratórias. por Grupo Técnico Assessor, sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar
Interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo,
cujo valor máximo recomendável é < 750 ufc/m3, sendo inaceitável a presen-
ça de fungos patogênicos nesse tipo de ambiente (Resolução n. 176, 24 de
outubro e 2000).
Atividades de avaliação
1. Esquematize os resultados da aula prática, descrevendo os aspectos ma-
cromorfológicos das colônias fúngicas presente na placa de Petri. Fale so-
bre a qualidade do ar ambiente analisado por sua equipe.
2. A que se refere a “Síndrome dos Edifícios Doentes”? Trace um paralelo
entre alergias respiratórias e padrões de qualidade do ar.
3. Investigue sobre as principais técnicas para o exame microscópico das
colônias fúngicas cultivadas em meios de cultura (técnica da dissecação,
técnica da fita adesiva e técnica de cultivo em lâmina). Mostrando como
ocorrem seus procedimentos no laboratório.
4. Pesquise sobre a Resolução n. 176, de 24 de outubro de 2000. Aponte as-
pectos positivos e negativos.
5. Descreva, detalhadamente, como ocorre o controle da qualidade do ar em
um centro cirúrgico.
Ensino de Microbiologia 147
Sites
www.bdt.fat.org.br/sci?sci.dive.micr
www.fhomuv.com.br/tadeu/principios.ppt
www.mma.gov.br/biodiversidade/doc/microb1
www.bdt.fat.org.br/bacteria/
www.isao.bo.cnr.it/aerobio/ai/index.shtml
www.paaa.org/
www.pollenplus.com/
www.sci.utu.fi/biologia/aerobiologia
www.robotdobrasil.com.br
Referências
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução N° 3 de 18 de
junho, 1990. Padrões de qualidade do ar. Diário Oficial da União, 22/08/1990.
LACAZ, C. S. et al. Tratado de Micrologia Médica – Lacaz. São Paulo: Sar-
vier, 2002.
PANTOJA, L. D. M.; COUTO, M. S.; PAIXÃO, G. C. Diversidade de bioae-
rossóis presentes em ambientes urbanizados e preservados de um campus
universitário. O Biológico, v. 69, p. 41-47, 2007.
PANTOJA, L. D. M.; RIZZO, R. S.; CARVALHO, B. S.; CONDE, V. F.; GALAS,
K. S.; FONSECA, F. R. M.; PAIXAO, G. C.. Constituição da Micobiota Aérea
de Bibliotecas Públicas no município de Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil.
Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Infor-
mação, v. 17, p. 31-41, maio/ agosto, 2012.
148 Paixão, G. C. Pantoja, L. D. M. Mourão, C. I. Oliveira, C. S. F.
Sobre os autores
Germana Costa Paixão: É Médica Veterinária formada pela Universidade Es-
tadual do Ceará/UECE e Mestre em Patologia pela Universidade Federal do
Ceará/UFC. É professora da UECE desde 2000, onde leciona a disciplina de
Microbiologia para os Cursos de Ciências Biológicas e Medicina. Também faz
parte do corpo docente do Curso de Enfermagem da Faculdade da Grande
Fortaleza- FAMETRO, ministrando as disciplinas de Microbiologia e Parasito-
logia. Coordena o Curso de Ciências Biológicas à distância da Universidade
Aberta do Brasil-UAB/UECE, desde 2008. Desenvolve pesquisas em Aeromi-
crobiologia e ensino de Microbiologia. É membro efetivo da Sociedade Brasi-
leira de Microbiologia/SBM.
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História
Educação
Física
ISBN 978-85-78266-19-6
Ciências Artes
9 788578 266 1 96
Química Biológicas Plás�cas Computação Física Matemá�ca Pedagogia