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MUROS DE ARRIMO
Resumo
Hoje em dia podem-se destacar as obras de contenção, que visam solucionar problemas
relacionados, principalmente, à estabilização de encostas. Com a evolução dos materiais e
métodos construtivos surgiram tecnologias que podem ser empregadas na execução de obras
de contenção, como por exemplo, os muros de arrimo de flexão. Nesse sentido, acredita-se
que ao identificar o tipo adequado de muro arrimo e os devidos controles da execução
verificados nas coordenadas do projeto e confrontados com o controle dos materiais
empregados para os tipos de solos encontrados, proporcionará maior segurança na
realização do mesmo. Esta revisão foi realizada á partir de pesquisa bibliográfica que
possibilitou o embasamento teórico necessário para a realização do presente trabalho,
abrangendo temas da Estrutura de arrimo, no que se refere á sua aplicação prática na
construção civil. Sendo assim, foi possível caracterizar e abordar os princípios contidos
nessa filosofia de produção aplicada ao setor da construção. Portanto, a forma de contenção
tem se mostrado de extrema importância para o entendimento e a escolha correta de qual
tipo de muro melhor se aplica para as diversas situações, sobretudo na execução da obra e
na viabilidade do custo final que essa ação traz de benefícios a sua implantação.
1. Introdução
Desde a antiguidade o homem se depara com problemas relacionados às habitações e
suas particularidades. Na tentativa de melhorar os locais de edificação fez-se uso de várias
técnicas de construção, e estas foram evoluindo ao longo do tempo (BARROS, 2011).
Hoje em dia, esses problemas ainda estão presentes, como por exemplo, o relevo e o
solo. Podem-se destacar nesse contexto as obras de contenção, que visam solucionar
problemas relacionados, principalmente, à estabilização de encostas.
Uma das primeiras soluções empregadas foi à sobreposição de pedras com grandes
dimensões e massa valendo-se da gravidade, sendo que este método ainda é empregado
atualmente.
Com a evolução dos materiais e métodos construtivos surgiram outras tecnologias que
podem ser empregadas na execução de obras de contenção, como por exemplo, os muros de
arrimo de flexão.
As estruturas de contenção ou de arrimo, segundo Barros (2011), são obras civis que
têm por objetivo prover estabilidade contra a ruptura de maciços de rocha ou solo. O autor
MUROS DE ARRIMO
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complementa explicando que tais estruturas atuam como agente estabilizador dos maciços,
assim evitando possíveis escorregamentos (causados pelo peso próprio do maciço ou por
atuação de carregamentos externos). Exemplos comuns de obras de contenção são os muros
de arrimo e as cortinas de estacas.
A escolha do tipo de contenção a ser utilizada, conforme Barros (2011) deve levar em
consideração três fatores básicos: fator físico, fator geotécnico e fator econômico. O fator
físico compreende, de forma resumida, a altura da estrutura de contenção e o espaço
disponível para a execução da mesma. Já o fator geotécnico leva em consideração o tipo de
solo a conter e capacidade de suporte do solo da base, além da presença (ou não) de lençol
freático. Por fim, o fator econômico está relacionado à disponibilidade de mão-de-obra
qualificada e materiais, tempo de execução e custo final da estrutura.
Moliterno (1980) acrescenta que qualquer obra de contenção terá pouca confiabilidade
no caso da não observação do comportamento de construções similares já executadas e de
movimentos lentos da encosta que podem ser constatados somente com a inspeção do local da
construção.
Para Gerscovich (2010) o muro pode ser entendido como estruturas corridas para
contenção apresentando paredes verticais (ou quase verticais) que são apoiadas em fundações
profundas ou rasas. A autora explica que os muros podem ser construídos com vários
elementos, destacando-se a alvenaria (de pedra ou tijolos/blocos) e o concreto (armado ou
simples).
Aliado aos fatores citados anteriormente, o DNER – Departamento de Estradas de
Rodagem (2005) explica que a geometria e os materiais constituintes da estrutura devem ser
apropriados a cada situação, de modo a suportar as solicitações críticas durante a vida útil da
estrutura garantindo a segurança desejada.
Segundo Barros (2011), dependendo do material empregado na obra de contenção, as
estruturas são classificadas em dois tipos básicos: estruturas rígidas e estruturas flexíveis. As
estruturas rígidas são aquelas constituídas de materiais que não aceitam nenhum tipo de
deformação, como por exemplo, os muros de concreto ciclópico. Por outro lado, as estruturas
flexíveis são formadas por materiais deformáveis que, dentro de limites aceitáveis, absorvem
os esforços devidos às movimentações e acomodações da estrutura sem perder estabilidade e
eficiência.
Nesse sentido, acredita-se que ao identificar o tipo adequado de muro arrimo e os
devidos controles da execução verificados nas coordenadas do projeto e confrontados com o
controle dos materiais empregado para os tipos de solos encontrados, proporcionará maior
segurança na realização do mesmo.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Metodologia
Esta revisão foi realizada á partir de pesquisa bibliográfica que possibilitou o
embasamento teórico necessário para a realização do presente trabalho, abrangendo temas da
Estrutura de arrimo, no que se refere á sua aplicação prática na construção civil. Sendo assim
possível caracterizar e abordar os princípios contidos nessa filosofia de produção aplicada ao
setor da construção.
Sendo assim, solo também pode ser todo o material da crosta terrestre, escavável por
meio de pá, picareta, escavadeira etc., sem necessidade de explosivos, que não oferece
resistência intransponível à escavação mecânica e que perde resistência quando em contato
prolongado com a água, podendo ser aplicada na Engenharia Civil processos que servem de
suporte, como arrimados, escavados ou perfurados etc.
Portanto, sob um ponto de vista puramente técnico, aplica-se o termo solo a materiais da
crosta terrestre que servem de suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e utilizados
nas obras da Engenharia Civil. Tais materiais, por sua vez, reagem sob as fundações e atuam
sobre os arrimos e coberturas, deformando-se e resistem a esforços nos terrenos e taludes,
influenciando as obras segundo suas propriedades e comportamento. (VARGAS, 1977, p.04).
Sua formação vem da decomposição das rochas, que se encontra próximo à
superfície da terra, fragmentado e fraturadas devido sua própria origem ou por movimentos
tectônicos, basta uma chuva atípica para que este se desestabilize as encostas naturais.
É através destas fraturas ou fendas que se dá ataque do meio ambiente, sob a ação das águas e
das variações de temperaturas. As águas de chuvas, aciduladas por ácidos orgânicos
proveniente da decomposição de vegetais, penetram pelas fraturas e provocam alterações
químicas dos minerais das rochas, transformando-os em areia e argilas. Os solos podem ser
encarados como o resultado de uma espécie de equilíbrio temporário entre o meio ambiente e
as rochas. (MASSAD, 2010, p. 84).
Como material da natureza, o solo necessita ser identificado e classificado, para que
possa dar uma solução mais técnica para problemas que o solo possa implicar nas contenções
de terra. Os cálculos de qualquer projeto de engenharia envolvendo solos são baseados nas
propriedades específicas da classe e uma escala de granulometria que pertencem o solo.
Mas, para isso, é necessário anteriormente estabelecer uma “escala granulométrica”, isto é,
uma escala das grandezas dos diâmetros entre os quais se encontrem os tamanhos das frações
constituintes dos solos. Há diferentes escalas granulométricas, podendo-se mesmo dizer que
cada organização adota a sua. (VARGAS, 1977, p.76).
A sua estabilização depende do processo pelo qual se confere ao solo uma maior
resistência estável às cargas, descargas ou à erosão, por meio de uma compactação, correção
da sua granulometria e da sua plasticidade ou de uma adição de substância que lhe confiram
uma coesão proveniente da cimentação ou aglutinação dos seus grãos. É muito usado também
em certos casos de reforços de fundação, ou de melhoria das condições de escavação ou
estabilidade de taludes.
Um solo é considerado estabilizado naturalmente quando a sua granulometria obedece
a curva correspondente aos solos bem graduados (Talbot), isto é, quando ele for um solo dos
grupos GW e SW de Casagrande, bem compactados. (VARGAS, 1977, p. 93).
A análise de estabilidade foi desenvolvida em 1916, chamado de método Sueco,
motivada pelo escorregamento de solo na natureza, ocorrido no cais de Stigberg, no porto de
Gotemburgo, levando a analisar as considerações de massa de solo como um todo, ou
subdividido em lâmina, ou em cunhos. Esses métodos analisam que a linha de ruptura são
não-circulares, se fragmenta em fatia ou em lâmina, com fases verticais além de considerar
caso do solo estratificado.
Os métodos para a análise de estabilidade de taludes, atualmente em uso, baseiam-se
na hipótese de haver equilíbrio numa massa de solo tomada como corpo rígido-plástico, na
iminência de entrar em um processo de escorregamento. Daí a denominação geral de “método
de equilíbrio-limite”. (MASSAD, 2010, p. 63).
No estudo da estabilidade de taludes naturais, e de taludes de barragens de terra,
costuma-se definir o coeficiente de segurança (F) como a relação entre a resistência ao
cisalhamento do solo(s) e a tensão cisalhamento atuante ou resistência mobilizada(T), esta
última obtida por meio das equações de equilíbrio, isto é, F = S
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T
S, em termos de tensões efetivas, é dada por:
S = c’ + σ . tg Φ’
(MASSAD, 2010, p. 64).
A linha de ruptura não-circular está representada na figura 01.
Figura 01. Exemplos de casos em que a linha de ruptura é não-circular. (Fonte: Massad, 2010)
Como material natural, o solo necessita de ser identificado e classificado para ser
utilizado nos projetos a que ele melhor se enquadra, com intuito de minimizar problemas
futuros. Podendo ser classificada por apresentar textura, composição granulométrica,
plasticidade, consistência de compacidade diferente uma das outras, auxiliando os
engenheiros na escolha da decisão mais adequada.
A diversidade dos solos e a enorme diferença de comportamento apresentada pelos
diversos solos perante as solicitações de interesse da engenharia levou a que eles fossem
naturalmente agrupadas em conjuntos distintos, para os quais algumas propriedades podem
ser atribuídas. Desta tendência natural de organização da experiência acumulada, surgiram os
sistemas de classificação dos solos.
O objetivo da classificação dos solos, sob o ponto de vista de engenharia, é o de poder
estimar o provável comportamento do solo, ou, pelo menos, o de orientar o programa de
investigação necessária para permitir a adequada análise de um problema. (HACHICH, ET
AL., 1998, p.56).
Os ensaios de granulometria é que determina o tamanho dos grãos e as características
de cada solo.
Para a classificação granulométrica utilizar-se-iam as próprias curvas granulométricas
indicadas a finura do solo e a forma de curva como será descrito adiante, ou então, recorrer-
se-á aos diagramas triangulares. (VARGAS,1977, p.76).
A curva granulométrica está representada no gráfico 01.
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Algumas vezes, o muro de arrimo é apenas um detalhe dentro de uma estrutura que
queremos fazer. Nesse caso, temos muros de arrimo ligados às estruturas. Caso
contrário, isto é, se o muro de arrimo for à única obra a ser feita, teremos outro tipo
de muro, classificado como isolado. (ADÃO E HEMERLY, 2010, p. 136).
Foto 02 – Muro de arrimo com pneus (Fonte Arqambiente, 2005) Disponível em:
<arqambiente.blogspot.com.br/2010/05/construcoes-sustentaveis.html>
limitação de espaço disponível para que a base do muro apresente as dimensões necessárias
para a estabilidade.
provenientes do empuxo. A carga que o terreno irá suportar é distribuída, mas com
forma trapezoidal. É muito importante que o terreno absorva esses esforços, sem
comprometer a segurança do muro. (Adão e Hermely, 2010, p. 141).
estudos são realizados nos terrenos antes da instalação das estacas e depois da instalação das
mesmas. Ora como as estacas afetam as características dos solos, torna-se necessário uma
considerável capacidade de apreciação para estimar as reais propriedades dos solos que
condicionarão o comportamento das estacas.
Conclusão
Com base na pesquisa bibliográfica realizada neste trabalho podemos verificar a
existência de diversos métodos construtivos bem como exemplos bem detalhados, que foram
desenvolvidos no decorrer do trabalho, dando assim um embasamento teórico minucioso dos
tipos de muro de arrimo.
Embora o custo relativo a alguns tipos de obra sejam determinante para escolha da
contenção utilizada, outros critérios também são relevantes, e podem inviabilizar alguns
desses fatores. Ou seja, em algumas ocasiões o custo da obra não será determinado na
escolha, sendo assim, em situação hipotética onde há a necessidade de preservação de áreas,
continuas atirantadas podem ser mais adequada do que o murro de pedra por exemplo.
Diante dessa realidade, a forma de contenção tem se mostrado de extrema importância
para o entendimento e a escolha correta de qual tipo de contenção melhor se aplicar para as
diversas situações, sobretudo na execução da obra e na viabilidade do custo final que essa
ação traz de benefícios a sua implantação.
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Referências
ADÃO, Francisco Xavier; HEMERLY, Adriano t. ex.: 3 Chequetto. Concreto armado: novo
milênio: cálculo prático e econômico. 2. ed. rev e atual. Rio de Janeiro, RJ: Interciência,
2010. xviii, 206 p.
Hachich, Waldemar; Falconi, Frederico F.; Saes, José Luiz; Frota, Regis G. Q.; Carvalho,
Celso S.; Niyama, Sussumu; Fundações: teoria e prática. 2 ed., São Paulo: Pini, 1998.
MASSAD, Faiçal. Obras de terra: curso básico de geotecnia. 2 ed. São Paulo: Oficina de
Textos, 2010.
VARGAS, Milton. Introdução à mecânica dos solos. 1 ed. São Paulo: MCgraw-Hill do
Brasil. LTDA., 1977.