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Marcus Vinícius Amélio de Moraes

Projeto Conceitual e Dimensionamento da


Estrutura de um Pórtico Rolante

Rondonópolis-MT, V-1.0
2013
Marcus Vinícius Amélio de Moraes

Projeto Conceitual e Dimensionamento da Estrutura de


um Pórtico Rolante

Monografia desenvolvida durante a disciplina


de Trabalho de Conclusão de Curso (Gradua-
ção), apresentado ao Colegiado do Curso de
Engenharia Mecânica do Instituto de Ciên-
cias Agrárias e Tecnológicas do Campus Uni-
versitário de Rondonópolis da Universidade
Federal de Mato Grosso, como exigência par-
cial para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Mecânica.

Universidade Federal de Mato Grosso - Campus Rondonópolis


Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas
Curso de Engenharia Mecânica

Orientador: Prof. Dr. Aguinaldo Soares de Oliveira

Rondonópolis-MT, V-1.0
2013
Projeto Conceitual e Dimensionamento da Estrutura de
um Pórtico Rolante

Marcus Vinícius Amélio de Moraes

ESTE TRABALHO DE GRADUAÇÃO FOI JULGADO ADEQUADO COMO PARTE


DO REQUISITO PARA A OBTENÇÃO DO DIPLOMA DE GRADUADO EM EN-
GENHARIA MECÂNICA.
APROVADO EM SUA FORMA FINAL PELO COLEGIADO DO CURSO DE GRA-
DUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA.

Prof. Dr. Aguinaldo Soares de Oliveira


Coordenador

Banca examinadora:

Prof. Dr. Aguinaldo Soares de Oliveira


Orientador - EM/ICAT/CUR/UFMT

Prof. Esp. Renato Tillmann Bassinni


EM/ICAT/CUR/UFMT

Prof. Dra. Viviane Cassol Marques


EM/ICAT/CUR/UFMT

Rondonópolis-MT, V-1.0, 15 de Abril de 2013


Aos meus pais pela dedicação e compreensão.
Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus que iluminou meu caminho nesta caminhada.


Ao meu orientador, Prof. Dr. Aguinaldo Soares de Oliveira pela orientação e au-
xílio.
A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadê-
mica e no desenvolvimento desta monografia.
Aos meus pais, que apesar das dificuldades enfrentadas, sempre incentivaram meus
estudos.
Aos integrantes e ex-integrantes da Equipe Aeroo pela convivência, pelo apren-
dizado, pela diversão e pela amizade. Em especial ao Saulo Barbosa pelo empenho e
dedicação à equipe.
“Tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado.
(Albert Einstein )
Resumo
Neste trabalho é apresentado o projeto conceitual e o dimensionamento da
estrutura de um pórtico rolante. O projeto conceitual foi desenvolvido com base
em ferramentas de processo de desenvolvimento de produtos (PDP). O projeto es-
trutural terá como base as normas NBR 8400 (1984) e NBR 8800 (2008). A NBR
8400 define as solicitações e as combinações de solicitações a serem consideradas nos
cálculos e a NBR 8800 estabelece os requisitos básicos que devem ser obedecidos no
projeto de estruturas de aço.

Palavras-chaves: Pórticos Rolantes. Processo de Desenvolvimento de Produtos.


NBR 8400.
Abstract
In this work is presented the conceptual design and sizing of the structure
of a gantry crane. The conceptual design was developed based in tools of product
development process (PDP). The structural project will be based on NBR 8400
(1984) and NBR 8800 (2008) standards. The NBR 8400 defines the solicitations
and the combinations of solicitations that have to be considered on the calculations
and the NBR 8800 establish the minimum requirements to be followed on steel
structures project.

Key-words: Gantry Cranes. Product Development Process. NBR 8400.


Lista de ilustrações

Figura 1 – Pórtico rolante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19


Figura 2 – Talha elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 3 – Modelo genérico PDP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Figura 4 – Casa da qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Figura 5 – Função global do produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30


Figura 6 – Desdobramento das funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 7 – Roda Giratória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 8 – Talha e trole manual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Figura 9 – Características técnicas da talha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41


Figura 10 – Características técnicas do trole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 11 – Reações no trole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

Figura 12 – Estabilidade longitudinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48


Figura 13 – Esquema estático da viga principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 14 – Perfil W310x21 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 15 – Perfil U152x12,2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 16 – Esquema estático da estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 17 – Posições críticas do trole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 18 – Estrutura do pórtico deformada para posição 1 . . . . . . . . . . . . . 61

Figura 19 – Coeficiente que determina as reações devidas ao rolamento . . . . . . . 67

Figura 20 – Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados . . . . . . . 71


Figura 21 – Valores de (b/t)lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

Figura 22 – Momento Nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73


Figura 23 – Valores limites da relação largura espessura de seções I ou H . . . . . . 73

Figura 24 – Esforços na viga 1 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74


Figura 25 – Esforços na viga 1 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Figura 26 – Esforços na viga 2 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Figura 27 – Esforços na viga 2 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Figura 28 – Esforços na viga 3 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 29 – Esforços na viga 3 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 30 – Esforços na viga 4 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 31 – Esforços na viga 4 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Figura 32 – Esforços na viga 5 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 33 – Esforços na viga 5 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Figura 34 – Esforços na viga 6 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Figura 35 – Esforços na viga 6 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Figura 36 – Esforços na viga 7 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Figura 37 – Esforços na viga 7 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

Figura 38 – Deslocamentos na viga 1 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 88


Figura 39 – Deslocamentos na viga 1 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Figura 40 – Deslocamentos na viga 2 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Figura 41 – Deslocamentos na viga 2 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Figura 42 – Deslocamentos na viga 3 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Figura 43 – Deslocamentos na viga 3 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Figura 44 – Deslocamentos na viga 4 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Figura 45 – Deslocamentos na viga 4 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Figura 46 – Deslocamentos na viga 5 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Figura 47 – Deslocamentos na viga 5 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Figura 48 – Deslocamentos na viga 6 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Figura 49 – Deslocamentos na viga 6 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Figura 50 – Deslocamentos na viga 7 para posição 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Figura 51 – Deslocamentos na viga 7 para posição 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Lista de tabelas

Tabela 1 – Necessidades do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23


Tabela 2 – Matriz necessidade do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Tabela 3 – Requisitos do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Tabela 4 – Matriz requisitos de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Tabela 5 – Requisitos do projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Tabela 6 – Especificações do projeto do produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Tabela 7 – Matriz morfológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31


Tabela 8 – Avaliação das alternativas de estruturas . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Tabela 9 – Avaliação das alternativas do sistema de deslocamento horizontal . . . 33
Tabela 10 – Avaliação das alternativas do método de deslocamento horizontal . . . 33
Tabela 11 – Avaliação das alternativas do sistema de deslocamento vertical . . . . . 34
Tabela 12 – Conceito final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Tabela 13 – Propriedades da seção da viga principal . . . . . . . . . . . . . . . . . 50


Tabela 14 – Propriedades da seção da perna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Tabela 15 – Esforços máximos sobre a estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Tabela 16 – Valores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Tabela 17 – Classe de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66


Tabela 18 – Classes de utilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Tabela 19 – Duração de utilização dos equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Tabela 20 – Duração de utilização dos mecanismos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Tabela 21 – Estados de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Tabela 22 – Classificação da estrutura dos equipamentos (ou elementos da estru-
tura) em grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Tabela 23 – Estado de solicitação dos mecanismos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Tabela 24 – Grupo dos mecanismos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Tabela 25 – Valores do coeficiente dinâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Tabela 26 – Tempos de aceleração e acelerações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Tabela 27 – Valores do coeficiente de majoração para equipamentos industriais . . . 70
Lista de abreviaturas e siglas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR Norma Brasileira Registrada

PDP Processo de desenvolvimento de produtos

h Horas

s Segundos

m Metros

ton Toneladas

QFD Desdobramento da função qualidade


Lista de símbolos

L Vão do pórtico [m]

H Altura do pórtico [m]

A Área [𝑚2 ]

𝜎𝑒 Tensão de escoamento [MPa]

E Módulo de elasticidade [GPa]

g Aceleração da gravidade [𝑚/𝑠2 ]

𝐼𝑥 Momento de inércia em relação ao eixo x [𝑚4 ]

𝐼𝑦 Momento de inércia em relação ao eixo y [𝑚4 ]

𝐼𝑧 Momento de inércia em relação ao eixo z [𝑚4 ]

𝑁𝑥 Força normal [N]

𝑉𝑦 Força cortante em y [N]

𝑉𝑧 Força cortante em z [N]

𝑀𝑦 Momento fletor em y [Nm]

𝑀𝑧 Momento fletor em z [Nm]

𝑒𝑦 Deslocamento em y [mm]

𝑒𝑧 Deslocamento em z [mm]
Sumário

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

I Processo de Desenvolvimento de Produtos 18

1 Metodologia do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2 Pórticos Rolantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 Processo de Desenvolvimento de Produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.4 Norma ABNT NBR 8400 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.5 ABNT NBR 8800 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

2 Projeto Informacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Definição do escopo do produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.1 Análise do problema de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.2 Pesquisa dos padrões/normas, patentes e legislação . . . . . . . . . 21
2.1.2.1 ABNT NBR 8400 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.2.2 ABNT NBR 8800 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2 Ciclo de vida do produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3 Requisitos do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3.1 Definição dos requisitos do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4 Requisitos do produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.5 Especificações de projeto do produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.5.1 Desdobramento da função qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.5.2 Definição das especificações de projeto do produto . . . . . . . . . . 28

3 Projeto Conceitual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.1 Verificação do escopo do produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2 Modelagem funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3 Princípios de soluções para as funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4 Avaliação dos conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.4.1 Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4.2 Sistema de deslocamento horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4.3 Método de deslocamento horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.4.4 Sistema de deslocamento vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4.5 Sistema de acionamento do equipamento . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.4.6 Sistema de segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.5 Definição e análise da arquitetura final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

II Dimensionamento do Pórtico Rolante 37

4 Solicitações segundo a Norma NBR 8400 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38


4.1 Classificação do Pórtico Rolante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.1 Características principais: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.2 Tempo médio de duração do ciclo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.3 Tempo Médio de funcionamento diário . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.4 Duração teórica de utilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.5 Número de ciclo de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.6 Classe de utilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.7 Tempo total de utilização efetiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.8 Duração de utilização dos equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.9 Duração total de utilização dos mecanismos . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.10 Classe de funcionamento dos mecanismos . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.1.11 Classificação da estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.1.12 Classificaçãos do mecanismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.2 Seleção do mecanismo de levantamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.2.1 Talha manual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.2.2 Trole manual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.3 Reações nas rodas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.4 Solicitações que interferem no cálculo da estrutura do equipamento . . . . 43
4.4.1 Solicitações principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.4.2 Solicitações devidas aos movimentos verticais . . . . . . . . . . . . 43
4.4.3 Solicitações devidas aos movimentos horizontais . . . . . . . . . . . 43
4.4.3.1 Efeitos horizontais devidos às acelerações ou desacelerações 44
4.4.3.2 Coeficiente que determina as reações transversais devidas
ao rolamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.4.3.3 Efeitos de choques contra batentes ou pára-choques . . . 45
4.5 Casos de solicitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

5 Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante . . . . . . . . . . . . . . 47


5.1 Dimensões do pórtico rolante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.2 Pré-dimensionamento da estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.2.1 Viga principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.2.2 Pernas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.3 Cálculo das forças de inércia resultantes dos movimentos do pórtico rolante 52
5.3.1 Massa equivalente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.3.2 Coeficiente 𝜇 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.3.3 Coeficiente 𝜓ℎ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.3.4 Força de inércia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.3.4.1 Sistema de levantamento e carga útil . . . . . . . . . . . . 52
5.3.4.2 Viga principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.3.4.3 Pernas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.4 Solicitações sobre a estrutura do pórtico rolante . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.4.1 Peso próprio da estrutura (𝑆𝐺 ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.4.2 Solicitações devidas aos movimentos verticais (𝑆𝐿 ) . . . . . . . . . . 54
5.4.3 Solicitações devidas aos movimentos horizontais (𝑆𝐻 ) . . . . . . . . 54
5.4.4 Forças de inércia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.5 Análise dos esforços estruturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.5.1 Esforços calculados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.6 Verificação das seções ao estado limite último . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.6.1 Vigas submetidas à tração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.6.1.1 Força axial de tração resistente de cálculo ( 𝑁 𝑡𝑟 ) . . . . . 56
5.6.2 Vigas submetidas à compressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.6.2.1 Força axial de compressão resistente de cálculo ( 𝑁 𝑐𝑟 ) . . 57
5.6.2.2 Fator de redução 𝜒 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.6.2.3 Índice de esbeltez reduzido (𝜆0 ) . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.6.2.4 Força de flambagem elástica (𝑁𝑐 ) . . . . . . . . . . . . . . 57
5.6.2.5 Flambagem local de barras axialmente comprimidas . . . . 58
5.6.2.6 Valores dos parâmetros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.6.3 Vigas submetidas à momento fletor e força cortante . . . . . . . . . 58
5.6.3.1 Momento fletor resistente de cálculo (𝑀 𝑟𝑑 ) . . . . . . . . 59
5.6.3.2 Força cortante resistente de cálculo (𝑉 𝑟𝑑 ) . . . . . . . . . 60
5.6.4 Vigas submetidas à combinação de esforços . . . . . . . . . . . . . . 60
5.6.4.1 Resistência à flexão composta com compressão . . . . . . . 60
5.7 Verificação dos estados limites de serviço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

Anexos 65

ANEXO A Tabelas e figuras da NBR 8400 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

ANEXO B Tabelas e figuras da NBR 8800 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71


ANEXO C Tabelas e figuras do Pfeil (2010) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

ANEXO D Esforços solicitantes de cálculo nas vigas . . . . . . . . . . . . . . 74

ANEXO E Deslocamentos calculados nas vigas . . . . . . . . . . . . . . . . . 88


17

Introdução

Este trabalho pretende projetar uma máquina de elevação e transporte para a


movimentação de chapas, tubos e vigas de aço em uma fábrica de equipamentos agríco-
las. As atividades de movimentação e armazenagem de matérias primas e mercadorias
interferem de modo significativo na produtividade das empresas do setor metal mecânico,
principalmente por se tratar de produtos pesados e de difícil manuseio.
Máquinas de elevação e transporte são a melhor alternativa para a movimentação
aérea desses produtos em um ambiente industrial, são usadas para movimentação de cargas
à distâncias relativamente curtas em relação à outros tipos de máquinas de transporte,
atuam em estabelecimentos ou áreas, departamentos, fábricas e indústrias, em canteiros de
obras, em armazéns e etc1 . Exitem diversos tipos de máquinas de elevação e transporte tais
como pontes e pórticos rolantes, guindaste, transportadores de correia, etc. A seleção da
máquina adequada depende de fatores como o tipo de material e o local de instalação,como
pode ser observado na seção 1.2 o pórtico rolante é a alternativa mais viável para este
caso específico. Com a implantação do pórtico rolante reduz-se custos de mão de obra,
materiais e despesas em gerais, além de melhorar as condições de trabalho dando maior
segurança e reduzindo a fadiga dos funcionários. Ainda há um aumento na capacidade
produtiva da área e no estoque de matéria prima assim a empresa pode atingir um nível
de produtividade que compensará o alto investimento2 . Neste trabalho apresentamos a
metodologia do projeto de um pórtico rolante e seus componentes.
Para o desenvolvimento de um produto mais competitivo será utilizado ferramen-
tas de processo de desenvolvimento de produtos (PDP). A demanda por mudanças nos
produtos, e nas suas aplicações e usos, tem aumentado muito intensamente, justificando
uma preocupação maior com a eficiência e eficácia do desenvolvimento de produto. E esse
desempenho depende do gerenciamento do PDP3 .

1
Rudenko (1976)
2
Langui (2001)
3
Rozenfeld (2006)
Parte I

Processo de Desenvolvimento de Produtos


19

1 Metodologia do Projeto

1.1 Objetivo
O objetivo deste trabalho é desenvolver o projeto de um pórtico rolante que irá
operar no interior da instalação de uma fábrica de equipamentos agrícolas. Para o desen-
volvimento do projeto será utilizado o processo de desenvolvimento de produtos (PDP),
e o cálculo das partes estruturais e componentes mecânicos dos equipamentos de levan-
tamento e movimentação de cargas terá como base as normas NBR 8400 (1984) e NBR
8800 (2008).

1.2 Pórticos Rolantes


Pórticos rolantes (figura 1) são máquinas de elevação e transporte normalmente
utilizados para movimentação de cargas em áreas externas devido à ausência de estrutura
do prédio porém é uma opção econômica para trabalho em áreas internas, pois é isento
de fundações, colunas e vigas. O pórtico rolante atende todas as necessidades de movi-
mentação aérea de carga com a vantagem de não comprometer a integridade do edifício e
fornecendo ao proprietário da empresa a flexibilidade de mover o equipamento para insta-
lações futuras1 . Para o levantamento das cargas são utilizados troles com talhas elétricas
ou manuais, a figura 2 mostra uma talha elétrica de cabo de aço montada em um trole
elétrico.

Figura 1: Pórtico rolante

Figura 2: Talha elétrica

Fonte: Material. . . (2013) Fonte: CM. . . (2013)

1
Mollyn. . . (2013)
Capítulo 1. Metodologia do Projeto 20

1.3 Processo de Desenvolvimento de Produtos


O PDP consiste em um conjunto de atividades multidisciplinares para solução
de problemas que envolve diversas áreas como Engenharia, Administração, Marketing,
Recursos Humanos entre outros. Com o PDP se obtém às especificações do produto e
de seu processo de produção através das necessidades do cliente, além de permitir o
acompanhamento do produto após o lançamento. A sequência das atividades do PDP
é Projetar-Construir-Testar-Otimizar, sendo que o que se “projeta-contrói-testa-otimiza”
pode ser um conceito, uma especificação ou uma tolerância, seja de produto ou do processo
de produção2 . A figura 3 mostra um modelo genérico de um processo de desenvolvimento
de produto.
Neste trabalho o PDP está focado nos projetos informacional e conceitual ilustra-
dos na figura 3.

Figura 3: Modelo genérico PDP

Fonte: Rozenfeld (2006)

1.4 Norma ABNT NBR 8400


Esta Norma define as solicitações e as combinações de solicitações a serem consi-
deradas no cálculo das partes estruturais e componentes mecânicos além das condições
de resistência dos diversos componentes do equipamento em relação às solicitações consi-
deradas3 .

1.5 ABNT NBR 8800


Esta norma estabelece os requisitos básicos que devem ser obedecidos no projeto
à temperatura ambiente de estruturas de aço com base no método dos estados-limites4 .

2
Rozenfeld (2006)
3
NBR 8400 (1984)
4
NBR 8800 (2008)
21

2 Projeto Informacional

Nesta fase são levantados os dados e informações das necessidades dos clientes,
para a definição das especificações de projeto de produtos. Esta fase do projeto consiste
nas seguintes atividades:

∙ Definição do escopo do produto;

∙ Detalhamento do ciclo de vida do produto;

∙ Identificação dos requisitos do cliente;

∙ Definição dos requisitos do produto;

∙ Definição das especificações de projeto do produto.

2.1 Definição do escopo do produto


2.1.1 Análise do problema de projeto
O objetivo é projetar um pórtico rolante que deverá atender as seguintes especifi-
cações estabelecidas de acordo com as restrições de instalação e necessidades do cliente:

∙ Objetivo do equipamento: Transporte de materiais;

∙ Ambiente de trabalho: Interior (sem ação do vento);

∙ Carga útil: 5[𝑡𝑜𝑛];

∙ Vão: 3[𝑚];

∙ Altura de elevação: 3[𝑚];

∙ Número de horas trabalhadas por dia: 8[ℎ].

2.1.2 Pesquisa dos padrões/normas, patentes e legislação


2.1.2.1 ABNT NBR 8400

A definição dos esforços solicitantes para o cálculo das partes estruturais e com-
ponentes mecânicos dos equipamentos de levantamento e movimentação de cargas terá
como base a NBR 8400 (1984).
Capítulo 2. Projeto Informacional 22

2.1.2.2 ABNT NBR 8800

A verificação estrutural obedecerá a NBR 8800 (2008).

2.2 Ciclo de vida do produto


O ciclo de vida de um produto são todas as fases da vida do produto, desde a
concepção da idéia, sua conceituação, o desenvolvimento, a produção e vendas até a fase
de descarte1 . Este projeto tem as seguintes fases:

∙ Projeto;

∙ Fabricação;

∙ Montagem;

∙ Função;

∙ Uso;

∙ Manutenção.

2.3 Requisitos do cliente


Nesta fase devemos avaliar as necessidades do projeto de modo que o produto
atenda os as necessidades do cliente. É gerado os requisitos do cliente obtendo as principais
características do projeto através do ponto de vista do cliente.
A tabela 1 mostra as necessidades do cliente e o grau de importância atribuído
conforme a ênfase do cliente, sendo 1 pouco importante e 10 muito importante.

1
Rozenfeld (2006)
Capítulo 2. Projeto Informacional 23

Tabela 1: Necessidades do cliente

Necessidades do cliente Importância (1 -10)


Ter Baixo custo 10
Ser Seguro 10
Ter Fácil operação 8
Ser compacto 5
Ser robusto 8
Atender as normas 9
Ser silencioso 4
Ser durável 9
Ter baixo consumo de energia 8
Ter baixo custo de manutenção 8
Ter uma boa estética 1
Ser rápido 5

Fonte: O autor

Os atributos básicos do produto são:

∙ Funcionalidade;

∙ Impacto Ambiental;

∙ Confiabilidade;

∙ Robustez;

∙ Ergonomia;

∙ Segurança;

∙ Normalização;

∙ Patenteabilidade;

∙ Econômico.

Relacionando os itens do ciclo de vida com os atributos básicos do produto obtemos


a matriz necessidades do cliente conforme apresentado na tabela 2.
Capítulo 2. Projeto Informacional 24

Tabela 2: Matriz necessidade do cliente


AtributosPbásicoPdoPproduto
CicloPdePvida ImpactoP
Funcionalidade Confiabilidade Robustez Segurança Ergonomia Normalização Patentes Econômico
Ambiental
ResistenteP
AtenderPàsP AtenderPàsP
aosPfatores NãoPinfringirP
Projeto normasP normasPdeP
ambientaisP patentes
ambientais projeto
ePdePuso
NãoP
SerPdePfácilP AtenderPàsP AtenderPàsP TerPbaixoP
BaixasPtaxasP apresentarP
Fabricação soldagemíP normasP normasPdeP custoPdeP
dePfalhas riscoPaoP
usinagem ambientais fabricação produção
operador
EncaixesP AcoplamentoP
Fácil
Montagem devemPserP daPTalhaPdeveP
Montagem
confiáveis serPseguro
AcionamentoP
Função
Elétrico
SerP
resistenteP SerPfácilPdeP
Uso
àPvariaçãoP usar
dePcarga
MínimoPdeP
Manutenção
manutenção

Fonte:O autor

2.3.1 Definição dos requisitos do cliente


Colocando as declarações de necessidades do cliente em uma linguagem de enge-
nharia obtemos os requisitos do cliente conforme apresentado na tabela 3, sendo 1 pouco
importante e 10 muito importante.

Tabela 3: Requisitos do cliente

Requisitos8do8cliente Importância8U187 15M

Custo8de8fabricação 8
Baixo8Custo Custo8de8operação8 8
Custo8de8manutenção 15
Durante8a8operação 15
Segurança
Fora8de8Operação 9
Fácil 8
Operação Uso8rápido 8
Manutenção8fácil 6
Resistência 8
Robustez
Durabilidade 7
Silencioso 4
Ergonomia
Compacto 5

Fonte:O autor
Capítulo 2. Projeto Informacional 25

2.4 Requisitos do produto


Nesta fase os requisitos de clientes são convertidos em conceitos mensuráveis para
o projeto. Os atributos específicos do produto são:

∙ Geométricos;

∙ Cinemática;

∙ Forças;

∙ Energia;

∙ Materiais.

Para se obter os requisitos de projeto relacionamos os requisitos de cliente e os atributos


específicos do produto conforme apresentado na tabela 4.

Tabela 4: Matriz requisitos de projeto


Requisitos Atributos específicos
Usuário Geometria Cinemática Forças Energia Materiais Tempo
Materiaisã
Baixoãcusto Designãsimples Econômico deãbaixoã
custo
Parteã
Nãoãconterã
Seguro elétricaã
irregularidades
isolada
Botoeira deã
Fácilãdeã
220V controleã
operar
amigável
Grandeãforçaã
Perfisã Velocidade Materialã
Robusto deã
laminados controlada resistenteã
levantamento
Ocuparã
Compacto mínimoãespaçoã
naãinstalação

Fonte:O autor

Da matriz requisitos de projeto podemos obter os requisitos de projeto, conforme


apresentado na tabela 5, sendo 1 pouco importante e 10 muito importante. O peso da
estrutura está diretamente relacionado ao custo justificando o alto grau de importância
do requisito "estrutura leve".
Capítulo 2. Projeto Informacional 26

Tabela 5: Requisitos do projeto

Requisitos do projeto Importância (1 -10)


Material resistente 9
Estrutura leve 10
Segurança na operação 7
Normalização componentes 9
Baixo custo de manutenção 6

Fonte: O autor

2.5 Especificações de projeto do produto


2.5.1 Desdobramento da função qualidade
O Desdobramento da função qualidade (QFD) relaciona os requisitos de projetos
e os requisitos do cliente, é uma ferramenta da qualidade voltada para o desenvolvimento
de produtos que satisfaçam os clientes, o método QFD utilizado foi a casa da qualidade. A
casa da qualidade é a matriz que executa o projeto da qualidade, ordenando as qualidades
verdadeiras exigidas pelos clientes por meio de expressões linguísticas, convertendo-as em
características substitutas e mostrando a correlação entre essas características substitutas
(características de qualidade) e aquelas qualidades verdadeiras2 . A figura 4 mostra a casa
da qualidade.

2
AKAO (1997)
Capítulo 2. Projeto Informacional 27

Figura 4: Casa da qualidade

Indicador0de0requisito0=0Σcorrelação9Peso
Normalização0componentes

Baixo0custo0de0manutenção
Requisitos0do produto

Segurança0na0operação
Material0resistente

do0cliente
Estrutura0leve
Requisitos do cliente

Custo0de0fabicação 8 *Pô *º

Baixo0Custo Custo0de0operação 8 7P Iº

Custo0de0manutenção *ô *ôô Pº

Durante0a0operação *ô *ôô qº
Segurança

Ordem0de0impôrtancia
Fora0de0operação 9 P7 *ôº

Fácil 8 8 **º

Operação Uso0rápido 8 qP 9º

Manutenção0fácil 6 6ô =º

Resistência 8 Iô 7º
Robustez
Durabilidade 7 q= 8º

Silencioso I I *Pº
Ergonomia
Compacto = I= 6º

Peso requisitos de projeto 9 *ô 7 9 6

Indicador de requisito = Σcorrelação9Peso *II *=ô 8I *II 6ô


de projeto
Pº *º Iº qº =º
Ordem0de0impôrtancia

Fonte:O autor
Capítulo 2. Projeto Informacional 28

2.5.2 Definição das especificações de projeto do produto


Segundo UTFPR (2003) para se obter as especificações de projeto do produto é
necessário um conjunto de informações completas, que será utilizado como base para o
desenvolvimento das etapas posteriores à etapa de projeto. Apenas os requisitos de projeto,
apresentados na casa da qualidade, não são suficientes para representar os objetivos a
serem alcançados no projeto do produto. Portanto, para cada requisito de projeto deve-
se associar um valor meta e o conjunto dessas informações irá gerar a tabela 6 com as
especificações de projeto do produto.

Tabela 6: Especificações do projeto do produto


Ordem Requisitos do projeto Saída desejada Saída indesejada

Menor custo
1o Estrutura leve Estrutura frágil
aquisição de aço

2o Material resistente Longa vida útil Falha mecânica

Segurança na
3o Operação segura Acidentes
operação

Atender as
Irregularidades
o Normalização normas de
4 em relação as
componentes projeto e
normas
fabricação

Mínimo de
paradas e
Baixo custo de Manutenção
5o manutenção
manutenção corretiva
efetuadas pelos
próprios clientes

Fonte: O autor
29

3 Projeto Conceitual

O Projeto Conceitual trabalha com informações dispersas, baseadas no raciocínio


do próprio projetista portanto, não formalizadas1 . O projetista utiliza sua capacidade
intelectual, diversificação de conhecimentos, sua experiência pessoal e criatividade para
gerar a concepção do produto. Alguns autores dão maior ênfase às fases de avaliação
e outros às fases de geração de soluções, porém é consenso geral que deve haver uma
sequência sistemática de procedimentos para a obtenção de soluções para problemas que
não sejam atreladas somente à capacidade mental do projetista2 , para tal, esta fase do
projeto consiste nas seguintes atividades:

∙ Verificação do escopo do produto;

∙ Modelagem funcional;

∙ Princípios de soluções para as funções;

∙ Avaliação dos conceitos;

∙ Definição e análise da arquitetura final.

3.1 Verificação do escopo do produto


Após análise das especificações de projeto do produto e o problema de projeto, que
é movimentar cargas com segurança, agilidade e confiabilidade. Constatou-se que todas
as especificações de projeto do produto definidas na fase anterior do projeto permanecem
inalteradas.

3.2 Modelagem funcional


Nesta fase é definido a estrutura funcional do equipamento, estabelecendo as en-
tradas e saídas do sistema temos a função global do produto (figura 5).
Realizando um desdobramento da função global em subfunções, de maneira que
quando todas elas são executadas é realizada a função global do produto temos a figura 6.
1
DURKIN (1998)
2
ALMEIDA (2000)
Capítulo 3. Projeto Conceitual 30

Figura 5: Função global do produto

Movimento vertical

Carga transportada
Movimento horizontal
Movimentar
Estrutura
Carga
Segurança

Energia

Fonte: O autor

Figura 6: Desdobramento das funções

Sistema de Elevação da
Movimento vertical elevação carga
Carga transportada

Sistema de Movimentação
Movimento horizontal Segurança
movimentação do pórtico

Estrutura

Acionamento do Sistema de
Energia
sistema segurança

Fonte: O autor

3.3 Princípios de soluções para as funções


Apresentando soluções para cada sub função (figura 6) temos a matriz morfológica,
tabela 7.
Capítulo 3. Projeto Conceitual 31

Tabela 7: Matriz morfológica

Critérios Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3

Estrutura

Configuração 1 Configuração 2 Configuração 3

Sistema de deslo-
camento horizontal Moto redutor Manual
Motor elétrico

Método de deslo-
camento horizontal Perfil U Trilho Livre

Sistema de deslo-
camento vertical
Talha elétrica Talha manual Talha de alavanca

Sistema de acio-
namento do equipa- Botoeira com cabo Controle remoto Manual
mento

Sistema de segu- Botão de emergên-


rança cia Alerta sonoro Chave fim de curso

Fonte: O autor

3.4 Avaliação dos conceitos


Nesta seção é apresentada a avaliação dos conceitos indicados na tabela 7, sendo
0 pouco significativo e 5 muito significativo, porém nos itens de custos foi inverso.
Capítulo 3. Projeto Conceitual 32

3.4.1 Estrutura
A tabela 8 mostra a avaliação da configuração da estrutura, pode-se observar que
a configuração 2 atende melhor as necessidades do cliente.

Tabela 8: Avaliação das alternativas de estruturas

Peso Requisitos do cliente Configuração 1 Configuração 2 Configuração 3


8 Custo de fabricação 2 3 1
10 Custo de manutenção 0 0 0
10 Segurança durante operação 5 5 5
8 Custo de operação 0 0 0
6 Facilidade de manutenção 5 5 5
5 Compacto 4 4 4
8 Resistente 5 5 5
7 Durável 5 5 5
8 Rápido 5 5 5
9 Segurança fora de operação 5 5 5
8 Facilidade de operação 5 5 5
4 Silencioso 5 5 5
Total 336 344 328

Fonte: O autor

3.4.2 Sistema de deslocamento horizontal


A tabela 9 mostra a avaliação do sistema de deslocamento horizontal, pode-se
observar que a alternativa de deslocamento manual atende melhor as necessidades do
cliente.
Capítulo 3. Projeto Conceitual 33

Tabela 9: Avaliação das alternativas do sistema de deslocamento horizontal

Peso Requisitos do cliente Motor elétrico Moto redutor Manual


8 Custo de Aquisição 1 0 5
10 Custo de manutenção 2 2 5
10 Segurança durante operação 2 4 2
8 Custo de operação 3 3 4
6 Facilidade de manutenção 3 2 5
5 Compacto 4 4 5
8 Resistente 3 4 5
7 Durável 4 4 5
8 Rápido 4 5 2
9 Segurança fora de operação 5 5 5
8 Facilidade de operação 3 5 2
4 Silencioso 5 5 5
Total 283 321 369

Fonte: O autor

3.4.3 Método de deslocamento horizontal


A tabela 10 mostra a avaliação do método de deslocamento horizontal, observa-se
que a alternativa de deslocamento livre, ou seja o equipamento pode ser movimentar em
qualquer direção no piso da fábrica, atende melhor as necessidades do cliente. Para que o
deslocamento seja livre são utilizadas rodas giratórias como a mostrada na figura 7

Tabela 10: Avaliação das alternativas do método de deslocamento horizontal

Ordem Requisitos do cliente Perfil U Trilho Livre


8 Custo de aquisição 0 0 5
10 Custo de manutenção 2 2 1
10 Segurança durante operação 3 5 2
8 Custo de operação 0 0 0
6 Facilidade de manutenção 5 5 5
5 Compacto 3 4 5
8 Resistente 5 5 5
7 Durável 5 5 5
8 Rápido 5 5 5
9 Segurança fora de operação 5 5 5
8 Facilidade de operação 5 5 5
4 Silencioso 5 5 5
Total 315 340 345

Fonte: O autor
Capítulo 3. Projeto Conceitual 34

Figura 7: Roda Giratória

Fonte: All. . . (2013)

3.4.4 Sistema de deslocamento vertical


A tabela 11 mostra a avaliação do sistema de deslocamento vertical, a partir dela
temos que a alternativa de levantamento da carga com talha manual montada em trole
manual atende melhor as necessidades do cliente. A figura 8 mostra exemplos de talha e
trole manual.

Tabela 11: Avaliação das alternativas do sistema de deslocamento vertical

Ordem Requisitos do cliente Talha elétrica Talha manual Talha de alavanca


8 Custo de aquisição 1 5 3
10 Custo de manutenção 0 2 1
10 Segurança durante operação 5 3 4
8 Custo de operação 0 1 1
6 Facilidade de manutenção 2 4 4
5 Compacto 4 4 4
8 Resistente 5 4 4
7 Durável 5 4 4
8 Rápido 5 3 4
9 Segurança fora de operação 5 5 5
8 Facilidade de operação 5 4 4
4 Silencioso 5 5 5
Total 310 323 315

Fonte: O autor
Capítulo 3. Projeto Conceitual 35

Figura 8: Talha e trole manual

Fonte: CM (2011)

3.4.5 Sistema de acionamento do equipamento


Como o sistema de deslocamento vertical que será utilizado no equipamento é a
talha manual, o sistema de acionamento do equipamento é manual.

3.4.6 Sistema de segurança


O único item de segurança apresentado na tabela 7 que se aplica a configuração
do equipamento é a alternativa 2, alerta sonoro.

3.5 Definição e análise da arquitetura final


Após selecionar as soluções que apresentaram melhor desempenho foi definido as
características do equipamento conforme apresentado na tabela 12.
Capítulo 3. Projeto Conceitual 36

Tabela 12: Conceito final


Critérios Conceito final

Estrutura

Configuração 2

Sistema de desloca-
mento horizontal Manual

Método de deslocamento
horizontal Livre

Sistema de desloca-
mento vertical Talha Manual

Sistema de acionamento
do equipamento Manual

Sistema de segurança
Alerta sonoro

Fonte: O autor
Parte II

Dimensionamento do Pórtico Rolante


38

4 Solicitações segundo a Norma NBR 8400

Neste capítulo serão definidos as solicitações sobre a estrutura com base na Norma
NBR 84001 .

4.1 Classificação do Pórtico Rolante


É um dos aspectos mais importantes e complexo, que irá prever como o equipa-
mento vai operar, ou seja, a proporção de carga usual de operação em relação à carga
máxima, e a frequência de utilização2 .

4.1.1 Características principais:

a) Carga: a carga máxima que o pórtico vai levantar é 5[𝑡𝑜𝑛] porém o a maioria
das cargas levantadas estará na faixa de 30% a 65% da carga máxima;
b) Altura média de elevação (H): 1, 5[𝑚];
c) Velocidade de elevação (V): 2[𝑚/𝑚𝑖𝑛];
d) Tempo de trabalho diário (T): 8[ℎ];
e) Número de ciclos por hora(N): 6[𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠/ℎ].

4.1.2 Tempo médio de duração do ciclo


Um ciclo compreende o içamento, o levantamento, a movimentação, o abaixamento
e a retirada da carga. Considerando a velocidade de elevação obtém-se um tempo médio
de duração do ciclo (𝑡𝑠 ) de 300[𝑠].

4.1.3 Tempo Médio de funcionamento diário


O tempo médio de funcionamento diário (𝑡𝑚 ) dado pela equação 4.1 é 1, 2[ℎ/𝑑𝑖𝑎].

2*𝐻 *𝑁 *𝑇
𝑡𝑚 = (4.1)
60 * 𝑉
1
NBR 8400 (1984)
2
Tamasauskas (2000)
Capítulo 4. Solicitações segundo a Norma NBR 8400 39

4.1.4 Duração teórica de utilização


A duração teórica de utilização (𝑡𝑑 ) é de 3200[ℎ], esse valor foi encontrado a partir
de 𝑡𝑚 na tabela 17 do anexo A.

4.1.5 Número de ciclo de funcionamento


O número de ciclo de funcionamento (𝑁𝑥 ) dado pela equação 4.2 é 3, 8 * 104 .
𝑡𝑑
𝑁𝑥 = 3600 * (4.2)
𝑡𝑠

4.1.6 Classe de utilização


A classe de utilização leva em conta o uso do equipamento como um todo3 e é
obtida a partir do valor de 𝑁𝑥 na tabela 18 do anexo A. A classe de utilização obtida foi:
A.

4.1.7 Tempo total de utilização efetiva


O tempo total de utilização efetiva (𝑡𝑒 ) dado pela equação 4.3 é 3167[ℎ].

𝑁𝑥 * 𝑡𝑠
𝑡𝑒 = (4.3)
3600

4.1.8 Duração de utilização dos equipamentos


A duração de utilização dos equipamentos obtida na tabela 19 é de 5300[ℎ].

4.1.9 Duração total de utilização dos mecanismos


A duração total de utilização (𝑡𝑖 ) dos mecanismos é encontrado na tabela 20. Para
a determinação de 𝑡𝑖 devemos determinar a relação entre o tempo de funcionamento do
mecanismo (𝑡𝑐 ) e o tempo do ciclo (𝑡𝑠 ), essa relação é dada pela equação 4.4.
𝑡𝑐
𝛼𝑖 = (4.4)
𝑡𝑠

Os tempos de funcionamentos para os mecanismos são:


a) Para os movimentos verticais: 𝑡𝑐 = 75[𝑠] ;
b) Para os movimentos horizontais: 𝑡𝑐 = 75[𝑠].
Então o 𝛼𝑖 para os dois casos é 0,25. A partir da tabela 20 obtemos 3320[ℎ] para 𝑡𝑖 .
3
Brasil (1985)
Capítulo 4. Solicitações segundo a Norma NBR 8400 40

4.1.10 Classe de funcionamento dos mecanismos


Na tabela 20 também é indicado a classe de funcionamento dos mecanismos como
sendo 𝑉2 .

4.1.11 Classificação da estrutura


As estruturas dos equipamentos são classificados em grupos de acordo com o ser-
viço à ser executado, para a determinação do grupo são levados em consideração dois
fatores4 :
a) Classe de utilização;
b) Estado de carga.
A classe de utilização foi encontrado na subseção 4.1.6. O estado de carga incorpora
a percentagem da carga nominal normalmente levantada pela maquina5 . Conforme a
indicado nas características principais do equipamento a maioria das cargas levantadas
estará na faixa de 30% a 65% da carga máxima, na tabela 21 temos que o estado de carga
é 2.
Com esses dois fatores, classe de utilização A e estado de carga 2 podemos deter-
minar que as estruturas dos equipamentos pertence ao grupo 3, como pode ser observado
na tabela 22 do anexo A.

4.1.12 Classificaçãos do mecanismo


A classe de funcionamento dos mecanismos foi encontrado na subseção 4.1.10.
Considerando que os mecanismos são submetidos as solicitações próximas às maximas na
maioria das vezes temos que o estado de solicitação conforme a tabela 23 é 3. Na tabela 24
verificamos que o mecanismo deve ser classificado no grupo 3 m.

4.2 Seleção do mecanismo de levantamento


Na subseção 3.4.4 estabeleceu-se que o tipo de mecanismo de elevação à ser uti-
lizado é talha e trole manual. Com a carga nominal, especificada na subseção 2.1.1, e a
classe de funcionamento dos mecanismos, estabelecido na subseção 4.1.10, pode-se seleci-
onar o modelo da talha e do trole. A seleção foi feita consultando o catálogo da empresa
Columbus McKinnon do Brasil Ltda6 .
4
NBR 8400 (1984)
5
Brasil (1985)
6
CM (2011)
Capítulo 4. Solicitações segundo a Norma NBR 8400 41

4.2.1 Talha manual


O modelo de talha selecionado foi o GLS-5, a figura 9 mostra as características
técnicas da talha selecionada.

Figura 9: Características técnicas da talha

Fonte: CM (2011)

4.2.2 Trole manual


O modelo de trole selecionado foi o GCTY-5, a figura 10 mostra as características
técnicas do trole selecionado.
Capítulo 4. Solicitações segundo a Norma NBR 8400 42

Figura 10: Características técnicas do trole

Fonte: CM (2011)

4.3 Reações nas rodas


A figura 11 mostra as reações no trole, 𝑅1 e 𝑅2 , sendo que 𝑊𝑇 é o peso total do
sistema de levantamento somado a carga útil, e 𝑏1 e 𝑏2 as distâncias das rodas até o centro
de aplicação da carga, que coincide com o centro de massa do sistema de levantamento.
Fazendo o somatório das forças e dos momentos iguais a zero, sabendo que 𝑏1 é
igual a 𝑏2 que é 186, 5[𝑚𝑚] , temos:
𝑊𝑇
𝑅1 = 𝑅2 = (4.5)
2

O peso total do sistema de levantamento pode ser obtido a partir das figura 9
e figura 10, temos que o peso total da talha é 37[𝑘𝑔] e peso total do trole é 40[𝑘𝑔],
então o peso total do sistema de levantamento é 77[𝑘𝑔]. A carga útil foi especificada na
subseção 2.1.1 como sendo 5[𝑡𝑜𝑛], então 𝑊𝑇 é 5077[𝑘𝑔], 𝑅1 e 𝑅2 são 2538, 5[𝑘𝑔𝑓 ].

Figura 11: Reações no trole

R1 R2

b1 b2

WT

Fonte: O autor
Capítulo 4. Solicitações segundo a Norma NBR 8400 43

4.4 Solicitações que interferem no cálculo da estrutura do equipa-


mento
Segundo NBR 8400 (1984) o cálculo da estrutura do equipamento é efetuado
determinando-se as tensões atuantes na estrutura em funcionamento. Para o cálculo destas
tensões deve-se considerar as seguintes solicitações:
a) Principais atuantes sobre a estrutura imóvel, no estado de carga mais desfavo-
rável;
b) Devidas aos movimentos verticais;
c) Devidas aos movimentos horizontais;

4.4.1 Solicitações principais


Segundo NBR 8400 (1984) as solicitações principais, supondo os elementos móveis
na posição mais desfavorável, são devidas:

∙ Aos pesos próprios dos elementos 𝑆𝐺 ;

∙ À carga de serviço 𝑆𝐿 ;

4.4.2 Solicitações devidas aos movimentos verticais


Estas solicitações são devidas a elevação relativamente brusca da carga de serviço e
as acelerações/desacelerações7 . A NBR 8400 (1984) estabelece que em solicitações devidas
ao levantamento da carga, deve-se considerar as oscilações provocadas pelo levantamento
brusco, multiplicando-se as solicitações devidas as cargas pelo coeficiente dinâmico (Ψ).
O valor de Ψ, dado na tabela 25 do anexo A, é 1,15.

4.4.3 Solicitações devidas aos movimentos horizontais


Segundo NBR 8400 (1984) as solicitações devidas aos movimentos horizontais são:
a) Os esfeitos de inércia devidos as acelerações/desacelerações, dos movimen-
tos de translação horizontais, calculáveis em funções dos valores das acele-
rações/desacelerações ;
b) As reações horizontais transversais provocadas pela translação;
c) Os efeitos de choque.
7
NBR 8400 (1984)
Capítulo 4. Solicitações segundo a Norma NBR 8400 44

4.4.3.1 Efeitos horizontais devidos às acelerações ou desacelerações

Segundo NBR 8400 (1984) nas solicitações horizontais devidos às acelerações ou


desacelerações deve ser calculado:

1. As forças de inércia na direção longitudinal a viga resistente resultante dos movi-


mentos do trole.

Os esforços devem ser calculados em função do tempo de aceleração, obtido


conforme as condições de utilização do equipamento e as velocidades atingidas8 .
Estimando uma velocidade de 0, 16[𝑚/𝑠] o tempo de aceleração e a aceleração podem
ser obtidos pela tabela 26 do anexo A. Temos que o tempo de aceleração (𝑇𝑚 ) é
2, 5[𝑠] e a aceleração (𝐽𝑚 ) é 0, 064[𝑚/𝑠2 ].
Segundo a NBR 8400 (1984) o cálculo da força de inercia segue o seguinte método:

a) Massa equivalente: Para este caso a massa equivalente é igual a massa do


sistema de levantamento.
𝑚𝑒𝑞 = 77[𝑘𝑔] (4.6)

b) Força de inércia média: A força de inercia média é obtida pela equação 4.7, 𝑚𝑢
é a carga útil, o valor de 𝐹 𝑐𝑚 é 320[𝑁 ].

𝐹 𝑐𝑚 = 𝑚𝑢 · 𝐽𝑚 (4.7)

c) Período de oscilação: O período de oscilação é 3, 47[𝑠], dado pela equação 4.8


√︃

𝑇1 = 2 · 𝜋 · (4.8)
𝑔

Onde:
𝑇1 = período de oscilação
ℓ = comprimento de suspensão de carga
𝑔 = aceleração da gravidade
d) Coeficiente 𝜇 : O valor do coeficiente 𝜇 é 66,77 dado pela equação 4.9.
𝑚1
𝜇= (4.9)
𝑚𝑒𝑞

e) Coeficiente 𝛽: O valor do coeficiente 𝛽 é 0,72 dado pela equação 4.10.

𝑇𝑚
𝛽= (4.10)
𝑇1
8
NBR 8400 (1984)
Capítulo 4. Solicitações segundo a Norma NBR 8400 45

f) Coeficiente 𝜓ℎ : Para valores de 𝜇 maiores do que dois o 𝜓ℎ pode ser calculado


pela equação 4.11. O valor obtido foi 8,3.
√︃
1
𝜓ℎ = (2 + 𝜇 + ) (4.11)
𝜇

g) Força de inércia devida à carga: O valor da 𝐹𝑇 é 2656[𝑁 ] dado pela equa-


ção 4.12.
𝐹𝑇 = 𝜓ℎ · 𝐹 𝑐𝑚 (4.12)

2. As forças de inércia resultantes dos movimentos do pórtico rolante.

As forças de inércia resultantes dos movimentos de arranque e paragem do


pórtico rolante são consideradas como uniformemente distribuídas sobre a estrutura.
Considerando uma velocidade de 𝑉𝑃 = 0, 40[𝑚/𝑠] e classificando o equipamento
como de velocidade lenta e média, o tempo de aceleração e a aceleração podem ser
obtidos pela tabela 26 do anexo A. Temos que o tempo de aceleração (𝑇𝑚 ) é 4, 1[𝑠]
e a aceleração (𝐽𝑚 ) é 0, 098[𝑚/𝑠2 ]. O cálculo das forças de inércia resultantes dos
movimentos do pórtico é realizado depois do pré-dimensionamento na seção 5.3.

4.4.3.2 Coeficiente que determina as reações transversais devidas ao rolamento

As reações transversais devidas ao rolamento do trole ocorrem devido ao levan-


tamento torto de carga ou travamento das rodas. Segundo a NBR 8400 (1984) as forças
componentes deste momento são obtidas multiplicando-se a carga vertical devido as rea-
ções nas rodas, calculadas na seção 4.3, pelo coeficiente (𝜉), que depende da relação entre
o vão e a distância entre eixos 𝑎𝑣 . O vão (v) sera considerada como sendo 200[𝑚𝑚] e a
distância entre eixos é 186, 5[𝑚𝑚], então 𝑎𝑣 = 1, 07. A partir da figura 19 do anexo A
temos que 𝜉 é igual à 0,05.
Assim temos que:
𝑅𝑇 = 𝑅 · 𝜉 (4.13)

Portanto 𝑅𝑇1 = 𝑅𝑇2 = 126, 92[𝑘𝑔𝑓 ].

4.4.3.3 Efeitos de choques contra batentes ou pára-choques

A NBR 8400 (1984) estabelece que não se leva em consideração os efeitos de choque
para velocidades de deslocamento horizontal menores que 0, 7[𝑚/𝑠], como a velocidade do
pórtico é 𝑉𝑃 = 0, 40[𝑚/𝑠], não será considerado os efeitos de choque.
Capítulo 4. Solicitações segundo a Norma NBR 8400 46

4.5 Casos de solicitação


Na NBR 8400 (1984) são previstos nos cálculos três casos de solicitações:

∙ Caso I - serviço normal sem vento;

∙ Caso II - serviço normal com vento limite de serviço;

∙ Caso III - solicitações excepcionais.

Conforme definido na subseção 2.1.1 o pórtico trabalha sem ação do vento, portanto será
efetuado cálculos somente para o caso I.
A NBR 8400 (1984) diz que as diversas solicitações determinadas na seção 4.4
podem ser ultrapassadas devido às imperfeições de cálculo ou imprevistos. Por isso deve
ser considerado um coeficiente de majoração (𝑀𝑥 ) que depende do grupo em que o equi-
pamento está classificado, que deve ser aplicado no cálculo das estruturas.
A NBR 8400 (1984) estabelece que para o caso I considera-se as solicitações estáti-
cas devidas ao peso próprio 𝑆𝐺 , as solicitações devidas à carga de serviço 𝑆𝐿 multiplicadas
pelo coeficiente dinâmico 𝜓, e os dois efeitos horizontais mais desfavoráveis 𝑆𝐻 . Portanto
temos a expressão abaixo:
𝑀𝑥 · (𝑆𝐺 + 𝜓 · 𝑆𝐿 + 𝑆𝐻 )
O coeficiente de majoração para equipamentos industriais de aplicação não-siderúrgica
é dado pela tabela 27 do anexo A. Sendo que o equipamento se encontra no grupo 3, con-
forme definido na subseção 4.1.11, o coeficiente de majoração é igual a 1.
47

5 Dimensionamento da estrutura do pórtico


rolante

Segundo Sobue (2005) não existe ferramentas analíticas disponíveis para o dimen-
sionamento estrutural de pórticos rolantes, mas sim equações de verificação, as estruturas
ótimas são procuradas por tentativa e erro com base na experiência do projetista. Para
dimensionamento da estrutura, primeiro é realizado um pré-dimensionamento, para pos-
teriormente verificar-se a estabilidade estrutural com base na NBR 8800 (2008).
A NBR 8400 (1984) determina que deve-se determinar as tensões nos diferentes
elementos da estrutura e nas junções e verificar a existência de um coeficiente de segurança
suficiente em relação às tensões criticas, considerando que podem ocorrer as seguintes
causas de falha:

1. Ultrapassagem do limite de escoamento;

2. Ultrapassagem das cargas críticas de flambagem;

3. Ultrapassagem do limite de resistência à fadiga.

A NBR 8800 (2008) diz que deve-se também verificar os deslocamentos máximos.
As verificações estruturais obedecerão as recomendações da NBR 8800 (2008), mas
utilizando os coeficientes de segurança estabelecidos pela NBR 8400 (1984).
Neste trabalho não será realizada nenhuma análise quanto aos elementos parafu-
sados, junções soldadas e resistência à fadiga.

5.1 Dimensões do pórtico rolante


Conforme definido na subseção 2.1.1 o pórtico tem três metros de vão e de altura,
a estabilidade longitudinal pode ser obtida considerando uma parada brusca do pórtico
e igualando os momentos de estabilidade e de tombamento. A figura 12 mostra as forças
usadas para o cálculo dos momentos, sendo:

∙ 𝑊𝑇 = massa total do sistema de levantamento (5075[𝑘𝑔]);

∙ 𝑔 = aceleração da gravidade (9, 8[𝑚/𝑠2 ]);


Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 48

∙ 𝐻𝑐𝑔 = altura máxima de elevação da carga (2, 9[𝑚]);

∙ 𝐵 = largura da base do pórtico [m];

∙ 𝐹𝑇 = força de inércia devido à carga (2656[𝑁 ]).

Figura 12: Estabilidade longitudinal

Fonte: O autor

Pela equação 5.1 temos que o valor mínimo de B é 0,62 m será adotado 1, 2[𝑚]
porque utilizou-se uma regra prática1 de que 𝐵 ≥ 𝐻/2, 5.
𝐵
𝑊𝑇 · 𝑔 · = 𝐹𝑇 · 𝐻𝑐𝑔 (5.1)
2

5.2 Pré-dimensionamento da estrutura


O pré-dimensionamento do pórtico é divido em duas partes:

∙ Viga principal;

∙ Pernas.

5.2.1 Viga principal


A figura 13 mostra o esquema estático da viga principal onde 𝑅1 , 𝑅2 foram calcu-
lados na seção 4.3 e 𝐿 é o vão do pórtico rolante, então temos:
1
Ribeiro (2011)
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 49

∙ 𝑅1 = 𝑅2 = 25[𝑘𝑁 ];

∙ 𝑏 = 0, 373[𝑚];

∙ 𝐿 = 3[𝑚].

Figura 13: Esquema estático da viga principal


B
b

y
R1 R2

1 2

Fonte: O autor

A equação 5.2 calcula o valor do momento máximo na viga, o valor será majorado
com os coeficientes calculados na seção 4.4. Pela equação 5.2 temos que o valor de 𝑀𝑚 é
igual à 37, 8[𝑘𝑁 𝑚].
(𝐿 − 𝑏)
𝑀𝑚 = 𝑀𝑥 · 𝜓 · 𝑅1 · (5.2)
2
Para o caso de solicitação I ou seja, serviço normal sem vento, a NBR 8400 (1984)
𝜎𝑒
estabelece a tensão admissível (𝜎𝑎 ) para tração e compressão como sendo 1,5 , onde 𝜎𝑒 é a
tensão de escoamento do material.
Os perfis estruturais foram selecionados pelo catálogo da Gerdau2 , o aço seleci-
onado foi o AR350, pela NBR 7007 (2002) temos que 𝜎𝑒 é igual à 350[𝑀 𝑃 𝑎]. Então o
módulo elástico mínimo da seção é 162[𝑐𝑚3 ], dado pela equação 5.3.

𝑀𝑚 · 106
𝑊𝑥 > (5.3)
𝜎𝑎

2
Gerdau (2012)
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 50

A NBR 8800 (2008) estabelece valores limites para a flecha máxima admissível
(𝛿𝑎 ), para pórticos com capacidade nominal inferior a 200 kN é recomendado 𝐿/600, então
temos que 𝛿𝑎 é 5[𝑚𝑚]. O momento de inércia (𝐼𝑥 ) é 3155, 5[𝑐𝑚4 ], dado pela equação 5.4,
sendo que o módulo de elasticidade3 (E) é 205[𝐺𝑃 𝑎].

(𝑀𝑥 · 𝜓 · 2 · 𝑅1 ) · 𝐿3
𝐼𝑥 = (5.4)
48 · 𝐸 · 𝛿𝑎
Com os valores de 𝑊𝑥 e 𝐼𝑥 foi selecionado o perfil W310x21 (figura 14) em Gerdau
(2012). As propriedades da seção da viga principal são mostradas na tabela 13.

Figura 14: Perfil W310x21

Fonte: Gerdau (2013)

Tabela 13: Propriedades da seção da viga principal

Propriedade Valor Unidade


𝑚 21 𝑘𝑔/𝑚
𝑏𝑓 101 𝑚𝑚
𝑑 303 𝑚𝑚
ℎ 292 𝑚𝑚
𝑡𝑤 5,1 𝑚𝑚
𝑡𝑓 5,7 𝑚𝑚
𝐴 30,7 𝑐𝑚2
𝐼𝑥 3776 𝑐𝑚4
𝐼𝑦 98 𝑐𝑚4
𝑊𝑥 249,2 𝑐𝑚3
𝑊𝑦 19,5 𝑐𝑚3

Fonte: Gerdau (2012)

3
FATEC-SP (2008)
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 51

5.2.2 Pernas
Segundo Ribeiro (2011), para o pré-dimensionamento das pernas considera-se o
momento máximo nas pernas, 35% do momento máximo na viga principal. O módulo
elástico mínimo da seção é 56, 7[𝑐𝑚3 ], dado pela equação 5.5.

𝑀 · 0, 35
𝑊𝑥 > (5.5)
𝜎𝑎

Com o valor de 𝑊𝑥 foi selecionado em Gerdau (2011) o perfil U152x12,2 (figura 15).

Figura 15: Perfil U152x12,2

Fonte: Gerdau (2011)

As propriedades da seção das pernas são mostradas na tabela 14.

Tabela 14: Propriedades da seção da perna

Propriedade Valor Unidade


𝑚 12,2 𝑘𝑔/𝑚
𝑏𝑓 48,77 𝑚𝑚
𝑑 152,4 𝑚𝑚
𝑡𝑤 5,08 𝑚𝑚
𝑡𝑓 8,71 𝑚𝑚
𝐴 15,5 𝑐𝑚2
𝐼𝑥 546 𝑐𝑚4
𝐼𝑦 28,8 𝑐𝑚4
𝑊𝑥 71,7 𝑐𝑚3
𝑊𝑦 8,16 𝑐𝑚3

Fonte: Gerdau (2011)


Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 52

5.3 Cálculo das forças de inércia resultantes dos movimentos do


pórtico rolante
Conforme citado na subseção 4.4.3.1 as forças de inércia serão consideradas como
uniformemente distribuídas sobre a estrutura, como a viga principal e as pernas tem seções
diferentes serão calculadas forças de inércia para cada seção.

5.3.1 Massa equivalente


A massa equivalente (𝑚𝑒𝑞 ) corresponde a soma das massas da viga principal (𝑚𝑣 ),
das pernas (𝑚𝑝 ) e da massa do sistema de levantamento (𝑚𝑠𝐿 ), onde:

∙ 𝑚𝑣 = 21[𝑘𝑔/𝑚]

∙ 𝑚𝑝 = 12, 2[𝑘𝑔/𝑚]

∙ 𝑚𝑠𝐿 = 77[𝑘𝑔]

Pela equação 5.6 temos que a 𝑚𝑒𝑞 é igual à 319[𝑘𝑔].

𝑚𝑒𝑞 = 3 · 𝑚𝑣 + (4 · 3, 06 + 1, 2 · 2) · 𝑚𝑝 + 𝑚𝑠𝐿 (5.6)

5.3.2 Coeficiente 𝜇
O valor do coeficiente 𝜇 é 15, 7, dado pela equação 4.9.

5.3.3 Coeficiente 𝜓ℎ
O valor do coeficiente 𝜓ℎ é 4, 21, dado pela equação 4.11.

5.3.4 Força de inércia


A força de inércia é o produto da massa pela aceleração, na seção 4.4 foi definido
que a aceleração do pórtico (𝐽𝑚 ) é 0, 098[𝑚/𝑠2 ].

5.3.4.1 Sistema de levantamento e carga útil

Pela equação 5.7 temos que a força de inércia do conjunto sistema de levantamento
e carga útil (𝐹1 ) é 2, 1[𝑘𝑁 ].

𝐹1 = 𝜓ℎ · (𝑚𝑠𝐿 + 𝑚𝑢 ) · 𝐽𝑚 (5.7)

Distribuindo a força de inércia nas quatro rodas do trole temos que a força de
inércia por roda (𝐹1 𝑟𝑜 ) é 525[𝑁 ]
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 53

5.3.4.2 Viga principal

Como pode ser visto na tabela 13 a massa da viga principal (𝑚𝑣 ) é 21[𝑘𝑔/𝑚],
como será considerada uniformemente distribuída a força de inércia da viga principal é
8, 7[𝑁/𝑚], dado pela equação 5.8.

𝐹2 = 𝜓ℎ · 𝑚𝑣 · 𝐽𝑚 (5.8)

5.3.4.3 Pernas

Como pode ser visto na tabela 14 a massa das pernas (𝑚𝑝 ) é 12, 2[𝑘𝑔/𝑚], como será
considerada uniformemente distribuída a força de inércia da viga principal é 5, 03[𝑁/𝑚],
dado pela equação 5.9.
𝐹3 = 𝜓ℎ · 𝑚𝑣 · 𝐽𝑚 (5.9)

5.4 Solicitações sobre a estrutura do pórtico rolante


Após efetuado o pré-dimensionamento é possível calcular as solicitações sobre a
estrutura. A figura 16 mostra o esquema estático da estrutura. O sistema de coordenadas
usado para os cálculos está indicado na figura 16.

Figura 16: Esquema estático da estrutura

Viga 1

Viga 7
Viga 6

Viga 3
Viga 5

Viga 2

Viga 4

Fonte:O autor
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 54

5.4.1 Peso próprio da estrutura (𝑆𝐺 )


O peso próprio da estrutura (𝑆𝐺 ) é 325, 7[𝑁/𝑚] sendo considerado como unifor-
memente distribuído sobre a estrutura.

5.4.2 Solicitações devidas aos movimentos verticais (𝑆𝐿 )


As solicitações devidas aos movimentos verticais (𝑆𝐿 ) são 57, 5[𝑘𝑁 ], dado pela
equação 5.10, sendo que 𝑅1 e 𝑅2 foram calculados na seção 4.3 e 𝑔 é a aceleração da
gravidade, considerado como 9, 8[𝑚/𝑠2 ] .

𝑆𝐿 = 𝑀𝑥 · 𝜓 · (𝑅1 + 𝑅2 ) · 𝑔 (5.10)

5.4.3 Solicitações devidas aos movimentos horizontais (𝑆𝐻 )


As solicitações devidas aos movimentos horizontais (𝑆𝐻 ) é 2, 5[𝑘𝑁 ], dado pela
equação 5.11, sendo que 𝑅𝑇1 e 𝑅𝑇2 foram calculados na subseção 4.4.3.2.

𝑆𝐻 = 𝑀𝑥 · (𝑅𝑇1 + 𝑅𝑇2 ) · 𝑔 (5.11)

5.4.4 Forças de inércia


As forças de inércia calculadas na subseção 5.3.4 devem ser multiplicadas pelo
coeficiente de majoração (𝑀𝑥 ) calculado na seção 4.5, como 𝑀𝑥 é igual à 1, temos:

∙ Forca de inércia devida ao movimento do sistema de levantamento na direção y-y


(𝐹 𝑖1 ) = 2656[𝑁 ]

∙ Forca de inércia devida ao movimento do pórtico (sistema de levantamento e carga)


na direção x-x (𝐹 𝑖2 ) = 525[𝑁 ]

∙ Forca de inércia devida ao movimento do pórtico (viga principal) na direção x-x


(𝐹 𝑖3 ) = 8, 7[𝑁/𝑚]

∙ Forca de inércia devida ao movimento do pórtico (pernas) na direção x-x (𝐹 𝑖4 ) =


5, 3[𝑁/𝑚]

5.5 Análise dos esforços estruturais


Os esforços estruturais foram analisados no software AxisVM11. Foi analisado com
base nas solicitações calculadas na seção 5.4 sendo analisado apenas as condições críticas,
ou seja, com todas as solicitação aplicadas ao mesmo tempo na estrutura.
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 55

Como o trole pode estar em qualquer posição sobre a viga principal são gerados
esforços diferentes para cada posição, neste caso também serão considerados apenas as
condições críticas. Temos duas posições criticas do trole:

1. Posição 1 (figura 17a): no meio do vão;

2. Posição 2(figura 17b): no inicio do vão.

Figura 17: Posições críticas do trole

(a) Posição 1 (b) Posição 1

Fonte: O autor

5.5.1 Esforços calculados


Esforços solicitantes calculados são apresentados no anexo D, a tabela 15 apresenta
os esforços máximos na viga principal e nas pernas considerando a condição mais crítica.

Tabela 15: Esforços máximos sobre a estrutura

𝑁𝑥 [𝑘𝑁 ] 𝑁𝑥 [𝑘𝑁 ]
(compressão) 𝑉𝑦 [𝑘𝑁 ] 𝑉𝑧 [𝑘𝑁 ] 𝑀𝑦 [𝑘𝑁 · 𝑚] 𝑀𝑧 [𝑘𝑁 · 𝑚]
(tração)

Viga 0,523 -3,56 -4.94 -49,15 -31,223 1,238


Perna 0,012 -38,78 -2,061 0,141 0,248 6,305

Fonte: O autor
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 56

5.6 Verificação das seções ao estado limite último


5.6.1 Vigas submetidas à tração
De acordo com a NBR 8800 (2008) deve ser atendida a condição: 𝑁 𝑡𝑐 ≤ 𝑁 𝑡𝑟 , onde:

∙ 𝑁 𝑡𝑐 é a força axial de tração solicitante de cálculo determinada na subseção 5.5.1;

∙ 𝑁 𝑡𝑟 é a força axial de tração resistente de cálculo, determinada conforme a subse-


ção 5.6.1.1

5.6.1.1 Força axial de tração resistente de cálculo ( 𝑁 𝑡𝑟 )

De acordo com a NBR 8800 (2008), 𝑁 𝑡𝑟 pode ser calculado pela equação 5.12,
onde:

∙ 𝐴𝑔 é a área bruta da seção transversal indicados nas tabela 13 e tabela 14;

∙ 𝑓𝑦 é a resistência ao escoamento do aço indicado na seção 5.2.

∙ 𝛾 é o coeficiente de segurança, será utilizado o valor recomendado pela NBR 8400


(1984), ou seja 1, 5.

𝐴 𝑔 · 𝑓𝑦
𝑁 𝑡𝑟 = (5.12)
𝛾

Para a viga principal 𝑁 𝑡𝑟 é igual à 716, 34[𝑘𝑁 ].


Para as pernas 𝑁 𝑡𝑟 é igual à 361, 7[𝑘𝑁 ].
Como 𝑁 𝑡𝑐 é 0, 523[𝑘𝑁 ] para a viga principal e 0, 012[𝑘𝑁 ] para as pernas, a condição
está verificada.

5.6.2 Vigas submetidas à compressão


De acordo com a NBR 8800 (2008) deve ser atendida a condição: 𝑁 𝑐𝑐 ≤ 𝑁 𝑐𝑟 ,
onde:

∙ 𝑁 𝑐𝑐 é a força axial de compressão solicitante de cálculo determinada na subse-


ção 5.5.1;

∙ 𝑁 𝑐𝑟 é a força axial de compressão resistente de cálculo, determinada conforme sub-


seção 5.6.2.1
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 57

5.6.2.1 Força axial de compressão resistente de cálculo ( 𝑁 𝑐𝑟 )

De acordo com a NBR 8800 (2008) 𝑁 𝑐𝑟 pode ser calculado pela equação 5.13,
onde:

∙ 𝜒 é o fator de redução associado à resistência à compressão, dado na subseção 5.6.2.2;

∙ 𝑄 é o fator de redução total associado à flambagem local, determinado conforme


subseção 5.6.2.5.

𝜒 · 𝑄 · 𝐴 𝑔 · 𝑓𝑦
𝑁 𝑐𝑟 = (5.13)
𝛾

5.6.2.2 Fator de redução 𝜒

De acordo com a NBR 8800 (2008) 𝜒 é dado por:

2
∙ para 𝜆0 ≤ 1, 5: 𝜒 = 0, 658𝜆0
0,877
∙ para 𝜆0 > 1, 5: 𝜒 = 𝜆20

Onde 𝜆0 é o índice de esbeltez reduzido, dado em subseção 5.6.2.3.

5.6.2.3 Índice de esbeltez reduzido (𝜆0 )

De acordo com a NBR 8800 (2008) 𝜆0 é dado por:


√︃
𝑄 · 𝐴𝑔 · 𝑓𝑦
𝜆0 = (5.14)
𝑁𝑐

Onde 𝑁𝑐 é a força de flambagem elástica, obtida na subseção 5.6.2.4

5.6.2.4 Força de flambagem elástica (𝑁𝑐 )

De acordo com a NBR 8800 (2008) 𝑁𝑐 é dado por:

𝜋 2 · 𝐸 · 𝐼𝑥
𝑁𝑐 = (5.15)
(𝐾𝑥 · 𝐿)2

Onde:

∙ Coeficiente de flambagem (𝐾𝑥 ) é igual à 1,2, dado pela figura 20 do anexo B;

∙ 𝐿 é o comprimento real do elemento submetido à flambagem.


Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 58

5.6.2.5 Flambagem local de barras axialmente comprimidas

Para a flambagem local será considerado apenas as pernas do pórtico. Segundo


NBR 8800 (2008) para efeito de flambagem local, os elementos das seções transversais
usuais são classificados em AA (duas bordas longitudinais vinculadas) e AL (uma borda
longitudinal vinculada).
A NBR 8800 (2008) diz que Q é igual à 1 se todos os elementos componentes da
seção transversal possuem relações entres largura e espessura (b/t) que não superam os
valores de (b/t)lim dados pela figura 21 do anexo B. E para relações (b/t) maiores que
(b/t)lim o fator de redução total é calculado pela equação 5.16.

𝑄 = 𝑄𝑠 · 𝑄𝑎 (5.16)

Onde 𝑄𝑠 e 𝑄𝑎 são fatores de redução que levam em conta a flambagem local dos
elementos.
Como os elementos do pórtico submetidos à flambagem local estão classificados
no grupo 2 da figura 21 do anexo B temos que (b/t)lim é igual à 36,06 e (b/t) é 26,57,
portanto Q é igual à 1.

5.6.2.6 Valores dos parâmetros

A tabela 16 apresenta os valores do parâmetros da subseção 5.6.2.

Tabela 16: Valores

𝑁 𝑐𝑟 [𝑘𝑁 ] 𝜒 𝜆0 𝑁𝑐 [𝑘𝑁 𝑚4 ]
274,87 0.76 0,81 819,61

Fonte: O autor

Como o esforço máximo de compressão para a perna é 38, 78[𝑘𝑁 ] a condição está
verificada.

5.6.3 Vigas submetidas à momento fletor e força cortante


As solicitações devido ao momento fletor e força cortante serão analisadas ape-
nas para a viga principal, segundo a NBR 8800 (2008) no dimensionamento das barras
submetidas a momento fletor e força cortante devem ser atendidas as seguintes condições
𝑀 𝑠𝑑 ≤ 𝑀 𝑟𝑑 e 𝑉 𝑠𝑑 ≤ 𝑉 𝑟𝑑 .
Onde:

∙ 𝑀 𝑠𝑑 é o momento fletor solicitante de cálculo;


Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 59

∙ 𝑉 𝑠𝑑 é a força cortante solicitante de cálculo;

∙ 𝑀 𝑟𝑑 é o momento fletor resistente de cálculo, determinado conforme subseção 5.6.3.1;

∙ 𝑉 𝑟𝑑 é a força cortante resistente de cálculo, determinado conforme subseção 5.6.3.2.

5.6.3.1 Momento fletor resistente de cálculo (𝑀 𝑟𝑑 )

De acordo com a NBR 8800 (2008) as seções das vigas podem ser divididas em três
classes conforme a influência da flambagem local sobre os momentos fletores resistentes4 :

1. Seção compacta : 𝜆𝑏 ≤ 𝜆𝑝 ;

2. Seção semi-compacta : 𝜆𝑝 < 𝜆𝑏 ≤ 𝜆𝑟 ;

3. Seção esbelta : 𝜆𝑟 < 𝜆𝑏 .

Os valores de 𝜆𝑏 , 𝜆𝑝 e 𝜆𝑟 podem ser obtidos pela figura 23 do anexo C , temos que


a seção é compacta tanto para a alma quanto para a mesa da viga principal. Segundo a
NBR 8800 (2008) o momento resistente de projeto para seção compacta é dado por:

𝑀𝑛
𝑀 𝑟𝑑 = (5.17)
𝛾
Onde 𝑀𝑛 é o momento resistente nominal, dado pela equação 5.18 obtido pela
figura 22 do anexo C.
𝑀𝑛 = 𝑍 · 𝑓𝑦 (5.18)

Sendo que Z é o módulo plástico da seção obtido em Gerdau (2012), temos que:

∙ 𝑍𝑦 = 291, 9[𝑐𝑚3 ];

∙ 𝑍𝑧 = 31, 4[𝑐𝑚3 ];

∙ 𝑀 𝑛𝑦 = 102, 17[𝑘𝑁 𝑚];

∙ 𝑀 𝑛𝑧 = 11[𝑘𝑁 𝑚];

∙ 𝑀 𝑟𝑑 𝑦 = 68[𝑘𝑁 ];

∙ 𝑀 𝑟𝑑 𝑧 = 7, 33[𝑘𝑁 ].

Como 𝑀 𝑠𝑑 𝑦 é igual à 31, 223[𝑘𝑁 ] e 𝑀 𝑠𝑑 𝑧 é 1, 38[𝑘𝑁 ] a condição está verificada.


4
Pfeil (2010)
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 60

5.6.3.2 Força cortante resistente de cálculo (𝑉 𝑟𝑑 )

Segundo a NBR 8800 (2008) para vigas de seção compacta 𝑉 𝑟𝑑 é dado pela equa-
ção 5.19.
𝑉 𝑝ℓ
𝑉 𝑟𝑑 = (5.19)
𝛾
Onde 𝑉 𝑝ℓ é a força cortante correspondente à plastificação da alma por cisalha-
mento, dada pela equação 5.20.

𝑉 𝑝ℓ = 0, 6 · 𝑑 · 𝑡𝑤 · 𝑓𝑦 (5.20)

Onde:

∙ d é a altura total da seção transversal que pode ser obtida da tabela 13;

∙ 𝑡𝑤 é a espessura da alma que pode ser obtida da tabela 13.

Temos que 𝑉 𝑟𝑑 é igual à 216, 34[𝑘𝑁 ], como 𝑉 𝑠𝑑 é 49, 155[𝑘𝑁 ], a condição está
verificada.

5.6.4 Vigas submetidas à combinação de esforços


Segundo a NBR 8800 (2008) para 𝑁 𝑠𝑑 /𝑁 𝑟𝑑 ≤ 0, 2 a atuação simultânea de força
axial de tração ou de compressão e de momentos fletores deve obedecer a equação 5.21
𝑁 𝑠𝑑 8 𝑀 𝑠𝑑 𝑧 𝑀 𝑠𝑑 𝑦
+ ·( + )≤1 (5.21)
𝑁 𝑟𝑑 9 𝑀 𝑟𝑑 𝑧 𝑀 𝑟𝑑 𝑦

Onde

∙ 𝑁 𝑠𝑑 é a força axial solicitante de cálculo de tração ou compressão;

∙ 𝑁 𝑟𝑑 é a força axial resistente de cálculo de tração ou compressão;

∙ 𝑀 𝑠𝑑 𝑦 e 𝑀 𝑠𝑑 𝑧 são os momentos fletores solicitantes de cálculo;

∙ 𝑀 𝑟𝑑 𝑦 e 𝑀 𝑟𝑑 𝑧 são os momentos fletores resistentes de cálculo.

5.6.4.1 Resistência à flexão composta com compressão

Foi analisado a resistência à flexão composta com compressão pela equação 5.21
obteu-se 0, 699 < 1, portanto satisfaz a condição.
Capítulo 5. Dimensionamento da estrutura do pórtico rolante 61

5.7 Verificação dos estados limites de serviço


O valor máximo de deslocamentos verticais e horizontais são dados pela NBR 8800
(2008).
Para a viga principal é recomendado 𝑒𝑚𝑎𝑥 = 𝐿/600, sendo L o vão do pórtico
rolante, temos que 𝑒𝑚𝑎𝑥 = 5[𝑚𝑚].
Para as pernas é recomendado 𝑒𝑚𝑎𝑥 = 𝐻𝑒𝑓 /400, onde 𝐻𝑒𝑓 é o comprimento total
da perna. Como 𝐻𝑒𝑓 é igual à 3, 06[𝑚] então 𝑒𝑚𝑎𝑥 = 7, 65[𝑚𝑚].
Os deslocamentos solicitantes calculados estão apresentados no anexo E para a viga
principal o deslocamento máximo é 4, 212[𝑚𝑚] e para as pernas é 6, 936[𝑚𝑚], portanto o
estado limite de utilização está verificado. A figura 18 mostra a estrutura deformada para
a posição 1 com todas as solicitações atuando ao mesmo tempo.

Figura 18: Estrutura do pórtico deformada para posição 1

Fonte: O autor
62

Conclusão

Neste trabalho apresentou-se a metodologia para o desenvolvimento do projeto


conceitual de um pórtico rolante utilizando ferramentas da qualidade como o 𝑃 𝐷𝑃 e o
𝑄𝐹 𝐷. O desenvolvimento do projeto conceitual foi importante pois com ele foi possível
obter a configuração do pórtico rolante que melhor satisfaz o cliente.
Também foi realizado o dimensionamento da estrutura de um pórtico rolante obe-
decendo as normas NBR 8400 (1984) e NBR 8800 (2008). Com a utilização das normas
foi possível garantir a segurança e o desempenho estrutural do pórtico rolante evitando o
colapso da estrutura e a ocorrência de deslocamentos excessivos .
63

Referências

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45, 46, 47, 49, 56, 62, 66, 67, 68, 69 e 70.

ABNT. NBR 7007 : Aços-carbono e microligados para uso estrutural e geral. Brasil,
2002. 4 p. Citado na página 49.

ABNT. NBR 8800 : Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto
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57, 58, 59, 60, 61, 62, 71 e 72.

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DURKIN, J. . D. Expert Systems – design and development. New York: BPrentice Hall,
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GERDAU. Perfis Estruturais Gerdau: Tabela de bitolas. Brasil, 2012. 3 p. Citado 3


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Faculda de de Engenharia da Universidade do Porto, 2011. Citado 2 vezes nas páginas
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ROZENFELD, H. e. a. Gestão de desenvolvimento de produtos. São Paulo: Saraiva, 2006.


Citado 3 vezes nas páginas 17, 20 e 22.

RUDENKO, N. Máquinas de Elevação e Transporte. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


Científicos S.A, 1976. Citado na página 17.

SOBUE, G. Modelagem paramétrica de pórticos rolantes: estabilidade estrutural e


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Transporte de Cargas. Tese (Mestrado) — EPUSP, Universidade de São Paulo, 2000.
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UTFPR. QFD: Desdobramento da função qualidade. Brasil, 2003. 43 p. Citado na


página 28.
Anexos
66

ANEXO A – Tabelas e figuras da NBR 8400

Tabela 17: Classe de funcionamento

Fonte: NBR 8400 (1984)

Tabela 18: Classes de utilização

Fonte: NBR 8400 (1984)


ANEXO A. Tabelas e figuras da NBR 8400 67

Tabela 19: Duração de utilização dos equipamentos

Fonte: NBR 8400 (1984)

Figura 19: Coeficiente que determina as reações devidas ao rolamento

Fonte: NBR 8400 (1984)


ANEXO A. Tabelas e figuras da NBR 8400 68

Tabela 20: Duração de utilização dos mecanismos

Fonte: NBR 8400 (1984)

Tabela 21: Estados de carga

Fonte: NBR 8400 (1984)


ANEXO A. Tabelas e figuras da NBR 8400 69

Tabela 22: Classificação da estrutura dos equipamentos (ou elementos da estrutura) em


grupos

Fonte: NBR 8400 (1984)

Tabela 23: Estado de solicitação dos mecanismos

Fonte: NBR 8400 (1984)

Tabela 24: Grupo dos mecanismos

Fonte: NBR 8400 (1984)


ANEXO A. Tabelas e figuras da NBR 8400 70

Tabela 25: Valores do coeficiente dinâmico

Fonte: NBR 8400 (1984)

Tabela 26: Tempos de aceleração e acelerações

Fonte: NBR 8400 (1984)

Tabela 27: Valores do coeficiente de majoração para equipamentos industriais

Fonte: NBR 8400 (1984)


71

ANEXO B – Tabelas e figuras da NBR 8800

Figura 20: Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados

Fonte: NBR 8800 (2008)


ANEXO B. Tabelas e figuras da NBR 8800 72

Figura 21: Valores de (b/t)lim

Fonte: NBR 8800 (2008)


73

ANEXO C – Tabelas e figuras do Pfeil (2010)

Figura 22: Momento Nominal

Fonte: Pfeil (2010)

Figura 23: Valores limites da relação largura espessura de seções I ou H

Fonte: Pfeil (2010)


74

ANEXO D – Esforços solicitantes de cálculo


nas vigas

Figura 24: Esforços na viga 1 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 75

Figura 25: Esforços na viga 1 para posição 2

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 76

Figura 26: Esforços na viga 2 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 77

Figura 27: Esforços na viga 2 para posição 2

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 78

Figura 28: Esforços na viga 3 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 79

Figura 29: Esforços na viga 3 para posição 2

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 80

Figura 30: Esforços na viga 4 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 81

Figura 31: Esforços na viga 4 para posição 2

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 82

Figura 32: Esforços na viga 5 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 83

Figura 33: Esforços na viga 5 para posição 2

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 84

Figura 34: Esforços na viga 6 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 85

Figura 35: Esforços na viga 6 para posição 2

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 86

Figura 36: Esforços na viga 7 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO D. Esforços solicitantes de cálculo nas vigas 87

Figura 37: Esforços na viga 7 para posição 2

Fonte: O autor
88

ANEXO E – Deslocamentos calculados nas


vigas

Figura 38: Deslocamentos na viga 1 para posição 1

Fonte: O autor

Figura 39: Deslocamentos na viga 1 para posição 2

Fonte: O autor
ANEXO E. Deslocamentos calculados nas vigas 89

Figura 40: Deslocamentos na viga 2 para posição 1

Fonte: O autor

Figura 41: Deslocamentos na viga 2 para posição 2

Fonte: O autor

Figura 42: Deslocamentos na viga 3 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO E. Deslocamentos calculados nas vigas 90

Figura 43: Deslocamentos na viga 3 para posição 2

Fonte: O autor

Figura 44: Deslocamentos na viga 4 para posição 1

Fonte: O autor

Figura 45: Deslocamentos na viga 4 para posição 2

Fonte: O autor
ANEXO E. Deslocamentos calculados nas vigas 91

Figura 46: Deslocamentos na viga 5 para posição 1

Fonte: O autor

Figura 47: Deslocamentos na viga 5 para posição 2

Fonte: O autor

Figura 48: Deslocamentos na viga 6 para posição 1

Fonte: O autor
ANEXO E. Deslocamentos calculados nas vigas 92

Figura 49: Deslocamentos na viga 6 para posição 2

Fonte: O autor

Figura 50: Deslocamentos na viga 7 para posição 1

Fonte: O autor

Figura 51: Deslocamentos na viga 7 para posição 2

Fonte: O autor

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